Como um autodidata ousado desafiou a lógica e transformou a cidade de pedra
por
Catharina Morais
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06/12/2024 - 12h

A Rua Maranhão, em Higienópolis, é como um refúgio dentro de São Paulo, cheia de histórias para contar em cada esquina. Com suas árvores sombrias e prédios de tirar o fôlego, como o icônico Vila Penteado da FAU-USP, a rua já foi endereço de gente famosa, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É  só chegar na esquina com a Rua Sabará que tudo muda: o Edifício Cinderela simplesmente rouba a cena.

 

Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais
Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais

 

De longe, ele parece uma obra única, e é. Em uma São Paulo historicamente cinzenta e funcional, o Cinderela é uma explosão de cores, criatividade e formas. Não é um simples prédio construído para abrigar pessoas - só a beleza de sua arquitetura que chama atenção; há algo mais ali - características visionárias que antecipavam o futuro da vida urbana. Era um sonho do "American way of life", ajustado à realidade brasileira.

Mas quem ousaria conceber um prédio tão peculiar? Conhecido como o "arquiteto maldito", João Artacho Jurado era uma figura à margem da elite arquitetônica. Nascido em 1907, no bairro do Brás, filho de imigrantes espanhois, ele começou a carreira como letrista, desenhando cartazes e estandes para feiras industriais. Apesar de nunca ter cursado arquitetura, Jurado demonstrava um talento inato para transformar ideias em construções. 

 

Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais
Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais

 

Na São Paulo das décadas de 1940 e 1950, dominada pelo rigor do modernismo — com suas linhas retas, geometrias simples e desprezo por adornos —, Artacho parecia um transgressor. Seus prédios eram uma celebração do que se recusava a ser discreto. Inspirados pelo glamour de Hollywood e pela opulência europeia, eles misturavam o clássico e o kitsch, sem medo de causar estranhamento.

 

Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais
Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais

 

Edifícios como o Bretagne, o Viadutos, o Louvre, o Planalto e, claro, o Cinderela se tornaram símbolos dessa visão. Vibrantes, ornamentados e quase teatrais, eles destoavam do rigor técnico da arquitetura predominante. Não à toa, sua obra era amada pelo público, mas odiada por muitos arquitetos da época.  

A controvérsia em torno de Artacho ia além do estilo. Por ser autodidata, ele não tinha licença para assinar seus projetos, dependendo de engenheiros formados para legitimar suas obras. Esse fato era visto como uma afronta pela elite acadêmica, que o apelidou de "arquiteto maldito".  

 

Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais
Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais

 

Além disso, seus prédios eram frequentemente criticados como "bregas" e "excessivos". Contudo, essas críticas pouco afetaram Artacho, que usava sua visão como combustível para inovar. Ele fazia de suas inaugurações verdadeiros espetáculos, com bandas, celebridades e políticos. Eram eventos tão grandiosos quanto os edifícios que celebravam.  

Artacho não só projetava prédios; ele os desenhava por completo, dos cobogós aos gradis, dos lustres à tipografia das fachadas. Cada detalhe era pensado para oferecer uma experiência que ia além da funcionalidade. Ele também foi pioneiro em incluir áreas comuns de lazer, como piscinas e salões de festa, em uma época em que essas comodidades eram raras.  Seu público-alvo, a classe média emergente, via nos edifícios de Artacho um sonho acessível. Eram mais que lares; eram convites para uma vida moderna e comunitária.  

 

Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais
Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais

 

Apesar das críticas em vida, o trabalho de Artacho foi reavaliado nas décadas seguintes, sendo hoje considerado um marco do modernismo tropical. Seus edifícios, antes tidos como aberrações, tornaram-se símbolos de uma São Paulo mais vibrante e humanizada.  

O Edifício Cinderela, com sua paleta de cores e seu charme cinematográfico, continua a ser um lembrete do que Artacho buscava: romper padrões, acolher o inesperado e dar à cidade algo que ela não sabia que precisava. 

Mais do que o “arquiteto maldito”, Artacho Jurado foi um visionário que se recusou a ser limitado pela lógica ou pelas convenções. Sua obra é um testemunho da coragem de colorir o cinza e de transformar o banal em extraordinário.

 

Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais
Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais

 

Importante área de preservação e pesquisa ambiental é também um lugar a se visitar e descobrir em São Paulo
por
Pedro Bairon
João Pedro Stracieri
Vítor Nhoatto
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28/11/2024 - 12h

Localizado na zona sul da capital paulista, entre os portões 6 e 7 do Parque Ibirapuera, eis um berço da vida. Criado formalmente em 1928 após a transferência do bairro Água Branca para onde está até hoje, o Viveiro Manequinho Lopes é um dos três administrados pela cidade e o maior deles. São ali produzidas milhares de espécies para a cidade e também a todos os interessados em arborizar suas propriedades. 

Seu nome faz alusão ao diretor da então recém-criada Divisão de Matas, Parques e Jardins, Manoel Lopes de Oliveira Filho, conhecido como Manequinho Lopes. A homenagem foi dada após ele plantar eucaliptos na região até então pantanosa e aos seus esforços contínuos para manter o viveiro de pé após o pedido de remoção em 1933 para a construção do parque. 

A reivindicação da prefeitura na época não foi para frente também pela necessidade cada vez maior de produção de mudas para a cidade, e foi Manequinho um dos responsáveis por essa mudança de perspectiva. Após a sua morte em 1938 o viveiro municipal enfim recebeu o seu nome atual, e segue hoje sendo de extrema importância para a cidade e meio ambiente, apesar de pouco conhecido e divulgado.

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Com uma área de 4,8 hectares e uma imensidão de plantas o Viveiro Manequinho Lopes pertence ao Parque do Ibirapuera, e seu acesso pode ser feito direto do parque pelo portão 7, ou pelo portão 6 - Foto: Vítor Nhoatto
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Adentrando no complexo com certeza muitas espécies serão familiares, afinal, o local é responsável por fornecer as mudas que são plantadas pela cidade como esta, conhecida popularmente como Coração Magoado - Foto: Vítor Nhoatto
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São ao todo 10 estufas (casas de vegetação), 97 estufins (canteiros suspensos), 3 telados como o da foto (estruturas cobertas com tela de sombreamento) e 39 quadras (mudas envasadas) - Foto: Vítor Nhoatto
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O Viveiro ainda é um laboratório da flora, onde são feitas pesquisas para o aprimoramento e desenvolvimento de novas variações de plantas como na estufa 5 na imagem - Foto: Vítor Nhoatto
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Cada lote de plantas possui a sua identificação científica, quantidade, data de cultivo e um técnico responsável, que rega e anota diariamente a temperatura máxima e mínima atingida em cada estufa - Foto: Vítor Nhoatto
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A instituição também é um importante centro de preservação de espécies nativas, pela reprodução e manutenção de exemplares como este no meio do Viveiro - Foto: João Pedro Stracieri
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Para além de todas as descobertas sobre a flora, muitos pássaros frequentam o viveiro, tal qual esse Sabiá Laranjeira, a ave símbolo do Brasil - Foto: João Pedro Stracieri
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Espécies que requerem mais cuidados como as orquídeas, exóticas como as suculentas e variações menos comuns como esta da foto também são produzidas no Viveiro - Foto: Vítor Nhoatto
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Tal qual um parque, o Viveiro possui áreas de convivência, bebedouros e lixeiras para os seus visitantes, sempre com entrada gratuita, apenas pets nao sao permitidos devido ao cuidado exigido com as mudas - Foto: Vítor Nhoatto
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São disponibilizados ao longo do caminho mapas, avisos sobre os cuidados exigidos e placas informativas sobre a função e funcionamento das estruturas - Foto: Vítor Nhoatto
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Apesar de ficarem na maior parte do tempo fechadas para visitação, pelo menos duas vezes ao dia os técnicos abrem para rega e checagem, possibilitando a apreciação dos visitantes sortudos - Foto: Vítor Nhoatto
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E para os que quiserem é possível agendar visitas guiadas pelo número do Viveiro entre às 7h e 16h de segunda a sexta e até mesmo adquirir mudas mediante solicitação no portal 156 da prefeitura - Foto: Vítor Nhoatto

 

Situado no histórico bairro de Higienópolis, o lugar é testemunho vivo da evolução da cidade
por
Leticia Alcântara
Sophia Razel
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28/11/2024 - 12h

Localizado no coração do bairro de Higienópolis, o Parque Buenos Aires é um refúgio no meio da rotina agitada de São Paulo. Construído em 1913, com a finalidade de ser um espaço de lazer para elite paulistana, o local foi inspirado nos parques europeus. O terreno, que inicialmente foi projetado para ser um loteamento residencial de casas de alto padrão, hoje é símbolo de tranquilidade e calmaria para os moradores da região.  

Antigo mirante do parque
Mirante da Praça Buenos Ayres, com a vista do Vale do Pacaembu - Reprodução / Acervo /  Estadão Conteúdo / Laboratório Buenos Ayres 

 

Pessoas passeando no parque
Família caminhando em pequena trilha do Parque Buenos Aires - Foto: Letícia Alcântara
Pessoas a anos atrás tirando fotos no parque
1919, pessoas diante da obra Anfritite e Tritão. Foto: Reprodução / Facebook/ São Paulo Antiga
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara

Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo em 1992, o Parque Buenos Aires foi projetado pelo arquiteto paisagista francês Bouvard. Com o passar do tempo, o local foi se transformando e modernizando. Atualmente o parque possui cerca de 22 mil metros quadrados, repletos de muita vegetação e áreas de lazer, com espaço para pets e parquinho para as crianças. 

Área para animais de estimação
Cercado para cães próximo a entrada do Parque, localizado na Av. Angélica - Foto: Letícia Alcântara
Área para crianças
Crianças brincando no playground, cercado pela vegetação do Parque Buenos Aires - Foto: Sophia Razel
Crianças brincando na fonte no passado
Vista da Praça Buenos Aires, no bairro de Higienópolis em 1958 - Reprodução / Folhapress / Gazeta SP 

O local também dialoga com a arte e possui algumas esculturas emblemáticas, como “O Tango”, de Roberto Vivas, em bronze e granito, 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, esculpida num só bloco de mármore, além de uma cópia em bronze da escultura “Emigrantes”, de Lasar Segall. 

Monumento do parque
Escultura, em bronze, “Emigrantes”, de Lasar Segall - Foto: Sophia Razel  

Mesmo com as inegáveis raízes alicerçadas em um contexto de elitização, a importância cultural e histórica do local é inegável. Sua existência é um símbolo da memória urbana que deve ser preservada, entretanto, tendo em vista a necessidade da democratização do espaço, que permanece cheio de memórias e significado ao longo das décadas. 

Estatua do parque
Estátua 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, localizada no Parque Buenos Aires, simboliza proteção e acolhimento, homenageando a maternidade - Foto: Letícia Alcântara

Com sua localização privilegiada e ambiente sereno, o Parque Buenos Aires é um dos grandes patrimônios verdes da cidade, oferecendo aos paulistanos uma verdadeira pausa no cotidiano urbano.

 

Com 70 anos de carreira, se consagra como o maior fotojornalista do país
por
Majoí Costa
Nicole Conchon
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21/11/2024 - 12h

Neste mês de novembro, o Brasil perdeu um grande fotógrafo. Ao longo de sete décadas, o fotojornalista Evandro Teixeira se tornou uma referência na fotografia documental brasileira, capturando momentos cruciais do país e imortalizando, com suas imagens, as transformações sociais, políticas e culturais.

Teixeira não foi apenas um fotógrafo, mas um contador de histórias. Durante 70 anos de carreira, seu trabalho transcendeu a simples captura de imagens, tornando-se uma ferramenta essencial na compreensão de momentos decisivos para o Brasil.

 

A lente do compromisso

         O fotojornalismo, como área profissional, exige mais do que a técnica fotográfica; exige comprometimento com a verdade e com a representação fiel dos fatos. Teixeira deixou isso bem claro durante toda a sua vida, ao se dedicar nesse trabalho durante um período de grandes transformações políticas e sociais, desde a ditadura militar até hoje.

         Suas fotos não apenas documentam, mas também provocam reflexões sobre o papel da imagem no campo jornalístico e no impacto de uma fotografia na construção da memória coletiva.

 

Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968
Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O início da jornada

         Natural da Bahia, de Irajuba, um povoado a 307 quilômetros de Salvador, saiu de sua terra para fotografar o Brasil. Em quase 70 anos de atividade, 47 deles no Jornal do Brasil, registrou o golpe de 1964 e as manifestações estudantis de 1968.

Ao longo da década de 1970, ele se tornou um dos principais fotógrafos da revista Realidade, uma das publicações mais inovadoras do período. Foi nesse momento que Evandro fotografou suas fotos mais conhecidas, em que aprendeu a trabalhar sob pressão, capturando a tensão e os conflitos da ditadura militar.

         Além de sua atuação no Brasil, Teixeira teve uma carreira internacional, cobrindo grandes eventos como a Revolução Nicaraguense (1979) e a guerra civil em El Salvador. Fotografou a Rainha Elizabeth e eternizou imagens icônicas de Ayrton Senna e Pelé. É difícil dissociar seu trabalho de qualquer evento no país que ocorreu durante a segunda metade do século XX.

Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968
Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O fotógrafo foi alvo de perseguição, sendo várias vezes ameaçado e perseguido pelos militares. Mesmo com os riscos, ele continuou a registrar a realidade do regime, contribuindo de maneira significativa para a memória histórica do período.

 

Legado e reconhecimento

O trabalho de Evandro Teixeira foi amplamente reconhecido, com exposições em museus e galerias ao redor do mundo. Ele também foi premiado diversas vezes por sua contribuição ao fotojornalismo, consolidando seu nome como um dos mais importantes do Brasil.

Em um dos seus maiores feitos, em 2013, Teixeira foi agraciado com o Prêmio Vladimir Herzog, uma das maiores honrarias da área, por sua contribuição ao jornalismo e ao combate à censura e à opressão.

Seu legado vai além das inúmeras fotos que tirou, mas uma documentação completa dos principais momentos do Brasil. Retratou lutas e vitórias de um povo em busca de liberdade e justiça Suas imagens retratam isso, não apenas registrar a realidade, mas também as emoções que a história carrega consigo. 

 

Novos dados do IBGE revelam como o êxodo rural transforma as paisagens do Brasil
por
Catharina Morais
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21/11/2024 - 12h

A manhã no Sítio São João - também conhecido como “a roça”-, em Muzambinho, Sul de Minas Gerais, começou lenta. O céu carregava nuvens espessas, como um teto cinza sobre a paisagem. A chuva fina deixava pequenas trilhas na terra vermelha, enquanto o aroma das folhas de café se misturava com o perfume de terra molhada. O mundo parecia suspenso num silêncio, quebrado apenas pelo sopro do vento e o canto tímido dos pássaros.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Paisagem de Muzambinho, inteiror do Sul de Minas Gerais - por Catharina Morais


No horizonte, o verde dos cafeeiros se estendia como um tapete irregular. Urubus, com suas asas abertas, ficavam como vigilantes sobre aquele espaço amplo e quase intocado. Ali, a vida segue em um ritmo que parece imutável, mas, na realidade, carrega as marcas de profundas transformações. Dados recentes do Censo Demográfico do IBGE escancaram uma realidade em que o Brasil se afasta das zonas rurais, cada vez mais engolido pelas grandes cidades.
 

Sítio São João- por Catharina Morais
                     Urubus pousados na cerca do Sítio - por Catharina Morais

 

Divulgado em novembro de 2024, o Censo Demográfico 2022 aponta que, do total de 203,1 milhões de brasileiros, 177,5 milhões (87,4%) vivem em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões (12,6%) permanecem em áreas rurais. A nova metodologia do IBGE, que classifica as áreas de acordo com sua morfologia e funcionalidade, expõe um êxodo silencioso que esvazia espaços como o Sítio São João.  

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Vista do interior do cafezal no Sítio São João - por Catharina Morais 

 

Mas, ali, o tempo parece ter sua própria lógica, um compasso que desafia as pressões urbanas. O pé de café, despido após a colheita, parecia revigorado pela água que escorria lenta pelas folhas. Na simplicidade daquele lugar, o Brasil profundo ainda respirava, resistindo ao avanço do tempo. Cada cheiro, cada som, cada sombra projetada na terra carregava memórias de um passado que se recusa a desaparecer.  

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
             Plantação de café do Sítio São João - por Catharina Morais

Naquela região, a "mineirice" se revela em cada gesto, em cada palavra arrastada, no cuidado com a terra e nas memórias que ela preserva. A simplicidade do lugar ganha força na conexão íntima com a natureza. Ali, não se vê o vazio de um latifúndio sem alma, mas uma roça onde há harmonia de um espaço onde o trabalhador, dono da terra, é parte de sua essência.  
Mas o que é viver numa roça? No caso do Sítio São João, é a história de Carlinho Tuka e sua esposa, Terezinha, que respiram essa realidade desde que nasceram. Ela, natural de Monte Belo, cidade vizinha, nasceu na fazenda e cresceu trabalhando para a terra e cuidando da vida que ali florescia. Hoje, cultiva sua horta e cuida dos animais com carinho, como aprendeu desde a infância. Eles vivem com uma autonomia que mais de 170 milhões de brasileiros sequer imaginam.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
Casa Principal do Sítio São João - por Catharina Morais


Enquanto muitos , moradores da “cidade grande”, temem as transformações do tempo e as exigências de um mundo moderno, ali, o silêncio esconde um outro tipo de vida. A conexão com a natureza e a noção do tempo, ditado pelo sol de cada dia, revelam uma existência que transcende o capitalismo voraz que domina as cidades e devastam os solos do Brasil.
Este agro não é Pop. Ele é Minas, é orgânico. Carlinho, com a pele marcada pelo sol e pelo trabalho árduo que faz desde os 13 anos, caminha entre os cafezais, mostrando suas conquistas. Plantas com 30, 40, até 50 anos de idade. Tradição que é herança de seu pai João, que antes vendia leite, mas se dedicou à colheita de café, transmitindo a cultura ao filho. 
 

Sítio São João- por Catharina Morais
    Paisagem e uma das casas do Sítio São João - por Catharina Morais

 

Hoje, com mais de 60 anos, Carlinho sente o peso do cansaço, mas seu amor pela roça permanece inabalável. A música 'Canção do Sal', de Milton Nascimento, preenche o ambiente de forma metafórica, marcando o ritmo de um trabalho que combina esforço físico e uma profunda entrega emocional: 'Trabalho o dia inteiro, pra vida de gente leve; Trabalhando o sal, é o amor, o suor que me sai'.
No Sítio São João, há silêncio, há céu preenchido por vida, há cheiro de mato e terra vermelha, há um mar verde que se estende à vista. A vida na roça segue como uma coreografia silenciosa: bois pedindo carinho enquanto ruminam sob o açude. Cada árvore de café, cada passo sobre a terra batida, carrega histórias que teimam em não ser esquecidas.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
               Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais

 

O Brasil urbano cresce em números, mas o Brasil rural, com suas chuvas, seus silêncios e seus personagens, continua vivo. Mesmo em meio à industrialização e à degradação do agro, o Sítio São João mantém sua resistência silenciosa. Ele é um microuniverso mineiro, onde a simplicidade das paisagens e a profundidade dos silêncios escondem uma complexidade que o tempo não pode apagar. Afinal, enquanto houver chuva que cai, haverá vida. E enquanto houver vida, o Sítio São João continuará a ser o lar das histórias que persistem na memória da roça.

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
                Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais


 

A transformação que a rua Domingos de Morais, em São Paulo, sofreu ao longo dos anos.
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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10/06/2024 - 12h

Toda cidade passa por inúmeras mudanças ao longo dos anos, onde antes haviam padarias, surgem farmácias, casas e academias abrem espaço para enormes prédios, com mercado dentro de suas estruturas. 

Até mesmo as estações de metrô são construídas onde antes havia um banco, academias e lojas de diferentes estilos, a maioria dessas transformações não aparecem com intenções negativas ou prejudiciais para a cidade, mas ainda assim é surreal ver como a cidade se transforma ao longo dos anos, quase como se tivesse vida própria.

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"​​​​Eats Merkato", centro de restaurantes, erguido onde antes havia um prédio vazio. Foto: Lucca Cantarim
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Estação de metrô "Santa Cruz" da linha lilás, antes de seus anos ininterruptos de obras, uma academia e um banco ocupavam seu espaço. Foto: Lucca Cantarim
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Hortifruti "Oba", seu espaço era ocupado por uma concessionária da Wolksvagen 13 anos atrás. Foto: Lucca Cantarim
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Rua Domingos de Morais nos anos 60, antes do surgimento dos enormes mercados e lojas. Foto: Grupo São Paulo Velhos Tempos, no Facebook.
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Completamente diferente de seus primórdios, a Faria Lima é, hoje, engolida por prédios exorbitantes.
por
Henrique Silva Rodrigues
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10/06/2024 - 12h

Abrigando diversas empresas, bancos e escritórios, a Av. Brigadeiro Faria Lima abriga uma grande quantidade de prédios com arquiteturas extravagantes.

Quem a percorre e se sente oprimido pelas grandes construções de ambos os lados não imagina que esta já foi uma região residencial e de pequenos comércios.

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Avenida Faria Lima
Autor: Max Rosenfeld / AHMWL
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Tornando-se um grande centro comercial e financeiro, adotou um veloz crescimento vertical.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Muitos de seus prédios passam ares de futurismo.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Certos prédios se destacam por arquiteturas fora do comum.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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De vez em quando, uma quebra na monotonia.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Mesmo que dominada por concreto, o verde não é totalmente ausente.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Algumas arquiteturas mais antigas acabam destoando do resto da avenida.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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A alameda com uma ciclo-faixa em seu centro serve de refúgio contra a opressão dos prédios imponentes.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Alguns trechos apresentam um aspecto harmonioso.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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O design futurista não é exclusividade dos prédios na avenida.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Seu nome é uma homenagem à José Vicente de Faria Lima, prefeito da cidade de São Paulo de 1965 a 1969.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Vista aérea da Faria Lima em 1982 - Folhapress.

 

Os "corres" de ontem e hoje nos transportes públicos metroferroviários
por
Matheus Henrique
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10/06/2024 - 12h

É gente querendo voltar do trabalho, ir para a faculdade, sair com alguém, enfim, querendo usufruir o direito de ir e vir. E com isso, o transporte público, com essa cara caótica, se torna um protagonista na nossa rotina.

De segunda a sexta, São Paulo entra em ritmo frenético, com o horário de pico marcado pontualmente para às 17:00. Nesse momento, parece que todos os paulistanos e agregados sincronizam seus relógios e se deslocam ao mesmo tempo – e com muita pressa, é claro. Nos metrôs e trens, a lógica de Newton é refutada, pois dois corpos podem sim, ocupar o mesmo espaço. 

Mas, romantizações à parte, necessitamos de fato do transporte público para ir e vir. No entanto, esse meio de transporte representa também mais uma face do estado agredindo a camada mais carente da população. Seja impedindo os "shoppings do metrô" de realizarem suas transações, ou pela superlotação, em que o indivíduo é tratado quase como um animal selvagem, sem espaço para se locomover ou respirar que além disso, a luta por um assento se torna uma questão de sobrevivência. 

 

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Pessoas na linha 4 - amarela aguardando chegar ao seu destino, enquanto conversam, mexem no celular ou apenas ouvem música - Foto: Matheus Henrique

 

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Multidão aguardando o trem chegar, indo com destino a Jundiaí na linha 7 - Rubi - Foto: Matheus Henrique

 

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Entrega do primeiro trecho da Paulista entre Paraíso e Trianon-Masp - Foto: 50 anos – Metrô SP

 

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Multidão esperando o trem chegar, indo com destino a Jundiaí na linha 7 - Rubi - Foto: Matheus Henrique

 

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O grande protagonista para quem utiliza o metrô: conexões rápidas e rotina urbana acelerada na selva de pedra - Foto: Matheus Henrique

 

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Aglomerado de pessoas desembarcando na Estação Luz, a segunda mais movimentada da rede metro-ferroviária de São Paulo - Foto: Matheus Henrique

 

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Desembarque na linha 4 - amarela, inaugurada em 2010, com outras pessoas aguardando o próximo metrô - Foto: Matheus Henrique

 

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Inauguração da Estação Corinthians-Itaquera em 1988 - Foto: 50 anos – Metrô SP

 

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O olhar vago de quem encara o dia a dia nos transportes públicos - Foto: Matheus Henrique

 

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Inauguração da Estação Sé em 1978 - Foto: 50 anos – Metrô SP

 

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Jovem, assim como o metrô, acelerado para seguir seu caminho - Foto: Matheus Henrique

 

Histórica Paróquia da zona norte de São Paulo já foi incendiada, mas ainda possui traços da arquitetura original
por
Nathalia de Moura
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10/06/2024 - 12h

A Paróquia Nossa Senhora da Expectação, localizada na Freguesia do Ó, um dos bairros mais antigos de São Paulo, carrega consigo uma história interessante. Surgiu como capela entre 1610 e 1615 a partir da vontade do bandeirante Manuel Preto, que havia fundado o bairro em 1580, de não querer se locomover até a Sé para fazer suas orações. Também é conhecida por Paróquia Nossa Senhora do Ó, em razão dos versículos cantados a santa que o bandeirante português era devoto, Nossa Senhora da Expectação, iniciadas com o vocativo “Ó”. 

Em 1796, a capela passou por uma reforma, pois já apresentava deterioração e sua estrutura aumentou, tornando-se Matriz da paróquia criada recentemente. Após um incêndio acidental, em 1896, uma comissão de moradores se juntou para construí-la novamente e em 1901, a igreja que existe atualmente, foi inaugurada. 

O templo, que é um símbolo do bairro da zona norte, é muito querido pelos moradores da região e uma das paróquias mais antigas da capital paulista. 

As missas acontecem de segunda-feira, às 15h; Terça, quarta e sexta-feira, às 07h e 19h30; Quinta-feira, às 07h; Sábado, às 16h e aos Domingos, às 07h, 09h, 11h e 18h.

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Representação da primeira capela da Freguesia do Ó, dedicada a Nossa Senhora da Esperança (Expectação), pelo pintor e artista plástico Salvador Ligabue. - Foto: Acervo Portal do Ó 
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A segunda igreja permaneceu em pé por cerca de 100 anos, antes de ser acidentalmente incendiada por um sacristão, que tentava queimar uma colmeia de abelhas que estava na porta do local, destruindo o templo completamente. - Foto: Acervo Portal do Ó 
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Há 123 anos, a atual paróquia foi inaugurada. - Foto: Acervo Portal do Ó
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Mapa atual exemplifica a distância de 8,5km entre a Paróquia Nossa Senhora do Ó e a Catedral da Sé, motivo pelo qual Manuel Preto criou a Igreja na região. Foto: Google Maps
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Atualmente, a Igreja mantém sua estrutura histórica, pois desde 1992 é tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). - Foto: Nathalia de Moura
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Os vitrais, sinos, as imagens de santos e as passagens bíblicas no interior da Igreja chamam a atenção dos fiéis que comparecem às missas. - Foto: Nathalia de Moura
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Nos últimos anos, a Paróquia contou com restaurações na parte interna, que seguem agora para a parte externa, resgatando aspectos da arquitetura original. - Foto: Nathalia de Moura
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Os fundos da Igreja, que também acomoda embaixo, o salão em que acontecem as aulas de Catequese. - Foto: Nathalia de Moura

 

Antes, uma antiga povoação indígena, agora uma cidade industrializada, repleta de moradores e diversidade cultural.
por
Victória da Silva
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10/06/2024 - 12h

Tendo adotado o nome “Cidade Natureza” em 1985 devido sua vasta quantidade de arborização na cidade, Arujá cresceu ao redor da Igreja Senhor Bom Jesus. O nome tem origem Tupi e como todo o Brasil, teve o seu território habitado pelos povos originários. Contudo, por causa da exploração de ouro e madeira, os indígenas foram conduzidos a novas áreas ou usados na formação da energia industrial que servia como fonte para a capital São Paulo.

De acordo com a Prefeitura de Arujá, a atual cidade foi primeiro um distrito de Mogi das Cruzes e em seguida transferida para Santa Isabel. Depois de anos de devastação vegetal decorrente da plantação de café e açúcar, houve o início da construção de algumas moradias, provocando então a urbanização da região. A partir de 1959, Arujá se tornou oficialmente um município e desde então não parou de crescer.

Hoje, Arujá compreende um centro comercial muito valorizado e visitado não apenas por moradores da região. A avenida Amazonas, por exemplo, concentra vários food trucks, quadras de esporte (vôlei, futebol e basquete) e espaços para convivência, sendo uma parte muito apreciada e frequentada.

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A Igreja Senhor Bom Jesus em processo de construção. Teve início em 1781 por José de Carvalho Pinto e concluída pelo seu irmão João de Carvalho Pinto. Foto: Acervo Prefeitura de Arujá
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Atualmente a Igreja está ativa e acolhe fiéis de Arujá e região, além de ser um importante marco arquitetônico para a cidade. Foto: Victória da Silva
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Arujá é cortada pela rodovia Presidente Dutra que liga dois importantes centros metropolitanos do Brasil, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Foto: Acervo Prefeitura de Arujá
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Em vários lugares da cidade, letreiros coloridos enaltecem constantemente a região, como na Avenida Amazonas que concentra um centro comercial com várias atividades diferentes. Foto: Victória da Silva
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Nos finais de semana, as crianças podem se divertir nos playgrounds que estão na Avenida e as famílias conseguem curtir os espaços. Foto: Victória da Silva 
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Antigamente, as estradas da cidade eram feitas de terra e a modernização ainda não havia chegado. Foto: Acervo Prefeitura de Arujá
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Devido a urbanização as ruas se desenvolveram para os famosos paralelepípedos que se mantiveram durante muitos anos. Foto: Acervo Prefeitura de Arujá
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Atualmente, a pavimentação é essencial e não se vê ruas sem asfalto. Contudo, algumas calçadas mantêm o padrão de paralelepípedos de anteriormente. Foto: Victória da Silva
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Em 2024 as ruas, casas, praças, prédios, carros e demais elementos da cidade estão modernizados, designando o grande centro urbano que a cidade se tornou. Foto: Victória da Silva