Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura do Rio de Janeiro, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na capital do Rio de Janeiro, os cariocas se preparam para a nova eleição municipal no dia 6 de outubro deste ano. Confira os principais planos de governo dos candidatos para a melhoria da capital e os partidos a qual são filiados.
Eduardo Paes - PSD
Atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo da Costa Paes é bacharel em Direito pela PUC-Rio. Atuou como subprefeito da Zona Oeste do Rio em 1993 a 1996, no mandato do ex-prefeito Cesar Maia. Logo após, foi eleito vereador em 1998 e, em seguida, deputado federal, cargo que ocupou até 2006. Filiado ao MDB, elegeu-se prefeito da capital entre 2009 e 2016, voltando ao cargo em 2020 pelo Democratas. Em Maio de 2021, transferiu-se para o Partido Social Democrático, onde promove sua campanha de reeleição.
Apesar de sua reeleição, o candidato não convocou seu atual vice para a sua chapa, o novo nome divulgado é o de Eduardo Cavaliere, ex-secretário do Meio Ambiente do ano de 2021 a 2023 e atual secretário da Casa Civil desde 2023.
Suas propostas miram as áreas da saúde, educação, transporte público e moradia. Na criação de novos Super Centros Cariocas de Saúde, 13 mil novas vagas em creches e pré-escolas, expansão do Programa Oficina Cultural Carioca, implantação de faixa azul para motos na cidade e construção de habitações para reassentamento de populações ribeirinhas que estão em áreas sujeitas a inundações.
Alexandre Ramagem - PL
Alexandre Ramagem é delegado e deputado federal pelo PL, bacharel em Direito pela PUC-Rio e foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em agosto anunciou sua vice, a ex-nadadora e deputada estadual desde 2022 pelo Partido Liberal, Índia Armelau. Foi a primeira indígena a assumir um cargo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
As propostas do candidato são focadas nas áreas de segurança e tecnologia; com a criação do Programa Forças do Rio para combater a criminalidade, propôs o uso de câmeras inteligentes e uma gestão fiscal rigorosa para a eliminação de desvios. Para a tecnologia, o deputado promove um Hub Carioca de Tecnologia e Inovação Social para desenvolver o empreendedorismo social em espaços vulneráveis.
Tarcísio Motta - PSOL
Professor e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Tarcísio Motta de Carvalho é deputado federal pelo PSOL. Em 2016 foi vereador na capital, sendo o segundo mais votado, e o mais votado em 2020 quando reeleito.
Sua vice é Renata Souza, também filiada ao PSOL, foi candidata à prefeitura do Rio de Janeiro em 2020, a primeira mulher negra a administrar a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e foi chefe do gabinete da ex-vereadora Marielle Franco.
Tarcísio apresenta projetos voltados ao combate à fome, transportes e educação. O candidato tem o plano de erradicar a fome com o plano “Rio Zero”, a construção de 25 mil casas na região do Porto, criar uma infraestrutura contra enchentes tornando o Rio a primeira “cidade-esponja” da América Latina. Na educação pretende acabar com as filas das creches até 2028 e implementar Escola Integral Inclusiva com o plano “Escola de Portas Abertas”. No transporte, o “Sextou Carioca” garante, transportes públicos, bicicletas e vans gratuitas nos fins de semana e a entrada gratuita em eventos culturais.
Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de Belo Horizonte, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na cidade do Mineirão, Belo Horizonte, os moradores se preparam para as eleições municipais que irão ocorrer dia 6 de outubro deste ano. Os 10 candidatos para prefeito são variados e 2 disputam o segundo lugar nas pesquisas, conheça suas propostas e partidos.
Mauro Tramonte - Republicanos
Bacharel em Direito, jornalista e apresentador há 16 anos do programa Balanço Geral da Record TV Minas, o candidato iniciou sua carreira política quando concorreu para vereador em Poços de Caldas pelo PMDB no ano de 2004.
Filiado ao Republicanos, Mauro Tramonte foi o segundo deputado estadual mais votado no Brasil e o mais votado de Minas Gerais no ano de 2018 pelo PRB. Tem como vice Luísa Barreto, ex-secretária de Planejamento e gestão de Minas Gerais do governo de Romeu Zema e ex-candidata à prefeita da cidade de Belo Horizonte pelo PSDB em 2020.
Em sua campanha reforça as áreas da saúde, transporte e educação. Com o plano “Zap da Saúde”, as consultas e exames serão confirmadas pelo aplicativo Whatsapp para evitar consultas perdidas. Para a redução de filas e a falta de médicos, o “Corujão da Saúde” e a parceria com faculdades de medicina estão nos seus projetos. Na educação, as vagas de creches para crianças de 0 a 3 anos vão ser ampliadas e terá o fortalecimento do “Programa Saúde nas Escolas”. Em suas propostas para transporte, temos a “Gestão Inteligente do Trânsito” e a implantação de Wi-fi gratuito nos ônibus.
Fuad Noman - PSD
Atual prefeito da cidade de Belo Horizonte, Fuad assumiu o cargo após a renúncia de Alexandre Kalil em março de 2022. Ex-secretário Executivo da Casa Civil da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso e foi Secretário Municipal de Fazenda de Belo Horizonte no primeiro mandato de Kalil, antes de se tornar vice em 2020.
Em julho, anunciou o vereador Álvaro Damião do União Brasil, o político é apresentador da TV Alterosa e radialista na Rádio Itatiaia e responsável pelo o Instituto Bacana Demais, uma instituição voltada para atender crianças, jovens e idosos. Em 2017 teve seu primeiro mandato como vereador e em 2020 foi reeleito.
Em suas propostas Fuad cita a entrega de 12 escolas novas até 2025, a criação de 1.800 vagas para horário integral para crianças, a implantação de um sistema eletrônico de prontuário médico dos pacientes, a criação do Parque Ciliar do Córrego da Onça para o aumento da cobertura vegetal da cidade e a continuação do programa “Estamos Juntos”.
Bruno Engler - PL
Bruno Engler está em seu segundo mandato como deputado estadual pelo Partido Liberal, ao qual é filiado desde 2022, e é coordenador do Movimento Direita Minas. Com uma política conservadora, o candidato tem o apoio do deputado federal Nikolas Ferreira, do mesmo partido.
Em sua chapa tem como vice a Coronel Cláudia Romualdo, que foi anunciada em agosto durante uma convenção do Partido Liberal na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Em suas propostas tem como previsão a criação de salas sensoriais para escolas que tenham alunos portadores de Transtorno do Espectro Autista (TEA), a criação de um aplicativo voltado para a área da saúde que possa informar a situação das filas, marcação de consultas e exames em tempo real, além da ampliação da guarda municipal em postos de saúde, escolas e hospitais pela cidade.
Duda Salabert - PDT
Formada em Letras pela PUC-Minas e Gestão Pública na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), foi a primeira pessoa transgênero a se candidatar para o cargo de Senadora da República em 2018. É a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte em 2020 e junto a Erika Hilton foram as primeiras deputadas transgêneros do Brasil.
Duda está na disputa acirrada para o segundo lugar nas pesquisas. A candidata não possui vice em seu primeiro turno, houve negociações com o político Rogério Correia (PT) mas não chegaram a um consenso, Rogério também está na disputa para prefeito de Belo Horizonte.
Seu programa de governo destaca as áreas de educação, saúde e meio ambiente: garantir que os salários dos professores de Belo Horizonte seja o maior entre as capitais, despoluir o Lago da Pampulha para torná-lo navegável, universalizar a água e saneamento básico para toda a cidade. Além disso, seu plano também traz propostas de criar um programa de apoio à saúde dos Guardas Municipais, implantação de VLTs e a revisão dos salários dos servidores de saúde.
À medida que se aproxima o dia das eleições nos Estados Unidos, a atenção se volta para um grupo de eleitores que promete desempenhar um papel crucial no resultado das urnas: a geração Z.
Nascidos entre 1996 e 2010, esses jovens representam cerca de 40 milhões de eleitores potenciais — quase um quinto do total. Em 2024, a influência da geração Z promete ser tão marcante quanto em 2020, quando o comparecimento deles às urnas bateu recordes históricos.
Segundo o Centro de Informação e Pesquisa sobre Aprendizagem e Engajamento Cívico da Universidade de Nova York, a participação dos jovens de 18 a 29 anos na eleição presidencial de 2020 alcançou 50%, um salto impressionante de 11 pontos em relação a 2016. Essa é uma das maiores taxas de participação jovem desde que o voto foi reduzido para 18 anos.
No entanto, este fenômeno não é apenas uma curiosidade eleitoral, reflete mudanças significativas nas prioridades e preocupações dos jovens. Enquanto as questões econômicas dominam a agenda dos eleitores republicanos, temas como direitos ao aborto e políticas de imigração são centrais para os democratas. A diferença nas preocupações e no engajamento entre esses grupos mostra como a geração Z pode influenciar decisivamente a direção política do país.
Uma pesquisa recente do instituto Gallup, que trabalha com pesquisa de opinião do país, revelou uma reviravolta interessante na inclinação política dos jovens americanos. Historicamente, os democratas contaram com o apoio majoritário dos eleitores de 18 a 29 anos, mas em 2023, essa vantagem parece estar diminuindo. O apoio caiu para 47%, o menor índice já registrado.
Em contraponto, o apoio aos republicanos nessa faixa etária cresceu de forma expressiva, subindo sete pontos percentuais desde 2017. Atualmente, 48% dos jovens declaram preferência pelo Partido Republicano, um aumento de 13 pontos em oito anos, impulsionado principalmente pelos homens jovens.
Essas mudanças se refletem nas prioridades eleitorais dos jovens. Conforme aponta uma pesquisa do Wall Street Journal, enquanto a economia é a principal preocupação para ambos os gêneros, as mulheres jovens estão especialmente focadas na questão do direito ao aborto, revogado em nível nacional pela Suprema Corte em 2022. Em contraste, os eleitores homens dessa faixa etária demonstram maior apoio a políticas migratórias mais rigorosas, como as propostas por Trump.
A Geração Z desempenha um papel crucial, especialmente nos estados-pêndulos. Na Geórgia, onde 22% da população é composta por jovens, cerca de três quartos dos eleitores registrados pertencem a essa faixa etária. Na Pensilvânia, um estado com grande peso eleitoral, os jovens têm mostrado um engajamento acima da média nas últimas três eleições, consolidando-se como um grupo decisivo na disputa pelo Colégio Eleitoral.
Por trás dessas mudanças no cenário político dos jovens americanos, há uma série de realidades que estão moldando suas perspectivas. No ambiente das universidades dos EUA, por exemplo, as mulheres dominam, ocupando 60% das vagas, segundo o Education Data Initiative. Além disso, o Pew Research Center aponta que, na década de 1970, 98% dos homens com diploma de ensino médio estavam empregados, enquanto menos de 50% das mulheres nessa mesma situação tinham um emprego. Hoje, o quadro mudou completamente, com a taxa de empregabilidade masculina caindo para 87%, enquanto a das mulheres subiu para 69%.
Essa diminuição na participação dos jovens homens no mercado de trabalho não é um fenômeno recente, e suas raízes vão além das questões frequentemente associadas, como políticas de imigração e iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Entre os fatores que contribuem para essa queda estão a falta de atratividade das vagas para aqueles sem diploma universitário, altos índices de encarceramento e a crise dos opióides, que afeta desproporcionalmente os homens.
Então, a realidade do país tem gerado um ressentimento crescente entre jovens homens brancos, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades para acessar tal educação superior. É justamente esse descontentamento que tem sido explorado pela extrema direita, em grande parte sob a liderança de Donald Trump e seu grupo dentro do Partido Republicano. A frustração e a sensação de marginalização desses jovens estão se refletindo em um apoio crescente a ideias e figuras que prometem desafiar o status quo.
Redes sociais e engajamento político jovem
As redes sociais têm se consolidado como uma ferramenta poderosa na formação da opinião política, especialmente entre a Geração Z, cuja interação com essas plataformas é quase constante. Essas redes não apenas permitem que os jovens se conectem e compartilhem informações, mas também oferecem uma plataforma para a criação e disseminação de movimentos e campanhas políticas.
A capacidade de viralizar mensagens e mobilizar rapidamente grandes grupos de pessoas tem transformado o cenário político, permitindo que questões emergentes e reivindicações específicas ganhem atenção nacional em questão de horas.
Além disso, algoritmos das redes sociais tendem a personalizar o conteúdo com base nos interesses e interações dos usuários, o que pode amplificar tanto informações corretas quanto desinformação. Isso cria um ambiente onde debates políticos podem ser influenciados por uma combinação de evidências e emoções, tornando a participação política mais dinâmica e, ao mesmo tempo, polarizada. Essa influência pode ser determinante para o resultado das eleições.
Desde o início de suas campanhas, tanto Donald Trump quanto Kamala Harris têm explorado as redes sociais de maneira estratégica para atrair a Geração Z, cuja influência política tem crescido significativamente. A campanha de Kamala Harris investiu em uma abordagem de comunicação visual e interativa, utilizando memes e emojis, como o coco e o coqueiro, para criar uma conexão mais pessoal e envolvente com os eleitores jovens.
Esses elementos visuais ajudam a viralizar a mensagem e a promover discussões nas redes sociais, facilitando o engajamento e também permite que a mensagem da candidata seja compartilhada de maneira orgânica entre os usuários das redes sociais.
Donald Trump não tem um emoji específico associado a ele. No entanto, o emoji mais comumente usado para representar Trump nas redes sociais é o do rosto com a boca aberta ou o rosto de um homem careca, devido à sua aparência característica.
Conhecido por sua presença forte e provocativa no X, adaptou sua estratégia ao criar conteúdos virais e retóricas polêmicas que, apesar de controversas, têm sido eficazes em mobilizar e energizar sua base de apoio, incluindo os jovens que buscam uma abordagem direta e desafiadora.
Foto: Reprodução Facebook / @PabloMarcall
Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com o perfil dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que pontuaram acima de 5% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o perfil do candidato Pablo Marçal, do PRTB.
No dia 4 de agosto, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) oficializou o nome de Pablo Marçal na disputa à Prefeitura da cidade de São Paulo. De acordo com o candidato, o partido foi o único que aceitou colocá-lo na corrida eleitoral.
O evento de lançamento da campanha aconteceu na Max Arena, localizada no bairro da Mooca, na zona leste da capital. O local escolhido para sediar a convenção se propõe moderno, tecnológico e possui uma decoração futurista, que reflete as propostas do novo candidato. “Vamos levar São Paulo para 2050”, afirmou em seu discurso de abertura, sugerindo que o local é o que ele pretende colocar em prática no seu governo, se eleito.
Marçal anunciou Antônia de Jesus (PRTB) como candidata à vice-prefeita. O empresário afirmou que sempre buscou uma mulher para compor a chapa e que a vice escolhida compartilha de suas causas e que, assim como ele, “acredita no povo”.
Jesus é policial militar, natural da Bahia, mas reside no bairro de Pirituba, na zona norte de São Paulo, há 22 anos. A militar, única candidata negra na disputa, teve suas características destacadas por seu parceiro de chapa que a apresentou como “policial, católica, negra e nordestina”.
Quem é Pablo Marçal?
Nascido em Goiás (GO), em 18 de abril de 1987, Pablo Henrique Marçal tem 37 anos e é filho de uma empregada doméstica com um funcionário público. Sua carreira profissional teve início aos 18 anos, com o cargo de atendente de call center na antiga Brasil Telecom, onde atuou por sete anos até deixar a empresa como líder de Recursos Humanos (RH).
Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, o empresário é conhecido por ministrar palestras motivacionais e cursos sobre como ganhar dinheiro. O influenciador se diz cristão, é casado com Ana Carolina Marçal, pai de quatro filhos, e expõe sua rotina de “homem bem-sucedido e conservador” nas redes sociais.
Foto: Reprodução/Instagram
O ex-coach é o candidato mais rico na disputa pela chefia executiva de São Paulo. Segundo a plataforma de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu patrimônio é avaliado em cerca de R$169,5 milhões, divididos em aplicações, investimentos e participações societárias, além da posse de um terreno e imóveis em Goiás e São Paulo.
Controvérsias de Marçal
Em 2022, com discursos pautados no ultraconservadorismo neoliberal, Marçal se candidatou à presidência pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O candidato encontrou resistência dentro do próprio partido, dividido entre o apoio à oficialização de seu nome na disputa, e o apoio ao candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As divisões internas e a falta de apoio inviabilizaram a disputa da corrida presidencial, que mais tarde foi indeferida pelo TSE. O partido integrou a Coligação Brasil da Esperança, em apoio ao atual presidente, Lula da Silva (PT), e Marçal declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
O empresário chegou a doar R$100 mil para campanha do ex-presidente e participou de reuniões com sua equipe para ajudar com estratégias da campanha digital.
Foto: Reprodução/Instagram
Ainda filiado ao PROS, Marçal se candidatou a deputado federal pela capital paulista. Em setembro, dois meses antes das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou o registro de sua candidatura devido à falta de documentos.
O empresário, no entanto, concorreu sub judice e foi um dos 20 candidatos mais votados em todo o Brasil, com 243.037 votos. Marçal foi eleito, mas Ricardo Lewandowski, então ministro do TSE, indeferiu sua candidatura, o que o impediu de assumir sua cadeira no Congresso Nacional.
Os processos de Marçal
Durante a campanha, Marçal tem sido alvo dos adversários por causa de supostas ligações entre integrantes do PRTB e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No início de agosto, a “Folha de S. Paulo” revelou áudios em que Leonardo Avalanche, presidente do partido, afirma ter ligação com o PCC.
Na gravação, Avalanche afirma ter sido responsável pela soltura de André do Rap, um dos chefes da organização, preso por gerenciar o envio de grandes remessas de cocaína à Europa. O traficante foi solto em 2020, depois de ter um habeas corpus concedido pelo ministro do supremo tribunal ( STF) Marco Aurélio Mello. Pablo Marçal, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, negou as suspeitas de ligação de seu partido à facção.
O influenciador também já foi condenado por participar de uma quadrilha de golpes. Segundo registros do processo na 11ª Vara Federal de Goiânia, Marçal foi temporariamente detido em 2005, com 18 anos, por participar de uma quadrilha que realizava fraudes bancárias.
Em 2010, ele recebeu uma sentença de quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado (conforme o artigo 155 do Código Penal) da Justiça Federal. Somente em 2018, um recurso foi avaliado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Devido à demora do tribunal em analisar o caso, ocorreu a prescrição da pena, o que significa que Marçal, mesmo considerado culpado, não precisou cumprir a sentença.
Em junho de 2023, um seguidor de 26 anos morreu após uma maratona de 42km organizada por um grupo empresarial de Pablo Marçal, em Alphaville, São Paulo. Em uma publicação nas redes sociais, o ex-coach alegou que não participou da promoção da corrida e reforçou o diagnóstico de uma doença pré-existente. O caso foi levado para o 2° DP de Barueri que registrou o caso como “morte suspeita".
Marçal tornou-se conhecido por um ”evento de superação e desafios extremos”, realizado em 2022. Na ocasião, o ex-coach levou um grupo de 60 seguidores, sem preparo físico, ao pico da Montanha dos Marins, em São Paulo, em condições climáticas adversas, com neblina e chuva intensa.
Apesar dos riscos, o influenciador insistiu em continuar a subida, e alguns membros do grupo relataram momentos de pânico. “Eu não mandei ninguém subir! E fui na frente, subi e resolvi”, disse Marçal, em entrevista ao Domingo Espetacular, na Record.
O grupo não conseguiu finalizar a expedição e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Paulo Roberto, chefe da operação de resgate, afirmou ao G1 que “essa foi a pior ação já feita no Pico dos Marins”. A subida da montanha é recomendada apenas nos períodos de estiagem, com guia e equipamentos de segurança.
Cortes do Marçal
Desde as eleições de 2022, Marçal oferece pagamentos a seus seguidores pela replicação de vídeos nas redes sociais, com cortes de suas falas em debates e entrevistas, com o objetivo de impulsionar sua campanha na web.
A estratégia do influenciador, conhecida como “Cortes do Marçal”, foi questionada pela Justiça Eleitoral por suposto financiamento de postagens com recursos não contabilizados. Este ano, as redes sociais do candidato foram temporariamente derrubadas pelo uso indevido destes vídeos, utilizados em ataques a adversários.
“Eu pago 200 pau toda semana e vai aumentando, pelas visualizações. Não sou eu quem impulsiona, eu ensino os caras a cortar. Taí nos stories, quem estiver assistindo pode ir lá no Pablo Marçal e fazer 10 mil por mês, 20. Tem moleque fazendo 400 mil por mês com os meus cortes", disse o candidato em postagens do TikTok.
No site oficial do TSE, o extrato de prestação de contas eleitorais de Pablo Marçal aponta que o investimento em pesquisas ou testes eleitorais é de R$40 mil, enquanto as despesas para o impulsionamento de conteúdos online são de R$82 milhões.
O alcance e engajamento do candidato do PRTB nas redes sociais é superior aos números atingidos pelos demais concorrentes, podendo compensar a falta de estrutura política em sua campanha.
Após uma ação movida pelo PSB, em agosto de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), suspendeu temporariamente as redes do candidato.
Na decisão do magistrado Antônio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral do TRE-SP, a determinação suspendia apenas as redes sociais que “buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”. A sentença proibiu que Marçal remunere pessoas que compartilhem seus vídeos editados. O descumprimento da decisão resultaria em multa diária de R$10 mil.
Pablo Marçal (PRTB) em caminhada na rua 25 de março no primeiro dia de campanha em São Paulo - Foto: Bruno Santos/Folhapress
Principais propostas
Em seu programa de governo, o candidato do PRTB propõe o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com maior investimento em inteligência e tecnologia, além de criar programas de segurança local, como a "guarda no bairro".
Uma das propostas da chapa para a mobilidade é a criação de uma rede de teleféricos para melhorar o transporte público e a construção de "bolsões de estacionamento" para facilitar o fluxo de veículos na cidade.
"A ideia é criar esse cinturão de teleféricos, que não é a solução para o trânsito na cidade, mas para honrar o povo da comunidade”, afirmou ao UOL. O trajeto proposto por Marçal ligaria a Brasilândia, na zona noroeste, a Vila União, zona leste, e o Capão Redondo, na zona sul.
Segundo seu plano de governo, Medellín, na Colômbia, e La Paz, na Bolívia, que possuem uma rede de bondes aéreos, inspiraram o projeto. No entanto, diferente da configuração de São Paulo, as duas cidades possuem terreno acidentado e estão a mais de mil metros do nível do mar, com morros que o metrô subterrâneo não alcançaria.
Além disso, o candidato pretende construir o maior prédio do mundo, com 1 km de altura, como símbolo de inovação e progresso, buscando posicionar São Paulo como um centro global de negócios e cultura.
A última versão da Lei de Zoneamento, no entanto, aprovada em dezembro do ano passado, determinou que a altura máxima dos prédios em zonas centrais é de 48 metros, enquanto nas demais regiões, o limite é de 42 metros. A proposta de Marçal exigiria a alteração do Plano Diretor da cidade.
Durante a sabatina UOL/Folha, jornalistas questionaram Pablo Marçal sobre a viabilidade de suas propostas e o candidato assumiu não poder cumpri-las em quatro anos.
“Não dá pra fazer em quatro anos. O problema é que todo mundo quer fazer em quatro anos, vai embora e o outro larga. A gente só tem política eleitoreira. Não dá para resolver nenhum plano de governo dentro de quatro anos”, afirmou Marçal.
Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o candidato Ricardo Nunes, do MDB.
O atual prefeito da capital está concorrendo à reeleição da maior cidade do país com os mesmos passos dos últimos quatro anos. Nunes afirma, em uma das sabatinas realizadas pela imprensa durante a campanha, que o seu plano de governo é “dar continuidade nas periferias sem tirar o olho do desenvolvimento econômico". Apesar de ser discreto, o candidato é alvo de críticas por envolvimento com desvio de verba para creches, violência doméstica e fechamento do Hospital Cachoeirinha, único de referência para aborto legal no estado.
QUEM É RICARDO NUNES?
Filho de Maria do Céu Reis Nunes e Luiz Nunes Regina Carnovale Nunes, Ricardo Luis Reis Nunes decidiu fazer Direito na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), mas não concluiu por endividamento. Antes de concorrer na política, Nunes investiu no mercado de controle de pragas. Atualmente é dono da empresa Nikkey, fundador da Abrafit (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário) e assumiu o cargo de diretor na AESUL (Associação Empresarial da Região Sul de São Paulo).
CARREIRA POLÍTICA
Filiado ao MDB desde os 18 anos, concorreu à vice-prefeitura nas eleições de 2020. Porém, com a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), vítima de câncer, ele assumiu o governo municipal no ano seguinte. Antes disso, atuou como vereador por dois mandatos seguidos.
Foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento da capital e esteve presente nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) – Sonegação Tributária, Dívida Ativa, Theatro Municipal e Evasão Fiscal durante a atividade legislativa.
VICE É EX- COMANDANTE DA ROTA
Coronel Mello, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Tarcísio de Freitas, é confirmado como braço direito de Ricardo Nunes. O oficial de reserva da Polícia Militar é conhecido por ter “colocado ordem” na época em que presidia a Ceagesp, em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com acusações detalhadas no Ministério Público, foi acusado de extorquir funcionários e uso abusivo da militarização dentro do estabelecimento.
Também coordenou uma das forças armadas mais violentas na história do Brasil nos anos 70 em 2017. A ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) era um grupo policial de choque que perseguiu militantes e contrários à força militar. Em uma entrevista ao Canal Aberto, há sete anos atrás, quando foi promovido a comandante, ele afirmou que a ROTA é a sua casa desde quando entrou nessa divisão e ficou quatro anos e que “é o sonho de quem gosta de fazer polícia e combater o crime”.
“CAMINHO SEGURO PRA SÃO PAULO”
Lema da coligação dos partidos MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil, a estratégia para os próximos anos é aumentar a capacidade armamentista para as polícias ao redor da cidade, principalmente no centro, onde a taxa de insegurança é uma das maiores. No último ano, dados da própria prefeitura afirma que a Secretaria de Segurança Pública investiu em R$1.272.585,343, sendo o quarto de 33 órgãos com mais despesas do município.
As estratégias de Nunes se mantém ao que o seu governo espalhou nos últimos três anos.
Além de mais polícia na rua, ele quer aumentar a presença da Guarda Civil Metropolitana, (GCM) em horários e locais estratégicos, como escolas, fazendo a ronda escolar e nas periferias.
O candidato à reeleição quer implementar 100% do ensino integral na educação infantil ao fundamental e zerar a fila nas creches para os bebês. O plano de Nunes também reforça a valorização dos educadores e o objetivo de alfabetizar os jovens na idade certa.
Os planos para a Secretaria da Saúde de Nunes são expandir o serviço público com acessibilidade aos procedimentos e tratamentos pela ampliação de de UBSs (Unidades Básicas de Saúde), o mantimento do Hospital do Servidor Público e especialização de centros para pessoas com TEA (Transtorno Espectro Autista).
Para o serviço de transporte e mobilidade, ele propõe a ampliação das ações de engenharia de tráfego com foco na educação de trânsito. Além da continuidade na conclusão de 8 novos corredores de ônibus e BRTs e iniciará obras em mais 6 novos corredores da mesma modalidade.