Indústria aposta em preço e modelagem para manter a demanda
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Larissa Pereira José
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26/11/2025 - 12h

 

O jeans continua entre as peças mais consumidas no Brasil e mantém relevância estratégica para a indústria têxtil e para o varejo de moda. Mesmo após mudanças no comportamento do consumidor nos últimos anos, o denim permanece como um dos principais motores de vendas do setor.

Segundo levantamento do IEMI – Inteligência de Mercado, o Brasil produziu cerca de 280 milhões de peças de jeans em 2023. O faturamento do segmento chegou a aproximadamente R$14,7 bilhões no mesmo período. O estudo “Comportamento do Consumidor de Jeanswear no Brasil”, desenvolvido pelo IEMI em parceria com a Vicunha Têxtil, aponta que o jeans responde por cerca de 10% de todo o volume comercializado no mercado de vestuário nacional.

Uma pesquisa divulgada pela Vicunha Têxtil mostra que 80% dos brasileiros consideram o jeans uma peça obrigatória no guarda-roupa. O dado ajuda a explicar a presença constante do produto nas vitrines, campanhas promocionais e estratégias comerciais das grandes redes.

Para Diego Amaral, gerente comercial de uma grande varejista nacional, o desempenho do jeans segue consistente. “O jeans é um dos pilares do faturamento. Ele traz fluxo de clientes para a loja e influencia o desempenho de outras categorias. Quando o jeans performa bem, o restante da coleção tende a acompanhar”, afirma.

Ele explica que o consumo segue forte porque o produto atende diferentes perfis de consumidores. “Vendemos desde modelos clássicos até modelagens mais amplas, como wide leg e cargo. O jovem busca tendência, enquanto o cliente mais velho procura modelos tradicionais. O jeans atravessa gerações”, diz.

De acordo com o IEMI, o comércio eletrônico já representa mais de 5% das vendas de jeans no Brasil, com crescimento contínuo desde 2020. Apesar desse avanço, a loja física segue decisiva na jornada de compra. “O cliente pesquisa online, compara preço, avalia fotos e comentários. Mas o provador ainda define a compra de jeans”, afirma Amaral.

Outro estudo do IEMI, em parceria com o Guia Jeanswear, mostra que preço, caimento e exposição na vitrine são os principais fatores de decisão de compra. A mesma pesquisa aponta que 43% dos consumidores não se lembram da marca do jeans adquirido, o que reforça o peso da experiência no ponto de venda.

“O cliente entra pela promoção, olha a vitrine e decide pelo conforto. Se a peça veste bem, a marca passa a ser secundária”, explica o gerente comercial. Ele afirma que, embora o tíquete médio do jeans seja maior do que o de outras categorias, o consumidor aceita pagar mais quando percebe a durabilidade da peça. “O cliente pensa no custo por uso. Uma calça que dura mais tempo é vista como investimento”, diz.

O consumo de jeans enfrenta pressão ambiental crescente. Estudos da Water Footprint Network indicam que a produção de uma calça jeans pode consumir milhares de litros de água ao longo de toda a cadeia produtiva. Parte desse impacto está concentrada nos processos de lavanderia industrial e acabamento do tecido.

Esse relatório sobre polos de produção de jeans no Brasil aponta desafios no descarte de resíduos têxteis e no uso de produtos químicos, especialmente em regiões com forte concentração de lavanderias industriais, como o agreste pernambucano. O tema passou a ganhar espaço em debates setoriais e em políticas de sustentabilidade nos últimos anos.

Segundo Amaral, essa pauta já chegou ao consumidor final. “O cliente pergunta de onde vem o algodão e se a loja trabalha com práticas sustentáveis. Ainda não é a maioria, mas cresce todo ano”, afirma. Ele diz que a varejista passou a priorizar fornecedores com tecnologias de redução do consumo hídrico e processos menos agressivos ao meio ambiente.

A cadeia têxtil brasileira movimenta cerca de R$ 190 bilhões por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Dentro desse cenário, o jeanswear segue como um dos segmentos mais sólidos do setor, com demanda contínua e forte presença no cotidiano do consumidor brasileiro.

Para o gerente comercial, o principal desafio agora é equilibrar preço, velocidade e responsabilidade. “O consumidor quer novidades, quer preço acessível e quer entender o impacto do produto. O jeans continua forte, mas o jeito de vender mudou”, conclui.

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Consumidores exigem práticas responsáveis e mercado responde com economia circular, inovação de materiais e inclusão social
por
Larissa Pereira
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21/10/2025 - 12h

 

A moda sustentável deixou de ser nicho e passou a ocupar espaço central nas escolhas de consumo. A pesquisa de 2023 do Instituto Akatu em parceria com a consultoria GlobeScan mostrou que 87,5% dos brasileiros preferem comprar roupas de marcas que adotam práticas sustentáveis. A tendência se confirma em levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apontou que nove em cada dez consumidores se sentem desconfortáveis ao adquirir produtos que prejudicam o meio ambiente.

Esse movimento já se reflete no mercado. Segundo a consultoria Research and Markets, o setor de moda sustentável no Brasil foi avaliado em 200,7 milhões de dólares em 2022, com crescimento médio de 3,7% ao ano desde 2017. Projeções indicam que a moda circular, baseada em brechós, aluguel de roupas e reaproveitamento de tecidos, deve crescer entre 15% e 20% ao ano até 2030.

O impacto ambiental da moda, no entanto, continua elevado. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revelam que o país gera cerca de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, sendo que 85% desse volume acaba em aterros. Em escala global, a ONU Meio Ambiente estima que a moda é responsável por 10% das emissões de carbono e ocupa a posição de segundo maior poluidor de água doce. A produção anual chega a 80 bilhões de peças, mas menos de 1% desse total é reciclado.

Diversos projetos mostram caminhos de transformação. A rede Justa Trama reúne agricultores, fiadoras, tecelãs e costureiras em cinco estados na produção de algodão agroecológico cooperado, com renda distribuída de forma justa. Na Amazônia, iniciativas como Selvática, que reaproveita retalhos de estofados, e Yara Couro, que cria materiais a partir de pigmentos vegetais, demonstram o potencial da economia criativa aliada à preservação ambiental.

Entre as grandes redes do varejo brasileiro, C&A, Renner e Riachuelo começaram a adotar iniciativas relacionadas ao uso de algodão sustentável, coleções com fibras recicladas e programas de logística reversa. Essas medidas ainda representam uma fração pequena da produção total, mas indicam que a pressão dos consumidores começa a influenciar também o fast fashion.

Apesar dos avanços, trazer produtos sustentáveis para as lojas de departamento não é tarefa simples. Em entrevista exclusiva para a AGEMT, Luiz Gustavo Freitas da Rosa, dono e criador da marca sustentável Tairú, conta que a iniciativa nasceu em 2023 a partir do contato com um projeto experimental de calçados em Tyvek e de uma pesquisa sobre cânhamo, fibra natural com propriedades ambientais superiores ao algodão. “Desenvolvi protótipos, apresentei amostras na Europa e, ao retornar ao Brasil, lançamos uma primeira coleção com seis modelos de tênis e mais de 40 variações, além de camisetas em algodão orgânico e tingimento natural”, relata.

Luiz Gustavo aponta barreiras importantes: o cânhamo não pode ser cultivado legalmente no Brasil para uso têxtil, o que obriga a importação; fábricas nacionais nem sempre estão preparadas para materiais alternativos como couro vegetal à base de milho; e o algodão orgânico tem custo superior ao convencional, encurtando margens e alongando a cadeia produtiva. “Produzir de forma sustentável ainda é mais caro. Trabalhamos com pequenas tiragens, fornecedores especializados e processos que incluem inclusão social, o que eleva o preço final”, explica.

Sobre a competição com as grandes magazines, ele afirma que a estratégia da Tairú não é disputar preço, mas oferecer uma alternativa de valor: “O consumidor da nossa marca compra conforto, design e propósito; não apenas um produto barato.” Para furar a bolha dos consumidores já engajados, a Tairú se posiciona como marca de lifestyle urbano e investe em ativações culturais, collabs e na Casa Tairú, espaços que atraem público pela música e pela cultura e só depois revelam os atributos sustentáveis dos produtos.

Na comunicação, Luiz Gustavo destaca a transparência como prática contra o greenwashing: a marca revela a origem dos materiais, mostra quem produz as peças e admite limitações. Ele cita exemplos concretos, como fábricas compostas por mulheres, ecobags produzidas por ex-detentos e etiquetas fornecidas por cooperativas que empregam pessoas com deficiência. “Não romantizamos nem prometemos perfeição; mostramos passos concretos e os desafios que ainda temos”, afirma.

Segundo ele, o maior obstáculo é transformar a consciência em hábito de compra. Para que a sustentabilidade deixe de ser exceção e se torne regra, Luiz Gustavo defende investimento em comunicação clara e aumento da escala produtiva para reduzir preços, além de mudanças estruturais na cadeia têxtil.

O debate avança em escala internacional. O relatório Fashion Transparency Index 2024, da Fashion Revolution, mostrou que a maior parte das grandes marcas ainda não divulga informações completas sobre suas cadeias de fornecimento. Já o State of Fashion 2024, da McKinsey em parceria com o Business of Fashion, destaca que a pressão regulatória tende a tornar mais rígidos os critérios de produção e comercialização, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

A combinação de dados, iniciativas e mudanças de comportamento mostra que a moda sustentável não é apenas uma promessa. Ela se consolida como exigência de mercado e como caminho inevitável para reduzir o impacto de uma das indústrias mais poluentes do mundo.

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Minimalismo, funcionalidade e inovação refletem mudanças econômicas e sociais
por
Luana Marinho
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18/09/2025 - 12h

A moda, frequentemente apontada como um espelho dos tempos, volta seus olhos para tempos de escassez. Em meio à instabilidade econômica global, marcada por inflação persistente e crises políticas ao redor do mundo, ganha força o chamado “Recessioncore” (estética da recessão), que traduz, de forma visual, a precariedade e o desânimo de uma geração.

“Quando falamos de recessões, de crises econômicas, dá para ver esse reflexo diretamente na moda. Hoje, vivemos uma grande incerteza econômica, e muitas marcas de luxo começaram a lançar campanhas desperdiçando comida, baguetes sendo amassadas, frutas jogadas no chão da feira, alimentos destruídos”, afirma Audry Mary, especialista em marketing de moda e influenciadora digital. “É uma forma de comunicação: enquanto a base está sofrendo com a falta, quem consome a marca pode esbanjar. E isso é extremamente político”, acrescenta Audry.

Se nos anos de crescimento econômico os desfiles explodem em cores vibrantes, brilhos e ostentação, em momentos de incerteza o figurino muda: tons neutros, silhuetas sóbrias e peças utilitárias assumem o protagonismo. É o que se vê agora com a ascensão da estética “clean girl”, termo popularizado no TikTok e em outras redes sociais que descreve um estilo minimalista, com peças básicas, cores neutras e cortes discretos 

"Elas são mais acessíveis, carregam pouca informação de moda e seguem um estilo mais recatado, mais doméstico”, diz Audry sobre as roupas identificadas com o estilo. “É conservador, e as marcas estão apostando muito nisso”, explica.

Segundo a especialista, a estética “clean girl” não surge isoladamente: é resultado direto de um contexto econômico instável, no qual o crescimento do "quiet luxury" (luxo silencioso) e de coleções minimalistas indica que as marcas buscam transmitir segurança e sobriedade. Historicamente, períodos de recessão geraram mudanças semelhantes. Durante a Grande Depressão, cortes retos e tecidos duráveis se tornaram padrão, enquanto a crise de 2008 reforçou o consumo de fast fashion e peças de baixo custo, ainda que de qualidade inferior.

O impacto econômico também se reflete no crescimento do mercado de roupas de segunda mão, que se tornou um indicativo claro das mudanças no comportamento de consumo. Nos Estados Unidos, o mercado de moda de segunda mão alcançou US$ 50 bilhões em 2024, com projeção de crescimento para US$ 73 bilhões até 2028, impulsionado principalmente por millennials e pela geração Z, nascidos entre 1981 e 2010, que buscam alternativas mais acessíveis e responsáveis. Esse movimento transforma o mercado de segunda mão em uma tendência não apenas econômica, mas também cultural, refletindo valores de sustentabilidade e consumo consciente.

No Brasil, a ascensão dos brechós segue a mesma lógica: adaptação à crise econômica, respeito às prioridades financeiras e resposta às incertezas sociais. Segundo dados do Sebrae, o país contava com mais de 118 mil brechós ativos em 2023, representando um aumento de 30,97% em relação aos cinco anos anteriores. Além disso, o mercado de brechós no Brasil deve movimentar cerca de R$ 24 bilhões até 2025, superando o mercado de “fast fashion” até 2030, conforme projeções da Folha de São Paulo.

O crescimento do mercado de brechós também é impulsionado por plataformas digitais. O Enjoei, com mais de 1 milhão de compradores e 2 milhões de vendedores ativos, abriu recentemente sua primeira loja física no Rio de Janeiro e adquiriu a Gringa, plataforma de revenda de artigos de luxo de segunda mão, por R$ 14 milhões, evidenciando a demanda crescente por itens de alto valor.

Esse movimento também pressiona a indústria tradicional, que já responde com novas estratégias. O aumento dos custos de produção deve acelerar o uso de matérias-primas alternativas, como tecidos reciclados e fibras de origem vegetal, além de experimentos com couro vegetal e biotêxteis. Ao mesmo tempo, cresce a exigência por transparência nas cadeias de produção: passaportes digitais de produtos, rastreabilidade de origem e relatórios de impacto ambiental podem deixar de ser tendência para se tornar padrão da indústria.

Olhando para o futuro, a moda deve consolidar caminhos cada vez mais funcionais, atendendo à demanda de consumidores impactados pela instabilidade econômica, que priorizam praticidade e durabilidade. Segundo Audry, essa tendência deve se intensificar. “Acredito que vamos ver cada vez mais peças utilitárias, roupas multiuso e tecidos resistentes ganhando protagonismo, porque o consumidor está buscando longevidade e funcionalidade em tudo o que veste”, afirma.

O minimalismo, já consolidado, deve permanecer central, mas com variações sutis. “Minha aposta é que tons terrosos, cortes amplos e peças que permitam personalização vão se tornar ainda mais comuns, enquanto pequenos revivals dos anos 2000 e 2010 reinterpretam itens básicos para novas gerações”, diz a influenciadora, que também projeta expansão de modelos híbridos, que combinam venda de peças novas, revenda, aluguel e customização, fortalecendo a economia circular como resposta prática às restrições financeiras. 

A tecnologia surge ainda como aliada estratégica, com inteligência artificial e provadores digitais ajudando marcas a reduzir desperdícios e aproximar consumidor e produto. “A inovação permite que a indústria transforme limitações econômicas em oportunidades criativas”, conclui Audry, reforçando que, para o futuro, a moda funcionará como um laboratório de soluções, mais do que apenas reflexo de crise.

 

 

 

A semana de moda americana deu start na temporada internacional que marca o mês de Setembro
por
Felipe Volpi Botter
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15/09/2025 - 12h

De 11 a 16 de setembro, a cidade de Nova Iorque abre espaço em sua frenética rotina para as passarelas apresentarem as novidade da Primavera/Verão 2026 e abrilhantar os olhos dos fãs de moda.

No dia de ontem, 14, Manhattan foi banhada por looks com mistura de texturas entre tecidos fluidos, bordados, transparências. Além de um protagonismo para uma alfaiataria reformulada, com cortes ousados e proporções exageradas.

Cores neutras mescladas com pontos de cores vibrantes de (vermelho, laranja e estampas arriscadas), marcaram o quarto dia de evento, que integra o calendário das chamadas "Big Four" ao lado de Paris, Milão e Londres.

O street style acompanhou essa atmosfera de contrastes: looks mais sóbrios recebendo toques fortes com a adesão de acessórios chamativos, sobreposições e cortes assimétricos.

A beleza esteve com foco em peles naturais, "menos pesado”, valorizando textura natural da pele, evidenciando seu brilho sutil.

Alguns desfiles se ressaltaram na mídia pela forte identidade visual, seja pelas temáticas ou pela presença de celebridades, como Oprah Winfrey, Lizzo, Natasha Lyonne e outros.

Kai Schreiber, filha trans de Naomi Watts e Liev Schreiber, abriu o desfile de Jason Wu. O show homenageou o artista Robert Rauschenberg, mesclando arte e moda fortemente influenciadas pelo seu legado.
 

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A modelo Kai Schreiber abrindo o desfile de Jason Wu (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

O designer Christian Siriano apresentou uma coleção primavera/verão 2026 com inspiração no velho glamour de Hollywood; houve vestidos longos, looks dramáticos, mistura de masculinidade e feminilidade com peças ousadas, além de chapéus impactantes.
 

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Desfile Christian Siriano (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

Sergio Hudson mostrou uma coleção vibrante, com ternos trabalhados, uso de estampas e bordados com inspiração africana, foco em alfaiataria refinada.

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Desfile Sergio Hudson, com inspiração no glamour da moda africana (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

Momentos de street style e aparições de celebridades: muita gente do mundo artístico presente nos desfiles e eventos de moda, com looks chamativos, acessórios fortes, e aquele mix de elegância + ousadia.

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Celebridades presentes no evento, como Katie Holmes e Whoopi Goldberg (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)



Vivian Wilson (filha de Elon Musk) fez sua estreia em passarela, desfilando para Alexis Bittar. O desfile abordou uma temática social/política, misturando teatralidade e crítica em sua estética.

 

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Vivian Wilson no desfile da Alexis Bittar (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

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Setor têxtil cresce com foco em bem-estar, tecnologia e sustentabilidade
por
Larissa Pereira José
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05/09/2025 - 12h

 

Gradualmente, a busca pelo bem-estar deixou de ser apenas mais uma tendência momentânea e se consolidou como um dos principais motores da moda. No Brasil, de acordo com o Sebrae Paraná, o setor fitness movimenta cerca de R$ 8 bilhões por ano e cresce em média 8,2% ao ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país ocupa a segunda posição no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, e atrai investimentos que unem estilo, performance e consciência ambiental.

O fenômeno é reforçado pelo enclothed cognition, conceito que descreve como as roupas influenciam o comportamento. Vestir roupas esportivas aumenta a disposição para a prática de exercícios, unindo moda e psicologia. No Brasil, casos de sucesso confirmam o potencial. A marca catarinense Live! cresce cerca de 45% ao ano e já exporta para Ásia e Oriente Médio, consolidando a vocação nacional para o segmento.

Em entrevista exclusiva para a AGEMT, a estilista Dafne Setton, especialista em moda fitness, defende que esse cenário reflete uma transformação no comportamento do consumidor. “Hoje as pessoas querem se sentir bem durante todo o dia. A roupa precisa ter conforto, permitir mobilidade e, ao mesmo tempo, transmitir estilo. É por isso que o athleisure se tornou um símbolo de estilo de vida. Ele expressa disciplina e descontração”, afirma.

As novas preferências apontam para silhuetas mais amplas, como calças cargo e trackpants oversized, em substituição às leggings ajustadas ao corpo. Ao mesmo tempo, cresce a exigência por sustentabilidade, reforçando o protagonismo de tecidos tecnológicos que unem compressão, respirabilidade e fibras recicladas. “Tecido ecológico não é mais um diferencial e sim um requisito. O consumidor jovem exige isso”, explica Dafne. O mercado de luxo também se aproxima desse movimento, criando um fenômeno conhecido como cardio couture — tradução livre “alta costura do cardio”, expressão usada para definir treinos ou práticas esportivas que incorporam estética e sofisticação típicas da moda de luxo, transformando o exercício físico em experiência de estilo. Grifes como Louis Vuitton e Prada lançaram acessórios esportivos sofisticados, transformando o athleisure em um item de estilo de vida.

O clima tropical brasileiro também favorece o uso cotidiano de roupas leves, que transitam facilmente entre o ambiente de treino e o lazer. Além disso, a forte cultura de praia e a valorização da estética corporal ajudam a consolidar um estilo de vida em que o bem-estar é parte do cotidiano. Esse contexto cria um mercado interno robusto e uma vitrine atraente para a exportação de marcas nacionais.

Outro ponto de destaque é a crescente adesão das academias e estúdios de bem-estar a estratégias de branding ligadas à moda. Muitas oferecem coleções próprias de roupas e acessórios, transformando a experiência do aluno em um pacote completo, que vai do exercício ao consumo de estilo. Essa convergência entre saúde, moda e consumo reforça o wellness como um setor multifacetado, em constante expansão e com impacto cultural direto no modo de vestir dos brasileiros.

As redes sociais também impulsionam o processo. Plataformas como TikTok e Instagram transformaram a estética wellness em repertório visual que mistura treino, alimentação saudável e moda esportiva. “As pessoas não compram só a roupa, compram a ideia de vida equilibrada — e isso é altamente compartilhado online”, observa a estilista. Para ela, o futuro da moda fitness estará ligado à tecnologia, personalização e monitoramento em tempo real. Tecidos inteligentes capazes de acompanhar sinais vitais já estão em desenvolvimento e devem ganhar espaço. “Wellness é uma nova forma de viver. Quem entender isso estará à frente do mercado”, conclui.

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A marca João Pimenta dá a largada na edição N55 da SPFW em um desfile comemorativo aos 20 anos da grife
por
Manuela Mourão
Helena Saigh
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24/05/2023 - 12h

A grife brasileira João Pimenta, que carrega o nome do estilista,  abre a quinquagésima quinta edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), em clima de comemoração. A marca comemora seus 20 anos com um desfile no Theatro Municipal, local especial para João, repleta de figurinos inovadores que trouxeram o trabalho notório para os palcos.

João Pimenta é uma marca de alfaiataria masculina reconhecida internacionalmente, criada por um dos estilistas mais renomados da SPFW, de acordo com o site oficial da loja. Seus produtos variados, incluem calças de alfaiataria, camisas, blazers de alfaiataria, saias e vestidos, além de incentivar a inserção de uma moda livre de rótulos, na qual homens podem usar saias e vestidos, tanto quanto mulheres.

O desfile foi aberto ao público, com ingressos gratuitos, exigindo apenas a realização de uma reserva prévia, para garantir o controle da lotação do espaço. 

Com styling de Paulo Martinez, direção de Richard Luiz e Paulo Borges e beleza de Ricardo dos Anjos, o desfile foi dividido em 4 atos, divididos pela paleta de cores da coleção. Os tons variaram entre brancos, azuis, cinzas, metalizados e preto. 

A coleção “ópera fashion” de João se mostrou comemorativa, atual e ao mesmo tempo fiel a identidade da grife. O cowboy, o punk e o dândi, foram os personagens identificados na passarela. Jaquetas com franjas, rendas, chapéus e botas, trouxeram o cowboy, estilo que se popularizou nos últimos tempos no mundo da moda. O punk apareceu em peças de vinil, bastante pesadas e escuras, couro, brilho, patchwork, correntes e detalhes já conhecidos pelos fãs da marca: os crucifixos invertidos. E por fim, mantendo-se devoto ao estilo dândi, uma alfaiataria sofisticada e andrógina, com bastante sobreposição e volume.     

 

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Foto/divulgacão

A apresentação trazia como centro a dualidade entre uma obra teatral e um desfile, entre o figurino e a moda, o estilista e o artista. Essa característica honra perfeitamente a trajetória e a personalidade de João pelas passarelas e pelo teatro, além de reforçar o tema da Fashion Week Origens. 

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Foto/divulgação

O olhar da marca traz a proposta de que o figurino é livre para ser moda, e que não há regras para o vestuário.

Durante o desfile, foram apresentados cerca de 60 looks ousados, inspirados principalmente em uma mistura de festas religiosas do interior brasileiro, da subversão dos homens que moram em cidades grandes, referências históricas, com a presença de silhuetas vitorianas e a libertação de uma moda de gêneros e o ênfase ao andrógeno . "Depois de 20 anos, eu entendi que meu trabalho é assim. Se eu tenho um cliente que consome esse produto, por que eu não posso ser autêntico e fazer as coisas do jeito que eu acredito?", disse João, no final do desfile de ontem (22).
 

A passarela contou também com um texto escrito pelo diretor de teatro Gerald Thomas e ganhou vida na voz da atriz Vera Holtz, enquanto Fernanda Maia entregava uma trilha sonora ao vivo em um piano no palco. Para criar ainda mais um cenário teatral, as músicas se intensificavam durante certos momentos do desfile, as luzes piscavam e João Pimenta provava mais uma vez a qualidade de seu trabalho. 

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Foto/divulgação

 

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Espalhada pela capital paulista, a edição 55 da SP Fashion Week acontecerá entre 25 e 28 de maio com desfiles exclusivos no histórico Teatro Municipal
por
Manuela Mourão
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23/05/2023 - 12h

"Mantendo a proposta de ocupar a cidade de São Paulo, a edição 55 do Sp Fashion Week terá apresentações em diversos pontos importantes e icônicos da capital paulista", disse um porta-voz oficial do evento. O Komplexo Tempo, na Moóca, por exemplo, está localizado em um lugar histórico para a moda, em um bairro pioneiro da indústria têxtil e hoje considerado um polo de inovações na cidade.

A edição 55 da SPFW, busca explorar o tema Origens/Ressignificar e faz parte de uma trilogia iniciada em 2021, que traz uma reflexão sobre quem somos e o que nos torna um coletivo humano criativo, destacando a diversidade e a pluralidade de expressão artística e estética.

O evento inicia em grande estilo no dia 22, com o desfile de João Pimenta no Teatro Municipal para comemorar os 20 anos de marca. Outra grife que desfila antes da abertura oficial da semana de moda é a Isaac Silva, no dia 24 de maio, em um local ainda não divulgado. 

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Foto/divulgação

Este ano, a SPFW contará com 40 desfiles totais, desses sendo 31 presenciais e 9 fashion filmes que serão exibidos em uma tela de cinema do Shopping Iguatemi em uma sessão exclusiva no dia 24.  Além disso, a edição N55 contará com a estreia de 7 novas marcas: David Lee, Forca, Foz, Gefferson Vila Nova, Marina Bitu, The Paradise e Rafael Caetano. 

Foto/divulgação
Foto/divulgação

Os ingressos variaram entre R$103 e R$1.782,50, sendo esta a segunda vez em que o evento abriu suas portas para o público pagante.  

 

LINE-UP

 

22 de Maio

 

20h João Pimenta (Theatro Municipal)

 

24 de Maio

 

10h Fashion Filmes (Iguatemi São Paulo) 

 

14h30 Isaac Silva (Externo) 

 

25 de Maio

 

10h Igor Dadona (Senac Faustolo) 

 

11h Gefferson Vila Nova (Senac Faustolo) 

 

12h30 Patrícia Viera (Iguatemi São Paulo) 

 

14h30 TA Studios (Iguatemi São Paulo) 

 

17h00 Ponto Firme (Externo) 

 

19h30 Localiza (Projeto especial)

 

20h30 Meninos Rei (Komplexo Tempo)

 

21h30 Martins (Komplexo Tempo)

 

26 de Maio

 

10h Rafael Caetano (Senac Faustolo) 

 

11h Ronaldo Silvestre (Senac Faustolo) 

 

12h30 Apartamento 03 (Iguatemi São Paulo) 

 

14h30 Mnisis (Iguatemi São Paulo) 

 

19h00 LED (Komplexo Tempo) 

 

20h30 Dendezeiro (Komplexo Tempo) 

 

21h30 The Paradise (Komplexo Tempo)

 

27 de Maio

 

10h Maurício Duarte (Senac Faustolo)

 

11h Silvério (Senac Faustolo)

 

12h30 Renata Buzzo (Iguatemi São Paulo)

 

14h30 Marina Bitu (Iguatemi São Paulo) 

 

16h30 Forca Studio (Externo)

 

18h30 Thear (Komplexo Tempo)

 

19h30 AZ Marias (Komplexo Tempo)

 

20h30 Santa Resistência (Komplexo Tempo)

 

21h30 Weider Silveiro (Komplexo Tempo)

 

28 de Maio

 

11h Fernanda Yamamoto (Externo)

 

17h30 Walério Araújo (Komplexo Tempo)

 

18h30 David Lee (Komplexo Tempo)

 

19h30 Greg Joey (Komplexo Tempo)

 

20h30 Lino Villaventura (Komplexo Tempo)

 

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O evento aconteceu na última segunda-feira (01/05) e trouxe como tema “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty”, onde a figura central era o designer Karl Lagerfeld e sua carreira.
por
Bianca Athaide
Giovanna Montanhan
Giulia Fontes Dadamo
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06/05/2023 - 12h

Entenda o “polêmico” tema do Met Gala desse ano: 

Karl Lagerfeld, um dos mais célebres designers da história da moda, faleceu em fevereiro de 2019, deixando para trás um legado marcado pela sua genialidade artística e personalidade controversa. 

Ao longo de sua carreira, Lagerfeld trabalhou em diversas marcas, incluindo Chanel, Fendi, Balmain, Chloé e, a que levava seu nome, Karl Lagerfeld. Conhecido por suas opiniões e falas polêmicas, muitas vezes era alvo da crítica pública.

Em 2012, foi acusado de racismo por ter chamado a cantora americana Rihanna de "aborígene". Após a repercussão negativa do comentário, ele se desculpou publicamente. Além de Rihanna, Lagerfeld ofendeu outra famosa cantora, Adele, em 2012. Durante uma entrevista, ele afirmou que achava a britânica "um pouco gorda demais’’, o que o colocou novamente no holofote. 

Dando sequência às polêmicas, em 2017, Lagerfeld foi acusado de plagiar uma criação do designer de jóias americano Brad Kroenig. Kroenig afirmou que Lagerfeld havia copiado uma de suas criações sem sua permissão.

O designer também esteve envolvido em uma polêmica em relação ao movimento #MeToo. Karl afirmou que acreditava que a mobilização -  que começou com atrizes hollywodianas denunciando casos de assédios no cenário envolto as produções cinemátográficas - havia ido longe demais e também criticou as mulheres que denunciaram casos de assédio e abuso sexual na indústria da moda. As declarações foram amplamente criticadas nas redes sociais. Personalidades influentes da indústria mostram repúdio, como a modelo Gigi Hadid, que afirmou que Lagerfeld "estava fora de sintonia com os tempos".

Logo após as declarações, Lagerfeld se desculpou novamente e afirmou que suas palavras haviam sido mal interpretadas. 

Outra situação desagradável envolvendo o designer, foi em 2018 quando Lagerfeld foi acusado de apropriação cultural após o desfile que apresentava a coleção de primavera da Chanel, em Paris. A linha de inspiração foi baseada na cultura africana, mas muitos afirmaram que as criações não receberam consulta específica e apresentaram pouco respeito às tradições do continente.

Dando continuidade às polêmicas do ano de 2018, Lagerfeld foi criticado por fazer comentários problemáticos sobre refugiados durante uma conversa com a apresentadora da TV alemã, Anne Will. Sendo ele de origem alemã, o designer afirmou que a chanceler Angela Merkel havia cometido um "erro fatal" ao permitir que mais de um milhão de refugiados entrassem na Alemanha.

Ainda assim, em contrapartida a todas as suas polêmicas, não há como refletir sobre a história da moda do século 20 e não citar Karl Lagerfeld. Seu nome estará para sempre marcado nas maiores maisons da indústria. 

 

Met Gala Looks - Um Overview: 

Anna Wintour 

A diretora global de conteúdo da Vogue vestiu um modelo Chanel Alta Costura 2023, em cores neutras.

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Foto: Getty Images

 

Dua Lipa

A cantora Dua Lipa, uma das co-anfitriãs da noite, usou um vestido comprido branco Chanel Alta Costura Inverno de 1992. De acordo com a Harper 's Bazaar dos Estados Unidos, as jóias foram estimadas em cerca de 10 milhões de dólares.

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Foto: Getty Images

 

Penélope Cruz

A atriz espanhola Penélope Cruz, outra das co-anfitriãs da noite e embaixadora da Chanel, vestiu o clássico vestido vintage de noiva. O modelo era um Chanel Alta Costura Primavera 1988.

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Foto: Getty Images / Jamie McCarthy

 

Nicole Kidman 

A atriz usou o mesmo vestido que estrelou no comercial do perfume No5 da Chanel, em 2004, que foi dirigido por Karl.

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Foto: Reprodução Getty Images 

 

Olivia Wilde 

A atriz e diretora vestiu um look Chloé, um modelo em formato de violino lançado em 1983. 

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Foto: David Fisher/Shutterstock

 

Michaela Coel

A atriz, também co-anfitriã da noite, vestiu um modelo exclusivo da Schiaparelli, esculpido com 13.000 cristais.

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Foto: Getty Images

 

Gisele Bündchen

A supermodelo fez sua primeira aparição pública após o divórcio com o jogador de futebol americano Tom Brady. Ela vestiu um Chanel Alta Costura Verão 2007.  Essa foi a segunda vez que usou o mesmo vestido, ele foi usado inicialmente durante um editorial para a revista Harper’s Bazaar da Coréia, que continha o styling assinado por Karl Lagerfeld.

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Foto: Reprodução Harper's Bazaar - UOL

 

Naomi Campbell

A modelo vestiu um Chanel Alta Costura 2010. Um clássico vestido espiral indiano em tom rosê e muitos brilhos prateados.

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Foto: Reprodução / The Fashionista Stories

 

Anitta

A cantora brasileira vestiu um modelo sob medida por Marc Jacobs em preto e branco, cores clássicas da Chanel que Karl perpetuou durante seu trabalho na marca. As botas brilhosas de plataforma fazem parte da coleção de Alta Costura Verão 2023. As jóias, colar e brinco - de  diamantes, platina e safira laranja - foram assinadas pela grife Tifanny & Co, além de acessórios como relógios da marca Roger Dubuis e luvas.

 

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Foto: Getty Images

 

Jared Leto

O vocalista da banda 30 Seconds to Mars ousou, e foi vestido de Choupette - a gatinha de estimação do estilista Karl Lagerfeld.

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Foto: Reprodução/ Getty Images

 

Kim Kardashian

A empresária vestiu um modelo da grife italiana Schiaparelli em tons de bege e branco, sem deixar de lado a sensualidade e ousadia. O look usado no tapete vermelho remete a um look usado por ela anteriormente, quando foi capa da Playboy em 2007. Para compor este visual, foram necessárias 50 mil pérolas verdadeiras e 16 mil cristais que ajudaram a torná-lo icônico e similar ao estilo que a Chanel propunha, durante a gestão de Karl Lagerfeld.

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Foto: Getty Images / Jamie McCarthy

 

Kendall Jenner

A modelo – uma uma das modelos queridinhas de Karl – vestiu um look assinado pelo estilista Marc Jacobs, com toques de referência a identidade visual de Lagerfeld

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Foto: David Fisher/Shutterstock

 

Kylie Jenner

A empresária, que é a nova garota propaganda da Jean Paul Gaultier, vestia um modelo assimétrico e vibrante assinado da marca que foge do clássico P&B.

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Foto: David Fisher/Shutterstock

 

 

Doja Cat

A rapper teve sua estreia no tapete vermelho do MET e fez jus ao seu nome artístico ‘’cat ‘’ (que em tradução livre, significa gata em inglês) e vestiu-se como Choupette, –  a gata herdeira de todo o patrimônio de Karl – em um vestido modelo sereia, do estilista Oscar de la Renta. A maquiagem também estava de acordo com o dress code que ela escolheu, a prótese de nariz de gato trouxe ainda mais inovação para a composição do look.

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Foto: Theo Wargo/Getty Images/AFP 

 

Anne Hathaway

A atriz vestiu Atelier Versace, um modelo feito de tweed –  clássico tecido da Chanel, inspirado no vestido de 1994 que Elizabeth Hurley usou. Enfeitado com pérolas e alfinetes que trouxeram a essência de um vestido genuinamente assinado por Donatella Versace.

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Foto: Getty Images

 

Billie Eilish

A cantora Billie Eilish apareceu usando um vestido preto feito sob medida com transparência e luva 7/8 assinado por Simone Rocha. Além de presilhas no cabelo que deram um ar vintage para o visual.

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Foto: Getty Images

 

Cardi B

A rapper mudou o tom de seu cabelo para o platinado em homenagem a Karl, com um vestido bem justo na parte de cima, na parte de baixo repleto de camélias em tamanho grande (flor que é a marca registrada da Chanel). O visual todo foi assinado por Thom Browne. Além de estar usando preto e branco - cores tradicionalmente lembradas como “as cores da Chanel”.

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Foto: Kevin Mazur / MG23 / Getty Images

 

Rihanna

A cantora e empresária ousou em um Maison Valentino da Alta Costura Inverno 2019. Seu look reverência as noivas de Karl e traz à tona novamente o elemento da noite: as camélias, em muito volume e quantidade

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Foto: Getty Images

 

Lizzo

A cantora Lizzo foi outra personalidade que usou e abusou das pérolas para compor seu look. O modelo escolhido é do ano de 1991 e foi retirado do acervo da Chanel.

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Foto: Dimitrios Kambouris / Getty Images 

Jeremy Pope

Um dos looks mais marcantes do evento foi assinado pela grife francesa Balmain. Quem o vestiu foi o ator e cantor Jeremy Pope, com todo o styling marcado por Oliver Rousteing e com uma cauda longa que exibia o perfil de Karl Lagerfeld.

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Foto: Getty Images

 

Oliver Rousteing

O primeiro homem negro a assumir o império de uma grife francesa, usou Balmain – marca assinada por ele mesmo –para compor este look. Utilizou uma ecobag inspirada em um modelo que o próprio Karl usou em 2009. A produção também foi marcada pelo uso de preto e pérolas nos acessórios, o que legitimou a essência Chanel.

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Foto: Reprodução / Getty Images

 

Paris Hilton

A socialite foi outra personalidade que fez sua estreia no baile mais famoso do mundo. Marc Jacobs foi a grife escolhida. Ela exibia no pescoço um colar preto com a flor camélia – marca registrada da Chanel, além de vestir um salto plataforma.

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Foto: Getty Images

 

Viola Davis

A atriz EGOT apareceu com um vestido rosa choque da Maison Valentino, trabalhado com diversas plumas na parte superior. Um fato curioso é que essa era a cor que Karl Lagerfeld mais detestava.

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Foto: Jamie McCarthy / Getty Images

 

Lil Nas X

O artista sensação do momento foi o que mais surpreendeu na noite, ao aparecer de fio dental e com o corpo todo cravejado de pérolas, 218.783 cristais e 5 mil pedras. Segundo a revista Page Six, a caracterização levou em torno de 10 horas para ser concluída e foi feita pela maquiadora Pat McGrath.

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Foto: Reuters

 

Lily Colins

A estrela da série Emily em Paris modelou em um vestido feito sob medida pela estilista Vera Wang – conhecida por desenhar vestidos de noiva; ela estava com uma saia preta que estampava o nome KARL em letras grandes brancas, como uma forma de homenagear o designer alemão.

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Foto: Dimitrios Kambouris / Getty Images 

 

Jennie Ruby

A vocalista da banda de K-pop BLACKPINK, além de ser embaixadora da Chanel, fez seu debut no evento pela primeira vez. Ela escolheu usar um vestido da marca de Alta Costura da coleção de Inverno de 1990, também com as respectivas cores que remetem à grife.

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Foto: Getty Images

 

Cara Delavigne

A modelo que teve um contato próximo com Karl fez uma releitura moderna de uma sessão de fotos com a Chanel de 2013, usando a peruca do ensaio junto com uma versão da icônica camisa branca do estilista.

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Foto: Getty Images

 

Jenna Ortega

Já a estrela da série da Wandinha, – de muito sucesso em 2022 – conseguiu combinar a homenagem ao estilista com a identidade de sua personagem; exibindo um look todo preto, uma blusa transparente com um laço e um bolero de tweed como sobreposição.

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Foto: Getty Images

 

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Reviva alguns dos looks e histórias mais marcantes de um dos maiores eventos de moda
por
Maria Fernanda Muller
Mariana Souza
Yasmin Solon
|
04/05/2023 - 12h

Enfim aconteceu mais uma edição do Met Gala!

 O tema da exposição que justifica o Met Gala 2023 – arrecadar fundos para o Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque – é “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty”, uma homenagem a imensa obra e vida de Karl Lagerfeld, estilista e designer de moda alemão que faleceu em 2019. Lagerfeld esteve à frente de Fendi, Chanel e sua grife homônima, além de passagens em outras marcas da alta costura como Balmain, Jean Patou e Chloé.

Além de toda sua trajetória, 150 peças originais desenhadas por Lagerfeld, serão expostas ao público. Portanto, o dress code do evento foi definido como “In honor of Karl” (“Em homenagem a Karl”). Anna Wintour, editora chefe da Vogue America e presidente do Met Gala, convidou Penélope Cruz, Michaela Coel, Roger Federer e Dua Lipa para serem os co-apresentadores da noite exclusiva.

Lagerfeld foi polêmico inúmeras vezes por fazer comentários indelicados. Apesar de ser progressista nos desenhos, o estilista idolatrava a magreza, já foi acusado de xenofobia, misoginia, machismo e ainda se mostrou contra as causas animais que visam acabar com o uso de animais em roupas, bolsas e sapatos.

Separamos alguns dos momentos que fizeram história ao longo dos anos. Reunindo celebridades, estilistas, designers, modelos e o melhor do mundo artístico, mergulhe nessa linha do tempo: 

Cher Met Gala 1974

No Met Gala de 1974, o tema foi "Romantic and Glamorous Hollywood Design". A exposição e o evento celebraram a moda e o estilo da Era de Ouro de Hollywood, homenageando os designers e estilistas que contribuíram para o glamour e o romance do cinema. O tema permitiu aos convidados explorar o estilo clássico e sofisticado dos filmes e estrelas da época, destacando-se com trajes elegantes inspirados na moda hollywoodiana.

Neste ano o vestido de Cher, feito pelo renomado estilista Bob Mackie, causou muita agitação. O vestido foi considerado um dos Naked Dresses (vestido transparente) mais famosos de todos os tempos. 

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Cher chegando no MET de 1974, com o vestido feito por Bob Mackie - Foto: Ron Galella / Getty Images

Um vestido transparente bordado com mangas e saia de penas brancas. Quase tudo era visível, incluindo os mamilos de Cher (os protetores de mamilos ainda não eram usados naquela época).

Um tempo depois, ela usou o vestido em uma fotografia que apareceu na capa da revista Time, que na época reservava o lugar de destaque para líderes mundiais ou pessoas que tivessem destaque revolucionário, em contrapartida, Cher estampava a capa usando a peça polêmica, o que fez com que a revista esgotasse quase que imediatamente nas bancas de jornais. A repercussão foi tamanha que algumas cidades chegaram a proibir a venda da edição.

 

Rihanna Met Gala 2015

O tema deste ano foi "China: Through the Looking Glass" (China: Através do Espelho). A temática do evento explorou a influência da cultura chinesa na moda ocidental ao longo dos anos, além de combinar elementos tradicionais chineses com interpretações modernas e contemporâneas, examinando como a estética chinesa influenciou e inspirou os designers de moda. 

O resultado foi a incorporação de elementos inovadores na estética americana, o que enriqueceu a exposição dos trajes no tapete vermelho. Muitos convidados abraçaram o tema com a introdução desses elementos e referências da cultura chinesa em seus looks. Rihanna fez uma entrada ousada e icônica com seu visual que se tornou um dos mais comentados e memoráveis da noite. 

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Rihanna foi um dos destaques no tapete vermelho do MET de 2015 - Foto: Mike Coppola / Getty Images

Ela vestia um vestido amarelo extravagante, criado pelo estilista chinês Guo Pei. O vestido era extremamente volumoso, com uma cauda longa que se estendia pelo tapete vermelho. Feito de seda amarela vibrante, apresentava uma mistura de elementos tradicionais chineses e um design contemporâneo. Era ricamente decorado com bordados intrincados, detalhes florais em 3D e contas douradas.

O look de Rihanna foi tão impactante que foi apelidado de "omelete" ou "pizza" nas redes sociais, devido ao seu formato circular e tamanho exuberante. O vestido levou dois anos para ser criado e foi uma escolha arrojada que capturou a atenção de todos no evento.

 

Zendaya Met Gala 2019 

Em 2019, o tema da edição foi “Camp: Notes on Fashion”, inspirado pelo ensaio de Susan Sontag, intitulado “Notes On Camp” em 1964. O termo “camp” refere-se a uma estética extravagante, exagerada e irônica, que celebra o artificial, o teatral e o exagerado na moda.

Neste ano, o tapete vermelho foi repleto de looks ousados e extravagantes. Muitos convidados abraçaram a oportunidade de usar roupas dramáticas, cores vibrantes, estampas chamativas e elementos que captassem o espírito camp, entretanto, um look em específico chamou a atenção.

Zendaya e seu estilista Law Roach apostaram em uma entrada teatral, recriando um momento de conto de fadas. Enquanto caminhava pelo tapete vermelho, o estilista segurava uma varinha de fada e acionava efeitos especiais para transformar seu vestido em uma cor brilhante de azul, como uma referência ao vestido mágico da Cinderela.

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O vestido de Zendaya se transformou no meio do tapete, em 2019 - Foto: Getty Images

O vestido de Zendaya foi uma homenagem à famosa atriz e cantora americana, Dorothy Dandridge, que foi a primeira mulher negra indicada ao Oscar de Melhor Atriz. O look de Zendaya foi inspirado no icônico vestido de Dandridge no filme "Carmen Jones" (1954). 

O vestido da grife Tommy Hilfiger, criado em colaboração com a estilista Law Roach, foi altamente aclamado e se tornou um dos mais comentados e elogiados da noite. A homenagem da atriz e a abordagem criativa para representar a transformação da Cinderela a tornaram uma das estrelas mais memoráveis do evento.


 

Kim Kardashian Met Gala 2021 e 2022

Em eventos grandes como o Met Gala, é impossível não existir nenhuma polêmica. Kim Kardashian já é uma convidada frequente, e mesmo sendo uma figura importante, não foge das críticas. Veja dois looks que dividiram opiniões e levaram a empresária a ser alvo de alguns julgamentos. 

Em 2021 o tema do Met Gala foi “Na América: Um Léxico da Moda”, e Kim surpreendeu todos ao aparecer com corpo inteiramente coberto por um tecido preto. O look era um design da marca de luxo Balenciaga, mas aparentemente não agradou muito o público. Em comparação com os anos anteriores, a mídia ficou decepcionada que a empresária não entregou o esperado.

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Kim Kardashian, de Balenciaga, foi alvo de críticas nas redes sociais - Foto: Mike Coppola / Getty Images

Já em 2022 a polêmica desagradou muito mais a mídia e os fãs do evento. Para o tema deste ano, “Gilded Glamour and White Tie”, a inspiração era a Era Dourada do século 19 nos Estados Unidos. Kim Kardashian foi longe demais com sua proposta e usou o icônico vestido de Marilyn Monroe, de quando a atriz cantou o então polêmico "Parabéns” ao Presidente John F. Kennedy. 

Apesar da surpreendente homenagem, ao devolver a peça, o colecionador Scott Fortner diz que o tecido do vestido estava esgarçado e alguns cristais estavam faltando. No Instagram, a conta The Marilyn Monroe Collection postou a comparação do antes e pós evento.

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O antes e depois do vestido original usado por Marilyn Monroe - Foto: Reprodução via Instagram (@MarilynMonroeCollection)
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O vestido usado por Kim Kardashian, em 2022, causou polêmica nas redes sociais - Foto: John Shearer / Getty Images

 

Gigi Hadid Met Gala 2022

A modelo apostou em um look inteiramente vinho da Versace. Gigi já é a cara da marca de luxo e internautas acreditam que o visual captou bem a essência da grife. A construção da roupa é composta por um casaco puffer oversized - e um corset sobreposto a um macacão de látex.

O impacto que Gigi Hadid causou com sua extravagância rendeu vários elogios. A sua superprodução foi chamada de "excêntrica", “ousada”, “marcante”. Além disso, a modelo deu show de elegância e carisma no Red Carpet, roubando os holofotes.

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Gigi Hadid, de Versace, arrancou elogios com a sua produção, em 2022 - Foto: Jamie McCarthy / Getty Images 

Contando com a maquiagem e o colar na mesma paleta de cores, o figurino foi uma aposta e tanto. Marcou o conhecido “ano do exagero” no Met Gala e fez história no evento.

 

Blake Lively e o Met Gala

Por falar em fazer história, podemos fazer uma menção honrosa a atriz. A mais esperada todos os anos infelizmente não compareceu no Met Gala deste ano. Mas vale a pena relembrar a história que Blake fez até então.

Blake Lively já teve sua presença marcada por várias marcas luxuosas, como Gucci, Chanel, Versace, Ralph Lauren e Marchesa. A atriz já participou do evento 11 vezes, só teve ausência em 2019, 2020 e 2021 desde o primeiro convite em 2008.

Seus looks mais icônicos e conhecidos são os de 2018 e o de 2022. No de 2018 o tema foi "Corpos Celestiais: Moda e a Imaginação Católica”, e ela chamou a atenção de todos com um vestido vermelho Versace. A elegância dela e o look a levaram para a lista das mais bem vestidas do evento.

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Em 2018, Blake foi com um dos principais looks da noite, de Versace - Foto: Getty Images

Quatro anos mais tarde, Blake revolucionou o Met Gala. Em sua primeira aparição desde 2018, ela se tornou anfitriã da cerimônia e marcou seu nome para sempre. Novamente com uma peça assinada pela Versace, seu look passou por uma transformação enquanto subia as escadarias. 

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Blake abriu o laço no vestido, inspirado na Estátua da Liberdade, revelando uma nova cauda - Fotos: Getty Images

Inicialmente cor de cobre inspirado no Art Deco, de repente revela um verde água que estava escondido no laço de seu vestido até então. Inspirado em Nova York e as cores remetendo à Estátua da Liberdade, Blake roubou os holofotes mais uma vez.

 

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Estudantes compartilham dicas e conhecimentos sobre o mundo fashion em plataforma viral
por
Lorrane de Santana Cruz
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02/05/2023 - 12h

Por Lorrane de Santana Cruz

Os conteúdos criados na internet hoje são consumidos por vários países e usuários. Uma das redes mais viralizadas do momento é o TikTok. E é nela que milhares de pessoas usam a criatividade para se mostrar ao mundo. Assim como tudo foi se transformando, com as tendências fashionistas não seria diferente. Chamado de Fashion TikTok, os influenciadores mostram ideias e particularidades no modo de se vestir e se expressar.

 

   Fonte: Instagram

 

 Fonte: Instagram

As influenciadoras Luísa Masson, com 4.7 k seguidores, e Thiemy Tamura, com 32.8 k produzem conteúdos para a plataforma TikTok, e por lá mostram estilos, tendências e suas criações no mundo fashionista. Para Luísa, o interesse na moda surgiu ainda cedo, quando ela era criança. "Meu interesse pela moda vem desde a infância, antes por um hobby e hoje se tornou um trabalho que me inspira a ter vários sonhos. Durante minha infância eu fazia roupas novas para as minhas Barbies, assistia filmes que tinham a moda em sua narrativa, como “Barbie moda e magia”, o interesse pela moda surgiu de forma natural e espontânea".

Já para Thiemy, o interesse surgiu durante a pandemia da Covid-19. "Meu interesse surgiu na pandemia, quando eu comecei a consumir mais esse conteúdo nas redes sociais". A moda é algo singular e particular de cada indivíduo, e vai muito além de vestir. Para Masson a moda está ligada à sociedade. "A moda no meu ponto de vista é um reflexo da sociedade, ela vai muito além das roupas e acessórios. Moda é comunicação, cultura, economia, política, é por meio dela que conseguimos criar diálogos, nos conectamos com as pessoas ao nosso redor e expressamos nossa personalidade ao mundo".

 "Moda para mim é um jeito de se expressar e mostrar a sua personalidade sem falar nada, apenas pelo visual". Reflete Tamura. Muitas pessoas começaram a arriscar uma carreira na internet, e para isso é necessário tempo e dedicação. "Eu concilio a minha rotina de estudante de engenharia com a de influencer, costumo deixar um dia da semana para gravar conteúdos para o tiktok e vou postando 1 vídeo por dia", declara Thiemy. Para mais, a mesma precisa levar em conta os algoritmos da plataforma e o alcance que os vídeos vão obter já que não é muito fácil crescer.

"Sim, o conteúdo viraliza por um tempo, depois não e fica nesse ciclo. Sinto que não depende do conteúdo em si, mas sim da “sorte” do vídeo viralizar". Por outro lado, Luísa também compartilhou  sua percepção: "Sim, o medo e a dificuldade de gravar os conteúdos existem. No início, quando comecei a compartilhar, postava em total segredo, tinha muito receio do que meus amigos e conhecidos poderiam dizer. Atualmente, encaro essa situação com normalidade, acredito que quem não é visto não é lembrado, e enxergo a produção de conteúdo como um trabalho. Porém, as dificuldades sempre vão existir e o medo também, mas eles não podem ser maiores do que seu sonho e não podem te paralisar".

Quando postados nas redes sociais, os vídeos e na grande maioria das vezes os criadores estão sujeitos a críticas. Respondendo se já lidou com comentários negativos, Tamura alega: "Sim, mas nada desrespeitoso. Apenas críticas sobre a roupa que escolhi ou formato de vídeo, alguns grosseiros". 

No caso de Luísa, as coisas não mudam tanto assim. "As críticas são outro ponto que sempre estarão presentes. No meu primeiro vídeo que viralizou recebi diversas críticas, algumas construtivas e outras nem tanto, mas preferi encarar de forma positiva e pensar que ninguém agrada todo mundo e se eu tiver conseguido ajudar uma pessoa ou possibilitar um novo insight a alguém, já valeu a pena!".

Há alguns bônus em trabalhar no meio digital. Por exemplo, Luísa estuda moda, e se mostra realizada tanto na faculdade, quanto gravando vídeos. "A melhor parte da faculdade de moda na minha visão é poder explorar a criatividade, conhecer novas áreas dentro da moda e consequentemente, sair da famosa “zona de conforto”. A faculdade me possibilitou viver novas experiências e introduzi-las em minhas criações". 

Seguramente Thiemy se mostra no caminho quando o assunto é trabalhar com internet, e perceber o resultado de tudo isso: "Para mim é a “leveza”, consigo fazer algo que eu gosto e ser recompensada por isso".

 

 

 

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