O número de mortos causados pela passagem do supertufão Yagi no Vietnã ultrapassou a casa das 290 vítimas. Outras 38 pessoas estão desaparecidas e mais de 2.000 estão feridas, segundo a agência de gerenciamento de desastres. Milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas.
Além disso, a produção industrial em várias províncias do norte foi interrompida, 235.000 residências foram danificadas e mais de 300.000 hectares de arroz e plantações comerciais foram inundados.
O tufão Yagi atingiu o norte e nordeste do Vietnã há mais de 10 dias, no que foi a maior tempestade na Ásia neste ano. Segundo estimativas, o prejuízo econômico chegou a 1.6 bilhões de dólares. Outros países também foram afetados pelo tufão, incluindo Laos, Tailândia, Mianmar e Filipinas.
O Vietnã se prepara para novas inundações, já que uma nova tempestade se aproxima da costa central. Ainda há incertezas quanto ao curso, velocidade e intensidade, mas as províncias costeiras já foram alertadas pelas autoridades.
Segundo a agência meteorológica, essa nova tempestade pode atingir a cidade de Danang na noite de quinta-feira (19) ou no início de sexta-feira (20).
Com uma longa costa voltada para o Mar da China Meridional, o país do Sudeste Asiático é propenso a tempestades tropicais que podem causar um grande número de vítimas, sérios danos à produção industrial e à infraestrutura.
Os eleitores dos Estados Unidos irão às urnas no dia 05 de novembro para decidirem entre os candidatos que concorrem à presidência do país. Por terem um sistema bipartidário, na prática, apenas dois partidos estão na disputa: Republicano, com Donald Trump, e Democrata, com Kamala Harris.
No entanto, a população não vota diretamente em Trump ou Harris, mas em representantes do seu respectivo Estado, que são denominados Delegados. Esses membros juntos formam um Colégio Eleitoral. O colegiado é quem votará para a escolha da presidência e vice-presidência.
Essa forma de eleição é chamada sufrágio eleitoral indireto e determina que cada Estado possua uma quantidade de delegados equivalente ao número de representantes no Congresso.
O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados - sendo 1 para cada membro da Câmara dos Deputados (435) e do Senado (100), e mais 3 no Distrito de Columbia - para vencer a eleição, o candidato precisa atingir 270 votos.
Em geral, o ganhador pela decisão popular também deve conquistar todos os delegados do estado, mas caso a maioria dos votos dos delegados seja para o concorrente, o candidato escolhido pela população "perde" os votos dos representantes que também votaram nele e elegem o partido adversário como escolhido pelo estado, independentemente da vantagem anterior.
Em um Estado como a Califórnia, que possui 55 delegados, se determinado candidato conquistar 28 , todos os 55 votos vão para ele.
Para concorrer ao cargo de presidente, é necessário cumprir alguns requisitos: ser nativo dos EUA, ter mais de 35 anos e ser residente do país há mais de 14 anos. Além disso, precisa passar por um processo chamado “primárias”, uma espécie de eleição interna dos partidos que determinam quem será o candidato.
O Professor Doutor de Relações Internacionais, Rodrigo Duarte, afirma que as eleições estadunidenses acontecem dessa forma por uma tentativa de distanciamento do país de sua raiz republicana europeia e, mesmo que muitos encarem como um sistema pouco democrático, dificilmente poderá ser modificado no futuro.
Até o atual momento, pesquisas realizadas pelo portal Fivethirtyeight, Harris está a frente na corrida eleitoral, considerando a opinião pública, ultrapassando o ex-presidente por +2.6 pontos.
A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita conhecido por sua postura anti-imigração e envolvimento em polêmicas relacionadas ao nazismo, venceu as eleições regionais no estado da Turíngia, no leste da Alemanha, no último domingo (01).
A AfD conquistou 32,8% dos votos, tornando-se o primeiro partido de extrema-direita a vencer uma eleição estadual no país desde a Segunda Guerra Mundial. O resultado reflete uma ascensão da ultradireita alemã, que agora desafia a estabilidade política da região.
Ao analisar o cenário político atual no país , Vinícius Bivar, doutorando em História da Europa Contemporânea, explicou que "é um cenário que conjuga o fortalecimento de movimentos anti-establishment com o enfraquecimento da coalizão governista no poder em Berlim".
Bivar também destacou que tanto na Saxônia quanto na Turíngia observou-se o crescimento de partidos de viés radical, como a AfD e a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), que se beneficiaram do discurso anti-imigração e contrário ao envolvimento da Alemanha no conflito na Ucrânia, mesmo estando em polos opostos do espectro político.
Na Saxônia, estado vizinho, a AfD também obteve um desempenho expressivo, ficando em segundo lugar com 30,4% dos votos, apenas 1,1% atrás da União Democrata Cristã (CDU), partido de centro-direita que liderou a votação com 31,5%.
Esses resultados reforçam o crescimento da AfD, que já havia surpreendido ao conquistar 15% dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu e a vitória em uma eleição distrital na cidade de Sonneberg, na Turíngia, no ano passado.
Apesar da vitória histórica na Turíngia, a AfD enfrenta resistência significativa para formar um governo, já que os partidos tradicionais, incluindo a CDU, o Partido Social Democrata (SPD) e A Esquerda, rejeitam qualquer aliança com a extrema-direita.
Os principais fatores que contribuíram para a vitória dos partidos ultradireitistas foram classificados pelo historiador em termos de longo, médio e curto prazo. Segundo ele, "os fatores de longo prazo, ou estruturais, estão relacionados à permanência de um nível desigual de desenvolvimento econômico entre os estados das antigas RFA (República Federal da Alemanha) e RDA (República Democrática Alemã )", aliado à persistência de culturas políticas distintas após a reunificação.
Além disso, há uma certa nostalgia em relação à percebida estabilidade da vida na antiga RDA, o que contribui para que muitos alemães nesses estados se percebam como "cidadãos de segunda classe".
Em médio prazo, ele apontou os impactos da crise econômica de 2008 e a crise dos refugiados de 2015, que trouxe o tema da imigração para o centro do debate e coincidiram com a radicalização do discurso da AfD. Já os fatores de curto prazo incluem a Guerra da Ucrânia, a eficácia da AfD em mobilizar eleitores jovens através de plataformas como o TikTok, e o atentado terrorista em Solingen, que ocorreu às vésperas das eleições na Saxônia e na Turíngia.
O ataque cometido por um imigrante sírio em Solingen, que resultou na morte de três pessoas, foi amplamente explorado pela AfD para reforçar suas críticas à política migratória do governo. Alice Weidel, líder do partido, afirmou que "as regras de imigração precisam mudar imediatamente" e que a vitória na Turíngia é "um sucesso histórico" para o partido.
Björn Höcke, líder da AfD na Turíngia e condenado recentemente por utilizar slogans nazistas, declarou estar "pronto para assumir as responsabilidades de governar", mas a possibilidade de formar uma coalizão ainda é incerta.
A rejeição à AfD é ecoada pelo chanceler alemão Olaf Scholz, que descreveu os resultados eleitorais como "preocupantes" e pediu que os partidos tradicionais excluíssem os "extremistas de direita".
Sobreas possíveis implicações da ascensão da ultradireita na Alemanha para a política externa do país e para a União Europeia, Bivar acredita que "no curto prazo, pouco deve mudar", uma vez que os partidos do campo democrático parecem comprometidos com o chamado "brandmauer" (firewall), recusando-se a formar governo com a AfD.
Contudo, ele alertou que "um crescimento ainda mais expressivo da AfD, sobretudo a nível nacional, pode comprometer a governabilidade do país", podendo no futuro "resultar em uma política externa de viés illiberal (intolerante) que busque, por exemplo, comprometer a relevância da União Europeia em favor de uma aproximação com regimes como a Rússia de Putin".
Scholz argumentou que a AfD está "prejudicando a Alemanha" ao dividir a sociedade e enfraquecer a economia do país. A coalizão de centro-esquerda liderada por Scholz, por sua vez, obteve um desempenho fraco no pleito, aumentando a tensão política no governo um ano antes das próximas eleições gerais na Alemanha.
Com as eleições em Brandenburg se aproximando, onde a AfD também lidera nas pesquisas, o cenário político na Alemanha pode estar à beira de uma transformação significativa. A possibilidade de mais vitórias da extrema-direita levanta preocupações sobre o futuro da democracia alemã e o impacto de um partido que relativiza o nazismo e promove políticas de exclusão em um dos países mais influentes da Europa.
O Estado de Israel está em momento de tensão e crise política desde o início da guerra contra o grupo palestino Hamas no dia 07 de outubro de 2023. As forças armadas israelenses anunciaram no domingo (01), a descoberta de seis corpos num túnel subterrâneo de Rafah. O acontecido causou uma crescente de manifestações no país. Na manhã seguinte (02), uma greve geral foi convocada para criticar o método das negociações do resgate de reféns e pedindo um acordo com o Hamas.
O confronto atual é marcado pela morte de 40 mil palestinos por Israel e 35 mil israelenses pelo Hamas, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza. Israel segue criticada pela comunidade internacional, sendo citada em declaração do presidente do Brasil, Lula, que chamou o conflito de genocídio e comparou as ações tomadas por Israel com o Holocausto, no dia 23 de fevereiro, quatro meses após o início da guerra.
As seis vítimas
Segundo os militares, os prisioneiros foram mortos pelo Hamas, antes da chegada das forças israelenses. Milhares de manifestantes foram às ruas contra o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, durante a tarde do dia 01⁰, pedindo cessar-fogo do conflito entre Israel e Hamas.
Durante as manifestações, bloqueios de estradas foram feitos em Jerusalém. Na principal rodovia de Tel-Aviv, os manifestantes seguravam bandeiras com fotos dos reféns mortos. A greve geral planejada para o dia 02, foi mobilizada pelo maior sindicato de Israel, o Histadrut. O apelo principal feito pelo chefe do sindicato, Arnon Bar-David, foi para que todos os trabalhadores civis se juntem pressionando o governo israelense.
A autópsia realizada pelo Ministério da Saúde israelense, confirmou as mortes ocasionadas por tiros de curta distância. A estimativa do período do óbito é cerca de 48 a 72 horas antes da checagem feita no domingo (01) pela manhã. É possível que os reféns tenham sido mortos entre quinta e sexta-feira, de acordo com o porta-voz do ministério.
A população israelense protestou para que Netanyahu fizesse novos esforços no resgate de reféns, que estão sob posse do Hamas em Gaza. O primeiro-ministro tem apoio significativo em sua tática de não fazer concessões ao Hamas, mesmo que isso afete no resgate dos 66 cativos israelenses e estrangeiros restantes em Gaza, segundo o jornal Haaretz.
A greve geral
O Fórum das Famílias dos Reféns e o Histardrut, convocou a paralisação total na segunda-feira (02). A greve afetou empresas de vários setores da economia e o maior aeroporto do país suspendeu pousos e decolagens.
Os manifestantes tornaram a bloquear estradas novamente e passeatas foram organizadas para pressionar Netanyahu. O Tribunal Trabalhista, depois de ser acionado pelo Estado, condenou a greve, alegando ser ilegal e definiu um prazo de suspensão da paralisação até 14h30 do horário local.
Um acordo foi feito entre o Tribunal e os sindicalistas, encerrando a paralisação. Os familiares das vítimas e de reféns do grupo terrorista Hamas, incentivam a continuação dos protestos nas ruas de Tel-Aviv, Jerusalém e outras regiões do Estado.
O primeiro ministro descartou o acordo de cessar-fogo em julho deste ano, segundo o tablóide Yedioth Ahronoth. O jornal teve acesso ao relatório que continham as exigências apresentadas por Netanyahu. A suspeita apontada pela reportagem, seria a do premiê ter este posicionamento para prolongar a guerra e sabotar uma trégua em prol de benefício político para si mesmo.
Após dois meses de impasse, o presidente da França, Emmanuel Macron anunciou nesta quinta-feira(05), Michel Barnier como novo primeiro-ministro do país. A nação vive uma crise com a ascensão da extrema-direita e meses de paralisação política, depois da derrota de Macron nas eleições do Parlamento Europeu.
Em junho, o presidente dissolveu o parlamento francês, e convocou novas eleições, depois da derrota de seu partido (REM) para o partido (RN) de Marine Le Pen, política populista de extrema direita.
Com a nomeação de Michel Barnier, Macron dribla a extrema direita e a esquerda para evitar que o país entre em coabitação. Na coabitação, o presidente mantém o papel como representante em política externa, mas perde a autoridade de definir a política doméstica da nação e , apesar de ser um político de centro-direita, Barnier é aliado do presidente francês
Depois do anúncio, Jean-Luc Mélenchon, líder do bloco esquerdista, convocou protestos. A esquerda lidera o parlamento europeu, após ganhar as eleições legislativas do país em julho. Apesar da vitória, como não conquistou a maioria absoluta dos assentos, não tem força para nomear de forma independente um novo primeiro-ministro.
Quem é Michel Barnier?
O atual primeiro-ministro é um político tradicional conservador. Ganhou destaque por comandar as negociações do Brexit, processo que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia, em 2020.
Michel Barnier ocupou uma série de cargos no governo do país, dentre eles o de Ministro do Meio Ambiente (1993-1995) e Ministro de Estado para Assuntos Europeus (1995-1997) no governo de Jacques Chirac.
O premiê foi o chanceler da França no início dos anos 2000. Em 2021, anunciou sua pré candidatura à presidência do país, mas desistiu por falta de apoio do partido. Aos 73 anos, ele assume a posição anteriormente ocupada por Gabriel Attal, o mais novo da história no mesmo cargo.
Depois do anúncio, o presidente Emmanuel Macron agradeceu em seu Instagram, Gabriel Attal, primeiro-ministro que renunciou ao cargo em julho. “Com o Governo, você levou o país adiante e contribuiu para o seu brilho num momento importante. Ao serviço dos nossos concidadãos, a França no coração”, afirmou Macron na publicação.