O que o resultado das eleições conta sobre a estruturação partidária no país
por
Annanda Deusdará
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06/11/2024 - 12h

No domingo (27/10), se encerraram as eleições municipais. O mapa da apuração do número de prefeituras por partidos nos estados, mostra o empenho pela conquista de mais municípios, causando uma descentralização nas áreas eleitorais. Em contrapartida a isso, o MDB e o União apresentam grande concentração nos estados do Norte e Centro-Oeste, apesar de terem vencido em outros lugares. 

De acordo com a análise da conjuntura política e eleitoral, feita pelo grupo de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (INCT/Redem) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), houve uma manutenção da administração de partidos de Direita e Centro-Direita nos cargos da prefeitura. A Direita conquistou mais de 4,7 mil prefeituras,enquanto a esquerda irá administrar pouco mais de 746 cidades a partir de 2025.

Estão dentre os cinco partidos mais votados: PSD, MDB, PP, UNIÃO e PL. O PP e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), foram os únicos que elegeram prefeitos em todos os 26 estados brasileiros, o que demonstra uma ampliação na influência deles no cenário nacional.

Na região Norte, apesar de uma leve queda, o MDB manteve seu domínio. Em 2020, o partido havia conquistado 114 prefeituras, agora, passa a 112 sendo 83 localizadas no Pará. Já o União Brasil, que ficou em 2º lugar, teve um aumento de 87%, passando de 54 para 101 prefeitos eleitos, com destaque para o Tocantins (37) e o Amazonas (24). 

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Mapa da apuração do Pará com o MDB (em baixo) e União (em cima) -
Gráfico: Annanda Deusdará

 

No Amapá, o União também é predominante com 9 prefeituras. Já em Roraima apenas o MDB conseguiu espaço ocupando uma prefeitura.No Acre eles também não apresentam concentração, tendo uma prefeitura cada, quem domina a região é o PP(14). No Tocantins, o MDB ficou em 6° lugar, ocupando 4 cidades.

O MDB se destacou também na região Nordeste, onde foi o partido mais votado, conquistando 283 prefeituras, o que representou um aumento de 46,63%. Em 2° lugar, aparece o PSD que marcou presença em 275 municípios. 

No Centro-Oeste, o União se manteve em 1° lugar com 155 prefeitos eleitos, o destaque vai para o Goiás (95), com uma diferença de 48 cidades para o segundo partido, e Mato Grosso (60). Já o MDB conquistou espaço em 74 cidades, sendo mais forte em Goiás (47).

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Mapa da apuração do Mato Grosso com o União (em cima) e o MDB (em baixo)
Gráfico: Annanda Deusdará

No Mato Grosso do Sul os partidos União e MDB perderam a concentração. O União não elegeu nenhum prefeito e o MDB ficou em 3° lugar com 10 eleitos, enquanto o primeiro colocado (PSDB) ficou com 44.

Na Região Sudeste, o destaque foi para o PSD com 356 cidades, em 2° lugar ficou o PL com 185 prefeituras. No estado de Minas Gerais, apesar de não haver uma concentração tão expressiva como nos que foram citados anteriormente, os partidos União e MDB tiveram números consideráveis,69 e 82 respectivamente, ficando em 5° e 3° lugar. O tamanho do estado pode ter dificultado a conquista de grandes quantidades de municípios, visto que em um total de 847 prefeituras, o PSD, que foi o mais votado, foi eleito em 142 cidades, o que representa 16,76% do total do estado.

O PL se destacou nas regiões Sudeste e Sul (4° mais votado). Apesar disso, o partido se concentra em estados específicos e não na região como um todo. São Paulo, por exemplo, representou 56% do número de prefeitos eleitos no Sudeste. Já no Sul, Santa Catarina engloba 50% dos votos do PL

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Mapa da apuração da quantidade de prefeituras do PL no estado de São Paulo
Gráfico: Annanda Deusdará

 

Das quatro capitais da região, três passaram para o segundo turno nas disputa
por
Annanda Deusdará
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05/11/2024 - 12h

No último domingo (27), foram realizadas as votações para prefeito nas quinze capitais restantes. Após os resultados, os candidatos eleitos deram discursos declarando quais serão os próximos passos quando assumirem o cargo. Em todas as capitais a porcentagem de abstenção ultrapassou os 20%.

 

Campo Grande (MS)

Com uma diferença percentual de 3% Adriane Lopes, 48, (PP) foi a primeira prefeita eleita da cidade com 222.699 votos (51,45% dos votos válidos). Sua vice será a Dra. Camilla (Avante).   

O segundo turno teve também 16.871 votos nulos (3,66% do total), 11.704 votos em branco (2,54%) e ainda 184.812 abstenções, o equivalente a 28,60% do eleitorado.

Formada em Direito e Teologia, com pós-graduação em Administração Pública e Gerência de Cidades, Adriane Lopes foi a primeira mulher a assumir a prefeitura da capital. Após a renúncia do então prefeito Marcos Trad

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Adriane Lopes (PP) prefeita de Campo Grande - Foto: Divulgação

Adriane Lopes disse na sede do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), após a confirmação da vitória, que estava muito feliz e que nestes dois anos e meio de gestão, despertou a cidade e retomou várias obras paradas. Afirmou também que na nova gestão tem como prioridade a educação e a saúde.

Ela agradeceu os apoios que recebeu durante a campanha, como o do governador Eduardo Hídio, da senadora Tereza Cristina e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Declarou ainda, que o resultado das eleições é representativo “Essa vitória, minha e da Camila, não é só nossa. Essa vitória é das mulheres do nosso país”

Desde o primeiro turno, a candidata estava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais que indicavam disputa de segundo turno entre Rose Modesto e Beto Pereira. Para contornar a situação, ela usou como principal argumento durante o fato de não ter conseguido resolver todos problemas da cidade por ter estado à frente da gestão municipal por apenas dois anos.

Apesar dos indicativos de derrota, Lopes conseguiu avançar e na última pesquisa Quaest encomendada pela TV Morena e divulgada no sábado (26), apareceu com 49% dos votos válidos, empatada tecnicamente pela margem de erro com Rose Modesto, que apareceu com 51%.

Durante sua candidatura, suas principais propostas incluíam a área da educação, saúde e infraestrutura. Dentre elas, estão: a criação de novas escolas; distribuição mensal de medicamentos de uso contínuo para pessoas com deficiência, pressão alta e diabéticos; além da criação de um Centro Médico de Cuidado com o Idoso.

A candidata Rose Modesto,46, é professora do Ensino Médio e já foi eleita vereadora (2008-2012); vice-governadora em 2014 e deputada federal em 2018 pelo PSDB. O seu vice foi Roberto Oshiro (União Brasil).

 

Cuiabá (MT)

O deputado federal Abilio Jacques Brunini Moumer, 40,(PL) foi eleito prefeito com 171.324 votos (53,80% dos votos válidos). Sua vice é a Coronel Vânia (Novo).  

A eleição teve 4.852 votos brancos (1,47% dos votos totais), e 7.234 votos nulos ( 2,19%). A abstenção foi de 114.533 eleitores, o que representa 25,73%.

Em 2016, Abílio foi eleito vereador de Cuiabá, pelo Partido Social Cristão (PSC). Como deputado federal, ficou marcado por polêmicas no congresso. Em junho de 2023, ele fez uma série de interrupções durante uma sessão da CPI dos atos golspitas.No mês seguinte, foi acusado por transfobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), durante outra sessão da CPI. Em agosto do mesmo ano, foi acusado de fazer um gesto supremacista branco durante outra sessão da CPI do 8 de janeiro.

No discurso após a vitória, o prefeito prometeu priorizar a saúde, além de avançar no diálogo com os demais Poderes. "No momento temos que olhar o que tem de imediato e acredito que a Saúde é um problema que temos que resolver”, declarou.

 

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Abílio Brunini em entrevista na Rádio Centro América FM - Foto: Nathalia Okde

Abílio liderou a disputa à Prefeitura de Cuiabá desde o primeiro turno, quando teve 126.944 votos, 39,61% dos votos válidos. No segundo turno, recebeu o apoio do governador Mauro Mendes (União), do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de igrejas e eleitores de direita. 

 

O candidato Lúdio, foi apoiado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, e por sete ministros do governo federal. O petista era o único do partido ainda na disputa por uma vaga no Executivo em Mato Grosso. Cuiabá também não teve vereador (a) do PT eleito para 2025.

 

Durante a campanha, Brunini fez promessas em diversas áreas, como saúde, educação, segurança e transporte. Entre elas estão: criação de Vilas de Saúde em cada distrito sanitário da capital; expansão da educação infantil e a implementação do Método Montessori; faixa azul exclusiva para motos e criação de paradas para embarque e desembarque de passageiros por APP; além de parceria com a Polícia Militar e Guarda Municipal para fortalecer a segurança nas escolas.

 

Goiânia (GO)

Sandro Mabel,65,(União) foi eleito com 353.518 votos (55,53% dos votos válidos). Sua vice é a Coronel Claudia (Avante).  

Apesar de Fred Rodrigues (PL),estar na frente no primeiro turno. Mabel avançou no segundo turno e venceu em todas as nove zonas eleitorais (ZEs)de Goiânia, essas ZEs estão localizadas nas regiões central, leste e norte 

Apesar do resultado, o número de abstenções quase igualou ao total de votos recebido pelo candidato. O resultado informado pelo TSE mostra que foram 352.393 abstenções, enquanto Mabel obteve 353.518 votos. O número representa 34,20% do total e foi o segundo maior do país entre as capitais que tiveram segundo turno. Também foram registrados 14.229 votos brancos e 27.080 nulos, que totalizaram 41.309.

Após a vitória, o prefeito eleito disse que começará a transição na segunda-feira (28). Ao lado de aliados, ele comemorou a vitória e falou sobre os próximos passos.

 

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Mabel comemora a vitória ao lado de seus aliados - Foto: Wesley Costa/ O Popular
 

Sobre os problemas financeiros da prefeitura com fornecedores, Mabel disse que pretende negociar e pagar todas as dívidas no início de 2025, principalmente as despesas com Saúde. “Eu tenho uma longa experiência como gestor, então essas dívidas não me assustam”. Declarou ainda que no começo de seu mandato irá retornar com a prestação de serviços básicos “Nós colocaremos Goiânia para funcionar rápido, inclusive a limpeza urbana, a gente dá uma faxinada nessa cidade logo”, frisou.

Seu projeto de governo foi dividido em três eixos: Cidade, Cidadão e Gestão. Entre suas propostas estão a conectividade e acesso à internet em toda a cidade; um aplicativo para que mulheres em perigo acionem rapidamente os órgãos de segurança e atendimento pediátrico 24 horas nas unidades de urgência e emergência. 

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Frederico Rodrigues,25, (PL), é ex-deputado estadual de Goiás(2023). Apesar de ter sido o candidato mais votado de Goiânia, teve seu mandato cassado por conta de irregularidades encontradas pelo TRE na prestação de contas da campanha de 2020.

Mabel foi deputado federal quatro vezes e uma vez deputado estadual. Na Câmara dos Deputados, foi responsável por projetos de lei sobre a implantação de crematórios públicos e a criação de cargos de provimento efetivo e funções comissionadas para o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiânia).

 

Quais foram os candidatos eleitos e seus discursos pós-vitória
por
Maria Eduarda Cepeda
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05/11/2024 - 12h

 

No domingo, 27 de outubro, quatro das principais capitais do Norte foram às urnas para elegerem seus futuros prefeitos para 2025. Manaus teve seu atual prefeito, David Almeida (Avante), reeleito. Igor Normando (MDB) venceu para prefeito em Belém e recebeu o apoio do atual governador do Pará, em Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), comemorou a vitória e destacou sua responsabilidade com a prefeitura e em Porto Velho (RO)

As quatro capitais contabilizaram mais de 2.192.245 votos válidos em seus colégios eleitorais. Manaus teve o menor número de abstenções com 23,39%, Belém obteve 25,19% das abstenções, Palmas com 25,73% e Porto Velho teve a maior porcentagem com 30,63% comparado às outras cidades, juntas as capitais somaram 44.579 de votos em branco. 

Belém (PA) 

Igor Normando (MDB) em campanha eleitoral
Normando agradeceu o apoio do atual governador do Pará e senadores em seu discurso. Foto: Cristino Martins

Igor Normando (MDB) venceu a disputa do segundo turno, com 56,36% dos votos válidos, contra o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL) que recebeu 43,64%. A capital do Pará irá receber o deputado em seu novo cargo a partir de janeiro de 2025, que conta com o apoio da maioria da Câmara Municipal.

Em seu discurso, o candidato agradeceu os votos de seus eleitores e o apoio do governador Helder Barbalho (MDB), “Muito obrigado a cada um de vocês, obrigado ao governador Helder Barbalho, [..] não posso deixar de agradecer essa grande liderança”. Também disse que a maioria da população de Belém optou pela mudança, “Hoje a maioria da nossa população decidiu pela mudança e pela mudança com qualidade, com capacidade de gestão e a capacidade de enfrentar os desafios que a nossa cidade possui”

Manaus (AM)

David Almeida ao lado de uma cabine eleitoral
David Almeida segue para seu segundo mandato como prefeito em 2025. Foto: Divulgação/Assessoria

O atual prefeito da cidade de Manaus, David Almeida (Avante), foi reeleito no segundo turno contra o candidato Capitão Alberto Neto (PL). Com 54,59% dos votos válidos, o prefeito segue para mais um mandato.

Após sua reeleição, Almeida agradeceu a cidade e seus companheiros políticos,  "Quero agradecer a todos que estiveram nos apoiando e ao povo de Manaus que soube separar a verdade da mentira. Então, essa é uma vitória maiúscula, né, uma vitória da democracia.  [..] A cidade mudou, é o povo no poder, como a gente diz na comunidade, a favela venceu"

Palmas (TO) 

Eduardo Siqueira Campos sendo entrevistado pela imprensa após sua vitória ao lado de sua esposa
Em discurso após a vitória , o futuro prefeito destacou detalhes de sua vida pessoal. Foto: Edson Reis/g1 Tocantins

O candidato Eduardo Siqueira Campos, do Podemos, foi eleito com 53,03% dos votos válidos para prefeito da cidade de Palmas, ele venceu o segundo turno contra a candidata Janad Valcari (PL) que obteve 46,97% dos votos. Campos irá assumir o mandato em janeiro de 2025 até dezembro de 2028.

O futuro prefeito comemorou sua vitória com apoiadores e família, em seu discurso destacou a responsabilidade com a sua futura gestão, “Quem tem mandato, tem responsabilidade com Palmas. Todos conhecem meu temperamento. Eu tive que fazer uma campanha à altura do povo. [..] Não viemos para cá fazer fazenda, nós viemos fazer um estado. Nós não viemos para cá vender lote, viemos aqui fazer uma capital. Minha vida é conhecida, minha esposa é conhecida. Nós caminhamos à luz do dia”

Porto Velho (RO) 

Léo Moraes posando para foto para a divulgação de sua campanha eleitoral
Léo Moraes terá vice do mesmo partido, a advogada  Magna dos Anjos. Foto: Reprodução/Instagram 

Leonardo Barreto de Moraes (Podemos) foi eleito com 56,18% dos votos válidos, para prefeito na capital de Rondônia. Ele disputou o segundo turno com a candidata Mariana Carvalho, do União Brasil, que recebeu 43,82% dos votos. 

Quando anunciado os resultados do segundo turno, o candidato conversou com a imprensa e agradeceu os eleitores, amigos e a Deus pela sua vitória, "Eu estou muito feliz, eu agradeço primeiramente a Deus, agradeço a todos os amigos, a população que procura um renovo, que procura uma administração com capacidade de gestão que conheça as dores das pessoas. Vamos nos dedicar para entregar uma nova Porto Velho, sair desses índices tão prejudiciais que nos colocam em condição muito ruim [..]".

Saiba quem foram os prefeitos eleitos nas capitais da região
por
Khauan Wood
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01/11/2024 - 12h

Os cidadãos de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Curitiba, no Paraná, foram às urnas no último domingo (27) para definir os nomes que estarão no comando de suas prefeituras pelos próximos quatro anos. O centrão saiu vitorioso nas duas capitais.

Curitiba (PR)

531.029 de pessoas decidiram que Eduardo Pimentel (PSD) será o novo prefeito da cidade, número que chega a 57,64% dos votos válidos. Sua adversária foi a jornalista Cristina Graeml (PMB) que ficou com 42,36%, totalizando 390.254, essa foi a primeira vez que seu partido conseguiu levar um candidato ao segundo turno em uma capital desde a sua criação em 2016.

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Pimentel já acumulava dois mandatos como vice-prefeito da cidade, eleito em 2016 e reeleito em 2020. Foto: Eduardo Pimentel via X/Reprodução

 

Em seu discurso de vitória realizado na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o sucessor do atual prefeito Rafael Greca (PSD) afirmou que pretende garantir a nova concessão do transporte público na cidade, implementar o ensino em tempo integral nas escolas municipais e aumentar o número de vagas em creches da prefeitura.

Porto Alegre (RS)

O atual prefeito Sebastião Melo (MDB) foi reeleito com 61,53% dos votos contra 38,47% da deputada Maria do Rosário (PT). Melo conquistou mais de 406 mil votos, cerca de 36 mil a mais em comparação ao segundo turno da eleição anterior, em 2020. Além disso, Porto Alegre terá uma mulher na vice-prefeitura da cidade pela primeira vez, Betina Worm (PL), médica veterinária e tenente-coronel do Exército.

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Melo é o terceiro prefeito que se reelege em Porto Alegre desde a redemocratização. Foto: Pedro Piegas/Correio do Povo

Com vitória em todas as regiões porto-alegrenses, o prefeito disse em seu discurso que uma de suas prioridades será implementar medidas que previnam novas enchentes na cidade, assim como as que ocorreram no início deste ano. Ele defendeu ainda a privatização do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) e a busca de auxílio dos Governos Federal e Estadual para o setor.

Conheça os candidatos eleitos nas capitais nordestinas e seus discursos pós-vitória
por
Anna Cândida Xavier
Maria Eduarda Cepeda
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01/11/2024 - 12h

 

No domingo, 27 de outubro, o segundo turno das eleições municipais foi decidido em Fortaleza, João Pessoa, Natal e Aracajú. O Partido dos Trabalhadores conquistou sua única capital desde as eleições de 2016 em Fortaleza, com Evandro Leitão. Cícero Lucena foi reeleito em João Pessoa, a quinta capital nordestina a reeleger seus prefeitos em 2024. Em Natal, Paulinho Freire foi eleito com o apoio do atual prefeito na disputa com Natália Bonavides (PT). E o Partido Liberal conquista sua segunda capital nordestina em Aracajú com Emília Corrêa.

Nas quatro capitais que decidiram seus futuros prefeitos neste domingo, foram contabilizados 2.575.500 votos válidos nos colégios eleitorais que participaram do segundo turno. Fortaleza teve o menor número de abstenções de votos com o índice de 15,84%, João Pessoa com o total de 22,84% das abstenções, Aracaju com  25,16% e Natal finalizou com o maior nível de abstenção comparado às outras capitais, tendo no total 26,07%. A soma de votos em branco de todas as capitais foi de 50.620. 

Das nove capitais do Nordeste, sete elegeram prefeitos de partidos de direita ou de centro. Somente Evandro Leitão (PT) em Fortaleza e João Campos, do Partido Socialista Brasileiro, em Recife, representam partidos de esquerda nas capitais nordestinas. A votação expressiva na direita contrasta com o desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022 na região. O partido União Brasil conquistou três capitais nordestinas, Teresina, Natal e Salvador e o Partido Liberal elegeu prefeitos em Maceió e Aracajú. O partido Progressistas reelege Cícero Lucena em João Pessoa e em São Luís o Partido Social Democrático reelege Eduardo Braide. 

Fortaleza (CE)

Evandro Leitão (PT) ao lado do atual presidente Lula em campanha eleitoral
Presença marcante do presidente Lula na campanha de segundo turno de Evandro Leitão. Foto: Reprodução/Facebook

Evandro Leitão (PT) vence o segundo turno das eleições em Fortaleza por uma diferença de 10.838 votos em relação ao adversário André Fernandes (PL). No primeiro turno, o candidato do PT tinha apenas 34,33% do eleitorado, porém, foi eleito com 50,38% dos votos válidos. Fernandes recebeu o apoio de 49,62% dos eleitores.  

A principal estratégia da campanha foi aproximar a imagem do candidato às lideranças petistas no Ceará – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Educação e ex-governador do Estado, Camilo Santana, e o atual governador, Elmano de Freitas. Evandro Leitão agradeceu a militância do Partido dos Trabalhadores em seu discurso de vitória e afirmou “o bem venceu o ódio, a humildade venceu a arrogância e prepotência, aqueles que se acham donos do poder, aqueles que se juntaram com o filhote de Bolsonaro, deram com os burros n’água”. 

João Pessoa (PB)

Cícero Lucena (PP) comemorando a vitória do segundo turno
Cícero Lucena assume seu quarto mandato em janeiro de 2025. Foto: Reprodução/Facebook

Cícero Lucena (PP) foi reeleito prefeito na capital de Paraíba, com 63,91% dos votos válidos, vencendo a disputa contra o candidato Marcelo Queiroga do Partido Liberal, que obteve 36,02% dos votos. O atual prefeito caminha para seu quarto mandato como prefeito, ocupou o cargo de 1997 a 2004 e o assumiu novamente em 2020. 

Nas redes sociais, Lucena agradeceu seus eleitores e enfatizou a continuidade de seus projetos para a cidade, “[..] A confiança que foi depositada em nós não será em vão. Vamos continuar construindo uma cidade mais justa, mais inclusiva, mais humana. O trabalho não para, e a vontade de fazer o bem segue ainda mais forte”. 

Natal (RN)

Paulinho Freire (União) como deputado federal na câmara dos deputados
Paulinho Freire deixará cargo de Deputado Federal para assumir a prefeitura de Natal. Foto: Ag. Câmara, Reprodução/UOL

Na capital do Rio Grande do Norte, Paulinho Freire (União) vence a disputa pelo segundo turno com 63,91% dos votos contra 44,66% de Natália Bonavides (PT). O candidato eleito tem uma longa história como político na cidade, foi vereador em 1992 e ocupou o cargo de presidente da Câmara Municipal de 1997 a 2002. Em 2008, foi vice-prefeito de Natal, em 2012 voltou a ser vereador e nas eleições de 2022, foi eleito como deputado federal. 

No Instagram o candidato, Paulinho Freire, relembra a trajetória da campanha e agradece o apoio dos partidos da coligação e, em especial, de Álvaro Dias, atual prefeito da cidade. “Uma eleição difícil, mas a população de Natal assimilou bem as nossas propostas, o nosso projeto, viu que não valia a pena Natal voltar ao passado, retroceder”. 

 

Aracaju (SE) 

Emília Corrêa (PL) posando para foto ao lado da cabine de votação.
A candidata não vinculou sua imagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro em sua campanha no segundo turno. Foto: Reprodução / Instagram

 

Na capital sergipana, Emília Corrêa (PL) venceu a disputa para a prefeitura com 57,46% dos votos válidos contra o candidato Luiz Roberto do PDT. Esse é o seu primeiro mandato como prefeita, antes de embarcar na política Emília trabalhou como defensora pública e presidente da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Aracaju, em 2016 foi eleita vereadora e se reelegeu em 2020.

Em seu Instagram, a futura prefeita comemorou sua vitória com um vídeo onde está vestida de leoa e canta uma música gospel. Na descrição da publicação ela agradece seus eleitores e reforça a presença religiosa em seu futuro mandato, “a melhor forma de demonstrar o que estamos vivendo hoje é retratar a força que me move: a fé em Jesus, o Leão da Tribo de Judá (Apocalipse 5:5). E como uma leoa, que na natureza, desempenha um papel crucial na sobrevivência e no bem-estar de sua prole, vou estar à frente dos destinos de Aracaju, cuidando e protegendo, em especial daqueles que mais precisam. Vamos escrever um lindo capítulo na história da nossa cidade com Deus e o povo”. 

A contagem regressiva para o 2º turno já começou, e os candidatos se preparam para conquistar a confiança dos eleitores
por
Luane França
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13/10/2024 - 12h

Cuiabá (MT) 

Os candidatos Abílio Brunini, do Partido Liberal (PL), e Lúdio Cabral, do Partido dos Trabalhadores (PT), irão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Cuiabá (MT) no domingo, dia 27 de outubro.

Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Brunini recebeu 126.944 votos, correspondendo a 39,61% do total de votos válidos entre todos os candidatos. Por sua vez, Lúdio obteve 90.719 votos, o que representa 28,31%. Essas informações são referentes ao 1º turno, realizado neste domingo (6). Em terceiro lugar, muito próximo do candidato petista, está Eduardo Botelho (União), com 27,77%. Em último lugar ficou Domingos Kennedy, do Partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 13.805 votos (4,31%).

A eleição em Cuiabá contabilizou 342.884 votos, incluindo 9.888 em branco, que representam 2,88% do total, e 12.551 nulos, correspondendo a 3,66%. A taxa de ausência foi de 102.186 eleitores, ou seja, 22,96% do total de cidadãos aptos a votar nas eleições de 2024 na capital.

Abílio Brunini à esquerda e Lúdio Cabral à direita - Foto: ALMT | Zeca Ribeiro/Agência
Abílio Brunini à esquerda e Lúdio Cabral à direita -
Foto: ALMT | Zeca Ribeiro/Agência 

Principais propostas dos candidatos

Abílio Brunini

Na saúde, Brunini promete a criação de Vilas de Saúde em todos os distritos sanitários da capital. No transporte, assegura a implementação de uma faixa azul exclusiva para motos e a criação de paradas para embarque e desembarque de passageiros via aplicativos. Já na educação, Abílio quer promover a ampliação da educação infantil e a adoção do Método Montessori. No âmbito da segurança, visa a formação de uma parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal para reforçar a segurança nas escolas.

Lúdio Cabral

Cabral, no campo da saúde, quer garantir a disponibilidade de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, nos Centros de Especialidades Médicas e Policlínicas. Em transporte, promete que a tarifa do BRT permaneça em 1 real pelos próximos cinco anos. Na segurança, visa à criação da Guarda Municipal com um Plano de Cargos, Salários e Carreira. Na área da educação, apresenta a proposta de realizar um concurso público com o objetivo de contratar profissionais para a educação.

 

Goiânia (GO)

Os candidatos Fred Rodrigues, do Partido Liberal (PL), e Sandro Mabel, do União Brasil, vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Goiânia (GO) no domingo, dia 27 de outubro.

Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 100% das seções totalizadas, Fred Rodrigues recebeu 214.253 votos, equivalente a 31,14% dos votos válidos. Ele é o candidato apoiado por Jair Bolsonaro na disputa. Mabel obteve 190.278 votos, o que representa 27,66%. Em terceiro lugar, a advogada e deputada federal Adriana Accorsi, do Partido dos Trabalhadores (PT), somou 24,44% dos votos. Em último lugar, o Professor Pantaleão, do partido Unidade Popular (UP), que obteve 0,24%, totalizando 1.657 votos.

A eleição em Goiânia registrou 688.010 votos válidos, representando 93,05% do total. Também foram contabilizados 21.199 votos em branco, tendo como valor 2,87%, e 30.197 votos nulos, que totalizam 4,08%. O comparecimento às urnas foi de 739.460 eleitores, ou 71,77% do total de pessoas habilitadas a votar, enquanto a abstenção atingiu 290.868 eleitores, o que corresponde a 28,23%.

Fred Rodrigues à esquerda e Sandro Mabel à direita Foto: Reprodução/montagem CNN
Fred Rodrigues à esquerda e Sandro Mabel à direita Foto:Reprodução/montagem CNN

Principais propostas dos candidatos

Fred Rodrigues

As propostas incluem a criação da Secretaria de Parceria Público-Privada, com a finalidade de promover uma integração eficaz entre os setores público e privado na gestão de diferentes áreas da administração municipal. O plano também enfatiza a modernização da administração por meio da digitalização de todos os processos burocráticos, abrangendo desde a solicitação de alvarás até o pagamento de taxas.

Outra iniciativa consiste na implementação do sistema de Voucher Creche e na ampliação dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) em Goiânia, visando melhorar o acesso à educação infantil e a qualidade do atendimento. O projeto assegurará que todos os CMEIs funcionem em período integral, com prioridade nas vagas para crianças de famílias de baixa renda, enquanto os vouchers serão destinados a famílias de situação socioeconômica média.

Na área da segurança, a proposta busca expandir o Programa de Videomonitoramento, ampliando o sistema de câmeras de segurança em locais estratégicos da cidade e integrando-as a uma central de monitoramento em tempo real, em colaboração com as forças de segurança. Essa medida tem como objetivo aumentar a capacidade de resposta rápida e a prevenção de crimes.

Sandro Mabel

Entre suas principais propostas, destaca-se a melhoria da mobilidade urbana, permitindo que motocicletas transitem pelos corredores de ônibus. Essa medida tem como objetivo acelerar o fluxo de trânsito, garantindo a segurança e reduzindo o risco de acidentes.

Para fortalecer a segurança pública, o candidato propõe o uso de drones para monitorar as escolas da capital, em colaboração com forças de segurança, como a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, a Polícia Militar de Goiás e a Polícia Rodoviária. De acordo com o empresário, um agente de segurança dentro de um veículo poderá observar várias instituições de ensino ao mesmo tempo. Se notar qualquer atividade suspeita, ele poderá acionar a polícia, que chegará rapidamente ao local.

Na área da saúde, o candidato se compromete, se eleito, a oferecer atendimento pediátrico 24 horas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros de Atenção Integrada à Saúde da cidade, assegurando a efetividade do serviço e valorizando os profissionais da pediatria 

 

Campo Grande (MS) 

As candidatas Adriane Lopes, do Partido Progressistas (PP), e Rose Modesto, do Partido União, vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Campo Grande (MS), no domingo, dia 27 de outubro.

Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Adriane Lopes recebeu 140.913 votos, correspondendo a 31,67% do total. Rose Modesto contabilizou 131.525 votos, o que representa 29,56%. Essas informações são referentes ao 1º turno, realizado neste domingo (6). Em terceiro lugar, Beto Pereira, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), conquistou 115.516 votos, equivalente a 25,96%. Em último lugar, Ubirajara Martins, do Partido Democracia Cristã (DC), que recebeu 1.067 votos, representando apenas 0,24% dos votos válidos.

A eleição em Campo Grande registrou 481.399 votos, incluindo 16.968 votos em branco, que representam 3,52% do total, e 19.451 votos nulos, correspondendo a 4,04%. A taxa de ausência foi de 164.799 eleitores, equivalente a 25,50% do total de cidadãos aptos a votar nas eleições de 2024 na capital.

Adriane Lopes à esquerda e Rose Modesto à direita - Foto: Reprodução/g1 MS
Adriane Lopes à esquerda e Rose Modesto à direita -
Foto: Reprodução/g1 MS

Principais propostas das candidatas

Rose Modesto

O programa de governo de Modesto inclui a construção de um Centro de Bem-Estar Animal em área rural, que terá como objetivos promover atividades de educação ambiental, acolher cães e gatos em situação de vulnerabilidade e resgatar animais silvestres que não podem ser reintegrados à natureza.

Além disso, a candidata Rose promete construir quatro novos terminais de ônibus e agilizar a compra de medicamentos em Campo Grande. Na área da educação, ela se compromete a valorizar os professores e a melhorar as condições de trabalho dos servidores, afirmando que irá manter a lei que estabelece o piso de 20 horas para os docentes.

Complementando suas propostas, o "Projeto Florescer" visa oferecer à população acesso à arte, cultura, esporte, lazer, reforço escolar e qualificação profissional.

Adriane Lopes

O programa de governo de Adriane inclui a proposta de criação de um Centro Médico de Cuidado com o Idoso. 

Além disso, o projeto “Campo Grande na Rota Certa” visa transformar a cidade na capital da Rota Bioceânica, posicionando-a como um epicentro logístico para a integração e distribuição de mercadorias, além de se tornar um importante centro financeiro e de comércio exterior do Centro-Norte do Brasil.

No campo da educação, Adriane afirmou que, se reeleita, a educação será uma de suas principais prioridades. Entre as propostas apresentadas pela candidata, destaca-se a intenção de zerar a fila de espera por vagas na educação.

Além disso, ela pretende desburocratizar os serviços da Prefeitura de Campo Grande, prometendo implementar tecnologia e inovação durante seu mandato.







 

Quais sãos os candidatos que venceram o primeiro turno e quem ainda está na disputa para a prefeitura.
por
Maria Eduarda Cepeda
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12/10/2024 - 12h

Neste domingo (6), os moradores das principais capitais do Sudeste foram às urnas para decidirem seus novos prefeitos e vereadores. Com a reeleição de Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória, Belo Horizonte segue para o segundo turno na disputa polarizada entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). 

A região Sudeste teve o maior índice de abstenção de votos em suas capitais, comparado a média nacional. De acordo com os dados coletados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 1,5 milhão (30,58%) de cariocas deixaram de votar neste primeiro turno, tornando o Rio de Janeiro a segunda capital com o maior número de não votantes. Em Belo Horizonte, 588.699 pessoas se abstiveram de seus votos e em Vitória 25,17% de seus eleitores não votaram. No total, Belo Horizonte (MG) teve 4,72% de votos em branco e 1.267.794 (63.61%) votos válidos, Rio de Janeiro (RJ), 3.045.054 (60.79%) votos válidos e 4,39% votos em branco e Vitória (ES), 187.840 (70.47%) votos válidos e 2.85% votos em branco. 

Belo Horizonte (MG)

A foto mostra o rosto de Fuad Noman, atual prefeito de Belo Horizonte, à esquerda e o rosto de Bruno Engler (PL) à direita.
Noman e Engler se enfrentarão no segundo turno. Foto: Rodney Costa, Alex de Jesus / O TEMPO

A cidade de Belo Horizonte terá segundo turno entre os candidatos Bruno Engler (PL) e  Fuad Noman (PSD). O atual deputado do PL liderou o primeiro turno, com 34,38% dos votos válidos, foi o candidato mais jovem a concorrer e após sua participação no ato de 29 de setembro contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, suas citações nas redes sociais aumentaram consequentemente  impulsionando sua popularidade. Engler deseja ampliar a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros políticos de direita para a reta final de sua campanha.

O atual prefeito Fuad Noman iniciou sua campanha sendo desconhecido para 48% da população, mas aumentou nas pesquisas e assumiu o segundo lugar no primeiro turno com 26,54% dos votos. O presidente Lula confirmou seu apoio ao candidato nesta segunda-feira (7) através do ministro de Relações Institucionais, até o fim da semana a expectativa é que os candidatos de esquerda e centro-esquerda se alinhem à campanha de Noman.

Vitória (ES)

Lorenzo Pazolini comemorando sua vitória no primeiro turno das eleições
Pazolini obteve mais de 105 mil votos no primeiro turno. Foto: Vitor Jubini 

O atual prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) recebeu 56,22% dos votos válidos, sendo reeleito para o cargo de prefeito em Vitória. Ele venceu em 2020 o segundo turno com 58,50% dos votos o ex-prefeito João Coser, que assumiu o cargo em 2005 e 2012. 

Segundo a pesquisa divulgada no dia 2 de outubro pelo Paraná Pesquisas, 71,5% dos entrevistados avaliaram positivamente a administração de Pazolini enquanto 25,3% desaprovaram sua gestão.

Rio de Janeiro (RJ)

Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, comemora a sua vitória no primeiro turno com seus companheiros de campanha
Paes iniciará seu quarto mandato como prefeito da capital carioca em 2025. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Eduardo Paes (PSD) foi reeleito com 60,47% dos votos válidos, ele caminha para o seu quarto mandato como prefeito da capital do Rio de Janeiro e é o candidato a ficar mais tempo no cargo.

O partido do atual prefeito elegeu mais de 16 vereadores para a câmara municipal, tendo a maioria dos representantes no legislativo municipal para 2025. Em seu primeiro discurso após a apuração, Paes agradeceu o apoio do presidente Lula e comemorou o apoio de diversos aliados políticos de diferentes partidos, como Otoni de Paula (MDB), Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB). 

 

 

 

 

Centro-direita reafirma hegemonia na Câmara Municipal com maior número de vereadores da base de Ricardo Nunes
por
Khauan Wood
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11/10/2024 - 12h

Os cidadãos paulistanos definiram os 55 nomes que ocuparão uma cadeira de vereador na cidade pelos próximos quatro anos no último domingo (06).

A coligação do atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), composta por doze partidos, foi a grande vitoriosa, conseguindo eleger ao todo 36 vereadores. A chapa de Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), formada por oito siglas, vem em seguida com 16.

Entre os partidos, a maior bancada ficou com o PT, que perdeu um vereador e terminou com oito. O MDB do atual prefeito perdeu quase um terço de sua bancada e foi de onze para sete vereadores; União Brasil e PL também têm sete parlamentares cada.

O Podemos foi o partido que mais ganhou cadeiras na Câmara, saltando de dois para seis candidatos eleitos. O PSOL também ganhou uma cadeira, indo de cinco para seis. A Rede Sustentabilidade elegeu uma vereadora pela primeira vez na cidade e será o partido estreante na próxima legislatura com a vereadora Marina Bragante.

Já o Partido Social Democrático (PSD), comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, teve sua bancada reduzida pela metade, indo de seis para três vereadores. O Republicanos, partido do governador paulista Tarcísio de Freitas, também diminuiu sua bancada e vai de três para duas cadeiras.

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) não conseguiu eleger nenhum nome para ocupar uma cadeira de vereador. O candidato mais votado do partido foi Mário Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas e tio do ex-prefeito Bruno Covas, com apenas 5.825 votos.

Dos 51 vereadores que tentavam ser reeleitos para o cargo, 35 tiveram sucesso. Nomes importantes da política paulistana ficaram sem vaga, como Carlos Bezerra Jr. (PSD), Arselino Tatto (PT), Aurélio Nomura (PSD), Adilson Amadeu (União), Eli Corrêa (União), entre outros. 

O atual presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), não tentou se reeleger após 27 anos de mandato, porém conseguiu eleger seus dois candidatos Silvão Leite e Silvinho, todos do União.

Houve um aumento do número de mulheres no cargo, de treze para vinte parlamentares. Os partidos que mais elegeram mulheres foram PSOL e PL, com quatro vereadoras cada.

São Paulo terá ainda uma vereadora nascida em Cuba, Zoe Martinez - apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro. A futura parlamentar veio para o Brasil aos 12 anos e naturalizou-se em 2018. Martinez ficou conhecida por sua atuação como comentarista política em uma rede de televisão, de onde foi demitida após abertura de inquérito do Ministério Público contra disseminação de desinformação.

Veja abaixo como ficou a composição de cada bancada:

 

Conheça os mais votados

Dos dez candidatos mais votados para vereador, seis são mulheres e quatro homens. Entre eles, cinco nunca ocuparam cargos políticos, quatro são vereadores que conseguiram a reeleição e uma foi eleita vereadora no município de Boituva (SP) em 2020.

Lucas Pavanato (PL)

O jovem de 26 anos foi o vereador mais votado da cidade de São Paulo, terminado o pleito com cerca de 160 mil votos.

Nascido em Sorocaba (SP), teve uma campanha amplamente apoiada por nomes importantes do bolsonarismo como o vereador Fernando Holiday, o deputado Nikolas Ferreira e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Fernando Holiday não tentou a reeleição para o seu terceiro mandato e apoiou a candidatura de Lucas Pavanato - Foto: Lucas Pavanato via Instagram/Reprodução

Em 2022, Pavanato disputou o cargo de Deputado Estadual pelo Partido Novo, mas não conseguiu se eleger.

Ana Carolina Oliveira (PODE)

Com quase 130 mil eleitores, Ana Carolina foi a mulher mais votada na capital paulista em sua primeira eleição.

A futura vereadora ficou conhecida em 2008 após o assassinato de sua filha Isabella Nardoni, jogada do sexto andar de seu prédio pelo pai Alexandre Nardoni e pela madrasta Anna Carolina Jatobá.

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Recentemente Ana Carolina Oliveira participou de diversos podcasts para contar detalhes do crime contra a sua filha. - Foto: Ana Carolina Oliveira via Instagram/Reprodução

Durante a campanha, ela afirmou que irá lutar pela proteção das vítimas de crimes violentos e do monitoramento dos presos em regime semiaberto. Disse ainda que trabalharia contra a violência infantil.

Veja a lista completa com os eleitos:

VEREADOR/PARTIDO VOTOS
Lucas Pavanato (PL) 161.386
Ana Carolina Oliveira (PODE) 129.563
Dr. Murillo Lima (PP) 113.820
Sargento Nantes (PP) 112.484
Amanda Paschoal (PSOL) 108.654
Rubinho Nunes (UNIÃO) 101.549
Luna Zarattini (PT) 100.921
Luana Alves (PSOL) 83.262
Dra Sandra Tadeu (PL) 74.511
Pastora Sandra Alves (UNIÃO) 74.192
Silvão Leite (UNIÃO) 63.988
Isac Félix (PL) 62.275
Zoe Martinez (PL) 60.272
Rodrigo Goulart (PSD) 58.715
Danilo do Posto de Saúde (PODE) 58.676
Gabriel Abreu (PODE) 58.581
Edir Sales (PSD) 58.190
Alessandro Guedes (PT) 58.183
Celso Giannazi (PSOL) 57.789
Cris Monteiro (NOVO) 56.904
Silvinho (UNIÃO) 53.453
Thammy Miranda (PSD) 50.234
Nabil Bonduki (PT) 49.540
Janaina Paschoal (PP) 48.893
Fabio Riva (MDB) 44.627
Major Palumbo (PP) 43.455
Rute Costa (PL) 43.090
Sidney Cruz (MDB) 42.988
George Hato (MDB) 42.837
Sansão Pereira (Republicanos) 42.229
André Santos (Republicanos) 41.379
Hélio Rodrigues (PT) 40.753
Amanda Vettorazzo (UNIÃO) 40.144
Marcelo Messias (MDB) 40.079
Marina Bragante (REDE) 39.147
Tripoli (PV) 39.039
Simone Ganem (PODE) 38.540
Sandra Santana (MDB) 38.326
João Jorge (MDB) 36.296
Ely Teruel (MDB) 35.622
Professor Toninho Vespoli (PSOL) 34.735
Silvia da Bancada Feminista (PSOL) 34.537
Sonaira Fernades (PL) 33.957
Dr. Milton Ferreira (PODE) 33.493
João Ananias (PT) 33.225
Kenji Palumbo (PODE) 32.495
Ricardo Teixeira (UNIÃO) 31.566
Jair Tatto (PT) 30.905
Eliseu Gabriel (PSB) 30.706
Dheison (PT) 30.575
Senival Moura (PT) 30.480
Renata Falzoni (PSB) 30.206
Keit Lima (PSOL) 27.769
Adrilles Jorge (UNIÃO) 25.038
Gilberto Nascimento (PL) 25.038
Com diferença de quase 25 mil votos, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) lideraram o primeiro turno no último domingo (6), com 29,48% e 29,07%, respectivamente
por
Giuliana Barrios Zanin
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08/10/2024 - 12h

 

Mais de seis milhões de pessoas votaram no maior colégio eleitoral do Brasil no último domingo (6). As urnas fecharam às 17h com o total de 26.513 seções em São Paulo, capital, e Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foram escolhidos para a disputa do segundo turno, com 29,48% e 29,07%, respectivamente. Pablo Marçal (PRTB), que havia empatado tecnicamente com os outros dois candidatos nas últimas pesquisas, ficou em 3º lugar com 28,14%. Tábata Amaral (PSB), em quarto com 9,91% e José Luiz Datena  (PSDB) com 1,84%. Os outros candidatos somam menos de 5% juntos. Os paulistanos deverão votar novamente no próximo dia 27 para decidir o prefeito da maior cidade da América Latina.

Os candidatos foram às seções na parte da manhã para continuar suas agendas no resto do dia. Marçal foi o único que optou por ir nos minutos finais antes do início das apurações. O cenário da capital manteve Nunes à frente na maioria da contagem dos votos, alternando apenas com o político do PRTB em primeiro lugar. Após 60% das urnas apuradas, o psolista alcançou o segundo lugar.

Durante as votações, os nomes para a prefeitura permaneceram na região sul da cidade. No bairro do Socorro, o atual prefeito esteve ao lado da esposa, Regina Nunes, do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e do seu vice, o Coronel Mello Araújo (PL). Em coletiva, declarou: “Desejo que a gente possa ter um dia de muita tranquilidade, que seja diferente de muitos episódios do período eleitoral. Acho que hoje a população vai para as urnas podendo ter tranquilidade para tomar sua melhor decisão”.

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A esquerda para direita: Mello Araújo, Tarcísio de Freitas, Regina Nunes e Ricardo Nunes. Foto: Carta Capital.

 

No Campo Limpo, Boulos estava acompanhado da família, da vice Marta Suplicy (PT), da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (REDE). O psolista comentou sobre o laudo fraudado, divulgado por Marçal na última sexta-feira (4), que afirmava resultado positivo para uso de cocaína por Boulos. “A gente segue em frente, sem se intimidar, porque o nosso compromisso de fazer dessa cidade uma cidade mais justa, mais humana, é maior do que qualquer ataque”, destacou.

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Da direita para a esquerda: a família de Boulos, o candidato do PSOL, Marta Suplicy(PT) e Marina Silva (REDE). Foto: Miguel Schincariol/AFP.

Nos últimos minutos para o fechamento das urnas, Pablo Marçal chegou sem companhia para votar em Moema. O empresário foi rodeado por jornalistas e apoiadores. Respondeu sobre o laudo falso publicado ter sido um ato de “boa-fé”. Questionado sobre estar sem calçado, o candidato afirma ser representação de como foi a caminhada municipal. "Vim descalço para mostrar meu sentimento de como foi a perseguição nessa campanha eleitoral. Um candidato ficar sem seu único meio nas últimas horas, uma decisão completamente desproporcional. Decidi vir nos últimos minutos para falar que os últimos serão os primeiros", declarou Marçal sobre a suspensão de suas redes sociais pela Justiça, em razão da publicação do documento falsificado, horas antes da votação.

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O ex-coach declarou em coletiva após a votação que foi “injustiçado” nas campanhas eleitorais. Foto: Edson Dantas.

 

Tábata Amaral votou no bairro onde cresceu, Vila Missionário. Entrou na escola com Geraldo Alckmin, vice-presidente e padrinho do partido, a esposa Lu Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França. Ela manteve-se positiva aos resultados e ressaltou que toda a luta é muito maior que a cadeira municipal. 

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Os apoiadores de Tábata estiveram com ela até o fim das apurações. Foto: Instagram, @geraldoalckmin_.

 

Datena depositou seu voto no Jardim Colombo. O apresentador afirmou aos jornalistas que estavam com ele na seção eleitoral que se arrepende de levar a candidatura até o final. Ele afirmou que, independente dos resultados, não apoiará nenhum dos candidatos em segundo turno.

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O candidato do PSDB chegou cedo no local de votação e foi surpreendido por fãs. Foto: Poder Folha.

 

Após a divulgação dos resultados, os dois mais votados no primeiro turno se reuniram cada um em seu palanque com apoiadores e deram seus discursos de vitória.

No Edifício Praça da Bandeira, Nunes ressaltou os próximos passos até dia 27. “O segundo turno é uma situação onde a gente precisa refletir, e cada um de nós vai levar isso para a população: a diferença entre a ordem e a desordem, entre a experiência e a inexperiência, entre a boa gestão e a interrogação. A diferença entre o diálogo, a ponderação, o equilíbrio, e o radicalismo", destacou ao lado de Tarcísio de Freitas, que esteve ao seu lado o dia todo, e Gilberto Kassab, presidente do PSD. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que confirmou apoio a Nunes, não compareceu.

No Clube Piratininga, em Santa Cecília, Boulos, que possui apoio do presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, manteve-se focado na vitória do segundo turno. “Quero dialogar com aqueles e aquelas que não votaram na gente no primeiro turno. A enorme maioria do povo de São Paulo votou pela mudança”, ressalta ao lado de apoiadores do governo Lula. 

A deputada do PSB, Tábata, afirmou, em coletiva, que apoiará a candidatura de Guilherme Boulos no segundo turno. Marçal teve sua conta do Instagram de volta na tarde de segunda (7) e afirma que tem planos para 2026.

Uma visita pelo museu do futebol traz novas informações históricas sobre as mulheres no esporte mais conhecido do país.
por
Júlia Polito
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08/10/2024 - 12h

 

A reinauguração do Museu do Futebol de São Paulo traz diversas mudanças incluídas no acervo atual. Localizado no Estádio do Pacaembu, após oito meses de reforma, o local reabriu suas portas no dia (08/07), com uma nova proposta de apresentar a história do esporte. A inclusão feminina no conjunto do museu foi o grande diferencial, informações que antes não tinham visibilidade, agora recebem reconhecimento vindo das coleções futebolísticas.  

Renata Beltrão, jornalista e mestra em Museologia, acompanha o tour com os visitantes e explica as mudanças ocorridas ao longo do tempo, dando ênfase à inserção da figura feminina. Os novos materiais incluídos no museu, foram frutos de pesquisas decorrentes de quinze anos para cá. Mesmo o esporte sendo praticado por mulheres desde os anos 20, a demanda por informações históricas se deu a pouco tempo atrás. 

A visita conta com quatro instalações inéditas que falam apenas sobre o futebol feminino no período em que ele foi proibido no Brasil. Na época, em 1941, o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto-lei que impedia as mulheres de praticarem esportes que não fossem adequados “à sua natureza”. O país estava prestes a enfrentar um período de ditadura militar, no qual a censura era algo comum, o que não foi diferente com as atletas mulheres. 

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Quadros de uma sala no Museu do futebol, tratando sobre o futebol feminino
(Foto / Reprodução: Júlia Polito)

 

Os primeiros registros de futebol feminino no Brasil são dos anos 20 e 30, eram divulgados por jornais locais de maneira sutil. O esporte não era visto como uma partida, mas sim como uma performance ou show, já que o circo era o local das “apresentações”. Ao longo desses anos o futebol entre mulheres não era praticado em clubes ou ligas, mas sim nas periferias e, mesmo não sendo impedida ainda, a modalidade era ligada apenas aos homens por ser considerada violenta. 

A proibição do esporte veio em 1941, após um jogo ocorrido no Estádio do Pacaembu entre mulheres no ano anterior. O intuito era dar visibilidade e incentivar a figura feminina, mas o resultado foi extremamente contrário. Uma revolta foi gerada por grande parte da sociedade, e as notícias divulgadas serviram de combustível para o desagrado da opinião pública e das autoridades.  

Através de um processo de regulamentação do esporte no Brasil, criou-se o CND (Conselho Nacional De Desporto), foi quando as autoridades decidiram proibir a prática feminina. O decreto-lei (3199, art 54) dizia que as mulheres não poderiam praticar esportes que não fossem adequados à sua natureza. A jornalista Renata Beltrão comenta: “As mulheres brasileiras continuaram jogando bola mesmo com risco de serem presas, o que de fato acontecia” 

Em 1965 o decreto foi publicado novamente com mais detalhes, inibindo de vez a participação feminina, o que infelizmente nos proporciona poucos registros da época, que se passavam na ditadura militar. As mulheres jogavam de forma clandestina com medo de serem pegas. Apenas em 1979 a proibição teve seu fim, 38 anos depois. Porém, as coisas não melhoraram de uma hora para outra como esperado, o esporte ainda não recebia ajuda de clubes e federações, além de ser discriminado.  

A modalidade foi regulamentada de fato somente em 1983, as competições, os calendários, a utilização de estádios, a inserção nos clubes, todos esses detalhes que antes eram liberados apenas para os homens, começaram a fazer parte do cenário feminino também. A primeira Copa FIFA aconteceu em 1991, ainda com muito amadorismo, a CBF assumiu de forma oficial o time. A seleção também estreou nas olimpíadas no ano de 1996, marcando de vez uma nova era. 

 

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Seleção de futebol feminina nas Olimpíadas de Paris 2024 
(Foto / Reprodução: Instagram @selecaofemininadefutebol)

 

O futebol feminino passou por diversos problemas ao longo dos anos, um processo histórico que deixa marcas até hoje. Infelizmente a diferença de tratamento com o esporte das mulheres continua nítida, a falta de investimentos e de apoio permanece, mesmo que de forma mais “escondida”, ainda é necessária muita luta para igualar o patamar de benefícios e oportunidades masculinas no esporte.

Em entrevista à BBC News Brasil, Natália Pessanha, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que: “Em 2022, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) destinou aproximadamente R$ 200 milhões à seleção masculina principal. Outros R$ 70 milhões foram divididos entre o time feminino e sete seleções de base, segundo dados divulgados pelo próprio órgão.”

Marta, a rainha do futebol pode ser usada como grande exemplo, a atleta que recebeu o prêmio de melhor jogadora do mundo seis vezes e ganhou três medalhas olímpicas representando a equipe brasileira, nunca recebeu nem metade do salário de Neymar, também jogador da seleção de futebol brasileira.