A Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, recebeu a Marcha Pelo Clima no último domingo (22), que pautou temas como as atuais queimadas que assolaram o país, o marco temporal e a reforma agrária. Os grupos que se colocavam em defesa dos povos indígenas, que vem enfrentando ataques de grileiros e latifundiários, cobraram posicionamentos do Governo Federal diante às políticas ambientais tomadas até então, no segundo ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Iniciado em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo) a manifestação seguiu até a praça do Monumento às Bandeiras. Já ao final do ato, após a realização de rezas indígenas e uma pequena dispersão, a Guarda Civil Metropolitana, que estava presente em grande número, agiu sobre os manifestantes com o uso do gás de pimenta. A situação foi registrada em vídeo pelo documentarista Felipe Beltrane:

Nas últimas semanas, a cidade de São Paulo foi campeã no ranking de cidades com pior qualidade de ar do mundo. As queimadas que se alastram pelo país desde o final de agosto produziram uma grande quantidade de fumaça tóxica, que se espalhou pelo país. Na metrópole paulista, o sol nascia e se punha em cor de sangue.
Apesar do superficial avanço das políticas públicas para combater as queimadas e o desmatamento, ainda é pouco diante o Congresso dividido e um país marcado pelo agronegócio. De acordo com os dados do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e do Observatório do Clima, reunidos no relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, houve uma queda de 20% no desmatamento no primeiro ano do governo de Lula. Porém, o cenário é mais crítico: o Brasil enfrenta um segundo ano de seca extrema, somado ao que os especialistas chamam de “floresta inflamável” (resultado do acúmulo dos restos de matéria orgânica do desmatamento de anos, servindo como fonte de ignição aos incêndios), o que intensifica as queimadas mesmo numa situação minimamente positiva em relação ao desmatamento.
A justiça climática é fator determinante para a sobrevivência da população: os desastres climáticos causados pela intensificação do aquecimento global afetam diferentemente parcelas da população, devido às desigualdades sociais, raciais, de gênero, geográficas e econômicas. Os contrastes em relação à disponibilidade de recursos são decisivos para o povo lidar com esses eventos, é necessário ampliar esse acesso com equidade.

Lideranças do movimento em defesa dos povos e territórios indígenas, como Thiago Karai Djekupe (que também é brigadista), estiveram na condução do ato, reafirmando a intrínseca relação entre esses dois elementos: "Nós, povo Guarani, nunca fomos povo de guerra, nunca matamos vocês, nós sempre procuramos defender nosso território, nós plantamos, nós cuidamos das árvores (...) enquanto nós defendemos a vida, o Congresso Nacional defende um projeto de lei pra nos matar, chamado ‘O Marco da Morte’.” disse em declaração durante a manifestação.

As palavras “reforma agrária” e o enfoque ao assassinato de indígenas ecoaram entre os grandes prédios da Avenida Paulista. O Marco Temporal, projeto encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), propõe que os povos indígenas só tenham direito a posse das terras que ocupavam até o dia da proclamação da Constituição Federal de 1988, mais de 400 anos após a invasão dos portugueses.
O fortalecimento do IBAMA (Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Preservação e da Biodiversidade) estavam entre as principais demandas da manifestação. Diante um cenário polarizado no legislativo federal, as instituições ligadas à proteção da fauna e da flora perdem poder no encaminhamento de políticas públicas.
Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de Guarulhos, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O segundo mandato de Gustavo Henric Costa, conhecido como Guti (PSD), à frente da Prefeitura de Guarulhos, a maior cidade não capital do Brasil e uma das principais da Região Metropolitana de São Paulo, chega ao fim em 2024. De acordo com o Instituto Real Time Big Data divulgado em 20 de agosto, o atual mandatário mantém uma aprovação de 57% da população guarulhense. Apesar da sua aprovação, o candidato apoiado pelo atual gestor, Jorge Wilson, não lidera a pesquisa, que inclui seis concorrentes disputando o cargo.
Elói Pietá, Solidariedade, Coligação Experiência e Futuro para Guarulhos (MDB / União Brasil / Solidariedade)

Nascido em Gaurama, Rio Grande do Sul, Pietá acumula mais de quatro décadas de experiência na política, principalmente pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi um dos fundadores. Ele se desvinculou da legenda em 2024, criticando duramente o diretório do partido em Guarulhos. Aos 80 anos, é advogado e professor e disputa seu terceiro mandato, já tendo sido prefeito entre 2001 e 2008. Seu programa de governo começa com uma crítica contundente às decisões tomadas pela atual gestão municipal, como o fechamento da empresa de zeladoria urbana PROGUARU e o processo de concessão da SAAE. Na área da saúde, promete a contratação de novos profissionais e a ampliação do horário de funcionamento das UBS. Na educação, pretende aumentar o número de creches e construir novos CEUs, além de novas escolas — sem especificar números exatos. No transporte, promete ampliar o tempo de uso do bilhete único. O plano apresentado é vago, sem precisão quanto à quantidade de obras e aos bairros que receberão o investimento, além de não fornecer informações sobre o investimento necessário.
A escolhida para compor a chapa de Pietá é a empresária de 47 anos, Fran Corrêa, do MDB, que em 2020 disputou o comando do município, obtendo pouco mais de 60.000 votos. Corrêa, que também é presidente do MDB em Guarulhos, foi recentemente cobrada pela prefeitura da cidade por uma dívida de 60 milhões em IPTU atrasado.
Jorge Wilson "Xerife do Consumidor", Republicanos, Coligação Guarulhos, Bora Resolver! (PP / Republicanos / PODE / Federação PSDB/Cidadania / Mobiliza / PRTB / PSD)

Empatado tecnicamente com Pietá, Jorge Wilson Gonçalves de Mattos, conhecido como 'Xerife do Consumidor', é o candidato apoiado pelo atual prefeito de Guarulhos, além de Tarcísio de Freitas e Jair Messias Bolsonaro. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela FIG-Unimesp e em Jornalismo pela UnG - Universidade de Guarulhos, fez carreira atuando em prol da defesa do consumidor, ganhando popularidade com o quadro “Xerife do Consumidor” no programa Balanço Geral, exibido pela Record TV. Atualmente, está em seu terceiro mandato como deputado estadual e exerce a função de Líder do Governo na Assembleia Legislativa. Em 2024, o projeto de lei de sua autoria, que propunha a mudança do nome da atual Estação CECAP para CECAP - Mamonas Assassinas, foi negado por Tarcísio de Freitas. O concorrente pela chapa do "Xerife" para o cargo de vice era o candidato Professor Jesus (Podemos), que, no último mês, teve sua candidatura rejeitada devido a um processo por improbidade administrativa relacionado à criação de cargos quando era presidente da Câmara Municipal. Edna Sarlo (PRTB), conhecida como Edna da Saúde e que disputa sua primeira eleição, é a nova candidata a vice da chapa.
O candidato promete a construção de novas unidades escolares e novos CEUs, a criação do Centro de Esportes Olímpicos e Paralímpicos, da "Secretaria da Mulher e Família" e o "Observatório Municipal de Segurança Pública", que analisará dados de criminalidade e violência, com a promessa de auxílio na formulação de políticas públicas e redução da criminalidade.
Relacionado a transporte, o plano de governo do candidato inclui a implantação da "Catraca Livre" aos sábados e a criação de um aplicativo que permitirá aos usuários acessar informações em tempo real sobre o sistema público de transporte.
Lucas Sanches, Partido Liberal, Coligação A Mudança Começa Agora (PL / PMB / DC / NOVO)

O engenheiro civil de 28 anos é apoiado por Waldemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), o que marca uma divisão no partido na cidade. Com 20% das intenções de voto, seu primeiro mandato como vereador de Guarulhos tem sido marcado por algumas polêmicas, incluindo acusações de seu ex-chefe de gabinete, Caíque Marcatti, sobre um esquema de rachadinha e a condução de um esquema de desinformação eleitoral que supostamente disparava informações falsas visando prejudicar seus adversários. O candidato, por meio de suas redes sociais, também informou que sofreu duas ameaças de morte durante uma caminhada no bairro do Pimentas, em Guarulhos. Em sabatina realizada pelo UOL/FOLHA, Sanches afirmou: "Não enxergo que tenho um adversário na direita, sendo o Xerife do Consumidor uma criação do PT. A única direita que existe em Guarulhos é a do PL". O vereador Thiago Surfista (NOVO), que também estava concorrendo à prefeitura, agora concorre como vice na chapa de Sanches.
O plano de Sanches na área da saúde inclui a reforma de todas as UBS do município. Além disso, apresenta a proposta "Remédio em Casa" para pacientes que fazem uso contínuo de medicação. Na educação, o plano prevê a abertura de escolas aos finais de semana, além da implementação de Escolas Cívico-Militares. Em segurança pública, propõe a instalação de câmeras de segurança com reconhecimento facial, o mapeamento preventivo para coibir os "pancadões" e o aumento do efetivo da Guarda Municipal.
Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura do Rio de Janeiro, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na capital do Rio de Janeiro, os cariocas se preparam para a nova eleição municipal no dia 6 de outubro deste ano. Confira os principais planos de governo dos candidatos para a melhoria da capital e os partidos a qual são filiados.
Eduardo Paes - PSD

Atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo da Costa Paes é bacharel em Direito pela PUC-Rio. Atuou como subprefeito da Zona Oeste do Rio em 1993 a 1996, no mandato do ex-prefeito Cesar Maia. Logo após, foi eleito vereador em 1998 e, em seguida, deputado federal, cargo que ocupou até 2006. Filiado ao MDB, elegeu-se prefeito da capital entre 2009 e 2016, voltando ao cargo em 2020 pelo Democratas. Em Maio de 2021, transferiu-se para o Partido Social Democrático, onde promove sua campanha de reeleição.
Apesar de sua reeleição, o candidato não convocou seu atual vice para a sua chapa, o novo nome divulgado é o de Eduardo Cavaliere, ex-secretário do Meio Ambiente do ano de 2021 a 2023 e atual secretário da Casa Civil desde 2023.
Suas propostas miram as áreas da saúde, educação, transporte público e moradia. Na criação de novos Super Centros Cariocas de Saúde, 13 mil novas vagas em creches e pré-escolas, expansão do Programa Oficina Cultural Carioca, implantação de faixa azul para motos na cidade e construção de habitações para reassentamento de populações ribeirinhas que estão em áreas sujeitas a inundações.
Alexandre Ramagem - PL

Alexandre Ramagem é delegado e deputado federal pelo PL, bacharel em Direito pela PUC-Rio e foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em agosto anunciou sua vice, a ex-nadadora e deputada estadual desde 2022 pelo Partido Liberal, Índia Armelau. Foi a primeira indígena a assumir um cargo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
As propostas do candidato são focadas nas áreas de segurança e tecnologia; com a criação do Programa Forças do Rio para combater a criminalidade, propôs o uso de câmeras inteligentes e uma gestão fiscal rigorosa para a eliminação de desvios. Para a tecnologia, o deputado promove um Hub Carioca de Tecnologia e Inovação Social para desenvolver o empreendedorismo social em espaços vulneráveis.
Tarcísio Motta - PSOL

Professor e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Tarcísio Motta de Carvalho é deputado federal pelo PSOL. Em 2016 foi vereador na capital, sendo o segundo mais votado, e o mais votado em 2020 quando reeleito.
Sua vice é Renata Souza, também filiada ao PSOL, foi candidata à prefeitura do Rio de Janeiro em 2020, a primeira mulher negra a administrar a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e foi chefe do gabinete da ex-vereadora Marielle Franco.
Tarcísio apresenta projetos voltados ao combate à fome, transportes e educação. O candidato tem o plano de erradicar a fome com o plano “Rio Zero”, a construção de 25 mil casas na região do Porto, criar uma infraestrutura contra enchentes tornando o Rio a primeira “cidade-esponja” da América Latina. Na educação pretende acabar com as filas das creches até 2028 e implementar Escola Integral Inclusiva com o plano “Escola de Portas Abertas”. No transporte, o “Sextou Carioca” garante, transportes públicos, bicicletas e vans gratuitas nos fins de semana e a entrada gratuita em eventos culturais.
Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de Belo Horizonte, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na cidade do Mineirão, Belo Horizonte, os moradores se preparam para as eleições municipais que irão ocorrer dia 6 de outubro deste ano. Os 10 candidatos para prefeito são variados e 2 disputam o segundo lugar nas pesquisas, conheça suas propostas e partidos.
Mauro Tramonte - Republicanos

Bacharel em Direito, jornalista e apresentador há 16 anos do programa Balanço Geral da Record TV Minas, o candidato iniciou sua carreira política quando concorreu para vereador em Poços de Caldas pelo PMDB no ano de 2004.
Filiado ao Republicanos, Mauro Tramonte foi o segundo deputado estadual mais votado no Brasil e o mais votado de Minas Gerais no ano de 2018 pelo PRB. Tem como vice Luísa Barreto, ex-secretária de Planejamento e gestão de Minas Gerais do governo de Romeu Zema e ex-candidata à prefeita da cidade de Belo Horizonte pelo PSDB em 2020.
Em sua campanha reforça as áreas da saúde, transporte e educação. Com o plano “Zap da Saúde”, as consultas e exames serão confirmadas pelo aplicativo Whatsapp para evitar consultas perdidas. Para a redução de filas e a falta de médicos, o “Corujão da Saúde” e a parceria com faculdades de medicina estão nos seus projetos. Na educação, as vagas de creches para crianças de 0 a 3 anos vão ser ampliadas e terá o fortalecimento do “Programa Saúde nas Escolas”. Em suas propostas para transporte, temos a “Gestão Inteligente do Trânsito” e a implantação de Wi-fi gratuito nos ônibus.
Fuad Noman - PSD

Atual prefeito da cidade de Belo Horizonte, Fuad assumiu o cargo após a renúncia de Alexandre Kalil em março de 2022. Ex-secretário Executivo da Casa Civil da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso e foi Secretário Municipal de Fazenda de Belo Horizonte no primeiro mandato de Kalil, antes de se tornar vice em 2020.
Em julho, anunciou o vereador Álvaro Damião do União Brasil, o político é apresentador da TV Alterosa e radialista na Rádio Itatiaia e responsável pelo o Instituto Bacana Demais, uma instituição voltada para atender crianças, jovens e idosos. Em 2017 teve seu primeiro mandato como vereador e em 2020 foi reeleito.
Em suas propostas Fuad cita a entrega de 12 escolas novas até 2025, a criação de 1.800 vagas para horário integral para crianças, a implantação de um sistema eletrônico de prontuário médico dos pacientes, a criação do Parque Ciliar do Córrego da Onça para o aumento da cobertura vegetal da cidade e a continuação do programa “Estamos Juntos”.
Bruno Engler - PL

Bruno Engler está em seu segundo mandato como deputado estadual pelo Partido Liberal, ao qual é filiado desde 2022, e é coordenador do Movimento Direita Minas. Com uma política conservadora, o candidato tem o apoio do deputado federal Nikolas Ferreira, do mesmo partido.
Em sua chapa tem como vice a Coronel Cláudia Romualdo, que foi anunciada em agosto durante uma convenção do Partido Liberal na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Em suas propostas tem como previsão a criação de salas sensoriais para escolas que tenham alunos portadores de Transtorno do Espectro Autista (TEA), a criação de um aplicativo voltado para a área da saúde que possa informar a situação das filas, marcação de consultas e exames em tempo real, além da ampliação da guarda municipal em postos de saúde, escolas e hospitais pela cidade.
Duda Salabert - PDT

Formada em Letras pela PUC-Minas e Gestão Pública na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), foi a primeira pessoa transgênero a se candidatar para o cargo de Senadora da República em 2018. É a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte em 2020 e junto a Erika Hilton foram as primeiras deputadas transgêneros do Brasil.
Duda está na disputa acirrada para o segundo lugar nas pesquisas. A candidata não possui vice em seu primeiro turno, houve negociações com o político Rogério Correia (PT) mas não chegaram a um consenso, Rogério também está na disputa para prefeito de Belo Horizonte.
Seu programa de governo destaca as áreas de educação, saúde e meio ambiente: garantir que os salários dos professores de Belo Horizonte seja o maior entre as capitais, despoluir o Lago da Pampulha para torná-lo navegável, universalizar a água e saneamento básico para toda a cidade. Além disso, seu plano também traz propostas de criar um programa de apoio à saúde dos Guardas Municipais, implantação de VLTs e a revisão dos salários dos servidores de saúde.
À medida que se aproxima o dia das eleições nos Estados Unidos, a atenção se volta para um grupo de eleitores que promete desempenhar um papel crucial no resultado das urnas: a geração Z.
Nascidos entre 1996 e 2010, esses jovens representam cerca de 40 milhões de eleitores potenciais — quase um quinto do total. Em 2024, a influência da geração Z promete ser tão marcante quanto em 2020, quando o comparecimento deles às urnas bateu recordes históricos.
Segundo o Centro de Informação e Pesquisa sobre Aprendizagem e Engajamento Cívico da Universidade de Nova York, a participação dos jovens de 18 a 29 anos na eleição presidencial de 2020 alcançou 50%, um salto impressionante de 11 pontos em relação a 2016. Essa é uma das maiores taxas de participação jovem desde que o voto foi reduzido para 18 anos.
No entanto, este fenômeno não é apenas uma curiosidade eleitoral, reflete mudanças significativas nas prioridades e preocupações dos jovens. Enquanto as questões econômicas dominam a agenda dos eleitores republicanos, temas como direitos ao aborto e políticas de imigração são centrais para os democratas. A diferença nas preocupações e no engajamento entre esses grupos mostra como a geração Z pode influenciar decisivamente a direção política do país.
Uma pesquisa recente do instituto Gallup, que trabalha com pesquisa de opinião do país, revelou uma reviravolta interessante na inclinação política dos jovens americanos. Historicamente, os democratas contaram com o apoio majoritário dos eleitores de 18 a 29 anos, mas em 2023, essa vantagem parece estar diminuindo. O apoio caiu para 47%, o menor índice já registrado.
Em contraponto, o apoio aos republicanos nessa faixa etária cresceu de forma expressiva, subindo sete pontos percentuais desde 2017. Atualmente, 48% dos jovens declaram preferência pelo Partido Republicano, um aumento de 13 pontos em oito anos, impulsionado principalmente pelos homens jovens.
Essas mudanças se refletem nas prioridades eleitorais dos jovens. Conforme aponta uma pesquisa do Wall Street Journal, enquanto a economia é a principal preocupação para ambos os gêneros, as mulheres jovens estão especialmente focadas na questão do direito ao aborto, revogado em nível nacional pela Suprema Corte em 2022. Em contraste, os eleitores homens dessa faixa etária demonstram maior apoio a políticas migratórias mais rigorosas, como as propostas por Trump.
A Geração Z desempenha um papel crucial, especialmente nos estados-pêndulos. Na Geórgia, onde 22% da população é composta por jovens, cerca de três quartos dos eleitores registrados pertencem a essa faixa etária. Na Pensilvânia, um estado com grande peso eleitoral, os jovens têm mostrado um engajamento acima da média nas últimas três eleições, consolidando-se como um grupo decisivo na disputa pelo Colégio Eleitoral.
Por trás dessas mudanças no cenário político dos jovens americanos, há uma série de realidades que estão moldando suas perspectivas. No ambiente das universidades dos EUA, por exemplo, as mulheres dominam, ocupando 60% das vagas, segundo o Education Data Initiative. Além disso, o Pew Research Center aponta que, na década de 1970, 98% dos homens com diploma de ensino médio estavam empregados, enquanto menos de 50% das mulheres nessa mesma situação tinham um emprego. Hoje, o quadro mudou completamente, com a taxa de empregabilidade masculina caindo para 87%, enquanto a das mulheres subiu para 69%.
Essa diminuição na participação dos jovens homens no mercado de trabalho não é um fenômeno recente, e suas raízes vão além das questões frequentemente associadas, como políticas de imigração e iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Entre os fatores que contribuem para essa queda estão a falta de atratividade das vagas para aqueles sem diploma universitário, altos índices de encarceramento e a crise dos opióides, que afeta desproporcionalmente os homens.
Então, a realidade do país tem gerado um ressentimento crescente entre jovens homens brancos, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades para acessar tal educação superior. É justamente esse descontentamento que tem sido explorado pela extrema direita, em grande parte sob a liderança de Donald Trump e seu grupo dentro do Partido Republicano. A frustração e a sensação de marginalização desses jovens estão se refletindo em um apoio crescente a ideias e figuras que prometem desafiar o status quo.
Redes sociais e engajamento político jovem
As redes sociais têm se consolidado como uma ferramenta poderosa na formação da opinião política, especialmente entre a Geração Z, cuja interação com essas plataformas é quase constante. Essas redes não apenas permitem que os jovens se conectem e compartilhem informações, mas também oferecem uma plataforma para a criação e disseminação de movimentos e campanhas políticas.
A capacidade de viralizar mensagens e mobilizar rapidamente grandes grupos de pessoas tem transformado o cenário político, permitindo que questões emergentes e reivindicações específicas ganhem atenção nacional em questão de horas.
Além disso, algoritmos das redes sociais tendem a personalizar o conteúdo com base nos interesses e interações dos usuários, o que pode amplificar tanto informações corretas quanto desinformação. Isso cria um ambiente onde debates políticos podem ser influenciados por uma combinação de evidências e emoções, tornando a participação política mais dinâmica e, ao mesmo tempo, polarizada. Essa influência pode ser determinante para o resultado das eleições.
Desde o início de suas campanhas, tanto Donald Trump quanto Kamala Harris têm explorado as redes sociais de maneira estratégica para atrair a Geração Z, cuja influência política tem crescido significativamente. A campanha de Kamala Harris investiu em uma abordagem de comunicação visual e interativa, utilizando memes e emojis, como o coco e o coqueiro, para criar uma conexão mais pessoal e envolvente com os eleitores jovens.
Esses elementos visuais ajudam a viralizar a mensagem e a promover discussões nas redes sociais, facilitando o engajamento e também permite que a mensagem da candidata seja compartilhada de maneira orgânica entre os usuários das redes sociais.
Donald Trump não tem um emoji específico associado a ele. No entanto, o emoji mais comumente usado para representar Trump nas redes sociais é o do rosto com a boca aberta ou o rosto de um homem careca, devido à sua aparência característica.
Conhecido por sua presença forte e provocativa no X, adaptou sua estratégia ao criar conteúdos virais e retóricas polêmicas que, apesar de controversas, têm sido eficazes em mobilizar e energizar sua base de apoio, incluindo os jovens que buscam uma abordagem direta e desafiadora.