A retirada aconteceu depois de Kimmel criticar Donald Trump, em um comentário sobre a morte do influenciador e ativista conservador Charlie Kirk. O caso reacendeu o debate sobre censura
por
Matheus Henrique
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06/10/2025 - 12h

O apresentador estadunidense Jimmy Kimmel teve seu programa retirado do ar, após criticar o presidente Donald Trump, no dia 15 de setembro, durante a repercussão da morte do influenciador e ativista conservador Charlie Kirk. Ele questionou a reação do líder norte-americano e sugeriu que Tyler Robinson, autor do atentado que vitimou Kirk, seria republicano e trumpista.
 


Kimmel iniciou seu monólogo afirmando que o fim de semana havia trazido mais uma cena vergonhosa ao comentar a tentativa do movimento conservador MAGA, sigla para “Make America Great Again”, de se desvincular do acusado: "A gangue do MAGA está tentando desesperadamente caracterizar o garoto que assassinou Charlie Kirk como algo diferente de um deles, e faz tudo o que pode para ganhar pontos políticos com isso.” 

Ele comentou também sobre a reação inusitada de Trump quando um repórter perguntou como ele estava lidando com a morte de Kirk. O presidente respondeu que estava muito bem e começou a falar sobre a construção de um novo salão de baile na Casa Branca. O apresentador ironizou a situação e disse que essa não é a forma de um adulto lamentar a morte de alguém de quem dizia ser amigo. 

A emissora se posicionou sobre o caso e afirmou que os comentários foram ofensivos, optando por suspender o programa. Nas redes sociais, o presidente comemorou a suspensão e aproveitou para pedir o cancelamento de outros programas que criticam a sua gestão. 
 

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Grande notícia para os Estados Unidos: a ABC finalmente teve a coragem de fazer o que precisava ser feito. Kimmel não tem NENHUM talento e tem uma audiência pior que a do [Stephen] Colbert, se é que isso é possível. Agora restam Jimmy [Fallon] e Seth [Meyers], dois completos perdedores, na mentirosa NBC. A audiência deles também é horrível. Faça isso, NBC!!! Presidente Donald Trump - Reprodução: Truth Social

A suspensão repercutiu também entre os Democratas. Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, acusou o governo de censura, enquanto o senador pelo Estado de Vermont, Bernie Sanders, classificou o caso como mais um episódio de autoritarismo da gestão Trump. Ambos insistiram que o atual presidente busca calar vozes críticas. 

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Depois de anos reclamando sobre a cultura do cancelamento, a atual administração levou isso a um novo e perigoso nível ao ameaçar rotineiramente com ações regulatórias contra empresas de mídia, a menos que silenciem ou demitam repórteres dos quais não gostam. -  Reprodução: X
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O autoritarismo é isso: o governo silenciando vozes dissidentes. Colbert. Kimmel. Um processo de 15 bilhões de dólares contra o New York Times. Muita gente lutou e morreu para defender a liberdade. Não vamos deixar que Trump a tire de nós. - Reprodução: X 

O apresentador voltou ao ar no dia 23 de setembro. Em seu discurso, esclareceu que nunca teve a intenção de menosprezar o assassinato de um jovem e aproveitou para provocar Trump novamente: “Ele fez o possível para me cancelar, mas, em vez disso, obrigou milhões de pessoas a assistir ao programa. O tiro saiu pela culatra. Talvez agora ele tenha que divulgar os arquivos de Epstein para nos distrair disso.”

Kimmel ainda comentou sobre a decisão de que conteúdos jornalísticos terão de ser submetidos à análise antes da publicação: "Pete Hegseth [Secretário de Defesa dos Estados Unidos], anunciou uma nova política que exige que jornalistas com credenciais de imprensa do Pentágono assinem um termo de compromisso, prometendo não divulgar informações que não tenham sido explicitamente autorizadas. Eles querem escolher as notícias." 

Neste ano, a emissora americana CBS anunciou o encerramento do programa The Late Show, apresentado por Stephen Colbert. A suspeita é de que as recorrentes críticas feitas pelo apresentador a Donald Trump tenham motivado a decisão.

Maior evento europeu do setor continua na rota por novidades eletricas e mais concorrência a cada ano
por
Vítor Nhoatto
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22/09/2025 - 12h

Ocorrido entre os dias 9 e 14 de setembro, o IAA Mobility recebeu mais de 500 mil visitantes, superando a sua última edição em 2023. Estiveram presentes as germânicas Audi, BMW, Mercedes, Opel, Porsche e Volkswagen, mas Fiat, Peugeot e nenhuma japonesa compareceu. Com isso, mais uma vez uma grande parte de Munique foi palco para as chinesas se consolidarem e expandirem.

Com o lema “It’s all About Mobility”, em tradução livre, “É Tudo Sobre Mobilidade”, o foco da mostra se manteve em soluções inteligentes e inovadoras. Startups como a Linktour com  seus micro carros elétricos, e marcas de bicicletas e motocicletas elétricas estavam por todos os lados do München Expo Center. E repetindo o formato aplicado desde 2021, com o chamado “Open Space”, uma área de experiências interativas gratuitas ao ar livre, os visitantes podiam experimentar tudo isso.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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 Além disso, a inovação tecnológica foi tema de muitos debates e coletivas de imprensa com representantes da indústria. Fornecedoras como a Bosch, Aisin e Revolt, além de empresas de carregadores como a Charge X e E-Mobilio e a gigante de baterias CATL foram só alguns dos mais de 750 expositores presentes. 

Setor premium atento

Falando em eletricidade, ela estava no centro das atenções de todas as marcas, apesar das vendas de carros elétricos (BEV) terem sido prejudicada na Europa no ano passado. O fim ou diminuição de subsídios governamentais e metas de descarbonização estagnadas na União Europeia foram os principais motivos segundo o Global EV Outlook 2025 da International Energy Agency (IEA). No entanto, as projeções para esse ano e os próximos são de crescimento.

De olho nisso a BMW lançou o novo iX3, modelo mais importante em anos ao inaugurar uma nova era para a alemã. A segunda geração do modelo estreia uma plataforma sob medida e exclusiva para elétricos de nova geração, chamada de Neue Klasse. O destaque fica com a nova bateria de 108.7kWh de capacidade integrada ao chassi, compatível com carregamento ultrarrápido de até 800V - ganha 372km em apenas dez minutos - e autonomia de 805km em uma carga segundo o ciclo WLTP. 

No quesito design a ruptura com o passado é ainda mais evidente, com uma nova linguagem visual, inspirado nos modelos da BMW dos anos 80. No interior foi inaugurado o Panoramic iDrive, com o painel de instrumentos correndo ao longo de todo o para-brisa, um novo volante de quatro raios e um multimídia com inteligência artificial de 17,5 polegadas. “A Neue Klasse é o nosso maior projeto futuro e marca um grande salto em termos de tecnologias, experiência de condução e design”, frisou o presidente do conselho de administração da marca, Oliver Zipse.

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Alemã aproveitou o evento para apresentar o futuro Sedan i3, que seguirá o capítulo iniciado pelo SUV iX3,  irmão de plataforma. Foto: BMW Group / Divulgação 

Do outro lado do pavilhão, a Mercedes-Benz fez um movimento parecido, lançando a segunda geração do GLC elétrico. O modelo foi o primeiro elétrico da marca, ainda em 2018 como EQC. Mas pelas vendas baixas havia sido descontinuado no ano passado, e agora retorna com o nome “GLC With EQ Technology”, para evidenciar as mudanças. Rival direto do iX3, segue a linguagem de design inaugurada no novo CLA no ano passado, aqui com uma grade iluminada e enormemente proeminente.

Construído sob a inédita plataforma elétrica MB.EA Medium, independente do GLC, a combustão portanto, possui carregamento de até 800V e uma bateria de 94kWh, traduzidos em 713 km de autonomia. No interior, o SUV inaugura o “Hyperscreen”, transformando o painel inteiro em uma tela de 39.1 polegadas. O interior pode ser todo vegano e certificado, e a comunicação Car-to-X - que coleta e envia dados para comunicar outros veículos - se destaca no quesito segurança. O preço inicial deve girar em €60 mil quando chegar às lojas ainda esse ano, tal qual o rival.

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Faróis possuem tecnologia Matrix, e sob o capô há um espaço de 128 litros para bagagens. Foto: Mercedes-Benz / Reprodução

Mas nem só de SUVs o mercado premium é formado, e a Polestar compareceu a Munique para o lançamento mundial do seu novo modelo de topo, o sedã 5. A marca do grupo Geely, divisão de performance da Volvo até 2017, aposta em sustentabilidade e alta performance, estreando a nova plataforma PPA do grupo. São 872 cavalos, tração integral, aceleração de 0 a 100 em 3,2 segundos e ausência de janela traseira, tal qual no crossover 4.

Um presente e futuro elétrico

Nas duas últimas edições do Salão de Munique, ambientalistas protestaram em frente ao evento em defesa de uma mudança sistêmica da indústria, o que se repetiu. As ONGs Extinction Rebellion e Attac levaram placas pedindo por mais investimento em transporte público e justiça social, jogando atenção para uma mentalidade individualista e o preço dos elétricos. 

Em relação a essa questão, um estudo da empresa de consultoria, Gartner, mostra que até 2027 os BEVs serão mais baratos de produzir que os carros a combustão (ICEVs), e o Grupo Volkswagen promete preços competitivos para sua nova geração de elétricos. 

Foram revelados no evento quatro modelos para o segmento B baseados na plataforma MEB Entry do conglomerado. O principal deles foi o ID.Polo da Volkswagen, com previsão de início de vendas em maio na casa dos € 25 mil. Como o seu nome sugere, é a versão elétrica do hatch Polo, e contará com baterias de 38 e 56 kWh, com uma autonomia de 350 e 450 km respectivamente. Uma versão GTI do modelo será também comercializada, com 223 cavalos.

Continuando o apelo esportivo que a versão encurtada da plataforma em que os modelos do segmento C, ID.3 e ID.4, são construídos, a espanhola Cupra mostrou a versão de produção do Raval. Com dimensões e motorizações basicamente iguais às do ID.Polo, promete continuar a expansão da nova marca do grupo, antigamente uma divisão de performance da Seat.

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Cupra Raval, ID.Polo e ID.Polo GTI  (direita) serão lançados em março do ano que vem, enquanto os SUVs Epiq e ID.Cross (esquerda) chegarão no segundo semestre. Foto: Volkswagen AG / Divulgação

Como era de se esperar pela relação do Polo com o T-Cross, sua versão SUV, o conceito ID.Cross foi mostrado. Com o mesmo tamanho do modelo que substituirá em 2026, integra o segmento disputado dos B-SUV elétricos, formado por nomes como Peugeot e-2008, Renault 4 e Volvo EX30. Focando em espaço e ergonomia, marca a volta de botões físicos no volante e do ar condicionado, além de um maior uso de materiais reciclados. 

Por fim, a Skoda apresentou a sua versão do SUV, denominada Epiq. Tal qual os irmãos de plataforma, será construído em Pamplona, na Espanha, e contará com a capacidade de carregar dispositivos externos como eletrodomésticos (V2L). A velocidade de carregamento é de até 125 kW, indo de 10% a 80% em 20 minutos, e o modelo estreará uma nova identidade visual para a tcheca no ano que vem.

Ascensão chinesa continua 

Aprofundando essa questão dos preços, são as marcas chinesas que se destacam globalmente, como destaca a IEA. Com grandes reservas dos minérios utilizados nas baterias, as fábricas para construí-las e anos de investimento estatal na tecnologia, seguiram com sua expansão em solo alemão. 

A BYD, maior marca chinesa em números, marcou presença com o recém lançado Dolphin Surf - a versão europeia do Dolphin Mini. Avaliado com cinco estrelas pelo Euro NCAP, é um dos BEVs mais baratos hoje à venda na Europa, custando cerca de € 20 mil. No campo dos híbridos plug-in (PHEV) a Station Wagon do segmento D, Sealion 06, foi lançada, focada em conforto e tecnologia com até 1.092 km de autonomia combinada.

Outra marca com novidades foi a Leapmotor, que já vende o hatch subcompacto T03 e o D-SUV C10 no continente, de lançamento marcado para o Brasil ainda em 2025. Pertencendo 20% à Stellantis, que controla a sua operação internacional, apresentou o inédito hatch B05, rival de Volkswagen ID.3 e BYD Dolphin. Sob a mesma plataforma do C-SUV B10, terá cerca de 400 km de autonomia e início de vendas para o ano que vem por cerca de € 30 mil.

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"O B05 (direita) reflete nosso compromisso com a inovação, acessibilidade e a capacitação da próxima geração de motoristas em toda a Europa e além", declarou o CEO global da marca, Zhu Jiangming. Foto: Leapmotor / Divulgação

Munique foi para além de um lugar de novos modelos, mais uma vez o palco de marcas inteiras debutando em solo europeu. A marca AITO, do grupo Seres, que usa a tecnologia da Huawei, se lançou no mercado internacional com os SUVs 9, 7 e 5. Mirando as marcas premium alemãs nos segmentos E e D, podem ser tanto BEVs ou elétricos com extensor de autonomia (REEV), repetindo a abordagem da Leapmotor com o C10.

O grupo Changan Auto iniciou as operações da sua marca Deepal com os SUVs de apelo jovem e esportivo S05 e S07, ambos com opções de serem elétricos ou PHEVs. No campo de luxo, a marca Avatr da gigante chinesa mostrou seu primeiro concept car, o Xpectra, além dos modelos 06, 07 e 12, já comercializados em alguns países europeus e com planos de chegarem a 50 mercados em breve.

A premium Hongqi esteve presente e revelou o C-SUV elétrico EHS5, além de anunciar planos de expansão com 15 modelos e 200 pontos de venda pela Europa nos próximos anos. E aumentando a sua aposta no evento, a Xpeng teve um stand dentro do pavilhão e apresentou a nova geração do P7, sedã que começou a ser comercializado na Europa no IAA Mobility 2023.

Além disso, a recém chegada ao Brasil, GAC, estreou no velho continente levando cinco modelos para a mostra. Seguindo com o “European Plan Market” anunciado no ano passado, lançou como modelos de topo o novo GS7, um SUV grande híbrido plug-in, e a MPV híbrida (HEV) E9. Mas os destaques da marca foram o hatch AION UT, rival de BYD Dolphin, e o D-SUV rival de Tesla Model Y, o AION V.

O primeiro possui bateria de 60 kW/h com 430 km de autonomia e previsão de início da comercialização em 2026 na casa dos € 30 mil. Já para o segundo, comercializado no Brasil por R$214.990, o preço de € 35.990 foi anunciado, muito competitivo para o segmento. Com 510km de autonomia e cinco estrelas no teste do Euro NCAP - com mais ADAS que o brasileiro - será o primeiro a chegar às lojas, já em setembro em mercados como Portugal, Finlândia e Polônia. O plano é que a marca venda em todos os países europeus até 2028.

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Estava ainda em Munique o carro elétrico voador GOVI AirCab (ao fundo) buscando mostrar os avanços da indústria chinesa, segundo a empresa. Foto: GAC Group / Divulgação

Eletrificação em todos os níveis 

Para além das novatas, ícones do mercado aproveitaram os holofotes da feira para se renovarem completamente. Esse foi o caso da única francesa presente, a Renault, que lançou a sexta geração do hatch Clio, o segundo carro mais vendido no continente em 2024.

Construído sob a mesma plataforma que o seu predecessor, mantém o motor 1.2 TCe e uma opção movida a GPL, mas as semelhanças acabam por aqui. No powertrain, estreia um novo sistema full-hybrid (HEV) formado por um motor 1.8 e dois elétricos, resultando em 160 cavalos e modo de condução elétrico na cidade. Conforme a estratégia da marca, o Clio não terá versão elétrica, papel delegado ao hatch de estilo retrô, o 5.

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Hatch cresceu 6 centímetros em comprimento, evocando uma silhueta mais esportiva e afilada. Foto: Renault Group / Divulgação

No quesito design, o carro rompe por inteiro com a geração anterior, o oposto do que havia acontecido com a quinta geração em relação à quarta. A frente ostenta uma nova assinatura em DRL, que forma o símbolo da Renault, e a traseira possui lanternas duplas, nunca vistas em um Clio. O interior é todo novo também em relação ao antecessor, mas com o mesmo layout e sistema operacional do Google do irmão elétrico 5.

A Volkswagen foi outra que debutou no IAA uma nova geração de um best-seller, o T-Roc. Em sua segunda encarnação, também não terá versões elétricas, sendo o último novo carro a combustão desenvolvido pela marca. Haverão pela primeira vez no SUV opções micro-híbridas (MHEV), já conhecidas dos irmãos de plataforma como o Golf e A3, além de um novo sistema HEV, com 134 e 168 cavalos. Não haverá, pelo menos por ora, versões PHEV, sendo o único modelo sob a MEB Evo sem essa possibilidade, no entanto.

Seu exterior é uma evolução da primeira geração, mantendo linhas semelhantes e o seu apelo descolado, descrito pela marca. As dimensões aumentaram, 12 centímetros em comprimento, chegando a 4.37 metros, o colocando alinhado a rivais como o Toyota CH-R e Mazda CX-30. Por dentro a abordagem continua, com telas maiores e mais itens de conectividade e segurança assistida, mas com uma disposição de elementos clássica, vista nos últimos Golf e Tiguan.

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Modelo construído em Portugal foi o quinto carro mais vendido na Europa no ano passado. Foto: Volkswagen Group / Divulgação

Concorrência de todos os lados

Além das chinesas em franca expansão nos últimos anos no continente, outras concorrentes vêm se destacando na corrida pelos elétricos principalmente. A coreana Kia compareceu ao evento e mostrou ao público os novos integrantes da família EV, o EV4 e o EV5. 

O primeiro é um hatch do segmento C, acompanhado de uma variante sedã. Já o último se trata de um modelo lançado em 2023 - inclusive a venda no Brasil desde o ano passado - mas que chega só agora à União Europeia como a versão elétrica do Sportage. Sua conterrânea e marca irmã também esteve em Munique com o Concept 3, prevendo o futuro Hyundai Ioniq 3, equivalente do EV4.

Mas nem só da Ásia as novidades chegam, com a primeira marca turca de automóveis elétricos, a Togg, debutando em solo alemão a sua ofensiva no continente europeu. Fundada em 2018 e com a primeira fábrica inaugurada em 2022, apresentou o C-SUV T10X e o sedã T10F ao público. A pré-venda dos modelos começará em 29 de setembro na Alemanha, e no ano que vem a empresa pretende iniciar seus trabalhos na França e Itália, com meta de ter até 2030 um milhão de veículos em toda a Europa.

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Preços ainda não foram divulgados, mas devem ficar em torno de € 40 mil tomando como base as cifras no mercado turco. Foto: Togg / Divulgação

Construídos sob uma plataforma elétrica, ambos receberam nota máxima no Euro NCAP recentemente, com mais de 9% de proteção para adultos e 80% nos ADAS. A respeito do desempenho, a bateria possui 88.5 kWh de capacidade, e autonomias de até 500 e 600 km para o SUV e o sedã respectivamente. 

“Nossos modelos proporcionam uma experiência de mobilidade voltada para o usuário e voltada para o futuro”, comentou Gürcan Karakaş, CEO da marca durante o evento. A marca anunciou ainda que trabalha no terceiro de cinco modelos que irá lançar até o fim da década, o B-SUV T8X. Karakaş finalizou destacando que prepara para introduzir baterias de pirofosfato de lítio (LFP), e que a indústria deve estar preparada para as mudanças e maior concorrência.

Macron enfrenta dificuldade para lidar com manifestantes
por
Chloé Dana
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17/09/2025 - 12h

 

Na terça-feira da semana passada,a (9) o primeiro-ministro, François Bayrou, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou ao cargo. A decisão foi tomada pela Assembleia Nacional com 364 votos contrários e 194 a favor, após o fracasso de Bayrou em obter apoio para o plano orçamentário de 2026. 

O presidente, Emmanuel Macron, já nomeou no dia seguinte o novo primeiro-ministro Sébastien Lecornu e foi o suficiente para gerar mobilizações. Os manifestantes tomaram as ruas de várias cidades, bloquearam rodovias, queimaram lixeiras e entraram em confronto com a polícia. O movimento, denominado “Bloqueie Tudo”, tomou força no verão europeu deste ano, ao motivar os cidadãos a se manifestarem contra uma redução no orçamento de 44 bilhões de euros divulgada pelo ex-primeiro-ministro François Bayrou. 

Entre as demandas estão um aumento nos recursos para serviços públicos, tributos para os mais ricos, a suspensão do aumento dos aluguéis, contra a classe política e cortes orçamentários, e a saída de Macron do cargo. Na quarta-feira (10), 80 mil forças de segurança foram acionadas em todo o território nacional, com 6 mil apenas em Paris. Conflitos foram registrados em lugares como Rennes, Nantes, Montpellier e Toulouse, além da cidade capital.

A crise atual se aprofundou com a recente renúncia de seu primeiro-ministro, François Bayrou. Essa foi a quinta mudança de primeiro-ministro em menos de dois anos, evidenciando fragilidade no governo.

A maior parte da oposição optou por votar contra a moção de confiança e expressou satisfação com o resultado. Isso era o que se esperava, após duas semanas de negociações diretas com o primeiro-ministro, que não trouxeram mudanças significativas à proposta orçamentária. 

Além disso, o problema não se limita apenas ao primeiro-ministro, mas também alcança o presidente. “Os ministros representam um obstáculo, mas a verdadeira questão é Macron e sua maneira de liderar. Ele deve se afastar”, declarou Fred, líder do sindicato de transportes em Paris, para um jornal francês. Especialistas em política na França sugerem que a crise revela a exaustão do modelo político de Macron, que está sob pressão tanto da direita quanto da esquerda, e que pode enfrentar, nos próximos meses, seu maior teste de governabilidade desde 2018.

A maior parte da oposição optou por votar contra a moção de confiança e expressou satisfação com o resultado. Isso era o que se esperava, após duas semanas de negociações diretas com o primeiro-ministro, que não trouxeram mudanças significativas à proposta orçamentária.

 

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Manifestantes vão à rua em protesto. Foto: Julia Braun, BBC 

 

Manifestações escalaram após bloqueio de redes, levando à renúncia do premiê
por
Kimberlly Ramos
Maria Clara Palmeira
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18/09/2025 - 12h

Protestos massivos liderados por jovens nepaleses da Geração Z (1995 - 2010), reivindicam o fim da corrupção generalizada e criticam a desigualdade social nepalesa. O país atravessa sua pior crise política desde o fim da monarquia, em 2008.

O estopim da revolta ocorreu na quinta-feira (4), com o bloqueio de mais de 20 redes sociais (entre elas Instagram, Whatsapp e X) no país, sob a alegação do governo de que as normas de regulamentação nepalesas não estavam sendo cumpridas pelas plataformas e também como meio para evitar a propagação de notícias falsas e discursos de ódio. As autoridades afirmaram ainda que prezam pela liberdade de expressão, mas que precisam que as plataformas tenham responsabilidade e sejam bem administradas, com a nomeação de representantes legais no país. 

A medida foi tomada durante uma campanha que estava viralizando nas mídias sociais, intitulada “nepo kids”, que denunciava a corrupção política no Nepal e a vida de ostentação exibida por filhos de governantes; isso, em contraste com as dificuldades que o restante da população enfrenta para sobreviver, segundo a trend. A proibição das redes foi recebida com revolta e foi vista pelos jovens como forma de silenciar as denúncias contra a corrupção. Os manifestantes se uniram contra o decreto, tomaram as ruas da capital nepalesa Katmandu e marcharam até o Parlamento em 8 de setembro. Em resposta ao movimento, a polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo, canhões de água e balas de borracha durante confronto para tentar conter a multidão; 19 pessoas morreram apenas no primeiro dia.

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Manifestantes nas ruas contra o bloqueio das redes sociais. Reprodução: @TheDailyPioneer/X
Manifestantes nas ruas contra o bloqueio das redes sociais. Reprodução: @TheDailyPioneer/X

As mortes levaram à intensificação dos protestos no dia 9, provocando incêndios em prédios do governo e no Parlamento Federal. Residências de políticos também foram incendiadas pelos manifestantes, como a do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, resultando na morte de sua esposa, que estava dentro da casa no momento do ataque.

Com a escalada do conflito, o primeiro-ministro Khadga Prasad Oli renunciou ao cargo e o número de mortes foi atualizado para 25. O bloqueio das redes foi revogado, como meio de conter a revolta, mas as manifestações seguiram, com a insatisfação dos jovens nepaleses se ampliando em relação às práticas corruptas. 

Na sexta-feira (12), o presidente Ramchandra Paudel dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições para 5 de março de 2026. Simultaneamente, Paudel nomeou Sushila Karki, ex-presidente da Suprema Corte, como primeira-ministra interina, tornando-se a primeira mulher a liderar o governo do Nepal. Karki, conhecida por decisões judiciais contra casos de corrupção e pela promoção da igualdade de gênero, recebeu apoio direto dos manifestantes, que debatiam os próximos passos em plataformas digitais como Discord.

No dia 13, a normalidade começava a retornar a Katmandu: lojas reabriram, veículos voltaram às ruas e a presença militar foi reduzida. Karki visitou jovens feridos e recebeu pedidos de familiares das vítimas, que exigiam reconhecimento dos mortos e compensações financeiras. Organizações internacionais de direitos humanos pedem que o novo governo acabe com a “impunidade do passado” e investigue os responsáveis pelas mortes.

O desafio de Karki será recuperar a confiança da população, conduzir as eleições em março e entender as reivindicações da juventude, que desempenhou papel central nas recentes mobilizações. Com 22% dos jovens entre 15 e 24 anos desempregados e um quinto da população vivendo na pobreza, a Geração Z nepalesa já demonstrava frustração. O bloqueio das redes sociais foi a faísca de um descontentamento acumulado.

“O tempo está passando rápido. Diariamente dezenas de palestinos são assassinados", afirma professor Rodrigo Amaral, da PUC-SP
por
Renata Bittar
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02/09/2025 - 12h

Em meio a tensões políticas e crises diplomáticas, o conflito entre Israel e Gaza se intensifica. Recentemente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a intenção de assumir o controle total da Faixa de Gaza. Embora a operação ainda não tenha sido confirmada, o governo de Israel afirma que o objetivo seria expulsar o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) e instaurar um governo civil no território. Em entrevista à BBC, Netanyahu declarou que Israel busca “libertar o povo de Gaza do terrível terror do Hamas”.

O Estado de Israel mantém os bombardeios e ataques contra Gaza. A recusa de um cessar-fogo imediato resultou em um aumento no número de mortes, destruição de cidades inteiras e no agravamento de uma crise humanitária de grande proporção.

Em entrevista exclusiva à AGEMT, o professor de Relações Internacionais da PUC-SP Rodrigo Amaral, pesquisador especializado em Estados Unidos e Oriente Médio, avaliou que a imagem de Israel no cenário internacional tem se deteriorado. “Mesmo que Israel mantenha fortes relações, sobretudo comerciais, com diversos países, o debate sobre boicotes — antes distante do imaginário internacional — começa a ganhar força”, afirmou.

Nos últimos meses, países como Canadá e França passaram a reconhecer a Palestina como um Estado legítimo. A decisão, vinda de nações com peso político relevante, chamou atenção e fortaleceu o movimento palestino. Para Amaral, o gesto reforça a percepção de que a comunidade internacional demonstra, de forma mais concreta, a intenção de apoiar a criação de um Estado palestino autônomo. “É um marco para esses países reconhecerem a Palestina, sobretudo por serem nações tradicionalmente alinhadas à lógica norte-americana”, destaca o professor.

Ao contextualizar o conflito, Amaral lembra que eventos como a Primeira Guerra Mundial, a Guerra Fria e a Crise de Suez contribuíram para o deslocamento forçado dos palestinos à Faixa de Gaza. Questionado sobre a possibilidade de o território voltar à “normalidade”, ele pondera que “nunca existiu normalidade em um espaço onde a população vive confinada”. “Gaza é controlada por autoridades estrangeiras, Israel e Egito. Dentro dessa realidade sociopolítica, tenta-se construir uma vida cotidiana, mas os palestinos sempre foram empurrados para esse território”, afirma.

Entre o impasse político e as operações militares, as ações de ambos os lados se intensificam. O próximo passo declarado por Netanyahu seria a desocupação total de Gaza pelos palestinos que ainda vivem no local e a busca por outros territórios que os recebam. “É importante lembrar que Gaza já era um espaço de refúgio, pois a maioria dos palestinos que vive lá não é originária do território”, acrescenta Amaral. Segundo ele, a tendência é a manutenção de um controle militar em Gaza, provavelmente acompanhado de presença ativa de Israel durante o processo de reconstrução.

 

Nova operação de Israel intensifica bombardeios na Cidade de Gaza em 28/08/2025 Imagem: Reprodução/Reuters/ Dawoud Abu Alkas

 

 

 

 

Apesar do apoio crescente de diversos países à causa palestina, o cenário das relações internacionais ainda é fortemente influenciado pelas grandes potências ocidentais. Esses atores exercem papel decisivo na definição da ordem global e, frequentemente, detêm o poder de determinar os rumos das ações multilaterais. Segundo Rodrigo Amaral, é incomum observar um consenso entre nações como Canadá, França e Austrália ao se posicionarem contra a ofensiva israelense em Gaza. Por meio de mecanismos intergovernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), esses países podem contribuir propondo cessar-fogo e planos de retirada militar da região.

Além da pressão diplomática, Amaral aponta que as nações contrárias à atuação de Israel podem adotar boicotes econômicos como forma de protesto. Essa medida, explica ele, visa prejudicar setores estratégicos da economia israelense e pressionar o governo pelo encerramento das operações militares. “O tempo está passando rapidamente. Diariamente, dezenas de palestinos são assassinados. Ações concretas ainda não foram tomadas; pelo contrário, observamos um aumento dos impasses diplomáticos”, afirma o professor.

Atualmente, estima-se que a ocupação militar israelense em Gaza já abrange quase 90% do território. O governo de Benjamin Netanyahu mantém a meta de ampliar o controle e promover a retirada total dos palestinos que ainda vivem na região. De acordo com Amaral, o número de vítimas ultrapassa 60 mil palestinos desde o início do conflito. “A tendência é que o desfecho desse confronto resulte na consolidação dos interesses israelenses. Apesar do posicionamento da comunidade internacional e das pressões de movimentos sociais transnacionais, persiste um cenário de impunidade e continuidade das ações militares de Israel”, conclui.

 

 

Harris e ex-presidente se encaram no primeiro debate eleitoral americano
por
Octávio Alves
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18/09/2024 - 12h

O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris ocorreu na última terça-feira (10) na Filadélfia. O embate, organizado pela ABC News, pode ser o único da eleição devido ao curto tempo e às tensões crescentes entre os partidos, o que torna o confronto ainda mais marcante para a história recente dos Estados Unidos.

Kamala Harris, 59 anos, atual vice-presidente, está na disputa substituindo Joe Biden. Se vencer, Harris será a primeira mulher eleita presidente dos Estados Unidos. Já o seu opositor, Donald Trump, 78 anos, foi presidente de 2017 a 2021, mas perdeu para Biden em 2020 e agora busca retornar ao poder.

 

O início: 

O confronto começou com algo que não se via há 8 anos, os candidatos à presidência se cumprimentaram. Antes mesmo do debate, Harris foi cumprimentar Donald Trump, em um gesto de acalmar os ânimos dessa eleição, que estavam escalando a nível perigoso, sendo o estopim a tentativa de assasinato de Trump.

Harris cumprimenta Trump
Kamala Harris cumprimenta o ex -presidente Donald Trump  antes do início do debate. Foto: Saul Loeb/AFP via Getty Images

 

Harris assumiu uma postura provocativa durante o debate, atitude característica de Trump. Diversas vezes utilizou frases de efeito em tentativas bem sucedidas de desestabilizar o candidato, além de acusá-lo de inimigo da democracia americana. 

Já o republicano respondeu firmemente aos ataques, criticou a forma que os democratas o colocam como inimigo da democracia e diz que levou um tiro por culpa deles: “Eu provavelmente levei uma bala na cabeça por causa das coisas que eles dizem sobre mim. Eles falam sobre democracia, eu sou uma ameaça à democracia. Mas eles são uma ameaça à  democracia”, disparou.

Harris fazendo cara de deboche
Kamala Harris lança olhar de deboche à Trump no debate. Foto: Saul Loeb/AFP

 

Aborto: 

A candidata construiu seu debate em cima de pautas confortáveis para os democratas. Se posicionou em defesa da liberdade de escolha da mulher quanto ao aborto, enquanto acusou Trump de ser a favor do banimento da prática em todo país.

Ao tentar se defender, o ex-presidente negou a acusação e disse que a decisão cabe a cada estado. Ao atacar Harris, afirmou que o Partido Democrata é a favor de executar bebês após o nascimento e foi logo desmentido pela âncora Linsey Davis: “Não há estado neste país onde seja legal matar um bebê depois que ele nasce”.


 

Trump careta
Donald Trump fazendo careta ao reagir fala de Kamala Harris. Foto: Win Mcnamee/Getty Images/ via AFP

Imigração:

Trump se aproveitou da crise imigratória no país e trouxe o assunto como pauta-conforto do debate.  “Em Springfield (Ohio), eles (imigrantes) estão comendo os cachorros. Eles estão comendo os gatos. Comendo os pets das pessoas que moram lá”

A produção da ABC News entrou em contato com a Prefeitura de Springfield e confirmou que não haviam ocorrências de desaparecimento de animais, desmentindo o republicano mais uma vez. 

Harris se esquivou de questões que envolviam o assunto imigração, mas defendeu-se dos ataques de Trump. Alfinetou o candidato republicano ao chamar os comícios de campanha do ex-presidente de “entediantes”: “Você vai notar que as pessoas saem de seus comícios cedo por exaustão e por estarem entediados”, acrescentou. 

A democrata lembrou Trump dos crimes que ele está sendo acusado, como os de revolta, tentativa de fraude e pagamento a atriz pornô nas eleições de 2016. 

 

Conflitos Mundiais:

De forma simplista, Trump propunha resolver conflitos vigentes no mundo em seu mandato e disse que se estivesse no poder nos últimos anos, esses conflitos não teriam acontecido.

Harris se posicionou de forma favorável a Israel no conflito com a faixa de Gaza. Afirmou que, juntamente ao Presidente Biden, já trabalham em acordos de cessar-fogo. Ainda assim, acrescentou que o que acontece em Gaza é devastador. 

O ex-presidente declarou que sua oponente não apoiava Israel, no entanto Harris contestou dizendo que tal afirmação, além de falsa, era uma distração dos assuntos que realmente eram relevantes.

A democrata, por sua vez, acusou Trump de possuir amizade com os líderes da Rússia e Coreia do Norte e, se estivesse no poder, teria os ajudado.

Para a doutora em Ciência Política  e professora de Relações Internacionais na PUC-SP, Natália Nóbrega de Mello, Kamala Harris teve o melhor desempenho: “Em primeiro lugar, ela acabou parecendo mais presidenciável, transmitindo confiança, enquanto ele parecia uma pessoa instável. Em segundo lugar ela soube bem como explorar o gestual.” afirma.

Mello adiciona que Kamala foi  impositiva e conseguiu apresentar seus projetos e propostas de forma consistente, enquanto Trump baseou seu debate no medo dos imigrantes.
Apesar do bom desempenho,  a professora  pontua que não sabe se performance de Harris foi suficiente para ser decisiva neste embate eleitoral bem dividido.

 

Cantora repetiu histórico de escolha em candidato democrata e criticou Donald Trump.
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
|
17/09/2024 - 12h

A cantora norte-americana Taylor Swift publicou nas redes sociais, na madrugada da última quarta-feira (11), um texto declarando apoio a Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados Unidos pelo partido democrata. 

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Para referenciar o termo "tia dos gatos" usado por J. D. Vance, Taylor Swift escolheu uma foto de seu ensaio para a TIME, quando se tornou a primeira cantora a ser nomeada "Pessoa do Ano" pela revista. FOTO: Reprodução/Instagram/@taylorswift

A publicação ocorreu após o fim do debate entre Harris e Donald Trump e recebeu cerca de 2 milhões de curtidas em apenas 1 hora. Swift também compartilhou com os seus 284 milhões de seguidores o site vote.gov que ensina aos usuários como se registrar para as votações que ocorrem em novembro. 

Segundo a Administração de Serviços Gerais (GSA), o link foi acessado por mais de 400 mil pessoas em menos de 24 horas.

"Estou votando em Kamala Harris porque ela luta pelos direitos e causas que acredito que precisam de uma guerreira para defendê-los", declarou a compositora. 

Na postagem ela relata que assistiu ao debate e ressaltou a importância de se manter informada sobre os candidatos à presidência e suas propostas. 

A cantora revelou que foi motivada a ser clara sobre sua posição política quando chegou ao seu conhecimento que Trump havia usado imagens geradas por inteligência artificial que mostravam a artista o apoiando. 

Nas fotos manipuladas compartilhadas pelo empresário americano, também havia imagens que mostravam que os fãs da cantora, denominados “swifties” também o endossavam. Como resposta os fãs organizaram o movimento “Swifties for Kamala” que conta com presença em diversas redes sociais, no Instagram a organização possui quase 60 mil seguidores. 

A organização apartidária Vote.gov compartilhou que desde que Swift divulgou o link para o site, 52 mil americanos se registraram e 144 mil verificaram os seus status de registro, os dados contam as ações realizadas entre quarta-feira (11) até as 14h de quinta-feira (12).

Através de um comunicado, Andrea Hailey, diretora executiva da organização disse que o impacto da cantora no engajamento dos eleitores é inegável "O importante a lembrar é que o trabalho de Taylor serve como um modelo que todos com uma plataforma podem usar para encorajar os americanos a participar do engajamento cívico."

A publicação da artista foi acompanhada por uma foto dela com um de seus gatos e o texto foi assinado como “Childless Cat Lady” (a versão americana de “tia dos gatos”) em referência às falas de J. D. Vance, vice-presidente de Trump, que chamou Harris e outras mulheres democratas de "um bando de tia dos gatos sem filhos que são infelizes com suas próprias vidas e escolhas e por isso querem tornar o resto do país miserável também", em vídeo publicado em 2021. 

Inspirados pela compositora, outras celebridades fizeram as suas próprias versões da publicação. A cantora Stevie Nicks compartilhou uma foto com seu cachorro e lembrou que faltavam apenas dois meses para as eleições. O texto da estrela pop foi curtido por outras celebridades como Lady Gaga, Oprah, Lupita Nyong’o, Reese Witherspoon e Jennifer Aniston.

Taylor Swift demonstrou empolgação com a escolha do governador de Minnesota Tim Walz para a vice-presidência e ressaltou as políticas de defesa dos direitos LGBTQ+, fertilização in vitro e os direitos das mulheres ao próprio corpo administradas por Walz durante os anos de mandato que fizeram de Minnesota um dos estados americanos com as leis mais defensivas e abertas para o acesso ao aborto. 

“Eu fiz minha pesquisa e fiz minha escolha. Sua pesquisa é toda sua para fazer, e a escolha é sua”, finalizou a estrela pop que lembrou que é preciso estar registrado para poder votar e incentivou as pessoas a votarem mais cedo, já que nas eleições americanas é possível enviar os votos de forma adiantada pelos correios. 

Durante o Video Music Award (VMA) que aconteceu em Nova Iorque, na noite de quarta-feira (11), a cantora, ao ganhar o prêmio mais importante da noite, o “Vídeo do Ano”, reforçou o pedido, uma vez que nos Estados Unidos votar é opcional “Se você tem mais de 18 anos, registre-se para votar em outra coisa importante - a eleição presidencial”.

O momento escolhido por Swift para a publicação permitiu respostas quase imediatas. Donald Trump, em entrevista ao programa “Fox and Friends” realizada após ao debate comentou a decisão da cantora: “Ela é uma pessoa muito liberal, ela sempre parece apoiar um democrata e provavelmente pagará o preço por isso no mercado”. 

Apesar da fala de Trump, as manifestações prévias da artista a candidatos democratas não a impediram de conseguir atingir estimados 1 bilhão de dólares com a sua atual turnê “The Eras Tour”, que volta em novembro com shows esgotados nos Estados Unidos e Canadá. 

“Eu sou incrivelmente grato a Taylor Swift, e eu digo isso como um dono de gato” confessou Tim Walz. O vice-presidente de Harris estava ao vivo no programa “MSNBC” quando a apresentadora Rachel Maddow leu a declaração de apoio recém-publicada, a qual Walz demonstrou empolgação durante a leitura. “Isso foi eloquente e claro, é o tipo de coragem que nós precisamos na América para nos levantarmos”, comentou.

Kamala Harris ainda não comentou o apoio de Swift a sua candidatura, mas saiu do debate presidencial ao som da música “The Man” da cantora. Uma hora depois do texto ter sido publicado nas redes sociais, Harris colocou à venda em seu site online pulseiras da amizade, que desde 2023 viraram símbolos para referenciar Taylor Swift. 

Na sexta-feira (13), o partido democrata divulgou um outdoor de Kamala Harris com alusão a atual turnê de Taylor Swift. O anúncio conta com uma imagem de Harris com a frase “Estamos na nossa era Kamala” e o link para o site I Will Vote que ensina os eleitores a como se registrarem e responde dúvidas sobre o processo de votação americano, o outdoor está disponível digitalmente e o partido democrata pretende exibi-lo na Times Square em Nova Iorque e em Las Vegas.

No mesmo dia, usando uma estratégia semelhante, Trump colocou à venda em seu site uma camiseta em referência a The Eras Tour, estampando a imagem do candidato com o mesmo design usado para os pôsteres de divulgação da turnê. 

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Swift não foi a primeira artista a ter sua imagem usada indevidamente por Trump. O empresário usou diversas músicas não autorizadas durante seus anúncios e comícios, artistas como Celine Dion, ABBA e Beyoncé criticaram o uso impróprio de suas músicas. FOTO: Divulgação/trumpstore.com

O posicionamento do ex-presidente americano acaba revelando um padrão de ataques à cantora. Apesar das críticas a outras celebridades que o desaprovaram durante sua carreira política, o empresário demonstrou um descontentamento maior com Taylor Swift do que com outras estrelas.

 

O Histórico Político de Swift

 

Desde o início de sua carreira Taylor manteve uma imagem de “garota ao lado”, sempre muito educada, respeitosa e simples, sem manifestar suas opiniões políticas. 

Nascida no estado da Pensilvânia, a cantora se mudou ainda muito nova para a cidade de Nashville no Tennessee, um estado extremamente conservador e republicano. 

Com raízes musicais no country, a artista confessou em uma entrevista realizada em 2019 pelo jornal britânico The Guardian que sempre foi aconselhada a não ser igual ao trio musical The Chicks, que recebeu ataques da mídia e do público após as integrantes se posicionarem contra a guerra do Iraque. “Eu assisti a música country apagar aquela vela. O grupo mais incrível que tínhamos, só porque elas falaram sobre política”, lamentou a cantora.

Mesmo com o medo de sofrer ataques similares aos que o trio recebeu, Swift decidiu se manifestar politicamente pela primeira vez em 2018, quando criticou em uma postagem do Instagram a candidata ao Senado Marsha Blackburn e declarou apoio ao democrata Phil Bredesen. Donald Trump, que era presidente na época, foi questionado por repórteres na Casa Branca o que achava do posicionamento da cantora: “Vamos dizer que eu gosto da música de Taylor cerca de 25% menos agora, ok?”, declarou o ex-presidente.  

No ano de 2020 Taylor Swift lançou seu documentário produzido pela Netflix intitulado “Miss Americana”, no longa - que foi gravado entre os anos de 2018 e 2019 - questões como inseguranças da artista, sua relação com a mídia e, principalmente, seu posicionamento político foram abordadas. A compositora declarou no documentário ser contra Donald Trump e o partido republicano, acrescentando que se sentia arrependida de não ter se manifestado contra o empresário durante as eleições presidenciais de 2016.

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Para acompanhar o documentário, a cantora também lançou a música "Only The Young". Swift diz considerar a canção um hino para os jovens frustrados com a política. FOTO: Divulgação/Netflix

No mesmo ano de lançamento de “Miss Americana”, Trump começa sua campanha de reeleição à presidência, desta vez contra Joe Biden. A campanha foi marcada por falas sensacionalistas e preconceituosas vindas do então presidente, uma delas em relação aos protestos do movimento “Black Lives Matter” que aconteciam na cidade de Minneapolis, lugar onde George Floyd foi assassinado pelo policial Derek Chauvin. 

Em seu perfil no X - antigo “Twitter”, Trump escreveu que “quando o saque começar, o tiroteio começará”, o que rendeu uma resposta de Swift na mesma plataforma: “Depois de alimentar o fogo da supremacia branca e do racismo durante toda a sua presidência, você tem a coragem de simular superioridade moral antes de ameaçar violência? ‘Quando os saques começam, os tiros começam’? Nós vamos tirar você com o voto em novembro”, declarou a cantora, em seguida declarando apoio à Joe Biden. 

Em 2022, os Estados Unidos passou por um enorme retrocesso em relação aos direitos das mulheres, o caso “Roe x Wade” que garantiu o direito a um aborto seguro para mulheres no ano de 1973 foi revogado. A Suprema Corte decidiu a favor da proibição do aborto no Mississipi, fazendo com que outros estados pudessem implementar o mesmo. Diversas celebridades se manifestaram contra essa decisão em diversas plataformas e Taylor Swift foi uma delas. 

A estrela compartilhou uma carta aberta da ex-primeira dama Michelle Obama em seu perfil do X, acrescentando que se sentia “absolutamente apavorada que esse é o lugar em estamos”.

Desde então, a última vez que a cantora havia se manifestado politicamente foi em 2023, quando postou um link do site Vote.org em seu Instagram. A organização divulgou que graças a postagem de Swift, 35 mil pessoas se registraram para votar no tempo em que a publicação esteve no ar. 

Fenômeno provocou a evacuação de milhares de pessoas. A passagem do tufão foi a tempestade mais forte a atingir a Ásia neste ano.
por
João Victor Tiusso e Lucca Fresqui
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17/09/2024 - 12h

 

O número de mortos causados pela passagem do supertufão Yagi no Vietnã ultrapassou a casa das 290 vítimas. Outras 38 pessoas estão desaparecidas e mais de 2.000 estão feridas, segundo a agência de gerenciamento de desastres. Milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas.

Além disso, a produção industrial em várias províncias do norte foi interrompida, 235.000 residências foram danificadas e mais de 300.000 hectares de arroz e plantações comerciais foram inundados.

O tufão Yagi atingiu o norte e nordeste do Vietnã há mais de 10 dias, no que foi a maior tempestade na Ásia neste ano. Segundo estimativas, o prejuízo econômico chegou a 1.6 bilhões de dólares. Outros países também foram afetados pelo tufão, incluindo Laos, Tailândia, Mianmar e Filipinas. 

O Vietnã se prepara para novas inundações, já que uma nova tempestade se aproxima da costa central. Ainda há incertezas quanto ao curso, velocidade e intensidade, mas as províncias costeiras já foram alertadas pelas autoridades.

Segundo a agência meteorológica, essa nova tempestade pode atingir a cidade de Danang na noite de quinta-feira (19) ou no início de sexta-feira (20).

Com uma longa costa voltada para o Mar da China Meridional, o país do Sudeste Asiático é propenso a tempestades tropicais que podem causar um grande número de vítimas, sérios danos à produção industrial e à infraestrutura. 
 

Cidadãos norte-americanos não escolhem diretamente o presidente do país
por
Ana Julia Mira
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11/09/2024 - 12h

Os eleitores dos Estados Unidos irão às urnas no dia 05 de novembro para decidirem entre os candidatos que concorrem à presidência do país. Por terem um sistema bipartidário, na prática, apenas dois partidos estão na disputa: Republicano, com Donald Trump, e Democrata, com Kamala Harris.

Ao lado esquerdo, a imagem retrata Kamala Harris, Vice-presidenta dos Estados Unidos e candidata à presidência pelo partido Democrata. Ao lado direito, está o ex-presidente, Donald Trump, que concorre ao mesmo cargo pelo partido Republicano.
Kamala Harris e Donald Trump disputam a presidência dos EUA. Fotos: Brendan Smialowski e Patrick T. Fallon/AFP

No entanto, a população não vota diretamente em Trump ou Harris, mas em representantes do seu respectivo Estado, que são denominados Delegados.  Esses membros juntos formam um Colégio Eleitoral. O colegiado é quem votará para a escolha da presidência e vice-presidência. 

Essa forma de eleição é chamada sufrágio eleitoral indireto e determina que cada Estado possua uma quantidade de delegados equivalente ao número de representantes no Congresso. 


O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados - sendo 1 para cada membro da Câmara dos Deputados (435) e do Senado (100), e mais 3 no Distrito de Columbia -  para vencer a eleição, o candidato precisa atingir 270 votos. 

Em geral, o ganhador pela decisão popular também deve conquistar todos os delegados do estado, mas caso a maioria dos votos dos delegados seja para o concorrente, o candidato escolhido pela população "perde" os votos dos representantes que também votaram nele e elegem o partido adversário como escolhido pelo estado, independentemente da vantagem anterior. 

Em um Estado como a Califórnia, que possui 55 delegados, se determinado candidato conquistar 28 , todos os 55 votos vão para ele.

Para concorrer ao cargo de presidente, é necessário cumprir alguns requisitos: ser nativo dos EUA, ter mais de 35 anos e ser residente do país há mais de 14 anos. Além disso, precisa passar por um processo chamado “primárias”, uma espécie de eleição interna dos partidos que determinam quem será o candidato.

O Professor Doutor de Relações Internacionais, Rodrigo Duarte, afirma que as eleições estadunidenses acontecem dessa forma por uma tentativa de distanciamento do país de sua raiz republicana europeia e, mesmo que muitos encarem como um sistema pouco democrático, dificilmente poderá ser modificado no futuro.

Até o atual momento, pesquisas realizadas pelo portal Fivethirtyeight, Harris está a frente na corrida eleitoral, considerando a opinião pública, ultrapassando o ex-presidente por +2.6 pontos.

 

Gráfico apresenta a diferença de Kamala Harris e Donald Trump na corrida eleitoral, na qual Harris ultrapassa Trump por 2.6 pontos.
Gráfico indica Kamala Harris a frente de Trump na corrida eleitoral estadunidense. Foto: Reprodução / Site: Fivethirtyeight

 

AfD é o primeiro partido de ultradireita a vencer eleições estaduais desde 1945
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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05/09/2024 - 12h

 

A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita conhecido por sua postura anti-imigração e envolvimento em polêmicas relacionadas ao nazismo, venceu as eleições regionais no estado da Turíngia, no leste da Alemanha, no último domingo (01). 

Björn Höcke, líder da AfD na Turíngia Foto: Bodo Schackow/ Picture Alliance
Björn Höcke, líder da AfD na Turíngia Foto: Bodo Schackow/ Picture Alliance.

A AfD conquistou 32,8% dos votos, tornando-se o primeiro partido de extrema-direita a vencer uma eleição estadual no país desde a Segunda Guerra Mundial. O resultado reflete uma ascensão da ultradireita alemã, que agora desafia a estabilidade política da região.

Ao analisar o cenário político atual no país , Vinícius Bivar, doutorando em História da Europa Contemporânea, explicou que "é um cenário que conjuga o fortalecimento de movimentos anti-establishment com o enfraquecimento da coalizão governista no poder em Berlim". 

Bivar também destacou que tanto na Saxônia quanto na Turíngia observou-se o crescimento de partidos de viés radical, como a AfD e a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), que se beneficiaram do discurso anti-imigração e contrário ao envolvimento da Alemanha no conflito na Ucrânia, mesmo estando em polos opostos do espectro político.

Na Saxônia, estado vizinho, a AfD também obteve um desempenho expressivo, ficando em segundo lugar com 30,4% dos votos, apenas 1,1% atrás da União Democrata Cristã (CDU), partido de centro-direita que liderou a votação com 31,5%. 

Esses resultados reforçam o crescimento da AfD, que já havia surpreendido ao conquistar 15% dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu e a vitória em uma eleição distrital na cidade de Sonneberg, na Turíngia, no ano passado.

Apesar da vitória histórica na Turíngia, a AfD enfrenta resistência significativa para formar um governo, já que os partidos tradicionais, incluindo a CDU, o Partido Social Democrata (SPD) e A Esquerda, rejeitam qualquer aliança com a extrema-direita. 

Os principais fatores que contribuíram para a vitória dos partidos ultradireitistas foram classificados pelo historiador em termos de longo, médio e curto prazo. Segundo ele, "os fatores de longo prazo, ou estruturais, estão relacionados à permanência de um nível desigual de desenvolvimento econômico entre os estados das antigas RFA (República Federal da Alemanha) e RDA (República Democrática Alemã )", aliado à persistência de culturas políticas distintas após a reunificação. 

Além disso, há uma certa nostalgia em relação à percebida estabilidade da vida na antiga RDA, o que contribui para que muitos alemães nesses estados se percebam como "cidadãos de segunda classe".

Em médio prazo, ele apontou os impactos da crise econômica de 2008 e a crise dos refugiados de 2015, que trouxe o tema da imigração para o centro do debate e coincidiram com a radicalização do discurso da AfD. Já os fatores de curto prazo incluem a Guerra da Ucrânia, a eficácia da AfD em mobilizar eleitores jovens através de plataformas como o TikTok, e o atentado terrorista em Solingen, que ocorreu às vésperas das eleições na Saxônia e na Turíngia.

O ataque cometido por um imigrante sírio em Solingen, que resultou na morte de três pessoas, foi amplamente explorado pela AfD para reforçar suas críticas à política migratória do governo. Alice Weidel, líder do partido, afirmou que "as regras de imigração precisam mudar imediatamente" e que a vitória na Turíngia é "um sucesso histórico" para o partido.

Björn Höcke, líder da AfD na Turíngia e condenado recentemente por utilizar slogans nazistas, declarou estar "pronto para assumir as responsabilidades de governar", mas a possibilidade de formar uma coalizão ainda é incerta.

A rejeição à AfD é ecoada pelo chanceler alemão Olaf Scholz, que descreveu os resultados eleitorais como "preocupantes" e pediu que os partidos tradicionais excluíssem os "extremistas de direita". 

Sobreas possíveis implicações da ascensão da ultradireita na Alemanha para a política externa do país e para a União Europeia, Bivar acredita que "no curto prazo, pouco deve mudar", uma vez que os partidos do campo democrático parecem comprometidos com o chamado "brandmauer" (firewall), recusando-se a formar governo com a AfD. 

Contudo, ele alertou que "um crescimento ainda mais expressivo da AfD, sobretudo a nível nacional, pode comprometer a governabilidade do país", podendo no futuro "resultar em uma política externa de viés illiberal (intolerante) que busque, por exemplo, comprometer a relevância da União Europeia em favor de uma aproximação com regimes como a Rússia de Putin".

Scholz argumentou que a AfD está "prejudicando a Alemanha" ao dividir a sociedade e enfraquecer a economia do país. A coalizão de centro-esquerda liderada por Scholz, por sua vez, obteve um desempenho fraco no pleito, aumentando a tensão política no governo um ano antes das próximas eleições gerais na Alemanha.

Com as eleições em Brandenburg se aproximando, onde a AfD também lidera nas pesquisas, o cenário político na Alemanha pode estar à beira de uma transformação significativa. A possibilidade de mais vitórias da extrema-direita levanta preocupações sobre o futuro da democracia alemã e o impacto de um partido que relativiza o nazismo e promove políticas de exclusão em um dos países mais influentes da Europa.