A cantora norte-americana Taylor Swift publicou nas redes sociais, na madrugada da última quarta-feira (11), um texto declarando apoio a Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados Unidos pelo partido democrata.
A publicação ocorreu após o fim do debate entre Harris e Donald Trump e recebeu cerca de 2 milhões de curtidas em apenas 1 hora. Swift também compartilhou com os seus 284 milhões de seguidores o site vote.gov que ensina aos usuários como se registrar para as votações que ocorrem em novembro.
Segundo a Administração de Serviços Gerais (GSA), o link foi acessado por mais de 400 mil pessoas em menos de 24 horas.
"Estou votando em Kamala Harris porque ela luta pelos direitos e causas que acredito que precisam de uma guerreira para defendê-los", declarou a compositora.
Na postagem ela relata que assistiu ao debate e ressaltou a importância de se manter informada sobre os candidatos à presidência e suas propostas.
A cantora revelou que foi motivada a ser clara sobre sua posição política quando chegou ao seu conhecimento que Trump havia usado imagens geradas por inteligência artificial que mostravam a artista o apoiando.
Nas fotos manipuladas compartilhadas pelo empresário americano, também havia imagens que mostravam que os fãs da cantora, denominados “swifties” também o endossavam. Como resposta os fãs organizaram o movimento “Swifties for Kamala” que conta com presença em diversas redes sociais, no Instagram a organização possui quase 60 mil seguidores.
A organização apartidária Vote.gov compartilhou que desde que Swift divulgou o link para o site, 52 mil americanos se registraram e 144 mil verificaram os seus status de registro, os dados contam as ações realizadas entre quarta-feira (11) até as 14h de quinta-feira (12).
Através de um comunicado, Andrea Hailey, diretora executiva da organização disse que o impacto da cantora no engajamento dos eleitores é inegável "O importante a lembrar é que o trabalho de Taylor serve como um modelo que todos com uma plataforma podem usar para encorajar os americanos a participar do engajamento cívico."
A publicação da artista foi acompanhada por uma foto dela com um de seus gatos e o texto foi assinado como “Childless Cat Lady” (a versão americana de “tia dos gatos”) em referência às falas de J. D. Vance, vice-presidente de Trump, que chamou Harris e outras mulheres democratas de "um bando de tia dos gatos sem filhos que são infelizes com suas próprias vidas e escolhas e por isso querem tornar o resto do país miserável também", em vídeo publicado em 2021.
Inspirados pela compositora, outras celebridades fizeram as suas próprias versões da publicação. A cantora Stevie Nicks compartilhou uma foto com seu cachorro e lembrou que faltavam apenas dois meses para as eleições. O texto da estrela pop foi curtido por outras celebridades como Lady Gaga, Oprah, Lupita Nyong’o, Reese Witherspoon e Jennifer Aniston.
Taylor Swift demonstrou empolgação com a escolha do governador de Minnesota Tim Walz para a vice-presidência e ressaltou as políticas de defesa dos direitos LGBTQ+, fertilização in vitro e os direitos das mulheres ao próprio corpo administradas por Walz durante os anos de mandato que fizeram de Minnesota um dos estados americanos com as leis mais defensivas e abertas para o acesso ao aborto.
“Eu fiz minha pesquisa e fiz minha escolha. Sua pesquisa é toda sua para fazer, e a escolha é sua”, finalizou a estrela pop que lembrou que é preciso estar registrado para poder votar e incentivou as pessoas a votarem mais cedo, já que nas eleições americanas é possível enviar os votos de forma adiantada pelos correios.
Durante o Video Music Award (VMA) que aconteceu em Nova Iorque, na noite de quarta-feira (11), a cantora, ao ganhar o prêmio mais importante da noite, o “Vídeo do Ano”, reforçou o pedido, uma vez que nos Estados Unidos votar é opcional “Se você tem mais de 18 anos, registre-se para votar em outra coisa importante - a eleição presidencial”.
O momento escolhido por Swift para a publicação permitiu respostas quase imediatas. Donald Trump, em entrevista ao programa “Fox and Friends” realizada após ao debate comentou a decisão da cantora: “Ela é uma pessoa muito liberal, ela sempre parece apoiar um democrata e provavelmente pagará o preço por isso no mercado”.
Apesar da fala de Trump, as manifestações prévias da artista a candidatos democratas não a impediram de conseguir atingir estimados 1 bilhão de dólares com a sua atual turnê “The Eras Tour”, que volta em novembro com shows esgotados nos Estados Unidos e Canadá.
“Eu sou incrivelmente grato a Taylor Swift, e eu digo isso como um dono de gato” confessou Tim Walz. O vice-presidente de Harris estava ao vivo no programa “MSNBC” quando a apresentadora Rachel Maddow leu a declaração de apoio recém-publicada, a qual Walz demonstrou empolgação durante a leitura. “Isso foi eloquente e claro, é o tipo de coragem que nós precisamos na América para nos levantarmos”, comentou.
Kamala Harris ainda não comentou o apoio de Swift a sua candidatura, mas saiu do debate presidencial ao som da música “The Man” da cantora. Uma hora depois do texto ter sido publicado nas redes sociais, Harris colocou à venda em seu site online pulseiras da amizade, que desde 2023 viraram símbolos para referenciar Taylor Swift.
Na sexta-feira (13), o partido democrata divulgou um outdoor de Kamala Harris com alusão a atual turnê de Taylor Swift. O anúncio conta com uma imagem de Harris com a frase “Estamos na nossa era Kamala” e o link para o site I Will Vote que ensina os eleitores a como se registrarem e responde dúvidas sobre o processo de votação americano, o outdoor está disponível digitalmente e o partido democrata pretende exibi-lo na Times Square em Nova Iorque e em Las Vegas.
No mesmo dia, usando uma estratégia semelhante, Trump colocou à venda em seu site uma camiseta em referência a The Eras Tour, estampando a imagem do candidato com o mesmo design usado para os pôsteres de divulgação da turnê.
O posicionamento do ex-presidente americano acaba revelando um padrão de ataques à cantora. Apesar das críticas a outras celebridades que o desaprovaram durante sua carreira política, o empresário demonstrou um descontentamento maior com Taylor Swift do que com outras estrelas.
O Histórico Político de Swift
Desde o início de sua carreira Taylor manteve uma imagem de “garota ao lado”, sempre muito educada, respeitosa e simples, sem manifestar suas opiniões políticas.
Nascida no estado da Pensilvânia, a cantora se mudou ainda muito nova para a cidade de Nashville no Tennessee, um estado extremamente conservador e republicano.
Com raízes musicais no country, a artista confessou em uma entrevista realizada em 2019 pelo jornal britânico The Guardian que sempre foi aconselhada a não ser igual ao trio musical The Chicks, que recebeu ataques da mídia e do público após as integrantes se posicionarem contra a guerra do Iraque. “Eu assisti a música country apagar aquela vela. O grupo mais incrível que tínhamos, só porque elas falaram sobre política”, lamentou a cantora.
Mesmo com o medo de sofrer ataques similares aos que o trio recebeu, Swift decidiu se manifestar politicamente pela primeira vez em 2018, quando criticou em uma postagem do Instagram a candidata ao Senado Marsha Blackburn e declarou apoio ao democrata Phil Bredesen. Donald Trump, que era presidente na época, foi questionado por repórteres na Casa Branca o que achava do posicionamento da cantora: “Vamos dizer que eu gosto da música de Taylor cerca de 25% menos agora, ok?”, declarou o ex-presidente.
No ano de 2020 Taylor Swift lançou seu documentário produzido pela Netflix intitulado “Miss Americana”, no longa - que foi gravado entre os anos de 2018 e 2019 - questões como inseguranças da artista, sua relação com a mídia e, principalmente, seu posicionamento político foram abordadas. A compositora declarou no documentário ser contra Donald Trump e o partido republicano, acrescentando que se sentia arrependida de não ter se manifestado contra o empresário durante as eleições presidenciais de 2016.
No mesmo ano de lançamento de “Miss Americana”, Trump começa sua campanha de reeleição à presidência, desta vez contra Joe Biden. A campanha foi marcada por falas sensacionalistas e preconceituosas vindas do então presidente, uma delas em relação aos protestos do movimento “Black Lives Matter” que aconteciam na cidade de Minneapolis, lugar onde George Floyd foi assassinado pelo policial Derek Chauvin.
Em seu perfil no X - antigo “Twitter”, Trump escreveu que “quando o saque começar, o tiroteio começará”, o que rendeu uma resposta de Swift na mesma plataforma: “Depois de alimentar o fogo da supremacia branca e do racismo durante toda a sua presidência, você tem a coragem de simular superioridade moral antes de ameaçar violência? ‘Quando os saques começam, os tiros começam’? Nós vamos tirar você com o voto em novembro”, declarou a cantora, em seguida declarando apoio à Joe Biden.
Em 2022, os Estados Unidos passou por um enorme retrocesso em relação aos direitos das mulheres, o caso “Roe x Wade” que garantiu o direito a um aborto seguro para mulheres no ano de 1973 foi revogado. A Suprema Corte decidiu a favor da proibição do aborto no Mississipi, fazendo com que outros estados pudessem implementar o mesmo. Diversas celebridades se manifestaram contra essa decisão em diversas plataformas e Taylor Swift foi uma delas.
A estrela compartilhou uma carta aberta da ex-primeira dama Michelle Obama em seu perfil do X, acrescentando que se sentia “absolutamente apavorada que esse é o lugar em estamos”.
Desde então, a última vez que a cantora havia se manifestado politicamente foi em 2023, quando postou um link do site Vote.org em seu Instagram. A organização divulgou que graças a postagem de Swift, 35 mil pessoas se registraram para votar no tempo em que a publicação esteve no ar.
O número de mortos causados pela passagem do supertufão Yagi no Vietnã ultrapassou a casa das 290 vítimas. Outras 38 pessoas estão desaparecidas e mais de 2.000 estão feridas, segundo a agência de gerenciamento de desastres. Milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas.
Além disso, a produção industrial em várias províncias do norte foi interrompida, 235.000 residências foram danificadas e mais de 300.000 hectares de arroz e plantações comerciais foram inundados.
O tufão Yagi atingiu o norte e nordeste do Vietnã há mais de 10 dias, no que foi a maior tempestade na Ásia neste ano. Segundo estimativas, o prejuízo econômico chegou a 1.6 bilhões de dólares. Outros países também foram afetados pelo tufão, incluindo Laos, Tailândia, Mianmar e Filipinas.
O Vietnã se prepara para novas inundações, já que uma nova tempestade se aproxima da costa central. Ainda há incertezas quanto ao curso, velocidade e intensidade, mas as províncias costeiras já foram alertadas pelas autoridades.
Segundo a agência meteorológica, essa nova tempestade pode atingir a cidade de Danang na noite de quinta-feira (19) ou no início de sexta-feira (20).
Com uma longa costa voltada para o Mar da China Meridional, o país do Sudeste Asiático é propenso a tempestades tropicais que podem causar um grande número de vítimas, sérios danos à produção industrial e à infraestrutura.
Os eleitores dos Estados Unidos irão às urnas no dia 05 de novembro para decidirem entre os candidatos que concorrem à presidência do país. Por terem um sistema bipartidário, na prática, apenas dois partidos estão na disputa: Republicano, com Donald Trump, e Democrata, com Kamala Harris.
No entanto, a população não vota diretamente em Trump ou Harris, mas em representantes do seu respectivo Estado, que são denominados Delegados. Esses membros juntos formam um Colégio Eleitoral. O colegiado é quem votará para a escolha da presidência e vice-presidência.
Essa forma de eleição é chamada sufrágio eleitoral indireto e determina que cada Estado possua uma quantidade de delegados equivalente ao número de representantes no Congresso.
O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados - sendo 1 para cada membro da Câmara dos Deputados (435) e do Senado (100), e mais 3 no Distrito de Columbia - para vencer a eleição, o candidato precisa atingir 270 votos.
Em geral, o ganhador pela decisão popular também deve conquistar todos os delegados do estado, mas caso a maioria dos votos dos delegados seja para o concorrente, o candidato escolhido pela população "perde" os votos dos representantes que também votaram nele e elegem o partido adversário como escolhido pelo estado, independentemente da vantagem anterior.
Em um Estado como a Califórnia, que possui 55 delegados, se determinado candidato conquistar 28 , todos os 55 votos vão para ele.
Para concorrer ao cargo de presidente, é necessário cumprir alguns requisitos: ser nativo dos EUA, ter mais de 35 anos e ser residente do país há mais de 14 anos. Além disso, precisa passar por um processo chamado “primárias”, uma espécie de eleição interna dos partidos que determinam quem será o candidato.
O Professor Doutor de Relações Internacionais, Rodrigo Duarte, afirma que as eleições estadunidenses acontecem dessa forma por uma tentativa de distanciamento do país de sua raiz republicana europeia e, mesmo que muitos encarem como um sistema pouco democrático, dificilmente poderá ser modificado no futuro.
Até o atual momento, pesquisas realizadas pelo portal Fivethirtyeight, Harris está a frente na corrida eleitoral, considerando a opinião pública, ultrapassando o ex-presidente por +2.6 pontos.
A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita conhecido por sua postura anti-imigração e envolvimento em polêmicas relacionadas ao nazismo, venceu as eleições regionais no estado da Turíngia, no leste da Alemanha, no último domingo (01).
A AfD conquistou 32,8% dos votos, tornando-se o primeiro partido de extrema-direita a vencer uma eleição estadual no país desde a Segunda Guerra Mundial. O resultado reflete uma ascensão da ultradireita alemã, que agora desafia a estabilidade política da região.
Ao analisar o cenário político atual no país , Vinícius Bivar, doutorando em História da Europa Contemporânea, explicou que "é um cenário que conjuga o fortalecimento de movimentos anti-establishment com o enfraquecimento da coalizão governista no poder em Berlim".
Bivar também destacou que tanto na Saxônia quanto na Turíngia observou-se o crescimento de partidos de viés radical, como a AfD e a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), que se beneficiaram do discurso anti-imigração e contrário ao envolvimento da Alemanha no conflito na Ucrânia, mesmo estando em polos opostos do espectro político.
Na Saxônia, estado vizinho, a AfD também obteve um desempenho expressivo, ficando em segundo lugar com 30,4% dos votos, apenas 1,1% atrás da União Democrata Cristã (CDU), partido de centro-direita que liderou a votação com 31,5%.
Esses resultados reforçam o crescimento da AfD, que já havia surpreendido ao conquistar 15% dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu e a vitória em uma eleição distrital na cidade de Sonneberg, na Turíngia, no ano passado.
Apesar da vitória histórica na Turíngia, a AfD enfrenta resistência significativa para formar um governo, já que os partidos tradicionais, incluindo a CDU, o Partido Social Democrata (SPD) e A Esquerda, rejeitam qualquer aliança com a extrema-direita.
Os principais fatores que contribuíram para a vitória dos partidos ultradireitistas foram classificados pelo historiador em termos de longo, médio e curto prazo. Segundo ele, "os fatores de longo prazo, ou estruturais, estão relacionados à permanência de um nível desigual de desenvolvimento econômico entre os estados das antigas RFA (República Federal da Alemanha) e RDA (República Democrática Alemã )", aliado à persistência de culturas políticas distintas após a reunificação.
Além disso, há uma certa nostalgia em relação à percebida estabilidade da vida na antiga RDA, o que contribui para que muitos alemães nesses estados se percebam como "cidadãos de segunda classe".
Em médio prazo, ele apontou os impactos da crise econômica de 2008 e a crise dos refugiados de 2015, que trouxe o tema da imigração para o centro do debate e coincidiram com a radicalização do discurso da AfD. Já os fatores de curto prazo incluem a Guerra da Ucrânia, a eficácia da AfD em mobilizar eleitores jovens através de plataformas como o TikTok, e o atentado terrorista em Solingen, que ocorreu às vésperas das eleições na Saxônia e na Turíngia.
O ataque cometido por um imigrante sírio em Solingen, que resultou na morte de três pessoas, foi amplamente explorado pela AfD para reforçar suas críticas à política migratória do governo. Alice Weidel, líder do partido, afirmou que "as regras de imigração precisam mudar imediatamente" e que a vitória na Turíngia é "um sucesso histórico" para o partido.
Björn Höcke, líder da AfD na Turíngia e condenado recentemente por utilizar slogans nazistas, declarou estar "pronto para assumir as responsabilidades de governar", mas a possibilidade de formar uma coalizão ainda é incerta.
A rejeição à AfD é ecoada pelo chanceler alemão Olaf Scholz, que descreveu os resultados eleitorais como "preocupantes" e pediu que os partidos tradicionais excluíssem os "extremistas de direita".
Sobreas possíveis implicações da ascensão da ultradireita na Alemanha para a política externa do país e para a União Europeia, Bivar acredita que "no curto prazo, pouco deve mudar", uma vez que os partidos do campo democrático parecem comprometidos com o chamado "brandmauer" (firewall), recusando-se a formar governo com a AfD.
Contudo, ele alertou que "um crescimento ainda mais expressivo da AfD, sobretudo a nível nacional, pode comprometer a governabilidade do país", podendo no futuro "resultar em uma política externa de viés illiberal (intolerante) que busque, por exemplo, comprometer a relevância da União Europeia em favor de uma aproximação com regimes como a Rússia de Putin".
Scholz argumentou que a AfD está "prejudicando a Alemanha" ao dividir a sociedade e enfraquecer a economia do país. A coalizão de centro-esquerda liderada por Scholz, por sua vez, obteve um desempenho fraco no pleito, aumentando a tensão política no governo um ano antes das próximas eleições gerais na Alemanha.
Com as eleições em Brandenburg se aproximando, onde a AfD também lidera nas pesquisas, o cenário político na Alemanha pode estar à beira de uma transformação significativa. A possibilidade de mais vitórias da extrema-direita levanta preocupações sobre o futuro da democracia alemã e o impacto de um partido que relativiza o nazismo e promove políticas de exclusão em um dos países mais influentes da Europa.
O Estado de Israel está em momento de tensão e crise política desde o início da guerra contra o grupo palestino Hamas no dia 07 de outubro de 2023. As forças armadas israelenses anunciaram no domingo (01), a descoberta de seis corpos num túnel subterrâneo de Rafah. O acontecido causou uma crescente de manifestações no país. Na manhã seguinte (02), uma greve geral foi convocada para criticar o método das negociações do resgate de reféns e pedindo um acordo com o Hamas.
O confronto atual é marcado pela morte de 40 mil palestinos por Israel e 35 mil israelenses pelo Hamas, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza. Israel segue criticada pela comunidade internacional, sendo citada em declaração do presidente do Brasil, Lula, que chamou o conflito de genocídio e comparou as ações tomadas por Israel com o Holocausto, no dia 23 de fevereiro, quatro meses após o início da guerra.
As seis vítimas
Segundo os militares, os prisioneiros foram mortos pelo Hamas, antes da chegada das forças israelenses. Milhares de manifestantes foram às ruas contra o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, durante a tarde do dia 01⁰, pedindo cessar-fogo do conflito entre Israel e Hamas.
Durante as manifestações, bloqueios de estradas foram feitos em Jerusalém. Na principal rodovia de Tel-Aviv, os manifestantes seguravam bandeiras com fotos dos reféns mortos. A greve geral planejada para o dia 02, foi mobilizada pelo maior sindicato de Israel, o Histadrut. O apelo principal feito pelo chefe do sindicato, Arnon Bar-David, foi para que todos os trabalhadores civis se juntem pressionando o governo israelense.
A autópsia realizada pelo Ministério da Saúde israelense, confirmou as mortes ocasionadas por tiros de curta distância. A estimativa do período do óbito é cerca de 48 a 72 horas antes da checagem feita no domingo (01) pela manhã. É possível que os reféns tenham sido mortos entre quinta e sexta-feira, de acordo com o porta-voz do ministério.
A população israelense protestou para que Netanyahu fizesse novos esforços no resgate de reféns, que estão sob posse do Hamas em Gaza. O primeiro-ministro tem apoio significativo em sua tática de não fazer concessões ao Hamas, mesmo que isso afete no resgate dos 66 cativos israelenses e estrangeiros restantes em Gaza, segundo o jornal Haaretz.
A greve geral
O Fórum das Famílias dos Reféns e o Histardrut, convocou a paralisação total na segunda-feira (02). A greve afetou empresas de vários setores da economia e o maior aeroporto do país suspendeu pousos e decolagens.
Os manifestantes tornaram a bloquear estradas novamente e passeatas foram organizadas para pressionar Netanyahu. O Tribunal Trabalhista, depois de ser acionado pelo Estado, condenou a greve, alegando ser ilegal e definiu um prazo de suspensão da paralisação até 14h30 do horário local.
Um acordo foi feito entre o Tribunal e os sindicalistas, encerrando a paralisação. Os familiares das vítimas e de reféns do grupo terrorista Hamas, incentivam a continuação dos protestos nas ruas de Tel-Aviv, Jerusalém e outras regiões do Estado.
O primeiro ministro descartou o acordo de cessar-fogo em julho deste ano, segundo o tablóide Yedioth Ahronoth. O jornal teve acesso ao relatório que continham as exigências apresentadas por Netanyahu. A suspeita apontada pela reportagem, seria a do premiê ter este posicionamento para prolongar a guerra e sabotar uma trégua em prol de benefício político para si mesmo.