A ascensão das plataformas digitais como palco central da nova política e o desafio da polarização
por
Isabelle Maieru
Jalile Elias
Marcela Rocha
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27/11/2025 - 12h

 

A imagem conceitual representa a polarização política. FONTE: Shutterstock / Imagem Conceitual

O cenário político contemporâneo foi drasticamente redefinido pela ascensão das redes sociais. O que antes era um mero canal de comunicação secundário transformou-se no principal palco de debate, engajamento e, por vezes, de acirrada polarização. Líderes e figuras públicas, de todas as ideologias, utilizam plataformas como X (antigo Twitter), Instagram, Facebook e TikTok não apenas para disseminar informações, mas para construir narrativas, interagir diretamente com eleitores e moldar a opinião pública.

A Onipresença Digital: Vantagens e Riscos

A presença massiva de políticos nas redes oferece uma série de vantagens:

  • Acesso Direto: Permite uma comunicação sem intermediários com o eleitorado, humanizando a figura pública e criando um senso de proximidade.

  • Mobilização: Ferramenta poderosa para organizar movimentos, manifestações e campanhas de forma rápida e eficiente.

  • Quebra de Monopólio: Diminui a dependência da mídia tradicional, permitindo que políticos e partidos estabeleçam suas próprias agendas.

No entanto, essa "democratização" da comunicação não está isenta de riscos e desafios:

  • Polarização e Bolhas: Os algoritmos das redes tendem a criar "bolhas" de informação, reforçando crenças existentes e expondo os usuários a conteúdo que confirma seus vieses, o que contribui para a polarização.

  • Desinformação (Fake News): A velocidade de propagação e a falta de filtros rigorosos tornam as redes um terreno fértil para a disseminação de notícias falsas, boatos e manipulação de informações, com sérias consequências para o debate público e a democracia.

  • Discurso de Ódio: A anonimidade e a falta de moderação eficaz em algumas plataformas facilitam a proliferação de discursos de ódio, ataques pessoais e campanhas difamatórias.

Foto de uma tela de celular com vários ícones de redes sociais misturados. Fonte: Depositphotos / Mídia Social e Política

Estratégias Digitais em Constante Evolução

A "nova política" é inerentemente digital. Políticos e suas equipes investem pesadamente em estratégias de marketing digital, análise de dados e criação de conteúdo. O uso de memes, vídeos curtos e transmissões ao vivo (lives) são táticas comuns para viralizar mensagens e engajar diferentes faixas etárias.

Observa-se também a profissionalização das equipes digitais, com especialistas em análise de sentimentos, SEO (Search Engine Optimization) e gestão de crises online. A capacidade de responder rapidamente a eventos e narrativas em tempo real tornou-se um diferencial competitivo crucial.

O Futuro da Política e das Redes

O fenômeno dos políticos nas redes sociais é irreversível. O desafio para as democracias é encontrar mecanismos para regular e fiscalizar o ambiente digital sem cercear a liberdade de expressão, garantindo que as plataformas sirvam como ferramentas de fortalecimento do debate público e não de sua deterioração. A busca por um equilíbrio entre a liberdade, a responsabilidade e a moderação de conteúdo continuará a ser um dos temas centrais dos próximos anos, moldando não apenas a política, mas a própria sociedade.

 

Unanimidade da 1ª Turma confirma preventiva e abre caminho para execução imediata da pena de 27 anos
por
Isabelle Maieru
Jalile Elias
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. A decisão, referendada na segunda-feira (24), confirmou o decreto do ministro Alexandre de Moraes que converteu a prisão domiciliar do ex-presidente em preventiva no último sábado (22).

A manutenção da prisão ocorre no momento em que o processo final de condenação do ex-presidente na Ação Penal (AP) 2668 se aproxima do trânsito em julgado, permitindo que o ministro relator determine o início imediato do cumprimento da pena. Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília.

 

Ministro Alexandre de Moraes discursando na bancada. Fonte: STF (Supremo Tribunal Federal)

 

Argumentos da Corte e Motivação da Prisão Preventiva

A decisão unânime dos ministros da 1ª Turma (Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin) considerou que a prisão preventiva é imprescindível para garantir a ordem pública, assegurar a aplicação da lei penal e coibir o reiterado desrespeito às medidas cautelares impostas.

Os fatores centrais que motivaram a conversão da prisão domiciliar para preventiva são:

  1. Violação da Tornozeleira Eletrônica: A Polícia Federal apontou que o equipamento de monitoramento eletrônico foi violado intencionalmente pelo ex-presidente. Moraes classificou o ato como uma violação "dolosa e consciente", após o próprio Bolsonaro admitir ter usado um ferro de solda na tornozeleira, alegando ter agido sob "surto" e efeito de medicamentos.

  2. Risco de Fuga e Obstrução: O ministro relator citou o risco concreto de fuga, intensificado pela violação do equipamento e pela convocação pública para uma "vigília" em frente à residência de Bolsonaro, feita por um familiar. A Corte avaliou que essa mobilização poderia criar tumulto e facilitar uma eventual evasão.

 

Os Argumentos da Defesa

A defesa do ex-presidente apresentou recursos e pedidos que foram, em grande parte, rejeitados ou considerados prejudicados pela decretação da prisão preventiva.

  • Prisão Domiciliar Humanitária: O principal pleito da defesa foi a prisão domiciliar humanitária, citando o quadro de saúde frágil de Bolsonaro, que inclui gastrite, esofagite e crises de soluços. No entanto, o ministro Moraes considerou este pedido prejudicado com a prisão preventiva, embora tenha determinado o atendimento médico em regime de plantão na PF.

  • Contradições na Condenação: Nos recursos apresentados contra a condenação na AP 2668, a defesa alegou que a decisão foi baseada em provas frágeis e contradições no acórdão, e que o ex-presidente não teve participação direta nos atos que levaram à denúncia.

  • Inexistência de Risco: Advogados argumentaram que a prisão preventiva não se justificava, pois a situação já estava controlada pela prisão domiciliar, e Bolsonaro não representaria um risco iminente à sociedade.

Ex-presidente Jair Bolsonaro em evento público (imagem de arquivo). Fonte: Agência Brasil / EBC

 

A Condenação na Ação Penal 2668 e Execução da Pena

Jair Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado, além de multa (124 dias-multa no valor de dois salários mínimos à época dos fatos), na Ação Penal (AP) 2668.

  • Crimes: O ex-presidente foi condenado, majoritariamente, por ser o líder da organização criminosa que articulou planos para impedir a posse do governo eleito em 2022, sendo réu pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

  • Trânsito em Julgado: O prazo para a defesa apresentar o último recurso contra a condenação encerrou-se nessa segunda-feira (24). Com isso, a Corte confirmou o trânsito em julgado para Bolsonaro.

  • Próximo Passo: O ministro Alexandre de Moraes está liberado para, a qualquer momento, determinar a expedição da guia de execução penal, documento que formaliza o início do cumprimento da pena em regime fechado. A sede da PF é apenas o local inicial da custódia, sendo o Complexo Penitenciário da Papuda, ou outra unidade compatível com sua condição de ex-presidente, o destino mais provável para o cumprimento da sentença.

Nova ferramenta deve integrar informações socioeconômicas relacionadas ao gênero
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Ativistas participam da 5ª edição da CNPM. Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres (CNPM), ocorreu em Brasília entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro. Durante o evento foi anunciada a plataforma DataMulheres, criada pelo governo federal através do Ministério das Mulheres.

Desenvolvida entre uma parceria do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero e a Dataprev (empresa vinculada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), a tecnologia deve integrar informações de gênero e auxiliar procedimentos de pesquisas, observatórios, projetos e demais iniciativas de gestores públicos e instituições nacionais.

O encontro contou com a presença de 4 mil participantes de coletivos, movimentos sociais, deputadas, ministras e outras autoridades, além do oferecimento de palestras, redes de diálogo e stands para a exposição de livros e artesanatos produzidos por mulheres de todo o Brasil.

Na plenária final do evento foram aprovados o relatório de propostas para o novo Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e 33 moções, com 98% dos votos favoráveis. O resultado quase unânime reflete a assertividade de diálogos previamente realizados nas instâncias municipais e estaduais.

Com o intuito de reconhecer a pluralidade das 100 milhões de mulheres que vivem no Brasil, o texto do relatório foi dividido em 15 temas, entre eles a questão do fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho, igualdade salarial, desigualdades econômicas e raciais, fortalecimento da participação política de mulheres, autonomia econômica e o enfrentamento à violência de gênero.

Durante o evento, a Ministra das Mulheres, Márcia Lopes, afirmou que “a luta não acaba nunca”, sendo necessário construir “não somente o Brasil, mas a América Latina, o Caribe, um mundo de paz”, para que as mulheres sejam livres e em que não haja nenhum tipo de violência contra elas.

Mudanças incluem teto para operadoras, repasse mais rápido e interoperabilidade
por
Antônio Bandeira e Fábio Pinheiro
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24/11/2025 - 12h

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou no dia 11 de novembro o decreto que moderniza as regras do vale-refeição e vale-alimentação dentro do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). As mudanças criam um teto para as taxas cobradas pelos operadores, reduzem prazos de repasse aos estabelecimentos e definem novas obrigações para empresas e bandeiras do setor.

Entenda as mudanças mais importantes:

Redução de taxa: O texto fixa limite de 3,6% para a taxa cobrada dos restaurantes e outros estabelecimentos. Atualmente, segundo o governo, esse percentual chega a 15% em alguns casos. As empresas terão 90 dias para se adequar à nova regra. O decreto também estabelece teto de 2% para a tarifa de intercâmbio e proíbe cobranças adicionais.

Interoperabilidade: Em até 360 dias, qualquer maquininha deverá aceitar cartões de todas as bandeiras. A medida, conforme o Ministério do Trabalho, amplia a concorrência e facilita o uso do benefício pelos trabalhadores e pelos estabelecimentos.

Prazo de repasse aos comerciantes: Os restaurantes e supermercados passarão a receber em até 15 dias após a transação. Antes das novas regras, o pagamento ocorria em cerca de 30 dias, podendo chegar a 60.

Legenda: Lula durante assinatura do novo regulamento do PAT - Foto/ Por: Ricardo Stuckert
Legenda: Lula durante assinatura do novo regulamento do PAT - Foto/ Por: Ricardo Stuckert

As regras incluem ainda a abertura dos chamados “arranjos fechados”. Empresas que atendem mais de 500 mil trabalhadores terão 180 dias para migrar para sistemas abertos. A mudança deve reduzir a concentração de mercado e permitir que mais credenciadoras participem do sistema.

Além disso, o decreto proíbe práticas consideradas abusivas, como deságios, descontos indiretos, bonificações e vantagens financeiras não relacionadas à alimentação.

De acordo com o governo, mais de 22 milhões de trabalhadores e cerca de 330 mil empresas cadastradas no PAT serão afetados. O valor do benefício não muda e segue exclusivo para compra de alimentos.

Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o decreto corrige distorções que vinham sendo cobradas por restaurantes, mercados e padarias. Ele afirmou que o governo discutiu o tema por dois anos com empresas e representantes do setor, mas não houve consenso para um acordo.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados, João Galassi, disse que a medida aumenta a concorrência e deve melhorar o valor final disponível para o trabalhador. Segundo Galassi, a redução da intermediação permitirá que mais pequenos estabelecimentos aceitem os vales.

O decreto cria ainda um comitê gestor para acompanhar a implementação das novas regras, fiscalizar práticas abusivas e definir parâmetros técnicos para o funcionamento do sistema.

Congresso irá analisar nesta quinta-feira (27), os 63 vetos feitos pelo presidente Lula
por
CRISTIAN FRANCISCO BUONO COSTA
Antônio Bandeira de Melo Carvalho Valle
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24/11/2025 - 12h

A votação dos vetos ao novo marco do licenciamento ambiental virou um dos temas centrais da agenda do Congresso para novembro. Deputados e senadores se reúnem no dia 27 para decidir se mantêm ou derrubam os 63 trechos barrados pelo presidente Lula na lei sancionada em agosto. O resultado importa porque define até onde o país flexibiliza ou reforça o controle sobre atividades que causam impacto ambiental.

O licenciamento sempre foi o principal instrumento de fiscalização ambiental no Brasil. Ele estabelece quais estudos cada empreendimento precisa apresentar; quais riscos devem ser controlados e quais condicionantes precisam ser cumpridas. O processo costuma ser longo e heterogêneo entre estados, e por isso o Congresso discute há anos uma lei geral que dê mais previsibilidade.

A proposta aprovada em maio deste ano avançou justamente nessa direção: criou regras nacionais, previu modalidades mais simples — como a licença única (LAU) e a licença por adesão e compromisso (LAC) — e dispensou determinadas atividades do processo formal de licenciamento.

Os vetos do governo miraram pontos considerados sensíveis. O Planalto argumenta que alguns trechos ampliavam exageradamente as dispensas, reduziam a fiscalização e fragilizavam compromissos ambientais assumidos pelo país. A justificativa foi a mesma em outras áreas: garantir proteção ambiental sem abandonar a segurança jurídica para o setor produtivo. Entre os vetos estão dispositivos que tratavam da dispensa de licenciamento para obras de manutenção em estradas, linhas de transmissão e linhas férreas, e regras mais amplas para empreendimentos agropecuários.

Parlamentares contrários aos vetos dizem que as restrições prejudicam obras estruturantes e atrasam investimentos. Para eles, trechos barrados pelo Executivo traziam justamente o alívio burocrático que falta para modernizar o setor. O debate ganhou ainda mais força porque a lei entra em vigor em fevereiro de 2026 e o Congresso quer definir o texto final antes disso. Também pesa o cenário político: o tema aparece na agenda de eventos internacionais de clima, e o governo tenta apresentar avanços em governança ambiental.

A votação deve mostrar qual será o equilíbrio escolhido pelo Legislativo para os próximos anos. Manter os vetos significa reforçar o papel fiscalizador do licenciamento, enquanto derrubá-los abre espaço para uma lei mais permissiva, com processos mais rápidos e menos pontos de controle. Para estados, municípios, empreendedores e órgãos ambientais, o resultado define como novos projetos, como o de hidrelétricas, estradas, etc, serão avaliados a partir de 2026.

Após ser acusado de "traidor" no planalto por aliados do presidente, Tarcísio tenta acabar com rumores sobre seu distanciamento do seu cabo eleitoral
por
Malu Araújo
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18/08/2022 - 12h

Nesta quinta-feira (18), o candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lançou sua campanha oficialmente ao lado do presidente Jair Bolsonaro(PL), o evento aconteceu na alvorada, em São José dos Campos.

O escolhido por Bolsonaro para disputar o governo paulista tem sido alvo de críticas após tentativas de afastamento da imagem do presidente, chegando a ser chamado de “traidor” por pessoas próximas a Bolsonaro.

Dentro do cenário que vem se desenhando na disputa eleitoral entre os candidatos ao governo de São Paulo, o uso ou distanciamento dos cabos eleitorais tem sido uma das estratégias adotadas para angariar votos na campanha. 

O candidato Fernando Haddad (PT), por exemplo, não desperdiça a chance de se associar à figura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) em seu plano de governo. Diferentemente do petista, Tarcísio não cita Bolsonaro em seu plano, pelo contrário, o republicano chega até a tecer críticas à corrupção nos últimos anos dentro do país. 

O fato do ex-ministro da Infraestrutura ter sido indicado por Bolsonaro para servir de palanque eleitoral em São Paulo- estado com maior fatia do eleitorado brasileiro- mudou de tom após  a saída do candidato Márcio França (PSB) em julho deste ano, visto que Tarcísio passou a crescer nas pesquisas eleitorais. Segundo a última pesquisa do IPEC, Tarcísio está  agora com 12% das intenções de votos, disputando o 2° lugar, atrás de Haddad. 

Apesar de Tarcísio iniciar seu discurso no debate entre os governados, ocorrido no domingo passado (7), à moda de seu padrinho político- agradecendo em primeiro lugar a Deus- o candidato vem adotando um posicionamento mais moderado em suas falas, deixando de lado pautas radicais dominadas pela ala bolsonarista, como o aborto e o porte civil de armas. 

O republicano nega que esse afastamento esteja ocorrendo. Em um encontro no dia (9), o candidato afirmou que não está escondendo o presidente em sua campanha, que dirá para quem quiser ouvir “sou o candidato de Bolsonaro em São Paulo”  e que será “leal a ele até o fim”.

 

Oficialmente registrados, os candidatos têm o prazo de 46 dias para realizarem suas campanhas até o 1° turno.
por
Melissa Mariano Joanini
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18/08/2022 - 12h

Nesta terça-feira (16), deu-se o início da corrida eleitoral de 2022, intitulada como uma das maiores e mais importantes eleições desde a redemocratização do país. 

Neste ano, em meio a uma propaganda extraoficial para que os jovens tirassem o título de eleitor, o Brasil contará com 156.454.011 eleitores que poderão comparecer às urnas. De acordo com o TSE, o Cadastro Nacional dos Eleitores registrou que 52,65% (82.373.164) do colegiado são mulheres, enquanto 47,33% (74.044.065) são homens. Além disso, também foi levantada a localização dos eleitores: 42,64% encontram-se na região sudeste, 27,11% estão no Nordeste, o sul do país soma 14,42%, a região norte 8,03% e fechando, centro-oeste com 7,38% 

As candidaturas, encerradas segunda-feira (15) às 8h, contabilizam 12 candidatos à presidência, sendo 3 deles por coligações políticas. No âmbito estadual, 11 disputam o Governo do Estado de São Paulo. 

 

DISPUTA GOVERNO DE SÃO PAULO

Antônio Jorge - Democracia Cristã (DC) 

Altino Júnior - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) Carol Vigliar - partido Unidade Popular (UP) 

Edson Dorta - (PCO) 

Elvis Cezar - Partido Democrático Trabalhista (PDT) 

Fernando Haddad – Partido dos Trabalhadores (PT) 

Gabriel Colombo - Partido Comunista Brasileiro (PCB) 

Rodrigo Garcia – (PSDB) 

Tarcísio de Freitas (Republicanos) 

Vinicius Poit (Novo) 

 

DISPUTA PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Ciro Gomes - Partido Democrático Trabalhista (PDT) 

Felipe D’Avila – Partido Novo 

Jair Bolsonaro - ‘Pelo Bem do Brasil’, formada pelos partidos PP, Republicanos e PL 

José Maria Eymael - Democracia Cristã (DC) 

Léo Péricles - partido Unidade Popular (UP) 

Luiz Inácio Lula da Silva - coligação ‘Brasil da Esperança’, formada pela federação Brasil da Esperança – Fé Brasil (PT/PC do B/PV), Solidariedade, Federação PSOL REDE (PSOL/REDE), PSB, AGIR e AVANTE 

Pablo Marçal - Partido Republicano da Ordem Social 

Roberto Jefferson - Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) 

Simone Tebet - coligação Brasil para Todos, integrada pelo MDB, pela federação PSDB Cidadania (PSDB/CIDADANIA) e PODE 

Sofia Manzano - Partido Comunista Brasileiro (PCB) 

Soraya Thronicke - partido União Brasil 

Vera Lúcia Salgado - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) 

 

A partir de agora, os candidatos podem se valer de inúmeras estratégias em suas propagandas eleitorais, como pedir votos, realizar comícios, fazer carreatas, distribuição de bens relacionados à candidatura (panfletos, santinhos) e anúncios na TV e no rádio, diariamente até às 22h. Na internet, as publicações e mensagens em massa só podem ser enviadas para aqueles que realizaram um cadastro voluntário. O uso do telemarketing, outdoors, a realização de ‘showmícios’ e entrega de brindes são proibidos. 

São 46 dias, dentro do calendário eleitoral, que os presidenciáveis têm para divulgar suas propostas de governo e ganharem apoio entre a população, no espaço de tempo relativamente curto – o menor desde 1994. 

Para o 1º turno, a realização das campanhas está prevista entre os dias 16 de agosto e 1º de outubro, sendo elas gratuitas de 26 de agosto até 29 de setembro nas rádios e na TV e tendo o dia 30 de setembro como o último dia na imprensa escrita. Já no 2º turno, os anúncios políticos ocorrerão entre os dias 3 de outubro e 29 de outubro, gratuitas do dia 07 até o dia 28 de setembro. É proibido divulgar qualquer tipo de propaganda de partidos ou de candidatos no dia da eleição. 

Uma pesquisa do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria, ex-Ibope), financiada pelo Grupo Globo, entrevistou 1.200 pessoas em 59 municípios paulistas entre os dias 12 e 14 de agosto. Os dados publicados no início da semana (15) estão registrados no site do TSE sob o número SP-04035/2022. A margem de erro é de 3% para mais ou para menos, com 95% de confiança. 

 

PESQUISA ELEITORAL IPEC: CANDIDATOS AO CARGO DE GOVERNADOR DE SÃO PAULO

Fernando Haddad (PT): 29% 

Tarcísio de Freitas (Republicanos): 12% 

Rodrigo Garcia (PSDB): 9% 

Altino Júnior (PSTU): 2% 

Carol Vigliar (Unidade Popular): 2% 

Elvis Cezar (PDT): 2% 

Gabriel Colombo (PCB): 2% 

Vinicius Poit (Novo): 2% 

Edson Dorta (PCO): 1% 

Brancos e nulos: 23% 

Não souberam: 16% 

 

PESQUISA ELEITORAL IPEC: CANDIDATOS AO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Brasil 

Lula (PT): 44%

Jair Bolsonaro (PL): 32% 

Ciro Gomes (PDT): 6%

Simone Tebet (MDB): 2% 

Vera Lúcia (PSTU): 1%

Outros: 0%

Branco e nulo: 8%

Não sabe: 7%

 

SP

Lula (PT): 43%

Jair Bolsonaro (PL): 31%

Ciro Gomes (PDT):

Simone Tebet (MDB): 3%

Vera Lúcia (PSTU): 1%

Outros: 3%

Branco/nulo: 9%

Não sabe: 4%

Com 33 páginas a menos que o documento que detalhava o planejamento no caso de uma vitória em 2018, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, apresentou, na última semana, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
por
Ana Carolina Coelho
Artur dos Santos
Fernanda Querne
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18/08/2022 - 12h

O plano de governo é um artifício do qual o candidato a algum cargo público esquadrinha suas táticas e estratégias de mandato ao qual os eleitores têm acesso. Em todos os anos de eleição, os candidatos publicam seus planos e, neles, os compromissos assumidos com a população que governarão. O de Jair Messias Bolsonaro (Partido Liberal), candidato à reeleição no Planalto, foi lançado nesta semana.

Em seu primeiro capítulo, estão apresentados os valores de mais relevância ao atual presidente em forma de subtítulo. Dentre eles: a Liberdade e a Vida, Dignidade para os menos favorecidos, Solidariedade social e voluntariado e Equilíbrio socioeconômico regional.

A introdução do livro é reservada à discussão de como 2019 (ano no qual Bolsonaro assumiu a presidência) foi um ano no qual um "novo caminho de gestão” foi apresentado e que, na visão da campanha, pavimentou um “caminho para a prosperidade da nação”. Apresenta o governo de Bolsonaro como um “modelo que produz e distribui riqueza” - apelidado de Ciclo da Prosperidade - enquanto classifica o anterior ao dele de “modelo que quase acabou com o Brasil”.

Além disso, o Plano de Governo do atual presidente e candidato à reeleição, defende as privatizações de empresas estatais, tais como a Eletrobrás, pois, assim, o Estado focará nas suas principais prioridades. Também defende a Liberdade de Expressão e de Imprensa - subtítulo no qual é afirmado que “órgãos de imprensa têm liberdade para investigar, divulgar e opinar sobre os fatos de interesse próprio e da sociedade”, e passível de questionamento já que no ano passado Bolsonaro foi responsável por 147 das 430 agressões sofridas por jornalistas no Brasil.

Também são defendidas, em alguns momentos, as narrativas de que um “cidadão pleno não deve ser dependente do Estado”, que 2019 significou um marco na retomada do crescimento econômico do país e que o Auxílio Brasil - R$ 600 a partir de 2023 - (embora a legislação eleitoral proíba a criação de benefícios em ano de eleição) foi realizado mesmo com uma “conjuntura mundial incerta”.

 

Leia o plano de governo de Bolsonaro, caso seja reeleito | VEJA

 

O terceiro capítulo, intitulado “Plano de Governo”,  revela a aposta desse na geração de oportunidades de emprego e defende a retirada do peso do Estado dos ombros da população.

Para o governo Bolsonaro, a família é a célula base da sociedade e à qual todos os esforços “econômicos, humanos ou organizacionais” devem ter como foco.

Sobre o setor de educação, que sofreu constantes desmobilização, desestruturações e cortes pelas mãos do governo nos últimos anos, o plano de governo de Bolsonaro também o considera “essencial” e defende que “o país precisa ser um produtor de conhecimento de ponta”.
 
Em relação ao emprego, o Plano mantém a narrativa eleitoral sobre o drástico cenário econômico gerado pela pandemia da COVID-19. Consequentemente, o aumento do desemprego ultrapassou 15 milhões no começo de 2021. O candidato do Partido Liberal defende a reforma trabalhista aprovada pelo governo do Michel Temer.  

Sobre liberdade e armas de fogo, o conceito de igualdade - ideologia da esquerda - fica em segundo plano perante o de livre arbítrio da direita. Economicamente, destaca a não interferência estatal. O Plano prefere seguir as leis do mercado para a sua estabilidade. 

A liberdade religiosa consta no documento governamental, entretanto a xenofobia prevalece no discurso eleitoral. A saudação dos valores cristãos reflete na posse das armas, pois a autodefesa e proteção familiar constam na Bíblia.  - o registro de armas cresceu 474% - Porém, há limitações no texto sagrado. Logo, existe uma incongruência sobre uma liberdade ilimitada no discurso do Jair Bolsonaro.  

Para o setor de segurança pública, o Plano de Governo destaca a mesma proposta de 2018 - combate ao crime organizado e a defesa nacional. Esta estratégia política atinge o eleitorado mais conservador perante o conceito “bandido bom é bandido morto”.  

Esse é o tema mais recorrente do seu documento governamental registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)  - segurança. Sugere investir em mais tecnologias como drones ou até mesmo inteligência artificial a fim do aumento na eficiência das operações policiais. 

Em relação ao Meio Ambiente, as questões sobre sustentabilidade e conservação e recursos naturais ganharam destaque no Plano de Governo. Porém, o mandato de Bolsonaro destacou uma flexibilização com  garimpo ilegal e o marco temporal nas tribos indígenas. 

Sobre Educação e Cultura, o documento prevê uma maior inserção tecnológica nas escolas. Porém, a pandemia refletiu a grande desigualdade digital em relação aos estudantes da educação a distância (EAD).  Mesmo o Plano enfatizando um orçamento maior à cultura, o candidato do PL vetou as leis: Paulo Gustavo e Aldir Blanc. 

QUAIS AS DIFERENÇAS DOS PLANOS DE GOVERNO DE BOLSONARO EM 2018 E AGORA

Na última eleição, Jair Bolsonaro estava filiado ao Partido Social Liberal (PSL), do qual saiu em novembro do primeiro de seu governo. Posteriormente, a sigla virou União Brasil - uma coligação entre DEM e PSL. Em 2021, o atual presidente utilizou sua influência para migrar para o Partido Liberal (PL) e levar quase toda base aliada ao governo.

Em 2018, o plano de governo de Jair Bolsonaro tinha 81 páginas e foi intitulado  de “O caminho da prosperidade”. Neste ano, o documento entregue ao TSE contém 48 páginas e tem como nome “Pelo bem do Brasil”. 

O plano de governo apresentado em 2018 tinha pautas conservadoras e foi baseado no enfrentamento das corrupção. Além disso, o documento faz diversas críticas aos governos anteriores, principalmente os chefiados pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

CRÍTICAS AO PT

A introdução do antigo plano dizia: “Antes do governo Bolsonaro, o modelo de gestão implantado no Brasil favoreceu a proliferação da pobreza, ao mesmo tempo que impediu a implementação de um desenvolvimento econômico seguro, próspero e sustentável a  longo prazo”. 

USO DA LIBERDADE 

Outra característica repetida agora é o entrecho da liberdade, com a sugestão de que existe um perigo iminente que supostamente arrisca a liberdade comum e a individual dos brasileiros. 

LIBERAÇÃO DE ARMAS

As armas de fogo também ganharam destaque em ambos os planos. No entregue há 4 anos, Bolsonaro defendia que “uma arma de fogo não mata sem uma pessoa”. 

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E CRIMINALIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DE TERRAS

O programa trazia a defesa da redução da maioridade penal, da legítima defesa (intensificação do armamento), do excludente de ilicitude e, da tipificação de invasão de terras 

 

Acesse o documento com o plano de governo na intriga:

https://static.poder360.com.br/2022/08/plano-de-governo-bolsonaro-definitivo.pdf

 
 

O pedetista foi entrevistado no programa Roda Viva e discutiu com jornalistas
por
Murari Vitorino
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18/08/2022 - 12h
Ciro Gomes em meio da entrevista ao Roda Viva

 

Na última segunda-feira (15), o programa Roda Viva que é exibido pela TV Cultura, recebeu como convidado o candidato à presidência Ciro Gomes. Durante o programa, foram expostas algumas propostas estabelecidas pelo  candidato, tendo ênfase em medidas econômicas que visam a melhora da crise vigente no Brasil.

O candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), manteve suas duras críticas a Lula, candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores - “se eu não conseguir salvar o país e o Lula se eleger [...] no dia seguinte vai ser o maior estelionato eleitoral da história do planeta terra.”, mas durante a entrevista criticou o complexo de acreditar em uma figura salvadora do país.

Durante a entrevista, foi citada a “Renda Básica Universal”, projeto que visa a distribuição de renda e a taxação de grandes fortunas. No entanto, quando questionado sobre como aprovar essas medidas junto ao congresso, o candidato tentou se esquivar dando respostas hostis e curtas, que resultaram em uma pequena discussão com um dos entrevistadores 

Um  dos entrevistadores, Flávio Costa, correspondente do UOL, questionou  como Ciro faria para dialogar com o “centrão”, para que as suas propostas econômicas fossem aprovadas. Em tom de irritação, o candidato retrucou o jornalista, insinuando que Flávio não estava o escutando e, acrescentou: “ao invés de eu [Ciro Gomes] negociar com Arthur Lira, toma lá dá cá, roubo [...] vou negociar com os governadores, que receberão um prêmio extraordinário: tirar a faca do pescoço”.

Durante sua fala sobre a negociação com o centrão, Ciro expõe que em seu governo, caso seja eleito, fará acordos diretamente com os governadores, assim, não será necessário realizar concessões para que seus projetos não sejam barrados pelos integrantes do centrão. Concluindo sua fala, Ciro comentou que possui muita confiança em seu Plano de Governo e, que acredita, que irá conquistar muitos eleitores.

Em seguida, foi perguntado sobre a medida que, de acordo com sua promessa, irá desmantelar o orçamento secreto de 19 bilhões de reais assim que assumisse, antes que o projeto entre em vigor. Mantendo a hostilidade em suas respostas, Ciro insinuou que o fato de questionarem como ele faria para acabar com o orçamento secreto, seria porque os jornalistas eram a favor do projeto.

O candidato do PDT se mostrou mais calmo, quando as perguntas eram de acordo com seus interesses, mas quando questionado sobre questões que considerava mais complicadas, Ciro adotava uma postura de confronto. Ao que tudo indica, uma de suas maiores fragilidades, seria seu relacionamento com os outros políticos, ainda mais por conta de fazer parte de um dos únicos partidos que não possui coligações políticas.

Ciro vem adotando um discurso crítico contra seus adversários, desde o início de sua campanha para concorrer a vaga ao Palácio do Planalto. E, apesar de alegar ser contra a ideia de um “salvador”, é possível encontrar em suas falas referência a um sentimento de“tudo ou nada”, insinuando que caso não ganhe, o país está perdido.

A discussão entre Ciro e o jornalista Flávio Costa repercutiu nas maiores páginas de notícias do país no dia seguinte. 

Essas situações podem desgastar ainda mais a imagem do pedetista, que aparece em terceiro lugar na recente pesquisa eleitoral do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), entre os candidatos ao cargo de presidente do Brasil.

Agora é oficial: o processo eleitoral começou. Lula e Bolsonaro mostraram suas armas.
por
Henrique Alexandre
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17/08/2022 - 12h

O pontapé inicial das eleições brasileiras começou oficialmente. Embora os últimos meses tenham sido de movimentações políticas intensas com os principais candidatos disputando pela melhor visibilidade junto ao eleitorado, somente a partir de hoje, segundo o TSE, estão liberadas as propagandas eleitorais e os pedidos de votos.

Para marcar o início das eleições, os líderes em intenção de votos para a presidência da República foram à lugares representativos de suas trajetórias políticas.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu uma fábrica de automóveis, em São Bernardo do Campo para iniciar seu 3° mandato como presidente. O local escolhido pelo petista é um berço do sindicalismo operário e deu visibilidade ao ex-presidente durante a ditadura militar. Lula optou por estar junto ao chão de fábrica. Resta saber se o "chão de fábrica" estará com o PT nessa eleições, o que não ocorreu em 2018.

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Luis Inácio Lula da Silva tenta seu terceiro mandato como presidente de república - Foto: Carla Carniel/Reuters



Jair Bolsonaro (PL) também escolheu um lugar representativo para sua trajetória politica. O atual presidente foi até Juiz de Fora, em Minas Gerais, local do atentado à faca que sofreu em 2018, para lançar a sua candidatura. Bolsonaro afirmou que a cidade representa o seu renascimento e que por isso o escolheu. O atual presidente discursou para os seus apoiadores, mantendo a narrativa conservadora, cristã e da luta do "bem contra o mal"

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Segundo lugar nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro tenta se manter no poder - Foto: MAURO PIMENTEL/AFP via Getty Images


Serão contadas novas histórias até o 1° turno das eleições de 2022. Os dois nomes da política brasileira neste momento já estavam se provocando e se atacando antes do pontapé inicial. Com o sinal verde, a tendência é o aumento da temperatura.

Digo apenas Lula e Bolsonaro, pois, com o passar do tempo, fica cada vez mais claro que a terceira via não decolou e não vai se quer fazer cócegas aos atuais candidatos.

Agora, resta saber quais serão os novos enredos para a trajetória política do candidato petista e do atual presidente. De qualquer forma, o país vai registrar a sua maior eleição desde a redemocratização. Muita coisa estará em jogo.