Conhecida como uma cidade de arranha-céus, São Paulo sempre está ganhando novos prédios para fazerem parte de sua vista, mesmo que as vezes isso ocorra a custas das identidades dos bairros. A gentrificação é um clichê das grandes metrópoles, zonas que normalmente passaram por uma revitalização acabam sendo mais valorizadas, fazendo com que novos moradores e comércios busquem o local e acabem mudando o padrão financeiro e social do bairro, os antigos habitantes não conseguem acompanhar as mudanças e acabam se mudando.
Esse processo altera as zonas tanto socialmente quanto estruturalmente. Para conseguir abrigar a demanda de novos moradores, casas são demolidas para darem espaços a apartamentos. Na capital paulista, em bairros como Pinheiros ou Higienópolis ainda é possível encontrar casas resistindo em meio aos prédios e construções em andamento, embora estejam perdendo seus lugares, ainda se fazem presentes.
O conceito de economia circular está na moda. Com o objetivo de combater o desperdício e visando o crescente interesse no desenvolvimento sustentável, a ideia por trás do movimento é manter boas peças circulando no mercado, evitando o esgotamento dos recursos naturais e o acúmulo de resíduos descartados.
Pensando nisso, os brechós desempenham um papel na moda circular: um espaço que oferece peças de segunda mão com um valor mais acessível. A palavra "brechó" é brasileira e foi inventada em homenagem a um comerciante chamado Belchior que, no século XIX, abriu a primeira loja do Rio de Janeiro de produtos usados. Assim, disponibilizando uma mercadoria de boa qualidade por um preço inferior, quando comparado com roupas novas. Além de ressignificar peças que iriam para o lixo.
A moda, em si, sempre foi circular, as tendências morrem e ressurgem após algumas décadas. Valorizando mais peças de qualidade ou garimpado roupas vintage é uma excelente maneira de encontrar o que está na moda hoje, mas também já esteve antes. Tudo isso evitando a produção de mais do mesmo.
O ponto principal é comprar peças de segunda mão afim de ter menos itens no guarda-roupa com baixa vida útil, e mais peças de maior qualidade, valorizando o que já se tem e minimizando o consumo excessivo. A consciência é o elo entre sustentabilidade e o consumo consciente.
Em São Paulo, visitar um brechó ou um antiquário é como percorrer um museu. Observar o passado preservado em um só lugar é ter a experiência de viajar no tempo.
Conhecido pelas luminárias que se divergem de todas as outras na cidade, suas feiras culturais e pelas lojas com enfoque na venda de produtos de origem oriental o bairro da Liberdade se consagrou como o bairro japonês no centro da capital paulistana. Porém a história do bairro começa muito antes da ocupação dos imigrantes quando o local ainda era ocupado por um pelourinho.
Antes da expansão do centro de São Paulo, o bairro era considerado uma região periférica da cidade e era ocupado majoritariamente pela população negra que de lá foi expulsa para abrir espaço para os japoneses.
A metrópole de São Paulo é conhecida por sua força econômica e diversidade cultural, com um rico patrimônio de arte sacra e arquitetura escondida em seu tecido urbano. Desde majestosas catedrais católicas até tranquilos templos budistas e vibrantes mesquitas, estes espaços sagrados transcendem a sua mera função de culto e tornam-se símbolos da fé, da história e da identidade cultural de uma cidade.
Ao longo dos séculos, a cidade paulista passou por sucessivas ondas de imigrantes, cada um trazendo suas próprias crenças e tradições. Esta mistura cultural reflete-se na diversidade de expressões artísticas e arquitetônicas nos locais de culto da cidade. Cada templo traz a marca de sua época e origem e, sob o olhar atento do fotógrafo, revela um mosaico de estilos, técnicas e materiais que contam a história da fé e da história social de São Paulo.
A fotografia tem capacidade de capturar detalhes, nuances e emoções, e com isso trago algumas fotos da influência da arte e arquitetura sacra dessa cidade tão diversificada.
Igreja católica: Paróquia São Paulo da Cruz
Foto: Daniela Martinho
O teto da igreja se transforma em um céu infinito, pintado em tons de azul celeste e branco, adornado com nuvens brancas e douradas que parecem flutuar ao vento.
Foto: Daniela Martinho
Foco nos arcos de mármore com detalhes de ouro, que era uma característica muito comum na arquitetura neoclássica inspirada nas igrejas da Itália.
Foto: Daniela Martinho
Templo Budista: Zu lai
A imagem mostra o templo de frente, com seu telhado alto e inclinado. O telhado é feito de telhas de cerâmica e tem uma cor avermelhada. O templo é cercado por árvores, o que lhe dá um aspecto tranquilo e sereno.
Foto: Daniela Martinho
Fachada da sala de meditação do templo Zu Lai com detalhes e símbolos esculpidos em pedra sussurrando histórias.
Foto: Daniela Martinho
Sala de meditação do Templo Zulai, o silêncio é quase absoluto, quebrado apenas pelo leve som da respiração dos meditantes. O espaço é amplo e arejado, banhado pela luz suave que entra pelas grandes janelas.
Foto: Daniela Martinho
Uma mulher caminha com passos lentos e graciosos, apreciando a beleza do jardim e a paz do local. Seus olhos observam as estátuas que representam os 18 Arhats com curiosidade e admiração, absorvendo a energia e os ensinamentos que elas transmitem.
Foto: Daniela Martinho
Mesquita: Brasil
Imame, o sacerdote árabe na Mesquita , realizando suas orações muçulmanas. Um jaleco marrom tradicional, chamado de thobe, com mangas compridas e gola redonda. Ele também pode usar um turbante ou um chapéu branco. O Imame está de pé em frente ao mihrab, uma alcova na parede da mesquita que indica a direção de Meca. Seus pés estão descalços e ele está de frente para o mihrab.
Foto: Daniela Martinho
O teto da Mesquita bem detalhado, com uma moldura com caligrafia religiosas árabes e algumas luzes para iluminar. Elas servem como elementos decorativos, mas também transmitem mensagens importantes sobre a fé islâmica.
Foto: Daniela Martinho
Os minaretes são cilíndricos, com varandas em cada andar e terminando em cúpulas cônicas. Eles são pintados de branco e possuem detalhes dourado.
Foto: Daniela Martinho
Localizado perto da Avenida Paulista, o Baixo Augusta é uma região super movimentada e que parece ter vida. De dia a rua é de uma forma e de noite outra. Pela manhã e à tarde, padarias, cafés, lojas de discos e brechós estão abertos ao público que enche as calçadas do local, mas a Augusta é mais conhecida pela vida noturna onde as luzes neon iluminam os bares, baladas e casas noturnas, e é quando a rua se torna mais movimentada.
A rua é marcada pela diversidade, onde se encontram várias tribos e muitos se sentem acolhidos pelo local. Ao caminhar pela augusta, nos muros e bares, são encontradas vários tipos de arte como grafites, pixações e lambe-lambe que retratam a pluralidade da região.
Nesta rua o comércio não está apenas presente nos estabelecimentos, mas também nas calçadas, com vendedores ambulantes e vendas de livros.