O que o resultado das eleições conta sobre a estruturação partidária no país
por
Annanda Deusdará
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06/11/2024 - 12h

No domingo (27/10), se encerraram as eleições municipais. O mapa da apuração do número de prefeituras por partidos nos estados, mostra o empenho pela conquista de mais municípios, causando uma descentralização nas áreas eleitorais. Em contrapartida a isso, o MDB e o União apresentam grande concentração nos estados do Norte e Centro-Oeste, apesar de terem vencido em outros lugares. 

De acordo com a análise da conjuntura política e eleitoral, feita pelo grupo de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (INCT/Redem) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), houve uma manutenção da administração de partidos de Direita e Centro-Direita nos cargos da prefeitura. A Direita conquistou mais de 4,7 mil prefeituras,enquanto a esquerda irá administrar pouco mais de 746 cidades a partir de 2025.

Estão dentre os cinco partidos mais votados: PSD, MDB, PP, UNIÃO e PL. O PP e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), foram os únicos que elegeram prefeitos em todos os 26 estados brasileiros, o que demonstra uma ampliação na influência deles no cenário nacional.

Na região Norte, apesar de uma leve queda, o MDB manteve seu domínio. Em 2020, o partido havia conquistado 114 prefeituras, agora, passa a 112 sendo 83 localizadas no Pará. Já o União Brasil, que ficou em 2º lugar, teve um aumento de 87%, passando de 54 para 101 prefeitos eleitos, com destaque para o Tocantins (37) e o Amazonas (24). 

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Mapa da apuração do Pará com o MDB (em baixo) e União (em cima) -
Gráfico: Annanda Deusdará

 

No Amapá, o União também é predominante com 9 prefeituras. Já em Roraima apenas o MDB conseguiu espaço ocupando uma prefeitura.No Acre eles também não apresentam concentração, tendo uma prefeitura cada, quem domina a região é o PP(14). No Tocantins, o MDB ficou em 6° lugar, ocupando 4 cidades.

O MDB se destacou também na região Nordeste, onde foi o partido mais votado, conquistando 283 prefeituras, o que representou um aumento de 46,63%. Em 2° lugar, aparece o PSD que marcou presença em 275 municípios. 

No Centro-Oeste, o União se manteve em 1° lugar com 155 prefeitos eleitos, o destaque vai para o Goiás (95), com uma diferença de 48 cidades para o segundo partido, e Mato Grosso (60). Já o MDB conquistou espaço em 74 cidades, sendo mais forte em Goiás (47).

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Mapa da apuração do Mato Grosso com o União (em cima) e o MDB (em baixo)
Gráfico: Annanda Deusdará

No Mato Grosso do Sul os partidos União e MDB perderam a concentração. O União não elegeu nenhum prefeito e o MDB ficou em 3° lugar com 10 eleitos, enquanto o primeiro colocado (PSDB) ficou com 44.

Na Região Sudeste, o destaque foi para o PSD com 356 cidades, em 2° lugar ficou o PL com 185 prefeituras. No estado de Minas Gerais, apesar de não haver uma concentração tão expressiva como nos que foram citados anteriormente, os partidos União e MDB tiveram números consideráveis,69 e 82 respectivamente, ficando em 5° e 3° lugar. O tamanho do estado pode ter dificultado a conquista de grandes quantidades de municípios, visto que em um total de 847 prefeituras, o PSD, que foi o mais votado, foi eleito em 142 cidades, o que representa 16,76% do total do estado.

O PL se destacou nas regiões Sudeste e Sul (4° mais votado). Apesar disso, o partido se concentra em estados específicos e não na região como um todo. São Paulo, por exemplo, representou 56% do número de prefeitos eleitos no Sudeste. Já no Sul, Santa Catarina engloba 50% dos votos do PL

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Mapa da apuração da quantidade de prefeituras do PL no estado de São Paulo
Gráfico: Annanda Deusdará

 

Das quatro capitais da região, três passaram para o segundo turno nas disputa
por
Annanda Deusdará
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05/11/2024 - 12h

No último domingo (27), foram realizadas as votações para prefeito nas quinze capitais restantes. Após os resultados, os candidatos eleitos deram discursos declarando quais serão os próximos passos quando assumirem o cargo. Em todas as capitais a porcentagem de abstenção ultrapassou os 20%.

 

Campo Grande (MS)

Com uma diferença percentual de 3% Adriane Lopes, 48, (PP) foi a primeira prefeita eleita da cidade com 222.699 votos (51,45% dos votos válidos). Sua vice será a Dra. Camilla (Avante).   

O segundo turno teve também 16.871 votos nulos (3,66% do total), 11.704 votos em branco (2,54%) e ainda 184.812 abstenções, o equivalente a 28,60% do eleitorado.

Formada em Direito e Teologia, com pós-graduação em Administração Pública e Gerência de Cidades, Adriane Lopes foi a primeira mulher a assumir a prefeitura da capital. Após a renúncia do então prefeito Marcos Trad

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Adriane Lopes (PP) prefeita de Campo Grande - Foto: Divulgação

Adriane Lopes disse na sede do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), após a confirmação da vitória, que estava muito feliz e que nestes dois anos e meio de gestão, despertou a cidade e retomou várias obras paradas. Afirmou também que na nova gestão tem como prioridade a educação e a saúde.

Ela agradeceu os apoios que recebeu durante a campanha, como o do governador Eduardo Hídio, da senadora Tereza Cristina e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Declarou ainda, que o resultado das eleições é representativo “Essa vitória, minha e da Camila, não é só nossa. Essa vitória é das mulheres do nosso país”

Desde o primeiro turno, a candidata estava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais que indicavam disputa de segundo turno entre Rose Modesto e Beto Pereira. Para contornar a situação, ela usou como principal argumento durante o fato de não ter conseguido resolver todos problemas da cidade por ter estado à frente da gestão municipal por apenas dois anos.

Apesar dos indicativos de derrota, Lopes conseguiu avançar e na última pesquisa Quaest encomendada pela TV Morena e divulgada no sábado (26), apareceu com 49% dos votos válidos, empatada tecnicamente pela margem de erro com Rose Modesto, que apareceu com 51%.

Durante sua candidatura, suas principais propostas incluíam a área da educação, saúde e infraestrutura. Dentre elas, estão: a criação de novas escolas; distribuição mensal de medicamentos de uso contínuo para pessoas com deficiência, pressão alta e diabéticos; além da criação de um Centro Médico de Cuidado com o Idoso.

A candidata Rose Modesto,46, é professora do Ensino Médio e já foi eleita vereadora (2008-2012); vice-governadora em 2014 e deputada federal em 2018 pelo PSDB. O seu vice foi Roberto Oshiro (União Brasil).

 

Cuiabá (MT)

O deputado federal Abilio Jacques Brunini Moumer, 40,(PL) foi eleito prefeito com 171.324 votos (53,80% dos votos válidos). Sua vice é a Coronel Vânia (Novo).  

A eleição teve 4.852 votos brancos (1,47% dos votos totais), e 7.234 votos nulos ( 2,19%). A abstenção foi de 114.533 eleitores, o que representa 25,73%.

Em 2016, Abílio foi eleito vereador de Cuiabá, pelo Partido Social Cristão (PSC). Como deputado federal, ficou marcado por polêmicas no congresso. Em junho de 2023, ele fez uma série de interrupções durante uma sessão da CPI dos atos golspitas.No mês seguinte, foi acusado por transfobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), durante outra sessão da CPI. Em agosto do mesmo ano, foi acusado de fazer um gesto supremacista branco durante outra sessão da CPI do 8 de janeiro.

No discurso após a vitória, o prefeito prometeu priorizar a saúde, além de avançar no diálogo com os demais Poderes. "No momento temos que olhar o que tem de imediato e acredito que a Saúde é um problema que temos que resolver”, declarou.

 

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Abílio Brunini em entrevista na Rádio Centro América FM - Foto: Nathalia Okde

Abílio liderou a disputa à Prefeitura de Cuiabá desde o primeiro turno, quando teve 126.944 votos, 39,61% dos votos válidos. No segundo turno, recebeu o apoio do governador Mauro Mendes (União), do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de igrejas e eleitores de direita. 

 

O candidato Lúdio, foi apoiado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, e por sete ministros do governo federal. O petista era o único do partido ainda na disputa por uma vaga no Executivo em Mato Grosso. Cuiabá também não teve vereador (a) do PT eleito para 2025.

 

Durante a campanha, Brunini fez promessas em diversas áreas, como saúde, educação, segurança e transporte. Entre elas estão: criação de Vilas de Saúde em cada distrito sanitário da capital; expansão da educação infantil e a implementação do Método Montessori; faixa azul exclusiva para motos e criação de paradas para embarque e desembarque de passageiros por APP; além de parceria com a Polícia Militar e Guarda Municipal para fortalecer a segurança nas escolas.

 

Goiânia (GO)

Sandro Mabel,65,(União) foi eleito com 353.518 votos (55,53% dos votos válidos). Sua vice é a Coronel Claudia (Avante).  

Apesar de Fred Rodrigues (PL),estar na frente no primeiro turno. Mabel avançou no segundo turno e venceu em todas as nove zonas eleitorais (ZEs)de Goiânia, essas ZEs estão localizadas nas regiões central, leste e norte 

Apesar do resultado, o número de abstenções quase igualou ao total de votos recebido pelo candidato. O resultado informado pelo TSE mostra que foram 352.393 abstenções, enquanto Mabel obteve 353.518 votos. O número representa 34,20% do total e foi o segundo maior do país entre as capitais que tiveram segundo turno. Também foram registrados 14.229 votos brancos e 27.080 nulos, que totalizaram 41.309.

Após a vitória, o prefeito eleito disse que começará a transição na segunda-feira (28). Ao lado de aliados, ele comemorou a vitória e falou sobre os próximos passos.

 

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Mabel comemora a vitória ao lado de seus aliados - Foto: Wesley Costa/ O Popular
 

Sobre os problemas financeiros da prefeitura com fornecedores, Mabel disse que pretende negociar e pagar todas as dívidas no início de 2025, principalmente as despesas com Saúde. “Eu tenho uma longa experiência como gestor, então essas dívidas não me assustam”. Declarou ainda que no começo de seu mandato irá retornar com a prestação de serviços básicos “Nós colocaremos Goiânia para funcionar rápido, inclusive a limpeza urbana, a gente dá uma faxinada nessa cidade logo”, frisou.

Seu projeto de governo foi dividido em três eixos: Cidade, Cidadão e Gestão. Entre suas propostas estão a conectividade e acesso à internet em toda a cidade; um aplicativo para que mulheres em perigo acionem rapidamente os órgãos de segurança e atendimento pediátrico 24 horas nas unidades de urgência e emergência. 

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Frederico Rodrigues,25, (PL), é ex-deputado estadual de Goiás(2023). Apesar de ter sido o candidato mais votado de Goiânia, teve seu mandato cassado por conta de irregularidades encontradas pelo TRE na prestação de contas da campanha de 2020.

Mabel foi deputado federal quatro vezes e uma vez deputado estadual. Na Câmara dos Deputados, foi responsável por projetos de lei sobre a implantação de crematórios públicos e a criação de cargos de provimento efetivo e funções comissionadas para o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiânia).

 

Quais foram os candidatos eleitos e seus discursos pós-vitória
por
Maria Eduarda Cepeda
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05/11/2024 - 12h

 

No domingo, 27 de outubro, quatro das principais capitais do Norte foram às urnas para elegerem seus futuros prefeitos para 2025. Manaus teve seu atual prefeito, David Almeida (Avante), reeleito. Igor Normando (MDB) venceu para prefeito em Belém e recebeu o apoio do atual governador do Pará, em Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), comemorou a vitória e destacou sua responsabilidade com a prefeitura e em Porto Velho (RO)

As quatro capitais contabilizaram mais de 2.192.245 votos válidos em seus colégios eleitorais. Manaus teve o menor número de abstenções com 23,39%, Belém obteve 25,19% das abstenções, Palmas com 25,73% e Porto Velho teve a maior porcentagem com 30,63% comparado às outras cidades, juntas as capitais somaram 44.579 de votos em branco. 

Belém (PA) 

Igor Normando (MDB) em campanha eleitoral
Normando agradeceu o apoio do atual governador do Pará e senadores em seu discurso. Foto: Cristino Martins

Igor Normando (MDB) venceu a disputa do segundo turno, com 56,36% dos votos válidos, contra o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL) que recebeu 43,64%. A capital do Pará irá receber o deputado em seu novo cargo a partir de janeiro de 2025, que conta com o apoio da maioria da Câmara Municipal.

Em seu discurso, o candidato agradeceu os votos de seus eleitores e o apoio do governador Helder Barbalho (MDB), “Muito obrigado a cada um de vocês, obrigado ao governador Helder Barbalho, [..] não posso deixar de agradecer essa grande liderança”. Também disse que a maioria da população de Belém optou pela mudança, “Hoje a maioria da nossa população decidiu pela mudança e pela mudança com qualidade, com capacidade de gestão e a capacidade de enfrentar os desafios que a nossa cidade possui”

Manaus (AM)

David Almeida ao lado de uma cabine eleitoral
David Almeida segue para seu segundo mandato como prefeito em 2025. Foto: Divulgação/Assessoria

O atual prefeito da cidade de Manaus, David Almeida (Avante), foi reeleito no segundo turno contra o candidato Capitão Alberto Neto (PL). Com 54,59% dos votos válidos, o prefeito segue para mais um mandato.

Após sua reeleição, Almeida agradeceu a cidade e seus companheiros políticos,  "Quero agradecer a todos que estiveram nos apoiando e ao povo de Manaus que soube separar a verdade da mentira. Então, essa é uma vitória maiúscula, né, uma vitória da democracia.  [..] A cidade mudou, é o povo no poder, como a gente diz na comunidade, a favela venceu"

Palmas (TO) 

Eduardo Siqueira Campos sendo entrevistado pela imprensa após sua vitória ao lado de sua esposa
Em discurso após a vitória , o futuro prefeito destacou detalhes de sua vida pessoal. Foto: Edson Reis/g1 Tocantins

O candidato Eduardo Siqueira Campos, do Podemos, foi eleito com 53,03% dos votos válidos para prefeito da cidade de Palmas, ele venceu o segundo turno contra a candidata Janad Valcari (PL) que obteve 46,97% dos votos. Campos irá assumir o mandato em janeiro de 2025 até dezembro de 2028.

O futuro prefeito comemorou sua vitória com apoiadores e família, em seu discurso destacou a responsabilidade com a sua futura gestão, “Quem tem mandato, tem responsabilidade com Palmas. Todos conhecem meu temperamento. Eu tive que fazer uma campanha à altura do povo. [..] Não viemos para cá fazer fazenda, nós viemos fazer um estado. Nós não viemos para cá vender lote, viemos aqui fazer uma capital. Minha vida é conhecida, minha esposa é conhecida. Nós caminhamos à luz do dia”

Porto Velho (RO) 

Léo Moraes posando para foto para a divulgação de sua campanha eleitoral
Léo Moraes terá vice do mesmo partido, a advogada  Magna dos Anjos. Foto: Reprodução/Instagram 

Leonardo Barreto de Moraes (Podemos) foi eleito com 56,18% dos votos válidos, para prefeito na capital de Rondônia. Ele disputou o segundo turno com a candidata Mariana Carvalho, do União Brasil, que recebeu 43,82% dos votos. 

Quando anunciado os resultados do segundo turno, o candidato conversou com a imprensa e agradeceu os eleitores, amigos e a Deus pela sua vitória, "Eu estou muito feliz, eu agradeço primeiramente a Deus, agradeço a todos os amigos, a população que procura um renovo, que procura uma administração com capacidade de gestão que conheça as dores das pessoas. Vamos nos dedicar para entregar uma nova Porto Velho, sair desses índices tão prejudiciais que nos colocam em condição muito ruim [..]".

Saiba quem foram os prefeitos eleitos nas capitais da região
por
Khauan Wood
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01/11/2024 - 12h

Os cidadãos de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Curitiba, no Paraná, foram às urnas no último domingo (27) para definir os nomes que estarão no comando de suas prefeituras pelos próximos quatro anos. O centrão saiu vitorioso nas duas capitais.

Curitiba (PR)

531.029 de pessoas decidiram que Eduardo Pimentel (PSD) será o novo prefeito da cidade, número que chega a 57,64% dos votos válidos. Sua adversária foi a jornalista Cristina Graeml (PMB) que ficou com 42,36%, totalizando 390.254, essa foi a primeira vez que seu partido conseguiu levar um candidato ao segundo turno em uma capital desde a sua criação em 2016.

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Pimentel já acumulava dois mandatos como vice-prefeito da cidade, eleito em 2016 e reeleito em 2020. Foto: Eduardo Pimentel via X/Reprodução

 

Em seu discurso de vitória realizado na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o sucessor do atual prefeito Rafael Greca (PSD) afirmou que pretende garantir a nova concessão do transporte público na cidade, implementar o ensino em tempo integral nas escolas municipais e aumentar o número de vagas em creches da prefeitura.

Porto Alegre (RS)

O atual prefeito Sebastião Melo (MDB) foi reeleito com 61,53% dos votos contra 38,47% da deputada Maria do Rosário (PT). Melo conquistou mais de 406 mil votos, cerca de 36 mil a mais em comparação ao segundo turno da eleição anterior, em 2020. Além disso, Porto Alegre terá uma mulher na vice-prefeitura da cidade pela primeira vez, Betina Worm (PL), médica veterinária e tenente-coronel do Exército.

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Melo é o terceiro prefeito que se reelege em Porto Alegre desde a redemocratização. Foto: Pedro Piegas/Correio do Povo

Com vitória em todas as regiões porto-alegrenses, o prefeito disse em seu discurso que uma de suas prioridades será implementar medidas que previnam novas enchentes na cidade, assim como as que ocorreram no início deste ano. Ele defendeu ainda a privatização do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) e a busca de auxílio dos Governos Federal e Estadual para o setor.

Conheça os candidatos eleitos nas capitais nordestinas e seus discursos pós-vitória
por
Anna Cândida Xavier
Maria Eduarda Cepeda
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01/11/2024 - 12h

 

No domingo, 27 de outubro, o segundo turno das eleições municipais foi decidido em Fortaleza, João Pessoa, Natal e Aracajú. O Partido dos Trabalhadores conquistou sua única capital desde as eleições de 2016 em Fortaleza, com Evandro Leitão. Cícero Lucena foi reeleito em João Pessoa, a quinta capital nordestina a reeleger seus prefeitos em 2024. Em Natal, Paulinho Freire foi eleito com o apoio do atual prefeito na disputa com Natália Bonavides (PT). E o Partido Liberal conquista sua segunda capital nordestina em Aracajú com Emília Corrêa.

Nas quatro capitais que decidiram seus futuros prefeitos neste domingo, foram contabilizados 2.575.500 votos válidos nos colégios eleitorais que participaram do segundo turno. Fortaleza teve o menor número de abstenções de votos com o índice de 15,84%, João Pessoa com o total de 22,84% das abstenções, Aracaju com  25,16% e Natal finalizou com o maior nível de abstenção comparado às outras capitais, tendo no total 26,07%. A soma de votos em branco de todas as capitais foi de 50.620. 

Das nove capitais do Nordeste, sete elegeram prefeitos de partidos de direita ou de centro. Somente Evandro Leitão (PT) em Fortaleza e João Campos, do Partido Socialista Brasileiro, em Recife, representam partidos de esquerda nas capitais nordestinas. A votação expressiva na direita contrasta com o desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022 na região. O partido União Brasil conquistou três capitais nordestinas, Teresina, Natal e Salvador e o Partido Liberal elegeu prefeitos em Maceió e Aracajú. O partido Progressistas reelege Cícero Lucena em João Pessoa e em São Luís o Partido Social Democrático reelege Eduardo Braide. 

Fortaleza (CE)

Evandro Leitão (PT) ao lado do atual presidente Lula em campanha eleitoral
Presença marcante do presidente Lula na campanha de segundo turno de Evandro Leitão. Foto: Reprodução/Facebook

Evandro Leitão (PT) vence o segundo turno das eleições em Fortaleza por uma diferença de 10.838 votos em relação ao adversário André Fernandes (PL). No primeiro turno, o candidato do PT tinha apenas 34,33% do eleitorado, porém, foi eleito com 50,38% dos votos válidos. Fernandes recebeu o apoio de 49,62% dos eleitores.  

A principal estratégia da campanha foi aproximar a imagem do candidato às lideranças petistas no Ceará – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Educação e ex-governador do Estado, Camilo Santana, e o atual governador, Elmano de Freitas. Evandro Leitão agradeceu a militância do Partido dos Trabalhadores em seu discurso de vitória e afirmou “o bem venceu o ódio, a humildade venceu a arrogância e prepotência, aqueles que se acham donos do poder, aqueles que se juntaram com o filhote de Bolsonaro, deram com os burros n’água”. 

João Pessoa (PB)

Cícero Lucena (PP) comemorando a vitória do segundo turno
Cícero Lucena assume seu quarto mandato em janeiro de 2025. Foto: Reprodução/Facebook

Cícero Lucena (PP) foi reeleito prefeito na capital de Paraíba, com 63,91% dos votos válidos, vencendo a disputa contra o candidato Marcelo Queiroga do Partido Liberal, que obteve 36,02% dos votos. O atual prefeito caminha para seu quarto mandato como prefeito, ocupou o cargo de 1997 a 2004 e o assumiu novamente em 2020. 

Nas redes sociais, Lucena agradeceu seus eleitores e enfatizou a continuidade de seus projetos para a cidade, “[..] A confiança que foi depositada em nós não será em vão. Vamos continuar construindo uma cidade mais justa, mais inclusiva, mais humana. O trabalho não para, e a vontade de fazer o bem segue ainda mais forte”. 

Natal (RN)

Paulinho Freire (União) como deputado federal na câmara dos deputados
Paulinho Freire deixará cargo de Deputado Federal para assumir a prefeitura de Natal. Foto: Ag. Câmara, Reprodução/UOL

Na capital do Rio Grande do Norte, Paulinho Freire (União) vence a disputa pelo segundo turno com 63,91% dos votos contra 44,66% de Natália Bonavides (PT). O candidato eleito tem uma longa história como político na cidade, foi vereador em 1992 e ocupou o cargo de presidente da Câmara Municipal de 1997 a 2002. Em 2008, foi vice-prefeito de Natal, em 2012 voltou a ser vereador e nas eleições de 2022, foi eleito como deputado federal. 

No Instagram o candidato, Paulinho Freire, relembra a trajetória da campanha e agradece o apoio dos partidos da coligação e, em especial, de Álvaro Dias, atual prefeito da cidade. “Uma eleição difícil, mas a população de Natal assimilou bem as nossas propostas, o nosso projeto, viu que não valia a pena Natal voltar ao passado, retroceder”. 

 

Aracaju (SE) 

Emília Corrêa (PL) posando para foto ao lado da cabine de votação.
A candidata não vinculou sua imagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro em sua campanha no segundo turno. Foto: Reprodução / Instagram

 

Na capital sergipana, Emília Corrêa (PL) venceu a disputa para a prefeitura com 57,46% dos votos válidos contra o candidato Luiz Roberto do PDT. Esse é o seu primeiro mandato como prefeita, antes de embarcar na política Emília trabalhou como defensora pública e presidente da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Aracaju, em 2016 foi eleita vereadora e se reelegeu em 2020.

Em seu Instagram, a futura prefeita comemorou sua vitória com um vídeo onde está vestida de leoa e canta uma música gospel. Na descrição da publicação ela agradece seus eleitores e reforça a presença religiosa em seu futuro mandato, “a melhor forma de demonstrar o que estamos vivendo hoje é retratar a força que me move: a fé em Jesus, o Leão da Tribo de Judá (Apocalipse 5:5). E como uma leoa, que na natureza, desempenha um papel crucial na sobrevivência e no bem-estar de sua prole, vou estar à frente dos destinos de Aracaju, cuidando e protegendo, em especial daqueles que mais precisam. Vamos escrever um lindo capítulo na história da nossa cidade com Deus e o povo”. 

Quais são as propostas e perfis dos candidatos na disputa para a prefeitura da Cidade Maravilhosa
por
Maria Eduarda Cepeda
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25/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura do Rio de Janeiro, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na capital do Rio de Janeiro, os cariocas se preparam para a nova eleição municipal no dia 6 de outubro deste ano. Confira os principais planos de governo dos candidatos para a melhoria da capital e os partidos a qual são filiados. 

Eduardo Paes - PSD

Foto feita pela agência O Globo de Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro.
Eduardo Paes lidera as pesquisas de intenções de voto.  Foto: Leo Martins/ Agência O Globo

Atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo da Costa Paes é bacharel em Direito pela PUC-Rio. Atuou como subprefeito da Zona Oeste do Rio em 1993 a 1996, no mandato do ex-prefeito Cesar Maia. Logo após, foi eleito vereador em 1998 e, em seguida, deputado federal, cargo que ocupou até 2006. Filiado ao MDB, elegeu-se prefeito da capital entre 2009 e 2016, voltando ao cargo em 2020 pelo Democratas. Em Maio de 2021, transferiu-se para o Partido Social Democrático, onde promove sua campanha de reeleição. 

Apesar de sua reeleição, o candidato não convocou seu atual vice para a sua chapa, o novo nome divulgado é o de Eduardo Cavaliere, ex-secretário do Meio Ambiente do ano de 2021 a 2023 e atual secretário da Casa Civil desde 2023.

Suas propostas miram as áreas da saúde, educação, transporte público e moradia. Na criação de novos Super Centros Cariocas de Saúde, 13 mil novas vagas em creches e pré-escolas, expansão do Programa Oficina Cultural Carioca,  implantação de faixa azul para motos na cidade e construção de habitações para reassentamento de populações ribeirinhas que estão em áreas sujeitas a inundações. 

 

Alexandre Ramagem - PL

Alexandre Ramagem em uma de suas comitivas pela Polícia Federal
Alexandre conta com o apoio de Jair Bolsonaro em sua campanha. Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil

Alexandre Ramagem é delegado e deputado federal pelo PL, bacharel em Direito pela PUC-Rio e foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Em agosto anunciou sua vice, a ex-nadadora e deputada estadual desde 2022 pelo Partido Liberal, Índia Armelau. Foi a primeira indígena a assumir um cargo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

As propostas do candidato são focadas nas áreas de segurança e tecnologia; com a criação do Programa Forças do Rio para combater a criminalidade, propôs o uso de câmeras inteligentes e uma gestão fiscal rigorosa para a eliminação de desvios. Para a tecnologia, o deputado promove um Hub Carioca de Tecnologia e Inovação Social para desenvolver o empreendedorismo social em espaços vulneráveis. 

 

Tarcísio Motta - PSOL 

Foto de Tarcísio Motta feita pelo Brasil de Fato, atrás do candidato temos um quadro de giz com a frase "Só a luta muda a vida".
Nas redes sociais, Tarcísio demonstra apoio ao seu parceiro partidário Guilherme Boulos. Foto: Jaqueline Deister/Brasil de Fato

Professor e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Tarcísio Motta de Carvalho é deputado federal pelo PSOL. Em 2016 foi vereador na capital, sendo o segundo mais votado, e o mais votado em 2020 quando reeleito. 

Sua vice é Renata Souza, também filiada ao PSOL, foi candidata à prefeitura do Rio de Janeiro em 2020, a primeira mulher negra a administrar a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ)  e foi chefe do gabinete da ex-vereadora Marielle Franco.

Tarcísio apresenta projetos voltados ao combate à fome, transportes e educação. O candidato tem o plano de erradicar a fome com o plano “Rio Zero”, a construção de 25 mil casas na região do Porto, criar uma infraestrutura contra enchentes tornando o Rio a primeira “cidade-esponja” da América Latina. Na educação pretende  acabar com as filas das creches até 2028 e implementar Escola Integral Inclusiva com o  plano “Escola de Portas Abertas”. No transporte, o “Sextou Carioca” garante, transportes públicos, bicicletas e vans gratuitas nos fins de semana e a entrada gratuita em eventos culturais. 

 

Em uma disputa acirrada pelo segundo lugar, confira o perfil dos candidatos e suas propostas para a cidade de Belo Horizonte.
por
Maria Eduarda Cepeda
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25/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de Belo Horizonte, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na cidade do Mineirão, Belo Horizonte, os moradores se preparam para as eleições municipais que irão ocorrer dia 6 de outubro deste ano. Os 10 candidatos para prefeito são variados e 2 disputam o segundo lugar nas pesquisas, conheça suas propostas e partidos. 

 

Mauro Tramonte - Republicanos

Mauro Tramonte nas ruas de Belo Horizonte promovendo sua campanha.
Mauro Tramonte lidera as pesquisas de intenções de voto para prefeito.  Foto: Rodrigo Lima/divulgação

Bacharel em Direito, jornalista e apresentador há 16 anos do programa Balanço Geral da Record TV Minas, o candidato iniciou sua carreira política quando concorreu para vereador em Poços de Caldas pelo PMDB no ano de 2004. 

Filiado ao Republicanos, Mauro Tramonte foi o segundo deputado estadual mais votado no Brasil e o mais votado de Minas Gerais no ano de 2018 pelo PRB. Tem como vice Luísa Barreto, ex-secretária de Planejamento e gestão de Minas Gerais do governo de Romeu Zema e ex-candidata à prefeita da cidade de Belo Horizonte pelo PSDB em 2020. 

Em sua campanha reforça as áreas da saúde, transporte e educação. Com o plano “Zap da Saúde”, as consultas e exames serão confirmadas pelo aplicativo Whatsapp para evitar consultas perdidas. Para a redução de filas e a falta de médicos, o “Corujão da Saúde” e a parceria com faculdades de medicina estão nos seus projetos. Na educação, as vagas de creches para crianças de 0 a 3 anos vão ser ampliadas e terá o fortalecimento do “Programa Saúde nas Escolas”. Em suas propostas para transporte, temos a “Gestão Inteligente do Trânsito” e a implantação de Wi-fi gratuito nos ônibus. 

 

Fuad Noman - PSD

Fuad Noman, atual prefeito de Belo Horizonte, discursando na formatura de alunos do programa de inclusão digital.
Na entrega da apresentação de seu programa de governo, de 42 páginas apenas 13 apresentaram suas propostas. Foto: Rodrigo Clemente/PBH 

Atual prefeito da cidade de Belo Horizonte, Fuad assumiu o cargo após a renúncia de Alexandre Kalil em março de 2022. Ex-secretário Executivo da Casa Civil da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso e foi Secretário Municipal de Fazenda de Belo Horizonte no primeiro mandato de Kalil,  antes de se tornar vice em 2020. 

Em julho, anunciou o vereador Álvaro Damião do União Brasil, o político é apresentador da TV Alterosa e radialista na Rádio Itatiaia e responsável pelo o Instituto Bacana Demais, uma instituição voltada para atender crianças, jovens e idosos. Em 2017 teve seu primeiro mandato como vereador e em 2020 foi reeleito.

Em suas propostas Fuad cita a entrega de 12 escolas novas até 2025, a criação de 1.800 vagas para horário integral para crianças, a implantação de um sistema eletrônico de prontuário médico dos pacientes, a criação do Parque Ciliar do Córrego da Onça para o aumento da cobertura vegetal da cidade e a continuação do programa “Estamos Juntos”. 

 

Bruno Engler - PL

Bruno Engler, deputado estadual pelo PL em um de seus discursos na câmara.
Bruno Engler tem apoio do ex-presidente e ex-primeira dama Jair e Michelle Bolsonaro Foto: Luiz Santana/ALMG

 

Bruno Engler está em seu segundo mandato como deputado estadual pelo Partido Liberal, ao qual é filiado desde 2022, e é coordenador do Movimento Direita Minas. Com uma política conservadora, o candidato tem o apoio do deputado federal Nikolas Ferreira, do mesmo partido.

Em sua chapa tem como vice a Coronel Cláudia Romualdo, que foi anunciada em agosto durante uma convenção do Partido Liberal na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

Em suas propostas tem como previsão a criação de salas sensoriais para escolas que tenham alunos portadores de Transtorno do Espectro Autista (TEA), a criação de um aplicativo voltado para a área da saúde que possa informar a situação das filas, marcação de consultas e exames em tempo real, além da ampliação da guarda municipal em postos de saúde, escolas e hospitais pela cidade. 

 

Duda Salabert - PDT

Duda Salabert se apresentando na câmara dos deputados de Belo Horizonte.
Duda foi a deputada mais bem votada da cidade de Belo Horizonte. Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

Formada em Letras pela PUC-Minas e Gestão Pública na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), foi a primeira pessoa transgênero a se candidatar para o cargo de Senadora da República em 2018. É a vereadora mais votada da história de Belo Horizonte em 2020 e junto a Erika Hilton foram as primeiras deputadas transgêneros do Brasil. 

Duda está na disputa acirrada para o segundo lugar nas pesquisas. A candidata não possui vice em seu primeiro turno, houve negociações com o político Rogério Correia (PT) mas não chegaram a um consenso, Rogério também está na disputa para prefeito de Belo Horizonte. 

Seu programa de governo destaca as áreas de educação, saúde e meio ambiente: garantir que os salários dos professores de Belo Horizonte seja o maior entre as capitais, despoluir o Lago da Pampulha para torná-lo navegável, universalizar a água e saneamento básico para toda a cidade. Além disso, seu plano também traz propostas de criar um programa de apoio à saúde dos Guardas Municipais, implantação de VLTs e a revisão dos salários dos servidores de saúde. 

 

Nascidos após 1996 e redes sociais prometem definir o cenário político americano
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
Catharina Morais
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17/09/2024 - 12h

 

À medida que se aproxima o dia das eleições nos Estados Unidos, a atenção se volta para um grupo de eleitores que promete desempenhar um papel crucial no resultado das urnas: a geração Z. 

Nascidos entre 1996 e 2010, esses jovens representam cerca de 40 milhões de eleitores potenciais — quase um quinto do total. Em 2024, a influência da geração Z promete ser tão marcante quanto em 2020, quando o comparecimento deles às urnas bateu recordes históricos. 

Segundo o Centro de Informação e Pesquisa sobre Aprendizagem e Engajamento Cívico da Universidade de Nova York, a participação dos jovens de 18 a 29 anos na eleição presidencial de 2020 alcançou 50%, um salto impressionante de 11 pontos em relação a 2016. Essa é uma das maiores taxas de participação jovem desde que o voto foi reduzido para 18 anos. 

No entanto, este fenômeno não é apenas uma curiosidade eleitoral, reflete mudanças significativas nas prioridades e preocupações dos jovens. Enquanto as questões econômicas dominam a agenda dos eleitores republicanos, temas como direitos ao aborto e políticas de imigração são centrais para os democratas. A diferença nas preocupações e no engajamento entre esses grupos mostra como a geração Z pode influenciar decisivamente a direção política do país.

Uma pesquisa recente do instituto Gallup, que trabalha com pesquisa de opinião do país, revelou uma reviravolta interessante na inclinação política dos jovens americanos. Historicamente, os democratas contaram com o apoio majoritário dos eleitores de 18 a 29 anos, mas em 2023, essa vantagem parece estar diminuindo. O apoio caiu para 47%, o menor índice já registrado.

Em contraponto, o apoio aos republicanos nessa faixa etária cresceu de forma expressiva, subindo sete pontos percentuais desde 2017. Atualmente, 48% dos jovens declaram preferência pelo Partido Republicano, um aumento de 13 pontos em oito anos, impulsionado principalmente pelos homens jovens. 

Essas mudanças se refletem nas prioridades eleitorais dos jovens. Conforme aponta uma pesquisa do Wall Street Journal, enquanto a economia é a principal preocupação para ambos os gêneros, as mulheres jovens estão especialmente focadas na questão do direito ao aborto, revogado em nível nacional pela Suprema Corte em 2022. Em contraste, os eleitores homens dessa faixa etária demonstram maior apoio a políticas migratórias mais rigorosas, como as propostas por Trump.

A Geração Z desempenha um papel crucial, especialmente nos estados-pêndulos. Na Geórgia, onde 22% da população é composta por jovens, cerca de três quartos dos eleitores registrados pertencem a essa faixa etária. Na Pensilvânia, um estado com grande peso eleitoral, os jovens têm mostrado um engajamento acima da média nas últimas três eleições, consolidando-se como um grupo decisivo na disputa pelo Colégio Eleitoral.

Por trás dessas mudanças no cenário político dos jovens americanos, há uma série de realidades que estão moldando suas perspectivas. No ambiente das universidades dos EUA, por exemplo, as mulheres dominam, ocupando 60% das vagas, segundo o Education Data Initiative. Além disso, o Pew Research Center aponta que, na década de 1970, 98% dos homens com diploma de ensino médio estavam empregados, enquanto menos de 50% das mulheres nessa mesma situação tinham um emprego. Hoje, o quadro mudou completamente, com a taxa de empregabilidade masculina caindo para 87%, enquanto a das mulheres subiu para 69%.

Essa diminuição na participação dos jovens homens no mercado de trabalho não é um fenômeno recente, e suas raízes vão além das questões frequentemente associadas, como políticas de imigração e iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Entre os fatores que contribuem para essa queda estão a falta de atratividade das vagas para aqueles sem diploma universitário, altos índices de encarceramento e a crise dos opióides, que afeta desproporcionalmente os homens.

Então, a realidade do país tem gerado um ressentimento crescente entre jovens homens brancos, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades para acessar tal educação superior. É justamente esse descontentamento que tem sido explorado pela extrema direita, em grande parte sob a liderança de Donald Trump e seu grupo dentro do Partido Republicano. A frustração e a sensação de marginalização desses jovens estão se refletindo em um apoio crescente a ideias e figuras que prometem desafiar o status quo.

Redes sociais e engajamento político jovem 

As redes sociais têm se consolidado como uma ferramenta poderosa na formação da opinião política, especialmente entre a Geração Z, cuja interação com essas plataformas é quase constante. Essas redes não apenas permitem que os jovens se conectem e compartilhem informações, mas também oferecem uma plataforma para a criação e disseminação de movimentos e campanhas políticas. 

A capacidade de viralizar mensagens e mobilizar rapidamente grandes grupos de pessoas tem transformado o cenário político, permitindo que questões emergentes e reivindicações específicas ganhem atenção nacional em questão de horas.

Além disso, algoritmos das redes sociais tendem a personalizar o conteúdo com base nos interesses e interações dos usuários, o que pode amplificar tanto informações corretas quanto desinformação. Isso cria um ambiente onde debates políticos podem ser influenciados por uma combinação de evidências e emoções, tornando a participação política mais dinâmica e, ao mesmo tempo, polarizada. Essa influência pode ser determinante para o resultado das eleições. 

Desde o início de suas campanhas, tanto Donald Trump quanto Kamala Harris têm explorado as redes sociais de maneira estratégica para atrair a Geração Z, cuja influência política tem crescido significativamente. A campanha de Kamala Harris investiu em uma abordagem de comunicação visual e interativa, utilizando memes e emojis, como o coco e o coqueiro, para criar uma conexão mais pessoal e envolvente com os eleitores jovens. 

Esses elementos visuais ajudam a viralizar a mensagem e a promover discussões nas redes sociais, facilitando o engajamento e também permite que a mensagem da candidata seja compartilhada de maneira orgânica entre os usuários das redes sociais.  

Donald Trump não tem um emoji específico associado a ele. No entanto, o emoji mais comumente usado para representar Trump nas redes sociais é o do rosto com a boca aberta ou o rosto de um homem careca, devido à sua aparência característica.

Conhecido por sua presença forte e provocativa no X, adaptou sua estratégia ao criar conteúdos virais e retóricas polêmicas que, apesar de controversas, têm sido eficazes em mobilizar e energizar sua base de apoio, incluindo os jovens que buscam uma abordagem direta e desafiadora.

Ex-coach tenta emplacar candidatura após tentativas frustradas de disputar eleição em 2022
por
Beatriz Barboza
Luenir Gomes Batista
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14/09/2024 - 12h

 

Foto: Reprodução Facebook / @PabloMarcall

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com o perfil dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que pontuaram acima de 5% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o perfil do candidato Pablo Marçal, do PRTB.

No dia 4 de agosto, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) oficializou o nome de Pablo Marçal na disputa à Prefeitura da cidade de São Paulo. De acordo com o candidato, o partido foi o único que aceitou colocá-lo na corrida eleitoral

O evento de lançamento da campanha aconteceu na Max Arena, localizada no bairro da Mooca, na zona leste da capital. O local escolhido para sediar a convenção se propõe moderno, tecnológico e possui uma decoração futurista, que reflete as propostas do novo candidato. “Vamos levar São Paulo para 2050”, afirmou em seu discurso de abertura, sugerindo que o local é o que ele pretende colocar em prática no seu governo, se eleito. 

Marçal anunciou Antônia de Jesus (PRTB) como candidata à vice-prefeita. O empresário afirmou que sempre buscou uma mulher para compor a chapa e que a vice escolhida compartilha de suas causas e que, assim como ele, “acredita no povo”. 

Jesus é policial militar, natural da Bahia, mas reside no bairro de Pirituba, na zona norte de São Paulo, há 22 anos. A militar, única candidata negra na disputa, teve suas características destacadas por seu parceiro de chapa que a apresentou como “policial, católica, negra e nordestina”. 

 

Quem é Pablo Marçal? 

Nascido em Goiás (GO), em 18 de abril de 1987, Pablo Henrique Marçal tem 37 anos e é filho de uma empregada doméstica com um funcionário público. Sua carreira profissional teve início aos 18 anos, com o cargo de atendente de call center na antiga Brasil Telecom, onde atuou por sete anos até deixar a empresa como líder de Recursos Humanos (RH).

Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, o empresário é conhecido por ministrar palestras motivacionais e cursos sobre como ganhar dinheiro. O influenciador se diz cristão, é casado com Ana Carolina Marçal, pai de quatro filhos, e expõe sua rotina de “homem bem-sucedido e conservador” nas redes sociais. 

Foto: Reprodução/Instagram

O ex-coach é o candidato mais rico na disputa pela chefia executiva de São Paulo. Segundo a plataforma de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu patrimônio é avaliado em cerca de R$169,5 milhões, divididos em aplicações, investimentos e participações societárias, além da posse de um terreno e imóveis em Goiás e São Paulo. 

 

Controvérsias de Marçal 

Em 2022, com discursos pautados no ultraconservadorismo neoliberal, Marçal se candidatou à presidência pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O candidato encontrou resistência dentro do próprio partido, dividido entre o apoio à oficialização de seu nome na disputa, e o apoio ao candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As divisões internas e a falta de apoio inviabilizaram a disputa da corrida presidencial, que mais tarde foi indeferida pelo TSE. O partido integrou a Coligação Brasil da Esperança, em apoio ao atual presidente, Lula da Silva (PT), e Marçal declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). 

O empresário chegou a doar R$100 mil para campanha do ex-presidente e participou de reuniões com sua equipe para ajudar com estratégias da campanha digital. 

 

Foto: Reprodução/Instagram

 

Ainda filiado ao PROS, Marçal se candidatou a deputado federal pela capital paulista. Em setembro, dois meses antes das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou o registro de sua candidatura devido à falta de documentos. 

O empresário, no entanto, concorreu sub judice e foi um dos 20 candidatos mais votados em todo o Brasil, com 243.037 votos. Marçal foi eleito, mas Ricardo Lewandowski, então ministro do TSE, indeferiu sua candidatura, o que o impediu de assumir sua cadeira no Congresso Nacional. 

 

Os processos de Marçal 

Durante a campanha, Marçal tem sido alvo dos adversários por causa de supostas ligações entre integrantes do PRTB e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No início de agosto, a “Folha de S. Paulo” revelou áudios em que Leonardo Avalanche, presidente do partido, afirma ter ligação com o PCC.

Na gravação, Avalanche afirma ter sido responsável pela soltura de André do Rap, um dos chefes da organização, preso por gerenciar o envio de grandes remessas de cocaína à Europa. O traficante foi solto em 2020, depois de ter um habeas corpus concedido pelo ministro do supremo tribunal ( STF) Marco Aurélio Mello. Pablo Marçal, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, negou as suspeitas de ligação de seu partido à facção.

O influenciador também já foi condenado por participar de uma quadrilha de golpes. Segundo registros do processo na 11ª Vara Federal de Goiânia, Marçal foi temporariamente detido em 2005, com 18 anos, por participar de uma quadrilha que realizava fraudes bancárias.

Em 2010, ele recebeu uma sentença de quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado (conforme o artigo 155 do Código Penal) da Justiça Federal. Somente em 2018, um recurso foi avaliado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Devido à demora do tribunal em analisar o caso, ocorreu a prescrição da pena, o que significa que Marçal, mesmo considerado culpado, não precisou cumprir a sentença.

Em junho de 2023, um seguidor de 26 anos morreu após uma maratona de 42km organizada por um grupo empresarial de Pablo Marçal, em Alphaville, São Paulo. Em uma publicação nas redes sociais, o ex-coach alegou que não participou da promoção da corrida e reforçou o diagnóstico de uma doença pré-existente. O caso foi levado para o 2° DP de Barueri que registrou o caso como “morte suspeita".

Marçal tornou-se conhecido por um ”evento de superação e desafios extremos”, realizado em 2022. Na ocasião, o ex-coach levou um grupo de 60 seguidores, sem preparo físico, ao pico da Montanha dos Marins, em São Paulo, em condições climáticas adversas, com neblina e chuva intensa. 

Apesar dos riscos, o influenciador insistiu em continuar a subida, e alguns membros do grupo relataram momentos de pânico. “Eu não mandei ninguém subir! E fui na frente, subi e resolvi”, disse Marçal, em entrevista ao Domingo Espetacular, na Record.

O grupo não conseguiu finalizar a expedição e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Paulo Roberto, chefe da operação de resgate, afirmou ao G1 que “essa foi a pior ação já feita no Pico dos Marins”. A subida da montanha é recomendada apenas nos períodos de estiagem, com guia e equipamentos de segurança.

 

Cortes do Marçal 

Desde as eleições de 2022, Marçal oferece pagamentos a seus seguidores pela replicação de vídeos nas redes sociais, com cortes de suas falas em debates e entrevistas, com o objetivo de impulsionar sua campanha na web. 

A estratégia do influenciador, conhecida como “Cortes do Marçal”, foi questionada pela Justiça Eleitoral por suposto financiamento de postagens com recursos não contabilizados. Este ano, as redes sociais do candidato foram temporariamente derrubadas pelo uso indevido destes vídeos, utilizados em ataques a adversários.

“Eu pago 200 pau toda semana e vai aumentando, pelas visualizações. Não sou eu quem impulsiona, eu ensino os caras a cortar. Taí nos stories, quem estiver assistindo pode ir lá no Pablo Marçal e fazer 10 mil por mês, 20. Tem moleque fazendo 400 mil por mês com os meus cortes", disse o candidato em postagens do TikTok.

No site oficial do TSE, o extrato de prestação de  contas eleitorais de Pablo Marçal aponta que o investimento em pesquisas ou testes eleitorais é de R$40 mil, enquanto as despesas para o impulsionamento de conteúdos online são de R$82 milhões. 

O alcance e engajamento do candidato do PRTB nas redes sociais é superior aos números atingidos pelos demais concorrentes, podendo compensar a falta de estrutura política em sua campanha.

Após uma ação movida pelo PSB, em agosto de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), suspendeu temporariamente as redes do candidato. 

Na decisão do magistrado Antônio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral do TRE-SP, a determinação suspendia apenas as redes sociais que “buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”. A sentença proibiu que Marçal remunere pessoas que compartilhem seus vídeos editados. O descumprimento da decisão resultaria em multa diária de R$10 mil. 

 

Pablo Marçal (PRTB) em caminhada na rua 25 de março no primeiro dia de campanha em São Paulo - Foto: Bruno Santos/Folhapress

 

Principais propostas 

Em seu programa de governo, o candidato do PRTB propõe o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com maior investimento em inteligência e tecnologia, além de criar programas de segurança local, como a "guarda no bairro". 

Uma das propostas da chapa para a mobilidade é a criação de uma rede de teleféricos para melhorar o transporte público e a construção de "bolsões de estacionamento" para facilitar o fluxo de veículos na cidade. 

"A ideia é criar esse cinturão de teleféricos, que não é a solução para o trânsito na cidade, mas para honrar o povo da comunidade”, afirmou ao UOL. O trajeto proposto por Marçal ligaria a Brasilândia, na zona noroeste, a Vila União, zona leste, e o Capão Redondo, na zona sul. 

Segundo seu plano de governo, Medellín, na Colômbia, e La Paz, na Bolívia, que possuem uma rede de bondes aéreos, inspiraram o projeto. No entanto, diferente da configuração de São Paulo, as duas cidades possuem terreno acidentado e estão a mais de mil metros do nível do mar, com morros que o metrô subterrâneo não alcançaria. 

Além disso, o candidato pretende construir o maior prédio do mundo, com 1 km de altura, como símbolo de inovação e progresso, buscando posicionar São Paulo como um centro global de negócios e cultura.

A última versão da Lei de Zoneamento, no entanto, aprovada em dezembro do ano passado, determinou que a altura máxima dos prédios em zonas centrais é de 48 metros, enquanto nas demais regiões, o limite é de 42 metros. A proposta de Marçal exigiria a alteração do Plano Diretor da cidade. 

Durante a sabatina UOL/Folha, jornalistas questionaram Pablo Marçal sobre a viabilidade de suas propostas e o candidato assumiu não poder cumpri-las em quatro anos. 

“Não dá pra fazer em quatro anos. O  problema é que todo mundo quer fazer em quatro anos, vai embora e o outro larga. A gente só tem política eleitoreira. Não dá para resolver nenhum plano de governo dentro de quatro anos”, afirmou Marçal.

O representante do MDB, apoiado por Jair Bolsonaro, prioriza o aumento da militarização na cidade e o reforço do ensino integral no ensino público desde a creche
por
Giuliana Barrios Zanin
Juliana Sousa
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13/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o candidato Ricardo Nunes, do MDB.

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Nunes está ativo na política há mais de 20 anos. Foto: Edson Lopes Jr/Secom

O atual prefeito da capital está concorrendo à reeleição da maior cidade do país com os mesmos passos dos últimos quatro anos.  Nunes afirma, em uma das sabatinas realizadas pela imprensa durante a campanha, que o seu plano de governo é “dar continuidade nas periferias sem tirar o olho do desenvolvimento econômico". Apesar de ser discreto, o candidato é alvo de críticas por envolvimento com desvio de verba para creches, violência doméstica e fechamento do Hospital Cachoeirinha, único de referência para aborto legal no estado.

 

QUEM É RICARDO NUNES? 

Filho de Maria do Céu Reis Nunes e Luiz Nunes Regina Carnovale Nunes, Ricardo Luis Reis Nunes decidiu fazer Direito na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), mas não concluiu por endividamento. Antes de concorrer na política, Nunes investiu no mercado de controle de pragas. Atualmente é dono da empresa Nikkey, fundador da Abrafit (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário) e assumiu o cargo de diretor na AESUL (Associação Empresarial da Região Sul de São Paulo).

 

CARREIRA POLÍTICA

Filiado ao MDB desde os 18 anos, concorreu à vice-prefeitura nas eleições de 2020. Porém, com a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), vítima de câncer, ele assumiu o governo municipal no ano seguinte. Antes disso, atuou como vereador por dois mandatos seguidos.

Foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento da capital e  esteve presente nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) – Sonegação Tributária, Dívida Ativa, Theatro Municipal e Evasão Fiscal durante a atividade legislativa.

 

VICE É EX- COMANDANTE DA ROTA

Coronel Mello, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Tarcísio de Freitas, é confirmado como braço direito de Ricardo Nunes. O oficial de reserva da Polícia Militar é conhecido por ter “colocado ordem” na época em que presidia a Ceagesp, em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com acusações detalhadas no Ministério Público, foi acusado de extorquir funcionários e uso abusivo da militarização dentro do estabelecimento. 
 

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Da direita para a esquerda, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, o ex-presidente, Jair Bolsonaro, o candidato Ricardo Nunes e seu vice, Coronel Mello. Foto: CNN.

Também coordenou uma das forças armadas mais violentas na história do Brasil nos anos 70 em 2017. A ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) era um grupo policial de choque que perseguiu militantes e contrários à força militar. Em uma entrevista ao Canal Aberto, há sete anos atrás, quando foi promovido a comandante, ele afirmou que a ROTA é a sua casa desde quando entrou nessa divisão e ficou quatro anos e que “é o sonho de quem gosta de fazer polícia e combater o crime”. 

 

“CAMINHO SEGURO PRA SÃO PAULO”

Lema da coligação dos partidos MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil, a estratégia para os próximos anos é aumentar a capacidade armamentista para as polícias ao redor da cidade, principalmente no centro, onde a taxa de insegurança é uma das maiores. No último ano, dados da própria prefeitura afirma que a Secretaria de Segurança Pública investiu em R$1.272.585,343, sendo o quarto de 33 órgãos com mais despesas do município. 

As estratégias de Nunes se mantém ao que o seu governo espalhou nos últimos três anos. 

Além de mais polícia na rua, ele quer aumentar a presença da Guarda Civil Metropolitana, (GCM) em horários e locais estratégicos, como escolas, fazendo a ronda escolar e nas periferias. 

O candidato à reeleição quer implementar 100% do ensino integral na educação infantil ao fundamental e zerar a fila nas creches para os bebês. O plano de Nunes também reforça a valorização dos educadores e o objetivo de alfabetizar os jovens na idade certa.

Os planos para a Secretaria da Saúde de Nunes são expandir o serviço público com acessibilidade aos procedimentos e tratamentos pela ampliação de de UBSs (Unidades Básicas de Saúde), o mantimento do Hospital do Servidor Público e especialização de centros para pessoas com TEA (Transtorno Espectro Autista).

 Para o serviço de transporte e mobilidade, ele propõe a ampliação das ações de engenharia de tráfego com foco na educação de trânsito. Além da continuidade na conclusão de 8 novos corredores de ônibus e BRTs e iniciará obras em mais 6 novos corredores da mesma modalidade.