No Dia da Independência do Brasil, manifestantes de extrema-direita saúdam, na Av. Paulista, em SP. os Estados Unidos e Israel
por
Thaís de Matos
Rafael Pessoa
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12/09/2025 - 12h

Permeada por ofensas ao STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo constante apelo por anistia aos réus do 8 de janeiro, o ato bolsonarista do dia 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu cerca de 42 mil pessoas. A estimativa é do Monitor do debate político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o pastor Silas Malafaia e a esposa do ex-presidente e ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, discursaram exaltando Bolsonaro e seus filhos. Embora o público – composto majoritariamente por idosos e famílias com crianças pequenas – se defina como “patriota”, bandeiras dos Estados Unidos e de Israel eram vendidas massivamente e envolviam os corpos dos manifestantes, para além dos tradicionais estandartes nacionais.

Uma mulher no Metrô Trianon Masp com uma camisa da seleção brasileira com uma bandeira dos Estados Unidos por cima / Foto: Rafael Pessoa
Mulher vestida de verde e amarelo se cobre com a bandeira dos Estados Unidos / Foto: Rafael Pessoa
Vendedores mostrando seus bonés onde se vê um do “MAGA” e diversos bonés com aparência militar / Foto: Rafael Pessoa
Lojinha Bolsonarista vendia de bonés militares a importados / Foto: Rafael Pessoa
Uma criança em meio a manifestação que segurava e balançava sua bandeira em cima de seu pai / Foto: Rafael Pessoa
Criança observava e repetia o que dizia a multidão, na Av. Paulista / Foto: Rafael Pessoa
Manifestantes vestindo suas bandeiras e mais a frente um pai segurando sua filha / Foto: Rafael Pessoa
Mulher usa imagem de Bolsonaro no centro de uma bandeira verde e amarela; mais a frente, pai e filha participam do protesto / Foto: Rafael Pessoa
Manifestantes tentando passar para o outro lado da faixa contra o ministro Alexandre de Moraes que tem seus olhos vermelhos / Foto: Rafael Pessoa
Alexandre de Moraes aparece em bandeira como figura "demoníaca"; gritos de 'Fora Lula e Moraes' eram constantes / Foto: Rafael Pessoa
Uma manifestante que junto a família gritava e empunhava sua faixa em meio aos discursos / Foto: Rafael Pessoa
Mulher faz coro com manifestantes que pedem "Fora Moraes!" / Foto: Rafael Pessoa
Um menino em cima de seu pai que gritava com a camisa do neymar e o boné da campanha do presidente Donald Trump / Foto: Rafael Pessoa
Nos ombros do pai, criança participa da manifestação com camiseta do Neymar e boné dos Estados Unidos / Foto: Rafael Pessoa
Manifestante que tinha o rosto pintado com as bandeiras de Israel, Estados Unidos e Brasil com uma bandeira do brasil em seu ombro e “Anistia Já” escrito em seu peito / Foto: Rafael Pessoa
Com “Anistia Já” escrito em seu peito, homem com bandeiras do EUA e de Israel pintadas no rosto pedia ajuda de Trump / Foto: Rafael Pessoa
Ambulante vendendo faixas de “Anistia Já!” na frente da estação Trianon Masp / Foto: Thaís de Matos
Protesto contou com diversos vendedores ambulantes, que vendiam todos os tipos de adereços com as cores da bandeira/ Foto: Thaís de Matos
Perfil de uma senhora patriota / Foto: Thaís de Matos
Manifestantes eram criativos nos adereços, sempre caprichando no verde e amarelo / Foto: Thaís de Matos
À moda do “Make America Great Again” (MAGA), é levantado o “Make Brasil Great Again” / Foto: Thaís de Matos
“Make Brasil Great Again” parafraseia “Make America Great Again” (MAGA), lema de Trump / Foto: Thaís de Matos
Estátua não identificada pedindo Anistia / Foto: Thaís de Matos
Com fantasia de estátua não-identificada, homem virou atração. Manifestantes paravam para tirar fotos com ele / Foto: Thaís de Matos
O pai de família / Foto: Thaís de Matos
Protesto contou majoritariamente com pessoas da terceira idade e famílias com crianças pequenas / Foto: Thaís de Matos
O patriota do MAGA / Foto: Thaís de Matos
Entre os "patriotas", lema "MAGA" foi usado com frequência / Foto: Thaís de Matos
A bandeira que jamais será vermelha / Foto: Thaís de Matos
Manifestante posa para foto com a bandeira do Brasil no meio do protesto / Foto: Thaís de Matos
Mais um dos protestos de “Fora Moraes” / Foto: Thaís de Matos
No vão do Masp, multidão entoa “Fora Moraes” / Foto: Thaís de Matos
Patriota dos óculos “thug life” / Foto: Thaís de Matos
Óculos pixelados "thug life" foram associados a Bolsonaro no começo de seu mandato, em 2018, por conta de memes nas redes sociais / Foto: Thaís de Matos
Tarcísio sendo assistido enquanto discursa no palanque da Paulista / Foto: Thaís de Matos
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas foi o primeiro a discursar a favor de anistia no palanque / Foto: Thaís de Matos
De boné branco, Michelle Bolsonaro, de boné verde, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e centralizado de azul / Foto: Thaís de Matos
Após Tarcísio, o pastor Silas Malafaia foi o segundo a discursar no palanque da Av. Paulista / Foto: Thaís de Matos
Ao fundo na esquerda, Malafaia, e no centro, Michelle Bolsonaro discursando no palanque / Foto: Thaís de Matos
Ex-primeira dama Michelle Bolsonaro foi a última a discursar no palanque / Foto: Thaís de Matos
Na lateral esquerda, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e no centro para a direita, Michelle e Malafaia orando no palanque / Foto: Thaís de Matos
Na lateral esquerda, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e do centro para a direita, Michelle e Malafaia oram após discurso / Foto: Thaís de Matos

 

Brasilidade estampada em drinques autorais e petiscos cheios de identidade
por
Mohara Ogando Cherubin
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09/09/2025 - 12h

O primeiro bar da cozinheira-empresária Manuelle Ferraz, também dona do restaurante “A Baianeira”, localizado no MASP, foi aberto em abril de 2024. O “Boteco de Manu” está situado onde as ruas se cruzam na Barra Funda, mais precisamente na Rua Lavradio, 235, em meio à intensa Avenida Pacaembu. A forte identidade do bar já é percebida em seu nome. O “de” Manu faz jus ao modo de falar no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, bem perto da Bahia, local onde a chef nasceu.

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O bar funciona de quarta a sexta das 18h à 00h, aos sábados das 13h à 00h e aos domingos das 12h às 18h. O local dispõe de mesas vermelhas do lado de fora, além do balcão no salão e um quintal na parte de trás do bar. Foto: Mohara Cherubin 

 

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“Foi em um boteco que eu te conheci”. A frase foi inspirada no trecho “Foi no Risca Faca que eu te conheci”, do forró “Risca Faca”, do cantor Pepe Moreno. A expressão "risca-faca", comum no Nordeste, traz a ideia de um ambiente divertido, com música alta, rodeado de liberdade e alegria. Foto: Mohara Cherubin
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A cozinha do boteco oferece uma variedade de pratos, como fritos, caldos e sanduíches. Entre as criações do cardápio, destacam-se a carne de sol com mandioca, o sanduíche de linguiça com queijo e a coxinha de camarão. Já as bebidas favoritas do local são o goró de mainha e o mel de cupuaçu, drink com vodka, infusão de cupuaçu e melado de cana. Foto: Mohara Cherubin 
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Com um globo espelhado e quadros decorando as paredes, o salão relembra a definição de “risca-faca”. Foto: Mohara Cherubin.
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A parede ao lado esquerdo do salão é decorada com a série “Meninas do Rio”, da artista Ana Stewart, que retrata mulheres de comunidades do subúrbio do Rio de Janeiro com um intervalo de 10 anos, revelando a partir de um ensaio íntimo as mudanças nos lares e nas vidas dessas mulheres. Foto: Mohara Cherubin
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Ainda no lado esquerdo do balcão, o cliente tem acesso aos banheiros e ao quintal do boteco, que fica na parte de trás do local. Foto: Mohara Cherubin
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Se não conseguir lugar nas mesas espalhadas no espaço externo do boteco, o cliente pode se servir no balcão do salão ou no quintal. Foto: Mohara Cherubin
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Aos domingos o boteco apresenta o famoso “tecladinho”. O cantor John Batista agita o bar com muita sofrência e bregas antigos, do jeito que o público gosta. Também aos domingo é servida a feijoada de domingo. Foto: Mohara Cherubin
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O balcão fica em frente ao bar e à entrada da cozinha. Garrafas com as frases “A beleza de ser um eterno aprendiz” e “Viva lá vinho” também decoram o espaço. No balcão, o cliente pode comer, beber e curtir o ambiente do boteco. Foto: Mohara Cherubin
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Carne de sol com mandioca, um dos pratos mais pedidos do Boteco de Manu, acompanha muito sabor, pimenta da casa e manteiga derretida se o cliente desejar. Foto: Mohara Cherubin
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Goró de mainha, o favorito do Boteco de Manu, é uma bebida vinda diretamente da Baianeira a base de gengibre, abacaxi, rapadura, limão e segredos da chef Manu. A frase “doses de amor” estampa o rótulo do goró. Foto: Mohara Cherubin
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O Boteco de Manu conquista os clientes com seu ambiente vibrante e energia única. Visite a esquina mais bonita da Barra Funda e aproveite. Foto: Mohara Cherubin

 

Como um autodidata ousado desafiou a lógica e transformou a cidade de pedra
por
Catharina Morais
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06/12/2024 - 12h

A Rua Maranhão, em Higienópolis, é como um refúgio dentro de São Paulo, cheia de histórias para contar em cada esquina. Com suas árvores sombrias e prédios de tirar o fôlego, como o icônico Vila Penteado da FAU-USP, a rua já foi endereço de gente famosa, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É  só chegar na esquina com a Rua Sabará que tudo muda: o Edifício Cinderela simplesmente rouba a cena.

 

Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais
Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais

 

De longe, ele parece uma obra única, e é. Em uma São Paulo historicamente cinzenta e funcional, o Cinderela é uma explosão de cores, criatividade e formas. Não é um simples prédio construído para abrigar pessoas - só a beleza de sua arquitetura que chama atenção; há algo mais ali - características visionárias que antecipavam o futuro da vida urbana. Era um sonho do "American way of life", ajustado à realidade brasileira.

Mas quem ousaria conceber um prédio tão peculiar? Conhecido como o "arquiteto maldito", João Artacho Jurado era uma figura à margem da elite arquitetônica. Nascido em 1907, no bairro do Brás, filho de imigrantes espanhois, ele começou a carreira como letrista, desenhando cartazes e estandes para feiras industriais. Apesar de nunca ter cursado arquitetura, Jurado demonstrava um talento inato para transformar ideias em construções. 

 

Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais
Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais

 

Na São Paulo das décadas de 1940 e 1950, dominada pelo rigor do modernismo — com suas linhas retas, geometrias simples e desprezo por adornos —, Artacho parecia um transgressor. Seus prédios eram uma celebração do que se recusava a ser discreto. Inspirados pelo glamour de Hollywood e pela opulência europeia, eles misturavam o clássico e o kitsch, sem medo de causar estranhamento.

 

Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais
Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais

 

Edifícios como o Bretagne, o Viadutos, o Louvre, o Planalto e, claro, o Cinderela se tornaram símbolos dessa visão. Vibrantes, ornamentados e quase teatrais, eles destoavam do rigor técnico da arquitetura predominante. Não à toa, sua obra era amada pelo público, mas odiada por muitos arquitetos da época.  

A controvérsia em torno de Artacho ia além do estilo. Por ser autodidata, ele não tinha licença para assinar seus projetos, dependendo de engenheiros formados para legitimar suas obras. Esse fato era visto como uma afronta pela elite acadêmica, que o apelidou de "arquiteto maldito".  

 

Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais
Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais

 

Além disso, seus prédios eram frequentemente criticados como "bregas" e "excessivos". Contudo, essas críticas pouco afetaram Artacho, que usava sua visão como combustível para inovar. Ele fazia de suas inaugurações verdadeiros espetáculos, com bandas, celebridades e políticos. Eram eventos tão grandiosos quanto os edifícios que celebravam.  

Artacho não só projetava prédios; ele os desenhava por completo, dos cobogós aos gradis, dos lustres à tipografia das fachadas. Cada detalhe era pensado para oferecer uma experiência que ia além da funcionalidade. Ele também foi pioneiro em incluir áreas comuns de lazer, como piscinas e salões de festa, em uma época em que essas comodidades eram raras.  Seu público-alvo, a classe média emergente, via nos edifícios de Artacho um sonho acessível. Eram mais que lares; eram convites para uma vida moderna e comunitária.  

 

Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais
Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais

 

Apesar das críticas em vida, o trabalho de Artacho foi reavaliado nas décadas seguintes, sendo hoje considerado um marco do modernismo tropical. Seus edifícios, antes tidos como aberrações, tornaram-se símbolos de uma São Paulo mais vibrante e humanizada.  

O Edifício Cinderela, com sua paleta de cores e seu charme cinematográfico, continua a ser um lembrete do que Artacho buscava: romper padrões, acolher o inesperado e dar à cidade algo que ela não sabia que precisava. 

Mais do que o “arquiteto maldito”, Artacho Jurado foi um visionário que se recusou a ser limitado pela lógica ou pelas convenções. Sua obra é um testemunho da coragem de colorir o cinza e de transformar o banal em extraordinário.

 

Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais
Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais

 

Importante área de preservação e pesquisa ambiental é também um lugar a se visitar e descobrir em São Paulo
por
Pedro Bairon
João Pedro Stracieri
Vítor Nhoatto
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28/11/2024 - 12h

Localizado na zona sul da capital paulista, entre os portões 6 e 7 do Parque Ibirapuera, eis um berço da vida. Criado formalmente em 1928 após a transferência do bairro Água Branca para onde está até hoje, o Viveiro Manequinho Lopes é um dos três administrados pela cidade e o maior deles. São ali produzidas milhares de espécies para a cidade e também a todos os interessados em arborizar suas propriedades. 

Seu nome faz alusão ao diretor da então recém-criada Divisão de Matas, Parques e Jardins, Manoel Lopes de Oliveira Filho, conhecido como Manequinho Lopes. A homenagem foi dada após ele plantar eucaliptos na região até então pantanosa e aos seus esforços contínuos para manter o viveiro de pé após o pedido de remoção em 1933 para a construção do parque. 

A reivindicação da prefeitura na época não foi para frente também pela necessidade cada vez maior de produção de mudas para a cidade, e foi Manequinho um dos responsáveis por essa mudança de perspectiva. Após a sua morte em 1938 o viveiro municipal enfim recebeu o seu nome atual, e segue hoje sendo de extrema importância para a cidade e meio ambiente, apesar de pouco conhecido e divulgado.

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Com uma área de 4,8 hectares e uma imensidão de plantas o Viveiro Manequinho Lopes pertence ao Parque do Ibirapuera, e seu acesso pode ser feito direto do parque pelo portão 7, ou pelo portão 6 - Foto: Vítor Nhoatto
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Adentrando no complexo com certeza muitas espécies serão familiares, afinal, o local é responsável por fornecer as mudas que são plantadas pela cidade como esta, conhecida popularmente como Coração Magoado - Foto: Vítor Nhoatto
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São ao todo 10 estufas (casas de vegetação), 97 estufins (canteiros suspensos), 3 telados como o da foto (estruturas cobertas com tela de sombreamento) e 39 quadras (mudas envasadas) - Foto: Vítor Nhoatto
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O Viveiro ainda é um laboratório da flora, onde são feitas pesquisas para o aprimoramento e desenvolvimento de novas variações de plantas como na estufa 5 na imagem - Foto: Vítor Nhoatto
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Cada lote de plantas possui a sua identificação científica, quantidade, data de cultivo e um técnico responsável, que rega e anota diariamente a temperatura máxima e mínima atingida em cada estufa - Foto: Vítor Nhoatto
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A instituição também é um importante centro de preservação de espécies nativas, pela reprodução e manutenção de exemplares como este no meio do Viveiro - Foto: João Pedro Stracieri
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Para além de todas as descobertas sobre a flora, muitos pássaros frequentam o viveiro, tal qual esse Sabiá Laranjeira, a ave símbolo do Brasil - Foto: João Pedro Stracieri
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Espécies que requerem mais cuidados como as orquídeas, exóticas como as suculentas e variações menos comuns como esta da foto também são produzidas no Viveiro - Foto: Vítor Nhoatto
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Tal qual um parque, o Viveiro possui áreas de convivência, bebedouros e lixeiras para os seus visitantes, sempre com entrada gratuita, apenas pets nao sao permitidos devido ao cuidado exigido com as mudas - Foto: Vítor Nhoatto
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São disponibilizados ao longo do caminho mapas, avisos sobre os cuidados exigidos e placas informativas sobre a função e funcionamento das estruturas - Foto: Vítor Nhoatto
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Apesar de ficarem na maior parte do tempo fechadas para visitação, pelo menos duas vezes ao dia os técnicos abrem para rega e checagem, possibilitando a apreciação dos visitantes sortudos - Foto: Vítor Nhoatto
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E para os que quiserem é possível agendar visitas guiadas pelo número do Viveiro entre às 7h e 16h de segunda a sexta e até mesmo adquirir mudas mediante solicitação no portal 156 da prefeitura - Foto: Vítor Nhoatto

 

Situado no histórico bairro de Higienópolis, o lugar é testemunho vivo da evolução da cidade
por
Leticia Alcântara
Sophia Razel
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28/11/2024 - 12h

Localizado no coração do bairro de Higienópolis, o Parque Buenos Aires é um refúgio no meio da rotina agitada de São Paulo. Construído em 1913, com a finalidade de ser um espaço de lazer para elite paulistana, o local foi inspirado nos parques europeus. O terreno, que inicialmente foi projetado para ser um loteamento residencial de casas de alto padrão, hoje é símbolo de tranquilidade e calmaria para os moradores da região.  

Antigo mirante do parque
Mirante da Praça Buenos Ayres, com a vista do Vale do Pacaembu - Reprodução / Acervo /  Estadão Conteúdo / Laboratório Buenos Ayres 

 

Pessoas passeando no parque
Família caminhando em pequena trilha do Parque Buenos Aires - Foto: Letícia Alcântara
Pessoas a anos atrás tirando fotos no parque
1919, pessoas diante da obra Anfritite e Tritão. Foto: Reprodução / Facebook/ São Paulo Antiga
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara

Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo em 1992, o Parque Buenos Aires foi projetado pelo arquiteto paisagista francês Bouvard. Com o passar do tempo, o local foi se transformando e modernizando. Atualmente o parque possui cerca de 22 mil metros quadrados, repletos de muita vegetação e áreas de lazer, com espaço para pets e parquinho para as crianças. 

Área para animais de estimação
Cercado para cães próximo a entrada do Parque, localizado na Av. Angélica - Foto: Letícia Alcântara
Área para crianças
Crianças brincando no playground, cercado pela vegetação do Parque Buenos Aires - Foto: Sophia Razel
Crianças brincando na fonte no passado
Vista da Praça Buenos Aires, no bairro de Higienópolis em 1958 - Reprodução / Folhapress / Gazeta SP 

O local também dialoga com a arte e possui algumas esculturas emblemáticas, como “O Tango”, de Roberto Vivas, em bronze e granito, 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, esculpida num só bloco de mármore, além de uma cópia em bronze da escultura “Emigrantes”, de Lasar Segall. 

Monumento do parque
Escultura, em bronze, “Emigrantes”, de Lasar Segall - Foto: Sophia Razel  

Mesmo com as inegáveis raízes alicerçadas em um contexto de elitização, a importância cultural e histórica do local é inegável. Sua existência é um símbolo da memória urbana que deve ser preservada, entretanto, tendo em vista a necessidade da democratização do espaço, que permanece cheio de memórias e significado ao longo das décadas. 

Estatua do parque
Estátua 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, localizada no Parque Buenos Aires, simboliza proteção e acolhimento, homenageando a maternidade - Foto: Letícia Alcântara

Com sua localização privilegiada e ambiente sereno, o Parque Buenos Aires é um dos grandes patrimônios verdes da cidade, oferecendo aos paulistanos uma verdadeira pausa no cotidiano urbano.

 

O mercado de flores da Av. Dr. Arnaldo na região central da cidade de SP.
por
Julia Barbosa
Maria Clara Magalhães
|
25/06/2024 - 12h

Ensaio fotográfico na Av. Dr Arnaldo registra “Flores: das bancas ao cemitério”. Flores trazem vida e no cemitério servem de homenagem, como um gesto de quem fica, para quem está ou para quem foi. Confira!

 

Thrash Metal: o estilo rebelde e o desejo de desafiar as normas estabelecidas
por
Beatriz Alencar
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25/06/2024 - 12h

A cultura underground é aquela que se opõe a cultura pop e as demais disseminadas pela grande mídia. Esse estilo influenciou e foi influenciado pelos movimentos góticos, new wave, rap e heavy metal. Incluindo todos esses, temos o Thrash Metal, caracterizado pelas notas brutas e rápidas.

Neste foto documentário, você poderá acompanhar ensaios de bandas de Thrash metal e Metal Punk.

Desde a primeira menção do ato em lei, até os dias atuais, poucas mudanças aconteceram. A luta pela legalização do aborto permeia pelas ruas.
por
Gabriela Jacometto
|
25/06/2024 - 12h
Em cozinha de família libanesa, o ensaio fotográfico investiga o longo e afetivo processo que mantém tradições e identidades vivas
por
Fernanda Pradella Travaglini
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24/06/2024 - 12h

Amassa. Amassa outro tanto, joga mais farinha, verifica a olho. Assim nasce um capeletti – libanês. A sopa "shishbarak" é típica do país e foi trazida ao Brasil por imigrantes, no século XX. Feita de coalhada de leite e capeletti recheado com carne e hortelã, seu sabor é uma mistura entre o remanescente azedo do iogurte, do frescor do hortelã e sal da carne. Apesar da combinação exótica aos paladares mais tropicais, preparar a Shishbarak é um convite a observar o tempo da transformação dos ingredientes em um alimento carregado de identidade. 

Descubra um pouca da arquitetura e história de um dos bairros mais antigos de São Paulo.
por
ANA CATARINA GROKE
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24/06/2024 - 12h

Higienópolis, um bairro tradicional de São Paulo, nasceu no final do século 19 como um loteamento de luxo para a elite paulistana. Antes disso, suas terras já eram reconhecidas desde o século 16, inicialmente ocupadas pelos jesuítas e posteriormente pela aristocracia que construiu suas chácaras no século 18.

Com o crescimento da cidade impulsionado pelo êxodo rural e o Ciclo do Café, empresários alemães como Bouchard e Nothmann desenvolveram o Boulevard Bouchard em 1893, dividindo o bairro em Higienópolis 1 e 2 com lotes espaçosos. Ruas importantes como a Avenida Angélica, a Rua Maria Antônia e a Rua Dona Veridiana foram nomeadas em homenagem a figuras da aristocracia local.

O bairro destacou-se desde o início pela modernidade de sua infraestrutura, incluindo saneamento avançado que mitigava os riscos de epidemias e alagamentos. Atraindo a elite do café, empresários e profissionais liberais, Higienópolis testemunhou a migração devido à epidemia de febre amarela em Campinas, consolidando-se como um refúgio seguro e sofisticado. Palacetes deram lugar a edifícios residenciais, mas Higienópolis manteve seu charme e sofisticação, preservando sua história em cada esquina. Hoje, a mescla de arquitetura histórica e moderna continua a atrair residentes e visitantes, testemunhando o contínuo dinamismo e evolução deste icônico bairro paulistano.

O bairro já passou por muitos nomes, o nome atual passou por uma mudança de grafia. - Foto: Ana Catarina Groke
O bairro já passou por muitos nomes, o nome atual passou por uma mudança de grafia. - Foto: Ana Catarina Groke
Fotografia tirada um século atrás do principal cruzamento do bairro, localizado entre as avenidas Angélica e Higienópolis. - Foto: desconhecido.
Fotografia tirada um século atrás do principal cruzamento do bairro, localizado entre as avenidas Angélica e Higienópolis. - Foto: desconhecido.
O mesmo cruzamento da foto acima atualmente, mostrando a conservação da casa de esquina.- Foto: Ana Catarina Groke.
O mesmo cruzamento da foto acima atualmente, mostrando a conservação da casa de esquina.- Foto: Ana Catarina Groke.
Casarão localizado na rua Itacolomi, construído em 1923.- Foto: desconhecido.
Casarão localizado na rua Itacolomi, construído em 1923.- Foto: desconhecido.
Casarão na Rua Itacolomi atualmente passa por uma renovação com a promessa de virar um ponto comercial. - Foto: Ana Catarina Groke.
Casarão na Rua Itacolomi atualmente passa por uma renovação com a promessa de virar um ponto comercial. - Foto: Ana Catarina Groke.
Crianças brincando na fonte do Parque Buenos Aires, um dos principais locais do bairro em seu começo. - Foto: desconhecido.
Crianças brincando na fonte do Parque Buenos Aires, um dos principais locais do bairro em seu começo. - Foto: desconhecido 
Após alguns anos fechada, a fonte passou por 4 reformas e hoje funciona normalmente. - Foto: Ana Catarina Groke.
Após alguns anos fechada, a fonte passou por 4 reformas e hoje funciona normalmente. - Foto: Ana Catarina Groke.
O prédio que hoje abriga a Consagração das Irmãs de Santa Zita, localizado na av. Higienópolis, já teve várias funções. O edifício já foi sede da Pontificia Universidade Católica de São Paulo. - Foto: Ana Catarina Groke
O prédio que hoje abriga a Consagração das Irmãs de Santa Zita, localizado na av. Higienópolis, já teve várias funções. O edifício já foi sede da Pontificia Universidade Católica de São Paulo. - Foto: Ana Catarina Groke