Entenda como funciona a manipulação da extrema-direita que reacende sinal de alerta para 2026
por
Oliver de Souza Santiago
Rafael Pessoa
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15/04/2025 - 12h

O cenário político brasileiro tem apresentado um rumo preocupante nestes últimos anos. O aumento dos lobbies de outsiders como Elon Musk e Luciano Hang, somados com a polarização e diversas linhas ideológicas dos partidos nas redes sociais, tem alertado o Legislativo, Judiciário e o Executivo. O discurso de mudanças e urgências, baseado em instigar emoções como ódio, medo e esperança, tem fortalecido o crescimento de políticas extremistas.

No dia 6 de março, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros políticos de sua base, como Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP), Eduardo Bolsonaro (PL/SP) e entre outros,  reuniram-se em Copacabana,  para manifestar o apoio à anistia para os crimes cometidos no atentado do dia 8 de janeiro de 2023. O evento teve a participação de 18,3 mil apoiadores, e apesar da derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, a presença do poder de controle e manipulação do bolsonarismo se mantém presente. Afirmações sobre uma suposta manipulação do pleito eleitoral de 2022 e apoio à anistia para Bolsonaro, que está sendo investigado por envolvimento na trama golpista, foi um dos temas mais comentados.

A imagem acima retrata uma charge do ex-presidente Jair Bolsonaro no ato pró-Anistia, realizado em Copacabana
Charge sobre o protesto sobre o ato pró-Anistia para presos do 8 de janeiro em Copacabana. Foto/Reprodução: Rafael Pessoa (Agemt)

O que começou com o Movimento Passe Livre em 2013, para o atentado de 08 de janeiro de 2023, evidencia o uso de mecanismos de manipulação das massas na mídia ocidental. Veículos de comunicação como Jovem Pan, Brasil Paralelo e Revista Oeste, destacam-se por sua linguagem fácil para todos os públicos, alcance midiático e por propagação de fake news. Além do surgimento de figuras como o ex-presidente, Jair Bolsonaro, a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, o deputado federal, Nikolas Ferreira, o vereador Lucas Pavanato e a vereadora Zoe Martinez, com todos sendo do mesmo partido: o Partido Liberal (PL). Os parlamentares são conhecidos nas redes sociais por sua comunicação intensiva com seus apoiadores e grande parte do eleitorado brasileiro.

Da esquerda para a direita: a vereadora, Zoe Martinez, o ex-presidente, Jair Bolsonaro, a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro e o vereador, Lucas Pavanato (Foto/Reprodução: instagram @zoebmartinez, instagram @lucaspavanato)
Da esquerda para a direita: a vereadora, Zoe Martinez, o ex-presidente, Jair Bolsonaro, a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro e o vereador, Lucas Pavanato (Foto/Reprodução: instagram @zoebmartinez, instagram @lucaspavanato)

Em entrevista exclusiva para a AGEMT, o influencer político Henrique Lopes, 25 anos, mestrando em Ciências Sociais na USP, explicou quais são os métodos utilizados em maioria pela extrema-direita. “[..] Dentro do universo das redes sociais hoje, principalmente quando você trabalha com política, é praticamente impossível fugir da questão emocional. Toda influência que você tem, e faz conteúdo, para poder influenciar alguma pessoa, tratando-se aqui no Brasil, somos um povo em que a emoção é mais aflorada. Há uma necessidade muito grande de comover alguém a ter algum sentimento. A extrema-direita consegue convencer facilmente com sentimentos negativos.”

“Gerando ódio nas pessoas, deixando elas assustadas, e trabalhando narrativas que se montam em cima desses sentimentos, é fácil conseguir que aquele que está te assistindo tenha a reação que o criador de conteúdo queira passar para o consumidor.”

 

Henrique relembrou sobre o caso da suposta taxação do pix, divulgada amplamente pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e apresentou quais argumentos são mais utilizados na propagação destes conteúdos: “Não é sobre defender a família, é colocar um temor na população de caso o outro lado ganhe, ele é inimigo. você precisa ter medo dele, porque senão a sua família vai ser destruída. Que a sua família vai acabar, não ter mais dinheiro para se manter, que todos vão passar fome e o Brasil virar uma Venezuela.”

“A questão do Pix, era o medo de ser vigiado e o governo pegar as suas informações e forçar o povo a pagar mais imposto. De onde ele (Nikolas) tirou essas informações? Ele inventou. O vídeo foi convincente o suficiente para ter 300 milhões de visualizações e muita gente acreditou. Então, são pautas delicadas. As pessoas têm um certo amor por aquilo. Amam a família delas, querem ter condições de comprar o que quiserem, morar no Brasil, e ter a liberdade de expressão. E aí, se eu ataco tudo isso de que o ‘outro lado’ irá destruir tudo o que você gosta, é bem substancial!”

Henrique também respondeu sobre os principais objetivos dos outsiders brasileiros e internacionais: priorizar o lucro próprio ou apoiar a ideologia que estão investindo. Seja por interesse próprio, ou às vezes, de alguém que está financiando aquilo.

Um desses que está super em alta agora, não é brasileiro, mas é um nome forte, é o Elon Musk. Ele faz toda aquela articulação em cima das políticas que acredita, porque ele tem interesses secundários. Um dos ataques ao Brasil que o bilionário fez, por exemplo, é porque uma mina de lítio, que ele tinha interesse, foi leiloada para a China.

Gesto de Elon Musk para apoiadores de Trump durante o desfile inaugural dentro da Capitol One Arena, em Washington, DC - ANGELA WEISS / AFP
Gesto de Elon Musk para apoiadores de Trump durante o desfile inaugural dentro da Capitol One Arena, em Washington, DC - ANGELA WEISS / AFP

Henrique também citou sobre o lobby político do agro, onde o representante desta indústria recebe o dinheiro, e beneficia este mercado no Legislativo, além de manter uma relação mútua onde ambos podem “sair felizes”.

Sobre os possíveis resultados desta manipulação, Henrique ressalta: “Hoje em dia, de um jeito bem grosso, parece que a esquerda eram ‘os caras legais’. Os anti-sistemas. O discurso foi tomado pela direita e extrema-direita, que hoje domina majoritariamente a internet.”

Relatório mostra a fatalidade das intervenções beirando o cotidiano dos jovens
por
Leticia Falaschi
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11/04/2025 - 12h

Na última quinta-feira (3) foi publicada a segunda edição do relatório As câmeras corporais na Polícia Militar no estado de São Paulo: Mudanças na política e impacto nas mortes de adolescentes, realizado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O que se destacou no documento foi o aumento no número de vítimas fatais das intervenções policiais entre crianças e adolescentes: de 2022 para 2024 houve um salto de 120%. O estudo buscou explorar a origem desse salto e analisar sua relação com atual gestão do estado.  

O que mudou nos últimos dois anos, nos órgãos de segurança, foi o aumento de ataques aos programas de contenção de risco. Essas ofensivas tiveram força e apoio pois foram oriundas de representantes de altos cargos, como o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública. A primeira edição do relatório, realizada em 2022, conseguiu acompanhar os números antes e depois da implementação das câmeras corporais nos policiais militares do estado. Os resultados foram esclarecedores: comparando dados de 2017 e 2022, houve uma queda de 66,3% nas mortes na faixa etária de 10 a 19 anos por autoria da polícia militar. Na publicação, a queda foi atribuída ao Programa Olho Vivo adotado pela PMESP e pela Secretaria de Segurança Pública no segundo semestre de 2020. 

gráfico de mortes causadas por intervenção policial em São Paulo de 2001 a 2024
Fonte: Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo; Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 

As crianças e adolescentes vítimas da ação truculenta da PM, registradas no ano passado, superaram o dobro do que foi contabilizado em 2022: saindo de 35 mortes para 77, entre elas, as negras são 3,7 vezes mais atingidas em intervenções letais. Segundo o relatório, a maioria das alterações no modo operante da PM diz respeito ao controle de força e punição dos responsáveis. Apesar do número de câmeras a disposição não ter diminuído, o uso não está sendo cumprido, e a quantidade de arquivos a serem consultados estão mais escassos. Além disso, a acessibilidade desses arquivos foi burocratizada: “Um levantamento da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, baseado em 457 solicitações de ocorrências entre julho e novembro de 2024, mostrou que a PMESP não forneceu resposta para 48,3% dos casos. No caso das ocorrências respondidas, em apenas 100 casos foi possível realizar a análise.” diz um trecho do estudo. 

O afrouxamento da Corregedoria da PMESP também foi fortemente sinalizado no relatório. Isso, somado às declarações de representantes do governo questionando a efetividade das câmeras parece ter encorajado os oficiais a abandonarem o uso. A Corregedoria também teve sua autonomia reduzida: agora, para realizar o afastamento de um oficial, a decisão será submetida à solicitação do um subcomandante geral. 

O governo assinou, em setembro de 2024, um contrato com a empresa Motorola para a compra de 12 mil novas câmeras, que substituirão as atuais. Porém, esse novo modelo apresenta alterações sensíveis: além das gravações não serem ininterruptas, o seu acionamento depende da decisão do policial que a usa. As inflexões do programa Olho Vivo são protagonistas nos resultados que assombram a juventude paulista. Apesar de representar apenas 0,6% do orçamento da Secretaria de Segurança, ao longo de 2023 o programa sofreu 37% de cortes do valor inicial de investimento. 

Tabela de princiais mudanças na gestão da Polícia Militar de SP - 2024 para 2025
Fonte: Unicef

No panorama geral, o relatório é alarmante para as crianças paulistas. As reformas questionáveis que insistem em ser realizadas pelos gestores, mesmo diante a eficiência das câmeras se traduzem em letalidade para os jovens do estado. “É importante destacar que 30,1% das mortes de crianças e adolescentes nos últimos oito anos foram provocadas por policiais militares durante a folga desses agentes, o que soma mais 316 vítimas. Em 2024, 1 em cada 4 mortes de adolescentes pela PMESP foi causada pela ação de policiais militares de folga, em ocorrências que não foram classificadas como homicídio doloso.”, expõe a investigação. 

Motoboys articularam-se em cidades por todo o Brasil exigindo melhores condições de trabalho
por
Leticia Falaschi
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07/04/2025 - 12h

Na última segunda-feira (31) motociclistas articulados pela Anea (Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativo) e outras associações, realizaram uma paralisação dos serviços como forma de protesto. O objetivo era reivindicar ajustes nas taxas e na remuneração, limites de distância para entregas feitas com bicicletas, conciliação do tempo diário de operação, entre outras demandas de trabalho. Com destaque para o ato na cidade de São Paulo, os manifestantes expuseram seu descontentamento com a desvalorização da categoria, que, principalmente na pandemia, foi vital para o funcionamento da vida nas cidades. A paralisação começou em frente ao estádio do Pacaembu, durante a manhã, seguiu para a Avenida Paulista e, ao final, se concentrou em frente à sede do IFood na cidade de Osasco, na zona oeste da região metropolitana. 

Entregadores no movimento na Av. Dos Autonomistas na cidade de Osasco, São Paulo.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil 

Uma das principais exigências levantadas pelos motoboys foi o aumento da taxa das corridas, que hoje é de R$ 6,50. O que revolta muitos dos trabalhadores são os valores baixos oferecidos para um serviço de imensa demanda. Quando se trata do trabalho autônomo, a segurança e a saúde para exercer os serviços estão intrinsecamente ligados a remuneração. No Brasil, só no ano de 2024, foram 483 mortes no trânsito envolvendo motociclistas, segundo dados do DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito). A realidade de boa parte dos motoqueiros, infelizmente, é escolher entre pagar as contas ou fazer a ajustes em suas motocicletas, o que acaba precarizando os trajetos do trabalhador e colocando sua segurança em risco.  

Em 2023, o Ministério do Trabalho criou um GT (grupo de trabalho) para discutir a regulamentação do trabalho por aplicativo, mas os termos propostos foram muito desvantajosos, segundo os motociclistas. Os motoristas de aplicativo (que levam passageiros, como os serviços oferecidos pela Uber), porém, aderiram às medidas, o que, segundo os motoboys, enfraqueceu o movimento. Desde então, o órgão prometeu um relatório com uma resposta aos motociclistas da categoria, o que nunca aconteceu: a discussão segue estagnada. Os breques acontecem desde 2020, e os resultados oferecidos até então pelo IFood (empresa que controla, hoje, cerca de 80% do mercado brasileiro de delivery) foi a alteração da taxa de R$ 6,00 para R$ 6,50 em 2022, depois disso não houve mais reajustes. Apesar de necessárias para impor as reivindicações de trabalho, as paralisações são difíceis de serem realizadas pois significam um dia a menos de captação para os motoboys. 

Manifestantes em frente à sede do IFood em Osasco, São Paulo
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil 

Entre os outros pedidos, estavam o aumento de R$ 1,50 para R$ 2,50 no pagamento por quilômetro percorrido nas corridas, limite de 3 quilômetros para entregas feitas por bicicletas e o pagamento de taxas separados por número de entregas, e não pelo número de corridas.  

Quando os manifestantes se concentraram em frente à sede do IFood, exigiram que o João Sabino, diretor de Políticas Públicas da empresa, saísse do estabelecimento para negociar com os líderes do movimento publicamente. O pedido foi negado, e diante a pressão, a empresa convocou nove representantes para entrarem e discutirem as demandas, mas nenhuma delas foi atendida. Como resultado, os motociclistas se dispersaram em clima de descontentamento. A paralisação seguiu por 48h. 

Supremo Tribunal Federal julga altos oficiais e políticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro
por
Manoella Marinho
Carolina Zaterka
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05/04/2025 - 12h

Nas eleições de 2022, o cenário político brasileiro foi marcado pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio a esse contexto, a Procuradoria-Geral da República apresentou uma denúncia fundamentada em uma ampla gama de evidências, que vão desde manuscritos e arquivos digitais até planilhas e trocas de mensagens, acusando um esquema destinado a manter Bolsonaro no poder. De acordo com a acusação, tal grupo teria se empenhado em adotar medidas que minassem os pilares do Estado Democrático de Direito, configurando uma possível trama golpista.

No cerne do processo, o STF analisa a participação de um núcleo de altos oficiais militares e políticos, conhecido informalmente como “Núcleo 1’’. Entre os denunciados estão: Jair Bolsonaro, Almir Garnier Santos, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

O ex-comandante da Marinha na gestão Bolsonaro, Almir Garnier, responde a seríssimas acusações devido a uma suposta conspiração de golpe de Estado. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República e está incluído no “inquérito do golpe”, instaurado após a pressão pública das eleições de 2022. A acusação afirmou que o então comandante da Marinha vinha discutindo com outros generais da reserva a elaboração de um plano de golpe, cujo cotidiano previa a execução de um atentado contra altas autoridades. Nesse plano, nos seus próprios termos, Garnier enfrentava a missão de assassinato do presidente eleito, do vice-presidente e de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, durante programa A Voz do Brasil
Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, durante programa A Voz do Brasil/ Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil 

Em uma reunião realizada com Jair Bolsonaro, pouco após a derrota eleitoral, Garnier teria supostamente afirmado que suas tropas estavam prontas para agir, enquanto outros comandos militares haviam se recusado a aderir ao plano. Conversas interceptadas pela Polícia Federal mostram que Garnier estava disposto a mobilizar recursos militares e, assim, foi o único chefe das Forças Armadas a se opor, pela força, à posse do presidente eleito.

Em 26 de março de 2025, a Primeira Turma do STF admitiu a denúncia contra Garnier e seus corréus, tornando-o réu em um processo no qual, se condenado, cumprirá mais de 30 anos de prisão. Antes disso, sua carreira no Exército não foi marcada por escândalos especiais; no entanto, seu nome foi associado a investigações de organizações golpistas, e o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos de 8 de janeiro definiu motivos para acreditar que Garnier cometeu três crimes relacionados à intenção golpista. Outra notícia em torno do ex-comandante foi a contínua ocupação de um apartamento da Marinha após sua aposentadoria, o que levou a especulações e suspeitas sobre sua ação durante a transição.

No entanto, no mérito, a defesa de Garnier, encampada pelo advogado Demóstenes Torres, anteviu “nulidade absoluta” do processo, por ausência de justa causa, e “frágil prova” – classificando a denúncia como uma “grande mentira”. O que foi voto vencido na Corte no julgamento deste caso. Contudo, com base na manifestação do relator, ministro Alexandre de Moraes, os ministros da Suprema Corte entenderam que todos os elementos, relatos, mensagens e depoimentos autorizavam o prosseguimento, sobretudo mantendo a validade dos depoimentos da delação premiada de Mauro Cid.

Portanto, o processo vai agora para a fase de instrução, com as oitivas das testemunhas e a produção de novas provas. Nota-se, dessa forma, um julgamento de impacto político e institucional, o primeiro contra um ex-comandante militar desde a reabertura da redemocratização, por tentativa de ruptura democrática.

Posteriormente, Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro no início do mandato (2019–2022) e atualmente delator dos criminosos nas maiores acusações, atua como réu nas denúncias. Na medida em que a acusação o incluiu no “núcleo decisório” da conspiração, ele foi envolvido nas mesmas narrativas de crime organizado por armamento e atentado contra a ordem democrática, dentre outros. Em 2 de março de 2025, o STF também aceitou denúncia contra o acusado, consolidando-o como réu no processo do golpe.

Após defesa de Bolsonaro pedir a nulidade da delação, o advogado de Cid reforçou a integridade    do acordo.    Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Após defesa de Bolsonaro pedir a nulidade da delação, o advogado de Cid reforçou a integridade do acordo/ Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil 

Além da acusação de participar da tentativa de golpe, Mauro Cid está sob investigação por outros crimes graves. Uma das principais acusações diz respeito à fraude em cartões de vacinação da Covid-19. Ele foi preso pela Polícia Federal em maio de 2023 na Operação Venire, que investigava a fraude nos dados inseridos no sistema de vacinação do Ministério da Saúde. Cid está sendo acusado de liderar um grupo que falsificou os certificados de vacinação do próprio Bolsonaro, de sua filha e de outros assessores que, em seguida, foram utilizados para driblar as exigências sanitárias impostas a viajantes internacionais.

Outro crime investigado foi a comercialização de joias e presentes de alto valor roubados em feiras clandestinas de Cid, apreendidos de sua posse, que ele alega ter ganhado do ex-presidente da República, subtraídos do acervo presidencial de bens, com valor total em torno de 86 mil dólares.

Historicamente, Mauro Cid era visto como um fiel executor das ordens do ex-presidente. Ele havia ganhado a confiança do círculo bolsonarista e era chamado de “faz-tudo”. Apesar disso, assim que o governo caiu, seu nome passou a ser envolvido em uma série de esquemas controversos, que vão desde a participação em reuniões para discutir a invasão das urnas eletrônicas até os ilícitos envolvendo vacinação e patrimônio.

Em setembro de 2023, após alguns meses de investigação, ele fechou um acordo de delação premiada. Em seus depoimentos, Cid levou provas documentais e fez de sua fala um relato de base factual que traçou, procedimento a procedimento, cada passo que garantia a conexão de Bolsonaro com os crimes, incluindo a ordem para fazer cartões de vacina com mais doses do que a real e o envolvimento em tratativas para vender presentes oficiais dados ao presidente brasileiro.

Em seu primeiro dia de julgamento, Bolsonaro  acompanha julgamento no STF na primeira fila   Reprodução - TV Justiça
Em seu primeiro dia de julgamento, Bolsonaro  acompanha julgamento no STF na primeira fila./ Reprodução: TV Justiça

Seu papel como colaborador, apesar de resultar em benefícios da perspectiva do processo, foi cercado por dificuldades, exemplificadas pela referida prisão em março de 2024, após vazamento de áudios que implicavam sua coação para incriminar Bolsonaro. Enquanto isso, sua colaboração foi retida, mantendo-o uma peça vital do conjunto maior das investigações, que abrangem não apenas o golpe, mas também o falso processo de vacinação e a corrupção patrimonial.

Essa interposição peculiar, réu e testemunha ao mesmo tempo, intensifica os efeitos explosivos de suas apresentações, que quebraram o véu de segredo e jogaram luz nos detalhes das atividades ilícitas por trás do governo, além de acentuar a pressão legal abrangente sobre o ex-presidente e seus associados.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) avança nos julgamentos de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, também acusado de envolvimento no caso de golpe de Estado.

Anderson Torres responde a três crimes principais: Omissão nos atos de 8 de janeiro de 2023, posse de Minuta de Decreto para Estado de Defesa e disseminação de Conteúdo Golpista.

O advogado Eumar Roberto Novacki, defensor do réu, apresentou argumentos afirmando que não poderiam julgar Torres pelo atentado do dia 8 de janeiro pelo fato de ele não estar em território nacional no período do ocorrido. Além disso, afirmou que as provas encontradas em sua residência não comprovaram sua participação ativa no plano golpista, além de reiterar a desconsideração de mensagens que deveriam ser privadas e não necessariamente demonstrariam uma intenção criminosa.

A Procuradoria-Geral da República sustenta que a soma de elementos, aliada à postura passiva diante do golpe, à presença de um documento com teor anticonstitucional em sua casa e o incentivo a discursos antidemocráticos, revela uma justificativa de sua responsabilização penal.

Já o outro acusado, Paulo Sérgio Nogueira, também envolvido nos recentes atos, é acusado dos seguintes crimes: Participação em reuniões para planejar um golpe e pressão sobre comandantes militares.

Poder 360 Gustavo Moreno Sustentação oral do advogado de Paulo Sérgio Nogueira, Andrew Fernandes Farias (esq.), em julgamento da denúncia.
Sustentação oral do advogado de Paulo Sérgio Nogueira, Andrew Fernandes Farias (esq.), em julgamento da denúncia./ Foto: Gustavo Moreno/Poder 360

Porém, seu advogado de defesa, no momento do julgamento, afirmou que o réu teria sido um dos que se opuseram a um golpe de Estado e que apenas participou de reuniões onde se debatiam diferentes cenários políticos, baseando-se na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que citou Paulo Sérgio como um dos militares contrários à tentativa de golpe. Andréa Fernandes Farias afirmou:

A aceitação das denúncias contra Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier e Mauro Cid pelo STF representa um avanço na responsabilização de agentes que, direta ou indiretamente, contribuíram para o agravamento da crise democrática no Brasil, principalmente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O caso reflete a tensão entre setores militares e a política institucional. Enquanto parte da cúpula das Forças Armadas tentou se distanciar dos acontecimentos, há registros de que militares de diferentes patentes se envolveram nos atos antidemocráticos. O STF está avaliando cada caso e os julgados aguardam resultado.

 

 

 

 

135 anos após o fim dos reis no Brasil, articuladores trazem pauta
por
Marcelo Barbosa Prado Filho
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26/03/2025 - 12h

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Congresso Nacional colocou em pauta uma proposta inusitada: a realização de um plebiscito para substituir o atual sistema presidencialista por uma monarquia parlamentarista.

A monarquia foi abolida no Brasil em 1889, quando Dom Pedro II foi deposto por um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Sob intensa pressão política, Deodoro comandou a transição para a República, encerrando o período imperial.

Atualmente, os descendentes da antiga família real brasileira formam a chamada Casa Imperial do Brasil, que reúne os herdeiros de Dom Pedro II e tem raízes nas Casas de Bragança e Órleans. O atual chefe da Casa Imperial é o príncipe Bertrand de Órleans e Bragança.

Curiosamente, um dos entusiastas do tema dentro do Congresso é Luiz Philippe de Órleans e Bragança, tetraneto de Dom Pedro II e integrante do partido de Jair Bolsonaro, um ex-militar. A proposta, porém, não especifica quem assumiria o trono caso a monarquia fosse restaurada, nem detalha como funcionaria a estrutura desse governo.

Iniciativas semelhantes já ocorreram no Brasil. Em abril de 1993, um plebiscito decidiu entre presidencialismo, parlamentarismo e monarquia, resultando na manutenção do atual sistema presidencialista.

Apesar de estar em discussão no Senado, a proposta não partiu de parlamentares, mas sim da sociedade civil. Uma petição reuniu 29 mil assinaturas e foi encaminhada à CDH em 2024 por um cidadão identificado como "Ilgner A.", segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra de Jair Bolsonaro e atual presidente da CDH, foi a responsável por dar andamento ao tema. Segundo ela, a proposta estava paralisada até sua chegada à comissão. Em entrevista ao Estadão, Damares defendeu o debate:

"Uma iniciativa vinda da sociedade não pode ficar na gaveta. Nem que seja um 'não' bonito, tem que ser apreciado. Não é o presidente de uma comissão que decide o que deve ser discutido, é o plenário. Vamos colocar o assunto em debate. Por que não?"

Enquanto isso, pesquisas indicam que a principal preocupação dos brasileiros está voltada para temas como economia, saúde e segurança pública. Sob a óptica da professora de história da PUC-SP Yvone Dias Avelino, "não é possível a volta de uma monarquia. Os parlamentares da câmara preferem uma democracia e Damares não é um exemplo de uma política forte para conduzir essa ideia. A Europa, por exemplo, demonstra que as monarquias estão desaparecendo. No Brasil, não se ouviram os cidadãos brasileiros, não se ouviu o STF, não se ouviram os jornais, não se ouviram a câmara e o Senado. Ou seja, as instâncias políticas, jurídicas e sociais não foram consultadas. Os gastos ainda poderiam ser enormes.” Então, essa é uma pauta que eu acredito que não vai pra frente.” Segundo um levantamento da Quaest, a volta de uma monarquia poderia significar custos elevados para o país, a exemplo do Reino Unido, onde a manutenção da família real custou mais de 102 milhões de libras (aproximadamente R$ 650 milhões) aos cofres públicos apenas em 2021.

Caso a CDH aprove a proposta, ela seguirá para votação no Senado e, posteriormente, na Câmara dos Deputados. Se aprovada em ambas as casas, ainda dependerá da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


 

Conheça as propostas dos principais candidatos que disputam a prefeitura de Floripa
por
Rafael Luz Assis
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02/10/2024 - 12h

Na cobertura da disputa à prefeitura de Florianópolis, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos na capital de Santa Catarina. Como critério, foram considerados os nomes que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).   

Segundo o “Mapa da riqueza no Brasil”, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2020, Florianópolis era a capital brasileira com maior renda per capita, com valor médio de R$ 4.215,00 por habitante, o que não reflete em consumo para a população mais pobre, devido a concentração de renda segundo pesquisa de alta inflacionária do IPEA em 2024. A cidade tem o maior número de bilionários do Brasil.  

Essa aparente contradição é um dos temas que mais aparecem na corrida à prefeitura. Nove candidatos de diversas frentes ideológicas discutem esse e outros temas relevantes para a população local. Nenhuma mulher disputa o pleito. A matéria vai apresentar um pouco dos três primeiros colocados da última pesquisa Quaest de 27 de agosto de 2024.  

 

Antônio Topázio Neto, Partido Social Democrático (PSD) 

Antônio Topázio Neto do Partido Social Democrático (PSD) é o atual prefeito em busca de reeleição. Nascido na cidade e graduado em administração de empresas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi eleito para seu primeiro cargo público como vice-prefeito. Nesse período ganhou reconhecimento por seu trabalho em áreas como segurança com a redução com a número de homicídios, feminicídios e roubos diminuindo gradativamente nos últimos anos segundo o Atlas de Segurança 2024 que segundo o prefeito em seu site oficial de campanha, se dá devido a qualidade e integração das forças de segurança com a Prefeitura e desenvolvimento sustentável como a obra de macrodrenagem na comunidade de Travessão no Bairro Vermelho.   

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Topazio Neto, atual prefeito da cidade que tem sua economia baseada em tecnologia e turismo. Foto: Reprodução/Facebook: TopazioFloripa
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Mesmo em um partido da base do Governo Federal, em 2022 Topázio fez campanha para Jair Bolsonaro e alinhado ao governador Jorginho Mello, do Partido Liberal (PL).  Atualmente não se tem registro do prefeito com o ex-presidente.  

Nessa eleição, as principais propostas do atual prefeito apontam para políticas de mitigação da alta desigualdade na cidade como incentivo à economia criativa nos bairros, habitação social e modernização das cooperativas de reciclagem.  

Neto diz que pretende aumentar os investimentos na modernização e ampliação do sistema de transporte coletivo, com foco em aumentar a eficiência, a frequência e a qualidade do serviço. Também quer  incentivar o uso de veículos elétricos e compartilhados, além de campanhas de conscientização sobre os benefícios da mobilidade sustentável, e a criação e melhoria da malha cicloviária, promovendo a bicicleta como um meio de transporte viável e seguro, o que também contribui para a redução do trânsito e da poluição. 

Sua vice é Maryanne Mattos (PL), vereadora em Florianópolis e foi secretária de Segurança Pública da cidade. Com uma experiência voltada para a administração pública e com atuação em segurança, foi indicada para ser a vice na chapa de Topázio Neto, pelo governador Jorginho Mello, que é associado ao PL (Partido Liberal), assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro. A escolha de Maryanne tem uma forte ligação com o bolsonarismo, e o apoio do ex-presidente às eleições em Santa Catarina.

 

Dário Berger, Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) 

Dário Berger, do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), possui extensa carreira política, foi eleito pela primeira vez vereador da cidade de São José (1993-1997) pelo Partido da Frente Liberal (PFL), inclusive exercendo o cargo de Presidente da Câmara Municipal (1994). Teve também dois mandatos como prefeito da mesma cidade entre 1997 e 2005. 

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Dário Berger retorna ao PSDB com um projeto de passado, voltar à prefeitura e tornar o partido grande. Foto: Reprodução/Facebook: dariobergersc

Mudou o domicílio eleitoral, candidatou-se ao cargo de Prefeito de Florianópolis (SC) em 2004, elegeu-se pelo PSDB e foi reeleito em 2008, desta vez filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nas eleições de 2014, Dário Berger foi eleito Senador por Santa Catarina, cargo que exerceu até o final de 2022, quando tentou se reeleger pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), desta vez sem sucesso. Em março, Berger retornou ao PSDB com a missão de retomar a relevância nacional da sigla.   

Seu partido estava na coligação Lula/Alckmin, mas mesmo assim Berger não tem proximidade com o Governo Federal. Ele é considerado um liberal moderado pelo mercado e pretende contar com a memória que a população tem de seus mandatos anteriores para reverter o número das pesquisas e chegar ao terceiro mandato como prefeito.  

A chapa não apresenta um projeto inovador para gerar renda na cidade, acredita que o mercado será o principal motor do aumento do valor real dos salários. Seu foco é saúde e mobilidade urbana, setores que tiveram uma boa avaliação em suas gestões e hoje contam com uma certa insatisfação da população local. Ampliar UPAs, policlínicas, centros de saúde, reformar maternidades e construir cinco elevados são seus projetos mais ambiciosos de infraestrutura.  

A candidata a vice-prefeita na chapa de Dário Berger é Maria Claudia do União Brasil. Figura proeminente na política local, com uma carreira destacada na administração pública, incluindo seu papel como ex-secretária de Assistência Social durante a gestão do ex-prefeito Gean Loureiro . A escolha de Cláudia reflete um compromisso com as questões sociais, e sua experiência de mais de uma década na administração pública a torna uma candidata forte para a posição. 

                                                                                 

Marquito, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) 

Marquito do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL),  é o único candidato que se declara de esquerda.  

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Com discurso ambientalista forte, Marquito (Psol) parece ser o único candidato progressista com chances de chegar ao segundo turno Foto: Reprodução/Facebook: ecomarquito

 

Marcos José de Abreu é engenheiro agrônomo e mestre em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Conhecido como Marquito, foi eleito vereador de Florianópolis em 2016 e em 2020 onde aprovou leis como a Lei dos Direitos da Natureza, que inclusive foi apresentada durante a Assembleia Geral da ONU em 2022 e a primeira Lei da Compostagem do Brasil, que garante a compostagem de 100% dos resíduos orgânicos da cidade de Florianópolis. Também se elegeu deputado estadual em 2022 onde chegou a protocolar um projeto de lei que institui a Política Estadual de Direitos das Populações Atingidas por Barragens e empreendimentos similares.  

Para Abreu, reestruturação do serviço público com novos concursos para serviços públicos essenciais, como saúde, educação e transporte público, são urgentes para o atendimento da população mais carente da cidade. Também foca em projetos voltados para a área ambiental, inclusive a reconstrução de órgãos públicos como a Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM), a Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap), a Fundação Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Esportes.  

Em projeto de governo consta uma proposta inovadora para o setor de turismo, que teria base comunitária focada no patrimônio ambiental, cultural, e gastronômico que Florianópolis tem para garantir Turismo o ano inteiro.  

Cláudia Zininha é a candidata a vice-prefeita na chapa “puro sangue”  do PSOL. Além de sua carreira como servidora pública, Zininha é também cantora, pesquisadora e produtora cultural. Sua atuação abrange o resgate de obras e memórias de artistas catarinenses, e ela já recebeu prêmios por seu trabalho na preservação cultural . Defensora do cuidado com as pessoas e animais, da proteção ambiental e do desenvolvimento urbano sustentável, alinhando-se com os principais pilares da campanha de Marquito.

Eleições que prometiam espelhar a polarização nacional ganharam particularidade após enchentes
por
Rafael Luz Assis
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02/10/2024 - 12h

Na cobertura da disputa à prefeitura de Porto Alegre, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos na capital do Rio Grande do Sul. Como critério, foram considerados os nomes que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  

Após os primeiros debates entre os candidatos à prefeitura da capital riograndense, ficou evidente que a enchente ocorrida devido às fortes chuvas entre abril e maio irão pautar a disputa. 

 

                                                                                                 Sebastião Melo, Movimento Democrático Brasileiro (MDB) 

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Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre Foto: Prefeitura de Porto Alegre/Reprodução

Sebastião Melo, atual prefeito de Porto Alegre pelo MDB, busca a reeleição sob o discurso de que "não há culpados" para as falhas no sistema de drenagem da cidade. Melo enfrentou críticas pela má gestão das enchentes que devastaram a capital, quando o transbordamento do Guaíba resultou na morte de dezenas de pessoas. Ele argumenta que a manutenção do sistema exigia recursos federais, e que a cidade, sozinha, não teria capacidade de realizar os investimentos necessários. 

Melo é uma figura conhecida na política local. Vereador por três mandatos (2001-2012) e vice-prefeito entre 2013 e 2016, ele também foi deputado estadual (2018-2020) antes de vencer as eleições municipais de 2020, derrotando Manuela d'Ávila. Durante seu governo, Melo buscou parcerias público-privadas e investimentos externos para impulsionar a economia local, mas enfrentou oposição por suas políticas de flexibilização das restrições da COVID-19, aumento das tarifas de transporte público e cortes de árvores em áreas sensíveis. 

Agora, em sua campanha pela reeleição, Melo conta com o apoio de figuras da direita, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que se reflete na escolha de sua vice, a tenente-coronel Betina Worm, do PL. Betina, médica veterinária e militar da ativa, foi selecionada para atrair o eleitorado conservador, reforçando o foco em segurança pública e ordem. No entanto, a responsabilidade pelas recentes tragédias causadas pelas cheias recai sobre o prefeito, que se encontra no centro das discussões sobre a falha na prevenção e no gerenciamento das enchentes, o que pode impactar significativamente sua campanha. 

 

                                                                                                                  Maria do Rosário, Partido dos Trabalhadores

A principal candidata de oposição em Porto Alegre é Maria do Rosário, do PT. Natural da cidade, ela é amplamente reconhecida por seu trabalho como deputada federal e por suas intensas disputas com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Um episódio notório ocorreu quando Bolsonaro fez comentários ofensivos sobre sua aparência, alegando que ela não merecia ser estuprada. Embora Maria tenha processado o ex-presidente por injúria, o caso foi arquivado em 2023, após a perda de seu foro privilegiado. 

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Maria do Rosário Fonte: Reprodução/Câmara dos Deputados/Facebook

Maria do Rosário tem um sólido histórico no Congresso, com foco em direitos humanos, justiça social e políticas para proteger mulheres e crianças. Ela atuou como ministra da Secretaria de Direitos Humanos e conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu Bolsonaro em Porto Alegre em 2022, com 54% dos votos. No entanto, Lula tem enfrentado críticas do prefeito Sebastião Melo e do governador Eduardo Leite, que alegam lentidão na liberação de verbas federais para socorro às vítimas das chuvas. Maria do Rosário se comprometeu a trabalhar em parceria com o governo federal, ressaltando a necessidade de união e liderança para ajudar os mais vulneráveis. 

Tamyres Filgueira, do PSOL, é a vice na chapa de Rosário, que faz parte da frente ampla denominada #UnidadePorPoa, composta por seis partidos: PT, PSOL, PCdoB, PV, Rede e Avante. Ex-cobradora da Carris, Tamyres defende a Tarifa Zero e critica a gestão atual por seu impacto negativo nas comunidades mais carentes da cidade. 

                                                                                                     Juliana Brizola, Partido Democrático Trabalhista (PDT) 

Juliana Brizola, que também é natural da cidade, concorre à prefeitura pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ela é conhecida por sua atuação na política estadual do Rio Grande do Sul e por seu envolvimento em questões sociais e educacionais.  

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Juliana Brizola Foto: Reprodução/Facebook

 

Brizola é formada em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tem uma especialização em Administração e Planejamento pela mesma instituição. Foi eleita deputada federal nas eleições de 2014 e 2018. Também atuou como deputada estadual, quando trabalhou em questões locais e regionais. Neta de Leonel Brizola, um importante político brasileiro conhecido por sua atuação como governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, além de ter sido candidato presidencial. Autora de importantes projetos na Assembleia Legislativa, como a Lei da Escola de Tempo Integral, que sugere a universalização dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEP ou Brizolões, marca da gestão de seu avô Leonel Brizola (PDT) no Rio de Janeiro) e a Emenda Constitucional que garante a oferta da língua espanhola nas escolas públicas do RS.  

O candidato a vice da chapa é o deputado estadual Dr. Thiago Duarte, do União Brasil que chegou a lançar sua pré-candidatura à prefeitura, mas o partido costurou um acordo com o PDT deixando o protagonismo da chapa para Juliana. Médico, formado pela UFRGS, atuou como perito médico legista. Foi vereador da cidade e atualmente deputado estadual, com destaque para sua atuação na área da saúde pública. Um dos principais motes de campanha é sua experiência acadêmica de Juliana Brizola com Ciências Criminais, que seria essencial para combater a violência na cidade.  

 

 

 

Como está a disputa pela prefeitura na capital do estado e quais rumos são apontados pelos candidatos
por
Vítor Nhoatto
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02/10/2024 - 12h

Na cobertura da disputa à prefeitura de Curitiba, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos na capital do Paraná. Como critério, foram considerados os nomes que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  

Eduardo Pimentel - PSD

Eduardo Pimentel em palanque político
Pimentel é na capital paranaense o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro  - Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Atual vice-prefeito, disputa as eleições de 2024 após dois mandatos com Rafael Greca como prefeito, impedido assim de concorrer à reeleição. Pimentel é formado em Administração pela Universidade Positivo (UP), é especialista em Cidades Inteligentes pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas não concorreu a outros cargos na política.

Como vice , a Coligação Curitiba Amor e Inovação, formada por Cidadania, Avante, Podemos, Novo, PL, MDB, Republicanos e PRTB, escolheu o polêmico Paulo Martins do PL. Ex-deputado federal e comentarista no SBT, já teve seu perfil no Facebook bloqueado por compartilhar notícias falsas em 2018.

Com quase 5 minutos para expor suas ideias e mostrar suas relações políticas, metade do horário eleitoral gratuito foca em continuar o que vem sendo feito na cidade. Além disso, grande parte do programa é uma comparação da cidade antes e depois do PSD. Quem esteve no cargo foi Gustavo Fruet do PDT, batendo na tecla do combate à esquerda.

Dentre suas principais propostas estão o fortalecimento da parceria entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar, e a geração de postos de trabalhos por meio de parcerias público-privadas. Pimentel ainda fala em manter Curitiba verde, com o fomento às empresas de reciclagem e catadores. Apesar disso, não toca em questões sensíveis como a tarifa do transporte público, R$6, a maior do Brasil ao lado de Florianópolis (SC) e Porto Velho (RO). 

Luciano Ducci - PSB

Presidente Lula e Luciano Ducci lado a lado
Coligação Curitiba + social e humana consolida a disputa entre direita e esquerda na eleição  - Foto: Luciano Ducci/Divulgação

Com o apoio de PCdoB, PT e PV, eis o representante de peso da esquerda na corrida pela prefeitura curitibana, apesar do passado condenatório. Ducci apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e já alegou que Lula comandava esquemas ilegais.

Ele é formado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), e atual deputado federal, além disso já ocupou a prefeitura da cidade entre 2010 e 2012. Após o curto período de governo, devido a saída de Beto Richa para a disputa de governador na época, tentou se eleger em 2012, mas perdeu por menos de 0,5% para Gustavo Fruet, do PDT.

O vice da candidatura é do PDT, Jorge Gomes de Oliveira Brand, conhecido como Goura. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná, é também professor de yoga e cicloativista. Seu histórico político conta com um mandato como vereador e dois como deputado estadual, seu cargo atual.

As propostas da candidatura focam em trazer de volta à cidade a inclusão e cuidado, referindo-se principalmente a políticas voltadas à população em situação de rua. Tal parcela corresponde a aproximadamente 3600 indivíduos, segundo o Ministério dos Direitos Humanos (MDHH), a maior taxa entre as capitais do Sul, com um aumento de 6% de 2023 para 2024. Enquanto isso, apenas 1640  vagas de acolhimento são disponibilizadas pela prefeitura.

Ney Leprevost - União Brasil

Sergio Moro, Rosangela Moro e Ney Leprevost em palanque
Chapa tem Rosangela Moro como vice e figura apelativa na disputa eleitoral- Foto: União Brasil/Divulgação

Sob a coligação Curitiba Pode Mais, em conjunto com os partidos Agir e o Democracia Cristã, o administrador de empresas, Ney Leprevost completa o pódio da corrida à prefeitura da capital paranaense. 

No União Brasil desde 2022, Leprevost já foi vereador em 2004, três vezes deputado estadual e uma vez deputado federal. Além disso, comandou a Secretaria do Esporte e do Turismo entre 1999 e 2000, e a pasta da Justiça, Família e do Trabalho durante o primeiro mandato de Ratinho Junior como governador do Paraná.

Sua vice é a advogada Rosangela Moro. Eleita deputada federal por São Paulo nas eleições de 2022, mesmo ano em que deixou o Podemos e ingressou no União Brasil, mudou seu domicílio eleitoral para Curitiba, sua cidade natal, em março para poder concorrer com Leprevost. Alega lutar pelos deficientes e pelos direitos das mulheres, mas votou contra o Projeto de Lei da igualdade salarial.

No tempo de propaganda eleitoral, o passado na política do candidato e a representatividade da vice na chapa foram destacados. Suas promessas envolvem não aumentar a passagem de ônibus da capital e melhorar a saúde pública, com a abertura de policlínicas e unidades de pronto atendimento infantil.



Veja os nomes em destaque na disputa pela prefeitura de Goiânia e quais são suas propostas para o futuro da cidade.
por
Luane França
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01/10/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de Goiânia, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Adriana Accorsi

Adriana Accorsi na Câmara dos Deputados  - Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
Adriana Accorsi na Câmara dos Deputados  - Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

Adriana Sauthier Accorsi, mais conhecida como Delegada Adriana Accorsi, é a candidata à prefeitura de Goiânia, tendo como vice o professor Jerônimo Rodrigues, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) . Atualmente, Adriana é deputada federal filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ela nasceu em Itapuranga em 17 de março de 1973, é formada em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e especializou-se em Segurança Pública e Ciências Criminais.

A candidata participa da militância político-partidária desde a infância. Na década de 1990, participou de atividades políticas da juventude do PT, chegando a presidir a juventude do partido. Sua participação na militância cessou apenas quando foi aprovada em um concurso para delegada estadual no ano 2000.

Ela também participou ativamente das campanhas de seu pai, o ex-prefeito de Goiânia Darci Accorsi, atuando como líder da juventude petista. Em janeiro de 2013, foi convidada pelo prefeito Paulo Garcia (PT) para assumir a Secretaria Municipal de Defesa Social. Em 2014, a delegada se candidatou a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e se tornou a primeira candidata petista eleita para o cargo. Em 2016, concorreu à prefeitura de Goiânia, mas terminou a eleição em quinto lugar.

Em 2018, foi reeleita deputada estadual, sendo a quinta mais votada no estado de Goiás. Em 2020, tentou novamente a prefeitura de Goiânia e obteve o terceiro lugar.

Em 2022, Adriana Accorsi foi uma das dez pessoas mais votadas para o cargo de deputada federal em sua primeira eleição para este cargo pelo estado de Goiás, conquistando a sexta posição no ranking de votação. Sua candidatura é focada em segurança pública e na defesa de minorias.

Na Assembleia Legislativa de Goiás (ALEGO), o Plano de Governo de Adriana Accorsi para Goiânia visa transformar a cidade em um lugar moderno, sustentável e inclusivo, com foco no bem-estar das pessoas e no desenvolvimento urbano. O plano abrange várias áreas-chave, começando pela governança, com a intenção de melhorar a gestão da prefeitura, implementar um planejamento estratégico mais eficiente, adotar novas tecnologias para serviços digitais e promover a participação cidadã. Na área de mulheres, o objetivo é fortalecer a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, promovendo proteção, apoio, justiça, saúde integral e educação para a igualdade de gênero, entre outras propostas.

 

 

Sandro Mabel

Sandro Mabel na tribuna da Câmara dos Deputados, discursando para os parlamentares - Foto: Câmara dos Deputados
Sandro Mabel na tribuna da Câmara dos Deputados, discursando para os parlamentares - Foto: Câmara dos Deputados

Sandro da Mabel Antônio Scodro, conhecido como Sandro Mabel, empresário e sócio-proprietário da MABEL, uma fabricante de bolachas com sede em Goiânia, fundada por sua família cinco anos antes de seu nascimento, é o candidato à prefeitura da cidade. Ele conta com a tenente-coronel da Polícia Militar, Cláudia Silva Lira, do partido Avante, como sua candidata a vice. Atualmente, Sandro Mabel é filiado ao União Brasil (UB).

Mabel iniciou sua carreira em 1992, candidatando-se à prefeitura de Goiânia, na época filiado ao PMDB, mas acabou sendo derrotado por Davi Accorsi, do Partido dos Trabalhadores (PT) . Nas eleições de 2024, sua maior concorrente é a deputada federal Adriana Accorsi, que é filha de Davi. Em 1990, Sandro Mabel se elegeu deputado federal pelo estado de Goiânia. Após quatro anos, conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados em Brasília, onde contabilizou cinco mandatos como deputado federal, entre 1995 e 2015.

Suas principais propostas envolvem a mobilidade, permitindo que motocicletas possam transitar pelos corredores de ônibus, acelerando o fluxo do trânsito, com a garantia de que a medida é segura e não aumenta o risco de acidentes. 

Para a segurança, o candidato quer fazer o uso de drones para fiscalizar escolas da capital, em conjunto com a forças de segurança, como a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, a Polícia Militar de Goiás e a Polícia Rodoviária. Segundo o empresário, um guarda fica dentro de um carro e consegue monitorar várias escolas simultaneamente e, quando o vigia perceber uma movimentação estranha, aciona a polícia, que chegará no momento da ação suspeita.

Já no campo da saúde, prometeu que, caso eleito, vai promover atendimento pediátrico 24 horas nas Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) e Centro de Atenção Integrada à Saúde da cidade assegurando o funcionamento da ação, valorizando o profissional da pediatria "dentro do que for possível". 

Sandro Mabel nasceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 1958. É técnico em Contabilidade e Administração de Empresas pela Associação de Ensino de Ribeirão Preto, SP - UNAERP. Também foi assessor especial da presidência da República, quando Michel Temer, do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), era presidente, cargo que assumiu após o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016.

 

Na disputa pela prefeitura, confira as ideias que prometem impactar a vida dos cidadãos do Centro-Oeste brasileiro
por
Luane França
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01/10/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de Cuiabá, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Abilio Brunini

Abilio Brunini na Câmara dos Deputados em 2023 - Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados
Abilio Brunini na Câmara dos Deputados - Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Abilio Jacques Brunini Moumer, conhecido como Abilio Brunini, é candidato à prefeitura de Cuiabá pelo Partido Liberal (PL), tendo como sua vice a tenente-coronel Vânia Rosa (NOVO). Atualmente, exerce o cargo de Deputado Federal pelo Mato Grosso, cargo que ocupa desde 2023.

O candidato faz parte do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O PL é também o partido do Projeto de Lei 1904/2024, que propõe equiparar o aborto legal em idade gestacional superior a 22 semanas ao crime de homicídio simples, com penalidades mais severas do que as previstas para estupradores. O projeto, proposto pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), conta com o apoio de 31 deputados, incluindo Abilio Brunini, sendo a maioria deles do PL. Ele afirma que as mulheres que optam por interromper a gravidez estão cometendo "uma baita covardia" para "curtir" a vida.

Brunini foi vereador de Cuiabá, cargo para o qual foi eleito em 2016 pelo Partido Social Cristão (PSC). Nas eleições de 2020, concorreu à Prefeitura de Cuiabá pelo Podemos (PODE), onde liderou no primeiro turno, mas foi derrotado por Emanuel Pinheiro (MDB) no segundo turno. Nas eleições de 2022, Brunini foi o segundo candidato a deputado mais votado do Mato Grosso e o mais votado em sua cidade natal, Cuiabá.

No âmbito da segurança, pretende fortalecer a colaboração com a Polícia Militar e a Guarda Municipal. Ele propõe que a Guarda Municipal armada seja composta por profissionais recrutados por meio de concurso público, com a finalidade de apoiar o patrulhamento e o monitoramento em escolas e em áreas como o Centro Histórico de Cuiabá. Sobre a criação de um hotel infantil, o candidato esclareceu que se trata de espaços destinados ao lazer, descanso, cuidados e alimentação das crianças enquanto seus pais trabalham, e não têm um propósito educacional.

O candidato é conhecido por suas falas transfóbicas na sessão da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) em 11 de julho de 2023 contra a deputada Erika Hilton, por uma acusação de gesto supremacista durante uma sessão da CPMI dos Atos Golpistas em 24 de agosto de 2023, além de suas interrupções de fala, tendo seu microfone mutado.

Brunini nasceu em 31 de janeiro de 1984 em Cuiabá, no Mato Grosso. É formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Cuiabá. É casado com a empresária e designer de interiores Samantha Iris e é pai de dois filhos.

 

Eduardo Botelho

Eduardo Botelho (PSB) na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso em 2016-  Foto: Maurício Barbant/ALMT
Eduardo Botelho (PSB) na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso em 2016 -  Foto: Maurício Barbant/ALMT

José Eduardo Botelho, conhecido como Eduardo Botelho, é o candidato à prefeitura de Mato Grosso e tem como vice o médico Marcelo Sandrin (Republicanos), diretor-geral do Hospital Filantrópico Santa Helena, em Cuiabá. Atualmente, Botelho está em seu segundo mandato como deputado estadual de Mato Grosso, cargo que ocupa desde 2015, e é filiado ao União Brasil, um partido de centro-direita com uma linha conservadora e liberal.

Iniciou sua carreira política filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), pelo qual ganhou as eleições para deputado estadual de Mato Grosso em 2014. Embora exercesse seu primeiro mandato, em 2016, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

Em 2018, desligou-se do PSDB e filiou-se ao Democratas (DEM) pelo qual foi reeleito ao cargo. No mesmo ano, o Ministério Público o acusou de utilizar seu cargo para conseguir lucros ilícitos por meio de propina com a unificação do DEM com o Partido Social Liberal (PSL), Botelho entrou para o seu partido vigente.

Durante uma série de entrevistas do G1 com os candidatos à Prefeitura de Cuiabá, o candidato disse que, se eleito, vai expandir o número de vagas nas creches municipais. Segundo ele, a prioridade é acolher o número de 3.400 crianças que estão na fila de espera por uma vaga.

Uma de suas principais propostas para a diminuição da temperatura em Cuiabá é estabelecer uma parceria público-privada para oferecer à população uma nova alternativa de lazer: uma praia artificial.

Além disso, outra proposta prevista em seu plano de governo é a revisão dos contratos da prefeitura, que, de acordo com Botelho, estão custando mais do que deveriam aos cofres públicos, gerando um desequilíbrio financeiro.

Botelho nasceu em 8 de março de 1959 em Nossa Senhora do Livramento na baixada cuiabana, é formado em Engenharia Elétrica e em Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Junto a Sônia Botelho, com quem é casado, tem quatro filhos e provém de uma família composta por nove irmãos.