Entre ocupações e assembleias, universitários fazem da moda um instrumento de protesto
por
Maria Julia Malagutti.
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26/06/2025 - 12h

Nas ruas e universidades, a moda afirma-se como linguagem política: um código visual capaz de expressar ideologias, indignações e identidades coletivas. Em um Brasil marcado por tensões sociais, reações conservadoras e a articulação de movimentos progressistas, o corpo torna-se campo de disputa simbólica.

Esse uso da estética como resistência não é novo. Nos anos 1960 e 1970, movimentos como o feminismo, o black power e o punk já faziam do vestuário uma ferramenta de contestação. Hoje, esse gesto se atualiza: a camiseta da seleção brasileira, antes símbolo nacional, virou objeto de disputa ideológica, enquanto outras peças se consolidam como marcas visuais de protesto, como os keffiyehs em atos pró-Palestina ou camisetas com frases como “Estado laico já”.

Em entrevista à AGEMT, a estilista Isadora Barbozza afirma que “o vestuário é essencial para transmitir mensagens sociais, culturais, ideológicas e políticas”. Para ela, é possível reconhecer, à primeira vista, a filiação a uma causa, crença ou identidade coletiva. “Você consegue, num olhar, identificar uma roupa de matriz africana. É muito expressivo”, destaca. Ela lembra que religiões, culturas e instituições sempre usaram a roupa como marcador simbólico — mostrando que o corpo vestido participa da construção de sentidos sociais.

Na universidade, esse fenômeno se intensifica. Na PUC-SP, onde o movimento estudantil voltou a se articular em 2025, com assembleias e protestos pela democratização interna e contra retrocessos nos direitos humanos, o vestir passou a compor o ato político. Camisetas com símbolos de partidos e movimentos sociais — como o PT, o MST e coletivos feministas — tomaram os corredores, transformando o corpo dos estudantes em suporte de convicções. A escolha da roupa deixa de ser neutra e se torna apoio ao debate.

A relação entre vestuário e engajamento também aparece na fala de Martim Tarifa, estudante de Jornalismo da PUC-SP. Em entrevista à AGEMT, ele conta que escolheu sua roupa com intenção ao participar da assembleia da ocupação estudantil. “Não fazia sentido ir com qualquer roupa. Vesti minha camiseta antifascista porque, da minha casa até lá, queria deixar claro meu apoio à mobilização”, explica. Para ele, mesmo quando não há uma intenção explícita, o modo de se vestir carrega significados. “Só de olhar para o estilo de uma pessoa, já dá pra perceber uma possível posição política. É uma forma de se posicionar e também de se identificar”, acrescenta.

 

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Confira como foram os desfiles do último dia da semana de moda paulistana
por
Pedro da Silva Menezes
Helena Haddad
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23/04/2025 - 12h

Na sexta-feira (11), o último dia da 59ª edição da São Paulo Fashion Week foi marcado por três desfiles de estilos distintos. A capital paulista recebeu as novas coleções da Handred, Patricia Vieira e PIET que encerraram o evento.

Handred

Abrindo o  dia, Handred apresentou uma coleção cheia de referências artísticas brasileiras e inspiradas na tapeçaria. Ponto Brasileiro – nome da coleção assinada pelo estilista André Namitala- traduziu a homenagem desejada pelo artista: “Uma ode ao legado dos grandes mestres tapeceiros”

O desfile ocorreu na galeria Passado Composto, no bairro do Jardins. Enquanto os modelos passavam apresentando a coleção, André narrava o desfile comentando os looks, suas técnicas e seus pensamentos, uma ambientação única e intimista. A  Handred trouxe excelência na necessidade atual de experiências imersivas para a passarela.

A coleção acentua os trabalhos manuais do ateliê e comemora brasilidade – as cores vibrantes, peças inspiradas em obras de Jacques Douchez e na ilustração “Jardim Brasileiro” do artista Filipe Jardim. As técnicas refinadas com ajuda do Apara Studio relembram Genaro de Carvalho, tapeceiro brasileiro que incorporava cores e a cultura brasileira em suas obras.

Uma coleção com bordados, organza, lã, veludo e seda, tudo conversa com as obras. Outro ponto alto foi a beleza assinada por Carla Biriba, a maquiagem dos modelos conversava diretamente com as peças e passavam do corpo para o rosto. A linha transcende a moda e mostra como caminhar junto da arte brasileira.

Modelo no desfile da Handred
Desfile Handred. Fonte: Reprodução/Agfotosite

 

Patricia Viera 

Marca consolidada na SPFW e conhecida pelo trabalho com couro, Patricia Viera apresentou sua nova coleção na Casa Higienópolis, em parceria com o artista Jardel Moura, responsável pelo desenvolvimento do corte tipo richelieu - caracterizado por desenhos vazados, muitas vezes com flores, folhagens ou padrões geométricos . 

Sempre buscando inovação com sustentabilidade, Viera traz uma coleção que reforça seus atributos ao usar tecnologia a laser na construção do couro. Inspirada no Art Déco, a estilista aposta em tons sóbrios, como bordô, marinho e até metálicos, aliados à geometria. Os mosaicos, criados por meio do programa Zero Waste, reutilizam sobras de couro do ateliê, promovendo uma produção mais consciente.

Com uma ambientação clássica, a coleção revisita o passado sem deixar de valorizar o presente, trazendo elementos como um vestido de noiva e o uso de animal print. O trabalho artesanal das peças é único e reafirma o luxo característico da marca. Pela primeira vez, a marca apresentou uma coleção própria de sapatos, expandindo seu portfólio de produtos.

Modelo com vestido de noiva no desfile da Patricia Viera
Vestido de noiva em couro. Fonte: Agfotosite/Zé Takahashi

 

PIET

Com trilha sonora de Marcelo D2 e Nave Beats, Pedro Andrade criou um cenário único no estádio do Pacaembu para apresentar o desfile da PIET. O futebol foi o protagonista da coleção. O estilista explicou à CAPRICHO que a apresentação funciona como uma linha do tempo que começa nas memórias de infância, que ajudam a formar o imaginário coletivo da população sobre o esporte. “O futebol está no nosso DNA”, declarou.

Ele explora diversos personagens nas roupas: do torcedor ao técnico, passando pelo jogador e até mesmo pelo soldado na reserva, que passa a maior parte do tempo jogando bola. Por meio de uma combinação de modelagens justas e oversized, meiões, releituras de camisas de time e estampas camufladas, o estilista traduz essas personas em suas peças.

Modelos no desfile da Piet no campo do estádio do Pacaembu
Desfile da PIET na SPFW N59. Fonte: Agfotosite/Marcelo Soubiha

 

A maquiagem também teve destaque na passarela. Helder Rodrigues foi o responsável pela beleza dos modelos, que apareceram desde apenas com blush, até rostos completamente pintados, que evocaram a paixão dos fanáticos pelo esporte.

Desde 2022, a São Paulo Fashion Week passou a vender ingressos, mas o evento da marca de streetwear foi em contrapartida ao disponibilizar 4 mil entradas gratuitas para o público e reuniu uma comunidade fiel à marca. A escolha foi certeira, já que os torcedores formam parte essencial desse “jogo da moda”.

Estreante na SPFW em 2018, a PIET conquistou reconhecimento internacional ao firmar parcerias com marcas como Oakley, Puma e Levi’s. Com o encerramento da semana de moda, ela trouxe uma atmosfera de final de Copa do Mundo e reafirmou a democratização dos espaços da moda com a coleção “Farmers League”.

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Grandes marcas enfrentam críticas sobre métodos de produção e as reais práticas do mercado de luxo
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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22/04/2025 - 12h

No começo do mês de abril, o jornal americano Women's Wear Daily (WWD) divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostrava os bastidores da fabricação da bolsa 11.12, um dos modelos mais populares da histórica francesa Chanel. Intitulado “Inside the Factory That Makes $10,000 CHANEL Handbags” (“Dentro da Fábrica que Produz Bolsas Chanel de US$10.000”), o material buscava justificar o alto valor do acessório, mas acabou provocando controvérsia ao exibir etapas mecanizadas do processo, incluindo a costura.

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Imagem do vídeo postado pelo WWD que foi deletado em seguida. Foto: Reprodução/Tiktok/@hotsy.magazine

Embora o vídeo também destacasse momentos artesanais, como o trabalho manual de artesãs, a revelação de uma linha de produção mais automatizada do que o esperado causou estranhamento entre o público nas redes sociais. A repercussão negativa levou à exclusão do conteúdo poucas horas após a publicação, mas o vídeo continua circulando por meio de republicações. 

Além do material audiovisual, a WWD publicou uma reportagem detalhada sobre o processo de confecção das bolsas. Foi a primeira vez que a maison fundada por Coco Chanel, em 1910, abriu as portas de uma de suas fábricas de artigos em couro. A iniciativa está alinhada ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que visa ampliar a transparência ao oferecer informações claras sobre a origem dos produtos, os materiais utilizados, seus impactos ambientais e orientações de descarte através de um passaporte digital dos produtos.

Em entrevista à publicação, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou: “Se não mostrarmos por que é caro, as pessoas não saberão”. Ao contrário do vídeo, as imagens incluídas na matéria priorizam o trabalho manual dos artesãos, reforçando a narrativa de exclusividade e cuidado artesanal.

Para a jornalista de moda Giulia Azanha, a polêmica evidencia um atrito entre a imagem construída pela marca e a realidade do processo produtivo. “Acaba criando um rompimento entre a qualidade percebida pelo cliente e o que de fato é entregue”, afirma. Segundo ela, a reação negativa afeta principalmente os consumidores em potencial, ainda seduzidos pelo imaginário construído pela grife, enquanto os compradores habituais já estão acostumados com o funcionamento e polêmicas do mercado de luxo.

Atualmente, a Chanel administra uma série de ateliês especializados em ofícios artesanais por meio de sua subsidiária Paraffection S.A., reunidos no projeto Métiers d’Art, voltado à preservação de técnicas manuais tradicionais. A marca divulga sua produção feita à mão como um de seus pilares. No entanto, ao longo dos anos, parte da fabricação tornou-se mais automatizada — sem que isso tenha sido refletido nos preços finais.

Em 2019, a bolsa 11.12 no tamanho médio custava US$ 5.800. Hoje, o mesmo modelo é vendido por US$ 10.800 — um aumento de 86%. Para Giulia, não é o produto em si que mantém o caráter exclusivo, mas sim a história da marca, a curadoria estética e seu acesso extremamente restrito: “No final, essas marcas não vendem bolsas, roupas, sapatos, mas sim a sensação de pertencimento, de sofisticação e inacessibilidade, mesmo que seja simbólico”.

A jornalista de moda acredita que grande parte das outras grifes também adota um modelo híbrido de produção, que combina processos artesanais e mecanizados. Isso se justifica pela alta demanda de modelos como as bolsas 11.12 e 2.55, os mais vendidos da Chanel, o que exige uma produção em escala. No entanto, Giulia ressalta que a narrativa em torno do produto é tão relevante quanto sua fabricação: “O conceito de artesanal e industrial no setor da moda é uma linha muito mais simbólica do que técnica”, afirma.

Na mesma reportagem da WWD, Pavlovsky afirmou que a Chanel pretende ampliar a divulgação de informações sobre o processo de fabricação de seus produtos. A iniciativa acompanha a futura implementação do passaporte digital, que será exigido em produtos comercializados na União Europeia. A proposta é detalhar como os itens são produzidos, incluindo dados voltados ao marketing e à valorização dos diferenciais que tornam as peças da marca únicas. A matéria da WWD foi uma primeira tentativa nesse sentido, mas acabou não gerando a repercussão esperada.

“O não saber causa um efeito psicológico e atiça o desejo por consumo, muito mais rápido do que a transparência”, observa Giulia, destacando o papel do mistério no universo do luxo. Para ela, as marcas enfrentam o dilema de até que ponto devem revelar seus processos sem comprometer a aura de exclusividade. Embora iniciativas como a da Chanel pareçam valorizar aspectos como a responsabilidade ambiental e o trabalho manual — atributos bem recebidos na era das redes sociais, a jornalista acredita que a intenção vai além da educação do consumidor: “A ideia é parecer engajado e preocupado com a produção e seus clientes, mas a intenção por trás está muito mais ligada a humanizar a grife do que, de fato, educar o público”.

 

Até onde as práticas de fabricação importam?

 

Também no início de abril, diversos perfis chineses foram criados no aplicativo TikTok. Inicialmente, vídeos aparentemente inocentes mostrando a fabricação de bolsas e outros acessórios de luxo foram postados. Porém, com o aumento das taxas de importação causada pelo presidente americano, Donald Trump, estes mesmos perfis começaram a postar vídeos comprovando que produtos de diversas grifes de luxo são fabricados na China.

Estes vídeos se tornaram virais, arrecadando mais de 1 milhão de visualizações em poucos dias no ar. Um dos perfis que ganharam mais atenção foi @sen.bags_ - agora banido da plataforma -, usado para expor a fabricação de bolsas de luxo. Em um dos vídeos postados no perfil, um homem mostra diversas “Birkin Bags” - bolsas de luxo fabricadas pela grife francesa Hermés, um dos itens mais exclusivos do mercado, chegando a custar entre US$200 mil e US$450 mil - que foram produzidas em sua fábrica.

As bolsas Birkin foram criadas em 1981 em homenagem à atriz Jane Birkin por Jean-Louis Dumas, chefe executivo da Hermés na época. O design da bolsa oferece conforto, elegância e praticidade, ganhando rapidamente destaque no mundo da moda.

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Jane Birkin usando a bolsa em sua homenagem. A atriz era conhecida por carregar diversos itens em sua Birkin, personalizando a bolsa com penduricalhos e chaveiros. Foto:Jun Sato/Wireimage.

A Hermés se orgulha em dizer que as Birkin são produtos exclusivos, principalmente devido ao lento processo de produção. De acordo com a marca, todo o processo de criação de uma Birkin é artesanal e o produto é fabricado com couros e outros materiais de difícil acesso. Porém, com a revelação do perfil @sen.bags_, o público começou a perceber que talvez a bolsa não seja tão exclusiva assim.

No mesmo vídeo mencionado anteriormente, o homem diz que tudo é fabricado na China, com os mesmos materiais e técnica, mas as bolsas são enviadas à Europa para adicionarem o selo de autenticidade da marca. Essa fala abriu um debate on-line, durante todo esse tempo, as pessoas só vêm pagando por uma etiqueta e não pelo produto em si?

Para Giulia, polêmicas desse nível não afetam de forma realmente impactante as grandes grifes de luxo, já que “A elite não para de consumir esses produtos, porque como já possuem um vínculo grande [com as marcas] não se trata de uma polêmica que afete sua visão de produto, afinal além de venderem um simples produto, as grifes vendem um estilo de vida compatível com seu público.

A veracidade destes vídeos não foi comprovada, mas a imagem das grifes está manchada no imaginário geral. Mesmo que a elite, público alvo destas marcas, não deixe de consumi-las, o resto dos consumidores com certeza se deixou afetar pelo burburinho.

Nas redes sociais, diversos internautas brincam dizendo que agora irão perder o medo de comprar itens nos famosos camelôs, alguns até pedem o nome dos fornecedores, buscando os prometidos preços baixos.

Financeiramente, a Chanel e outras marcas expostas, podem ter um pequeno baque, mas por conta de suas décadas acumulando capital, conseguiram se reequilibrar rapidamente. “Elas podem sentir um impacto imediato, mas que em poucos anos são contidos e substituídos por novos temas, como a troca repentina de um diretor criativo ou um lançamento de uma nova coleção icônica.”, acrescentou Giulia.

Outras grandes grifes já enfrentaram escandâlos, até muito maiores do que esse como menciona Giulia “A Chanel, inclusive passou por polêmicas diretamente ligadas a sua fundadora, até muito mais graves do que seu processo produtivo”, se referindo ao envolvimento de Coco Chanel com membros do partido nazista durante a Segunda Guerra. Porém, como apontado anteriormente, essas marcas conseguiram se reerguer divergindo a atenção do público a outro assunto impactante.

Esse caso foi apenas um de muitos similares na história da indústria da moda, mas, como apontado por Giulia: “A maior parte das grifes em questão tem ao menos 100 anos de história e já se reinventaram diversas vezes em meio a crises, logo a transformação será necessária.”

 

Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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Reconhecimento da estética periférica: como a moda se torna um ato político para reivindicar a liberdade de ser e de estar
por
Thainara Sabrine
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31/08/2023 - 12h

Loyal é um movimento de moda periférica que surgiu no extremo sul da periferia de São Paulo e vem transformando olhares para a moda desde 2017. O movimento une narrativas diversas e vivências marginalizadas, permitindo o reconhecimento do eu através da estética e da representatividade. 


A subversidade, neste caso, é se opor a padronização e vestir o que se é. Possibilitar encontrar em si próprio, ser a sua principal referência e, a partir disso, construir narrativas singulares que permitam reconhecimento. Neste caso, a moda está além da estética, mas principalmente como uma expressão em diversos sentidos.

No último sábado (26), aconteceu mais uma ação do movimento, desta vez, através do fomento à cultura periférica no “Estéticas das Periferias”, sediado na Organização não governamental (ONG) Núcleo de Acolhimento e Valorização da Educação (N.A.V.E) Capão Redondo. A ação propõe a coletivos independentes a oportunidade para a realização de atividades artísticas e culturais em seus próprios domínios.

                           

Mulher negra de cabelos longos e lisos desfilando com empoderamento. Veste uma peça de roupa que possui fendas por todo corpo
Desfile Loyal: 1000 trutas 1000 tretas. Modelo está vestindo "IURI". Foto por Thainara Sabrine

                
Movimentos que surgem e permanecem na periferia

O Loyal tem como parte de seu fundamento a seguinte condição: que as ações sejam sempre realizadas na periferia. “O Loyal surge na quebrada com público da quebrada, com os produtores, com os artistas, com os modelos de quebrada. A gente não quer se vender enquanto mercadoria da indústria, então o Loyal não é pra galera da ponte pra lá, é pra galera da quebrada”, comenta a idealizadora do movimento, Jaqueline Leal (Loyal).

Jaqueline também explicita que poucas pessoas se viam como criadoras ou modelos, mas a partir de seu primeiro desfile foi nítido o aumento do empoderamento individual e coletivo. 


Hoje podemos encontrar diversas marcas periféricas que surgem em decorrência da experiência no movimento e, como exemplo disso, temos as próprias marcas que participaram do último desfile  (Apolod, IURI e Loyal). Loyal reitera:  “Nós somos um movimento, não é algo isolado [...] nos promover entre a gente, fazer acontecer pra gente.” 
 

Homem negro desfilando empoderado, vestindo um casaco branco cheio de fendas
Desfile Loyal "1000 trutas 1000 tretas". Modelo está vestindo "IURI". Foto por Thainara Sabrine

                                   
1000 trutas 1000 tretas

Todo o espetáculo carrega uma temática a ser abordada e debatida entre os participantes e espectadores, pois reencontramos propostas que possam sugerir a discussão em torno da cultura ou estética periférica. Por isso, a proposta do movimento Loyal é também trazer para suas ações, discussões e celebrações que se relacionam com o cotidiano e as vivências de pessoas da periferia, viabilizando um sentimento real de pertencimento. 

Para o último desfile realizado, o movimento decidiu se inspirar na comemoração “50 Anos do Movimento Hip Hop”, Jaqueline Loyal explica: “A gente resolveu abraçar essa temática do Estéticas e de fato trazer essas intervenções sobre o Hip Hop e algumas informações que normalmente a gente não conhece como quem foram os pioneiros aqui, e lá fora”. 


Outras intervenções também tomaram conta dos palcos da última edição, como shows de Rap, Breaking, DJ Set e o Graffiti.

mulher negra com tranças longas, sorrindo, segurando um microfone, vestindo um cropped
Apresentação da cantora Afreekassia durante o desfile "1000 trutas 1000 tretas" do Loyal. Foto por Thainara Sabrine

                                       
O Loyal é um movimento coletivo, é um empoderamento da quebrada

Existem outros movimentos de moda acontecendo em paralelo ao Loyal, cada um em sua especificidade e com seus princípios. Quando questionada sobre o que o move  “O Loyal” Jaqueline comentou: “Não é só sobre a roupa, é o modelo que tá ali, é o público que tá na platéia, é o artista que tá se apresentando. A roupa é só um plus, um adereço. O que faz as coisas acontecerem são as pessoas e essa autoestima. Às vezes elas não se enxergam no dia a dia, mas quando vestem uma roupa do Loyal, Apolod ou IURI, se sentem empoderadas”. 


“É um movimento muito coletivo, então quando eu vejo alguém da minha família modelando, um vizinho desfilando, um vizinho que nunca vi cantar e ele tá lá no Loyal cantando, isso nos empodera energeticamente. Muitas pessoas ao meu redor se empoderam entre elas [...] é um empoderamento da quebrada, um movimento da quebrada e tudo muito coletivo. Para nós não importa muito o que ta rolando da ponte pra lá. Acho que quando fazemos esse contra-moda, esse movimento, nós nos empoderamos entre a gente.”

                                         

foto do corpo de uma mulher negra vestindo um top e uma saia de upcycling
Desfile Loyal "1000 trutas 1000 tretas". Modelo está vestindo "IURI". Foto por Thainara Sabrine


Durante sua trajetória, o Loyal também contou com a abertura de um Núcleo de Moda na Fábrica de Cultura do Jd. São Luís, dando início a mais uma atividade que propoẽ o saber sobre o moda e a valorização da criação periférica. 


No desfile, conversamos com LIZI (@cherodejasmim) que além de estudante do núcleo de moda, também é modelo e desfilou na Loyal nesta última ação. LIZI comentou sobre sua experiência: “O meu sentimento de desfilar na Loyal foi de grandeza, como um mulher quilombola eu represento muitas pessoas que infelizmente hoje não puderam estar aqui, mas é um privilégio enorme pra mim desfilar na quebrada, com 3 estilistas muito monstros [...] Loyal não é especificamente sobre as peças, mas sim sobre os modelos, sobre corpos, sobre identidade visual, identidade própria, e é muito gostoso se sentir representada por marcas assim.”

                                           

Mulher negra com a cabeça baixa mostrando penteado "bantu", enquanto segura correntes douradas
 LIZI mostra seus acessórios, correntes e penteado "Bantu Knots" que completaram sua éstetica no desfile "1000 trutas 1000 tretas". Foto por Thainara Sabrine

                                   
A subversidade de vestir o que se é está principalmente no ato de se enxergar enquanto potencialidade e representante da sua própria história. Loyal é um movimento que permite esse encontro através da coletividade e afirmação da própria identidade. 

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Aprofundando na estética e moda dos shows e do público!
por
Maria Clara Aoki
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11/09/2023 - 12h

Um ensaio fotográfico experimental no Festival "Quem é Quem", oferecido pela produtora "De Quintal", formada por Felipe Távora e Isadora Klock, contaram com atrações como Ana Spalter, Rosa Camaleão, Lince, Dj Set Ottopapi. O breve ensaio procura abordar a moda e a estética encontrada no brechó de Giulia Napoli e nos looks do público, somada ao cenário de uma casa repleta de obras de arte. 

Para mais informações dos próximos festivais e eventos da produtora, acesse o insta @dequintal.festival e fique por dentro de tudo. 

 

1
Look de Olívia Pinatti. Foto por Maria Clara Aoki

 
 
 

2
Show do cantor e compositor Lince. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

   

3
Show do Dj Set Ottopapi. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

4
A cantora Caru Cordeiro, integrante da banda Rosa Camaleão. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

 

 

5
O baixista Theo Magalhães no show de Rosa Camaleão. Foto por Maria Clara Aoki

 

6
Garimpos do brechó de Giulia Napoli. Foto por Maria Clara Aoki

 

7
Os espaços do brechó presente no Festival. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

8
 Os amigos Marcelo Canduta e Olívia Pinnati. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

9
Matheus Francisco, Theo Magalhães, Artur Santos e Pedro Toldi reunidos. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

10
Mulheres e amigas conversando na sala de estar da casa. Foto por Maria Clara Aoki

 

 

11
O baixista Valentim Frateschi, o cantor Lince e parte da organização do evento, Joana Izuno. Foto por Maria Clara Aoki

 

12
Looks styles do casal abraçado. Foto por Maria Clara Aoki

 

Jovens garimparam suas roupas em brechós e no guarda-roupas de seus pais
por
Carlos Kelm
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11/09/2023 - 12h

Quando­ certa­ manhã­ Fernanda acordou­ de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama meta­morfoseada numa adulta chique e pretencisoa. 

Nossos millenials mais jovens estão cada vez mais perto dos trinta. Muitos deles não se identificam com o rótulo de adulto, nem com a ideia de sucesso e as demais cafonices que a acompanham. Pensando nisso, Fernanda decidiu abordar o assunto em sua festa de aniversário. Ela e seus amigos procuraram inspirações em filmes antigos, e no guarda-roupa de seus pais para montar looks divertidos e autoconscientes que remetem à "chiqueza" e à vida adulta.

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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm
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Foto: Carlos Kelm

 

Com enfoque histórico nos impactos ambientais, em 4 dias de evento a Copenhagen Fashion Week soprou ventos que abalaram a temporada de verão.
por
Bianca Athaide
Giovanna Montanhan
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21/08/2023 - 12h

Criada em 2006, a semana de moda escandinava vem estabelecendo seu espaço no universo fashion graças a seu caráter rígido para uma boa conduta sustentável.  Não recebendo o mesmo prestígio das quatro principais semanas de moda do universo fashion, a Copenhagen Fashion Week sintetiza a união de tendências e inovações no âmbito da moda sustentável, traço característico da cultura sueca. 

Com o título de irmã mais nova, essa semana traz o progressismo e afronte que um dia foi característico da - agora mais tradicional - Semana de Moda de Londres. Sua CEO Cecilie Thorsmark listou 18 padrões rígidos que englobam áreas como diversidade, cadeia de suprimentos e a vida útil das peças de roupa, que devem ser cumpridos por todos os designers e marcas que queiram usar a semana como vitrine para o mercado mundial. 

Assim, do dia 07 ao 11 de agosto, 31 marcas, entre elas veteranas e novatas, subiram às passarelas para mostrar o porque que Copenhagen está cada dia mais perto de roubar a coroa de capital da moda da antiga Paris.

Opening Day

O primeiro dia contou com a participação de grandes nomes como: Latimmier e A. Roege Hover, além da marca esportiva-casual 7 Days Active e da crescente estrela em ascensão Saks Potts. 

A marca que carrega os sobrenomes de suas criadoras (Barbara Potts e Catherine Saks) é a mais nova queridinha de estrelas como Kendall Jenner e Lily Rose-Depp, devido a seu espírito que funde alfaiataria com denim e brilhos. 

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Alana Hadid estreando nas passarelas com look que resume a identidade da Saks. - Reprodução: Andrea Adriani/ Gorunaway.com

2º Dia

A estrela do segundo dia foi a marca finlandesa Rolf Ekroth e sua característica pegada romântica. Com looks de acento utilitário, combinando pontos dos anos 1960 e 1990, a coleção impressionou ao romantizar o grunge, sob um olhar ultra jovem. 

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9º look da coleção verão da Rolf Ekroth. - Reprodução: Andrea Adriani/ Gorunaway.com

Além da finlandesa, outras 8 marcas brilharam no segundo dia: Nicklas Skovgaard; Lovechild 1979; Vain; Remain; P.L.N. e a inovadora Sunflower. 

A marca dinamarquesa abusou do pseudo jeans na maioria de seus looks. Com um forte elemento rockers do anos 80, o desfile foi ambientado pela banda Laid Back.

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Sunflower e o pseudo jeans. - Reprodução: Andrea Adriani/ Gorunaway.com


3º Dia 

Com 9 marcas, o terceiro dia do evento teve uma maior presença de designers femininas, principalmente a ganhadora do Zalando Visionary Award, Paolina Russo, que teve seu debut no dia. A coleção da criadora inglesa teve enfoque na cultura do surf, com traços psytrance - estilo conveniente da comunidade frequentadora de raves - e leves toques hippies. 

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5º look apresentado no desfile de Paolina Russo. - Reprodução: Andrea Adriani/ Gorunaway.com

4º Dia 

Na quinta-feira (10), penúltimo dia dos desfiles, foram a vez dessas marcas dominarem as passarelas: TG Botanical (marca ucraniana, que visa ampliar o conceito de moda relacionando-a com tecnologia e natureza); Munthe; Gestuz; The Royal Danish Academy; Mark Kenly Domino Tan; Helmstedt (marca alemã, com produção sob demanda em prol da sustentabilidade); Deadwood; Rotate e a tão esperada Ganni. 

A Ganni é uma marca escandinava comprada pelo casal Ditte e Nicolaj Reffstrup, que reestruturaram a grife. Os novos donos fizeram questão de frisar que não se identificam com o título de ‘’marca sustentável’’, pois alegam que no cerne da moda há um estímulo à novidade e ao consumo, o que se traduz como uma contradição significativa com o conceito de sustentabilidade, mas afirmam estarem comprometidos com uma meta absoluta de redução de carbono de 50% até 2027. E se antes o foco estava em peças de cashmere, agora está em refletir o estilo escandinavo e nórdico, porém com uma abordagem moderna, vibrante e atual, além de ser a queridinha das it-girls como, por exemplo, da modelo Kendall Jenner.

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Ganni na passarela. - Reprodução: James Cochrane

The Last Call - 5º Dia

A responsável por encerrar a Semana de Moda de Copenhague foi a escandinávia Fine Chaos – fundada por Marc C. Møllerskov, que tem como público-alvo a geração Y (nascidos entre as décadas de 80 e 90), além de desafiar as normas sociais por meio da expressão artística ao criar roupas sem gênero diretamente para as minorias da sociedade, e estar sempre em constante busca por maneiras de reduzir o impacto ambiental durante toda a produção, que conta com apenas de 40 a 60 peças por item.

Algumas personalidades brasileiras compareceram ao evento, entre elas a influenciadora Livia Nunes Marques, que em entrevista a Glamour, falou sobre suas impressões: ‘’nessa temporada há uma presença forte de roupas com texturas, que costuma ser o ponto de partida de qualquer look. O jeans também é uma aposta como full look. Além disso, a estética dos anos 2010 segue com tudo, dada a sua adesão de tendências como pops de neon, blazers em abundância (embora desta vez oversized e despojados)’’. 

É inegável que a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, e que ainda de acordo com o blog de Lilian Pacce, ‘’os eventos em torno de uma semana de moda emitem uma grande quantidade de CO2, relativa a passagens áreas, comidas servidas, energia, deslocamentos etc. ‘’ 

Por esse motivo a Semana de Moda de Copenhague deve ser celebrada, por fornecer enfoque a marcas amigáveis ao meio ambiente, contrastando com  outros eventos que acontecem anualmente em Nova Iorque, Londres, Paris ou Milão, e que recebem até mais reconhecimento que o da cidade escandinava. 


 

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Na terça-feira (20), o cantor e compositor norte-americano assumiu oficialmente um dos cargos mais importantes da moda e apresentou uma coleção recheada de inovações.
por
Giovanna Montanhan
|
28/06/2023 - 12h

Paris, a capital mundial da moda, foi o cenário escolhido para o lançamento da aguardada nova coleção da Louis Vuitton. A renomada maison francesa, conhecida por suas criações luxuosas e elegantes, realizou um desfile espetacular ao longo do Rio Sena, na icônica Pont Neuf. O evento foi marcado não apenas pela exuberância das peças apresentadas, mas também pela nomeação de Pharrell Williams como diretor criativo de moda masculina, assumindo o cargo de substituo de Virgil Abloh, que faleceu tragicamente em novembro de 2021, vítima de um câncer.

 

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Foto Reprodução: Getty Images

 

Virgil Abloh, um nome inesquecível na indústria da moda, foi um visionário que revolucionou o conceito de streetwear e o levou às passarelas de alta-costura. Como diretor artístico da linha masculina da Louis Vuitton, Abloh trouxe uma estética inovadora e ousada, que combina elementos urbanos com detalhes sofisticados.

 

Foto Reprodução: Forbes
Foto Reprodução: Forbes

 

O desfile da nova coleção primavera/verão 2024 foi uma verdadeira homenagem a Virgil. O cantor e produtor, já conhecido por seu estilo autêntico e ousado, abraçou a responsabilidade de continuar o legado de seu amigo. O desfile não apenas refletiu a visão artística de Pharrell, mas também prestou tributo ao trabalho de Abloh.

As peças de roupa apresentadas na passarela combinaram o estilo urbano com elementos de luxo. A coleção apresentou uma fusão única entre o universo do jogo Minecraft (bastante popular entre o público jovem) e a moda de alta-costura. Os figurinos exibiram alusões sutis ao popular jogo, com a presença de estampas pixelizadas e formas inspiradas nos elementos gráficos característicos do Minecraft.

A coleção também explorou a camuflagem de uma forma única trazendo uma nova perspectiva para esse clássico da moda masculina. As estampas camufladas foram combinadas com os pixels, criando um visual moderno e desconstruído. Essa abordagem inovadora da Louis Vuitton evidencia a capacidade da marca de se adaptar às tendências contemporâneas e ao gosto de uma nova geração.

 

 

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Foto Reprodução: Getty Images

 

 

 

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Foto Reprodução: Getty Images

 

 

 

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Foto Reprodução: Getty Images

 

O desfile também contou com a presença de diversas celebridades e personalidades do mundo da música e da moda. Beyoncé e Jay Z, sempre influentes na cena cultural, estavam entre os convidados ilustres que prestigiaram o evento. A cantora brasileira Anitta, reconhecida internacionalmente, também marcou presença. Além disso, Rihanna, Asap Rocky, Lewis Hamilton, L7nnon, Kim Kardashian, Maluma, Zendaya  e Willow Smith estavam entre os presentes.

 

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Foto Reprodução: Getty Images

  

 

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Foto Reprodução: Just Jared

 

  

 

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Foto Reprodução: Getty Images

 

 

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