
No começo de maio, aconteceu em Nova York a 43º edição do MetGala, desfile beneficente com propósito de arrecadar dinheiro para a Instituição Metropolitana do Museu de Arte de Nova York. Com isso, duas estrelas brasileiras estiveram presentes: Anitta, na sua terceira participação, e Gisele Bündchen, figurinha carimbada no desfile. Ambas cumpriram a temática da noite e representaram o Brasil num dos maiores desfiles do mundo. Porém, o que é o MetGala?
Nele, celebridades do mundo inteiro se concentram para mostrar suas roupas e acessórios inspirados em uma temática que muda a cada ano. Em 2023, a Vogue – realizadora do MetGala – e seus presidentes (que mudam de acordo com a temática), Dua Lipa, Roger Federer, Penelope Cruz, homenagearam o estilista e diretor criativo da Chanel, Karl Lagerfeld, tendo os looks baseados na trajetória do alemão, além do uso de referências e objetos sobre sua vida.
O MetGala impulsiona artistas como referências e inspirações no mundo da moda, por ter a maior cobertura de um desfile pela televisão, chegando a aproximar e trazer mais pessoas ao universo fashion. Além disso, ter a cultura style acessível, mesmo utilizando de looks experimentais e criativos, ajuda estilistas menores a terem seu espaço e reconhecimento.
Ao voltar na história do MetGala, fora Anitta e Gisele, outros brasileiros estiveram presentes no tapete vermelho, como a modelo e empresária Adriana Lima, que ganhou muito destaque na década passada pela simplicidade e beleza dos looks, como em 2015 e 2017, quando foi elogiada pela mídia internacional pelo impacto e o vestido da Versace.

Carol Trentini foi mais uma brasileira a pisar no tapete vermelho, com um vestido feito à mão que impressionou, em 2022 pela sua delicadeza. Também fez presença Alessandra Ambrósio, que se destacou em 2016, quando usou um Balmain compatível com a temática daquele ano, “Mão x Máquina: a moda na era da tecnologia”. Isabeli Fontana e Camila Coelho foram outras modelos e influenciadoras tupiniquins que participaram do evento. Porém, o primeiro nome a pisar nos corredores do MetGala foi a atriz e modelo Sônia Braga, ainda em 1990.

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Liz Ortiz, estudante e produtora de moda, comenta sobre as brasileiras que frequentaram o tapete vermelho recentemente, dando ênfase à Gisele Bündchen e Anitta. Liz destaca a cantora carioca como alguém que: “Recebeu muito destaque nesses últimos trêsanos que tem frequentado o baile. E complementa: “está frequentando e cada vez mais com looks marcantes e ousados”. Por fim, a produtora de moda cita Carol Trentini e Valentina Sampaio como as únicas que cruzaram o MetGala.

Um nome importante na área é Francisco Mota, diretor criativo da Calvin Klein de 2003 a 2016. Muitos looks vistos no MetGala, durante esse tempo, passaram na mão do brasileiro, que ganhou prêmios como o de Designer de Moda Feminina do Ano, em 2006 e 2008; e o Estilista do Ano no National Design Award, em 2009. E, em se tratando de temáticas, Liz comenta que o Brasil nunca esteve diretamente envolvido: “O mais perto que tivemos foi o tema “American Woman: Fashioning a National Identity”, mas mesmo assim o tema não foi explorado por nenhum brasileiro”.
Outro destaque foi a brasileira Valentina Sampaio, a primeira mulher trans a ser capa da Vogue Paris. Desfilou também pelo Victoria's Secret Fashion, evento promovido pela marca de lingeries para divulgar seu produto no mais alto nível da moda marcando história na premiação, principalmente por ser brasileira.
Em 2021, usando um vestido assinado por Iris von Herper, a cearense, em entrevista à Vogue comenta sobre ser chamada para o desfile: “Eu me sinto honrada de ter sido convidada para o Met Gala que, hoje, é o maior evento no mundo para o Fashion Business”. E sobre seu vestido, ressaltou principalmente o significado social dele: “Eu acho o assunto super-atual neste momento histórico de pandemia e, principalmente, após as recentes eleições presidenciais, que dividiram fortemente o país em dois partidos: Democratas e Republicanos. A escolha do vestido foi o momento mais delicado, pois o red carpet do Met Gala é o maior do mundo. Nele, sempre vimos looks incríveis e icônicos. Sobre o meu, posso afirmar que é maravilhoso!”.

Porém, não há como fugir do maior nome da moda brasileira e uma das maiores do mundo: Gisele Bündchen. A super modelo gaúcha já foi a mais bem paga do mundo, e marcou história ao inovar em poses e movimentos em suas fotos. Além disso, já atuou em diversos filmes, como no sucesso “Diabo veste Prada”. Quando se trata de MetGala, a brasileira esteve presente em quase todos os desfiles desde 1999, impressionando sempre pela sua simplicidade, fidelidade ao tema e impacto.
No Brasil, a moda também vem crescendo e sendo marcada por eventos internacionais, como o MetGala, e também nacionais. Liz destaca: “A moda brasileira tem ganhado cada vez mais espaço e mais comentada e apreciada, principalmente por artistas”. Ela complementa: “O que temos de mais parecido com o Met Gala no Brasil, é o Baile da Vogue, um evento já tradicional que inicia o calendário de festas e comemorações de carnaval no Rio de Janeiro há 18 anos.” O Baile da Vogue se utiliza da época de pré- carnaval para inspirar os looks e maquiagens do evento, com mais expressão e características abrasileiradas.
A São Paulo Fashion Week (SPFW) é o maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina. Ocupa o quinto lugar entre as maiores semanas de moda do mundo, perdendo apenas para as de Paris, Milão, Nova York e Londres. Para além da união de grifes brasileiras, estilistas, modelos e ícones da moda, o evento tem grande relevância ao refletir acontecimentos e comportamentos sociais através da roupa e dar espaço às pautas de interesse público. “A Fashion Week tem um grande peso em uma questão social, uma vez que valoriza cada região do país e coloca holofotes para nossa própria cultura. A moda nacional é esquecida e, num evento desse tamanho, podemos relembrar que o mercado fashion brasileiro move muito além de tendências: gera empregos, melhora a vida das pessoas e, em grande plano, mostra como é rica a produção de moda no Brasil”, afirma a influenciadora de moda Gi Sayuri, de 21 anos.
Na edição deste ano, realizada entre 25 e 28 de maio, o tema “Origens” marcou as passarelas e mais de vinte marcas participaram do desfile, que ocupou espaços no Shopping Iguatemi, Senac Faustolo e Komplexo Tempo. Quase trinta anos após sua primeira edição, a Semana, além de gerar um grande movimento econômico, também abordou questões como a importância da sustentabilidade. "O evento simboliza, desde coincidências e convergências a sentido de revolução. A moda brasileira vive um momento especial e isso é muito bom para o mercado. É importante que a gente pense sempre em inovação. Nós investimos um protagonismo para esta indústria”, afirma Paulo Borges, sócio e criador da SPFW.
Com o objetivo de organizar a produção de moda do Brasil, internacionalizar os desfiles e potencializar novos negócios no setor, os investimentos no evento começaram em torno de R$ 600 mil e hoje chegam a mais de R$ 5 milhões aedição. Hoje, participam da Semana 34 estilistas e mais de dois mil jornalistas para fazer a cobertura. A organização é feita meses antes da data do evento para que a indústria tenha ideias de quais serão as tendências futuras, com tempo de sobra para comercializar.
Para Sayuri, tamanha é a influência do evento, que às vezes ocorre de forma imperceptível pelas redes sociais. “Se você está passando pelo seu Instagram e vê uma pessoa com uma combinação de look legal, você se inspira e monta algo parecido instantaneamente. A mesma coisa acontece nos desfiles, onde você não só vê o que está chegando nas próximas temporadas como já pega várias ideias de composições”, afirma.
Com o Instagram e o TikTok, o movimento fashionista ganha cada vez mais força e recebe uma proporção tão grande que não consegue ser ignorada pela mídia. As redes sociais também proporcionam um espaço para a representatividade e a diversidade no mundo da moda. “Cada vez mais, ainda mais com o poder da internet, as pautas sociais estão presentes, e as marcas estão abraçando as causas. Seja por representatividade regional, de corpos ou de gêneros, a SPFW tem se tornado uma vitrine para exibir tudo o que compõe o nosso país na pluralidade que ele sempre teve”, diz a influenciadora.
Sayuri destaca a importância cultural da SPFW. Segundo ela, os desfiles contam histórias e as roupas exibidas funcionam como a caracterização de uma ideia, lugares e sentimentos. Inclusive, a cultura brasileira se mostra sempre presente no evento: “Acredito que cada Fashion Week traz a essência do lugar através dos desfiles e do que é desfilado, uma forma de mostrar, seja qual for o país, um pouco da cultura local. Para qualquer um de fora que queira saber como funciona a produção de moda brasileira, é num evento desse porte que é possível conhecer cada detalhe, tanto criativo quanto social da nossa moda”, conclui Sayuri.
A moda é um setor em constante evolução, tanto em termos de conceitos quanto de técnicas de produção. Com a chegada da pandemia de COVID-19, as pessoas tiveram que adaptar suas vidas e formas de trabalho, inclusive no comércio de roupas. As lojas de vestuário migraram para o ambiente online, explorando o e-commerce como forma de driblar os prejuízos causados pela crise global. No Brasil, as vendas online atingiram números recordes em 2021, totalizando mais de 161 bilhões de reais, um crescimento de 26,9% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Neotrust, empresa que monitora o e-commerce no país.
Este foi o caso de Isadora Abelha, proprietária da loja virtual Shop Abelha. Em entrevista à AGEMT, Isadora conta como tudo começou: "Após fazer uma pós-graduação em empreendedorismo e gestão de negócios em 2021, senti um interesse crescente em ter minha própria empresa. Inicialmente, revendia peças de fornecedores, mas com o crescimento da loja, senti a necessidade de criar peças exclusivas, desenhadas e pensadas por mim. Em 2022, lancei uma mini coleção de confecção própria e, em 2023, foquei totalmente nesse segmento, encontrando parceiros na minha cidade e buscando profissionais, importadores de tecidos e modelagens que se alinhassem comigo e com meu público. Deu muito certo."

Assim como Isadora, muitas pessoas encontraram oportunidades de negócio e reinventaram suas carreiras durante a pandemia. De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 3,9 milhões de empresas se formalizaram como microempreendedores individuais (MEIs) em 2021, um crescimento de 19,8% em relação ao ano anterior e de 53,9% em relação a 2018. Amanda Ferreira, proprietária da marca de roupas Maezza, compartilhou sua história com o jornal, revelando que sua paixão por trabalhar na aviação foi interrompida pela pandemia. Ela decidiu adiantar outro sonho que tinha em mente: ter sua própria marca. Amanda destaca os desafios de ter uma confecção própria: "O maior desafio é lidar com a produção em si, desde a criação de processos até a entrega final ao cliente. Envolve uma cadeia complexa, desde a criação da coleção, modelagem, negociação e compra de tecidos, corte, costura, acabamento, embalagem, marketing, administração e contabilidade. É um desafio diário que demanda habilidades práticas e criativas."
Marianne Baptista, especialista em tendências na WGSN LATAM, destaca a crescente importância das marcas de confecção própria no mundo da moda, especialmente durante a pandemia: "Desde o início da crise, os consumidores têm apoiado cada vez mais pequenos e médios negócios nacionais, entendendo os impactos econômicos causados pela pandemia. Isso tem levado à atenção especial para marcas que possuem produção própria, principalmente entre os jovens adultos que valorizam marcas alinhadas aos seus valores e compreendem as mudanças que o mercado da moda passou, adaptando-se a uma comunicação remota mais eficaz." Com a COVID-19, muitas pessoas passaram a valorizar e comprar de marcas locais, fortalecendo esse mercado e impulsionando a criação de diversas lojas em diferentes nichos. Isabella Marcela, dona da loja de biquínis Maré Alta Store, afirma: "Nossa marca ganhou uma grande visibilidade, especialmente durante a pandemia, quando as lojas físicas estavam fechadas e as compras online se tornaram a principal opção. No entanto, o investimento em marketing é essencial."

Os proprietários de marcas de confecção própria precisam estar sempre atentos às tendências. Livia Sampaio, dona da loja Favorito Crochê, relata em entrevista à AGEMT como identificou a demanda por roupas de crochê: "Após me destacar entre meus amigos com roupas feitas pela minha avó, percebi que havia um público interessado nesse tipo de peça, e o crochê estava em alta na mídia, inclusive entre os famosos. Decidi investir nessa ideia, mas sei que ter uma marca própria vai além de comprar e revender roupas. Exige um planejamento abrangente." "O diferencial dessas marcas está em entender os desejos do mercado brasileiro, trazendo produtos que valorizam a diversidade, brasilidade, peças exclusivas em termos de design, cores e estampas", complementa Marianne.
O estilista Luiz Claudio da Silva apresentou no último dia 26 a coleção feita para a grife Apartamento 03, desfilada no Shopping Iguatemi.
Mergulhando na história pouco conhecida do pintor Estevão Roberto Silva, o primeiro artista negro a se formar na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro no século XIX, Luiz usa suas peças para apresentar essa narrativa.
“Ele foi considerado o melhor pintor de natureza morta, adorava pintar frutos”, disse o estilista sobre Estevão Silva, em entrevista que foi publicada no Instagram da marca. Os frutos foram reproduzidos de forma abstrata em algumas estampas da coleção, muitas peças tiveram as partes de baixo cortadas em pontas assimétricas, tops com pontas soltas e até saias amarradas nas laterais, ajudando a construir a sobreposição em suas peças, cujo acervo também era composto por calças largas e macacões de festa.

Luiz afirmou que gosta de explorar silhuetas: “Gosto de construir silhuetas em que você não sabe se é um vestido ou se é uma calça, se é um macacão, se é uma jaqueta, se é um casaco e um vestido…”
Vale ressaltar o trabalho em ateliê trazido para a coleção. Foram construídas flores tridimensionais com tecidos plissados, aplicados em vestidos e capas que pareciam pairar sobre os modelos. Peças metalizadas e quadriculadas também foram reveladas durante o desfile.

Luiz Cláudio da Silva, ao ser perguntado o porquê dessa criação, respondeu: “Eu acho que é o momento do país olhar para sua própria história, para a história das suas pessoas…Acho que é a maior riqueza que a gente tem e que não temos dado atenção para isso”, continuou dizendo sobre como o desfile era o trabalho de um “Silva” que estava no São Paulo Fashion Week, o mesmo que Estevão Silva, e os tantos Silvas que estão por aí, sem oportunidade de mostrar seus talentos.

The Paradise: Um festival de cores
Também no dia 26, a marca The Paradise fez sua estreia nas passarelas da SPFW, uma verdadeira festa, do início ao fim.
A marca dos estilistas Thomaz Azulay e Patrick Doering não desapontaram os fãs - que os conhecem pelo bom humor e pela paixão pela moda - já que realizaram um show colorido e vibrante.
Desfilaram a coleção de nome “Brechó Paradise”, uma mistura de peças características dos anos 1950 aos 1980, nas quais cada década ganhou uma estampa característica - marca registrada da grife, que é conhecida por seu trabalho com estamparias.
Thomas e Patrick realizaram o desfile sem nostalgia, com propostas atuais e um olhar voltado para as tecnologias que se conectam com o futuro. A coleção é bastante diversificada, tanto para o público masculino quanto feminino, além de apresentar um acabamento mais direcionado ao público jovem - de alma.

Na passarela, nomes famosos deram as caras, como: José Loreto, Pati de Jesus, Luís Lobianco, Silvia Pfeiffer, Bete Prado e outros muitos, sem contar com as ilustres personalidades que estavam na plateia.


O jeans foi um dos principais pilares da coleção, e também contou com muitas estampas. As peças incluíam compunham um guarda-roupas com ótimas variações de camisas, tops croppeds e bustiês. Os vestidos eram compostos por um toque vintage nos decotes, comprimentos médios e referências a Obis japoneses e capulanas africanas.
Até mesmo as peças em couro, desenvolvidas em parceria com Patrícia Viera, receberam cores correspondentes às estampas da coleção, para os homens, há muitas ideias de conjuntos (estampados) que substituem os tradicionais ternos.


O ambiente criado pela marca merece ser reconhecido pela imersividade. Luzes coloridas e uma trilha sonora de festa, que contou com músicas como: Under Pressure, da banda Queen e de David Bowie e Sultans of Swing, do Dire Straits, que trouxeram a verdadeira energia de comemoração para a estreia.

O desfile aconteceu no Iguatemi São Paulo, no início da tarde. A marca conhecida pela exaltação da elegância feminina, reafirmou mais uma vez o perfil maduro, moderno e refinado da estilista.
Com uma coleção semelhante à desfilada pela grife em novembro, na edição 54 da São Paulo Fashion Week, Patrícia Viera aposta novamente em looks metalizados, mas com um trabalho novo, um olhar geométrico sob suas peças.

A marca, que ganha o mesmo nome que a estilista carioca, apresentou pouco menos de 40 novos vestuários, contando quase que exclusivamente com vestidos em seu repertório. Mostrando a habilidade criada em 25 anos de história, o uso do couro é notavelmente profissional, inovando nos padrões e texturas únicas, e reiterando o cuidadoso trabalho artesanal de Patrícia.

Em um breve curta-metragem que antecedeu o espetáculo, Patrícia Viera apareceu dizendo: "Eu não estou de jaleco e fita métrica para ficar mais bonita, estou assim porque estou a serviço", mostrando o quanto a estilista leva a sério seu trabalho de criar, vestir e esculpir a mulher.
Finalizando com um inusitado vestido de noiva, a passarela se despediu do desfile com uma homenagem à recém falecida rainha do rock brasileiro, Rita Lee.

TA Studios
No mesmo dia, a estilista Gih Caldas desfilou sua coleção "Empinando Pipas e Sonhos", também no Shopping Iguatemi, para a marca TA Studios.
Buscando uma reflexão sobre saúde mental e as artes plásticas como um escape para problemas psicológicos, a carioca - conhecida pelo uso materiais sustentáveis, como: fibra de bananeira e de milho, algodão orgânico e viscose de reflorestamento, para a criação de suas peças - trouxe um belo desfile aos solos paulistanos.
Dentro da proposta da edição N55, Gih Caldas conseguiu fundir seu diploma de terapeuta com o conceito que estabeleceu para as roupas, explorando suas origens e abordando de forma inovadora a perspectiva da saúde mental dentro da moda.
O espetáculo foi bastante imagético, com cabelos altos, que remeteram à reflexão proposta pela estilista. Outro ponto favorável para a estilista se deu na cirúrgica escolha do casting, os modelos enriqueceram as passarelas de representatividade, trazendo os mais diversos biotipos e etnias. Suas peças tomaram vida diante dos holofotes sendo desfiladas por mulheres mais velhas, modelos negros, asiáticos, pessoas com deficiência e transexuais.
Sobre a coleção, os tons optados foram majoritariamente neutros, com a presença do patchwork no jeans, técnica que utiliza diversos recortes do tecido para a construção de peças geométricas ou orgânicas. As quase 20 peças se mantiveram dentro da especialidade da grife: a alfaiataria.