Guilherme Castro Boulos, 42 anos, é filiado ao PSOL e representado pelo número 50. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), se especializou em psicologia clínica e tem mestrado em psiquiatria. Boulos também já atuou como professor na rede pública de ensino da capital paulista.
Aos 15 anos, ingressou no movimento estudantil, quando era militante da UJC (União Juventude Comunista). Pouco depois, conheceu o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), onde chegou a atuar como coordenador.
Foi candidato à presidência em 2018, quando se filiou ao PSOL, e à prefeitura de São Paulo em 2020, mas não foi eleito. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal e se tornou o deputado mais votado de São Paulo com 1.001.472 votos. Entre candidatos de todo o País, ele obteve a segunda maior votação, em primeiro lugar ficou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) com 1.492.047 votos.
E a vice?
Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, ex-ministra de Estado, Turismo e Cultura é a candidata a vice-prefeita na chapa. Entre seus feitos na capital, o principal foi a criação do Bilhete Único, sistema que garantiu ao usuário do transporte o pagamento de apenas uma passagem, mesmo que ele utilizasse quatro ônibus para se locomover até seu destino.
Durante seu mandato, Marta também criou os Centros Educacionais Unificados. A ideia foi que os CEUs fossem implantados nas periferias da cidade e oferecessem educação em período integral e aos finais de semana, se tornassem opções de lazer para as comunidades. Atualmente, São Paulo conta com 58 Centros Educacionais Unificados (CEUs).
Apoio do Planalto
Boulos é o candidato apoiado pelo presidente da República, Lula da Silva (PT). A relação entre o psolista e o petista é antiga, em suas participações nos atos de campanha, Lula conta sobre o primeiro encontro entre os dois, em 2003, no primeiro mandato do petista como presidente.
Na ocasião, o candidato a prefeito de São Paulo liderava o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e estava à frente de uma ocupação em um terreno vazio da Volkswagen em São Bernardo, cidade que é berço político de Lula.
Principais propostas
“Para mim, esse propósito (do porque estar na política) foi sempre muito claro. Quando eu penso porque eu estou na política, eu penso nas minhas filhas. Eu penso no futuro. Eu penso em uma sociedade absolutamente injusta. Uma cidade que poderia ser muito mais humana”, afirmou Guilherme Boulos ao ser questionado sobre sua evolução profissional, em entrevista para a jornalista Natuza Nery, no podcast “O Assunto” do G1.
Principal bandeira de luta do candidato, o assunto moradia é recorrente em atos e entrevistas, já tendo afirmado que “é uma questão de honra” diminuir o déficit habitacional. O candidato propõe em seu plano de governo se basear em três pilares: construção de novas moradias, melhorar moradias em situação precária e obras de infraestrutura externa juntamente com melhoria habitacional.
O psolista defende a revitalização do centro da cidade, com planos de realização de retrofit nas construções abandonadas.
No âmbito do transporte, o deputado do PSOL é favorável à ampliação da tarifa zero - atualmente, a tarifa dos transportes públicos é gratuita somente aos domingos -, além de estimular a eletrificação dos ônibus de São Paulo.
Sobre a viabilidade financeira de implementar a tarifa zero, Boulos afirmou que “o subsídio (das empresas de ônibus) só aumentou nos últimos três anos e o número de ônibus em circulação reduziu, então a população tem um serviço pior e a prefeitura paga mais”, em participação no podcast “O Assunto”. Na visão do candidato, o primeiro passo para discutir o tema é diminuir o gasto “desnecessário” com as empresas de transporte, uma vez que o custo da tarifa zero é “pouco relevante” em relação ao montante com o subsídio.
Boulos propõe um projeto de financiamento através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para arcar com o custo inicial dos ônibus elétricos. De acordo com o candidato, a circulação de uma frota elétrica é mais barata em comparação com o ônibus movido à diesel.
A chapa Boulos e Marta também propõe a implementação do “Poupatempo da saúde”, programa para diminuir o tempo de espera de acesso aos serviços de saúde. “É uma espécie de policlínica, que envolve exame, centro diagnóstico e consulta”, disse o candidato, em “O Assunto”. “A nossa meta é fazer 16 poupatempos da saúde espalhados pela cidade, nas áreas de maior vazio assistencial”, completou. Essas policlínicas serão responsáveis por aumentar a oferta de exames e consultas.
O deputado sugere também uma articulação maior entre a prefeitura, governo estadual e federal para a administração das unidades de saúde, em especial das filas de espera. Em uma entrevista com Gonzalo Vecina e Marianne Pinotti, médicos que auxiliaram na construção do plano de governo no âmbito da saúde, Guilherme Boulos destaca: “veja, pega a zona sul, você tem Parelheiros e Grajaú, dois distritos vizinhos. O hospital de Grajaú é do Estado e o de Parelheiros é do município. Você vai para a zona leste, São Mateus e Cidade Tiradentes. O (hospital) de São Mateus é do Estado, da Cidade Tiradentes é do município. Precisa ter esse diálogo e a prefeitura assumir sua pró-atividade.”
O candidato do PSOL traçou pilares para a melhoria da situação da Cracolândia - região central da cidade que, há anos, enfrenta questões relacionadas ao tráfico de drogas e à dependência química. Boulos sugere a integração do CAPS móveis - um consultório de rua especializado em saúde mental que ficaria em diferentes pontos da região, oferecendo abordagem local para os usuários.
Este trabalho seria integrado aos serviços de assistência social para oferecer “acolhimento humanizado” e “geração de emprego fora da cena de uso”. O último pilar é relacionado à segurança pública, com aumento na fiscalização de agentes, julgamento e afastamento dos beneficiados pelo tráfico na região. O candidato também prega um aumento da investigação do chamado “fluxo do tráfico”, em conjunto com a Polícia Civil.
A AGEMT fará a cobertura das eleições municipais das capitais de todo Brasil e o perfil dos candidatos da cidade de São Paulo.
Na cobertura da disputa à prefeitura de Vitória, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos na capital do Espírito Santo. Como critério, foram considerados os nomes que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
João Coser - PT
Ao contrário de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, onde o Partido dos Trabalhadores não tem candidato próprio e apoia o PSOL, João Coser foi escolhido como candidato em Vitória. Formado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), usa o passado a seu favor e as possíveis parcerias com o governo federal.
Sua trajetória política é extensa, tendo sido prefeito de Vitória em duas ocasiões, 2004 e 2008. Foi membro fundador do Partido Trabalhista (PT) no Espírito Santo, logo após a fundação da legenda em 1980, e sempre esteve com o número 13. Coser é atualmente deputado estadual.
A vice da chapa, apoiada pelo PCdoB, PV e PDT sob a coligação Vitória em Primeiro Lugar, é Priscila Manso (PV). Presidente do partido em Vitória, formou-se em turismo, estudou em Barcelona e é ativista ambiental e pela causa animal. Na cerimônia de anúncio, Coser ressaltou que a escolha se deu pelas capacidades de Manso, além do compromisso com a igualdade de gênero e representatividade do partido.
Dentre as principais propostas está a de trazer Vitória de volta ao caminho certo por meio da inclusão e acolhimento de todas as pessoas. O candidato promete que se eleito fará uma gestão voltada aos mais necessitados, além de impedir que a direita continue no comando da cidade, deixando o pobre fora do orçamento e das prioridades.
Na campanha eleitoral gratuita, com 1 minuto e 57 segundos, relembra o período em que ocupou a prefeitura, mostrando as obras de infraestrutura entregues em seus mandatos, com destaque às 15 escolas e 8 unidades de saúde. Sobre a infraestrutura da cidade, pretende entregar ainda mais obras, por meio de uma parceria sólida com o presidente Lula (PT), outra grande promessa de campanha.
Lorenzo Pazolini - Republicanos
Atual prefeito, Pazolini de 42 anos é formado em Direito e promete continuar o seu trabalho. O ex-deputado estadual e ex-delegado de polícia filiou-se ao Republicanos em 2019, por alegar não se identificar com os ideais do Patriotas, partido que incorporou sua antiga legenda, o PRP.
Eleito em segundo turno após derrotar João Coser em 2021, tenta a reeleição apoiado por 5 partidos: PSD, PP, PRD, Novo e DC. A vice da chapa é a empresária Cris Samorini (PP), escolha envolta por várias questões. Ex-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), traz a candidatura o peso de alguém próximo das demandas do mercado, e o possível apoio das mulheres.
Com o maior tempo de propaganda eleitoral, 2 minutos e 37 segundos, e com o benefício de ser o atual prefeito, bate na tecla de continuar o que vem fazendo. Pazolini visa melhorar os serviços públicos da capital capixaba, com foco na educação. Para isso pretende principalmente expandir os colégios municipais com ensino integral.
A candidatura promete também diminuir a violência no trânsito, uma de suas prioridades, com o aumento da educação na área, desde as escolas. Além disso, propõe uma gestão amiga do meio ambiente, com a manutenção da iniciativa atual que visa plantar uma árvore para cada cidadão em Vitória.
A vitória já no primeiro turno é possível, mas destaque-se de fato na pesquisa a porcentagem de bolsonaristas declarados que pretendem votar no atual prefeito. Segundo a Quaest, esse número é de 72%, mesmo com o partido do ex-presidente tendo candidato próprio na disputa, o militar da reserva Assumção.
Luiz Paulo Vellozo Lucas - PSDB
Fechando os três candidatos com maior intenção de voto, há um candidato tucano. Nascido em Vitória e formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Paulo é considerado a opção de centro na disputa. É apoiado pelo Cidadania, União Brasil, PSB, PMB e MDB.
O representante do PSDB, filiado desde 1993 à legenda, já foi prefeito da cidade duas vezes, de 1997 a 2004, e eleito deputado estadual em 2006. Apesar do passado de conquistas na política, seu retrospecto mais recente tem a derrota na disputa de governador do estado em 2010. Ele também perdeu, dois anos depois, a tentativa de reassumir o executivo da capital, e em 2014 fracassou também para se eleger deputado federal.
10 anos depois de sua última experiência eleitoral, o atual servidor do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) volta aos palanques ao lado de Victor Ricciardi Rocha, do União Brasil. O vice na chapa é acreano, advogado e presidente do seu partido no Espírito Santo.
Com 2 minutos e 35 segundos de tempo de propaganda eleitoral gratuita, o candidato dá destaque às suas gestões anteriores, assemelhando-se à abordagem do candidato do PT, só que mais intensa aqui. A partir da atuação pretérita, promete então fazer de novo uma administração que transforme o presente de Vitória no futuro.
Uma das principais bandeiras da campanha é em relação à segurança pública. A guarda municipal da cidade foi criada por Lucas em 2003, durante seu segundo mandato, e agora, ele promete integrar novamente o órgão com a polícia militar. Outra proposta de campanha é a de urbanizar zonas da cidade mais pobres, aludindo aos feitos realizados por ele nos anos 2000 com o Projeto Terra.
A pesquisa Quaest, contratada pela TV Globo e divulgada nesta quarta-feira (28), mostra Guilherme Boulos (PSOL) com 22% das intenções de voto, Pablo Marçal (PRTB), com 19% e Ricardo Nunes (MDB), também com 19%. O cenário é de empate técnico triplo na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Essa é a segunda pesquisa eleitoral feita pelo instituto neste ano e a primeira realizada após as convenções partidárias. Veja os números:
- Guilherme Boulos (PSOL): 22% (em junho, eram 19%)
- Pablo Marçal (PRTB): 19% (eram 13%)
- Ricardo Nunes (MDB): 19% (eram 21%)
- Datena (PSDB): 12% (eram 19%)
- Tabata Amaral (PSB): 8% (eram 6%)
- Marina Helena (Novo): 3% (eram 4%)
- Bebeto Haddad (DC): 2%
- João Pimenta (PCO): 0%
- Ricardo Senese (UP): 0%
- Altino Prazeres (PSTU): 0%
- Indecisos: 8%
- Branco/nulo/não vai votar: 7%
Chama a atenção o crescimento das intenções de votos de Pablo Marçal e Guilherme Boulos. Na pesquisa de junho, Marçal aparecia com 13% e agora tem 19%, um aumento de mais 6%. O candidato do PRTB tenta se colocar como principal nome da direita na capital paulista, roubando votos de Ricardo Nunes, candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Já Boulos subiu de 19% em junho para 22% em agosto. O psolista, segundo colocado no pleito de 2020, tenta se desgarrar dos demais candidatos e confirmar sua ida ao 2° turno.
A pesquisa mostra uma queda acentuada nas intenções de votos de Datena (PSDB). Na pesquisa anterior, o apresentador tinha 19% e estava empatado com Nunes e Boulos. Agora aparece com 12%, uma diferença de 7%. Essa diminuição pode ser explicada pelo avanço de Pablo Marçal no eleitorado bolsonarista, assim como aconteceu com Ricardo Nunes.
SEGUNDO TURNO
A pesquisa também perguntou em quem o eleitorado votaria em cenário de segundo turno. Numa eventual disputa entre Boulos e Marçal, os dois candidatos estão empatados com 38%. Já 19% dizem que anulariam ou votariam em branco ou não iriam votar. Indecisos somam 5%.
- Guilherme Boulos (PSOL): 38%
- Pablo Marçal (PRTB): 38%
- Branco/Nulo/Não Votaria: 19%
- Indecisos: 5%
Numa eventual disputa entre Ricardo Nunes e Boulos, o atual prefeito de São Paulo estaria na frente se a eleição fosse hoje, com 46% das intenções de voto, contra 33% do candidato do PSOL.
- Ricardo Nunes (MDB): 46%
- Guilherme Boulos (PSOL): 33%
- Branco/Nulo/Não Votaria: 17%
- Indecisos: 4%
Já em uma cenário com dois candidatos de direita, onde Ricardo Nunes e Pablo Marçal se enfrentam, o atual prefeito aparece na frente com 47% contra 26% de Marçal, na disputa menos acirrada.
- Ricardo Nunes (MDB): 47%
- Pablo Marçal (PRTB): 26%
- Branco/Nulo/Não Votaria: 21%
- Indecisos: 6%
ALIANÇA POLÍTICA:
A pesquisa Quaest também perguntou sobre a preferência do eleitor com as alianças políticas dos candidatos com nomes do cenário nacional. A maioria respondeu que tem preferência por alguém que seja independente, com 49%. 32% do eleitorado gostaria que o candidato fosse aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 17% do ex-presidente Jair Bolsonaro. 2% não sabem ou não responderam.
- Independente: 49%
- Aliado de Lula: 32%
- Aliado de Bolsonaro: 17%
- Não sabem/Não responderam: 2%
A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo SP-08379/2024. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre domingo (25) e terça (27). O nível de confiança é de 95%.
No dia 28 de julho de 2024, a Venezuela passou por um período de eleição presidencial. Antes do pleito, as pesquisas se mantiveram instáveis quanto à intenção de votos, em razão do chamado “voto calado venezuelano” (em que os eleitores preferem não manifestar em quem irão votar), herança da violência da extrema direita no país.
Ao sair o resultado, foi declarada a vitória de Nicolás Maduro pertencente ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSTU), no entanto, grupos opositores dentro e fora do país não concordaram com o resultado, alegando fraudes nas urnas. Maduro, é presidente da República Bolivariana da Venezuela desde novembro de 2013, seu governo é visto internacionalmente como autoritário e antidemocrático, acusado de violar os direitos humanos.
A tensão pós eleições de 2024 é crítica, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) há falta de transparência na contagem de votos, que favorece a vitória de Nicolás Maduro.
O processo eleitoral do país é feito em etapas: primeiro o cidadão escolhe seu candidato em um equipamento eletrônico e então seu voto é impresso em um papel que o eleitor depositará em uma urna lacrada. Após o dia de votação, o equipamento eletrônico imprime Atas com o número de votos para cada candidato. Essas são disponibilizadas para os partidos que podem divulgá-las individualmente. O resultado oficial é postado no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Falta de divulgação das atas pelo CNE aumentam rumores de golpe
O CNE apresentou Maduro como vencedor da eleição de 2024, porém a oposição, representada por Edmundo González, candidato do partido Plataforma Democrática Unitária (PUD), alega fraude nos resultados.
A desconfiança acerca da veracidade dos resultados se tornaram ainda maiores uma vez que o órgão responsável por divulgá-los é comandado por um forte aliado de Maduro.
Na comunidade internacional somente a Rússia, China, Nicarágua, Bolívia e Cuba reconhecem a vitória do político. Além disso, a oposição apresentou uma nova contagem de Atas em seus sites, nas quais constataram a vitória de Edmundo González com 70% dos votos, no entanto, o governo Chavista, em comunicado, alega que os documentos foram forjados.
A divulgação dos resultados fez com que as ruas do país fossem tomadas por duas manifestações, uma a favor de Maduro, organizada por seus apoiadores, e outra contra. O atual presidente exigiu que as forças armadas ajam com “mãos de ferro” contra o crime de ódio e a violência. Além disso, apontou Maria Corina e González como os “autores intelectuais dessa violência”.
Desde o início dos protestos foram contabilizados mais de 23 óbitos, outros 100 feridos e cerca de 2.400 pessoas foram detidas, segundo a organização Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais.
A ONU solicita ao governo que cesse a repressão aos manifestantes. Entre os presos estão jornalistas, defensores dos direitos humanos e outros que as autoridades julgam fazer parte da oposição.
A entidade também se manifestou sobre o resultado apresentado pelo CNE. O painel de especialistas eleitorais concluiu que não foram cumpridas as “medidas básicas de transparência e integridade” na divulgação do resultado.
Comunidade Internacional e Posicionamento do governo Brasileiro
Após as divergências de informações entre o Conselho Nacional Eleitoral e as Atas apresentadas por María Corina Machado, representantes da Argentina, Chile, Estados Unidos e outros países do continente americano, começaram a exigir as Atas de contagem do órgão e as entregue ao PSTU, o mesmo do atual líder venezuelano.
O governo americano tem uma postura ofensiva contra a vitória e reeleição de Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, comunicou em coletiva de imprensa no dia 01 de agosto "Está claro para os Estados Unidos, e para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho".
Em artigo para o jornal americano “The Wall Street Journal”, María Corina Machado diz estar escondida por temer por sua vida após contestar os resultados.
No comunicado do secretário, Blinken cita a criação da discussão entre os partidos venezuelanos sobre “uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral”.
No dia 30 de julho, a Organização dos Estados Americanos declara não reconhecer o desfecho da votação que “reelegeu” o autoritarismo da gestão atual, o órgão ainda afirma possuir provas da manipulação de resultados.
Desde a divulgação do resultado , o governo Lula manteve uma postura neutra em relação à contagem dos votos, intermediando a tensão provocada pela ausência de transparência de Maduro.
No dia 1 de agosto, México, Colômbia e o Brasil lançaram nota conjunta para a CNE pedindo a análise imparcial da contagem de votos. Novamente no dia 8 do mesmo mês, foi enviado outro comunicado reiterando a solicitação e pedindo para que os Direitos Humanos prevaleçam em qualquer circunstância.
Em entrevista para a AGEMT, Tomaz Paoliello, professor doutor de Relações Internacionais da PUC-SP, diz que o Brasil têm sido respaldado pelos países europeus que têm também têm mantido uma postura cautelosa. Afirma que os países têm sido cautelosos e que as nações europeias estão dando respaldo ao Brasil.
Sobre a possibilidade de condenação do país pela ONU por violência nas manifestações e suspeita de atentado à democracia, Paoliello ressalta: “Não é uma questão debatida ainda pela organização, pode haver uma condenação, porém depende de como caminhar esta etapa e quais partes iriam acionar a Venezuela por um lado e por outro”.
O porte da maconha para uso pessoal foi descriminalizado no Brasil na última terça-feira (25), durante sessão no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), com voto final de 7 a 4. Com a decisão tomada, os usuários autuados em flagrante não poderão ser presos, pois o porte da droga passa a ser um ilícito administrativo. Também não haverá a possibilidade da pena de prestação de serviços à comunidade ou registro na ficha criminal.
Votaram a favor da descriminalização os ministros Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, e a já aposentada Rosa Weber. Já os ministros que votaram contra foram Cristiano Zanin, Kassio Nunes Marques e André Mendonça. O ministro Dias Toffoli, que havia aberto uma terceira via no julgamento, complementou seu voto na semana anterior, após confusão de entendimento. Ele admitiu que não foi claro e explicou que votou pela descriminalização por entender que o próprio Congresso Nacional descriminalizou o porte de drogas para consumo ao aprovar a Lei de Drogas (11.343), de 2006.
Como regra de transição, o STF definiu que os usuários de maconha, se flagrados, deverão ter a droga apreendida e serão conduzidos a uma delegacia, onde serão processados em juizados criminais, até que as regras dentro da regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sejam definidas. Além disso, eles mantiveram a possibilidade de aplicação de medidas educativas, como, por exemplo, a presença em cursos preventivos sobre consumo de drogas.
Após a votação da maioria, o STF ainda precisava estabelecer parâmetros de quantidade para diferenciar usuários e traficantes, com objetivo de padronizar a atuação das polícias no país e evitar que pessoas com a mesma quantidade de drogas sejam tratadas de forma diferente. Na última quarta-feira (26), foi decidido que, até que o Congresso aprove uma lei sobre o tema, a quantidade de até 40 gramas de cannabis spp, ou a posse de seis plantas fêmeas será permitida. Assim, uma pessoa que porte essa quantia não poderá ser enquadrada como traficante, a não ser que existam outros elementos que apontem para esse crime.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também manifestou-se em um evento em seu Ministério sobre a aprovação da descriminalização. Ele disse que isso pode “aliviar superlotação" em prisões e aborda a questão da injustiça. “Essa distinção que o Supremo está fazendo entre usuário e traficante poderá contribuir para que aqueles que são mero usuários não sejam presos e tenham um tratamento distinto. Isso com certeza servirá para aliviar a superlotação das prisões brasileiras [...] o STF constatou há muito tempo que há uma diferença injusta relativamente ao usuário e ao traficante, no que diz respeito à pessoa detida em flagrante”, afirmou.
A pena para os usuários de maconha permanece a mesma prevista na Lei de Drogas e o uso em ambientes públicos ainda é ilegal. A sugestão do STF é de que, agora, a questão do porte deverá ser tratada pelo Judiciário e os usuários encaminhados para unidades especializadas no sistema de saúde, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).