A vida cotidiana é cheia de altos e baixos. Ora estamos apressados para chegar em casa, ora preferimos caminhar mais devagar conversando com amigos. Independente do momento, vida é passar por cima das adversidades e se lembrar de pequenas coisas que fazem a diferença no nosso dia, como fazer carinho num gato que encontramos na rua. As imagens a seguir são registros feitos do caminho a partir da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo até a Barra Funda e retratam o cotidiano de diversos estudantes.








Embora o zoológico tenha como principal foco conservar as espécies e fazer educação ambiental, manter estes animais presos é crueldade. As aves sofrem de estresses, tédio e doenças em cativeiro. Quando há uma grande reprodução, os filhotes são enviados para outros zoológicos ou são vendidos, causando uma quebra no laço entre as gerações.
Os meios públicos de transporte são responsáveis por carregar inúmeros cidadãos diariamente. Frequentando um dos ambientes mais populares da sociedade, não é possível deixar de notar a individualidade. Cada indivíduo que sai da sua casa para seguir a sua rotina, inconscientemente, se depara com semelhantes que vivem a mesma situação. Cerca de 2,5 milhões pessoas circulam todos os dias nos nesses meios locomotivos, cada qual com suas expectativas e questionamentos sobre sua própria vida. O transporte público é responsável por carregar inúmeras histórias, projetos, angustias, problemas e reflexões. Nos metrôs e ônibus é possível observar fartas histórias que, muitas vezes, se encontram diariamente sem mesmo se conhecer. Muitas vezes sendo justamente tratado como algo cansativo, andar nos meios públicos de transporte também pode ser olhado por um outro horizonte.
Idosa sentada em um ônibus ao horário de almoço - Ônibus 875A-10 - 12:50 de uma quarta - Foto: Renan Barcellos
Foto que registra inúmeros cidadãos retornando a suas casas após a rotina diária de trabalho - Linha Amarela (República) - 18:00 de uma segunda - Foto: Renan Barcellos
Indivíduos se deslocando no período da tarde - Linha Vermelha (Barra Funda) - 14:30 de uma quinta - Foto: Renan Barcellos
Idoso se deslocando rumo a Avenida Paulista em uma tarde chuvosa - Linha Verde (Consolação) - 16:40 de uma quinta - Foto: Renan Barcellos
Estudante se deslocando na baldeação entre a Linha Verde (Consolação) e a linha Amarela (Paulista) - 11:30 de uma sexta - Foto: Renan Barcellos
Jovem retornando para sua casa após sua rotina diária de estudos - Ônibus 875A-10 - 12:10 de uma terça - Foto: Renan Barcellos
No início de 2023, com a tentativa de golpe pela invasão às sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário, o país reacendeu as memorias de um passado que não é esquecido, mas negligenciado por muitos. Refiro-me ao período da ditadura militar brasileira, que em 2019, foi “negada” pelo presidente à época Jair Messias Bolsonaro, ao declarar que: “[...] onde você viu no mundo uma ditadura entregar pra oposição de forma pacífica o governo? Só no Brasil. Então, não houve ditadura”. Em meios as tentativas de assolar os crimes cometidos pelos militares que tomaram o poder, os registros históricos vão em completa contramão do que afirmou, o ex-presidente. Para resgatar essas memorias fomos à exposição do acervo do jornalista Evandro Teixeira, que exibe fotografias dos períodos ditatoriais chileno e brasileiro.

Evandro Teixeira é baiano, de Santa Inês, nascido em 1935. Sua carreira começou em 1958, no O Diário de Notícias, em Salvador. Chegou ao Jornal do Brasil em 1935 e foi por lá que realizou seus grandes trabalhos. Entre estes, destacam-se: a cobertura da chegada do general Castelo Branco ao Forte Copacabana, no golpe de 1964; a repressão ao movimento estudantil no Rio de Janeiro, em 1968; o pós-golpe militar ocorrido no Chile, em 1973 e o velório do poeta Pablo Neruda.
A exposição conta principalmente com fotos que retratam a verdadeira face das ditaduras citadas: a violência, seja por meio de agressões, como a repressão de passeatas e manifestações, ou por meio da exibição de armamentos, como estratégia para intimidação.

Ao chegar no Chile, poucos dias depois após o golpe que ocorreu em 11 de setembro de 1973, Evandro e outro jornalistas ficaram em “quarentena” no Estádio Nacional, em Santiago. Antes de liberar a imprensa, os militares chilenos buscaram organizar o país, que ainda estava em transição, porém, não contavam que o conhecimento prévio de Evandro em relação ao Estádio o ajudaria a, de certa forma, burlar a reclusão (Evandro conhecia o Estádio graças a uma cobertura esportiva feita anteriormente), e fotografar os presos políticos mantidos no Estádio em segredo.

Nesse mesmo período, Evandro também cobriu a morte do poeta e político Pablo Neruda, ferrenho opositor ao ditador chileno Augusto Pinochet, que morreu 11 dias após o golpe. A causa da morte de Neruda é controversa, oficialmente é vinculada a um câncer de próstata, mas cientistas detectaram, em uma exumação posterior, moléculas que configuram envenenamento em seu corpo. O enterro contou com grande participação popular.

No Brasil, Evandro cobriu os principais eventos do período militar, buscando evidenciar a repressão que os protestantes sofriam durante as manifestações. O trabalho de Evandro é história. Não há margem para opiniões quando se trata de um fato, e a ditadura militar é um fato da história brasileira. Os registros fotográficos feitos servem para provar que, mesmo 38 anos depois, as memórias da ditadura ainda existem e devem ser compartilhadas para jamais caírem no esquecimento. Essa é a principal função e importância do trabalho do fotojornalismo para a sociedade.

O acervo de fotos de Evandro com o tema Chile 1973 continua em exposição até o dia 30/07, na Galeria 1 do IMS Avenida Paulista. A entrada é gratuita, e o instituto funciona de terça a domingo e aos feriados (exceto segunda), das 10h ás 20h. O acervo também contém fotografias sobre a ditadura brasileira e o enterro de Pablo Neruda. Todas as imagens utilizadas nessa matéria estão na exposição.
Ao passarmos pelas ruas em meio à correria do dia a dia, muitas vezes, não nos damos conta do que está à nossa volta. Diversos ofícios são intrínsecos à vida na cidade, mas com a mente e o corpo focados em apenas andar para frente, esquecemos de olhar para os lados e, de fato, ver as pessoas que fazem o comércio local circular.
Dona Edilma
Jornaleira há 23 anos. Abriu sua primeira banca no bairro da Liberdade e, após alguns anos, vendeu-a para sua irmã e trocou de endereço para a Rua da Consolação com a Alameda Lorena. Hoje em dia, seu negócio fica em uma esquina com a Alameda Gabriel Monteiro da Silva.
Edison
Sorveteiro há 34 anos. Todos os dias, no início da tarde, ele traz seu carrinho de sorvete dentro de sua van e, acompanhado de seus irmãos, que também exercem o ofício de sorveteiros, ele monta seu negócio em frente às casas, localizadas na mesma região em que fica Dona Edilma.
Carlos
Há mais de 20 anos, trabalha como vigia de rua. Todos os dias, inicia seu trabalho às sete da manhã e vai até às sete da noite.



























































