Estúdios acusam a plataforma de IA de violar direitos autorais ao permitir a criação de imagens com personagens protegidos.
por
Lucca Andreoli
Henrique Baptista
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17/06/2025 - 12h
Logo da Midjourney
Logo do serviço de IA Midjourney. Reprodução

A Walt Disney Company e a Universal Corporation, dois dos maiores estúdios de Hollywood, abriram no dia 11 de junho um processo conjunto contra o Midjourney — um serviço de inteligência artificial criado e desenvolvido pelo laboratório de pesquisa independente, Midjourney, Inc. —  na U.S. District Court for the Central District of California. O serviço de inteligência artificial está sendo acusado de utilizar propriedade intelectual dos estúdios sem autorização.

Segundo a ação, o Midjourney usou de forma “intencional e calculada” obras protegidas — como personagens de Star Wars (Darth Vader, Yoda), Frozen (Elsa), The Simpsons, Marvel (Homem-Aranha, Homem de Ferro), Minions, Shrek e O Poderoso Chefinho — para treinar seus modelos e permitir a geração de imagens derivadas altamente similares.

 

Disney e Universal afirmam que já haviam solicitado que a plataforma bloqueasse ou filtrasse esse tipo de conteúdo, mas não foram atendidas. Para a vice-presidente jurídica da NBCUniversal, Kim Harris, “roubo é roubo, independentemente da tecnologia usada”.

A petição descreve o Midjourney como um “poço sem fundo de plágio”. Estima-se que a plataforma tenha gerado cerca de 300 milhões de dólares em receita em 2024, contando com mais de 21 milhões de usuários.

Os estúdios pedem uma liminar para impedir novas infrações e uma compensação financeira — que pode ultrapassar os 20 milhões de dólares. Horacio Gutierrez, diretor jurídico da Disney, declarou: “Pirataria é pirataria — o fato de ser feita por uma IA não a torna menos ilegal”.
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Além disso, a ação se insere em um cenário crescente de disputas semelhantes — como os casos envolvendo a Stability AI, a OpenAI e o New York Times. Também aponta para a criação de um serviço de vídeo de IA que em breve poderá criar clipes animados com materiais não autorizados, ampliando ainda mais os riscos à propriedade intelectual e ao controle de suas criações. O processo reforça a pressão por regulamentações mais claras que protejam a criatividade humana frente ao avanço da IA.

A preocupação no meio artístico a respeito das inteligências artificiais é um tema crescente que já gerou polêmicas anteriormente, como a questão das fotos “estilo estúdio Ghibli” no início deste ano. 

O processo representa um marco legal na relação entre Hollywood e a inteligência artificial. É o primeiro grande embate judicial do tipo envolvendo empresas de entretenimento, e pode abrir precedente para que outras companhias exijam licenciamento prévio ou filtros automáticos em ferramentas de geração de imagens.

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Banda faz uma pausa na carreira, suspende shows em novembro e apresentação na COP30
por
Lucca Andreoli
João Pedro Lindolfo
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26/05/2025 - 12h
Foto do show em Manchester, 3 de junho de 2023 Imagem: Raph_PH
Foto do show em Manchester, 3 de junho de 2023
Imagem: Raph_PH

A banda Coldplay cancelou a turnê que faria no Brasil em novembro deste ano, que incluiria cerca de dez apresentações. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o grupo decidiu fazer uma pausa na carreira e, por isso, suspendeu toda a agenda na América do Sul. 

No entanto, não houve pronunciamento ou qualquer confirmação oficial até agora. A banda era aguardada para uma apresentação na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA). 

Em 2022 a banda passou pelo festival Rock in Rio e em 2023 esteve no Brasil pela última vez para 11 shows. A apresentação na COP30 seria a primeira vez da banda no Pará, algo que Chris Martin, vocalista do grupo, já demonstrava interesse. 

No ano de 2021, em uma postagem no X (antigo twitter) sobre ações climáticas, o cantor mencionou o governador do Pará, Helder Barbalho, convidando-o para assistir ao show deles no Global Citizen.

Durante a passagem da banda no Brasil em 2023, os integrantes tiveram um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o convite para a COP30 foi feito.

Lula, Chris Martin e Janja reunidos em 2023— Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução
Lula, Chris Martin e Janja reunidos em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

De acordo com o colunista, a apresentação em Belém ainda deve acontecer, informação garantida pelo governo paraense. A dúvida que resta é se Chris Martin estará sozinho ou acompanhado pelo grupo.

Em sua quarta edição, ação reforça a importância da informação e do apoio às famílias
por
João Pedro Lindolfo
Lucca Andreoli
|
04/06/2025 - 12h

 

Fotografia: Wellington Freitas  Reprodução/Instagram: @35elementos
Fotografia: Wellington Freitas 
Reprodução/Instagram: @35elementos

A caminhada de conscientização sobre a síndrome Cri Du Chat - ou Síndrome do Choro do Gato, uma alteração genética rara que afeta o desenvolvimento físico e intelectual - aconteceu no sábado (17), no Parque Villa Lobos, em São Paulo.

A doença, presente em uma a cada 50 mil pessoas, ocorre quando uma parte do cromossomo cinco é perdida, o que causa características como a face arredondada, olhos separados, mandíbula pequena, orelhas baixas e um choro agudo parecido com um miado de gato, de onde vem o apelido.

O diagnóstico é realizado através da genética clínica, com testes que avaliam os cromossomos, e o teste de FISH ou CGH-array, que detectam a deleção do cromossomo cinco.

A síndrome impacta diretamente a rotina das famílias, exigindo acompanhamento contínuo com diferentes especialistas. Por isso, a disseminação de informações confiáveis e o estímulo ao diagnóstico precoce são fundamentais para promover mais qualidade de vida às crianças e a quem cuida delas.

A importância do diagnóstico precoce vai além do aspecto clínico: ele abre caminhos para que as famílias se organizem emocionalmente e encontrem apoio em redes especializadas, fortalecendo a jornada de cuidado e inclusão. O conhecimento da síndrome, associado à troca de experiências entre famílias, é um passo decisivo para transformar desafios em conquistas diárias.

Em 2022 foi lançado o primeiro livro a respeito da síndrome no Brasil, intitulado de "Síndrome de Cri du Chat: mais amor, realidade e esperança” (EFeditores e Literare Books International, 264 págs., R$ 72), além de ser o ano da primeira edição da caminhada dedicada a pessoas que convivem com a síndrome.

A publicação veio a partir da vivência de famílias e do engajamento de profissionais que acompanham de perto os desafios do diagnóstico e do tratamento. O livro se tornou referência para quem busca compreender não só os aspectos clínicos da condição, mas também as realidades sociais, emocionais e educacionais enfrentadas por quem convive com ela.

Com entrevistas de profissionais médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, a obra de Sandra Doria Xavier, Fernando da Silva Xavier e Monica Levy Andersen traz também uma perspectiva que auxilia familiares e profissionais que trabalham com portadores da síndrome.

Capa do livro: Síndrome Cri Du Chat: mais amor, realidade e esperança  Instagram: @criduchatbrasil
Capa do livro: Síndrome Cri Du Chat: mais amor, realidade e esperança 
Instagram: @criduchatbrasil

A publicação do livro e a realização da caminhada refletem o compromisso com a visibilidade da condição. Ao longo dos últimos anos, a entidade tem promovido ações que unem acolhimento, informação e mobilização social, contribuindo para a construção de uma rede de apoio mais sólida e atuante.

Em meio a esse esforço coletivo, o aspecto emocional e comunitário da Caminhada se destaca. “Encontrar outras famílias na Caminhada Cri Du Chat é encontrar a sua tribo”, define Juliane Gehm, mãe do Martin. “É um momento onde todos podem ser livres para ser quem são!”

Agora em sua quarta edição, a “Caminhada Cri Du Chat 2025” apresentou uma programação com atividades inclusivas, como áreas sensoriais (massinha, slime, bolha de sabão), desenhos e pinturas, pinturas faciais e tatuagens de adesivo, além de recreação com palhaços e personagens infantis.

Através do ato de conscientização, familiares, profissionais e portadores trouxeram luz ao tema. 

Segundo a neuropsicóloga Bianca Balbueno, a estimulação precoce é a chave: “Nos primeiros anos de vida, o cérebro da criança está num pico de neuroplasticidade, ou seja, a capacidade de aprendizagem é mais potente neste período, sendo assim, a estimulação precoce aproveita essa fase para promover o desenvolvimento de áreas centrais, como motor, cognitivo e social.” 

“Intervenção precoce promove o desenvolvimento redirecionando e fortalecendo trilhas de aprendizagem que podem estar em risco, especialmente em casos de alterações do neurodesenvolvimento”, ela acrescenta. 

Essa também foi a percepção de Lilian Lima, engenheira de software e mãe do Heitor Monteiro Lima, de 7 anos. O diagnóstico veio aos 19 dias de vida e aos 30 dias ele já iniciou a fisioterapia. “Com 2 anos e 9 meses ele andou. Hoje ele corre, chuta bola, arremessa para a cesta, ensaia quicar e treina saques de vôlei”, conta Lilian. Ela lembra que, no início, havia muitos medos — do desconhecido, do futuro e de como seria criar um filho com um prognóstico tão incerto. Mas reforça que o acesso a terapias e os estímulos desde cedo fizeram toda a diferença. “A fisioterapia foi essencial nos primeiros anos de vida, e os estímulos fizeram toda a diferença.”

Ainda sobre o plano de tratamento, Bianca afirma que deve ser individualizado “pois cada criança terá uma necessidade diferente, mesmo tendo o mesmo diagnóstico. Leva-se em consideração não apenas características da síndrome, mas áreas gerais de desenvolvimento, comportamentos desafiadores, excessos e déficits comportamentais, bem como a rede de apoio da família e o suporte fornecido pela escola”.

Participantes exploram atividades sensoriais durante a Caminhada. Fotografia: Wellington Freitas Reprodução/Instagram: @35elementos
Participantes exploram atividades sensoriais durante a Caminhada.
Fotografia: Wellington Freitas
Reprodução/Instagram: @35elementos
Caminhada tem presença de personagens infantis e momentos de interação Imagem: Wellington Freitas  Reprodução/Instagram: @35elementos
Caminhada tem presença de personagens infantis e momentos de interação
Imagem: Wellington Freitas 
Reprodução/Instagram: @35elementos
Espaço de desenho e pintura incentiva a criatividade  Fotografia: Wellington Freitas  Instagram: @35elementos
Espaço de desenho e pintura incentiva a criatividade 
Fotografia: Wellington Freitas 
Instagram: @35elementos
Cabo de guerra e outras dinâmicas de grupo promovem inclusão  Fotografia: Wellington Freitas  Instagram: @35elementos
Cabo de guerra e outras dinâmicas de grupo promovem inclusão 
Fotografia: Wellington Freitas 
Instagram: @35elementos

 

Especialista alerta para a importância do apoio jurídico e psicológico diante de um cenário de aumento da violência contra as mulheres
por
Larissa Pereira José
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28/04/2025 - 12h

Durante o feriado da Páscoa de 2025, o Rio Grande do Sul registrou uma sequência de crimes que chocou o país: dez feminicídios em apenas quatro dias. Casos como o de uma mulher grávida assassinada em Parobé e o de uma jovem degolada pelo ex-companheiro em São Gabriel evidenciam uma triste realidade: a violência contra a mulher continua sendo parte do cotidiano brasileiro. 

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil contabilizou 1.450 feminicídios em 2024, o que equivale a cerca de quatro mulheres assassinadas por dia. O número é alarmante e revela que, apesar dos avanços legislativos, muitas mulheres ainda são vítimas fatais de parceiros ou ex-parceiros. Em meio a esse cenário, surgem dúvidas sobre como agir diante de situações de violência e quais caminhos seguir para tentar garantir a própria segurança. 

Para a advogada Bruna Santana, especialista em Direito da Mulher, em entrevista à AGEMT, "reconhecer os sinais e buscar ajuda o mais cedo possível são atitudes essenciais. Ela alerta que não é necessário esperar por uma agressão física para procurar apoio" e acrescenta: "a violência começa muito antes das agressões físicas. Controlar, ameaçar, isolar, humilhar — tudo isso já é violência doméstica. E precisa ser denunciado”, afirma Bruna. 

A orientação, segundo a especialista, é que a mulher que sofre qualquer tipo de agressão, seja física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial, registre um boletim de ocorrência, solicite medidas protetivas e, sempre que possível, documente as agressões. Prints de mensagens, gravações de áudios e relatos de testemunhas podem ser fundamentais para a comprovação dos fatos. Além do apoio jurídico, Bruna Santana reforça que o acompanhamento psicológico é parte crucial para que a mulher consiga sair do ciclo de abusos. “A violência doméstica fragiliza a autoestima da vítima. Muitas vezes, ela se sente culpada ou acredita que não conseguirá romper a relação. O apoio psicológico é essencial para fortalecer essa mulher emocionalmente e ajudá-la a construir uma nova trajetória”, explica a advogada. 

Centros de referência, como os CRAMs (Centros de Referência de Atendimento à Mulher), Defensorias Públicas e ONGs oferecem suporte gratuito ou de baixo custo para vítimas de violência. Em situações de ameaça iminente, a orientação é buscar ajuda imediata, acionando a polícia pelo número 190 ou procurando familiares e amigos de confiança. A Central de Atendimento à Mulher (disque 180) também está disponível 24 horas por dia, de forma gratuita e sigilosa. 

Bruna Santana reforça que a Lei Maria da Penha oferece diversos mecanismos de proteção, como o afastamento do agressor, proibição de contato e o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, muitas mulheres desconhecem esses direitos ou não sabem como acioná-los. "Saber que existem recursos legais, entender como eles funcionam e buscar ajuda imediatamente pode salvar vidas. Não é exagero, não é drama: é sobrevivência", conclui a especialista. 

Apesar de a responsabilidade pela proteção das mulheres ser do Estado, informação e rede de apoio são instrumentos fundamentais para fortalecer aquelas que, todos os dias, lutam para viver em liberdade e segurança.

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Artista também é terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy
por
Beatriz Alencar
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14/03/2025 - 12h

A cantora Doechii foi nomeada a Mulher do Ano de 2025 pela Billboard, com o anúncio feito nesta segunda-feira (10). Com o título, a artista norte-americana tornou-se a segunda rapper a ganhar a honraria no mundo da música, a primeira foi a Cardi B, premiada em 2020.

A revista da Billboard descreveu Doechii como uma das principais artistas da atualidade a “redefinir o que é ser uma precursora na indústria musical”. Ela será homenageada em um evento da Billboard no final deste mês.

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

A rapper, de apenas 26 anos, fortaleceu mais a carreira musical em 2024, com o lançamento do álbum “Alligator Bites Never Heal”, uma aposta de mistura entre os gêneros R & B e hip-hop. O mixtape foi indicado para três categorias do Grammy, entre eles o Melhor Álbum de Rap, marcando a primeira vez desse estilo de faixa feito por uma mulher a alcançar essa indicação.

Apesar disso, após a indicação de Melhor Álbum de Rap, Doechii foi convidada para fazer parte da faixa “Baloon” do álbum “Chromakopia”, do rapper Tyler, The Creator. A participação aumentou a visibilidade da artista que começou a fazer apresentações virais em festivais e em programas de rádio e televisão.

As composições de Doechii já viralizavam nas redes sociais desde 2020, com músicas como “What It Is” e "Yucky Blucky Fruitcake", mas as músicas não eram associadas com a imagem da artista. Foi somente após o espaço na mídia tradicional e o convite de Tyler que a rapper foi reconhecida.

Em fevereiro deste ano, Doechii se tornou a terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy ao sair vitoriosa na edição de 2025, novamente, seguindo a história de Cardi B.

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

A apresentação da artista norte-americana na premiação, ocorrida no dia 2 de fevereiro, também foi classificada pela Billboard, como a melhor da noite. A versatilidade, modernidade e o fato de ser uma mulher preta na indústria da música, aparecem tanto nas faixas de Doechii quanto nas roupas e shows, fixando essas características como um dos pontos principais da identidade da artista.

A rapper tem planos de lançar o próximo álbum ainda em 2025, e definiu os últimos meses como um "florescer de um trabalho longo", em declaração a jornalistas na saída do Grammy.

Muitas pessoas não aderiram ao isolamento, pois precisavam manter seus empregos e outras, como trabalham de forma autônoma precisavam continuar saindo de casa.
por
Rafael Monteiro Teixeira
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25/06/2020 - 12h

¨Algumas comunidades em que trabalho aderiram ao isolamento decretado pelo governo, mas infelizmente são a minoria em relação à quantidade de áreas localizadas na periferia da região leste da cidade de São Paulo¨ diz Claudia Peres Monteiro, 48, Assistente Social da empresa Diagonal Consultoria de Territórios, contratada pela Secretaria Municipal de Habitação da Cidade de São Paulo.

Com 18 anos prestando serviços na área social para a prefeitura de SP, ela diz nunca ter passado por um momento tão complicado para realizar o trabalho com as famílias dessas comunidades, pois devido a todos os problemas causados pela pandemia, a situação, que já era precária, acabou se agravando.

¨As famílias da região em que atuo estão enfrentando muitas dificuldades, seja na questão do trabalho, pois muitos perderam o emprego, seja na questão da moradia ou pior muitas não têm nem o que comer. Uma grande maioria dessa população está sobrevivendo com a ajuda de terceiros e do poder público¨, diz Monteiro.

¨Podemos dizer que na periferia da região leste, muitas comunidades ainda possuem um alto índice de precariedade das moradias, como falta de saneamento básico, baixas condições de habitabilidade e falta de infraestrutura de um modo geral essas situações acabam agravando o índice de pessoas infectadas, outro agravante seria a falta de compreensão da população, que não percebe a gravidade do problema¨.

Diante dessa situação o poder público vem tomando algumas medidas para tentar minimizar o sofrimento da população, como por exemplo o pagamento, do auxílio emergencial, feito pelo governo federal, que ajuda famílias de baixa renda, mas muitos ainda não conseguiram acessar.

FOTO Claudia Atendimeto
Claudia Peres Monteiro em atendimento (arquivo pessoal)

¨Em relação ao governo municipal posso citar a parceria com o Programa Cidade Solidária que fez a entrega de 10.723 cestas básicas às famílias em alta vulnerabilidade social, moradoras da região leste, do início da pandemia, até 11.06.2020, tem ainda a instalação de lavatórios comunitários em áreas com difícil acesso a rede da SABESP que está sendo realizada em parceria com PMSP e algumas ONGs ¨, diz a assistente social.

 

¨São ações paliativas para enfrentar uma situação muito mais grave, que vai além da pandemia, precisava ter um olhar mais efetivo do poder público para essas áreas e para famílias. Em contrapartida é preciso também que a população tome conscientização da atual situação e o qual pode ser prejudicial a todos. ¨

 

 

 

 

 

 

 

Já Tatiana Miranda Erguelles, 39, que também trabalha na Diagonal, mas na região Centro e na região Leste diz que ¨as comunidades em que trabalho aderiram pouco ao isolamento, parece até final de semana ou férias, pois muitos estão nas ruas fazendo várias coisas, sem saber a real gravidade da situação. ¨

Com 17 anos prestando serviços na área social, ela também diz nunca ter passado por nada parecido. ¨Agora atendemos as famílias via WhatsApp e reuniões por vídeo conferência¨ diz a assistente social, a respeito das mudanças, após o início da quarentena.

FOTO Tatiana Atendimento

Tatiana Miranda Erguelles – Em atendimento
(Arquivo Pessoal)

¨Para as famílias que venho acompanhando, a pandemia parece não ter chegado. As famílias estavam aguardando as entregas das unidades habitacionais, porém com o decreto da quarentena, que proibia as reuniões presenciais acabou atrasando as entregas e os moradores mesmo com os decretos solicitavam a continuidade das atividades. ¨

Em relação as condições das famílias que ela atende, Erguelles diz ¨Elas geralmente possuem uma renda baixa, e estão utilizando do auxílio aluguel devido a remoção da PMSP. Muitas delas têm acesso à internet, e dessa maneira estão recebendo as informações e nossas orientações. ¨

¨As maiores das dificuldades enfrentadas na minha opinião, são o desemprego e a falta de acesso as políticas públicas. ¨ diz a assistente social.

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As redes sociais contribuíram para que houvesse uma mobilização, resultando em manifestações e tomada de decisão por parte da Rede Globo em tratar sobre assuntos raciais
por
Julio Cesar Ferreira
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25/06/2020 - 12h

George Floyd e João Pedro, os dois casos foram expostos na mídia, mas o de Floyd tomou proporções maiores. Os protestos originados nos EUA foram um papel importante para que mobilizassem outros países, inclusive o Brasil, sobretudo com a movimentação nas redes sociais. “Foi preciso ocorrer nos EUA para que ocorresse aqui”.

Lucas Silvestre, fotógrafo e modelo, homem preto e bicha, defende que, “Os brancos no Brasil começam a ter mais visão do que está acontecendo, por meio do que ocorreu nos EUA, pois querendo ou não, é um grande espelho do mundo capitalista” e completa dizendo, “Então foi preciso ocorrer nos EUA para que repercutisse muito aqui”.

Foto: Lucas Silvestre/Acervo pessoal.
Lucas Silvestre/Acervo pessoal. 

Em meio a toda movimentação nas redes sociais, tiveram mais de 21 milhões de postagens com a utilização da hashtag Black Lives Matter, e a hashtag Blackout Tuesday, que propôs um grande “apagão” nas redes sociais, especialmente Instagram, e para isso, foi usado uma imagem completamente preta. E por parte de algumas empresas de streaming, como o Spotify, esse dia foi usado para não ser reproduzida nenhuma música na plataforma durante 8 minutos e 46 segundos. 

“O que rolou bastante e tem que rolar sempre, não só em uma terça-feira, é a divulgação massiva de pessoas pretas, para entender mais sobre o racismo. Não adianta nada postar uma foto preta, se essa vai ser sua única ação, o que você vai fazer a partir disso é o que importa mais”, pontua. As divulgações tinham como propósito difundir trabalhos de pessoas pretas: artistas, músicos, escritores, fotógrafos, modelos, produtores e influenciers.

Com tudo isso acontecendo no Brasil, houve no meio o assassinato de Miguel, uma criança negra de cinco anos que foi trabalhar com a mãe doméstica na casa da patroa. Ela precisou sair com a cachorra da patroa enquanto seu filho ficava sobre os cuidados dela, Sarí Côrte Real, que apertou o botão do 9º andar para a criança ir à busca de sua mãe que estava no térreo.

Mariana Salomão, mãe correria solo de um menino preto chamado Tom, de 12 anos, professora de arte na Prefeitura de São Paulo e graffiteira, “O Brasil não assume ser um país extremamente racista, uma mãe preta periférica está chorando a dor de ter que enterrar um filho, que o único crime foi nascer preto”.

Foto: Mariana/Acervo pessoal.
Mariana Salomão/Acervo pessoal. 

Ela afirma que enquanto mãe sentiu ódio e revolta. “O caso Miguel. João. Que sempre me lembram de que poderia ser um Tom”.

A artista finaliza dizendo. “Um racismo histórico, arraigado e normalizado em nosso cotidiano, que escancara também o classicismo, expõe todos outros preconceitos, como o ódio aos pobres, trabalhadores, e ainda tentam responsabilizar uma mãe solo em luto, até pelo assassinato do seu único filho pela patroa escravagista branca”.

O que contribuiu para que a Globo News fizesse um programa somente com jornalistas negros, que posteriormente, foi reexibido na rede Globo para que mais pessoas tivessem acesso ao programa.

Andreza Delgado, produtora cultural e de conteúdos nas redes sociais. “Agora as pessoas estão sempre falando do racismo, mas o jeito que a gente vai tratar mostra a seletividade de um posicionamento antirracista, inclusive da própria mídia. O movimento negro brasileiro tem denunciado e ele é importante”.

Foto: Andreza Delgado/Acervo pessoal.
Andreza Delgado/Acervo pessoal. 

Para ela, o papel das redes sociais e os movimentos de rua devem encontrar um equilíbrio. “É conversar com o vizinho sobre racismo, mais do que escrever na internet, mas sempre buscando o equilíbrio entre os dois. As manifestações são importantes e faz sentido o que está acontecendo, inclusive com a tomada de decisão da Globo News de tratar sobre esse assunto com jornalistas negros”.

E ela reitera o papel importante das redes sociais, e acrescenta que é importante usar ela com consciência, pois muitas pessoas usaram a hashtag Black Lives Matter junto com a Blackout Tuesday, o que acabou dificultando o acesso às informações importantes relacionadas às doações, petições e manifestações que foram divulgadas usando a Black Lives Matter.

 

 

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Mulheres de diferentes regiões do estado se organizaram pela internet e criaram uma lista de supostos abusadores sexuais
por
Gabriela Costa de Souza
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24/06/2020 - 12h

Na última semana de maio, jovens de várias cidades de São Paulo fizeram uma lista que circulou pelo WhatsApp com o nome de diversos homens, apontados como supostos assediadores e agressores sexuais. Muitas mulheres utilizaram a hashtag #exposed acrescida do nome do município, em outras redes sociais, para compartilhar seus relatos de violência.

Esse movimento tinha a intenção de alertar outras mulheres sobre possíveis agressores com quem elas poderiam estar se relacionando. “Nós precisamos saber quem são as pessoas ao nosso redor, o tipo de amizades que a gente cultiva. Eu não quero conviver com esses homens”, relatou Letícia (nome falso) acerca do ocorrido.

Ela ainda afirmou que a lista foi fundamental para que começasse a conversar com as amigas sobre situações que já tinha vivido. “Eu tenho transtorno de ansiedade e essa situação toda se tornou um gatilho para mim, mas eu comecei a sentir mais abertura para falar com outras mulheres sobre isso, a gente precisa se unir mais”.

As denúncias realizadas através da lista foram contabilizadas por Miwa Hamada Kashiwagi, (19). “Me colocaram num grupo do WhatsApp com mais de duzentas meninas, e a lista continuava crescendo. Chegou um momento em que tivemos que organizar tudo por meio de uma planilha”. De acordo com Kashiwagi, somente na cidade de São José dos Campos, foram 967 queixas no total, sendo 370 de assédio sexual, 253 de assédio verbal, 84 de estupro, 54 de agressões físicas, entre outras.

Foto do Acervo Pessoal de Miwa Kashiwagi
Fonte: Acervo Pessoal de Miwa Hamada Kashiwagi

A universitária também disse que o movimento foi importante para conscientizar as pessoas acerca do quão comum a violência contra a mulher acontece. “A gente precisa desmistificar essa ideia de que um abusador é sempre um homem estranho ou um monstro, porque, na maioria das vezes, são uns caras simpáticos que te dão bom dia na sala de aula”. Kashiwagi, que já teve suas fotos colocadas sem a sua permissão em um site de acompanhantes de luxo, disse que, atualmente, não denunciaria nenhuma outra agressão por conta do “estresse desnecessário” que “não traria resultados”.

Sobre a questão de denúncias formais, a jovem Yasmin Oliveira também revelou não sentir segurança para fazer um boletim de ocorrência. Ela contou que falou com alguns meninos que já a haviam assediado de alguma forma e cujos nomes estavam na lista. “Conversei sobre como foi errado e como isso me machucava. Foi bem tranquilo, porque eles escutaram e queriam mesmo entender como mudar, espero que seja uma disposição verdadeira. Todo mundo merece uma segunda chance”.

Foto de Acervo Pessoal de Yasmin Oliveira
Fonte: Acervo Pessoal de Yasmin Oliveira 

Oliveira também afirmou ser fundamental a união de mulheres para enfrentar experiências violentas. “Quando a gente está sozinha é difícil demais enfrentar tudo que nos oprime. Agora, quando juntamos pessoas que passam pelas mesmas coisas, não precisamos explicar a dor ou o medo, porque a pessoa já vive, e isso torna muito mais fácil um diálogo”.

Mesmo com toda a força que o movimento deu para muitas mulheres, há precauções que devem ser tomadas. A advogada Rosimere Lopes Oliveira adverte que, fazer denúncias sem provas ou formalidades jurídicas, pode ser prejudicial para as próprias vítimas. Muitos garotos, cujos nomes estavam na lista, entraram na Justiça e vão processar as responsáveis por calúnia e difamação. “É gravíssima a maneira como estão fazendo isso, porque é totalmente inadequada. Se a pessoa sofreu qualquer tipo de violência ela precisa tomar as medidas cabíveis, ou seja, ir até uma delegacia e realizar a denúncia”.

Foto do Acervo Pessoal da advogada Rosimere Lopes Oliveira
Fonte: Acervo Pessoal de Rosimere Lopes

A advogada, que trabalha na área há 10 anos e coordena o projeto “Quebrando as algemas”, para ajudar vítimas de violência doméstica, afirma que as jovens devem denunciar, mas que também precisam levar em conta a presunção da inocência. “Cada caso é um caso e elas precisam sempre buscar ajuda profissional para obter toda a orientação necessária”. Além disso, Oliveira também afirma ser importante analisar a idade dos envolvidos, pois, se a vítima tiver menos de 14 anos, pode ser enquadrado como estupro de vulnerável, o que torna tudo ainda mais grave.

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Com diminuição de 90% do trabalho advogados procuram alternativas para se manterem durante a pandemia.
por
Marcela Foresti
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23/06/2020 - 12h

 

Os advogados Micheli Cristine Ribeiro de Souza e Rodrigo Augusto Guedes, donos do escritório Guedes e Souza Advogados, sentiram o impacto da pandemia logo em seu início “No primeiro dia de isolamento nossas atividades diminuíram em 90%” e com esta queda nas atividades, o casal   precisou  recorrer a  outros negócios a fim de manter as despesas em dia “Minha esposa, que é minha sócia, passou a revender maquiagens”.

Souza decidiu revender produtos de maquiagem para ajudar nas despesas, já que como o escritório dos dois é pequeno, a queda nas atividades impactou a renda do casal. Ela criou um perfil nas redes sociais para este novo negócio a fim de divulgar seus produtos. A advogada  faz as entregas  pessoalmente ou por correio tomando todos os cuidados e obedecendo as normas da OMS.

A rotina do casal antes da pandemia consistia em sair a maior parte do dia para audiências em todo o território nacional,  reuniões com clientes e realizavam as atividades administrativas do  escritório, apenas a noite se reuniam em casa e realizavam as atividades domésticas. 

Com este cenário de pandemia o casal precisou reformular toda a rotina,  já que home office não era o principal modo de trabalho dos dois. Tiveram também que aprender a coordenar as atividades domésticas que aumentaram com a presença de todos em casa “Está sendo difícil manter a concentração no home office, as  atividades domésticas que antes eram apenas a noite passaram a ser o dia todo”.Micheli Cristine Ribeiro de Souza e Rodrigo Augusto Guedes

A maioria dos processos hoje são eletrônicos, o que faz da internet um dos principais meios de trabalho dos advogados, porém com todo o cenário que estamos vivendo hoje nem esses seguiram no início do isolamento. A justiça parou porque também não estava preparada para tudo e só partir de abril, os processos voltaram a correr. Enquanto o número de clientes e processos correndo eram menores no escritório do casal, eles dedicaram parte de seu tempo a cursos e lives sobre assuntos jurídicos para se aprimorarem.

De toda esta experiência com home office o casal aprendeu a realizar as atividades em família e passar mais tempo juntos reforçando os laços familiares.

Já a advogada Lívia Prisco que também tem seu escritório, antes da pandemia passava um bom tempo na rua para audiências e reuniões com clientes, visitava a fóruns e delegacias e fazia  trabalhos em casa, como o peticionamento nos processos. Prisco sentiu os impactos da pandemia logo no começo da quarentena “Senti muito com relação aos pagamentos, muitos clientes alegaram que eram autônomos e não estavam trabalhando, ou que tiveram o salário reduzido”. Com a queda de clientes e as despesas aumentando com todos passando a ficar em casa, a  advogada precisou recorrer a ajuda financeira de familiares e empréstimos bancários.

Lívia Prisco Alves de DeusA rotina dela teve grandes mudanças e o número de reuniões com clientes teve uma queda “Os clientes mais idosos ainda têm certa resistência em fazer reuniões por vídeo chamada” e muitos de seus processos tiverem o prazo suspenso,  os eletrônicos seguiram andamento só a partir de abril.

Diferente do casal Souza e Guedes, Prisco não sentiu dificuldades para trabalhar em home office. Ela não possui um espaço para seu escritório e trabalhava nesta modalidade há três anos “Estabeleço horários para trabalhar e horários para cuidar da casa”.

O tempo livre também está sendo aproveitado por ela para adiantar sua pós graduação, fazer cursos de marketing digital para ajudar na divulgação do seu trabalho e ler doutrinas, tudo para crescer cada vez mais.

Esta experiência de home office fez Prisco perceber que reuniões por vídeo ajudam a economizar melhor o tempo na rua, já que em São Paulo ela não demora menos de uma hora para se locomover de um local ao outro. “Gostaria de continuar fazendo reuniões por vídeo chamada, telefone e e-mail, e me locomover quando estritamente necessário”, ela acredita que o tempo em home office quando se tem disciplina é muito melhor aproveitado e que  sua produtividade acaba sendo bem maior.

 

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Com aulas gravadas e reuniões on-line, a forma de ensinar atualizou e membros da comunidade educativa destacam aspectos positivos
por
Isabella Pugliese Vellani
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21/06/2020 - 12h

Durante a pandemia do coronavírus, a educação precisou se reformular para poder dar continuidade ao ensino. As mudanças foram sentidas de diferentes formas por pais de crianças em processos de alfabetização, alunos em ano de vestibular e professores. Entretanto, são ressaltados aspectos positivos para a autonomia e aprendizagem cotidiana desenvolvida no período.

            Márcio Rafael Cruz, gestor e idealizador da escola on-line Linkage School e professor de biologia na rede privada de educação, relata que a escola já necessitava de  uma reinvenção há anos. “As carteiras enfileiradas, o modelo de escola padronizada, que visa somente a padronização do estudo, é uma tendência ao fracasso. Cedo ou tarde ela vai deixar de existir”.

            O professor destaca que a tecnologia, que permite que as aulas sejam gravadas e haja uma comunicação simultânea com o aluno, gerou uma flexibilização na rotina dos estudantes. “Alunos que tinham dificuldade na questão presencial, com horários fixos, agora no ensino remoto têm uma flexibilidade melhor de horários e se adaptaram melhor”.

FOTO márcio - aula linkage
Márcio Rafael Cruz em gravação para aula on-line da Linkage School (Arquivo pessoal)

 

            Cruz ainda enfatiza que as escolas não estão vivendo o ‘EAD’, mas sim um ensino remoto. “O ensino à distancia tem um planejamento e uma metodologia de aula e avaliação diferente. Não adianta usar o formato de ensino presencial e ‘jogar’ no on-line”.

Por lecionar biologia, que possui diversas atividades laboratoriais, Cruz informa que há uma defasagem nas aulas práticas, mas a situação pode ser revertida. “Nada impede que daqui pra frente alguém possa desenvolver um laboratório virtual. A situação é muito emergencial, por isso o planejamento pode estar um pouco defasado. Estamos lutando um dia de cada vez, resolvendo um problema de cada vez”.

Para a estudante do Colégio Salesiano Santa Teresinha, Julia Clemente, 17, a forma de ensino mais flexibilizada permitiu que ela buscasse mais informações sobre os vestibulares que ela irá prestar no final do ano. “Tenho mais tempo livre para pensar e estou pesquisando sobre os vestibulares, faculdades”.

Clemente aponta que uma das mudanças gerou um resultado positivo no desenvolvimento de sua autonomia, principalmente por estar concluindo o Ensino Médio e enxergar esta independência como um fator importante para seu futuro. “Uma mudança muito boa foi a de ‘liberdade’. No próximo ano eu vou precisar dessa independência e neste sentido, o ensino remoto foi muito bom. Na escola, o professor te obriga, em casa você é o único responsável”.

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Julia Clemente (Arquivo pessoal)

 

Na Educação Infantil, o cenário é diferente. As crianças que passam pelo processo de alfabetização não aprendem matérias e disciplinas, mas sim por meio de interações, sendo estimuladas com atividades e brincadeiras. Desta forma, foram outros os obstáculos enfrentados.

Waleska Brilhante, mãe de Felipe, 4, mostra que no início do período, o menino gostava de ficar de frente da tela do computador para encontrar com os amigos e a professora. “No começo foi tudo divertido. Eram 40 minutos e ele ficava tranquilo. Hoje ele não quer mais ficar nem meia hora, ele não tem paciência, não tem foco”.

Brilhante expõe que a Escola Miudinho, onde Felipe está matriculado é muito vivencial e por isso, sente que as crianças estão perdendo algumas aprendizagens. “Na escola tem horta, cozinha, atividades de folclore, natação, o que ele não está tendo agora. Quando eles chegam na escola tem interação e então começam as atividades. Hoje é sentar e fazer a tarefa”.

Por outro lado, a mãe indica que a família está passando a quarentena em um sítio, o que permite que tenham um maior contato com a natureza e o menino aprenda com essas situações também. “Ele plantou um pé de feijão e está colhendo. Eu acredito que teve uma perda do aprendizado mais ‘formal’, mas da vida, da vivência, ele teve um ganho”.

Brilhante expõe sobre conscientização da importância dos professores para a construção do conhecimento que o período de ensino remoto proporcionou. “Agora, vendo a dificuldade de lidar com toda rotina, acredito que vão ser mais valorizados”.

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