Motoboys articularam-se em cidades por todo o Brasil exigindo melhores condições de trabalho
por
Leticia Falaschi
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07/04/2025 - 12h

Na última segunda-feira (31) motociclistas articulados pela Anea (Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativo) e outras associações, realizaram uma paralisação dos serviços como forma de protesto. O objetivo era reivindicar ajustes nas taxas e na remuneração, limites de distância para entregas feitas com bicicletas, conciliação do tempo diário de operação, entre outras demandas de trabalho. Com destaque para o ato na cidade de São Paulo, os manifestantes expuseram seu descontentamento com a desvalorização da categoria, que, principalmente na pandemia, foi vital para o funcionamento da vida nas cidades. A paralisação começou em frente ao estádio do Pacaembu, durante a manhã, seguiu para a Avenida Paulista e, ao final, se concentrou em frente à sede do IFood na cidade de Osasco, na zona oeste da região metropolitana. 

Entregadores no movimento na Av. Dos Autonomistas na cidade de Osasco, São Paulo.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil 

Uma das principais exigências levantadas pelos motoboys foi o aumento da taxa das corridas, que hoje é de R$ 6,50. O que revolta muitos dos trabalhadores são os valores baixos oferecidos para um serviço de imensa demanda. Quando se trata do trabalho autônomo, a segurança e a saúde para exercer os serviços estão intrinsecamente ligados a remuneração. No Brasil, só no ano de 2024, foram 483 mortes no trânsito envolvendo motociclistas, segundo dados do DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito). A realidade de boa parte dos motoqueiros, infelizmente, é escolher entre pagar as contas ou fazer a ajustes em suas motocicletas, o que acaba precarizando os trajetos do trabalhador e colocando sua segurança em risco.  

Em 2023, o Ministério do Trabalho criou um GT (grupo de trabalho) para discutir a regulamentação do trabalho por aplicativo, mas os termos propostos foram muito desvantajosos, segundo os motociclistas. Os motoristas de aplicativo (que levam passageiros, como os serviços oferecidos pela Uber), porém, aderiram às medidas, o que, segundo os motoboys, enfraqueceu o movimento. Desde então, o órgão prometeu um relatório com uma resposta aos motociclistas da categoria, o que nunca aconteceu: a discussão segue estagnada. Os breques acontecem desde 2020, e os resultados oferecidos até então pelo IFood (empresa que controla, hoje, cerca de 80% do mercado brasileiro de delivery) foi a alteração da taxa de R$ 6,00 para R$ 6,50 em 2022, depois disso não houve mais reajustes. Apesar de necessárias para impor as reivindicações de trabalho, as paralisações são difíceis de serem realizadas pois significam um dia a menos de captação para os motoboys. 

Manifestantes em frente à sede do IFood em Osasco, São Paulo
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil 

Entre os outros pedidos, estavam o aumento de R$ 1,50 para R$ 2,50 no pagamento por quilômetro percorrido nas corridas, limite de 3 quilômetros para entregas feitas por bicicletas e o pagamento de taxas separados por número de entregas, e não pelo número de corridas.  

Quando os manifestantes se concentraram em frente à sede do IFood, exigiram que o João Sabino, diretor de Políticas Públicas da empresa, saísse do estabelecimento para negociar com os líderes do movimento publicamente. O pedido foi negado, e diante a pressão, a empresa convocou nove representantes para entrarem e discutirem as demandas, mas nenhuma delas foi atendida. Como resultado, os motociclistas se dispersaram em clima de descontentamento. A paralisação seguiu por 48h. 

Supremo Tribunal Federal julga altos oficiais e políticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro
por
Manoella Marinho
Carolina Zaterka
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05/04/2025 - 12h

Nas eleições de 2022, o cenário político brasileiro foi marcado pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio a esse contexto, a Procuradoria-Geral da República apresentou uma denúncia fundamentada em uma ampla gama de evidências, que vão desde manuscritos e arquivos digitais até planilhas e trocas de mensagens, acusando um esquema destinado a manter Bolsonaro no poder. De acordo com a acusação, tal grupo teria se empenhado em adotar medidas que minassem os pilares do Estado Democrático de Direito, configurando uma possível trama golpista.

No cerne do processo, o STF analisa a participação de um núcleo de altos oficiais militares e políticos, conhecido informalmente como “Núcleo 1’’. Entre os denunciados estão: Jair Bolsonaro, Almir Garnier Santos, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

O ex-comandante da Marinha na gestão Bolsonaro, Almir Garnier, responde a seríssimas acusações devido a uma suposta conspiração de golpe de Estado. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República e está incluído no “inquérito do golpe”, instaurado após a pressão pública das eleições de 2022. A acusação afirmou que o então comandante da Marinha vinha discutindo com outros generais da reserva a elaboração de um plano de golpe, cujo cotidiano previa a execução de um atentado contra altas autoridades. Nesse plano, nos seus próprios termos, Garnier enfrentava a missão de assassinato do presidente eleito, do vice-presidente e de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, durante programa A Voz do Brasil
Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, durante programa A Voz do Brasil/ Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil 

Em uma reunião realizada com Jair Bolsonaro, pouco após a derrota eleitoral, Garnier teria supostamente afirmado que suas tropas estavam prontas para agir, enquanto outros comandos militares haviam se recusado a aderir ao plano. Conversas interceptadas pela Polícia Federal mostram que Garnier estava disposto a mobilizar recursos militares e, assim, foi o único chefe das Forças Armadas a se opor, pela força, à posse do presidente eleito.

Em 26 de março de 2025, a Primeira Turma do STF admitiu a denúncia contra Garnier e seus corréus, tornando-o réu em um processo no qual, se condenado, cumprirá mais de 30 anos de prisão. Antes disso, sua carreira no Exército não foi marcada por escândalos especiais; no entanto, seu nome foi associado a investigações de organizações golpistas, e o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos de 8 de janeiro definiu motivos para acreditar que Garnier cometeu três crimes relacionados à intenção golpista. Outra notícia em torno do ex-comandante foi a contínua ocupação de um apartamento da Marinha após sua aposentadoria, o que levou a especulações e suspeitas sobre sua ação durante a transição.

No entanto, no mérito, a defesa de Garnier, encampada pelo advogado Demóstenes Torres, anteviu “nulidade absoluta” do processo, por ausência de justa causa, e “frágil prova” – classificando a denúncia como uma “grande mentira”. O que foi voto vencido na Corte no julgamento deste caso. Contudo, com base na manifestação do relator, ministro Alexandre de Moraes, os ministros da Suprema Corte entenderam que todos os elementos, relatos, mensagens e depoimentos autorizavam o prosseguimento, sobretudo mantendo a validade dos depoimentos da delação premiada de Mauro Cid.

Portanto, o processo vai agora para a fase de instrução, com as oitivas das testemunhas e a produção de novas provas. Nota-se, dessa forma, um julgamento de impacto político e institucional, o primeiro contra um ex-comandante militar desde a reabertura da redemocratização, por tentativa de ruptura democrática.

Posteriormente, Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro no início do mandato (2019–2022) e atualmente delator dos criminosos nas maiores acusações, atua como réu nas denúncias. Na medida em que a acusação o incluiu no “núcleo decisório” da conspiração, ele foi envolvido nas mesmas narrativas de crime organizado por armamento e atentado contra a ordem democrática, dentre outros. Em 2 de março de 2025, o STF também aceitou denúncia contra o acusado, consolidando-o como réu no processo do golpe.

Após defesa de Bolsonaro pedir a nulidade da delação, o advogado de Cid reforçou a integridade    do acordo.    Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Após defesa de Bolsonaro pedir a nulidade da delação, o advogado de Cid reforçou a integridade do acordo/ Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil 

Além da acusação de participar da tentativa de golpe, Mauro Cid está sob investigação por outros crimes graves. Uma das principais acusações diz respeito à fraude em cartões de vacinação da Covid-19. Ele foi preso pela Polícia Federal em maio de 2023 na Operação Venire, que investigava a fraude nos dados inseridos no sistema de vacinação do Ministério da Saúde. Cid está sendo acusado de liderar um grupo que falsificou os certificados de vacinação do próprio Bolsonaro, de sua filha e de outros assessores que, em seguida, foram utilizados para driblar as exigências sanitárias impostas a viajantes internacionais.

Outro crime investigado foi a comercialização de joias e presentes de alto valor roubados em feiras clandestinas de Cid, apreendidos de sua posse, que ele alega ter ganhado do ex-presidente da República, subtraídos do acervo presidencial de bens, com valor total em torno de 86 mil dólares.

Historicamente, Mauro Cid era visto como um fiel executor das ordens do ex-presidente. Ele havia ganhado a confiança do círculo bolsonarista e era chamado de “faz-tudo”. Apesar disso, assim que o governo caiu, seu nome passou a ser envolvido em uma série de esquemas controversos, que vão desde a participação em reuniões para discutir a invasão das urnas eletrônicas até os ilícitos envolvendo vacinação e patrimônio.

Em setembro de 2023, após alguns meses de investigação, ele fechou um acordo de delação premiada. Em seus depoimentos, Cid levou provas documentais e fez de sua fala um relato de base factual que traçou, procedimento a procedimento, cada passo que garantia a conexão de Bolsonaro com os crimes, incluindo a ordem para fazer cartões de vacina com mais doses do que a real e o envolvimento em tratativas para vender presentes oficiais dados ao presidente brasileiro.

Em seu primeiro dia de julgamento, Bolsonaro  acompanha julgamento no STF na primeira fila   Reprodução - TV Justiça
Em seu primeiro dia de julgamento, Bolsonaro  acompanha julgamento no STF na primeira fila./ Reprodução: TV Justiça

Seu papel como colaborador, apesar de resultar em benefícios da perspectiva do processo, foi cercado por dificuldades, exemplificadas pela referida prisão em março de 2024, após vazamento de áudios que implicavam sua coação para incriminar Bolsonaro. Enquanto isso, sua colaboração foi retida, mantendo-o uma peça vital do conjunto maior das investigações, que abrangem não apenas o golpe, mas também o falso processo de vacinação e a corrupção patrimonial.

Essa interposição peculiar, réu e testemunha ao mesmo tempo, intensifica os efeitos explosivos de suas apresentações, que quebraram o véu de segredo e jogaram luz nos detalhes das atividades ilícitas por trás do governo, além de acentuar a pressão legal abrangente sobre o ex-presidente e seus associados.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) avança nos julgamentos de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, também acusado de envolvimento no caso de golpe de Estado.

Anderson Torres responde a três crimes principais: Omissão nos atos de 8 de janeiro de 2023, posse de Minuta de Decreto para Estado de Defesa e disseminação de Conteúdo Golpista.

O advogado Eumar Roberto Novacki, defensor do réu, apresentou argumentos afirmando que não poderiam julgar Torres pelo atentado do dia 8 de janeiro pelo fato de ele não estar em território nacional no período do ocorrido. Além disso, afirmou que as provas encontradas em sua residência não comprovaram sua participação ativa no plano golpista, além de reiterar a desconsideração de mensagens que deveriam ser privadas e não necessariamente demonstrariam uma intenção criminosa.

A Procuradoria-Geral da República sustenta que a soma de elementos, aliada à postura passiva diante do golpe, à presença de um documento com teor anticonstitucional em sua casa e o incentivo a discursos antidemocráticos, revela uma justificativa de sua responsabilização penal.

Já o outro acusado, Paulo Sérgio Nogueira, também envolvido nos recentes atos, é acusado dos seguintes crimes: Participação em reuniões para planejar um golpe e pressão sobre comandantes militares.

Poder 360 Gustavo Moreno Sustentação oral do advogado de Paulo Sérgio Nogueira, Andrew Fernandes Farias (esq.), em julgamento da denúncia.
Sustentação oral do advogado de Paulo Sérgio Nogueira, Andrew Fernandes Farias (esq.), em julgamento da denúncia./ Foto: Gustavo Moreno/Poder 360

Porém, seu advogado de defesa, no momento do julgamento, afirmou que o réu teria sido um dos que se opuseram a um golpe de Estado e que apenas participou de reuniões onde se debatiam diferentes cenários políticos, baseando-se na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que citou Paulo Sérgio como um dos militares contrários à tentativa de golpe. Andréa Fernandes Farias afirmou:

A aceitação das denúncias contra Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier e Mauro Cid pelo STF representa um avanço na responsabilização de agentes que, direta ou indiretamente, contribuíram para o agravamento da crise democrática no Brasil, principalmente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O caso reflete a tensão entre setores militares e a política institucional. Enquanto parte da cúpula das Forças Armadas tentou se distanciar dos acontecimentos, há registros de que militares de diferentes patentes se envolveram nos atos antidemocráticos. O STF está avaliando cada caso e os julgados aguardam resultado.

 

 

 

 

135 anos após o fim dos reis no Brasil, articuladores trazem pauta
por
Marcelo Barbosa Prado Filho
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26/03/2025 - 12h

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Congresso Nacional colocou em pauta uma proposta inusitada: a realização de um plebiscito para substituir o atual sistema presidencialista por uma monarquia parlamentarista.

A monarquia foi abolida no Brasil em 1889, quando Dom Pedro II foi deposto por um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Sob intensa pressão política, Deodoro comandou a transição para a República, encerrando o período imperial.

Atualmente, os descendentes da antiga família real brasileira formam a chamada Casa Imperial do Brasil, que reúne os herdeiros de Dom Pedro II e tem raízes nas Casas de Bragança e Órleans. O atual chefe da Casa Imperial é o príncipe Bertrand de Órleans e Bragança.

Curiosamente, um dos entusiastas do tema dentro do Congresso é Luiz Philippe de Órleans e Bragança, tetraneto de Dom Pedro II e integrante do partido de Jair Bolsonaro, um ex-militar. A proposta, porém, não especifica quem assumiria o trono caso a monarquia fosse restaurada, nem detalha como funcionaria a estrutura desse governo.

Iniciativas semelhantes já ocorreram no Brasil. Em abril de 1993, um plebiscito decidiu entre presidencialismo, parlamentarismo e monarquia, resultando na manutenção do atual sistema presidencialista.

Apesar de estar em discussão no Senado, a proposta não partiu de parlamentares, mas sim da sociedade civil. Uma petição reuniu 29 mil assinaturas e foi encaminhada à CDH em 2024 por um cidadão identificado como "Ilgner A.", segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra de Jair Bolsonaro e atual presidente da CDH, foi a responsável por dar andamento ao tema. Segundo ela, a proposta estava paralisada até sua chegada à comissão. Em entrevista ao Estadão, Damares defendeu o debate:

"Uma iniciativa vinda da sociedade não pode ficar na gaveta. Nem que seja um 'não' bonito, tem que ser apreciado. Não é o presidente de uma comissão que decide o que deve ser discutido, é o plenário. Vamos colocar o assunto em debate. Por que não?"

Enquanto isso, pesquisas indicam que a principal preocupação dos brasileiros está voltada para temas como economia, saúde e segurança pública. Sob a óptica da professora de história da PUC-SP Yvone Dias Avelino, "não é possível a volta de uma monarquia. Os parlamentares da câmara preferem uma democracia e Damares não é um exemplo de uma política forte para conduzir essa ideia. A Europa, por exemplo, demonstra que as monarquias estão desaparecendo. No Brasil, não se ouviram os cidadãos brasileiros, não se ouviu o STF, não se ouviram os jornais, não se ouviram a câmara e o Senado. Ou seja, as instâncias políticas, jurídicas e sociais não foram consultadas. Os gastos ainda poderiam ser enormes.” Então, essa é uma pauta que eu acredito que não vai pra frente.” Segundo um levantamento da Quaest, a volta de uma monarquia poderia significar custos elevados para o país, a exemplo do Reino Unido, onde a manutenção da família real custou mais de 102 milhões de libras (aproximadamente R$ 650 milhões) aos cofres públicos apenas em 2021.

Caso a CDH aprove a proposta, ela seguirá para votação no Senado e, posteriormente, na Câmara dos Deputados. Se aprovada em ambas as casas, ainda dependerá da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


 

Ex-presidente enfrenta processos judiciais e reacende debate sobre anistia
por
Amanda Ródio Mores
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26/03/2025 - 12h
Manifestantes reunidos em defesa da anistia do 8 de janeiro de 2023 na praia de Copacabana, RJ, 16 de março de 2025. (REUTERS/Pilar Olivares)
Manifestantes reunidos em defesa da anistia do 8 de janeiro de 2023 na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, 16 de março de 2025. (REUTERS/Pilar Olivares)

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, enfrenta uma série de processos judiciais que têm gerado intensos debates no cenário político e jurídico do país. Na manhã desta quarta-feira (26), a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou, por unanimidade, Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado no julgamento feito a partir da denúncia do procurador geral da República, Paulo Gonet, que tem como objetivo responsabilizar juridicamente os envolvidos na suposta trama golpista do dia 8 de janeiro de 2023. O placar fechou em cinco votos a zero.

No domingo (16), ainda antes de se tornar definitivamente réu, Jair Bolsonaro chamou a atenção ao convocar uma manifestação na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O ato contou com a presença de diversas autoridades, incluindo governadores, deputados federais e senadores, todos em defesa da anistia para os envolvidos no ataque de 8 de janeiro. 

As acusações e processos que o ex presidente responde na justiça são: abuso de poder político para disseminação de informações falsas, ataques verbais ao sistema eleitoral do país, e, principalmente, as devidas acusações de articulação em conjunto de golpe de estado com o intuito de garantir a permanência ilegítima no poder.

Bolsonaro já havia sido condenado a 8 anos de inelegibilidade, por acusações falsas contra o sistema eleitoral feitas e transmitidas pela TV em reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022. A ação foi considerada abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Em meio a esse contexto, o conceito de anistia surge como um dos principais temas discutidos. Até pouco tempo, o termo era somente atribuído ao período da ditadura militar (1964-1985). A anistia é um ato jurídico capaz de perdoar ou extinguir a punibilidade para determinados crimes, geralmente em situações de transição política ou em contextos de reconciliação nacional. 

No Brasil, a anistia foi um instrumento utilizado após o longo período de ditadura, responsável por perdoar legalmente muitos torturadores e demais agentes do estado responsáveis por violações de direitos humanos e crimes. A Lei de Anistia, assinada em 1979, é considerada até hoje a principal barreira para responsabilizar os autores dos crimes ocorridos na ditadura. O Brasil acumula duas condenações na Corte Interamericana de Direitos Humanos por não investigar os crimes cometidos no período. 

A possibilidade de anistia que o ex presidente pede para os que cometeram crimes em 8 de janeiro de 2023 é um assunto controverso, em um país em que as opiniões políticas são polarizadas ao extremo. Enquanto os apoiadores de Bolsonaro defendem que ela é uma forma de promover a paz social e a reconciliação, opositores argumentam que tal ato enfraquece a justiça, especialmente em um momento em que o país busca fortalecer suas instituições democráticas.

À medida que os processos judiciais avançam, o debate sobre a anistia e suas implicações para a democracia brasileira continua, refletindo as atuais divisões e desafios que o país enfrenta em sua trajetória política.

 

Declaração é realizada 50 anos após a morte do jornalista pela ditadura militar
por
Beatriz Alencar
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25/03/2025 - 12h

O jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975, foi declarado, no dia 18 de março, anistiado político post mortem pelo governo. A decisão foi publicada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) no Diário Oficial e, além do reconhecimento, a decisão incluiu uma reparação mensal permanente para a viúva Clarice Herzog, no valor correspondente ao cargo que o jornalista ocupava antes do assassinato, de diretor do Departamento de Jornalismo da TV Cultura, equivalente a R$ 34.577,89.

Em nota, o Instituto Vladimir Herzog, criado para preservar a memória do jornalista e destacar problemas da sociedade causadas pelo golpe de 1964, celebrou a conquista: “Este importante reconhecimento, que ocorre após 49 anos de luta incansável por memória, verdade, justiça e democracia, liderada por Clarice, é tão mais simbólico, pois, acontece em 2025, marco de  50 anos do assassinato de Vlado. Seguiremos confiantes de que o Estado Brasileiro cumprirá com, além deste, todos os demais pontos resolutivos da Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso Herzog”.

O agora anistiado, foi preso, torturado e morto em São Paulo, pela ditadura militar. Em 1975, o jornalista foi convocado pelos militares a prestar depoimento dentro do DOI-Codi sobre uma possível ligação com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas nunca mais retornou para a família.  

 

Vladimir Herzog
Foto: Reprodução: Editora Senac / Livro Jornalistas, lançado em dezembro de 1997

 

Apesar disso, a versão oficial da época divulgada pelos militares, foi que Herzog teria se suicidado dentro da cela de confinamento. No entanto, investigações comprovaram que a causa da morte teria sido após o jornalista passar por tratamentos de tortura. Mas foi somente em 2013 que a Justiça de São Paulo determinou uma mudança na causa da morte no atestado de óbito de Herzog. Agora, no documento consta: “morte causada por asfixia mecânica por enforcamento em decorrência de maus tratos sofridos durante interrogatório em dependência do 2º Exército (DOI-Codi)”.

Para o filho do jornalista, Ivo Herzog, esse reconhecimento não aconteceria sem a disposição da família de lutar pela memória do pai. “São quase 50 anos de luta iniciada pela minha mãe na busca da verdade e justiça. Esta reparação concedida agora de alguma forma colabora neste processo de busca pela justiça e poderá ajudar que minha mãe tenha segurança na atual etapa de sua vida”, declarou em entrevista à Agemt.

 

Ivo Herzog
Foto: Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog,  em coletiva de imprensa | Reprodução: Estadão / Fotógrafo: Manoel Marques

 

 

Ivo ainda relata que ainda há muito o que ser conquistado. Em abril de 2024, a Comissão da Anistia concedeu o título de anistiada para Clarice Herzog e o Estado oficializou um pedido de perdão à viúva, em reconhecimento aos anos de perseguição e pela resistência em não aceitar o silenciamento do governo em torno do desaparecimento e assassinato do marido.

“Há 4 pedidos de Anistia na Comissão de Anistia: Meu pai, minha mãe, eu e meu irmão. Só concederam o da minha mãe. Ou seja, o pedido de perdão até este momento somente foi feita para a minha mãe. Estamos cobrando o mais importante pedido de perdão que seria para o que foi feito ao meu pai”, declarou Ivo.

O filho mais velho do casal também diz se orgulhar da luta e das conquistas feitas em nome do pai e acredita que, se pudesse descrever o que Vladimir Herzog acharia de todos os atos feitos em reconhecimento da memória dele, seria orgulho. “Acho que ao longo destes quase 50 anos conseguimos cuidar bem da ‘memória’ dele. E talvez ainda mais  importante, de forma natural a sociedade brasileira trata com muito carinho a história do meu pai. Acho que isto significa realmente muito”, acrescentou.

Conheça as propostas dos candidatos das capitais
por
Leticia Falaschi
Chloé Dana
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16/10/2024 - 12h

 

Porto Velho: 

Na capital de Rondônia, os candidatos que passaram para o segundo turno foram Mariana Carvalho, do União Brasil, com 44,53% dos votos, e Léo Moraes, do Podemos, com 25,65%. A cidade que teve durante o mês de agosto, por dias, a pior qualidade do ar do país (fator proveniente, principalmente, dos incêndios florestais) não teve muitos candidatos que priorizassem a questão climática em seu plano de governo.

Mariana Carvalho, entre suas principais propostas, expõe os projetos que pretende aplicar para incrementar a saúde e a educação. A médica pretende instaurar um programa de telemedicina para monitoramento e atendimento online, e a construção de um hospital municipal, com foco na instalação de leitos e na modernização de procedimentos. Para o campo educacional, a candidata pretende intensificar a alfabetização das crianças no ensino fundamental e redimensionar as grades para o ensino em tempo integral. Além disso, Mariana quer diminuir a evasão escolar e incentivar os jovens de zonas remotas, como ribeirinhos e comunidades rurais a permanecerem nas escolas. Nas questões ambientais, a candidata aponta para a importância da criação de uma brigada de incêndio para Porto Velho, mas sem se aprofundar muito nas raízes do problema.

Em debate organizado pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) e pela Rádio Rondônia, Léo Moraes mostrou suas ideias para a Prefeitura. O candidato reforçou sua preocupação com a Saúde Pública e o saneamento básico, e afirmou que, se eleito, pretende levar um plano de cargos para a câmara municipal, e reorganizar funções para o melhor gerenciamento da saúde na cidade. Além disso, o candidato também foi questionado sobre a geração de emprego e renda para a população jovem. Léo diz que encaminhou recursos ao IFRO (Instituto Federal de Rondônia) para capacitar os jovens nos grandes bolsões populacionais, como os conjuntos habitacionais e também aponta que as crianças precisam ter senso crítico para debater robótica, educação financeira e empreendedorismo. 

Mariana Carvalho, candidata a prefeitura de Porto Velho Foto: Site oficial Republicanos

​​​​Mariana Carvalho, candidata a prefeitura de Porto Velho
Foto: Site oficial Republicanos
Léo Moraes, candidato a prefeitura de Porto Velho Foto: Site oficial Podemos
Léo Moraes, candidato a prefeitura de Porto Velho
Foto: Site oficial Podemos

Macapá: 

Na capital do Amapá, o candidato Antonio Paulo de Oliveira Furlan, conhecido como Dr. Furlan, do MDP, foi reeleito no 1º turno com 85,08% dos votos. Em entrevista para o G1 no mês passado, Furlan falou sobre suas propostas na área de Educação e Mobilidade Urbana. O médico pretende obter material pedagógico próprio para alunos da rede pública, implementar duas escolas de tempo integral por ano na cidade e aumentar o número de creches, afirmando que pela segunda vez consecutiva, Macapá foi a terceira capital do Brasil que mais cresceu em nota. 

Já para a Mobilidade Urbana, o candidato tem em vista executar obras de mobilidade urbana, com implantação de sarjeta e meio fio como microdrenagem para evitar alagamentos na cidade. Furlan diz que já foram feitos 70 quilômetros de calçadas e irá fazer a maior obra de macrodrenagem da história de Macapá com a primeira etapa do canal do Beirol e da Bacia das Pedrinhas.

No seu plano de governo, o médico busca concluir as obras do Hospital Maternidade na zona norte e expandir as unidades básicas de saúde. Além disso, também planeja renovar a frota da Guarda e da Defesa Civil com novas viaturas, reforçando-as para um monitoramento mais eficaz de áreas de risco.

Dr Furlan, candidato eleito para prefeitura de Macapá Foto: Agência Brasil
Dr Furlan, candidato eleito para prefeitura de Macapá
Foto: Agência Brasil

 

Boa Vista:  

Boa Vista não terá segundo turno, o candidato Arthur Henrique, do MDB, foi reeleito no primeiro turno com 75,18% dos votos. Natural da capital de Roraima, governará o município por mais quatro anos, nos quais pretende dar continuidade aos projetos iniciados em seu primeiro mandato, com destaque aos campos da educação, infraestrutura e mobilidade urbana. 

Na saúde, os projetos incluem melhorias dos sistemas de adesão e hospitalidade, e a  criação de unidades de atendimento e centros especializados de tratamento. Relevam-se, em seu plano de governo, a inauguração de uma nova UPA (Unidade de Pronto Atendimento), um novo bloco para  o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), e a construção de um Centro Espacializado em Autismo. Ainda em planos de infraestrutura, Arthur pretende criar um segundo centro de abrigo para idosos.

Para a mobilidade urbana, destacam-se o recapeamento de ruas e avenidas, a construção de um viaduto no cruzamento das avenidas Brigadeiro Eduardo Gomes e Venezuela, ambas muito movimentadas. O projeto contará com 3 pavimentos, o que, segundo o candidato, servirá como rotas alternativas de tráfego durante as obras. 

Arthur Henrique, candidato eleito para prefeitura da Boa Vista Foto: Jovem Pan
Arthur Henrique, candidato eleito para prefeitura da Boa Vista / Foto: Jovem Pan

Manaus:

Na capital amazonense, as eleições resultaram no segundo turno entre David Almeida, atual prefeito (Avante), que conquistou 32,16% dos votos, e o capitão Alberto Neto (PL), com 24,94%. 

Os pontos principais do programa de governo de David Almeida incluem a construção do Hospital Dia com a incrementação de centro de diagnósticos e tratamentos para casos menos graves de saúde. No âmbito educacional, as propostas concentram-se na educação básica, visando à permanência estudantil e instauração de períodos integrais nas escolas: é objetivo do programa “Mais Tempo na Escola”.

No programa de governo de Alberto Neto, há um notável ênfase ao restabelecimento do poder público sobre a cidade, conforme o termo “Choque de Ordem”, usado em seu projeto de governo oficial: projetos de segurança pública e educação recebem maior atenção do capitão. Destacam-se a criação do Centro de Controle e Comando Municipal, que integrará o monitoramento e gestão das esferas da segurança, mobilidade e de tráfego. O capitão também pretende desenvolver a iluminação pública da cidade com a instalação da tecnologia LED. No âmbito educacional. Neto deseja implementar o modelo municipal de escolas cívico-militares, baseando-se em projetos como os de Tarcisio (atual governador de São Paulo) e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

David Almeida, candidato a prefeitura de Manaus Foto: UOL notícias
David Almeida, candidato a prefeitura de Manaus
Foto: UOL notícias
Capitão Alberto Neto, candidato à prefeitura de Manaus. Foto: Site oficial Republicanos
Capitão Alberto Neto, candidato à prefeitura de Manaus.
Foto: Site oficial Republicanos 

 

Belém: 

Na capital do Pará, os candidatos que disputam o segundo turno são Igor Normando (MDB), com 44,89% dos votos, e o Delegado Eder Mauro (PL) com 31,48% dos votos.

No plano de governo de Normando destacam-se projetos para a dinâmica urbanística da cidade, como o uso de terrenos baldios para a implementação de estacionamentos. Sobre os alagamentos que atormentam Belém constantemente, o advogado propôs uma medida de monitoramento remoto para a prevenção de possíveis locais de acúmulo de água. Em relação ao transporte público, o candidato se coloca em defesa do não aumento de passagens e pretende investir no modal aquaviário e na instauração de ciclovias.

O plano de governo de Éder Mauro pretende incrementar o empreendedorismo da cidade com o programa “Desenvolve Belém”, que busca atrair, através de políticas tributárias e negociações, o investimento de empresas para o dinamismo econômico da cidade. No âmbito dos serviços de saúde para a população, o delegado quer incorporar ao sistema da cidade o “Poupatempo da Saúde de Belém”, que busca melhorar os atendimentos e agilizar processos hospitalares e de urgência.

gor Normando, candidato à prefeitura de Belém Foto: câmara.leg.br
Igor Normando, candidato à prefeitura de Belém
Foto: câmara.leg.br
Éder Mauro, candidato à prefeitura de Belém Foto: câmara.leg.br
Éder Mauro, candidato à prefeitura de Belém
Foto: câmara.leg.br

 

Palmas: 

Em disputa bem acirrada, a capital de Tocantins vai ao segundo turno com a decisão entre: Janad Valcari (PL) que obteve 39,22% dos votos, e Eduardo Siqueira Campos (Podemos) com 32,42%. Ambos os candidatos conquistaram mais de 50% dos votos válidos.

No programa de governo de Janad, destacam-se: A criação de projetos para ampliação da adesão para crianças no ensino público, com ensino em tempo integral. Na segurança, a candidata pretende praticar o que chama de “patrulhamento preventivo” nos espaços públicos. Na saúde, os projetos incluem a agilização dos atendimentos e tratamentos e a inauguração de Ambulatórios de Atenção à Saúde, as AMAS.

Eduardo Siqueira Campos, em seu plano de governo, aponta suas preocupações para os campos educacionais e segurança: pretende instaurar novas escolas de tempo integral e creches. O fortalecimento da Guarda Civil Metropolitana de Palmas está no radar do candidato: acelerar os processos de recrutamento e a transformação da instituição em autarquia — liga-la diretamente ao gabinete do prefeito — são ferramentas visadas para tal ato. Na saúde, Campos aspira à criação de novas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Janad Valcari, candidata à prefeitura de Palmas Foto: Canal 63
Janad Valcari, candidata à prefeitura de Palmas
Foto: Canal 63
Eduardo Siqueira Campos, candidato à prefeitura de Palmas Foto: UOL notícias
Eduardo Siqueira Campos, candidato à prefeitura de Palmas
Foto: UOL notícias

 

Rio Branco: 

Na capital do Acre, o candidato Tião Bocalom do PL, foi reeleito com 54,82% dos votos. Rio Branco também foi um dos Estados mais afetados pelas queimadas e voltou a ter pior qualidade do ar entre as capitais que já destruíram 100 mil hectares do local. Diante disso, um dos grandes desafios que Bocalom enfrenta para sua Prefeitura, é lidar com a catástrofe climática. O atual prefeito, elenca “22 compromissos com Rio Branco” que deve assumir, caso reeleito. Dentre as propostas, destacam-se projetos de saúde, educação, meio ambiente, infraestrutura, mobilidade urbana e transporte público, saneamento básico, habitação e segurança. Seguindo a ordem listada, para área da Saúde, o candidato procurar ampliar centros que atendem pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), construção de sede de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Infantojuvenil, implementação de eletrocardiogramas e cirurgias de pequena complexidade em todas as Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps), ampliação de atendimento para pessoas em situação de rua no período noturno, estruturação do Centro de Zoonoses para monitorar possíveis doenças e ampliação do número de profissionais da saúde.

No quesito educação, Bocalom diz que prioriza estes tópicos por ser educador. Ele pretende abrir três mil vagas, para berçários, creches, pré-escola, anos iniciais do ensino fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação de Tempo Integral. Além de implementar internet via satélite para escolas rurais, duas escolas centralizadas e continuar distribuindo tablets e notebooks.

Finalizando sua proposta de governo, Bocalom reassumiu a oferta do serviço de fornecimento de água potável e de tratamento de esgoto na capital, por meio do Serviço de Água e Esgoto (Saerb). Além disso, o candidato também procura criar um sistema chamado, Programa Água 24h, que trata-se de complementar a captação de água com mais duas matrizes, perfurações de poços artesianos profundos para abastecimento de água e lagos, elevar o tratamento de esgoto para 40% e o índice de abastecimento de água tratada para 90%, em perímetro urbano. 

Tião Bocalom, candidato eleito a prefeitura do Rio Branco Foto: G1
Tião Bocalom, candidato eleito a prefeitura do Rio Branco
Foto: G1

 

A contagem regressiva para o 2º turno já começou, e os candidatos se preparam para conquistar a confiança dos eleitores
por
Luane França
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13/10/2024 - 12h

Cuiabá (MT) 

Os candidatos Abílio Brunini, do Partido Liberal (PL), e Lúdio Cabral, do Partido dos Trabalhadores (PT), irão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Cuiabá (MT) no domingo, dia 27 de outubro.

Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Brunini recebeu 126.944 votos, correspondendo a 39,61% do total de votos válidos entre todos os candidatos. Por sua vez, Lúdio obteve 90.719 votos, o que representa 28,31%. Essas informações são referentes ao 1º turno, realizado neste domingo (6). Em terceiro lugar, muito próximo do candidato petista, está Eduardo Botelho (União), com 27,77%. Em último lugar ficou Domingos Kennedy, do Partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 13.805 votos (4,31%).

A eleição em Cuiabá contabilizou 342.884 votos, incluindo 9.888 em branco, que representam 2,88% do total, e 12.551 nulos, correspondendo a 3,66%. A taxa de ausência foi de 102.186 eleitores, ou seja, 22,96% do total de cidadãos aptos a votar nas eleições de 2024 na capital.

Abílio Brunini à esquerda e Lúdio Cabral à direita - Foto: ALMT | Zeca Ribeiro/Agência
Abílio Brunini à esquerda e Lúdio Cabral à direita -
Foto: ALMT | Zeca Ribeiro/Agência 

Principais propostas dos candidatos

Abílio Brunini

Na saúde, Brunini promete a criação de Vilas de Saúde em todos os distritos sanitários da capital. No transporte, assegura a implementação de uma faixa azul exclusiva para motos e a criação de paradas para embarque e desembarque de passageiros via aplicativos. Já na educação, Abílio quer promover a ampliação da educação infantil e a adoção do Método Montessori. No âmbito da segurança, visa a formação de uma parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal para reforçar a segurança nas escolas.

Lúdio Cabral

Cabral, no campo da saúde, quer garantir a disponibilidade de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, nos Centros de Especialidades Médicas e Policlínicas. Em transporte, promete que a tarifa do BRT permaneça em 1 real pelos próximos cinco anos. Na segurança, visa à criação da Guarda Municipal com um Plano de Cargos, Salários e Carreira. Na área da educação, apresenta a proposta de realizar um concurso público com o objetivo de contratar profissionais para a educação.

 

Goiânia (GO)

Os candidatos Fred Rodrigues, do Partido Liberal (PL), e Sandro Mabel, do União Brasil, vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Goiânia (GO) no domingo, dia 27 de outubro.

Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 100% das seções totalizadas, Fred Rodrigues recebeu 214.253 votos, equivalente a 31,14% dos votos válidos. Ele é o candidato apoiado por Jair Bolsonaro na disputa. Mabel obteve 190.278 votos, o que representa 27,66%. Em terceiro lugar, a advogada e deputada federal Adriana Accorsi, do Partido dos Trabalhadores (PT), somou 24,44% dos votos. Em último lugar, o Professor Pantaleão, do partido Unidade Popular (UP), que obteve 0,24%, totalizando 1.657 votos.

A eleição em Goiânia registrou 688.010 votos válidos, representando 93,05% do total. Também foram contabilizados 21.199 votos em branco, tendo como valor 2,87%, e 30.197 votos nulos, que totalizam 4,08%. O comparecimento às urnas foi de 739.460 eleitores, ou 71,77% do total de pessoas habilitadas a votar, enquanto a abstenção atingiu 290.868 eleitores, o que corresponde a 28,23%.

Fred Rodrigues à esquerda e Sandro Mabel à direita Foto: Reprodução/montagem CNN
Fred Rodrigues à esquerda e Sandro Mabel à direita Foto:Reprodução/montagem CNN

Principais propostas dos candidatos

Fred Rodrigues

As propostas incluem a criação da Secretaria de Parceria Público-Privada, com a finalidade de promover uma integração eficaz entre os setores público e privado na gestão de diferentes áreas da administração municipal. O plano também enfatiza a modernização da administração por meio da digitalização de todos os processos burocráticos, abrangendo desde a solicitação de alvarás até o pagamento de taxas.

Outra iniciativa consiste na implementação do sistema de Voucher Creche e na ampliação dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) em Goiânia, visando melhorar o acesso à educação infantil e a qualidade do atendimento. O projeto assegurará que todos os CMEIs funcionem em período integral, com prioridade nas vagas para crianças de famílias de baixa renda, enquanto os vouchers serão destinados a famílias de situação socioeconômica média.

Na área da segurança, a proposta busca expandir o Programa de Videomonitoramento, ampliando o sistema de câmeras de segurança em locais estratégicos da cidade e integrando-as a uma central de monitoramento em tempo real, em colaboração com as forças de segurança. Essa medida tem como objetivo aumentar a capacidade de resposta rápida e a prevenção de crimes.

Sandro Mabel

Entre suas principais propostas, destaca-se a melhoria da mobilidade urbana, permitindo que motocicletas transitem pelos corredores de ônibus. Essa medida tem como objetivo acelerar o fluxo de trânsito, garantindo a segurança e reduzindo o risco de acidentes.

Para fortalecer a segurança pública, o candidato propõe o uso de drones para monitorar as escolas da capital, em colaboração com forças de segurança, como a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, a Polícia Militar de Goiás e a Polícia Rodoviária. De acordo com o empresário, um agente de segurança dentro de um veículo poderá observar várias instituições de ensino ao mesmo tempo. Se notar qualquer atividade suspeita, ele poderá acionar a polícia, que chegará rapidamente ao local.

Na área da saúde, o candidato se compromete, se eleito, a oferecer atendimento pediátrico 24 horas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros de Atenção Integrada à Saúde da cidade, assegurando a efetividade do serviço e valorizando os profissionais da pediatria 

 

Campo Grande (MS) 

As candidatas Adriane Lopes, do Partido Progressistas (PP), e Rose Modesto, do Partido União, vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Campo Grande (MS), no domingo, dia 27 de outubro.

Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Adriane Lopes recebeu 140.913 votos, correspondendo a 31,67% do total. Rose Modesto contabilizou 131.525 votos, o que representa 29,56%. Essas informações são referentes ao 1º turno, realizado neste domingo (6). Em terceiro lugar, Beto Pereira, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), conquistou 115.516 votos, equivalente a 25,96%. Em último lugar, Ubirajara Martins, do Partido Democracia Cristã (DC), que recebeu 1.067 votos, representando apenas 0,24% dos votos válidos.

A eleição em Campo Grande registrou 481.399 votos, incluindo 16.968 votos em branco, que representam 3,52% do total, e 19.451 votos nulos, correspondendo a 4,04%. A taxa de ausência foi de 164.799 eleitores, equivalente a 25,50% do total de cidadãos aptos a votar nas eleições de 2024 na capital.

Adriane Lopes à esquerda e Rose Modesto à direita - Foto: Reprodução/g1 MS
Adriane Lopes à esquerda e Rose Modesto à direita -
Foto: Reprodução/g1 MS

Principais propostas das candidatas

Rose Modesto

O programa de governo de Modesto inclui a construção de um Centro de Bem-Estar Animal em área rural, que terá como objetivos promover atividades de educação ambiental, acolher cães e gatos em situação de vulnerabilidade e resgatar animais silvestres que não podem ser reintegrados à natureza.

Além disso, a candidata Rose promete construir quatro novos terminais de ônibus e agilizar a compra de medicamentos em Campo Grande. Na área da educação, ela se compromete a valorizar os professores e a melhorar as condições de trabalho dos servidores, afirmando que irá manter a lei que estabelece o piso de 20 horas para os docentes.

Complementando suas propostas, o "Projeto Florescer" visa oferecer à população acesso à arte, cultura, esporte, lazer, reforço escolar e qualificação profissional.

Adriane Lopes

O programa de governo de Adriane inclui a proposta de criação de um Centro Médico de Cuidado com o Idoso. 

Além disso, o projeto “Campo Grande na Rota Certa” visa transformar a cidade na capital da Rota Bioceânica, posicionando-a como um epicentro logístico para a integração e distribuição de mercadorias, além de se tornar um importante centro financeiro e de comércio exterior do Centro-Norte do Brasil.

No campo da educação, Adriane afirmou que, se reeleita, a educação será uma de suas principais prioridades. Entre as propostas apresentadas pela candidata, destaca-se a intenção de zerar a fila de espera por vagas na educação.

Além disso, ela pretende desburocratizar os serviços da Prefeitura de Campo Grande, prometendo implementar tecnologia e inovação durante seu mandato.







 

Quais sãos os candidatos que venceram o primeiro turno e quem ainda está na disputa para a prefeitura.
por
Maria Eduarda Cepeda
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12/10/2024 - 12h

Neste domingo (6), os moradores das principais capitais do Sudeste foram às urnas para decidirem seus novos prefeitos e vereadores. Com a reeleição de Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória, Belo Horizonte segue para o segundo turno na disputa polarizada entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). 

A região Sudeste teve o maior índice de abstenção de votos em suas capitais, comparado a média nacional. De acordo com os dados coletados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 1,5 milhão (30,58%) de cariocas deixaram de votar neste primeiro turno, tornando o Rio de Janeiro a segunda capital com o maior número de não votantes. Em Belo Horizonte, 588.699 pessoas se abstiveram de seus votos e em Vitória 25,17% de seus eleitores não votaram. No total, Belo Horizonte (MG) teve 4,72% de votos em branco e 1.267.794 (63.61%) votos válidos, Rio de Janeiro (RJ), 3.045.054 (60.79%) votos válidos e 4,39% votos em branco e Vitória (ES), 187.840 (70.47%) votos válidos e 2.85% votos em branco. 

Belo Horizonte (MG)

A foto mostra o rosto de Fuad Noman, atual prefeito de Belo Horizonte, à esquerda e o rosto de Bruno Engler (PL) à direita.
Noman e Engler se enfrentarão no segundo turno. Foto: Rodney Costa, Alex de Jesus / O TEMPO

A cidade de Belo Horizonte terá segundo turno entre os candidatos Bruno Engler (PL) e  Fuad Noman (PSD). O atual deputado do PL liderou o primeiro turno, com 34,38% dos votos válidos, foi o candidato mais jovem a concorrer e após sua participação no ato de 29 de setembro contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, suas citações nas redes sociais aumentaram consequentemente  impulsionando sua popularidade. Engler deseja ampliar a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros políticos de direita para a reta final de sua campanha.

O atual prefeito Fuad Noman iniciou sua campanha sendo desconhecido para 48% da população, mas aumentou nas pesquisas e assumiu o segundo lugar no primeiro turno com 26,54% dos votos. O presidente Lula confirmou seu apoio ao candidato nesta segunda-feira (7) através do ministro de Relações Institucionais, até o fim da semana a expectativa é que os candidatos de esquerda e centro-esquerda se alinhem à campanha de Noman.

Vitória (ES)

Lorenzo Pazolini comemorando sua vitória no primeiro turno das eleições
Pazolini obteve mais de 105 mil votos no primeiro turno. Foto: Vitor Jubini 

O atual prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) recebeu 56,22% dos votos válidos, sendo reeleito para o cargo de prefeito em Vitória. Ele venceu em 2020 o segundo turno com 58,50% dos votos o ex-prefeito João Coser, que assumiu o cargo em 2005 e 2012. 

Segundo a pesquisa divulgada no dia 2 de outubro pelo Paraná Pesquisas, 71,5% dos entrevistados avaliaram positivamente a administração de Pazolini enquanto 25,3% desaprovaram sua gestão.

Rio de Janeiro (RJ)

Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, comemora a sua vitória no primeiro turno com seus companheiros de campanha
Paes iniciará seu quarto mandato como prefeito da capital carioca em 2025. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Eduardo Paes (PSD) foi reeleito com 60,47% dos votos válidos, ele caminha para o seu quarto mandato como prefeito da capital do Rio de Janeiro e é o candidato a ficar mais tempo no cargo.

O partido do atual prefeito elegeu mais de 16 vereadores para a câmara municipal, tendo a maioria dos representantes no legislativo municipal para 2025. Em seu primeiro discurso após a apuração, Paes agradeceu o apoio do presidente Lula e comemorou o apoio de diversos aliados políticos de diferentes partidos, como Otoni de Paula (MDB), Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB). 

 

 

 

 

Centro-direita reafirma hegemonia na Câmara Municipal com maior número de vereadores da base de Ricardo Nunes
por
Khauan Wood
|
11/10/2024 - 12h

Os cidadãos paulistanos definiram os 55 nomes que ocuparão uma cadeira de vereador na cidade pelos próximos quatro anos no último domingo (06).

A coligação do atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), composta por doze partidos, foi a grande vitoriosa, conseguindo eleger ao todo 36 vereadores. A chapa de Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), formada por oito siglas, vem em seguida com 16.

Entre os partidos, a maior bancada ficou com o PT, que perdeu um vereador e terminou com oito. O MDB do atual prefeito perdeu quase um terço de sua bancada e foi de onze para sete vereadores; União Brasil e PL também têm sete parlamentares cada.

O Podemos foi o partido que mais ganhou cadeiras na Câmara, saltando de dois para seis candidatos eleitos. O PSOL também ganhou uma cadeira, indo de cinco para seis. A Rede Sustentabilidade elegeu uma vereadora pela primeira vez na cidade e será o partido estreante na próxima legislatura com a vereadora Marina Bragante.

Já o Partido Social Democrático (PSD), comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, teve sua bancada reduzida pela metade, indo de seis para três vereadores. O Republicanos, partido do governador paulista Tarcísio de Freitas, também diminuiu sua bancada e vai de três para duas cadeiras.

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) não conseguiu eleger nenhum nome para ocupar uma cadeira de vereador. O candidato mais votado do partido foi Mário Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas e tio do ex-prefeito Bruno Covas, com apenas 5.825 votos.

Dos 51 vereadores que tentavam ser reeleitos para o cargo, 35 tiveram sucesso. Nomes importantes da política paulistana ficaram sem vaga, como Carlos Bezerra Jr. (PSD), Arselino Tatto (PT), Aurélio Nomura (PSD), Adilson Amadeu (União), Eli Corrêa (União), entre outros. 

O atual presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), não tentou se reeleger após 27 anos de mandato, porém conseguiu eleger seus dois candidatos Silvão Leite e Silvinho, todos do União.

Houve um aumento do número de mulheres no cargo, de treze para vinte parlamentares. Os partidos que mais elegeram mulheres foram PSOL e PL, com quatro vereadoras cada.

São Paulo terá ainda uma vereadora nascida em Cuba, Zoe Martinez - apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro. A futura parlamentar veio para o Brasil aos 12 anos e naturalizou-se em 2018. Martinez ficou conhecida por sua atuação como comentarista política em uma rede de televisão, de onde foi demitida após abertura de inquérito do Ministério Público contra disseminação de desinformação.

Veja abaixo como ficou a composição de cada bancada:

 

Conheça os mais votados

Dos dez candidatos mais votados para vereador, seis são mulheres e quatro homens. Entre eles, cinco nunca ocuparam cargos políticos, quatro são vereadores que conseguiram a reeleição e uma foi eleita vereadora no município de Boituva (SP) em 2020.

Lucas Pavanato (PL)

O jovem de 26 anos foi o vereador mais votado da cidade de São Paulo, terminado o pleito com cerca de 160 mil votos.

Nascido em Sorocaba (SP), teve uma campanha amplamente apoiada por nomes importantes do bolsonarismo como o vereador Fernando Holiday, o deputado Nikolas Ferreira e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Fernando Holiday não tentou a reeleição para o seu terceiro mandato e apoiou a candidatura de Lucas Pavanato - Foto: Lucas Pavanato via Instagram/Reprodução

Em 2022, Pavanato disputou o cargo de Deputado Estadual pelo Partido Novo, mas não conseguiu se eleger.

Ana Carolina Oliveira (PODE)

Com quase 130 mil eleitores, Ana Carolina foi a mulher mais votada na capital paulista em sua primeira eleição.

A futura vereadora ficou conhecida em 2008 após o assassinato de sua filha Isabella Nardoni, jogada do sexto andar de seu prédio pelo pai Alexandre Nardoni e pela madrasta Anna Carolina Jatobá.

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Recentemente Ana Carolina Oliveira participou de diversos podcasts para contar detalhes do crime contra a sua filha. - Foto: Ana Carolina Oliveira via Instagram/Reprodução

Durante a campanha, ela afirmou que irá lutar pela proteção das vítimas de crimes violentos e do monitoramento dos presos em regime semiaberto. Disse ainda que trabalharia contra a violência infantil.

Veja a lista completa com os eleitos:

VEREADOR/PARTIDO VOTOS
Lucas Pavanato (PL) 161.386
Ana Carolina Oliveira (PODE) 129.563
Dr. Murillo Lima (PP) 113.820
Sargento Nantes (PP) 112.484
Amanda Paschoal (PSOL) 108.654
Rubinho Nunes (UNIÃO) 101.549
Luna Zarattini (PT) 100.921
Luana Alves (PSOL) 83.262
Dra Sandra Tadeu (PL) 74.511
Pastora Sandra Alves (UNIÃO) 74.192
Silvão Leite (UNIÃO) 63.988
Isac Félix (PL) 62.275
Zoe Martinez (PL) 60.272
Rodrigo Goulart (PSD) 58.715
Danilo do Posto de Saúde (PODE) 58.676
Gabriel Abreu (PODE) 58.581
Edir Sales (PSD) 58.190
Alessandro Guedes (PT) 58.183
Celso Giannazi (PSOL) 57.789
Cris Monteiro (NOVO) 56.904
Silvinho (UNIÃO) 53.453
Thammy Miranda (PSD) 50.234
Nabil Bonduki (PT) 49.540
Janaina Paschoal (PP) 48.893
Fabio Riva (MDB) 44.627
Major Palumbo (PP) 43.455
Rute Costa (PL) 43.090
Sidney Cruz (MDB) 42.988
George Hato (MDB) 42.837
Sansão Pereira (Republicanos) 42.229
André Santos (Republicanos) 41.379
Hélio Rodrigues (PT) 40.753
Amanda Vettorazzo (UNIÃO) 40.144
Marcelo Messias (MDB) 40.079
Marina Bragante (REDE) 39.147
Tripoli (PV) 39.039
Simone Ganem (PODE) 38.540
Sandra Santana (MDB) 38.326
João Jorge (MDB) 36.296
Ely Teruel (MDB) 35.622
Professor Toninho Vespoli (PSOL) 34.735
Silvia da Bancada Feminista (PSOL) 34.537
Sonaira Fernades (PL) 33.957
Dr. Milton Ferreira (PODE) 33.493
João Ananias (PT) 33.225
Kenji Palumbo (PODE) 32.495
Ricardo Teixeira (UNIÃO) 31.566
Jair Tatto (PT) 30.905
Eliseu Gabriel (PSB) 30.706
Dheison (PT) 30.575
Senival Moura (PT) 30.480
Renata Falzoni (PSB) 30.206
Keit Lima (PSOL) 27.769
Adrilles Jorge (UNIÃO) 25.038
Gilberto Nascimento (PL) 25.038
Com diferença de quase 25 mil votos, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) lideraram o primeiro turno no último domingo (6), com 29,48% e 29,07%, respectivamente
por
Giuliana Barrios Zanin
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08/10/2024 - 12h

 

Mais de seis milhões de pessoas votaram no maior colégio eleitoral do Brasil no último domingo (6). As urnas fecharam às 17h com o total de 26.513 seções em São Paulo, capital, e Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foram escolhidos para a disputa do segundo turno, com 29,48% e 29,07%, respectivamente. Pablo Marçal (PRTB), que havia empatado tecnicamente com os outros dois candidatos nas últimas pesquisas, ficou em 3º lugar com 28,14%. Tábata Amaral (PSB), em quarto com 9,91% e José Luiz Datena  (PSDB) com 1,84%. Os outros candidatos somam menos de 5% juntos. Os paulistanos deverão votar novamente no próximo dia 27 para decidir o prefeito da maior cidade da América Latina.

Os candidatos foram às seções na parte da manhã para continuar suas agendas no resto do dia. Marçal foi o único que optou por ir nos minutos finais antes do início das apurações. O cenário da capital manteve Nunes à frente na maioria da contagem dos votos, alternando apenas com o político do PRTB em primeiro lugar. Após 60% das urnas apuradas, o psolista alcançou o segundo lugar.

Durante as votações, os nomes para a prefeitura permaneceram na região sul da cidade. No bairro do Socorro, o atual prefeito esteve ao lado da esposa, Regina Nunes, do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e do seu vice, o Coronel Mello Araújo (PL). Em coletiva, declarou: “Desejo que a gente possa ter um dia de muita tranquilidade, que seja diferente de muitos episódios do período eleitoral. Acho que hoje a população vai para as urnas podendo ter tranquilidade para tomar sua melhor decisão”.

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A esquerda para direita: Mello Araújo, Tarcísio de Freitas, Regina Nunes e Ricardo Nunes. Foto: Carta Capital.

 

No Campo Limpo, Boulos estava acompanhado da família, da vice Marta Suplicy (PT), da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (REDE). O psolista comentou sobre o laudo fraudado, divulgado por Marçal na última sexta-feira (4), que afirmava resultado positivo para uso de cocaína por Boulos. “A gente segue em frente, sem se intimidar, porque o nosso compromisso de fazer dessa cidade uma cidade mais justa, mais humana, é maior do que qualquer ataque”, destacou.

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Da direita para a esquerda: a família de Boulos, o candidato do PSOL, Marta Suplicy(PT) e Marina Silva (REDE). Foto: Miguel Schincariol/AFP.

Nos últimos minutos para o fechamento das urnas, Pablo Marçal chegou sem companhia para votar em Moema. O empresário foi rodeado por jornalistas e apoiadores. Respondeu sobre o laudo falso publicado ter sido um ato de “boa-fé”. Questionado sobre estar sem calçado, o candidato afirma ser representação de como foi a caminhada municipal. "Vim descalço para mostrar meu sentimento de como foi a perseguição nessa campanha eleitoral. Um candidato ficar sem seu único meio nas últimas horas, uma decisão completamente desproporcional. Decidi vir nos últimos minutos para falar que os últimos serão os primeiros", declarou Marçal sobre a suspensão de suas redes sociais pela Justiça, em razão da publicação do documento falsificado, horas antes da votação.

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O ex-coach declarou em coletiva após a votação que foi “injustiçado” nas campanhas eleitorais. Foto: Edson Dantas.

 

Tábata Amaral votou no bairro onde cresceu, Vila Missionário. Entrou na escola com Geraldo Alckmin, vice-presidente e padrinho do partido, a esposa Lu Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França. Ela manteve-se positiva aos resultados e ressaltou que toda a luta é muito maior que a cadeira municipal. 

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Os apoiadores de Tábata estiveram com ela até o fim das apurações. Foto: Instagram, @geraldoalckmin_.

 

Datena depositou seu voto no Jardim Colombo. O apresentador afirmou aos jornalistas que estavam com ele na seção eleitoral que se arrepende de levar a candidatura até o final. Ele afirmou que, independente dos resultados, não apoiará nenhum dos candidatos em segundo turno.

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O candidato do PSDB chegou cedo no local de votação e foi surpreendido por fãs. Foto: Poder Folha.

 

Após a divulgação dos resultados, os dois mais votados no primeiro turno se reuniram cada um em seu palanque com apoiadores e deram seus discursos de vitória.

No Edifício Praça da Bandeira, Nunes ressaltou os próximos passos até dia 27. “O segundo turno é uma situação onde a gente precisa refletir, e cada um de nós vai levar isso para a população: a diferença entre a ordem e a desordem, entre a experiência e a inexperiência, entre a boa gestão e a interrogação. A diferença entre o diálogo, a ponderação, o equilíbrio, e o radicalismo", destacou ao lado de Tarcísio de Freitas, que esteve ao seu lado o dia todo, e Gilberto Kassab, presidente do PSD. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que confirmou apoio a Nunes, não compareceu.

No Clube Piratininga, em Santa Cecília, Boulos, que possui apoio do presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, manteve-se focado na vitória do segundo turno. “Quero dialogar com aqueles e aquelas que não votaram na gente no primeiro turno. A enorme maioria do povo de São Paulo votou pela mudança”, ressalta ao lado de apoiadores do governo Lula. 

A deputada do PSB, Tábata, afirmou, em coletiva, que apoiará a candidatura de Guilherme Boulos no segundo turno. Marçal teve sua conta do Instagram de volta na tarde de segunda (7) e afirma que tem planos para 2026.