(Predios destruidos em Gaza após ataque israelita, foto:reuters)
No sábado (07), o grupo Palestino Hamas fez um ataque surpresa a 22 cidades em Israel. A invasão iniciou com dois mil mísseis que passaram pela proteção antiaérea da faixa de Gaza, na região sul do país. Logo após a ofensiva, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao grupo militante. “O que aconteceu hoje nunca vimos antes na história de Israel[...] Estamos em guerra. Nós venceremos, mas o preço será alto”, afirmou o chanceler.
A ação do Hamas, intitulada como "Operação Dilúvio Al-Aqsa", se expandiu com a presença de militantes nas diversas cidades do país, com relatos de pessoas se trancando em casa por causa do ataque. Segundo a imprensa local, cerca de 100 israelenses, entre cidadãos e soldados, foram feitos de reféns e levados para a faixa de Gaza. O porta-voz militar de Israel, Jonathan Conricus define que: “alguns estão vivos e outros já são considerados mortos”
O governo Israelense retaliou o ataque e organizou bombardeios ainda no sábado (07), que terminou com a morte de 230 palestinos e mais de seis mil feridos. Em entrevista para o canal Al Jazeera, o vice-chefe do grupo Hamas, Saleh al Arouri afirmou que o objetivo do grupo é "matar e capturar muitos soldados israelenses". "Quanto mais os combates continuam, maior será o número de capturados”, falou al Arouri.
Em 24 horas o número de vítimas já passou de mil. Na manhã de domingo (08), o IDF (sigla em inglês para Força de defesa de Israel) disse que atacou com drones pontos de foco do Hamas. Mais tarde, no mesmo dia, uma rave - evento de música - foi atacada pelo Hamas, com cerca de 260 mortos, segundo o governo de Israel.
O primeiro-ministro israelense declarou que as forças militares do país iriam agir. "Digo ao povo de Gaza: saiam daí agora, porque estamos prestes a agir em todos os lugares com toda a nossa força", disse Netanyahu.
A ofensiva militar do grupo Hamas veio logo após o aniversário de 50 anos do início da guerra de Yom Kappur, em 06 de outubro de 1973, quando Israel combateu a Síria e o Egito, resultando em uma das mais violentas guerra do estado judeu. Esse foi o último conflito árabe-israelense até a guerra atual.
O Hamas, sigla para Harakat al-Muqawama al-Islamiya, que significa Movimento pela Resistência Islâmica, é um grupo palestino islâmico formado em 1987. O grupo é um forte partido político palestino, e venceu as eleições de 2006, derrubando o rival Fatah. O poder militar do grupo detém a indústria armamentista de Gaza, que está sob seu controle desde 2007.
O governo israelense é contrário ao reconhecimento do Estado Palestino. No início do ano, em Jenin, 12 palestinos foram mortos, onde houve uma ação militar por causa de um projeto de planificação do solo, que danificou 80% das casas. Também houve aumento nas restrições de adoração na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
De acordo com o monitor do Oriente Médio estão na prisão mais de cinco mil palestinos, contando com o político Marwan Barghouti. Pelas ações e o regime de segregação, a Organização das Nações Unidas classificou a situação entre palestinos e israelenses como regime de Apartheid em 2022.
No cenário mundial, os Estados Unidos, Reino Unido Japão e alguns aliados classificam o grupo Hamas como terrorista. Os britânicos justificam a classificação pelos "ataques indiscriminados contra Israel".
No entanto, a classificação não é unânime. Países como Brasil, China, Rússia, Turquia e Noruega, adotam posicionamento neutro sobre o grupo islâmico. Na maioria dos casos, a denominação de um grupo como terrorista vem da ONU, contudo, a organização não assumiu um posicionamento, ficando dependente dos critérios de cada país.
A Noruega já tentou mediar processo de paz entre israelenses e palestinos. O Brasil e a China, apoiam que para paz é necessário a criação de dois Estados independentes: o da Palestina e o de Israel.
Com a escalada militar na região, diversos chefes de Estados repudiaram a ofensiva contra Israel. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o ataque e falou em "todos os meios apropriados de apoio" para o Governo de Israel. Maria Zakharova, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, afirmou que o país espera um acordo de cessar-fogo. "Apelamos aos lados palestinos e israelense para que implementem um cessar-fogo imediato, renunciando à violência", disse a porta-voz.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, condenou as ações e prestou solidariedade às vítimas. "Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, publicou em uma rede social. O presidente ainda afirmou que o Brasil não irá poupar avanços para evitar a escalada do conflito.
No domingo (08), o Brasil - país que preside o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) - convocou uma reunião de emergência com todos os membros para tratar do tema. O encontro aconteceu a portas fechadas em Nova York, nos Estados Unidos, e terminou sem um comunicado oficial sobre a situação. O Conselho pode voltar a se reunir a pedido de um dos membros.
A votação prévia das eleições na Argentina acontecerá em 11 de agosto, depois, os candidatos eleitos pelas coligações disputarão o pleito em 22 de outubro e, caso seja necessário, haverá um segundo turno em 19 de novembro. Assim como no Brasil, a votação no país vizinho é obrigatória.
No país as coligações são obrigadas a fazer uma votação primária, antes do primeiro turno. Essa votação é conhecida como Pisa (Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) nela os eleitores escolhem a coligação em que irão votar, por isso é considerado um grande termômetro para a corrida presidencial.
Os argentinos irão escolher membros do Congresso Nacional, governadores das províncias e o seu novo presidente neste ano. O embate presidencial deve se concentrar, novamente, entre o peronismo de esquerda (populismo baseado na figura de Juan Perón) e a centro-direita.
Sérgio Massa, é o candidato governista e concorrerá pela coalizão “União pela Pátria”, Agustín Rossi foi escolhido como seu vice. Sérgio é o atual ministro da Economia e lida com a grande dívida externa da Argentina, que é um dos principais temas nesta eleição. O último empréstimo feito ao Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo país, foi de 56 bilhões de dólares e após uma recente renegociação a dívida passou a ser de 45 bilhões.
Horácio Larreta, prefeito de Buenos Aires e Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança, estão a frente dos “Juntos pela Mudança”, que nasceu da coligação entre um partido de direita tradicional, a União Cívica Radical, e o partido criado pelo ex-presidente Mauricio Macri, o Proposta Republicana (PRO).
A direita ultra-liberal também concorrerá a uma vaga no pleito, seu representante será Javier Milei, candidato do “A Liberdade Avança”. Milei foi eleito deputado federal em 2022, tem 52 anos e é dono de uma retórica exaltada.
Algumas das suas propostas geraram grande polêmicas, como a extinção do Banco Central Argentino e o fim do ensino público obrigatório. Crítico ferrenho de políticos tradicionais, economistas convencionais e à mídia em geral conquistou a imagem de candidato anti semita. Apesar disso, Mieli vem ganhando espaço nas mídias de direita, como no canal consevador La Nación.
Tomaz Paoliello, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, considera importante observar o cenário recente de eleições de candidatos conservadores a presidência e que é preciso “levar a sério” a candidatura do ultra-liberal: “Milei vem crescendo nas pesquisas recentes, tendo vivido a eleição de Trump e de Bolsonaro, é preciso levar a sério sua candidatura, então estou entre os que acreditam na possibilidade da vitória dele, embora seja cedo para afirmar favoritismo de qualquer lado."
No dia 20 de abril 136 civis foram mortos no vilarejo de Karma no Burkina-Faso, testemunhas relataram que o crime foi cometido por soldados do governo. As autoridades condenaram o massacre e prometeram investigações. A ONU e a União Africana exigem que o governo da capital, Uagadugu, garanta investigações independentes e confiáveis.
Burkina Faso enfrenta uma espiral de golpes de estado: o último ocorreu em setembro de 2022, instituindo o jovem Capitão Ibrahima Traoré de 35 anos como Presidente de transição. Em seu discurso de posse, Traoré reiterou seu objetivo: "Pelo meu país lutarei até ao meu último suspiro", prometendo recuperar os 40% do território dominado por grupos terroristas.
O Massacre de Karma
Moradores de Karma relataram que às 7:30 da manhã do dia 20 de abril comboios de supostos soldados do exército Nacional alcançaram a vila. Após cercarem o vilarejo, os homens seguiram de casa em casa, saqueando-as e violentamente reunindo os aldeões em grupos, para então fuzilá-los. Os assassinos foram embora às 14:00, deixando 83 homens, 28 mulheres e 45 crianças mortas.
“No meu grupo éramos mais de 30. De repente, começaram a atirar. Eu estava deitado de barriga para baixo após o primeiro tiro. Eu estava molhado com o sangue dos corpos dos outros. Fiquei imóvel, apavorado, até que os soldados foram embora. Dois deles voltaram para acabar com aqueles que estavam se movendo e ainda vivos. ” Declarou um dos sobreviventes à Human Rights Watch.
O povoamento se encontra em uma área de atuação da Al-Qaeda e do Estado Islâmico no Grande Saara. No dia 15 de abril jihadistas mataram seis soldados burquinenses e 34 combatentes de milícias pró-governo na aldeia de Aeroma, localizada a poucos quilômetros de Karma. Os moradores de Karma relataram que os ataques do dia 20 foram uma retaliação por parte do exército nacional que acreditava que os aldeões estariam dando suporte a combatentes extremistas.
“Vi uma pilha de cadáveres de mulheres e crianças. Os recém-nascidos ainda estavam nas costas de suas mães. Havia tantas crianças. Foi uma cena horrível. ” Explica um residente.
Ao todo 12 celeiros,17 currais e 40 casas foram incendiados. Um descreve a destruição para os agentes da Human Rights Watch: “Vi pelo menos 25 casas queimadas, tudo dentro era apenas cinzas. Também observei que os currais dos animais foram incendiados, com os animais também queimados. ”
As guerras invisíveis do Sahel
Grupos extremistas florescem em regiões instáveis. O declínio do terrorismo no Oriente Médio entre os anos de 2016 e 2019, obrigou estás organizações a transferirem suas atuações para áreas mais voláteis e com menos visibilidade internacional.
A instabilidade político-social endêmica no Sahel, somada às suas fronteiras porosas e desprotegidas, atraíram a atenção de grupos jihadistas. A região presenciou mais de 800 ataques apenas em 2021. O relatório do Índice Global de Terrorismo de 2023 apontou que o território é o atual epicentro do terrorismo internacional. Boris Cheshirkov, o porta-voz do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), informou que cerca 2,1 milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas entre os anos de 2013 e 2021 no Sahel. A crise migratória é consequência da atuação de grupos paramilitares na África subsaariana.
O Mali foi o primeiro país da região a enfrentar a insurgência de grupos rebeldes. A porção norte do país, conhecida como Azauade, é o lar da etnia Tuaregue, que desde a década de 1970 busca sua independência.
O ex-líder líbio Muammar Gaddafi contratou mercenários Tuaregues durante a invasão americana da Líbia em 2011. Após a derrota do regime líbio em 2012, os combatentes se apossaram das armas fornecidas e regressaram ao Mali decididos a garantir a independência do Azauade, fundando assim, o Movimento Nacional de Libertação do Azauade (MNLA). Células terroristas locais como a Al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI) e o Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS) se aliaram ao MNLA. No início a colaboração era benéfica para ambas as partes, mas com o passar do tempo os separatistas Tuaregues perderam força e espaço para os terroristas.
A guerra civil do Mali combinada com a abundância de armas traficadas da Líbia trouxe insegurança para todo o Sahel. A instabilidade foi favorável para que a atuação fundamentalista avançasse rumo às nações vizinhas. Em 2015 o conflito cruzou a fronteira rumo ao Burkina-Faso. Os militares que desfrutam de grande influência política tentam controlar a instabilidade por meio de golpes: somente no ano passado dois foram executados, mas a situação não melhorou.
Conforme o último relatório do Institute for Economics and Peace (IEP), Burkina-Faso é o segundo país que mais sofre com o terrorismo no mundo com trezentos e dez incidentes terroristas ocorridos em 2022, atrás apenas do Afeganistão. Desde que a instabilidade começou mais de 8.564 pessoas já morreram.
Revezamento de metrópoles
A operação Serval, liderada pela França e com o apoio logístico de outros países ocidentais, foi uma intervenção militar no Mali iniciada em janeiro de 2013. Segundo François Hollande – presidente francês da época – a ação foi uma resposta ao apelo do presidente malinês, Dioncounda Traoré, diante do avanço terrorista no norte do país. Em agosto de 2014 o governo francês encerrou a operação Serval e deu início a operação Barkhane, que expandia a atuação para Burkina-Faso, Chade, Níger e Mauritânia.
O número de atentados progressivamente subiu durante a intervenção estrangeira, enquanto grupos terroristas passaram a recrutar cada vez mais combatentes. O relatório anual de 2020 do Projeto de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED) indicou que somente naquele ano, as forças de segurança intervencionistas mataram mais civis em Mali e Burkina Faso do que os grupos insurgentes.
A população não entendia como uma superpotência poderia demorar tanto para derrotar milícias regionais. A ocupação militar francesa foi desaprovada por muitos cidadãos, que temiam que a antiga metrópole colonial estivesse interessada na exploração das riquezas naturais malianas. O posicionamento adotado pela antiga metrópole de não realizar negociação com jihadistas era impopular entre muitos malineses cansados da violência.
Em janeiro de 2020 um ataque aéreo francês ceifou a vida de 22 civis que celebravam um casamento na Vila de Bount, no Mali. Durante os nove anos de operação diversos incidentes parecidos ocorreram, agravando ainda mais a impopularidade da participação francesa.
Em agosto de 2020, uma junta militar antiocidental e pró-Rússia realizou um golpe de estado no Mali, nomeando o líder do complô, Bah N'Daw, como presidente. O novo governo militar procurou diversificar o apoio estrangeiro na guerra contra o terror, se aproximando cada vez mais da Rússia. Em dezembro de 2021 as primeiras tropas do grupo Wagner desembarcaram no país. A força paramilitar de origem russa foi fundada em 2014, mas ganhou fama somente no início da invasão da Ucrânia de 2022.
A nova política adotada pelas autoridades do Mali desagradou os franceses: "não seremos capazes de coabitar com mercenários" – reiterou Florence Parly, ex-ministra das forças armadas – indicando o inevitável fim da colaboração. No dia 8 de agosto de 2022, o último contingente da operação Barkhane deixou o Mali. Em 24 de janeiro de 2023, às autoridades do Burkina-faso também solicitaram a retirada das tropas francesas de seu território. Moscou já detém grande influência na África Central, procurando agora ocupar o "vácuo" de poder deixado após o fracasso francês na pacificação do Sahel.
A Assembleia Geral das Nações Unidas de março de 2022 foi realizada no calor da invasão à Ucrânia. Na ocasião foi discutida uma resolução que exigia a retirada imediata, incondicional e total das tropas russas do território ucraniano, 141 dos 193 países membros votaram a favor. Os votos dos países africanos explicitaram o poder que a Rússia possui no continente. Entre os países que se abstiveram, 17 são africanos, sendo que a Eritreia votou contrariamente à proposta.
Por: Felipe Bragagnolo Barbosa
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Tudo isso seria mágico para os norte-coreanos se fosse verdade, mas eles nunca ganharam a Copa do Mundo. O vídeo foi divulgado em 2014 em um canal do youtube, em que postava semanalmente notícias vindas do "Jornal Nacional" da Coréia do Norte, o mundo todo parou, acreditando que o governo fechado e ditatorial norte-coreano estava mentindo sobre a campanha na Copa do Mundo, na qual eles nem se classificaram. A Coréia do Norte faz campanha lendária na copa do mundo de 2014 no Brasil, começa o campeonato vencendo o Japão por 7 a 0, no segundo jogo vence os rivais dos EUA por 4 a 0 e depois a China por 2 a 0, nas oitavas de final venceu Portugal por 7 a 0 , nas quartas de final, em jogo dificil ganharam de 2 a 1 da Alemanha, nas semi-finais enfrentaram a vizinha Coréia do Sul e se classificaram para a final vencendo por 2 a 0, e sendo campeões em cima do Brasil por 8 a 1.
Jornais internacionais famosos como Toronto Sun, Mirror, Adelaide Now e USA Today divulgaram como uma mentira feita pelo governo norte coreano e até hoje muitas pessoas acreditam que esta é a verdade. Este vídeo nunca foi feito ou divulgado pela Coréia do Norte, na verdade um brasileiro conhecido na internet como Cid Cidoso fez essa "trollagem", ele no começo de 2014 havia criado um canal sobre notícias norte-coreanas chamado "North Korea Updates" após invadir o sinal de um satélite de lá, ele pegou trechos de notícias e as colocou em seu canal do youtube, parecendo realmente ser algo sério.
Cid em uma transmissão ao vivo disse como armou toda essa mentira, além dos trechos do jornal, o brasileiro contratou uma mulher sul-coreana para dublar o que a jornalista norte-coreana falaria, e para deixar a fake news mais verdadeira, lip sync (sincronização da boca ao falar) foi utilizado, para simular a festa norte-coreana nos estádios, além da falsa imagem do jogador norte-coreano levantando a taça, Cid editou vídeos das torcidas do Flamengo e Chile, colocando cores azuis e abaixando a qualidade de imagem, também usou imagens de comemorações de feriados na Coréia do Norte para isso.
Sobre os placares Cid disse que escolheu os adversários para engajamento, EUA, Coréia do Sul e Japão foram pelo histórico entre eles e os norte-coreanos, fingindo que o país estava criando uma narrativa por razões políticas, além disso, o brasileiro afirmou ter colocado o Vietnã vencendo a Inglaterra para as pessoas pensarem que os líderes norte-coreanos não entendiam nada de futebol, para quem queria descobrir a verdade ficasse confuso. A vitória por 8 a 1 em cima dos brasileiros foi totalmente por piada, para utilizar os vídeos do David Luiz chorando.
A criatividade do Cid não terminou por aí, ele colocou trechos de um jogo de futebol que ocorreu em Pyongyang entre o Sorocaba enfrentando a seleção norte-coreana(sim, este jogo realmente aconteceu), a Coréia do Norte venceu o time de Sorocaba, que jogou de amarelo, sendo divulgado para a população como sendo a verdadeira seleção brasileira, o vídeo trouxe mais credibilidade e a fake news perfeita estava próxima de estar feita. O vídeo se encerrou com outros trechos do jornal norte-coreano, em que de acordo com o brasileiro, eram imagens de premiações em que ele mesmo não sabia do que se tratava, mas a mídia e o mundo acreditaram. Cid se tornou uma lenda na comunidade brasileira na internet, ele também foi o responsável pela #calaabocagalvao, em que mentia ao mundo dizendo que "Galvão" era um papagaio em extinção no Brasil e que "cala a boca" significava "salve os" em português.
Para acessar o vídeo da Fake News acesse o link
Recentemente, a Women, Peace and Security - iniciativa dedicada a promover a igualdade de gênero - elegeu Ruanda como o país com mais representatividade feminina na política, com 55% das cadeiras do parlamento ocupadas por elas. Ruanda também foi eleito como o segundo destino mais seguro para mulheres viajarem sozinhas.
A pequena nação insular da África Oriental, possui 12 milhões de habitantes e uma economia que cresce 7% ao ano desde 2000. O genocídio ocorrido em 1994 afetou profundamente a sociedade local, mas o povo ruandês reagiu à tragédia de forma transformadora: elaborando reformas políticas e sociais, que foram fundamentais para que a nação desfrutasse do atual cenário de igualdade de gênero.
Cem dias de genocídio
Por décadas, Ruanda foi dividida em duas etnias: a minoria Tutsi, composta por uma elite pecuarista tradicional, e a maioria Hutu, historicamente desfavorecida e composta por agricultores. Essa divisão já existia no período pré-colonial, mas foi intensificada pelos colonizadores belgas e alemães, que buscavam facilitar a dominação.
De 7 de abril até de julho de 1994, instaurou-se um período de terror no país africano: Hutus extremistas caçaram os Tutsis por toda Ruanda. Durante cem dias, mais de 800 mil Tutsis e Hutus moderados foram mortos. As vítimas eram frequentemente conhecidas dos assassinos. O facão virou símbolo da barbárie: A ferramenta onipresente na vida dos agricultores converteu-se na arma mais popular entre os criminosos.
Ruanda era um país rural e pré-industrial. No livro “Uma Temporada de Facões”, o jornalista francês Jean Hatzfeld demonstra como os diferentes estágios de desenvolvimento econômico influenciam na forma como os genocídios são executados.
Hatzfeld faz paralelo com os crimes Nazistas, indicando que aspectos das sociedades industriais, como o desenvolvimento tecnológico - na forma de malhas ferroviárias - e a divisão do trabalho foram decisivas na execução do holocausto: um genocídio burocratizado e pensado na lógica da eficiência produtiva.
O complexo e impessoal método de extermínio adotado pelo terceiro Reich, contrasta com a rudimentariedade e ampla participação da população no curso da limpeza étnica em Ruanda.
O renascer das ruandesas
No fim da carnificina, as ruandesas representavam 70% da população. Desde então, elas passaram a ocupar cargos antes exclusivamente destinados aos homens, exercendo um papel-chave na reconstrução do país e de sua sociedade.
A maioria dos assassinos e das vítimas eram homens. Os extremistas foram presos ou fugiram para a República Democrática do Congo, deixando para trás suas terras. Para garantir a própria sobrevivência e a de suas famílias, as mulheres precisaram obter a posse legal das roças de seus maridos ausentes.
Em 1999 foi feita uma reforma legislativa, na qual mulheres garantiram o direito legal de herdar as terras de seus cônjuges. Outros direitos foram assegurados na constituição de 2003: 30% dos cargos políticos passariam a ser exclusivamente femininos; foi instituído a igualdade de gênero na posse das terras, assim como no acesso à educação.
No ano da nova constituição, 48% dos cargos eram ocupados por ruandesas. Em 2008, Ruanda tornou-se a nação com mais mulheres no Parlamento. Hoje elas já ocupam quase 70% dos assentos e mais de 50% dos cargos ministeriais.
O último levantamento sobre igualdade de gênero realizado pelo Fórum Econômico Mundial (2021) considerou quatro aspectos: educação, saúde, política e economia. Ruanda foi apontada como o sexto país com mais igualdade entre os gêneros no mundo, colocando o pequeno país em pé de igualdade com a Finlândia e a Noruega. O Brasil, por sua vez se localiza na 92.ª posição, segundo o Global Gender Gap Report (2021)
Os limites da igualdade
Atualmente, cerca de 88% das mulheres em Ruanda exercem alguma tarefa remunerada, número este superior ao dos homens. Mesmo tendo crescido a participação feminina na política e no mercado de trabalho, a situação doméstica pouco se alterou. O maior desafio tem sido transferir a igualdade conquistada na vida pública para dentro dos lares de Ruanda.
A cientista política ruandesa Justine Uvuza, em seu doutorado, pesquisou a vida de mulheres que ocupam cargos públicos em seu país. Constatando que muitas são obrigadas pelos maridos a realizar trabalhos domésticos, mesmo ocupando posições importantes no Estado. Segundo Uvuza, no senso comum, uma boa ruandesa é patriótica, trabalhadora e obediente ao marido. O movimento feminista costuma ser visto como algo ocidental e "importado" dos Estados Unidos.
A desigualdade social também é um desafio enfrentado pelo governo do presidente Paul Kagame, com o país ocupando o 165º lugar no ranking dos países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), conforme o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2021.