Cuiabá (MT)
Os candidatos Abílio Brunini, do Partido Liberal (PL), e Lúdio Cabral, do Partido dos Trabalhadores (PT), irão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Cuiabá (MT) no domingo, dia 27 de outubro.
Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Brunini recebeu 126.944 votos, correspondendo a 39,61% do total de votos válidos entre todos os candidatos. Por sua vez, Lúdio obteve 90.719 votos, o que representa 28,31%. Essas informações são referentes ao 1º turno, realizado neste domingo (6). Em terceiro lugar, muito próximo do candidato petista, está Eduardo Botelho (União), com 27,77%. Em último lugar ficou Domingos Kennedy, do Partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 13.805 votos (4,31%).
A eleição em Cuiabá contabilizou 342.884 votos, incluindo 9.888 em branco, que representam 2,88% do total, e 12.551 nulos, correspondendo a 3,66%. A taxa de ausência foi de 102.186 eleitores, ou seja, 22,96% do total de cidadãos aptos a votar nas eleições de 2024 na capital.
Principais propostas dos candidatos
Abílio Brunini
Na saúde, Brunini promete a criação de Vilas de Saúde em todos os distritos sanitários da capital. No transporte, assegura a implementação de uma faixa azul exclusiva para motos e a criação de paradas para embarque e desembarque de passageiros via aplicativos. Já na educação, Abílio quer promover a ampliação da educação infantil e a adoção do Método Montessori. No âmbito da segurança, visa a formação de uma parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal para reforçar a segurança nas escolas.
Lúdio Cabral
Cabral, no campo da saúde, quer garantir a disponibilidade de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, nos Centros de Especialidades Médicas e Policlínicas. Em transporte, promete que a tarifa do BRT permaneça em 1 real pelos próximos cinco anos. Na segurança, visa à criação da Guarda Municipal com um Plano de Cargos, Salários e Carreira. Na área da educação, apresenta a proposta de realizar um concurso público com o objetivo de contratar profissionais para a educação.
Goiânia (GO)
Os candidatos Fred Rodrigues, do Partido Liberal (PL), e Sandro Mabel, do União Brasil, vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Goiânia (GO) no domingo, dia 27 de outubro.
Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 100% das seções totalizadas, Fred Rodrigues recebeu 214.253 votos, equivalente a 31,14% dos votos válidos. Ele é o candidato apoiado por Jair Bolsonaro na disputa. Mabel obteve 190.278 votos, o que representa 27,66%. Em terceiro lugar, a advogada e deputada federal Adriana Accorsi, do Partido dos Trabalhadores (PT), somou 24,44% dos votos. Em último lugar, o Professor Pantaleão, do partido Unidade Popular (UP), que obteve 0,24%, totalizando 1.657 votos.
A eleição em Goiânia registrou 688.010 votos válidos, representando 93,05% do total. Também foram contabilizados 21.199 votos em branco, tendo como valor 2,87%, e 30.197 votos nulos, que totalizam 4,08%. O comparecimento às urnas foi de 739.460 eleitores, ou 71,77% do total de pessoas habilitadas a votar, enquanto a abstenção atingiu 290.868 eleitores, o que corresponde a 28,23%.
Principais propostas dos candidatos
Fred Rodrigues
As propostas incluem a criação da Secretaria de Parceria Público-Privada, com a finalidade de promover uma integração eficaz entre os setores público e privado na gestão de diferentes áreas da administração municipal. O plano também enfatiza a modernização da administração por meio da digitalização de todos os processos burocráticos, abrangendo desde a solicitação de alvarás até o pagamento de taxas.
Outra iniciativa consiste na implementação do sistema de Voucher Creche e na ampliação dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) em Goiânia, visando melhorar o acesso à educação infantil e a qualidade do atendimento. O projeto assegurará que todos os CMEIs funcionem em período integral, com prioridade nas vagas para crianças de famílias de baixa renda, enquanto os vouchers serão destinados a famílias de situação socioeconômica média.
Na área da segurança, a proposta busca expandir o Programa de Videomonitoramento, ampliando o sistema de câmeras de segurança em locais estratégicos da cidade e integrando-as a uma central de monitoramento em tempo real, em colaboração com as forças de segurança. Essa medida tem como objetivo aumentar a capacidade de resposta rápida e a prevenção de crimes.
Sandro Mabel
Entre suas principais propostas, destaca-se a melhoria da mobilidade urbana, permitindo que motocicletas transitem pelos corredores de ônibus. Essa medida tem como objetivo acelerar o fluxo de trânsito, garantindo a segurança e reduzindo o risco de acidentes.
Para fortalecer a segurança pública, o candidato propõe o uso de drones para monitorar as escolas da capital, em colaboração com forças de segurança, como a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, a Polícia Militar de Goiás e a Polícia Rodoviária. De acordo com o empresário, um agente de segurança dentro de um veículo poderá observar várias instituições de ensino ao mesmo tempo. Se notar qualquer atividade suspeita, ele poderá acionar a polícia, que chegará rapidamente ao local.
Na área da saúde, o candidato se compromete, se eleito, a oferecer atendimento pediátrico 24 horas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros de Atenção Integrada à Saúde da cidade, assegurando a efetividade do serviço e valorizando os profissionais da pediatria
Campo Grande (MS)
As candidatas Adriane Lopes, do Partido Progressistas (PP), e Rose Modesto, do Partido União, vão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de Campo Grande (MS), no domingo, dia 27 de outubro.
Conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Adriane Lopes recebeu 140.913 votos, correspondendo a 31,67% do total. Rose Modesto contabilizou 131.525 votos, o que representa 29,56%. Essas informações são referentes ao 1º turno, realizado neste domingo (6). Em terceiro lugar, Beto Pereira, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), conquistou 115.516 votos, equivalente a 25,96%. Em último lugar, Ubirajara Martins, do Partido Democracia Cristã (DC), que recebeu 1.067 votos, representando apenas 0,24% dos votos válidos.
A eleição em Campo Grande registrou 481.399 votos, incluindo 16.968 votos em branco, que representam 3,52% do total, e 19.451 votos nulos, correspondendo a 4,04%. A taxa de ausência foi de 164.799 eleitores, equivalente a 25,50% do total de cidadãos aptos a votar nas eleições de 2024 na capital.
Principais propostas das candidatas
Rose Modesto
O programa de governo de Modesto inclui a construção de um Centro de Bem-Estar Animal em área rural, que terá como objetivos promover atividades de educação ambiental, acolher cães e gatos em situação de vulnerabilidade e resgatar animais silvestres que não podem ser reintegrados à natureza.
Além disso, a candidata Rose promete construir quatro novos terminais de ônibus e agilizar a compra de medicamentos em Campo Grande. Na área da educação, ela se compromete a valorizar os professores e a melhorar as condições de trabalho dos servidores, afirmando que irá manter a lei que estabelece o piso de 20 horas para os docentes.
Complementando suas propostas, o "Projeto Florescer" visa oferecer à população acesso à arte, cultura, esporte, lazer, reforço escolar e qualificação profissional.
Adriane Lopes
O programa de governo de Adriane inclui a proposta de criação de um Centro Médico de Cuidado com o Idoso.
Além disso, o projeto “Campo Grande na Rota Certa” visa transformar a cidade na capital da Rota Bioceânica, posicionando-a como um epicentro logístico para a integração e distribuição de mercadorias, além de se tornar um importante centro financeiro e de comércio exterior do Centro-Norte do Brasil.
No campo da educação, Adriane afirmou que, se reeleita, a educação será uma de suas principais prioridades. Entre as propostas apresentadas pela candidata, destaca-se a intenção de zerar a fila de espera por vagas na educação.
Além disso, ela pretende desburocratizar os serviços da Prefeitura de Campo Grande, prometendo implementar tecnologia e inovação durante seu mandato.
Neste domingo (6), os moradores das principais capitais do Sudeste foram às urnas para decidirem seus novos prefeitos e vereadores. Com a reeleição de Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória, Belo Horizonte segue para o segundo turno na disputa polarizada entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD).
A região Sudeste teve o maior índice de abstenção de votos em suas capitais, comparado a média nacional. De acordo com os dados coletados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 1,5 milhão (30,58%) de cariocas deixaram de votar neste primeiro turno, tornando o Rio de Janeiro a segunda capital com o maior número de não votantes. Em Belo Horizonte, 588.699 pessoas se abstiveram de seus votos e em Vitória 25,17% de seus eleitores não votaram. No total, Belo Horizonte (MG) teve 4,72% de votos em branco e 1.267.794 (63.61%) votos válidos, Rio de Janeiro (RJ), 3.045.054 (60.79%) votos válidos e 4,39% votos em branco e Vitória (ES), 187.840 (70.47%) votos válidos e 2.85% votos em branco.
Belo Horizonte (MG)
A cidade de Belo Horizonte terá segundo turno entre os candidatos Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). O atual deputado do PL liderou o primeiro turno, com 34,38% dos votos válidos, foi o candidato mais jovem a concorrer e após sua participação no ato de 29 de setembro contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, suas citações nas redes sociais aumentaram consequentemente impulsionando sua popularidade. Engler deseja ampliar a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros políticos de direita para a reta final de sua campanha.
O atual prefeito Fuad Noman iniciou sua campanha sendo desconhecido para 48% da população, mas aumentou nas pesquisas e assumiu o segundo lugar no primeiro turno com 26,54% dos votos. O presidente Lula confirmou seu apoio ao candidato nesta segunda-feira (7) através do ministro de Relações Institucionais, até o fim da semana a expectativa é que os candidatos de esquerda e centro-esquerda se alinhem à campanha de Noman.
Vitória (ES)
O atual prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) recebeu 56,22% dos votos válidos, sendo reeleito para o cargo de prefeito em Vitória. Ele venceu em 2020 o segundo turno com 58,50% dos votos o ex-prefeito João Coser, que assumiu o cargo em 2005 e 2012.
Segundo a pesquisa divulgada no dia 2 de outubro pelo Paraná Pesquisas, 71,5% dos entrevistados avaliaram positivamente a administração de Pazolini enquanto 25,3% desaprovaram sua gestão.
Rio de Janeiro (RJ)
Eduardo Paes (PSD) foi reeleito com 60,47% dos votos válidos, ele caminha para o seu quarto mandato como prefeito da capital do Rio de Janeiro e é o candidato a ficar mais tempo no cargo.
O partido do atual prefeito elegeu mais de 16 vereadores para a câmara municipal, tendo a maioria dos representantes no legislativo municipal para 2025. Em seu primeiro discurso após a apuração, Paes agradeceu o apoio do presidente Lula e comemorou o apoio de diversos aliados políticos de diferentes partidos, como Otoni de Paula (MDB), Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB).
Os cidadãos paulistanos definiram os 55 nomes que ocuparão uma cadeira de vereador na cidade pelos próximos quatro anos no último domingo (06).
A coligação do atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), composta por doze partidos, foi a grande vitoriosa, conseguindo eleger ao todo 36 vereadores. A chapa de Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), formada por oito siglas, vem em seguida com 16.
Entre os partidos, a maior bancada ficou com o PT, que perdeu um vereador e terminou com oito. O MDB do atual prefeito perdeu quase um terço de sua bancada e foi de onze para sete vereadores; União Brasil e PL também têm sete parlamentares cada.
O Podemos foi o partido que mais ganhou cadeiras na Câmara, saltando de dois para seis candidatos eleitos. O PSOL também ganhou uma cadeira, indo de cinco para seis. A Rede Sustentabilidade elegeu uma vereadora pela primeira vez na cidade e será o partido estreante na próxima legislatura com a vereadora Marina Bragante.
Já o Partido Social Democrático (PSD), comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, teve sua bancada reduzida pela metade, indo de seis para três vereadores. O Republicanos, partido do governador paulista Tarcísio de Freitas, também diminuiu sua bancada e vai de três para duas cadeiras.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) não conseguiu eleger nenhum nome para ocupar uma cadeira de vereador. O candidato mais votado do partido foi Mário Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas e tio do ex-prefeito Bruno Covas, com apenas 5.825 votos.
Dos 51 vereadores que tentavam ser reeleitos para o cargo, 35 tiveram sucesso. Nomes importantes da política paulistana ficaram sem vaga, como Carlos Bezerra Jr. (PSD), Arselino Tatto (PT), Aurélio Nomura (PSD), Adilson Amadeu (União), Eli Corrêa (União), entre outros.
O atual presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), não tentou se reeleger após 27 anos de mandato, porém conseguiu eleger seus dois candidatos Silvão Leite e Silvinho, todos do União.
Houve um aumento do número de mulheres no cargo, de treze para vinte parlamentares. Os partidos que mais elegeram mulheres foram PSOL e PL, com quatro vereadoras cada.
São Paulo terá ainda uma vereadora nascida em Cuba, Zoe Martinez - apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro. A futura parlamentar veio para o Brasil aos 12 anos e naturalizou-se em 2018. Martinez ficou conhecida por sua atuação como comentarista política em uma rede de televisão, de onde foi demitida após abertura de inquérito do Ministério Público contra disseminação de desinformação.
Veja abaixo como ficou a composição de cada bancada:
Conheça os mais votados
Dos dez candidatos mais votados para vereador, seis são mulheres e quatro homens. Entre eles, cinco nunca ocuparam cargos políticos, quatro são vereadores que conseguiram a reeleição e uma foi eleita vereadora no município de Boituva (SP) em 2020.
Lucas Pavanato (PL)
O jovem de 26 anos foi o vereador mais votado da cidade de São Paulo, terminado o pleito com cerca de 160 mil votos.
Nascido em Sorocaba (SP), teve uma campanha amplamente apoiada por nomes importantes do bolsonarismo como o vereador Fernando Holiday, o deputado Nikolas Ferreira e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2022, Pavanato disputou o cargo de Deputado Estadual pelo Partido Novo, mas não conseguiu se eleger.
Ana Carolina Oliveira (PODE)
Com quase 130 mil eleitores, Ana Carolina foi a mulher mais votada na capital paulista em sua primeira eleição.
A futura vereadora ficou conhecida em 2008 após o assassinato de sua filha Isabella Nardoni, jogada do sexto andar de seu prédio pelo pai Alexandre Nardoni e pela madrasta Anna Carolina Jatobá.
Durante a campanha, ela afirmou que irá lutar pela proteção das vítimas de crimes violentos e do monitoramento dos presos em regime semiaberto. Disse ainda que trabalharia contra a violência infantil.
Veja a lista completa com os eleitos:
VEREADOR/PARTIDO | VOTOS |
---|---|
Lucas Pavanato (PL) | 161.386 |
Ana Carolina Oliveira (PODE) | 129.563 |
Dr. Murillo Lima (PP) | 113.820 |
Sargento Nantes (PP) | 112.484 |
Amanda Paschoal (PSOL) | 108.654 |
Rubinho Nunes (UNIÃO) | 101.549 |
Luna Zarattini (PT) | 100.921 |
Luana Alves (PSOL) | 83.262 |
Dra Sandra Tadeu (PL) | 74.511 |
Pastora Sandra Alves (UNIÃO) | 74.192 |
Silvão Leite (UNIÃO) | 63.988 |
Isac Félix (PL) | 62.275 |
Zoe Martinez (PL) | 60.272 |
Rodrigo Goulart (PSD) | 58.715 |
Danilo do Posto de Saúde (PODE) | 58.676 |
Gabriel Abreu (PODE) | 58.581 |
Edir Sales (PSD) | 58.190 |
Alessandro Guedes (PT) | 58.183 |
Celso Giannazi (PSOL) | 57.789 |
Cris Monteiro (NOVO) | 56.904 |
Silvinho (UNIÃO) | 53.453 |
Thammy Miranda (PSD) | 50.234 |
Nabil Bonduki (PT) | 49.540 |
Janaina Paschoal (PP) | 48.893 |
Fabio Riva (MDB) | 44.627 |
Major Palumbo (PP) | 43.455 |
Rute Costa (PL) | 43.090 |
Sidney Cruz (MDB) | 42.988 |
George Hato (MDB) | 42.837 |
Sansão Pereira (Republicanos) | 42.229 |
André Santos (Republicanos) | 41.379 |
Hélio Rodrigues (PT) | 40.753 |
Amanda Vettorazzo (UNIÃO) | 40.144 |
Marcelo Messias (MDB) | 40.079 |
Marina Bragante (REDE) | 39.147 |
Tripoli (PV) | 39.039 |
Simone Ganem (PODE) | 38.540 |
Sandra Santana (MDB) | 38.326 |
João Jorge (MDB) | 36.296 |
Ely Teruel (MDB) | 35.622 |
Professor Toninho Vespoli (PSOL) | 34.735 |
Silvia da Bancada Feminista (PSOL) | 34.537 |
Sonaira Fernades (PL) | 33.957 |
Dr. Milton Ferreira (PODE) | 33.493 |
João Ananias (PT) | 33.225 |
Kenji Palumbo (PODE) | 32.495 |
Ricardo Teixeira (UNIÃO) | 31.566 |
Jair Tatto (PT) | 30.905 |
Eliseu Gabriel (PSB) | 30.706 |
Dheison (PT) | 30.575 |
Senival Moura (PT) | 30.480 |
Renata Falzoni (PSB) | 30.206 |
Keit Lima (PSOL) | 27.769 |
Adrilles Jorge (UNIÃO) | 25.038 |
Gilberto Nascimento (PL) | 25.038 |
Mais de seis milhões de pessoas votaram no maior colégio eleitoral do Brasil no último domingo (6). As urnas fecharam às 17h com o total de 26.513 seções em São Paulo, capital, e Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foram escolhidos para a disputa do segundo turno, com 29,48% e 29,07%, respectivamente. Pablo Marçal (PRTB), que havia empatado tecnicamente com os outros dois candidatos nas últimas pesquisas, ficou em 3º lugar com 28,14%. Tábata Amaral (PSB), em quarto com 9,91% e José Luiz Datena (PSDB) com 1,84%. Os outros candidatos somam menos de 5% juntos. Os paulistanos deverão votar novamente no próximo dia 27 para decidir o prefeito da maior cidade da América Latina.
Os candidatos foram às seções na parte da manhã para continuar suas agendas no resto do dia. Marçal foi o único que optou por ir nos minutos finais antes do início das apurações. O cenário da capital manteve Nunes à frente na maioria da contagem dos votos, alternando apenas com o político do PRTB em primeiro lugar. Após 60% das urnas apuradas, o psolista alcançou o segundo lugar.
Durante as votações, os nomes para a prefeitura permaneceram na região sul da cidade. No bairro do Socorro, o atual prefeito esteve ao lado da esposa, Regina Nunes, do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e do seu vice, o Coronel Mello Araújo (PL). Em coletiva, declarou: “Desejo que a gente possa ter um dia de muita tranquilidade, que seja diferente de muitos episódios do período eleitoral. Acho que hoje a população vai para as urnas podendo ter tranquilidade para tomar sua melhor decisão”.
No Campo Limpo, Boulos estava acompanhado da família, da vice Marta Suplicy (PT), da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (REDE). O psolista comentou sobre o laudo fraudado, divulgado por Marçal na última sexta-feira (4), que afirmava resultado positivo para uso de cocaína por Boulos. “A gente segue em frente, sem se intimidar, porque o nosso compromisso de fazer dessa cidade uma cidade mais justa, mais humana, é maior do que qualquer ataque”, destacou.
Nos últimos minutos para o fechamento das urnas, Pablo Marçal chegou sem companhia para votar em Moema. O empresário foi rodeado por jornalistas e apoiadores. Respondeu sobre o laudo falso publicado ter sido um ato de “boa-fé”. Questionado sobre estar sem calçado, o candidato afirma ser representação de como foi a caminhada municipal. "Vim descalço para mostrar meu sentimento de como foi a perseguição nessa campanha eleitoral. Um candidato ficar sem seu único meio nas últimas horas, uma decisão completamente desproporcional. Decidi vir nos últimos minutos para falar que os últimos serão os primeiros", declarou Marçal sobre a suspensão de suas redes sociais pela Justiça, em razão da publicação do documento falsificado, horas antes da votação.
Tábata Amaral votou no bairro onde cresceu, Vila Missionário. Entrou na escola com Geraldo Alckmin, vice-presidente e padrinho do partido, a esposa Lu Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França. Ela manteve-se positiva aos resultados e ressaltou que toda a luta é muito maior que a cadeira municipal.
Datena depositou seu voto no Jardim Colombo. O apresentador afirmou aos jornalistas que estavam com ele na seção eleitoral que se arrepende de levar a candidatura até o final. Ele afirmou que, independente dos resultados, não apoiará nenhum dos candidatos em segundo turno.
Após a divulgação dos resultados, os dois mais votados no primeiro turno se reuniram cada um em seu palanque com apoiadores e deram seus discursos de vitória.
No Edifício Praça da Bandeira, Nunes ressaltou os próximos passos até dia 27. “O segundo turno é uma situação onde a gente precisa refletir, e cada um de nós vai levar isso para a população: a diferença entre a ordem e a desordem, entre a experiência e a inexperiência, entre a boa gestão e a interrogação. A diferença entre o diálogo, a ponderação, o equilíbrio, e o radicalismo", destacou ao lado de Tarcísio de Freitas, que esteve ao seu lado o dia todo, e Gilberto Kassab, presidente do PSD. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que confirmou apoio a Nunes, não compareceu.
No Clube Piratininga, em Santa Cecília, Boulos, que possui apoio do presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, manteve-se focado na vitória do segundo turno. “Quero dialogar com aqueles e aquelas que não votaram na gente no primeiro turno. A enorme maioria do povo de São Paulo votou pela mudança”, ressalta ao lado de apoiadores do governo Lula.
A deputada do PSB, Tábata, afirmou, em coletiva, que apoiará a candidatura de Guilherme Boulos no segundo turno. Marçal teve sua conta do Instagram de volta na tarde de segunda (7) e afirma que tem planos para 2026.
A reinauguração do Museu do Futebol de São Paulo traz diversas mudanças incluídas no acervo atual. Localizado no Estádio do Pacaembu, após oito meses de reforma, o local reabriu suas portas no dia (08/07), com uma nova proposta de apresentar a história do esporte. A inclusão feminina no conjunto do museu foi o grande diferencial, informações que antes não tinham visibilidade, agora recebem reconhecimento vindo das coleções futebolísticas.
Renata Beltrão, jornalista e mestra em Museologia, acompanha o tour com os visitantes e explica as mudanças ocorridas ao longo do tempo, dando ênfase à inserção da figura feminina. Os novos materiais incluídos no museu, foram frutos de pesquisas decorrentes de quinze anos para cá. Mesmo o esporte sendo praticado por mulheres desde os anos 20, a demanda por informações históricas se deu a pouco tempo atrás.
A visita conta com quatro instalações inéditas que falam apenas sobre o futebol feminino no período em que ele foi proibido no Brasil. Na época, em 1941, o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto-lei que impedia as mulheres de praticarem esportes que não fossem adequados “à sua natureza”. O país estava prestes a enfrentar um período de ditadura militar, no qual a censura era algo comum, o que não foi diferente com as atletas mulheres.
Os primeiros registros de futebol feminino no Brasil são dos anos 20 e 30, eram divulgados por jornais locais de maneira sutil. O esporte não era visto como uma partida, mas sim como uma performance ou show, já que o circo era o local das “apresentações”. Ao longo desses anos o futebol entre mulheres não era praticado em clubes ou ligas, mas sim nas periferias e, mesmo não sendo impedida ainda, a modalidade era ligada apenas aos homens por ser considerada violenta.
A proibição do esporte veio em 1941, após um jogo ocorrido no Estádio do Pacaembu entre mulheres no ano anterior. O intuito era dar visibilidade e incentivar a figura feminina, mas o resultado foi extremamente contrário. Uma revolta foi gerada por grande parte da sociedade, e as notícias divulgadas serviram de combustível para o desagrado da opinião pública e das autoridades.
Através de um processo de regulamentação do esporte no Brasil, criou-se o CND (Conselho Nacional De Desporto), foi quando as autoridades decidiram proibir a prática feminina. O decreto-lei (3199, art 54) dizia que as mulheres não poderiam praticar esportes que não fossem adequados à sua natureza. A jornalista Renata Beltrão comenta: “As mulheres brasileiras continuaram jogando bola mesmo com risco de serem presas, o que de fato acontecia”
Em 1965 o decreto foi publicado novamente com mais detalhes, inibindo de vez a participação feminina, o que infelizmente nos proporciona poucos registros da época, que se passavam na ditadura militar. As mulheres jogavam de forma clandestina com medo de serem pegas. Apenas em 1979 a proibição teve seu fim, 38 anos depois. Porém, as coisas não melhoraram de uma hora para outra como esperado, o esporte ainda não recebia ajuda de clubes e federações, além de ser discriminado.
A modalidade foi regulamentada de fato somente em 1983, as competições, os calendários, a utilização de estádios, a inserção nos clubes, todos esses detalhes que antes eram liberados apenas para os homens, começaram a fazer parte do cenário feminino também. A primeira Copa FIFA aconteceu em 1991, ainda com muito amadorismo, a CBF assumiu de forma oficial o time. A seleção também estreou nas olimpíadas no ano de 1996, marcando de vez uma nova era.
O futebol feminino passou por diversos problemas ao longo dos anos, um processo histórico que deixa marcas até hoje. Infelizmente a diferença de tratamento com o esporte das mulheres continua nítida, a falta de investimentos e de apoio permanece, mesmo que de forma mais “escondida”, ainda é necessária muita luta para igualar o patamar de benefícios e oportunidades masculinas no esporte.
Em entrevista à BBC News Brasil, Natália Pessanha, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que: “Em 2022, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) destinou aproximadamente R$ 200 milhões à seleção masculina principal. Outros R$ 70 milhões foram divididos entre o time feminino e sete seleções de base, segundo dados divulgados pelo próprio órgão.”
Marta, a rainha do futebol pode ser usada como grande exemplo, a atleta que recebeu o prêmio de melhor jogadora do mundo seis vezes e ganhou três medalhas olímpicas representando a equipe brasileira, nunca recebeu nem metade do salário de Neymar, também jogador da seleção de futebol brasileira.