O senso comum é de que os carros elétricos não poluem o meio ambiente, mas a produção e descarte de baterias é um dos fatores de maior impacto ambiental na atualidade.
A Porsche é uma marca de automóveis alemã que foi fundada em 25 de abril de 1931, tem modelos de carros a combustão, como por exemplo: 911 GT3RS e carros elétricos, como por exemplo: Taycan TurboS
Porsche 911GT3RS Foto: NetCarShow/Reprodução
Segundo o Inmetro, o modelo da Porsche 911 GT3RS emite pelo escapamento 43 mg/km de gases orgânicos não metano e de óxidos de nitrogênio (NMOG, NOx), 78 mg/km de monóxido carbônico (CO) e 3 mg/km de aldeídos (CHO), segundo o programa brasileiro de etiquetagem veicular (PBEV), o modelo em questão emite 231 g/km de dióxido de carbono (CO2), usando como combustível a gasolina.
Foto: Nota verde/PBEV
Segundo a nota verde, que é uma classificação de quanto às Emissões de Poluentes relativas aos limites vigentes do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE - Fase L7, existe uma classificação que vai da nota A até a nota E, sendo a nota “A” os menores níveis de emissão de poluentes, a nota “E” os maiores níveis de emissão de poluentes os, o modelo Porsche 911 GT3RS tem a nota “B”.
Segundo Boris Feldman, jornalista automotivo, engenheiro elétrico e escritor do AutoPapo da UOL “A poluição do carro elétrico é bem mais simples, rápida e barata pois dispensa montar vários componentes (caixa, escapamento, alternador, filtros, etc) e o do motor elétrico muito mais leve e menor que o motor a combustão”.
Porsche Taycan GTS / Foto: NetCarShow/Reprodução
O modelo também da Porsche Taycan TurboS, segundo o inmetro emite 0 mg/km de gases orgânicos não metano e de óxidos de nitrogênio (NMOG, NOx), 0 mg/km de monóxido carbônico (CO) e 0 mg/km de aldeídos (CHO). Referente nota verde o modelo Taycan TurboS tem a nota “A”, para o inmetro o modelo Taycan TurboS não emite de dióxido de carbono (CO2).
Porsche baterias Taycan / Foto: Divulgação/Porsche
Para Feldman, uma das coisas que podem ser feitas para a diminuição da poluição é "substituir o combustível fóssil nos carros a combustão". Para os elétricos a substituição tem que ser nas baterias. Para combustíveis mais sustentáveis e baterias menos poluentes.
O Brasil é um país continental, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) o tamanho do território é de 8.510.417,771 km² ,segundo o ministério dos transportes o brasil tem 75,8 mil km, dos quais 65,4 mil km correspondem a rodovias pavimentadas e 10,4 mil km são de rodovias não pavimentadas, segundo o escritor do AutoPapo Boris Feldman esse é um dos problemas para aumentar a popularidade dos carros elétricos no país “dimensões continentais que dificultam instalar pontos de recarga.”
CAOA Chery iCar / Foto: Divulgação
Segunda a MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.172, DE 1º DE MAIO DE 2023 o salário mínimo é de R$ 1.320,00 (mil trezentos e vinte reais) e o preço de um carro elétrico mais em conta, segundo o AutoPapo é Caoa Chery iCar, com preço de R$ 119.990. Para o Feldman o Brasil somente terá mais carros elétricos circulando quando os preços diminuírem “quando eles baixarem de preço e aumentarem o alcance.”
A indústria da moda está entre as que mais poluem no mundo, a revista Modefica (em 2021) estimou que um caminhão de lixo têxtil é desperdiçado por segundo nos aterros, e cerca de 70% à 80% das roupas que podem ser fabricadas tem potencial para acabar no lixo ou acumuladas em espaços sem terem sido utilizadas. A tendência é que os dados se multipliquem cada vez mais com o crescimento das chamadas "fast fashion" e o consumismo exacerbado de roupas.

A moda é sazonal, acompanha estações e acontecimentos que possam representar algum marco, a rapidez com que isso acontece está cada vez mais aparente, e as consequências dessa velocidade estão na demanda ambiental necessária para a fabricação e o descarte irresponsável. Manuela Troccoli, estudante de jornalismo e pesquisadora de história da moda pontua “A indústria da moda é a 2º mais poluente do mundo ficando atrás apenas da indústria do petróleo, sem contar que é uma das que mais demandam o uso de água e matérias primas ambientais para a produção das peças.”. Em contraponto a isso, Manuela se demonstra positiva quanto a consciência também crescente sobre o uso responsável e uma moda que possa representar mudanças significativas no consumo “Saiu um entrevista recente nos EUA que 14% dos americanos estavam mais interessados em consumir moda sustentável, peças que tenham menos impacto ambiental, o que engloba todo ecofashion, então acho que talvez estejamos caminhando para um futuro melhor.” comenta.
Vestindo Lixo: O reuso como alternativa
Para pensar em prática de contraponto ao consumismo podemos considerar o movimento upcycling, que é a ideia de reutilizar de forma criativa, fazer o reaproveitamento de peças que geralmente seriam destinadas ao lixo ou que por ventura fiquem paradas sem aproveitamento, nesse movimento essa peça pode retornar a circular.
O movimento está em constante crescente dentro e fora das passarelas, e já existem movimentos que representam essa progressão, o projeto “Transmutação têxtil e o Reaproveitamento de Peças” que acontece no Centro Cultural Santo Amaro sugere uma oficina de moda que apresenta técnicas de costura para desenvolver peças a partir do reuso de materiais têxteis já existentes, visa promover a conscientização sobre o descarte de roupas, tornando a moda circular uma alternativa possível para o cotidiano.
Dandara Marya, arte educadora, produtora de moda visual e idealizadora da oficina traz a perspectiva de “Movimentar a transmutação têxtil, um laboratório que propõe através de técnicas de costura estimular as pessoas a promoverem uma consciência de que esse consumo também é um mecanismo de construção de estereótipos. A conversação da moda inclusiva e consumo consciente em espaços culturais, colaborativos, ONGs e residências artísticas, nos dá a ideia de uma forma de reuso e menos descarte. Isso é essencial para conscientizar e para ampliar essa discussão em territórios sem tais recursos de conhecimento. A proximidade a esse debate é um passo muito grande para que possamos discutir sobre como a moda nos define.”
O desfile “Corpa Criativa” desenvolvido por Sollar é resultado da elaboração das peças feitas por alunes durante a oficina ministrada por Dandara e figurinos do acervo pessoal de 'Corpa Sollar' que também foram elaboradas a partir da técnica de reuso. “O desfile fala muito sobre identidade, para a moda além desse consumo, é sobre fazer a moda que realmente veste o nosso corpo.” comenta Sollar.

Mayara Nogueira, estuda e experiência a moda, é adepta ao movimento da moda sustentável, compartilha que o motivo para se vestir de maneira sustentável está diretamente ligado ao fato de se preocupar com a geração de lixo e os efeitos no meio ambiente, diz não encontrar desafios para aplicar a moda sustentável em seu cotidiano “O bazar é muito acessível, se você não gostar da peça dá pra arrumar, cortar e costurar de outra forma, então acho que não tem nenhum desafio” comenta. Nogueira, ainda complementa dizendo que o existe um caminho comum para a moda sustentável e que está principalmente em repensar nosso consumo “Repensar o que a gente compra, o quanto a gente compra, onde a gente compra, e usar a criatividade, pegar uma peça que já existe e usar de outra forma, com uma peça a gente tem muitas possibilidades, assim a gente ressignifica a moda e nosso dia a dia”.

A moda é cíclica e diversa, é a expressão da identidade e pode representar muito mais do que o simples ato de vestir-se, escolher moda sustentável é tornar-se um ato político diante uma crise ambiental.
O Níger, (país que se localiza na África Saariana) passou por um golpe de estado. O presidente Mohamed Bazoum foi deposto pelo próprio exército nacional, que com sua queda instituiu Abdourahmane Tiani como novo líder da Nação.
O antigo presidente Mohamed Bazoum era um forte aliado do ocidente na luta contra os grupos extremistas islâmicos, e em muitos negócios envolvendo exportação de matéria prima, como por exemplo o urânio. O Níger é o quarto maior produtor de urânio do mundo, e o maior do continente africano, sendo assim nos últimos anos o país formou sua economia com base em exportação deste produto, principalmente para sua ex-colonizadora, a França.
No entanto, a recente troca de regime foi vista com maus olhos pela parte ocidental da comunidade internacional, tendo em vista a aproximação de países como China e Rússia do continente africano. O receio ocidental se concretizou, pois, o regime vigente demonstrou uma forte aproximação com Rússia e China, e com esse novo laço criado, algumas coisas mudaram nas políticas de importação e exportação do Níger.
O país decidiu que não iria mais exportar urânio para a França, que por não ser autossuficiente no quesito da matéria prima, precisa do urânio nigerense para se aquecer durante o rigoroso inverno francês, como disse o bacharel em Geografia Tiago Fuoco: “A França talvez seja o país mais dependente do urânio do Níger, e essa dependência é um grande problema para Paris, principalmente com o inverno chegando na Europa”. O Níger tomou essa medida drástica por conta dos interesses em fortalecer sua indústria, mas também como uma resposta às sanções francesas impostas à Rússia por conta da recente guerra contra à Ucrânia.
Agora que os aquecedores franceses estão em jogo, muitos olham para essa situação através de uma óptica diplomática. Porém a maneira em que o urânio é extraído no Níger engloba problemas extremamente complexos, talvez até mais que o jogo de xadrez do tabuleiro geopolítico contemporâneo. Nos últimos 40 anos, apenas na mina de Cominak em Akouta, foram extraídas mais de 75 mil toneladas de urânio, ou seja, no mínimo são extraídas por ano 1.875 toneladas apenas nessa mina

O urânio é retirado diretamente do solo, então uma solução ácida é adicionada para separar o minério do urânio, esse processo traz como resultado um líquido apelidado de “licor de urânio”, que depois de decantado e filtrado converte-se em um concentrado, o “yellowcake” que consiste no urânio em formato de pasta, como é comercializado.

Esse processo que parece simples e inofensivo é na verdade extremamente nocivo tanto à saúde humana, quanto a todos os ecossistemas. O procedimento de extração do urânio é considerado perigoso até mesmo em países desenvolvidos que o realizam com toda a segurança e dezenas de protocolos, como por exemplo no Canadá, como disse o bacharel em química, Vítor Fernandes: “O urânio tem um poder destrutivo que não pode ser subestimado, pois além da forte radioatividade, se espalha com uma facilidade insana”. No entanto, quando consideramos esse tipo de extração em países subdesenvolvidos, e sem as condições de segurança de trabalho necessárias aos trabalhadores e ao meio ambiente, o resultado é catastrófico.
O urânio por si só é extremamente radioativo, e a radiação além de justificar sua periculosidade em si mesma, também se espalha pelo solo, pelo ar, e pela água. Ou seja, acaba destruindo três ecossistemas diferentes, sem mencionar os notáveis danos aos nigerenses que habitam regiões próximas a essas minas, fazendo com que a extração de urânio não tenha sua periculosidade reduzida aos trabalhadores, mas também a todas as pessoas que cercam os pontos de extração de urânio.
Além de todos os problemas ambientais que implica a extração do urânio, uma parte ínfima do dinheiro arrecadado com a exploração é revertida a população (tendo em vista que o Niger lucra quantias exorbitantes de dinheiro com a exploração de urânio, porém devido a subnotificação não existem meios de saber ao certo o tamanho do problema) , que sob essas circunstâncias acaba se envenenando por migalhas, como explica a charge do artista francês Damien Glez.
Tradução da charge: Você prefere ficar rico, porém envenenado. Ou pobre com saúde‽ Pergunta o francês
O urânio que é rico, não eu. Responde o Nigerense.
O rompimento da barragem do Fundão no município de Mariana (MG) aconteceu no dia 5 de novembro de 2015, sendo considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil por muitos especialistas do meio ambiente. Contudo, para o povo Krenak o ocorrido ultrapassa os limites de ‘desastre’ e se configura como mais um episódio de luta dos indígenas no Brasil.
De acordo com a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), os rejeitos devastaram o Distrito de Bento Rodrigues e conduziram-se em 55 km até o Rio Gualaxo, afluente do Rio do Carmo que é afluente do Rio Doce.

Geovani Krenak, líder indígena e vereador da cidade de Resplendor em MG, declara que o intitulado “desastre” deveria na realidade ser retratado como crime, já que foi por negligência da empresa Samarco, subsidiária da Vale, que a barragem cedeu. “É bom olhar os termos utilizados pra gente não reforçar a ideia de desastre, uma coisa mais no âmbito natural, nesse caso foi crime. Um crime premeditado, digamos assim”, afirmou.
Leonardo Alves da Cunha, professor de sociologia do IFSP campus São Miguel Paulista, fala sobre a relação do indígena com a natureza, a qual também se difere de acordo com cada povo. Também orientador do núcleo de estudos afro-brasileiros e indígenas da instituição, afirma que existe para os Krenak, uma ligação cosmológica, de ancestralidade e fixação no território: “A gente poderia chamar de conexão com a natureza no sentido de que eles não a pensam como um depósito de recursos, que pode ser o tempo inteiro utilizado para tirar o que quiser.”
Para a ativista indígena e diretora escolar municipal, Ludimila Krenak, o impacto do crime foi avassalador em todos os âmbitos. A pedagoga pontua que eles tiveram que criar muitas adaptações, como consumir água mineral em garrafas de plástico e necessitar de caminhões pipa: “Depois da contaminação do Watu, nós passamos a ter inúmeras dificuldades para fazer nossos rituais culturais, pois o rio era nossa fonte de alimentos, água, lazer, esportes, onde colhíamos nossas ervas medicinais, ensinávamos as crianças a nadar e a pescar. Perdemos isso tudo”.
"Watu" como é chamado por Ludimila, diz respeito ao Rio Doce que para os Krenak é como um ancestral. Leonardo, ao explicar sobre essa relação, ressalta as falas de Ailton Krenak, em que o escritor discute a existência de muitas humanidades diferentes e a mais próxima dos indígenas tem uma relação muito íntima com as paisagens naturais, considerando-as realmente seres vivos.
Segundo a diretora, "Difícil é encontrar alguma forma que esse crime não me atinja". Aprender a nadar para os Krenak não é apenas nadar como para os não-indígenas. Ela afirma que fazer isso é criar um vínculo eterno com Watu, relatando que aprendeu a nadar no rio juntamente com todos os seus familiares, mas suas 3 filhas não conseguirão seguir a tradição.
"O Watu não conhece minhas duas meninas mais novas, a primeira foi batizada nele, as outras nem isso puderam. As ervas que o rio nos oferecia para dar o primeiro chá e o primeiro banho nos recém nascidos não podemos utilizar mais, isso me fere diariamente, uma ligação espiritual que não existirá com as novas gerações", completa.
O vereador, Geovani, disse também que os Krenak estão exigindo ações referentes à água do Rio Doce e reivindicado minimamente condições de vida no vale. Ele declara com indignação: “O crime aconteceu em 2015, acontece hoje e vai continuar acontecendo durante muito tempo”.
A respeito de tratar esse tema em aula e questionar os alunos sobre como resolver o problema, Alves completa: “Perderam vidas, propriedades, a maneira como viviam coletivamente, seus bens, tanto suas casas quanto seus objetos. Como é que repara isso? Você dá uma indenização? Você manda para um outro lugar? Tem coisas que são imateriais, que você não consegue reparar com dinheiro, né?”
Um dos pontos comerciais mais conhecidos na cidade de São Paulo é a 25 de março, que fica localizada na região central, onde o movimento não para de crescer e, junto com ele, o lixo nas ruas.
De acordo com a Loga - empresa responsável pela coleta de lixo, são produzidos na área por volta de 500 toneladas de lixo por mês, mas nas datas comemorativas há um aumento significativo de 7% na produção de resíduos. "Isso aqui é lixo até demais, tem dias que ficamos mais de 2 horas para limpar tudo em um só quarteirão, a sujeira aqui é tanta que mesmo a gente limpando, o caminhão-pipa ainda precisar vir para lavar as calçadas.", diz Sueli, uma das garis que limpa o local.
As pessoas têm o costume de se adaptar à realidade que veem em sua frente, ninguém joga o papel de bala no chão de casa, mas quando se trata da rua que já está cheia de lixo, não acham problema em ajudar a ter mais acúmulo.
"Eu acho que é a educação que vem de casa, porque eu vejo muita gente jogando embalagens nas ruas, as pessoas que vão às compras e até mesmo os vendedores ambulantes, que não estão preocupados em deixar limpo o lugar que trabalham.", opina Julia Batista, vendedora que trabalha na região da 25.
As consequências não atingem somente as pessoas que trabalham ou moram nas ruas, mas também os lojistas que não conseguem movimento quando há chuvas fortes. "O excesso de lixo nos bueiros entope as saídas de água e acontecem os alagamentos. A água sobe e não é possível caminhar, ninguém quer andar em esgoto.", desabafa Marlene Domingos, lojista na 25 de março a mais de 15 anos. A degradação da qualidade da água pode prejudicar a saúde, o bem-estar e a segurança em geral.
Não é apenas durante o dia que acontecem os casos de descartes inadequados, quando chega a parte da noite os feirantes começam a preparar seu ambiente para conseguirem trabalhar. Ao decorrer da madrugada o movimento de pessoas que vão comprar suas frutas e vegetais aumenta, o que resultando na abundância de restos, criando moscas, larvinhas e mau odor, “Não tem como eles não deixarem nada cair durante a noite, uma banda de cenoura, melancia, vai ser derrubado e fica por isso. E se tá atendendo o cliente, não vão querer parar para pegar o que está no chão. Eles se preocupam menos porque sabem que a gente tem que vir limpar. De um jeito ou de outro, sempre vai acabar limpo antes de chegarem e sujarem tudo de novo.", conclui Sueli.
A poluição é responsabilizada por danos no ecossistema, que afetam diretamente as pessoas que convivem com ela todos os dias. Não é possível mudar tudo do dia pra noite, limpar todas as ruas e deixar a cidade brilhando outra vez, mas existe a possibilidade de ajudarem a não piorar o que, sinceramente, não está nada bom. A falta de compreensão leva as pessoas a não terem noção das consequências de seus atos, nunca vai ser "só mais um", sempre irá ser "ainda tem mais um".