Confira como foram os desfiles do último dia da semana de moda paulistana
por
Pedro da Silva Menezes
Helena Haddad
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23/04/2025 - 12h

Na sexta-feira (11), o último dia da 59ª edição da São Paulo Fashion Week foi marcado por três desfiles de estilos distintos. A capital paulista recebeu as novas coleções da Handred, Patricia Vieira e PIET que encerraram o evento.

Handred

Abrindo o  dia, Handred apresentou uma coleção cheia de referências artísticas brasileiras e inspiradas na tapeçaria. Ponto Brasileiro – nome da coleção assinada pelo estilista André Namitala- traduziu a homenagem desejada pelo artista: “Uma ode ao legado dos grandes mestres tapeceiros”

O desfile ocorreu na galeria Passado Composto, no bairro do Jardins. Enquanto os modelos passavam apresentando a coleção, André narrava o desfile comentando os looks, suas técnicas e seus pensamentos, uma ambientação única e intimista. A  Handred trouxe excelência na necessidade atual de experiências imersivas para a passarela.

A coleção acentua os trabalhos manuais do ateliê e comemora brasilidade – as cores vibrantes, peças inspiradas em obras de Jacques Douchez e na ilustração “Jardim Brasileiro” do artista Filipe Jardim. As técnicas refinadas com ajuda do Apara Studio relembram Genaro de Carvalho, tapeceiro brasileiro que incorporava cores e a cultura brasileira em suas obras.

Uma coleção com bordados, organza, lã, veludo e seda, tudo conversa com as obras. Outro ponto alto foi a beleza assinada por Carla Biriba, a maquiagem dos modelos conversava diretamente com as peças e passavam do corpo para o rosto. A linha transcende a moda e mostra como caminhar junto da arte brasileira.

Modelo no desfile da Handred
Desfile Handred. Fonte: Reprodução/Agfotosite

 

Patricia Viera 

Marca consolidada na SPFW e conhecida pelo trabalho com couro, Patricia Viera apresentou sua nova coleção na Casa Higienópolis, em parceria com o artista Jardel Moura, responsável pelo desenvolvimento do corte tipo richelieu - caracterizado por desenhos vazados, muitas vezes com flores, folhagens ou padrões geométricos . 

Sempre buscando inovação com sustentabilidade, Viera traz uma coleção que reforça seus atributos ao usar tecnologia a laser na construção do couro. Inspirada no Art Déco, a estilista aposta em tons sóbrios, como bordô, marinho e até metálicos, aliados à geometria. Os mosaicos, criados por meio do programa Zero Waste, reutilizam sobras de couro do ateliê, promovendo uma produção mais consciente.

Com uma ambientação clássica, a coleção revisita o passado sem deixar de valorizar o presente, trazendo elementos como um vestido de noiva e o uso de animal print. O trabalho artesanal das peças é único e reafirma o luxo característico da marca. Pela primeira vez, a marca apresentou uma coleção própria de sapatos, expandindo seu portfólio de produtos.

Modelo com vestido de noiva no desfile da Patricia Viera
Vestido de noiva em couro. Fonte: Agfotosite/Zé Takahashi

 

PIET

Com trilha sonora de Marcelo D2 e Nave Beats, Pedro Andrade criou um cenário único no estádio do Pacaembu para apresentar o desfile da PIET. O futebol foi o protagonista da coleção. O estilista explicou à CAPRICHO que a apresentação funciona como uma linha do tempo que começa nas memórias de infância, que ajudam a formar o imaginário coletivo da população sobre o esporte. “O futebol está no nosso DNA”, declarou.

Ele explora diversos personagens nas roupas: do torcedor ao técnico, passando pelo jogador e até mesmo pelo soldado na reserva, que passa a maior parte do tempo jogando bola. Por meio de uma combinação de modelagens justas e oversized, meiões, releituras de camisas de time e estampas camufladas, o estilista traduz essas personas em suas peças.

Modelos no desfile da Piet no campo do estádio do Pacaembu
Desfile da PIET na SPFW N59. Fonte: Agfotosite/Marcelo Soubiha

 

A maquiagem também teve destaque na passarela. Helder Rodrigues foi o responsável pela beleza dos modelos, que apareceram desde apenas com blush, até rostos completamente pintados, que evocaram a paixão dos fanáticos pelo esporte.

Desde 2022, a São Paulo Fashion Week passou a vender ingressos, mas o evento da marca de streetwear foi em contrapartida ao disponibilizar 4 mil entradas gratuitas para o público e reuniu uma comunidade fiel à marca. A escolha foi certeira, já que os torcedores formam parte essencial desse “jogo da moda”.

Estreante na SPFW em 2018, a PIET conquistou reconhecimento internacional ao firmar parcerias com marcas como Oakley, Puma e Levi’s. Com o encerramento da semana de moda, ela trouxe uma atmosfera de final de Copa do Mundo e reafirmou a democratização dos espaços da moda com a coleção “Farmers League”.

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Grandes marcas enfrentam críticas sobre métodos de produção e as reais práticas do mercado de luxo
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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22/04/2025 - 12h

No começo do mês de abril, o jornal americano Women's Wear Daily (WWD) divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostrava os bastidores da fabricação da bolsa 11.12, um dos modelos mais populares da histórica francesa Chanel. Intitulado “Inside the Factory That Makes $10,000 CHANEL Handbags” (“Dentro da Fábrica que Produz Bolsas Chanel de US$10.000”), o material buscava justificar o alto valor do acessório, mas acabou provocando controvérsia ao exibir etapas mecanizadas do processo, incluindo a costura.

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Imagem do vídeo postado pelo WWD que foi deletado em seguida. Foto: Reprodução/Tiktok/@hotsy.magazine

Embora o vídeo também destacasse momentos artesanais, como o trabalho manual de artesãs, a revelação de uma linha de produção mais automatizada do que o esperado causou estranhamento entre o público nas redes sociais. A repercussão negativa levou à exclusão do conteúdo poucas horas após a publicação, mas o vídeo continua circulando por meio de republicações. 

Além do material audiovisual, a WWD publicou uma reportagem detalhada sobre o processo de confecção das bolsas. Foi a primeira vez que a maison fundada por Coco Chanel, em 1910, abriu as portas de uma de suas fábricas de artigos em couro. A iniciativa está alinhada ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que visa ampliar a transparência ao oferecer informações claras sobre a origem dos produtos, os materiais utilizados, seus impactos ambientais e orientações de descarte através de um passaporte digital dos produtos.

Em entrevista à publicação, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou: “Se não mostrarmos por que é caro, as pessoas não saberão”. Ao contrário do vídeo, as imagens incluídas na matéria priorizam o trabalho manual dos artesãos, reforçando a narrativa de exclusividade e cuidado artesanal.

Para a jornalista de moda Giulia Azanha, a polêmica evidencia um atrito entre a imagem construída pela marca e a realidade do processo produtivo. “Acaba criando um rompimento entre a qualidade percebida pelo cliente e o que de fato é entregue”, afirma. Segundo ela, a reação negativa afeta principalmente os consumidores em potencial, ainda seduzidos pelo imaginário construído pela grife, enquanto os compradores habituais já estão acostumados com o funcionamento e polêmicas do mercado de luxo.

Atualmente, a Chanel administra uma série de ateliês especializados em ofícios artesanais por meio de sua subsidiária Paraffection S.A., reunidos no projeto Métiers d’Art, voltado à preservação de técnicas manuais tradicionais. A marca divulga sua produção feita à mão como um de seus pilares. No entanto, ao longo dos anos, parte da fabricação tornou-se mais automatizada — sem que isso tenha sido refletido nos preços finais.

Em 2019, a bolsa 11.12 no tamanho médio custava US$ 5.800. Hoje, o mesmo modelo é vendido por US$ 10.800 — um aumento de 86%. Para Giulia, não é o produto em si que mantém o caráter exclusivo, mas sim a história da marca, a curadoria estética e seu acesso extremamente restrito: “No final, essas marcas não vendem bolsas, roupas, sapatos, mas sim a sensação de pertencimento, de sofisticação e inacessibilidade, mesmo que seja simbólico”.

A jornalista de moda acredita que grande parte das outras grifes também adota um modelo híbrido de produção, que combina processos artesanais e mecanizados. Isso se justifica pela alta demanda de modelos como as bolsas 11.12 e 2.55, os mais vendidos da Chanel, o que exige uma produção em escala. No entanto, Giulia ressalta que a narrativa em torno do produto é tão relevante quanto sua fabricação: “O conceito de artesanal e industrial no setor da moda é uma linha muito mais simbólica do que técnica”, afirma.

Na mesma reportagem da WWD, Pavlovsky afirmou que a Chanel pretende ampliar a divulgação de informações sobre o processo de fabricação de seus produtos. A iniciativa acompanha a futura implementação do passaporte digital, que será exigido em produtos comercializados na União Europeia. A proposta é detalhar como os itens são produzidos, incluindo dados voltados ao marketing e à valorização dos diferenciais que tornam as peças da marca únicas. A matéria da WWD foi uma primeira tentativa nesse sentido, mas acabou não gerando a repercussão esperada.

“O não saber causa um efeito psicológico e atiça o desejo por consumo, muito mais rápido do que a transparência”, observa Giulia, destacando o papel do mistério no universo do luxo. Para ela, as marcas enfrentam o dilema de até que ponto devem revelar seus processos sem comprometer a aura de exclusividade. Embora iniciativas como a da Chanel pareçam valorizar aspectos como a responsabilidade ambiental e o trabalho manual — atributos bem recebidos na era das redes sociais, a jornalista acredita que a intenção vai além da educação do consumidor: “A ideia é parecer engajado e preocupado com a produção e seus clientes, mas a intenção por trás está muito mais ligada a humanizar a grife do que, de fato, educar o público”.

 

Até onde as práticas de fabricação importam?

 

Também no início de abril, diversos perfis chineses foram criados no aplicativo TikTok. Inicialmente, vídeos aparentemente inocentes mostrando a fabricação de bolsas e outros acessórios de luxo foram postados. Porém, com o aumento das taxas de importação causada pelo presidente americano, Donald Trump, estes mesmos perfis começaram a postar vídeos comprovando que produtos de diversas grifes de luxo são fabricados na China.

Estes vídeos se tornaram virais, arrecadando mais de 1 milhão de visualizações em poucos dias no ar. Um dos perfis que ganharam mais atenção foi @sen.bags_ - agora banido da plataforma -, usado para expor a fabricação de bolsas de luxo. Em um dos vídeos postados no perfil, um homem mostra diversas “Birkin Bags” - bolsas de luxo fabricadas pela grife francesa Hermés, um dos itens mais exclusivos do mercado, chegando a custar entre US$200 mil e US$450 mil - que foram produzidas em sua fábrica.

As bolsas Birkin foram criadas em 1981 em homenagem à atriz Jane Birkin por Jean-Louis Dumas, chefe executivo da Hermés na época. O design da bolsa oferece conforto, elegância e praticidade, ganhando rapidamente destaque no mundo da moda.

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Jane Birkin usando a bolsa em sua homenagem. A atriz era conhecida por carregar diversos itens em sua Birkin, personalizando a bolsa com penduricalhos e chaveiros. Foto:Jun Sato/Wireimage.

A Hermés se orgulha em dizer que as Birkin são produtos exclusivos, principalmente devido ao lento processo de produção. De acordo com a marca, todo o processo de criação de uma Birkin é artesanal e o produto é fabricado com couros e outros materiais de difícil acesso. Porém, com a revelação do perfil @sen.bags_, o público começou a perceber que talvez a bolsa não seja tão exclusiva assim.

No mesmo vídeo mencionado anteriormente, o homem diz que tudo é fabricado na China, com os mesmos materiais e técnica, mas as bolsas são enviadas à Europa para adicionarem o selo de autenticidade da marca. Essa fala abriu um debate on-line, durante todo esse tempo, as pessoas só vêm pagando por uma etiqueta e não pelo produto em si?

Para Giulia, polêmicas desse nível não afetam de forma realmente impactante as grandes grifes de luxo, já que “A elite não para de consumir esses produtos, porque como já possuem um vínculo grande [com as marcas] não se trata de uma polêmica que afete sua visão de produto, afinal além de venderem um simples produto, as grifes vendem um estilo de vida compatível com seu público.

A veracidade destes vídeos não foi comprovada, mas a imagem das grifes está manchada no imaginário geral. Mesmo que a elite, público alvo destas marcas, não deixe de consumi-las, o resto dos consumidores com certeza se deixou afetar pelo burburinho.

Nas redes sociais, diversos internautas brincam dizendo que agora irão perder o medo de comprar itens nos famosos camelôs, alguns até pedem o nome dos fornecedores, buscando os prometidos preços baixos.

Financeiramente, a Chanel e outras marcas expostas, podem ter um pequeno baque, mas por conta de suas décadas acumulando capital, conseguiram se reequilibrar rapidamente. “Elas podem sentir um impacto imediato, mas que em poucos anos são contidos e substituídos por novos temas, como a troca repentina de um diretor criativo ou um lançamento de uma nova coleção icônica.”, acrescentou Giulia.

Outras grandes grifes já enfrentaram escandâlos, até muito maiores do que esse como menciona Giulia “A Chanel, inclusive passou por polêmicas diretamente ligadas a sua fundadora, até muito mais graves do que seu processo produtivo”, se referindo ao envolvimento de Coco Chanel com membros do partido nazista durante a Segunda Guerra. Porém, como apontado anteriormente, essas marcas conseguiram se reerguer divergindo a atenção do público a outro assunto impactante.

Esse caso foi apenas um de muitos similares na história da indústria da moda, mas, como apontado por Giulia: “A maior parte das grifes em questão tem ao menos 100 anos de história e já se reinventaram diversas vezes em meio a crises, logo a transformação será necessária.”

 

Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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Tecnologia auxilia na análise de tendências, preferências do público e desempenho de vendas, otimizando a criação de coleções mais assertivas e sustentáveis
por
Larissa Pereira José
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24/03/2025 - 12h

A moda sempre foi um reflexo do comportamento humano, e nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na forma como as coleções são criadas. No segmento fashion, que exige inovação constante para atender a um público cada vez mais exigente, a Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma ferramenta essencial. Desde a pesquisa de tendências até a análise de dados de vendas, a tecnologia vem revolucionando o processo criativo e estratégico.  

Para entender melhor essa transformação, conversamos com Nayara Graziela do Lago, estilista responsável pelo desenvolvimento de roupas fitness femininas para um grande magazine. Com anos de experiência no setor, ela destaca como a IA tem otimizado seu trabalho e impactado positivamente as coleções. “Antes, a pesquisa de tendências era um processo muito manual e baseado na intuição. Hoje, conseguimos usar IA para analisar um grande volume de informações e identificar padrões com muito mais precisão”, explica Nayara.  

Ferramentas de inteligência artificial são capazes de cruzar dados de redes sociais, desfiles internacionais, comportamento de busca na internet e até avaliações de clientes em e-commerce. Isso permite que a equipe de estilo tenha uma visão mais clara do que está em alta e do que realmente pode funcionar para o público-alvo. “No segmento fitness, por exemplo, percebemos que há uma crescente demanda por peças multifuncionais, que possam ser usadas tanto na academia quanto no dia a dia. A IA nos ajuda a confirmar essa tendência analisando o comportamento dos consumidores em tempo real”, acrescenta a Nayara.  

Além de prever tendências futuras, a inteligência artificial também tem um papel fundamental na análise de coleções passadas. A tecnologia permite avaliar quais peças tiveram melhor desempenho de vendas, quais cores e modelagens foram mais aceitas e até quais tecidos proporcionaram mais conforto ao consumidor.  

“A cada nova coleção, conseguimos acessar relatórios detalhados sobre o que funcionou e o que precisa ser ajustado. A IA cruza dados de vendas com feedbacks dos clientes e nos mostra, por exemplo, se determinada peça foi muito devolvida por problemas de caimento ou se uma estampa específica teve alta aceitação. Isso nos dá uma base muito mais sólida para criar novos produtos”, explica Nayara.  

Esse tipo de análise evita desperdícios e ajuda a direcionar melhor os investimentos na produção. Em um mercado cada vez mais competitivo, entender as preferências do público-alvo é essencial para criar coleções assertivas e bem-sucedidas. Outro aspecto revolucionário do uso da inteligência artificial na moda está na criação de estampas e modelagens. Hoje, já existem softwares que geram prints exclusivos baseados em combinações de cores e texturas identificadas como tendências. Além disso, ferramentas de simulação virtual permitem testar digitalmente o caimento das peças antes mesmo da confecção dos primeiros protótipos físicos.  

“Isso reduz drasticamente o desperdício de materiais e encurta o tempo de desenvolvimento das coleções. Antes, fazíamos diversos testes com tecidos e modelagens diferentes, o que demandava tempo e custos. Agora, conseguimos visualizar um look completo de forma digital e fazer ajustes antes de costurá-lo”, explica Nayara. 

Maquinário de fábrica têxtil que desenvolve peças sem costura.
Maquinário de fábrica têxtil que desenvolve produtos sem costura.

Apesar das inúmeras vantagens proporcionadas pela IA, Nayara faz questão de ressaltar que a tecnologia não substitui a criatividade humana. “A moda tem emoção, identidade e precisa criar conexão com o consumidor. A IA é uma ferramenta poderosa, mas o toque final ainda é do estilista. Somos nós que interpretamos os dados e transformamos essa informação em coleções que realmente conversam com o público.”  

Para a estilista, o futuro da moda passa pela combinação entre tecnologia e sensibilidade humana. “O uso da IA no desenvolvimento de coleções já é uma realidade e tende a crescer cada vez mais. Mas a essência da moda continua sendo a criatividade e a capacidade de contar histórias por meio das roupas”.  

Com um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, a inteligência artificial se consolida como um diferencial estratégico para marcas que desejam inovar, reduzir desperdícios e entregar produtos alinhados às expectativas do consumidor moderno. E, como Nayara bem pontua, quando aliada ao olhar criativo do estilista, a tecnologia se torna uma poderosa ferramenta para transformar dados e estatísticas em coleções de sucesso.

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Com um tema ousado e uma abordagem única nas passarelas, a marca foi um dos principais destaques da segunda noite da SPFW #54
por
Enrico Souto
Fernanda Querne
Gabriela Figueiredo
Luana Galeno
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20/11/2022 - 12h
Enrico Cardoso junto de outro modelo no backstage do desfile de João Pimenta da São Paulo Fashion Week 54
Enrico Cardoso no backstage do desfile de João Pimenta (Foto: Luana Galeno)

Tons terrosos e um tema visceral. "Das tripas ao coração", coleção de João Pimenta, conseguiu roubar todo o fôlego do público da São Paulo Fashion Week (SPFW). O stylist absorveu o tema de sustentabilidade e diversidade da edição IN.PACTOS, na temporada 54 do evento, e o levou até o limite.

Assim que o bege e o rosa tomaram os palcos e a trilha sonora arcaica preencheu a sala, todos os espectadores do desfile foram trazidos de volta às suas bases, às suas origens e ao seu íntimo. Sem uma cor vibrante sequer, as peças de João Pimenta entregaram ombros largos e fendados, cortes nos fundos das peças – o que também trouxe um ar cômico para a apresentação –, flores bordadas e, sobretudo, a sensação de que os modelos estavam com os corpos enraizados sobre a terra e com seus peitos e corações expostos.

Modelos em fila se preparando para entrar na passarela do desfile de João Pimenta, na São Paulo Fashion Week 54
Modelos se preparando para entrar na passarela durante o desfile de João Pimenta (Foto: Luana Galeno)

João Pimenta explorou a vulnerabilidade, na coleção e na interação com a plateia. É possível que, para alguns, o desfile tenha sido inclusive incômodo. Não havia normalidade na apresentação, nem o habitual ambiente de “show business”. Ao se utilizar de cores e tecidos comuns, somente para os desvirtuar através de uma costura inusitada e designs absurdamente criativos, a marca transformou a atmosfera da sala por completo.

Um ponto de atenção está no caráter sutilmente medieval da coleção, tanto nas roupas quanto na trilha sonora e ambientação. Desse modo, foi impossível sair da apresentação de João Pimenta sem se perguntar: para qual tempo ele estava querendo voltar?

Ícaro Silva e outro modelo no backstage do desfile de João Pimenta na São Paulo Fashion Week 54
Ícaro Silva no backstage do desfile de João Pimenta (Foto: Luana Galeno)

Com um som forte e memorável, as telas do salão escorriam um vermelho intenso como sangue assim que o desfile se iniciou. Quanto mais graves eram as melodias, mais as artes visuais refletiam a intensidade do processo de renascimento que Pimenta propunha, após passarmos por períodos tão sombrios e tenebrosos. Desse modo, é visível como o estilista reaproveitou algumas das referências góticas do seu desfile do ano passado, na SPFW #53.

Entretanto, o ápice da introdução foi a grande cruz invertida que fora projetada no telão. Lotada até a última cadeira, a multidão foi à loucura e logo depois voltou a contemplar os looks inspirados na anatomia humana. A diversidade racial e etária esteve presente na passarela, transmitindo uma mensagem de igualdade perante nossos próximos ciclos.

Dois modelos no backstage do desfile de João Pimenta na São Paulo Fashion Week 54
Backstage do desfile de João Pimenta (Foto: Luana Galeno)

Por dentro do backstage

Todos estavam ansiosos. Enquanto João passava por cada modelo, verificando os últimos detalhes das roupas, a organização do evento tentava arrumar a fila do desfile. As peças com cortes inovadores eram tomadas com estampas de flores elegantes e pinturas de órgãos feitas em cores que passeavam por tonalidade nudes. Foram esses aspectos que traduziram o objetivo cardeal da coleção: refletir sobre quem somos em nosso interior.

As cores da coleção permeavam também a maquiagem. Os tons quentes e rosados estavam presentes em todos os distintos tons de pele, seja por meio do blush, batom ou até mesmo da barba. Por meio disso, o desfile também explorou ao máximo o potencial da maquiagem masculina, de forma a enaltecer a beleza de cada um dos modelos.

Igor Rickli no backstage do desfile de João Pimenta na São Paulo Fashion Week 54
Igor Rickli no backstage do desfile de João Pimenta (Foto: Luana Galeno)

Modelos de todas as idades e corpos demonstravam felicidade em estarem trajados de João Pimenta. Um deles, ao sair das passarelas, revelou a AGEMT, atônito: "É a primeira vez que eu tô desfilando para o João Pimenta. [...] Foi muito bom porque eu nunca tive um contato com alta costura e eu acredito que essa nova coleção está muito elegante. Tudo combinou, a trilha sonora, a alta costura, eu adorei bastante". O talento do criador é indiscutível, o que era diretamente refletido no sorriso no rosto de cada um dos modelos, que ficou cada vez maior enquanto repetiam o trajeto: do backstage, à fila, à passarela.

Pimenta não poderia estar diferente. Emocionado, mas extremamente feliz, parecia ainda incrédulo na saída da passarela. Em instantes, as expressões de tensão e preocupação de momentos antes foram substituídas por total realização. Ao retornar ao backstage, o designer estava abraçando todos à sua frente, inclusive a repórter da AGEMT, que pôde assegurar a intensidade artística e sensorial do desfile, creditada à potência única que é João Pimenta. 

João Pimenta no backstage de seu desfile, na São Paulo Fashion Week 54
João Pimenta (Foto: Luana Galeno)

 

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De kpop e tecnobrega a looks que simulavam órgãos humanos, os estilistas entregaram inovação e ergueram pautas sociais
por
Gabriela Figueiredo, Fernanda Querne, Luana Galeno, Enrico Souto e Maria Eduarda Camargo
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20/11/2022 - 12h

 

Legenda: Halessia no desfile da Another Place/ Por: Fernanda Querne 

Nesta quinta-feira (17), o segundo dia da São Paulo Fashion Week (SPFW) esteve a todo vapor e reafirmou as tendências de diversidade e sustentabilidade que têm ditado o evento. No palco do Komplexo Tempo da Moóca, foram destaque os desfiles produzidos por DePedro, Sou de Algodão, TA Studios, Another Place e João Pimenta. Enquanto isso, passaram pelo Shopping Iguatemi as apresentações de Lilly Sarti e Rellow, em que Isabella Fiorentino e Giovanna Ewbank, respectivamente, desfilaram.

 

 Legenda: Vitão no desfile da DePedro/ Por: Luana Galeno

DePedro abriu seu desfile com uma coleção voltada para o verão, evocando cores quentes, como o vermelho e o amarelo, em peças trabalhadas no crochê e bordados que pontualmente se sobressaiam. Com o tema “Contradição”, a marca do estilista Marcus Figueiredo, nascido em Caicó, interior do Rio Grande do Norte, vestiu em suas estampas com movimento Vitão, Rodrigo Mussi e outras celebridades para abordar a dualidade da realidade nordestina de forma mística e enaltecedora

  

Legenda: Desfile da TA Studios/ Por: Luana Galeno

Foi difícil não se surpreender com o desfile da TA Studios logo no começo, quando abriu a coleção “Quintal Global” ao som de hits do kpop remixados em uma versão de tecnobrega. É esse choque de elementos tão diferentes que ditou a coleção da idealizadora e estilista Gisele Caldas, que investe em uma produção ecofriendly.

 

Legenda: Alexandra Gurgel desfilando para TA Studios/ Por: Luana Galeno

Na primeira parte da apresentação, predominavam peças lisas e em preto-e-branco, que gradativamente foram substituídas por looks em grandes estampas e cores sóbrias, do verde ao bege. Entre outras modelos, Alexandra Gurgel marcou presença desfilando com um grande vestido estampado

 

Legenda: Desfile da Another Place/ Por: Fernanda Querne 

A coleção “Love Hurts” foi introduzida pela Another Place em seu desfile com roupas de cores azuis e tecidos de cetim em tons metalizados. Com a presença de João Guilherme nos palcos e Mateus Carrilho e Halessia na plateia, a apresentação foi influenciada pelo retorno do Y2K e da moda à la Britney Spears, apostando forte em calças jeans de cintura baixa, porém a partir de uma visão sustentável. 

 

Legenda: Desfile da Another Place/ Por: Fernanda Querne

Outra preocupação da marca foi em promover uma moda agênero, com modelos masculinos usando renda, corset e looks decotados, enquanto modelos femininas vestiam estampas ousadas, ao invés de peças sexualizantes. Um destaque especial para um dos looks mais memoráveis da noite, em que uma modelo roubou a cena ao vestir tie dyes rosas e violetas.

Já a marca portuguesa Buzina estreou na edição 54 da SPFW com a coleção "Burnish". As peças desenhadas pela estilista Vera Fernandes buscaram as raízes do Slow Fashion e da moda sustentável, mirando em estampas listradas, designs excêntricos e cores pastéis. Infelizmente, a apresentação se sobressaiu como uma das menos diversas do evento, vestindo somente três modelos negras no decorrer de todo o desfile.

 

 

 Legenda: Backstage da João Pimenta/ Por: Luana Galeno

No caminho contrário, o desfile de João Pimenta esteve entre os mais coloridos do segundo dia da SPFW N54, atentando-se à diversidade racial, etária e de corpos durante a escolha das modelos. Com sua nova coleção, o stylist demonstrou mais uma vez porque é um dos mais respeitados no mundo da moda, com ternos de alta-costura e peças com corte e caimento que uniam a elegância e inovação.

 

 Legenda: Backstage da João Pimenta com Ícaro Silva Por: Luana Galeno

Os tons terrosos de bege, rosa, vinho e marrom deram atmosfera às peças que, ao mesmo tempo que simulavam o formato de órgãos, ossos e partes do corpo, as misturavam com estampas florais e bordados delicados. Vestindo celebridades como Ícaro Silva e contando com a presença de Nátaly Neri e Jonas Maria na plateia, João Pimenta foi, de fato, “Das tripas ao coração”.

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O evento trouxe ampla representatividade e colocou famosos na passarela
por
Gabriela Figueiredo, Fernanda Querne, Luana Galeno, Enrico Souto e Maria Eduarda Camargo
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18/11/2022 - 12h

 

A edição 54 da São Paulo Fashion Week estreou nesta quarta-feira (16), no Shopping Iguatemi, com Patricia Vieira. Porém, o Komplexo Tempo, na Mooca, foi o palco principal da maioria dos desfiles. 

Houve a presença ilustre da coleção “Onde nasce a arte”, dos Meninos Rei. A marca assinada pelos irmãos baianos, Júnior Rocha e Céu Rocha, protagonizou a beleza do povo preto e a sua ancestralidade. Durante o primeiro dia do evento, também participaram marcas como Soul Basico, Greg Joey, Walério Araújo, Renata Buzzo, Aluf e Bold Strap.

Com a temática IN.PACTOS, a temporada trouxe coleções que tratam de questões íntimas para os designers, como foi o caso de Walério Araújo. Entretanto, também houve quem optou pelo choque visual de seu desfile, à exemplo da Bold Strap.

 

Legenda: Ensaio da Bold Trap / Por: Luana Galeno

 

A SPFW contou com inúmeras celebridades, seja para modelar ou assistir. Estreando nas passarelas, Bianca Andrade desfilou para Bold Strap e alegou que fez inúmeras aulas para aprender a arte do “catwalk”. Já Camila Queiroz abre as passarelas para a mesma marca, enquanto seu marido, Klebber Toledo, fez uma aparição no desfile da Soul Basico.

Outros famosos também levantaram os aplausos do público, como o cantor Xamã, que desfilou para Walério Araújo, juntamente com Alexandra Gurgel e Halessia, enquanto Jojo Todynho e Deborah Secco vestiram a marca dos irmãos de Salvador. Como visitantes, a equipe da AGEMT encontrou Leandrinha Du Arte, Dudu Bertholini, Joyce Fernandes, Malu Borges e Lorrane Silva.

Confira as fotos:

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 


 

 

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Walério Araújo traz Gótico luxuoso à São Paulo Fashion Week
por
Fernanda Querne
Gabriela Figueiredo
Luana Galeano
Maria Eduarda Camargo
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17/11/2022 - 12h
Modelos no Backstage do desfile
Modelos no backstage do desfile
Por: Gabriela Figueiredo

"Vou comer um bolo agora sozinho. Já que o ‘boy’ me deu ‘um bolo’” diz Walério Araújo, ao sair do camarim da São Paulo Fashion Week. Só há motivos para comemorar. Seu desfile inaugura uma visão gótica com correntes, caveiras e cruzes - contrastando vibrantemente com a coleção apresentada na edição N53 do SPFW, que contava com o uso de penas e acessórios mais fluidos e menos carregados. A base foi o preto, mas também houve peças em roxo e fúcsia - as statement colors da coleção. Mesmo com uma vibe mais dark, o mistério sombrio enalteceu uma sensualidade cativante.

 

Alexandra Gurgel no backstage do Walério Araújo
Alexandra Gurgel no backstage do Walério Araújo
Por: Fernanda Querne e Gabriela Figueiredo

Dentro do backstage de Walério, Alexandra Gurgel é vista já com o seu delineado gráfico pronto. Em entrevista à AGEMT, a dona do canal Alexandrismos revelou as suas expectativas para a edição N54 : “Eu tô achando incrível, é a segunda vez que eu desfilo. Algo bem gótico, trevoso, com muita personalidade e muita representatividade”. Mesmo com a volta dos anos 2000, cinturas mais baixas e a exaltação da magreza, ainda há a inclusão do movimento corpo livre nas passarelas. Outro exemplo a ser citado é o desfile dos irmãos Salvador que conta com Jojo Todynho.

Não foi só sua a estreia no SPFW, mas também de vários modelos no evento, que também pela primeira vez, abre espaço para o público. “Está sendo incrível, eu sempre via todo mundo participando e agora eu estou aqui. Me sinto realizada” - enalteceu Juliana Bispo. Com a expectativa lá no alto e a ansiedade a mil, a modelo mostra a alegria de estar desfilando com um grande sorriso no rosto. 

Já quando a AGEMT abordou a temática de diversidade, os semblantes mudaram. As suas expressões eram mais sérias: “Eu acho que a cada desfile está tendo uma acessibilidade maior” - ressaltou Alice Santos. Também notaram como, ano após ano, há mais inclusão para os convidados. 

Xamã no backstage do desfile de Walério Araújo
Xamã no backstage de Walério Araújo
Por: Fernanda Querne e Gabriela Figueiredo

 

Walério Araújo dando os toques finais na peça da Carmelita Mendes
Walério Araújo dando os toques finais na peça da Carmelita Mendes
Por: Fernanda Querne

Carmelita Mendes, veterana em desfiles, confessou que sempre há um “friozinho” na barriga antes do show começar. “Desfilei já algumas vezes para o Walério e estou contando as horas para entrar. Mas eu fico nervosa, é uma mistura de sentimentos”. Aguardando ansiosamente, a modelo marcou o desfile com a peça final da coleção. O próprio criador da marca estava fazendo os toques finais da roupa enquanto o desfile acontecia - prendia as flores pretas no macacão da Carmelita no backstage. Devido à multidão, até pisaram na peça. Ainda, enquanto a fila para a passarela se formava, a equipe gritava por um por um pó baked, que havia desaparecido.

Walério segurando uma flor preta do macacão de Carmelita Mendes
Walério segurando a flor que iria para o macacão de Carmelita Mendes
Por: Fernanda Querne

"É uma loucura, sempre há uns imprevistos que ninguém sabe mas são os melhores porque deixam a coleção mais quente” - foi a conclusão do Walério com relação ao desfile. O criador da marca também desabafou que teve que, literalmente, sair do salto. Isso pois no backstage houve correria atrás de qualquer sapato preto 39 para uma modelo que necessitava. Quase usaram o meu. Imaginem, um salto da Renner tamanho 36 na SPFW - quem vê close, não vê corre.

 

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O evento acontecerá entre os dias 16 e 20 de novembro em formato híbrido, com 43 desfiles presenciais e 5 digitais; saiba mais!
por
Fernanda Querne
Gabriela Figueiredo
Luana Galeno
Enrico Souto
Christian Policeno
Maria Camargo
Victoria Leal
Antônio Bandeira
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07/11/2022 - 12h

A 54ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW) continuará o tema de IN.PACTOS. O evento ocorrerá entre os dias 16 e 20 de novembro em um novo espaço do Shopping Iguatemi que reunirá uma sala de desfile, a transmissão online do evento e uma área de estúdio dedicada a produção de conteúdo. Com a ajuda da curadora, Carollina Laureano, a programação no Komplexo Temo, na Mooca, se tornará uma galeria a céu aberto. A SPFW anunciou de forma inédita a venda dos ingressos para o público com preços que variam de R$ 50 a R$ 1.540.  

Pós-pandemia, a temática da edição representa criatividade, sustentabilidade e inovação, procurando provocar reflexões sobre as mudanças que precisam ser feitas hoje para um planeta mais harmonioso até 2030. Abordarão ainda os temas identidade e pertencimento, com a presença de artistas racializados, trans e indígenas.  

“Estamos conscientes de que os processos dependerão cada vez mais de um movimento circular e colaborativo. É nisso que sempre acreditamos e por isso colocamos o SPFW sempre numa zona de risco para provocar e ampliar os novos pactos individuais e coletivos em torno das metas globais de mudança”, afirma Paulo Borges, criador e diretor do SPFW.

Isaac Silva SPFW nº53 / Reprodução SPFW
Isaac Silva SPFW nº53 / Reprodução SPFW

 

            “Minha participação nessa edição do SPFW se baseia em trazer um olhar da arte contemporânea para a moda, apresentando artistas/es que tem práticas que se aproximam da moda, a fim de discutir identidades e pertencimento. Se até hoje a sociedade Brasileira ainda vive sob um pacto colonial que oprime maiorias minorizadas, quais são os novos pactos que devemos criar para um futuro mais plural e qual a responsabilidade da moda nesse contexto? É sobre isso que estou interessada em discutir”, aponta a curadora Carollina Laureano

No total, serão 48 desfiles, sendo 43 presenciais e 5 digitais que se apresentam como fashion films. Quatro novas marcas estreiam nesta edição: Greg Joey, de Lucas Danuello, conhecido pelo genderless e inovação; Heloisa Faria, que usa técnicas de moulage; Maurício Duarte, com criações pintadas a mão e a Buzina, marca sustentável portuguesa. Notoriamente, a Ellus fará uma celebração de 50 anos da marca durante o evento. 

 

LINE-UP

 

16/11 (quarta-feira) 

 

12h - Patrícia Viera (Iguatemi)

16h - Meninos Rei (Komplexo Tempo)

17h - Soul Basico (Komplexo Tempo)

18h - Greg Joey (Komplexo Tempo)

19h - Walério Araújo (Komplexo Tempo)

20h - Renata Buzzo (Komplexo Tempo)

20h30 - Aluf (Digital) 

21h30 - Bold Strap (Komplexo Tempo)

 

17/11 (quinta-feira) 

 

10h30 - Misci (Externo)

12h30 - Lilly Sarti (Iguatemi)

13h - Rellow (Iguatemi)

16h - DePedro (Komplexo Tempo)

17h - Sou de Algodão (Komplexo de Tempo)

18h - TA Studios (Komplexo Tempo)

19h - Another Place (Komplexo Tempo)

20h - Buzina (Komplexo Tempo)

20h30 - Modem (Digital) 

21h30 - João Pimenta (Komplexo Tempo)

 

18/11 (sexta-feira) 

 

10h30 - A.Niemeyer (Iguatemi)

12h - Triya (Iguatemi) 

14h30 - Lino Villaventura (Externo)

16h - Rocio Canvas (Komplexo Tempo)

17h - Thear (Komplexo Tempo)

18h - Ateliê Mão de Mãe (Komplexo Tempo)

19h - Martins (Komplexo Tempo)

20h - Handred (Komplexo Tempo)

20h30 - Heloísa Faria (Digital) 

22h - Ellus (Externo)

 

19/11 (sábado) 

 

10h30 - Angela Brito (Iguatemi)

12h30 - Nariage (Iguatemi)

15h - AZ Marias (Komplexo Tempo)

16h - Ponto Firme (Komplexo Tempo)

17h - Silvério (Komplexo Tempo)

18h - Santa Resistência (Komplexo Tempo)

19h - Anacê (Komplexo Tempo)

19h30 - Àlg (Digital) 

20h - Led (Komplexo Tempo)

21h30 - Lenny Niemeyer (Externo)

 

20/11 (domingo) 

 

10h - Korshi 01 (Externo)

12h - À La Garçonne (Iguatemi)

15h - Isaac Silva (Komplexo Tempo)

16h - Cria Costura (Komplexo Tempo)

17h - Lucas Leão (Komplexo Tempo)

18h - Naya Violeta (Komplexo Tempo)

19h - Weider Silveiro (Komplexo Tempo)

20h - Dendezeiro (Komplexo Tempo)

20h30 - Maurício Duarte (Digital) 

21h30 - Apartamento 03 (Komplexo Tempo)

 

Imagem da capa: João Pimenta SPFW nº53 / Reprodução SPFW 

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