Atualização dos dados sobre a COVID-19 no Brasil
A taxa de transmissão do coronavírus no Brasil atingiu seu menor índice desde abril de 2020, quando começou a ser medida, sendo de 0,60, segundo o Imperial College de Londres. O avanço da vacinação é apontado por especialistas como um fator importante para a diminuição de novos casos.
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 6.918 novos casos de coronavírus e 202 óbitos pela doença. A média de mortes é de 437 nos últimos sete dias, segundo dados da universidade Johns Hopkins. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem no acumulado 21.582.738 casos confirmados, e 601.213 mortes por COVID-19.
Norte da China é atingido por fortes chuvas e inundações

De acordo com o funcionário meteorológico Wang Wenyi em entrevista coletiva nesta terça-feira (12), a província de Shanxi, localizada no norte do país, experimentou a pior enchente este mês. Wenyi afirmou ainda que a precipitação média foi 13 vezes maior do que o previsto.
Ao menos 1,75 milhão de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas e inundações na região. No mínimo 120 pessoas tiveram que procurar áreas mais seguras, 19.500 casas desabaram, 18.200 propriedades foram gravemente danificadas, 15 pessoas morreram e três ainda estão desaparecidas, segundo Wang Qirui, oficial de gerenciamento de emergência local. De acordo com Qirui, as chuvas causaram perdas econômicas estimadas em mais de 5 bilhões de yuans (aproximadamente 775 milhões de dólares). Conforme a mídia estatal CCTV, as autoridades da província reservaram 50 milhões de yuans (aproximadamente 7,7 milhões de dólares) para ser utilizado no apoio ao controle das enchentes e no trabalho de socorro.
FMI prevê piora na inflação, câmbio e PIB no Brasil, Guedes responsabiliza comida e energia. Segundo a FGV, a renda dos mais pobres foi a mais afetada pela pandemia.

Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), a inflação no mundo seguirá em alta até o fim deste ano e retornará ao nível pré-pandemia em 2022. Nessa semana a entidade realiza uma reunião anual, em Washington. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, viajaram para a capital estadunidense para comparecer ao evento. O fundo estima alta de 7,9% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano no Brasil, e 4% em 2022. O FMI avalia também que o PIB brasileiro crescerá 5,2% em 2021, mas apenas 1,5% no próximo ano.
Em entrevista à CNN Internacional, o ministro da Economia, Paulo Guedes, responsabilizou o aumento do preço de alimentos e energia pela metade dos índices de Inflação no Brasil, afirmando que “a inflação está em todo mundo, metade da inflação é exatamente comida e energia”.
De acordo com pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), divulgada hoje, a renda média do brasileiro diminuiu, principalmente entre a população mais pobre. Em comparação entre o período pré-pandemia, último trimestre de 2019, e o segundo semestre de 2021, a renda diminuiu em -21,5%.
CPI desiste de convocar Marcelo Queiroga e opta por coordenador de estudo contra o uso do ‘kit covid’

O depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, aconteceria na próxima segunda-feira (18), mas a CPI voltou atrás na decisão e optou por ouvir o coordenador de estudo contra o uso do ‘kit covid’, o médico Carlos Carvalho. A oitiva do médico ainda não foi aprovada. De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), a decisão foi tomada após uma reunião de membros da comissão nesta terça-feira (12) e justificou a escolha dizendo que não daria ‘palanque’ para o ministro, e afirmou “não vai acrescentar muito. Mas ele vai aparecer no relatório final com toda certeza. Provavelmente por desrespeito a norma sanitária, prevaricação. Ele vai ser indiciado e vai ter que responder.”
Dia de Nossa Senhora de Aparecida e discurso pacifista do Arcebispo

O arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, afirmou nesta terça-feira (12) durante a missa das 9h, principal missa do dia, que “para ser pátria amada não pode ser armada”.
"Para ser pátria amada, seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira", disse o religioso durante o sermão.
Nossa Senhora de Aparecida é considerada a padroeira do Brasil desde 1930. O feriado, no entanto, veio apenas com a visita do Papa João Paulo II ao Santuário de Aparecida, em Junho de 1980. O Brasil vivia o período da ditadura, e o então presidente, general João Batista Figueiredo, assinou a lei que declarava a data como feriado nacional.
No sincretismo religioso, Nossa Senhora de Aparecida é associada à orixá Oxum. O dia das crianças originalmente era chamado de “dia de festa da criança”, e foi oficializado em 1924, pelo presidente Arthur Bernardes. Porém, o dia não é feriado.
90 anos do Cristo Redentor

O Cristo Redentor completa hoje 90 anos. O monumento já foi palco de casamentos, além de já ter recebido visita de diversos famosos, entre eles a princesa Diana e o Papa João Paulo II. O Cristo é a maior estátua em art-déco do mundo, com 38 metros de altura, contando do pedestal. Neste ano, um momento marcante foi a celebração de uma missa, aos pés do Cristo, em homenagem ao ator Paulo Gustavo, que faleceu em decorrência da COVID-19. Durante a homenagem, o Cristo chegou a ficar apagado, em memória das vítimas da doença.
E no clima de celebração dos 90 anos do Cristo, a Casa da Moeda lançou nesta terça-feira (12), uma medalha, exclusiva e limitada. Foram produzidas apenas 2.590 comemorativas: 90 em ouro, 200 em prata, 300 em bronze e 2.000 em cuproníquel, uma liga metálica de cobre e níquel.
Bia Haddad no Indian Wells, Irving suspenso pelo Nets e campeonato brasileiro.

A tenista brasileira Bia Haddad garantiu vaga nas oitavas de final do WTA 1000 de Indian Wells, nos Estados Unidos, ao vencer a tcheca Karolina Pliskova, atual número 3 do mundo. Em um duelo atrapalhado pelo vento, a brasileira venceu a ex-líder do ranking com parciais de 6/3 e 7/5. Agora, Bia vai enfrentar a estoniana Anett Kontaveit, atual número 20 do mundo.
O Brooklyn Nets anunciou em comunicado o afastamento do jogador Kyrie Irving, de jogos e treinos, enquanto o atleta não se vacinar. Irving faz parte de um grupo de menos de 5% de atletas da NBA que ainda não se vacinaram.
“Kyrie fez uma escolha pessoal e respeitamos seu direito individual de escolher”, diz o comunicado, assinado por Sean Marks, gerente geral do Nets.
Dois jogos dão início a 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em Bragança Paulista, o RB Bragantino tenta se manter no G-4 e recebe o Atlético-GO, às 19h. Mais tarde, às 21h30, o terceiro colocado Palmeiras visita o Bahia, na Arena Fonte Nova, tentando se reabilitar na competição.
Sérgio Camargo impedido de exonerar ou nomear funcionários da Fundação Palmares.

Nessa segunda-feira, 11 de outubro, a 21ª Vara do Trabalho de Brasília decidiu impedir Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, de participar da gestão de pessoas na Fundação. Com isso, Camargo não pode mais exonerar e nomear funcionários, o que pode ser feito apenas pelo presidente Jair Bolsonaro ou outra autoridade que seja indicada por ele. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Trabalho que solicitou o afastamento de Camargo da presidência. Segundo a determinação, ele é responsável por perseguição político-ideológica, discriminação e tratamento desrespeitoso.
Corte no orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia, a pedido do Ministério da Economia.
Ontem, domingo, 10 de outubro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, chamou de “falta de consideração” o corte de recursos que seriam atribuídos a sua pasta, e pediu que essa ação seja revertida com urgência. Pontes se referiu à aprovação de um projeto que retira R$600 milhões que estavam previstos para o financiamento de pesquisas, remanejando-os para outras áreas. Já na sexta-feira, 8 de outubro, o ministro declarou ter sido pego de surpresa e alegou que ficou muito chateado com isso.
Apesar disto, o corte de verbas foi pedido pelo próprio governo, atendendo a um requerimento do Ministério da Economia.
"Falta de consideração. Os cortes de recursos sobre o pequeno orçamento de Ciência do Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a comunidade científica e o setor produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente."
— Marcos Pontes (@Astro_Pontes) 10 de outubro e 2021
Investigações sobre o presidente do Equador, Guillermo Lasso, decorrente do caso Pandora Papers.

No dia 10 de outubro, o Congresso do Equador aprovou a abertura de investigação para averiguar se o presidente do país, Guillermo Lasso, atuou de maneira ilegal ao manter dinheiro em paraísos fiscais. De acordo com o que foi exposto pela investigação denominada Pandora Papers, uma série de reportagens publicadas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
A investigação feita pelo consórcio expôs operações financeiras realizadas em paraísos fiscais por pelo menos 35 líderes mundiais, inclusive Lasso. Declaradamente conservador, o banqueiro assumiu a presidência do Equador em maio deste ano, e, de acordo com a investigação, controlou 14 sociedades offshores, sendo a maioria delas com sede no Panamá. O termo offshore é utilizado para definir empresas abertas em países onde as regras tributárias são menos rígidas e não é necessário declarar o beneficiário, a origem e o destino do dinheiro.
Personalidades brasileiras como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também foram citadas.
Diminuição da taxa de mortes por covid
O Brasil registrou 7.211 novos casos de coronavírus e 219 mortes pelo vírus no país nesta segunda-feira, 11/10. A média nos últimos 7 dias é de 440 óbitos, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O Brasil já soma 21.581.094 casos registrados, e 601.266 mortes por COVID-19, segundo dados do Ministério da Saúde. A boa notícia é que a vacinação segue avançando, 99.315.948 pessoas já receberam as duas doses de vacina, o que representa 46,7% da população. E 154.364.921 pessoas receberam ao menos 1 dose, o que representa 72,6% da população.
Campeonato brasileiro, eliminatórias da Copa e final da Liga das Nações

O final de semana foi de muito futebol. Na Europa, a França venceu a Espanha e conquistou o título da Liga das Nações. Na América do Sul, a Colômbia interrompeu a sequência invicta do Brasil e segurou o empate sem gols, enquanto a Argentina aplicou 3 a 0 no Uruguai, ambos os jogos válidos pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
No campeonato brasileiro, o Atlético-MG segue na ponta da tabela, seguido por Flamengo, Palmeiras e Fortaleza. Fecham o G-6, o RedBull Bragantino e Corinthians. Já no limite inferior da tabela, na Z-4, temos Bahia, Sport, Grêmio e o lanterna Chapecoense.
Às 20h desta 2a.feira, Cuiabá e São Paulo fecham a 25ª rodada do campeonato.
Nobel de Economia de 2021 vai para David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Imbes

Nesta segunda-feira (11) foram anunciados os nomes dos premiados com o Nobel de Economia em 2021. David Card, Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens receberam a premiação pelo uso de experimentos naturais - situações da vida real para calcular seus impactos no mundo - para entender relações de causa e efeito em áreas como mercado de trabalho, e educação.
A premiação é de 10 milhões de coroas suecas, cerca de US $1,1 milhão. Metade vai para David Card e a outra metade será dividida entre Joshua Angrist e Guido Imbens, já que a premiação é por estudo.
25 anos sem Renato Russo

Há exatos 25 anos, no dia 11 de outubro de 1996, faleceu o cantor e compositor Renato Russo, vítima de complicações causadas pela AIDS, com apenas 36 anos de idade, deixando o país em luto. Depois que a banda Legião Urbana, da qual era vocalista, ficou conhecida pelo grande público, na década de 80, o cantor se tornou uma referência musical.
Renato deu voz a canções atemporais, como “Que país é esse”, cuja letra os jovens se identificam até hoje. Lançada em um contexto pós-ditatorial, ele cantou: “Nas favelas, no senado / Sujeira pra todo lado / Ninguém respeita a constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação / Que país é esse?”. O Brasil de 2021, que enfrenta uma crise política, econômica e uma pandemia, ainda se conecta com a letra da música.
O longa-metragem “Eduardo e Mônica”, dirigido por René Sampaio, inspirado na canção homônima, presente no Disco Dois, da Legião Urbana, ainda espera a volta do público aos cinemas para ser lançado. Também há um documentário sendo produzido pela Gávea Filmes, baseado na vida de Renato Russo a partir do acervo mantido pelo filho, Giuliano Manfredini. Segundo a produtora Bianca de Felippes, não haverá censura, abordando, inclusive, os problemas emocionais do cantor, uso de drogas, sexualidade, confusões e o HIV.
Apesar disso, enquanto aguardamos o lançamento dessas produções, é possível conferir outras obras em sua homenagem, como Somos Tão Jovens, um filme de drama musical disponível no Telecine e dirigido por Antonio Carlos da Fontoura, que acompanha Renato de 1973 em diante, quando ele se mudou para Brasília com a família. Nesse período, ele sofria de epifisiólise, uma doença rara que o deixou de cadeira de rodas após a cirurgia, e foi forçado a ficar em casa, e a partir daí surgiu seu interesse pela música, aos 15 anos de idade.
Bolsonaro abre a 76ª Assembleia-Geral da ONU adotando um discurso fantasioso

Na terça-feira, dia 21, em discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU, Jair Bolsonaro criticou a imprensa, alegando que foi até lá com a finalidade de “mostrar um Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões”, defendeu sua gestão no combate à corrupção, afirmando, "há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção" e também suas medidas de contenção à pandemia e aos problemas ambientais. Apesar da expectativa de que o presidente atendesse aos apelos da ala moderada do governo, ele insistiu no tratamento ineficaz contra a covid e afirmou que o Brasil está à beira do socialismo. Além dessas inverdades, Bolsonaro alegou que a manifestação pró governo do dia 7 de setembro, na qual, a PM estimou 125 mil manifestantes, foi a maior já feita no país, e na verdade foi menor que a de 2016, quando cerca de 1,4 milhão de pessoas foram à Avenida Paulista, em São Paulo, também segundo a corporação.
Confira o discurso do presidente na íntegra:
A ida da comitiva brasiliera à Nova York causou bastante. Bolsonaro é o único lider dos principais países do mundo que não estava oficialmente vacinado. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, se referindo ao presidente, afimou que se não quisesse se vacinar, não deveria se incomodar em ir à cidade. A delegação não pôde comer dentro dos restaurantes na cidade, uma vez é exigida a imunização em ambientes fechados públicos. Ainda na segunda-feira, um dia antes do discurso do presidente Bolsonaro na ONU, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, exibiu o dedo médio para manifestantes contrários ao presidente. Queiroga não voltou ao Brasil com o restante da comitiva, pois testou positivo para a Covid e precisou ficar isolado em um hotel em Nova York. Além dele, na volta ao Brasil, outras pessoas também estão com a doença, entre eles o deputado Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do presidente.
Diretor da Prevent reconhece alteração de código de diagnóstico da Covid

Em depoimento na CPI da Pandemia, Pedro Benedito Batista Junior, diretor-executivo da Prevent Senior, afirmou que a empresa realmente adotou procedimento para alterar o código de diagnóstico dos pacientes com Covid-19, fazendo com que a doença fosse mencionada após determinados dias de internação e também disse que não houve ocultação das mortes no estudo sobre hidroxicloroquina.
O senador Renan Calheiros, relator da CPI da Pandemia, alegou ter provas de que a mãe do empresário Luciano Hang, um dos principais defensores do tratamento precoce, foi medicada com o ‘kit covid’ e faleceu. No entanto, o filho pediu para que a informação não fosse divulgada. Outra omissão teria ocorrido na divulgação da causa da morte de Anthony Wong, médico defensor do tratamento precoce, que faleceu no início de 2021. Ele havia tomado o ‘kit covid’ e faleceu por complicações da doença, apesar de no prontuário constar que o pediatra morreu de choque séptico, pneumonia, hemorragia digestiva alta e diabetes mellitus e não fazer menção alguma à Covid.
Governo Bolsonaro volta a recomendar vacina contra Covid em adolescentes

Na última semana o ministro Queiroga orientou a retirada de jovens da campanha de vacinação contra Covid. No entanto, na noite de quarta-feira, dia 22, o governo recuou e voltou a indicar que adolescentes sem comorbidades fossem vacinados contra a Covid-19.
A recomendação da pasta é que isso ocorra apenas após a imunização reforçada dos idoso e grupos mais vulneráveis, o intervalo entre as vacinas ser encurtado, além de imunizar adolescentes com deficiência. Segundo Rodrigo Cruz, o diretor-executivo da Saúde, a avaliação mostrou que os benefícios são maiores que os riscos e que o uso da vacina não rtem relação com a morte do adolescente de 16 anos no interior de SP.
The Crown leva sete dos prêmios principais no Emmy

No formato presencial, o 73ª Emmy Awards aconteceu no último domingo, dia 19, em Los Angeles. A série campeã da noite foi o drama The Crown, que levou sete prêmios principais: melhor roteiro, melhor drama, melhor direção, melhor ator e atriz em série de drama, melhor ator e atriz coadjuvante em série de drama.
A segunda série mais premiada foi Ted Lasso, com quatro estatuetas principais: melhor ator e atriz coadjuvantes, melhor comédia e melhor ator para o protagonista.
A série Hacks, da HBO Max, levou três troféus assim como Mare of Easttown. O Gambito da Rainha conquistou dois, I May Destroy You e Halston apenas um.
No dia 2 de fevereiro de 2021, logo pela manhã, os paulistanos tomaram conhecimento de mais uma ação de Júlio Renato Lancellotti, mais conhecido como Padre Júlio Lancellotti. Na ocasião, a prefeitura comandada pela gestão de Bruno Covas (PSDB), tinha instalado pedras sob dois viadutos, localizados na Avenida Salim Farah Maluf, no dia anterior, para impedir pessoas que já faziam daquele espaço de suas casas, ficassem por lá. Assim que soube do ocorrido, o Padre não hesitou e foi até os viadutos, com uma marreta, quebrá-las.
Essa e outras ações executadas pelo religioso, foram, aos poucos, sendo reconhecidas para além dos militantes de direitos humanos e religiosos. Na medida que a juventude a partir das redes sociais, começou a seguir suas caminhadas, Lancellotti se tornou uma referência do assunto. Porém, o trabalho que faz pelos direitos humanos começou muito antes do advento da internet e até mesmo de se ordenar padre. “Quando tinha algum maltrato em uma Febem [Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor], não se chamava Casa Nova Vida, onde tinha as crianças menores, a do Tatuapé, por exemplo, em algumas unidades o tratamento era na base da porrada, ele atuava, levava advogado, criava caso, ali a gente começou a ter notícias dessa figura”, é o que conta Silvio Mieli, jornalista e professor de Jornalismo da PUC-SP. Depois que se tornou padre, aos 37 anos, realizando projetos na Pastoral Carcerária, Pastoral do Menor e na Casa Vida, Mieli diz que virou um “sinônimo de acolhimento”, diante das violações de direitos humanos. “Morador de rua maltratado, epidemia de aids se alastrando e ninguém cuidava – ‘deixa eles lá para morrer e mofar’ – Pe. Júlio atuava".
Ao longo da conversa com a AGEMT, Mieli relatou três momentos que se aproximou de Lancellotti: na Casa Vida, na Pastoral do Povo da Rua e nas manifestações de 2013. A reportagem conversou também com Renato Levi, professor de jornalismo da PUC-SP e da USP. Confira também o podcast sobre a matéria no link.
CASA VIDA
O primeiro contato que Mieli teve com o religioso, foi entre os anos de 1996, 1997 até 2000, quando estava realizando um projeto de prevenção à AIDS para a população semialfabetizada ou analfabeta, voltado para a periferia. O jornalista desenvolveu um aplicativo multimídia, com o intuito de conscientizar seus usuários sobre a prevenção ao HIV, capaz de dialogar com uma linguagem familiar para as pessoas. “Ia rodar em computadores, distribuídos em pontos estratégicos da periferia, um telecentro, uma igreja, um posto de saúde, uma praça”. No mesmo período, Pe. Júlio realizava um trabalho, junto à Pastoral Carcerária, de combate ao vírus HIV dentro das penitenciárias paulistas. “Aqueles grupos midiáticos, principalmente do rádio na época, que tratavam os militantes dos direitos humanos daquele jeito delicado, ‘lá vêm a turma dos direitos humanos’, ‘bandido bom é bandido morto’, começaram a visar o padre Júlio. Mesmo quem não militava nessa área, diretamente ou indiretamente, todo mundo sabia quem era o Padre Júlio”, conta Mieli.
Ao perguntar aos dominicanos, que assim como o jornalista, faziam parte de um grupo solidário, se o Padre tinha um projeto específico ligado a HIV/AIDS, um deles respondeu: “Ele tem, lá na zona leste. Me deram o telefone dele e foi aí que ele [Pe. Júlio] falou: “Eu não vou te adiantar nada, vem aqui e veja”. E foi assim que passou a conhecer a Casa Vida. Criada em 1991, o projeto tinha como objetivo, criar um ambiente familiar e menos sofrido para amenizar a realidade de crianças e adolescentes acometidos pelo vírus HIV, muitos destes, órfãos dos pais, que vieram à óbito devido a evolução do vírus e, também, rejeitados por seus avós. Com data e hora marcada, Mieli contou sua primeira impressão do espaço. “Eu fui lá no sábado e cheguei antes dele [Pe. Júlio]. Era uma casa, não muito grande, devia ter uns 5 ou 6 quartos e cada quarto tinha duas crianças. De repente apareceram essas crianças limpinhas, tinham acabado de comer, perguntaram quem eu era e começaram a mexer no equipamento. Algumas eram muito magras, já estavam muito doentes, e outras não, estavam melhores”.

Para o jornalista, o projeto era muito mais do que um simples orfanato, “parecia que aquelas crianças eram irmãos e que tinha umas tias que cuidavam lá”. Dentre as “tias” que trabalhavam na Casa Vida, havia médicos e psicólogos, além de religiosos que apoiavam a iniciativa. Durante a conversa com Lancellotti, ele explicou o principal objetivo do projeto, “tirar as crianças o medo de morrer”. “Tinha 11 crianças, de repente uma morria, então elas falavam: ai meu deus, morreu tal pessoa, o que vai ser da gente?!”, relata o jornalista. Era como “dar uma sobrevida para aquelas que tinham condição de sobreviver, que não eram muitas, isso era muito triste. Você acolheria uma criança que morreria pouco tempo depois, e ao mesmo tempo dar uma vida digna para essas crianças, até o fim, que já estavam muito doentes”, completa.
Ao mesmo tempo que o projeto ganhou uma visibilidade muito grande, Mieli relata que a Casa enfrentava dificuldades com a vizinhança, muitas vezes agredindo verbalmente o próprio Pe. Júlio e, até mesmo, jogando objetos em sua direção. Porém, ainda segundo ele, a maneira como o religioso contornava a situação faz jus ao reconhecimento que tem frente às lutas sociais que mobiliza. “Ele ia lá falar, daquele jeitão dele. A pessoa via aquela figura, querendo conversar, sem ofender ninguém, acabava conversando. Se não mudava a opinião da pessoa, pelo menos passava uma confiança e dizia: Vêm aqui, venha contar uma história para as crianças”.
PASTORAL DO POVO DA RUA
Terminado o projeto para a prevenção contra o HIV, Mieli estava no evento Agenda Latino Americana, em 2000, para escolher, junto aos organizadores, as melhores iniciativas sociais para homenageá-las. O professor se recorda que o Grupo Solidário São Domingos e outras pessoas da militância pelos direitos humanos, sugeriram o Pe. Júlio, como um possível homenageado. “Na época eu falei: Ah, mas o Pe. Júlio, a Casa Vida e tal?!, mas aí alguém falou: Não, eu estou sugerindo pelo modo como ele está focado com o trabalho da Pastoral dos Moradores de Rua [Pastoral do Povo da Rua], como ele está subsidiando esse trabalho lá na zona Leste. Como a Igreja de São Miguel está virando, um pouco, um núcleo de concentração dessa militância a favor dos moradores de rua”.
Depois de descobrir mais uma frente dentro da militância pelos direitos humanos do padre, ele se dirigiu ao próprio e logo perguntou: “Mas o senhor abandonou a questão da AIDS e está nos moradores de rua?”. O religioso explicou que, dentre os diversos temas de direitos humanos, todos em que atua estão ligados entre si. “É um problema só. Eu quando ando pela rua, eu trato dos que são os potenciais encarcerados, dos que vão acabar pegando o vírus HIV/AIDS e desses grupos de pessoas fantásticas que são os andarilhos, as pessoas que merecem ser tratadas com dignidade e não devem ser obrigados a sair da rua”.
Coordenada por Lancellotti, a Pastoral do Povo da Rua, é uma das várias pastorais ligadas a Arquidiocese de São Paulo. Com sede própria desde 1997, a Casa de Oração do Povo da Rua, construída após o então Cardeal de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, receber um prêmio concedido pela organização japonesa, Fundação Niwano, tem como objetivo fornecer um auxílio social a população em situação de rua, disponibilizando itens básicos de saúde, uma alimentação regular, além de possibilitar a convivência entre religiosos e participantes da Pastoral com eles.

Na Paróquia São Miguel Arcanjo, onde Lancellotti é pároco, aos olhos do professor, “ter um ponto de referência e de acolhida, para ser ouvido ou para pegar um prato de comida”, para as pessoas em situação de rua, é “ter uma porta aberta”. São frequentes as postagens nas redes sociais do Padre sobre seus trabalhos com a população em situação de rua, sempre documentando as enormes filas de pontos de entrega de alimentos, mantimentos e cuidados com a saúde deles. Com o aumento do número de óbitos e a hospitalização da população em situação de rua, Mieli se recorda do trabalho do Padre no atual momento. “Hospitalizar moradores de rua que estão doentes. Ele vai lá, liga para o SAMU, vai ele dentro da ambulância e fica no hospital. À meia noite, em uma noite fria, ele faz isso. Quem que de nós faria isso?!, talvez a gente deva começar a fazer”, conta.
O jornalista se lembra de outro momento que chamou sua atenção, dentro da militância do Padre pelos moradores em situação de rua, “quando ele começou a defender a população trans”. Para ele, há uma imagem que o marcou muito, quando o Padre perguntou a uma moradora de rua, trans, se poderia lavar o seu pé. No momento, Mieli interpretou a imagem do rosto dela com um sentido duplo: “não Padre, eu não sou digna para você fazer isso”, esse foi o primeiro impulso dela. Mas ao mesmo tempo, relata que a mulher quis dizer algo como, “você não existe”, como um ser quase que perfeito, onde ela jamais imaginaria que alguém poderia fazer aquilo.
MANIFESTAÇÕES DE 2013
Quando as manifestações de 2013 começaram a crescer e, por consequência, a repressão policial começou a ser maior, Mieli, que estava presente na primeira manifestação, conta que viu algo inesperado naquele momento, o Pe. Júlio. “O Pe. Júlio me aparece lá e fica no meio da manifestação, com a máscara, dando o braço para os caras”. No instante que o jornalista foi tentar conversar com o Padre, que estava na linha de frente junto à Black Blocs, a polícia começou a dispersar os manifestantes com truculência, “quando eu tentei falar com ele era tarde demais, por que a polícia já veio e foi porrada para tudo que é lado”, relata.
Duas semanas depois, eles se encontraram na PUC-SP. “Padre Júlio, mas que maravilha, o senhor estava lá com os Black Blocs”, lembra o professor. Quando se sentaram para conversar e tomar um café, Lancellotti disse que “Jesus era um Black Bloc”. Depois disso, se recorda Mieli, o Padre começou a narrar a figura de Jesus Cristo de um livro que leu, Zelotas, A vida e a época de Jesus de Nazareth. “Ele começa me falar umas coisas que eu não sabia, que lá no tempo da Palestina, tinha uns Black Blocs que chamavam Zelotas, que era a turma que Jesus andava”, lembra.
“Em poucas palavras, ele começou a me descrever uma figura, que era Jesus Cristo, que se aproximava muito de um militante revolucionário contemporâneo. Quando o Pe. Júlio fala de Jesus, o corpo dele começa a mudar, ele fala de um Che Guevara, ele fala de uma coisa revolucionária, ele fala de alguém que deixa a emoção se apossar do corpo”. Quando perguntou para o Padre se o motivo dele ter ido nas manifestações e se juntado aos Black Blocs foi esse, respondeu crítico: “É exatamente por causa disso. Ser cristão hoje, é praticar essa relação fé e política desse modo, com essa veemência, dessa forma”.

“BLACK BLOC DE DEUS”
Pouco depois das manifestações de 2013, Mieli, junto à Renato Levi, professor de jornalismo da PUC-SP e da USP, que já estavam estudando as relações entre religião e política há algum tempo, ao lado do Núcleo Perseu Abramo, do departamento de jornalismo da PUC, decidiram produzir um documentário sobre o Padre Júlio. Levi conta que, para não fazer mais um documentário sobre o religioso, sendo o protagonista do filme, priorizaram uma discussão, segundo Levi, que está por trás dos trabalhos do Padre, “a Igreja como um ator social importante nas lutas pelos direitos humanos, pela dignidade, pela democracia”.
Para além da relação entre política e religião, o documentário pretende abordar a relação do Padre com as mídias sociais. Segundo Mieli e Levi, o religioso “sacou” muito bem o papel das mídias sociais na divulgação de seus trabalhos e para a denúncia em relação às violações de direitos humanos nas mais variadas frentes que atua. Para Mieli, “ao contrário de se fechar para os meios de comunicação contemporâneo, ele se abriu totalmente”. “Que população aparece quando falam do Pe. Júlio? Ele é meio que transparente, o que aparece é o outro, você vê a população de rua, ele é um representante desses caras, ele chegou ao ponto de falar em nomes deles”, diz Mieli, sobre sua participação e o intuito do Padre ao usufruir das redes sociais.
Já para Levi, além de representar uma população abandonada, que é a população em situação de rua, Pe. Júlio virou uma celebridade em detrimento da “hyperização” de sua figura. “É importante que ele seja visível, porque dá visibilidade a luta dele, da visibilidade as pessoas em situação de rua, mas por outro lado, ele se torna mais uma celebridade, mais um influenciador”, relata.
Indagado sobre a importância da figura do Pe. Júlio frente a questões de direitos humanos e o papel que ele tem em difundir essas lutas, Mieli aponta uma qualidade do Padre que poucos possuem, “assumir uma qualidade daqueles que sofrem”. “De tanto conviver com as pessoas desqualificadas, ele acabou assumindo isso. Ele tem prazer em ser o menor entre os menores, o que é uma coisa muito rara no ser humano”. E ressalta dizendo, “de repente você [Padre Júlio]: ‘não, eu vou lá no meio dos que estão sem nada e vamos apanhar junto com ele e vamos lá. É isso o cristianismo, “Amai ao próximo como a ti mesmo” é isso. Se coloca no lugar do outro, dois minutinhos, para ver o que é bom para tosse, ao invés de ficar fazendo atos de caridade”.
Em meio a pandemia de Covid-19 que o mundo está vivendo desde março de 2020, “voltar a vida normal” passa uma impressão praticamente utópica. Enquanto no Brasil, no seu pior momento da pandemia, usar máscara e passar álcool gel já viraram hábito, bem como acordar cedo para estudar ou trabalhar sem sair de casa, o sentimento de desilusão e falta de esperança não é comum em outros países.
Além de existir uma série de países que estão controlando a pandemia de forma vantajosa e eficaz - dando cada dia mais esperanças para a população - existem também aqueles que já venceram os desastres do coronavírus, e a “vida normal” voltou. Surpreendentemente não são apenas países ricos ou isolados que conseguiram rebater a pandemia, bastou o governo e a população fazerem sua parte. Como é o caso do Vietnã, por exemplo, que apesar de ser um país pouco desenvolvido - com quantidade de habitantes equivalente a metade da população do Brasil - e pobre (renda per capita equivale a um terço da brasileira), trabalhou rapidamente no combate a pandemia de Covid-19. O país só teve 35 mortes, e hoje em dia o Vietnã vive uma vida normal.
Mesmo sendo um país pobre, agiu muito rápido com muita testagem, rastreamento de contatos, isolamento social rigoroso e uma campanha de conscientização da população que entendeu a gravidade do momento. Já no Brasil as pessoas fizeram ao contrário, decidiram passar o carnaval para agir contra o vírus e mesmo quando foi feito um isolamento imediato poucos se importaram. O maior responsável pelo caos sanitário instalado no Brasil, que está vivendo os piores momentos da pandemia é o presidente Jair Bolsonaro, assim também dos governadores, prefeitos e os deputados federais.
O presidente deixou claro que achava tudo isso uma “gripezinha”, após usar essa expressão duas vezes em rede nacional. "No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão".
Em um país onde o próprio presidente não leva a sério uma das maiores pandemias que levaram a vida 500 mil brasileiros, não podemos esperar resultados positivos. O brasileiro Diego Lopes, de 22 anos, que atualmente mora e estuda em Sidney, na Austrália, um dos países que já voltaram com a vida ativa normal, não precisa usar máscara e não se tem mais nenhum caso de coronavírus no país. Diego conta como tem se sentido aliviado.
“O sentimento é totalmente de alívio e gratidão por termos vencido a pandemia, poder voltar a viver normalmente sem nenhuma restrição é bom demais, não ter nenhuma vida mais sendo perdida por esse vírus me conforta.” afirma. Apesar de estar sem riscos de se contaminar, o brasileiro está bem aflito com a situação atual do Brasil.
“Minha família toda está no Brasil, e ver toda essa luta para conseguir tomar uma vacina, que é direito da população, e ainda acompanhar todo esse desgoverno é demais. Se eu pudesse traria todo mundo para ca”, diz Lopes, que também conta como foi o processo de se mudar de país e como tem sido a diferença de realidade.
“Há 3 anos me mudei para Sidney, justamente por querer viver em um país onde o governo funciona de fato, conhecer uma nova cultura, e viver essa realidade durante a pandemia foi onde senti intensamente a sensação de viver em um país de primeiro mundo e ficar triste e agoniado ao acompanhar as notícias do meu país de origem”, afirma. “Espero que o Brasil saia dessa logo, estou mandando muita força para todas as famílias que perderam alguém, e espero rever a minha em breve”, diz.
É muito forte ver países voltando à normalidade enquanto o Brasil fica tão atrasado em relação às vacinas, um país tão grande que carrega um número assustador de mortes pela Covid-19. O que o brasileiro mais quer é ver o país como esses que foram citados, porém é possível enxergar um Brasil muito distante do que tínhamos alcançado até 2019, antes da pandemia.