Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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Tecnologia auxilia na análise de tendências, preferências do público e desempenho de vendas, otimizando a criação de coleções mais assertivas e sustentáveis
por
Larissa Pereira José
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24/03/2025 - 12h

A moda sempre foi um reflexo do comportamento humano, e nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na forma como as coleções são criadas. No segmento fashion, que exige inovação constante para atender a um público cada vez mais exigente, a Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma ferramenta essencial. Desde a pesquisa de tendências até a análise de dados de vendas, a tecnologia vem revolucionando o processo criativo e estratégico.  

Para entender melhor essa transformação, conversamos com Nayara Graziela do Lago, estilista responsável pelo desenvolvimento de roupas fitness femininas para um grande magazine. Com anos de experiência no setor, ela destaca como a IA tem otimizado seu trabalho e impactado positivamente as coleções. “Antes, a pesquisa de tendências era um processo muito manual e baseado na intuição. Hoje, conseguimos usar IA para analisar um grande volume de informações e identificar padrões com muito mais precisão”, explica Nayara.  

Ferramentas de inteligência artificial são capazes de cruzar dados de redes sociais, desfiles internacionais, comportamento de busca na internet e até avaliações de clientes em e-commerce. Isso permite que a equipe de estilo tenha uma visão mais clara do que está em alta e do que realmente pode funcionar para o público-alvo. “No segmento fitness, por exemplo, percebemos que há uma crescente demanda por peças multifuncionais, que possam ser usadas tanto na academia quanto no dia a dia. A IA nos ajuda a confirmar essa tendência analisando o comportamento dos consumidores em tempo real”, acrescenta a Nayara.  

Além de prever tendências futuras, a inteligência artificial também tem um papel fundamental na análise de coleções passadas. A tecnologia permite avaliar quais peças tiveram melhor desempenho de vendas, quais cores e modelagens foram mais aceitas e até quais tecidos proporcionaram mais conforto ao consumidor.  

“A cada nova coleção, conseguimos acessar relatórios detalhados sobre o que funcionou e o que precisa ser ajustado. A IA cruza dados de vendas com feedbacks dos clientes e nos mostra, por exemplo, se determinada peça foi muito devolvida por problemas de caimento ou se uma estampa específica teve alta aceitação. Isso nos dá uma base muito mais sólida para criar novos produtos”, explica Nayara.  

Esse tipo de análise evita desperdícios e ajuda a direcionar melhor os investimentos na produção. Em um mercado cada vez mais competitivo, entender as preferências do público-alvo é essencial para criar coleções assertivas e bem-sucedidas. Outro aspecto revolucionário do uso da inteligência artificial na moda está na criação de estampas e modelagens. Hoje, já existem softwares que geram prints exclusivos baseados em combinações de cores e texturas identificadas como tendências. Além disso, ferramentas de simulação virtual permitem testar digitalmente o caimento das peças antes mesmo da confecção dos primeiros protótipos físicos.  

“Isso reduz drasticamente o desperdício de materiais e encurta o tempo de desenvolvimento das coleções. Antes, fazíamos diversos testes com tecidos e modelagens diferentes, o que demandava tempo e custos. Agora, conseguimos visualizar um look completo de forma digital e fazer ajustes antes de costurá-lo”, explica Nayara. 

Maquinário de fábrica têxtil que desenvolve peças sem costura.
Maquinário de fábrica têxtil que desenvolve produtos sem costura.

Apesar das inúmeras vantagens proporcionadas pela IA, Nayara faz questão de ressaltar que a tecnologia não substitui a criatividade humana. “A moda tem emoção, identidade e precisa criar conexão com o consumidor. A IA é uma ferramenta poderosa, mas o toque final ainda é do estilista. Somos nós que interpretamos os dados e transformamos essa informação em coleções que realmente conversam com o público.”  

Para a estilista, o futuro da moda passa pela combinação entre tecnologia e sensibilidade humana. “O uso da IA no desenvolvimento de coleções já é uma realidade e tende a crescer cada vez mais. Mas a essência da moda continua sendo a criatividade e a capacidade de contar histórias por meio das roupas”.  

Com um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, a inteligência artificial se consolida como um diferencial estratégico para marcas que desejam inovar, reduzir desperdícios e entregar produtos alinhados às expectativas do consumidor moderno. E, como Nayara bem pontua, quando aliada ao olhar criativo do estilista, a tecnologia se torna uma poderosa ferramenta para transformar dados e estatísticas em coleções de sucesso.

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Dezessete desfiles comemorarão três décadas do maior evento de moda da América Latina
por
Bianca Pisciottano Athaide
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17/03/2025 - 12h

No início do mês de abril, entre os dias 06 e 11, acontecerá o primeiro período da temporada de moda nacional, o São Paulo Fashion Week (SPFW). Nesta edição, dividida entre o Shopping JK Iguatemi, a Casa Higienópolis e outras locações externas, a semana, além de celebrar a inovação da indústria, também comemora o seu trigésimo aniversário. 

 

Em uma edição mais compacta que a anterior, em outubro de 2024, a programação celebratória promete trazer artistas e marcas da indústria de moda brasileira que ajudaram a consolidar a SPFW, ao longo de três décadas, como uma plataforma de expressões artísticas e impacto cultural. Estilistas como Herchcovitch; Alexandre, Lino Villaventura e Walério Araújo estão confirmados no line-up, com instalações e desfiles que entregam o DNA inovador e característico da única semana de moda da América Latina presente no calendário internacional. 

 

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Herchcovitch; Alexandre na SPFW de 2024 (Foto: Zé Takahashi - Divulgação SPFW)

 

A primeira edição de 2025 também apresentará novidades: as estreias de Leandro Castro e MNMAL abriram esse novo ciclo do evento, trazendo frescor essencial para o cenário de moda nacional. Ambos novatos são sinônimo de produção sustentável e preocupação ambiental, com peças feitas artesanalmente, através da redução de materiais. Leandro, que teve passagem pela Casa dos Criadores, sobe às passarelas no dia 09, com sua coleção construída através de materiais descartados. No dia seguinte, MNMAL esbanja no Shopping JK Iguatemi seu conceito minimamente essencialista. 

 

Outro momento muito aguardado para essa edição é o retorno da PIET para o SPFW. Depois de quase 5 anos longe das passarelas paulistanas, a marca criada pelo estilista Pedro Andrade traz de volta sua estética streetwear, agora, de maneira mais sofisticada, do que em sua última participação em 2019, já que, desde então, a PIET se consagrou internacionalmente no cenário da cultura urbana - e no guarda-roupa de muitos seguidores apaixonados por sua conexão autêntica com o estilo.

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PIET, SPFW de 2019 (Foto: Zé Takahashi - Divulgação SPFW)

Para reafirmar seu compromisso com a exaltação da criatividade e riqueza em técnicas, a SPFW também convidou nomes como Patricia Viera, referência de trabalho em couro no Brasil; João Pimenta e sua característica alfaiataria de vanguarda; a Dendezeiro novamente, para reforçar seu olhar carinhoso e analista sobre a identidade cultura brasileira e a Aluf, com suas inovações na área têxtil. 

 

A edição de número 59 é o primeiro capítulo da celebração que promete ser histórica para o mercado de moda brasileiro. Ao longo dos últimos 30 anos, entre altos e baixos, a SPFW se consagrou internacionalmente como palco para criatividade e exaltação, na mesma medida, de inovação e tradição nacional. 


O line-up completo está disponível no site do evento: https://spfw.com.br/spfw-30-anos-futuros-possiveis/

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Em meio a pressão financeira, grupo Kering nomeia ex-estilista da Balenciaga
por
Gabriela Jacometto
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17/03/2025 - 12h

 

 À frente da Balenciaga desde 2015, Demna Gvasalia redefiniu os códigos do luxo contemporâneo ao combinar elementos da cultura de rua com a alta-costura. Durante sua gestão, a marca italiana de streetwear experimentou um crescimento expressivo, com número de  vendas quadruplicando nos primeiros cinco anos e superando €1,5 bilhão em 2021.

   Foi com essa abordagem de sucesso em mente que o grupo Kering, nesta quinta-feira (13), anunciou, através de comunicado vinculado em suas redes, o  estilista como o novo diretor criativo da Gucci

  Com essa mudança, a Gucci busca reverter a queda de 23% nas vendas registrada em 2024 e retomar sua relevância cultural, assim como retomar o processo de  crescimento sustentável. 

 O CEO da Kering, François-Henri Pinault, destacou que a criatividade de Demna é exatamente o que a marca precisa neste momento. O designer é consagrado em meio a indústria fashion por dominar a arte de colisão entre luxo, cultura urbana e questões político-sociais da atualidade.  Com esse movimento, fica claro a intenção do grupo de diretores: Demna deverá transformar a Gucci, novamente, em um epicentro de tendências culturais, assim como fez com sua antiga casa.  

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Alessandro Michelle, ex-diretor criativo da Gucci e Demna. Imagem: Getty Images

 

 Em nota oficial, o estilista declarou estar entusiasmado com o novo desafio e ressaltou a honra de contribuir para uma maison que sempre respeitou e admirou. Sua despedida da Balenciaga acontecerá no desfile de Alta-Costura de Paris, em julho deste ano, antes de assumir oficialmente seu novo posto na Gucci.

 

 Essa transição estratégica faz parte dos planos da Kering para revitalizar a Gucci, sinônimo de excelência e tradição do mercado de moda, apostando na visão singular de Demna para renovar a identidade da icônica marca italiana.  

HISTÓRIA DE DEMNA

Nascido em 25 de março de 1981 em Sukhumi, na Geórgia, Demna Gvasalia se tornou um dos estilistas mais influentes da atualidade. 

 Sua trajetória foi marcada pelo deslocamento forçado durante a Guerra Vivil Georgiana (1991-1993), que levou sua família a buscar refúgio em países como Ucrânia e Rússia, antes de se estabelecer definitivamente em Düsseldorf, na Alemanha, no ano 2000.

 Antes de ingressar no universo da moda, Gvasalia iniciou seus estudos em economia internacional na Universidade Estatal de Tbilisi. No entanto, sua verdadeira vocação o levou à Bélgica, onde concluiu, em 2006, um mestrado em Design de Moda na prestigiada Academia Real de Belas Artes de Antuérpia.Sua carreira teve início no mesmo ano, quando passou a colaborar com o estilista Walter Van Beirendonck em coleções masculinas. 

Logo em 2009, foi contratado pela Maison Martin Margiela para liderar as coleções femininas. Cargo que ocupou até 2012. Depois, assumiu o posto de designer sênior de prêt-à-porter feminino na Louis Vuitton, onde trabalhou sob a direção de Marc Jacobs e, posteriormente, de Nicolas Ghesquière.

 O grande salto veio em 2014, quando fundou a Vetements, ao lado de seu irmão, Guram Gvasalia. A marca rapidamente se destacou por sua abordagem disruptiva e sua crítica às normas tradicionais da indústria. 

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Desfile VETMENTS S/S 2015. Imagem: Vogue Runway

 

 No mesmo ano, sua primeira coleção feminina foi apresentada na Semana de Moda de Paris e, em pouco tempo, a Vetements já figurava entre os indicados ao Prêmio LVMH para Jovens Designers de Moda.

O reconhecimento crescente levou Demna a assumir, em 2015, a direção criativa da Balenciaga, substituindo Alexander Wang. Desde então, ele tem redefinido a identidade da grife, consolidando seu nome como um dos mais inovadores e polêmicos da moda contemporânea.

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A grife italiana apresentou 171 looks que serão desfilados no dia 29 de setembro, em Paris.
por
Giovanna Montanhan
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18/06/2024 - 12h

‘De volta para o passado?’ Nesta segunda-feira (17), o novo diretor criativo da Valentino, Alessandro Michele, exibiu uma prévia da sua coleção de estreia na marca, que estava agendada  para acontecer somente no próximo verão. Michele, que deixou recentemente o cargo de direção na Gucci, onde ficou por vinte anos, mostrou para o que veio: trouxe para sua nova casa, pelo menos neste início, muita exuberância, pompa e memória. Quem comandou a marca anteriormente, durante vinte e cinco anos, foi Pierpaolo Piccioli, que no momento, não se encontra em nenhuma grife, mesmo com muitas especulações na internet sobre seu futuro destino. 

O novo diretor da Valentino, revelou em entrevista para o Women’s Wear Daily que deixou a Gucci pois desejava a oportunidade de passar mais tempo com a sua família e de possuir uma liberdade maior para fazer o que quisesse. Um tempo depois, percebeu que para ele, o verdadeiro significado de estar livre era estar fazendo algo que lhe despertasse prazer, o que não significava ficar ocioso, então, se reencontrou por meio do seu trabalho. 

O estilista usou a palavra ‘’seduzido’’ para descrever como se sentiu ao escolher a Valentino, revelando que um dos motivos que o levou a escolhê-la foi a vasta quantidade de arquivo que a grife possuía em seu acervo: ‘’Amo objetos, tenho uma relação íntima com as coisas materiais, é quase como um encontro religioso (...), como se fossem uma relíquia (...)  Me apaixonei por esta casa {de moda} que se tornou o meu lar (...) "

Os visuais exibidos por Michele, em sua maioria, rememoram uma série de elementos já vistas por aí, como o estilo boho, trazendo os anos 70 de volta  em peso: o monograma preto e o branco eternizado por Jackie Kennedy, os acessórios maximalistas vintage, como os muitos colares de pérolas, os brincos e os botões, assim como as franjas, a sandália de tiras coloridas, as meias calças e muito mais! 

 

VALENTINO VINTAGE
Reprodução: Divulgação

 

 

 

 

BOHO
Reprodução: Divulgação

 

 

 

 

PEROLAS
Reprodução: Divulgação

 

É inegável a herança que o estilista carrega de seus últimos anos na Gucci. Mas, é importante  lembrar que identidade e autenticidade caminham juntas e fazem da moda o que ela é. Espero vê-lo imprimindo mais o que se caracteriza como um visual ‘Valentino’ nas coleções seguintes e fazendo com que a grife volte a carregar consigo os códigos tradicionais, sem perder a originalidade e que ainda sim, seja capaz de causar vibrações nas redes. 

 

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Evento teve destaque para rodas de conversa e celebração da pluralidade do mundo da moda
por
Bianca Athaide
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12/06/2024 - 12h

Durante o final de semana de 09 a 11 junho, no coração da Inglaterra e de uma forma um pouco diferente, aconteceu a Semana de Moda Masculina de Londres. Sem o glamour habitual, a semana focou em trazer a riqueza cultural londrina para o centro dos holofotes do mês de junho — conhecido como "Mês da moda masculina". Com palestras, painéis, eventos e atividades, os organizadores buscaram honrar designers, marcas e comunidades que fizeram a cena fashion londrina tão rica.

Caracterizada como um híbrido de uma Fashion Week, a Semana de Londres, logo em seu primeiro dia, celebrou culturas que tiveram impacto na cena de moda masculina local. Com destaque para as raízes de origem africana e asiática, e a influência das comunidades queer, em uma exibição no Instituto de Artes Contemporâneas de Londres, com David Beckham como anfitrião.

Semana da Moda de Londres
Exibição "Syke X BFC" exposta no ICA. Foto: Reprodução/Drappers

Entre os eventos, a roda de conversa com a designer de origem indiana-nigeriana Ahluwalia, o estilista nascido em Blangadesh, Rahemur Rahman, e com a escritora e influenciadora indiana Simran Randhawa, teve maior relevância. O bate-papo tratou sobre o impacto global não reconhecido dos trabalhos manuais indianos para o mundo da moda.

Semana da Moda de Londres
A escritora e influenciadora Simran Randhawa durante roda de conversa. Foto: Kate Green/Vogue Business

Mesmo com o viés mais político e educativo, ainda era uma Semana de Moda e coube no calendário apertado, espaço para poucos — mas estupendos — desfiles à moda antiga. Logo no primeiro dia, aconteceu a celebração de dez anos da marca de luxo Charles Jeffrey Loverboy. O palco ficou por conta da arquitetura neoclássica da Casa Somerset,  ponto turístico londrino, com vista para o rio Tâmisa — onde também fica alocado o estúdio do estilista.

A coleção apresentada foi uma alusão ao decenário da marca, com reflexão sobre o que o criador chamou de “Queer time” (tempo queer em tradução livre). Um conceito que aborda como o ideário molda não apenas o entender da sexualidade e como isso impacta a vida de um indivíduo, mas, também, como pode transformar o passado, o presente e o futuro de uma sociedade por um todo.

Semana da Moda de Londres
Look desfilado para Charles Jeffrey Loverboy. Foto: Reprodução/Fashion Network

No dia seguinte, a Qasimi apresentou sua coleção Verão 2025. Invocando a abstração do conceito "spolia" — a integração de elementos de estruturas antigas com novos designs, através de reinterpretação de formas e moldes — a diretora criativa, Hoor Al Qasimi, desfrutou de um casamento entre arte, escultura e moda. 

Semana da Moda de Londres
Look desfilado para Qasimi.
Foto: Reprodução/Vogue Business

Para finalizar a sessão de desfiles, a irreverente HARRI, grife indiana conhecida por suas criações infláveis e de látex, marcou presença na semana no auditório Benjamin West, localizado dentro da Academia Real Inglesa e conhecido por sua arquitetura clássica, como passarela. A marca apostou, como look principal, em um vestido inflável branco, que necessitou de mais 300 horas de produção, segundo o diretor criativo Harikrishnan Keezhathil Surendran Pillai. A peça gerou alto engajamento online, elevando o perfil da HARRI ao marco de maior crescimento de seguidores durante uma semana de moda.
 

Semana da Moda de Londres
Peça inflável da HARRI. Foto: Reprodução/The Standard

 

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Como a atriz traz à vida suas personagens através da moda
por
Bruna Quirino Alves
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29/05/2024 - 12h

A atriz norte-americana, Zendaya, tem chamado atenção em suas aparições públicas por usar a técnica de “method dressing”, que consiste em trazer o estilo de personagens fictícios, ou o enredo de filmes para a vida real, como uma forma de promover as produções.

Outras personalidades já aderiram à mesma estratégia em algumas estreias pontuais, como Halle Bailey, em A Pequena Sereia e Margot Robbie nas estreias de Barbie, onde sempre utilizava peças inspiradas em versões da boneca, desde as mais atuais, até as da década de 60.

Porém, Zendaya se dedica na inspiração cinemática por trás de suas peças desde 2017, ano em que fez a sua primeira aparição vestida de acordo com o filme que estava promovendo na época, O Rei do Show, um musical biográfico que se passa nos Estados Unidos durante o século 19, inspirado na história de P. T. Barnum, um empresário circense.

Zendaya usando um terno vermelho em estreia de filme
Zendaya na estreia de "O Rei do Show" no México. Imagem: Getty Images

 

A atriz aparece no tapete vermelho da estreia mexicana usando um terno vermelho assinado pela grife Ralph Lauren, inspirado na vestimenta masculina tradicional do século 19, em cores vívidas circenses como um mestre de cerimônias prestes a introduzir um espetáculo. A partir desse momento, percebe-se um padrão em todas as suas turnês: as peças sempre são relacionadas e interpretadas de forma conjunta com o tema dos filmes.

Essa dedicação à temática também se dá graças ao trabalho de seu estilista pessoal – ou arquiteto de imagem, como ele se autointitula -  Law Roach, que trabalha com a atriz há 13 anos, enquanto ela ainda protagonizava uma série infanto-juvenil no canal Disney Channel. Ao longo dessa década, ambos desenvolveram uma parceria sólida. Law Roach afirmou recentemente em entrevista à revista Vogue que mesmo estando aposentado continua vestindo Zendaya.

Zendaya e o estilista Law Roach sorrindo um pro outro
Zendaya e Law Roach na premiação do CDFA Awards. Imagem: Getty Images

As escolhas de peças para as estreias de Duna: Parte 2 seguiram uma estética distópica, de acordo com a temática do filme de ficção científica, dirigido por Denis Villeneuve. Zendaya chamou todos os holofotes para si durante a estreia de Duna, a atriz surpreendeu o público ao usar uma peça de arquivo, da grife Thierry Mugler, alta costura da coleção de 1995.

O traje robótico de ciborgue fez parte de um desfile lendário para a história da moda: a coleção outono/inverno de 1995 comemorava o aniversário de 20 anos da marca Thierry Mugler e a temática do desfile era a beleza através dos anos. Além de contar com a presença de modelos famosas, como Naomi Campbell, Eva Herzigova e Kate Moss, o evento fazia uma cronologia da moda, desde os vestidos extravagantes usados em bailes no passado, até uma visão de futuro distópico que era representada pelo traje robótico, todo revestido em metal e acrílico, usado por Nadja Auermann. A peça levou cerca de 6 meses para ser confeccionada.

Zendaya com traje robótico da grife Thierry Mugler
Zendaya em traje robótico de Thierry Mugler. Imagem: Getty Images

A estreia mais recente que contou com a presença de Zendaya foi para promover seu novo filme, Rivais, do diretor italiano Luca Guadagnino. Na trama, a atriz dá vida à Tashi Duncan, uma jogadora de tênis que busca se profissionalizar no esporte e tem a carreira interrompida por uma lesão.

Inspirada pelo universo do esporte, a protagonista têm adotado o uso de peças que remetem à estética dos uniformes de tênis, se assemelhando a tendência que, recentemente, passamos a conhecer como “Old Money”, uma estética sutil da elite, baseada em paletas claras, blazers, suéteres, e outros elementos de grife, porém, sem logos. As marcas escolhidas também refletem essa estética, Ralph Lauren, Thom Browne, Louis Vuitton, todas trabalham com artigos de alfaiataria clássicos com maestria.

Zendaya usando vestido branco em estreia de seu novo filme
Zendaya usando Thom Browne na estreia de Londres. Imagem:Getty Images

Uma das peças que se destacou durante o período de promoção do filme foi um vestido personalizado para a atriz, assinado pela marca Thom Browne, especializada em alfaiataria. Com pequenos desenhos de raquetes de tênis bordadas por todo o vestido, a silhueta da peça também remete aos clássicos vestidos usados por jogadoras de tênis, popularizados por marcas esportivas como Nike e Puma.

A artista não tem medo de se arriscar nas peças, já em sapatos, o modelo é sempre igual. Segundo Law Roach, Zendaya usa o mesmo sapato em todos os eventos que vai, um salto da grife francesa, Christian Louboutin. O modelo “So Kate” já virou sua marca registrada. No entanto, para promover o filme em Roma, a artista decidiu ousar e apostou em um calçado personalizado da marca Loewe, com uma bola de tênis no salto. Mais uma vez chamou a atenção da mídia pela sua criatividade e dedicação, ao “method dressing” e além disso, à moda, como um todo.

Zendaya usando vestido salto com bola de tênis
Zendaya usando salto da Loewe na estreia de Roma. Imagem: Getty Images

 

 

 

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No evento, a moda é tão celebrada quanto os filmes
por
Natália Matvyenko
Jéssica Castro
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28/05/2024 - 12h

A 77º Edição do Festival de Cannes,  que aconteceu entre os dias 14 e 25 reuniu uma gama de celebridades internacionais, inclusive brasileiras, para a exibição dos filmes cotados deste ano nas principais categorias de premiação. O festival, tradicionalmente localizado na Riviera Francesa, é considerado um dos mais importantes na história do cinema. 

Além da relevância audiovisual, o evento também chama a atenção pelos looks desfilados pelas celebridades que passam pelo tapete vermelho. Reunimos aqui algumas produções que mais tiveram impacto durante os 10 dias de premiação.

Começando pelo Brasil, a atriz Nataly Rocha, estrela do longa “Motel Destino” –  vencedor da Palma de ouro, dirigido por Karim Aïnouz e ovacionado de pé por 12 minutos após sua exibição no festival — comemora usando um vestido assinado por Lino Villaventura, estilista brasileiro que completa 46 anos de carreira neste ano.

Atores do filme Motel Destino posando para foto
Da esquerda pra direita: Fábio Assunção, Nataly, Karim e Iago Xavier (foto: Reprodução/Instagram/@Thematchfactory)

 

Além desse modelo, o paraense também assinou o longo escultural usado por Taís Araújo.

 

Taís posando para foto no tapete vermelho
(foto: Reprodução/Instagram/@taisdeverdade)

 

A presidente do júri de Cannes 2024 foi a diretora, atriz e produtora Greta Gerwig. Sendo a segunda mulher a ocupar este cargo na história do festival depois de Jane Campion, Greta apostou em um vestido Maison Margiela, assinado por John Galliano. O modelito cativou o olhar do público por remeter ao estilo de uma das maiores produções da diretora até agora: o filme da Barbie, lançado no ano de 2023. 

Greta posando no tapete vermelho com vestido rodado
(Foto: Reprodução/Instagram/@maisonmargiela)

 

O que também chamou a atenção foram os “Tabi Shoes” – peça figurinha carimbada da grife de Margiela. O estilista se inspirou em sapatos japoneses que dividiam as meias no meio dos dedos para desenhá-los em 1988 –  dessa vez em versão Louboutin, resultado de uma parceria entre as marcas.

Sapatos Tabi brancos com sola vermelha
Sapatos Tabi brancos com sola vermelha, parceria entre Louboutin e Margiela (Foto: Reprodução/Instagram/@maisonmargiela)

 

Cate Blanchett vestiu um Jean-Paul Gaultier desenhado por Haider Ackermann e causou burburinho por conter as cores da bandeira da Palestina. Nem a marca ou a atriz se pronunciaram sobre um possível protesto. Muitos internautas nas redes sociais consideraram o ato corajoso, pois desde 2022, manifestações são proibidas no festival. A regra foi determinada pelo governo municipal de onde ocorre o evento, a fim de evitar distúrbios aos cidadãos da cidade. Inteligente forma de manifestar apoio a uma pauta de forma silenciosa, não?

Cate posando segurando a barra do vestido
 (Foto: Reprodução/X: @NinjaCine)

 

Hunter Schafer – que faz parte do elenco de Kinds of Kindness de Yorgos Lanthimos, também exibido na ocasião –  apostou em um modelo que alude à ideia de verão na Riviera Francesa em meados dos anos 60, da grife italiana Prada.

Hunter posando para foto
(Foto: Reprodução/Instagram/@huntershcafer)

 

A volta da super modelo Bella Hadid aos tapetes vermelhos, que recentemente se manteve fora dos holofotes e das passarelas por estar lutando contra a doença inflamatória de Lyme, foi marcada por composições marcantes, como o vestido minimalista de alta costura da Versace.

Bella posando para as fotos sorrindo e com as mãos próximas ao colo
(Foto: Reprodução/Instagram/@sheraz.debbich).

 

Figuras como Selena Gomez, Emma Stone, Naomi Campbell e Anya Taylor-Joy também deixaram sua presença registrada com looks belíssimos ao longo do festival. 

atrizes posando para fotos no tapete vermelho, todas de vestidos longos
Selena de Yves Saint Laurent, Emma de Louis Vuitton com decote cavado, Naomi com um vestido Chanel criado por Karl Largerfeld e usado por ela em 1996; Anya Taylor-Joy de Dior com jóias Tiffany & Co.
Fotos: Reprodução/Pinterest

 

 

 

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O fenômeno dos artistas sul-coreanos cada vez mais presentes no cenário da moda
por
Natália Perez
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10/05/2024 - 12h

Há quatro anos consecutivos, o principal evento do mundo da moda, o Met Gala, conta com a presença de ídolos da Coreia do Sul. Este ano, o grupo “Stray Kids” chamou atenção pela presença dos oito membros. É a primeira vez que um grupo inteiro de K-pop comparece junto ao tapete vermelho.

Embaixadores da Tommy na Ásia, o Stray Kids dividiu mesa com o estilista Tommy Hilfiger, sua esposa Dee Ocleppo e a atriz americana Madelyn Cline. Para o tema do ano “Belas Adormecidas: O despertar da moda”, o grupo apostou nos  sobretudos. Nas escadarias, reverenciaram nas peças a paleta de cores característica da marca: vermelho, branco e azul escuro, com detalhes em dourado. Cada terno apresentava detalhes individuais para combinar com o estilo do respectivo  membro, mas ainda de forma que o grupo combinasse como um todo.

“Eles são tão modernos quanto se pode imaginar. São super estrelas globais e uma banda de K-pop que lota estádios com 80 mil pessoas com uma base de fãs por todo mundo” foi como Tommy Hilfiger os apresentou em entrevista à Vogue.

A Lefty, plataforma de gerenciamento de influenciadores, elegeu o Stray Kids em décimo lugar como convidados com maior visibilidade da noite. Duas posições abaixo de Jennie do BLACKPINK, outra grande  estrela do gênero musical, que participava do evento pela segunda vez. No ano passado, foi a convite da Chanel. Agora, pela marca Alaïa.

 

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As estrelas do K-pop convidadas ao Met Gala 2024: Bang Chan, Han, Felix, Seungmin, Hyunjin, I.N, Lee Know e Chanbing (Stray Kids) e Jennie (BLACKPINK). Fotos: Getty Images

 

As parcerias de moda com celebridades sempre fizeram parte do marketing das principais grifes de luxo. Com o crescimento cultural exponencial da Coreia nos últimos anos, era só questão de tempo até o casamento entre o mundo da moda e o da música coreana. 

Atualmente, o K-pop é considerado um fenômeno cultural mundial com impacto digital que ultrapassa o de figuras ocidentais conhecidas há anos. De acordo com a base de dados oficial do X/Twitter, foram 20 milhões de publicações durante o MET (85% a mais do que no ano passado). Com cerca de 2 milhões de posts, o Stray Kids foi a celebridade mais mencionada durante a cerimônia, seguidos por Zendaya, Ariana Grande, Lana del Rey e Kim Kardashian.

No começo do ano, a maior presença de cantores sul-coreanos em desfiles já havia sido notada durante a Semana de Moda de Paris. Todas as seis grifes mais comentadas  nas redes sociais durante a semana contavam com a presença de mais de um artistas de K-pop como embaixador. Com praticamente o dobro de menções, a Louis Vuitton disparou em primeiro lugar depois de colocar Felix do Stray Kids para desfilar em sua passarela.  

 

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À esquerda, Felix do Stray Kids desfila a coleção outono-inverno 2024 ao lado dos demais modelos da Louis Vuitton na Paris Fashion Week. Foto: Getty Images

 

Agora no MET, Felix foi considerado pela Lefty o terceiro convidado com maior valor de exposição midiática dessa edição, por gerar cerca de 10,4 milhões de dólares, atrás somente de Ariana Grande (20,5M) e Kendall Jenner (11,6M). Assim, sendo o artista sul-coreano mais alto na lista e também o único homem no top 10.

“Eles significam muito para muitas, muitas pessoas” explica Steffi Cao, repórter de cultura da internet da Forbes, a revista Nylon. “Ver alguém não-branco e não-americano, especialmente fazendo música que não toca nas rádios nesses eventos é um reconhecimento de que o mundo é realmente global e que as estrelas vem de todos os lugares.” 

Mesmo com influência crescente, a quebra do padrão americano segue acompanhada de preconceitos. Em um dos vídeos da transmissão, fotógrafos do MET foram flagrados fazendo comentários desrespeitosos para os membros: “Nunca vi rostos tão inexpressivos” e “Como se fala fica reto na Coreia?” Em publicação online, a Billboard expressou a urgência para que a organização da cerimônia repense as credenciais de fotógrafos para o próximo ano. 

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