Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
por
KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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“Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa", como ela mesma se definiu. A rainha do rock brasileira morreu na madrugada de terça-feira (09).
por
Beatriz Brascioli
Laura Teixeira
Victoria Rodrigues
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09/05/2023 - 12h

Morreu nesta terça-feira (09) a cantora Rita Lee, Rainha, ícone e referência de uma geração. A informação foi divulgada por Roberto Carvalho, parceiro de vida e arte da cantora, através de um comunicado em uma rede social. O velório da artista será no planetário do Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo, na quarta-feira (10), das 10h às 17h, e será aberto ao público. No comunicado divulgado, a família informou que a cerimônia de cremação, cumprindo um desejo de Rita Lee, será particular para família e amigos próximos.

Rita Lee em sua casa/ Reprodução instagram @ritalee_oficial

Uma jovem revolucionária 

Conhecida pelos seus cabelos pintados de vermelho e franjinha, a “ovelha negra da família" nasceu em São Paulo, em 1947, e desde a infância se interessou  pela música. Em 1963, formou um grupo musical com duas colegas, as “Teenage Singers”, inspirada na banda britânica The Beatles. Como seus pais eram rígidos e contra a carreira artística da filha, Rita cantava e tocava escondida da família

Em 1966, houve uma junção entre a Teenage Singers com a banda Wooden Faces e em pouco tempo surgiu uma nova formação da banda, restando apenas três integrantes: Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. A estreia do programa “O Pequeno Mundo de Ronnie Von” marcou o novo nome da banda como “Os Mutantes", inspirado pela obra de ficção científica “O Império dos Mutantes”. A revista Rolling Stone afirma que a apresentação do dia 15 de outubro de 1966 deu início ao rock psicodélico brasileiro.

Rita foi casada com Arnaldo Baptista, seu primeiro marido e parceiro musical até 1976. No mesmo ano do divórcio, conheceu o guitarrista Roberto de Carvalho, seu parceiro amoroso até o final da vida, se casando pela segunda vez em 1996. Com ele teve seus três filhos, João, Antônio e Beto Lee.

A criação do Tropicália

 Em 1967, o cantor de MPB Gilberto Gil convidou os Mutantes para cantar  a música “Domingo no Parque", no Festival de Música Brasileira. Em sua autobiografia, Rita afirmou ter estranhado o convite, já que na época artistas de MPB criticavam o rock produzido pelos Mutantes, alegando ser um estilo bastante importado dos Estados Unidos.

Capa do Tropicália ou pani et circense/ reprodução internet

 Apesar da apresentação ter sido marcada por vaias, o dia 21 de outubro de 1967 é considerado um marco para o movimento que é conhecido como “Tropicália”, reconhecido por uma mistura de ritmos brasileiros com o rock psicodélico, bebendo bastante do movimento hippie  da época. Em agosto do ano seguinte, o disco manifesto do movimento -  “Tropicália ou panis et circenses” -  foi lançado em parceria de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Gosta e Os Mutantes. O disco era repleto de letras metafóricas que burlavam a censura da ditadura militar, além de ir na contramão do MPB convencional.

A saída dos Mutantes

 Ainda como integrante da banda, Rita Lee lançou a música José e em 1970 seu primeiro LP solo, ambos foram  um sucesso, revelando uma oportunidade em sua carreira. A saída oficial da rainha do rock aconteceu em setembro de 1972,  sob polêmicas de expulsão de Rita do grupo. O último álbum produzido pela banda foi "Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida” e a última apresentação foi na sétima edição do festival internacional da canção em 1972.

Os Mutantes no 3° Festival de Música Popular Brasileira da Record, em 1967 - Acervo UH/Folhapress

 Em 1973, a artista foi para Londres, onde repensou sua carreira como cantora e pintou seu cabelo com o clássico vermelho, além de assumir um visual mais androgeno, inspirado pelo glam rock de David Bowie. O ano de 1975 foi marcado pela primeira vez de Rita Lee como cantora principal na banda “ Rita Lee e  Tutti Frutti". 

 A relação do artista com as drogas permeou a carreira, a quantidade excessiva de ácido usado por ela causou dilemas em seus lançamentos e a maneira subversiva de agir foram motivos para troca de gravadora, indo para a Som Livre, onde teria mais liberdade para criar.

Capa do álbum "Fruto Proibido"

 Em junho de 1975, o álbum “Fruto Proibido” foi lançado, marcando a música nacional com canções como “Ovelha Negra”, “Esse tal de roque enrow” e “Agora só falta você”. Além disso, o álbum despertou a discussão da liberdade feminina, tema bastante importante em toda a carreira de Rita. Esse lançamento a consagrou como rainha do rock brasileiro, sendo a era de ouro da cantora.

Presa na ditadura 

Aos 28 anos, grávida de seu primeiro filho, foi presa em 1976 pela ditadura militar por suposto porte de maconha. Em entrevista à revista Quem em 2010, Rita Lee afirmou que  a prisão foi forjada pelos policiais, porque tinha parado de fumar devido a gravidez. Ela sempre criticou o regime, tanto nas músicas como nos comportamentos dentro de palco, conhecida como a artista mais censurada na ditadura.

 Em entrevista ao “Globo” em 1976, a cantora afirmou  que viveu momentos tensos na prisão, sem saber se sairia de lá. “Se eu não estivesse grávida, acho que não suportaria. Ele me deu muita força, naquele momento de desespero”, disse na época. 

 Ao ser libertada, foi condenada a um ano de prisão domiciliar e multa de 50 salários mínimos da época. Rita sempre deixou sua marca registrada, tanto que em seu primeiro show após a condenação usou um figurino que remete a roupa de presidiário. 

Rita Lee a caminho do primeiro show depois da condenação. Foto: reprodução/ Twitter

Mesmo em um período repressivo, a artista representava a liberdade sexual feminina e tratava assuntos considerados “tabus” pela sociedade de uma maneira natural, em um período em que o Brasil estava sob uma ditadura militar. 

A despedida dos palcos

No ano de  2012, a cantora decidiu deixar os palcos, o anúncio foi feito em redes sociais. “Me aposento dos shows, mas da música nunca”, declarou a artista. Porém, em 2015, participou do show em comemoração aos 459 anos da cidade de São Paulo. 

No show de despedida, em 2012, a artista não deixou de lado seu ativismo e parou o show devido à invasão policial na plateia. Os policiais estavam revistando o público enquanto a Rita fazia seu show. “Sou do tempo da ditadura, pensando que tenho medo?”, esbravejou a cantora. 

 A ​​​​situação aconteceu em Aracaju, no estado de Sergipe, na mesma noite, parou na delegacia, enquadrada pelo crime de “desacato e apologia ao crime ou ao criminoso”. Os agentes estavam buscando pessoas que fumavam maconha, de acordo com uma nota emitida pela secretaria de segurança pública do estado. Incomodada, Rita no palco interrompeu o show para entender a confusão, confrontando os policiais.

Eu quero falar, tenho o direito. Esse show é meu, não é de vocês. Esse show é minha despedida do palco e vocês continuam tendo que guardar as pessoas, não agredir. Seus cachorros – coitados dos cachorros. Cafajestes. Vocês estão fazendo de propósito. Eu sou do tempo da ditadura. Vocês pensam que eu tenho medo?”, afirmou a cantora.

No Twitter, comentou sobre o caso. "Polícia dando trabalho para mim. Quer me prender. Embasamento legal não há. Não retiro uma palavra do que disse, o show era meu!”, publicou.

Best seller 

Rita Lee tem livros de sua autoria, duas autobiografias, a primeira, "Rita Lee: uma autobiografia”, foi lançada em 2016 e se tornou  best seller no Brasil. No livro, ela cita momentos de sua vida “revivi tudo e foi bom”, disse a cantora em entrevista ao jornalista Pedro Bial. Também lançou um livro de contos, “Dropz”, de 2017, um livro de fotografia em 2018, o “FavoRita”. Em 2019, lançou uma obra infantil chamada “Amiga Ursa” e sua última publicação, "Uma outra autobiografia", será lançada no dia 22 de maio de 2023, e já está em pré-venda.

O fim…?

Em 2021, Rita Lee foi diagnosticada com câncer no pulmão e logo começou seu tratamento de imunoterapia e radioterapia. No ano seguinte, ela já estava curada. Dois anos depois, em abril de 2023, o programa Altas Horas da Rede Globo, apresentado por Serginho Groisman, foi dedicado para homenagear a cantora, contando com diversas participações como de Paula Toller, Fernanda Abreu, Luísa Sonza, Céu, Zezé Motta, Tico Santa Cruz, Tiago Iorc, Manu Gavassi, Paulo Ricardo e Tom Zé. Seu filho Beto Lee  também relembrou momentos com a mãe. “A gente se divertia o tempo todo assim”, afirmou. O marido de Rita compartilhou um vídeo da cantora acompanhando, de casa, a homenagem.

No capítulo chamado de “Profecia”, em sua autobiografia de 2016, Rita fala de como seria sua morte. “ Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autohamp e cantando para Deus:‘ Thank you lord, finally sedated’.” Visionário, Rita Lee parecia entender que sua morte seria um dia triste, cheio de saudades, mas com uma boa trilha sonora.

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Imagens do segundo dia do Festival PUNK NA PÁSKOA 2023, na cidade de São Paulo
por
Rodrigo Marques
Guilherme Carvalho
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11/05/2023 - 12h

Apesar de não ser o mesmo dos anos 1980, o movimento punk ainda respinga sua influência nos dias de hoje em São Paulo. Existem lugares que continuam a receber de bandas em atividade e propiciar espaço para os simpatizantes ou aqueles que o seguem como estilo de vida, como o caso do Hangar 110,  casa de show, localizada no Bom Retiro, aberta desde 1998 com o objetivo de valorizar as culturas alternativas. Entre os dias 7 e 8 de abril, foi realizado um tradicional festival da casa, que contou com a apresentação de 14 bandas.

Segue abaixo registros fotográficos do segundo dia do festival:

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Imagem punk 1
Apresentação da Banda Inocentes
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Imagem punk 2
Adepto punk no palco


 
Imagem punk 3
Decoração da casa, pôster de bandas que já marcaram presença no local 

 

 

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Alex from hell (guitarra) e M. Krempel (vocal) da banda Reverendo Frankenstein

 

 

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Apresentação do Reverendo Frankenstein em meio ao tumultuo de uma roda punk (mosh)

 

 

 

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Vocalista Matheus Krempel, do Reverendo Frankenstein

 

 

imagem punk 7
Grupo de punks sentados próximos ao palco

 

 

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Amanda, baixista do grupo Crush All Tyranny (CxAxT)

 

 

imagem punk 9
Angelita Martin, baixista e vocalista da banda Menstruação Anarquika

 

Visita à Pinacoteca do Estado, aborda a relação da sociedade com a arte em um período pós pandêmico de uma era tecnológica
por
Isabelle Maieru
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11/05/2023 - 12h

Localizada na estação da Luz, centro de São Paulo, a Pinacoteca do Estado é um dos mais importantes museus de arte do Brasil. Abrigando um dos maiores e mais representativos acervos de arte brasileira, a Pinacoteca conta com mais de dez mil peças de exposições fixas e temporárias. Dentre as exposições temporárias em cartaz atualmente, destaca-se "Chico da Silva e o ateliê de Pirambu". 

Em um período pós-pandêmico vivido numa era totalmente digital e tecnológica os museus precisaram se adaptar para continuar recebendo o público. A intenção dessa reportagem é abordar a relação da sociedade com a arte atualmente. 

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Mulheres apreciam obras do acervo da Pinacoteca do Estado - Foto: Isabelle Maieru
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Homens observam acervo de arte da Pinacoteca - Foto: Isabelle Maieru
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Mulher aprecia artes do acervo da pinacoteca enquanto acompanha memorial descritivo do museu - Foto: Isabelle Maieru
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Pessoas se chocam com quadros do museu - Foto: Isabelle Maieru
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Mulher aprecia memorial descritivo do museu  - Foto: Isabelle Maieru
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Mulher aprecia a descrição das artes - Foto: Isabelle Maieru
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O encontro entre pessoas e a arte - Foto: Isabelle Maieru
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As diferentes interações com a arte- Foto: Isabelle Maieru
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A arte e o digital - Foto: Isabelle Maieru
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O choque ao encontro da obra - Foto: Isabelle Maieru

 

Com entrada gratuita, a mostra reúne cerca de 160 imagens do fotojornalista brasileiro
por
Julia Rodrigues Siciliano Quartim Barbosa
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08/05/2023 - 12h

A exposição

Em cartaz até 30 de julho, a exposição “Evandro Teixeira, Chile, 1973” no Instituto Moreira Salles (IMS) de São Paulo, reforça a relevância da prática do fotojornalismo como ferramenta de fiscalização do poder e preservação da memória.

A mostra reúne imagens impactantes do Palácio de La Moneda bombardeado pelos militares chilenos, dos prisioneiros políticos no Estádio Nacional do Chile e o enterro do poeta Pablo Neruda. Além de objetos como máquinas fotográficas e crachás de imprensa, os registros chilenos acompanham parte do material produzido por Evandro durante a ditadura civil-militar brasileira.

Manifestações populares durante a ditadura militar brasileira
Manifestações populares durante a ditadura militar brasileira. Imagem: Isadora Taveira

Em entrevista para o site do IMS, Sergio Burgi, coordenador de fotografia do centro cultural, pontua: “Passadas cinco décadas, suas imagens sobre as ditaduras militares no Chile e no Brasil reafirmam claramente a importância da democracia e do respeito absoluto ao Estado de direito e à cidadania. São imagens que claramente desnudam o autoritarismo e permanecem denunciando, ainda nos dias de hoje, de forma clara e cristalina, os riscos das aventuras golpistas.”

Para a francesa Muriel Azerath, 45, que recentemente visitou o Instituto, a exposição oferece uma interpretação além dos fatos, com o devido impacto nas histórias. “Eu conheço os fatos, mas nunca tinha visto os registros de uma pessoa que estava lá durante a ditadura. É tudo muito forte, chocante.”

Estádio Nacional do Chile

Nos primeiros dias após o golpe, os presos políticos já somavam mais de cinco mil, contando com uma intensa perseguição a estrangeiros, especialmente aqueles que estavam no país há mais tempo, incluindo exilados brasileiros que haviam deixado o Brasil fugindo da tortura e da repressão militar.

Aparato militar chileno em 1973
Aparato militar chileno em 1973. Imagem: Isadora Taveira

Em 12 de setembro de 1973, um dia após a morte do presidente eleito Salvador Allende no palácio presidencial de La Moneda, Evandro embarcava rumo ao Chile, como correspondente do Jornal do Brasil. Entretanto, ele e cerca de 50 outros jornalistas permaneceram retidos em Las Cuevas, aguardando autorização para entrar no país até 20 de setembro. Dois dias depois, o fotógrafo seria levado pelas forças armadas ao Estádio Nacional do Chile, para averiguar a aparente “normalidade e civilidade” dos atos de retenção e triagem dos cidadãos aprisionados, em uma tentativa de encobrir violações aos direitos humanos.

Para a surpresa dos militares, Evandro já conhecia as arquibancadas, a tribuna de honra, as rampas de acesso aos vestiários e o subsolo. O jornalista já teria visitado o mesmo estádio em 1962, fotografando a Copa do Mundo de Futebol, enquanto ainda trabalhava para o Diário de Notícias.

Dessa forma, ele e alguns colegas conseguiram penetrar no subsolo, que abrigava cárceres lotados e insalubres, capturando cenas além do cerco estrategicamente posicionado para a chegada da imprensa. Dentro desse núcleo da mostra, uma fotografia chama a atenção: Ao fundo e em foco, um dos encarcerados corta o cabelo de seu companheiro de cela, a fim de torná-lo mais apresentável, ao mesmo tempo, dois militares parecem conversar, enquanto no primeiro plano um oficial, segurando uma arma, divide a cena.

Militares chilenos e encarcerados no Estádio Nacional do Chile em 1973, por Evandro Teixeira
Militares chilenos e encarcerados no Estádio Nacional do Chile em 1973, por Evandro Teixeira. Imagem: Isadora Taveira

Pablo Neruda

Um dia após sua chegada em Santiago, Evandro soube que Pablo Neruda estaria hospitalizado em uma das clínicas da cidade, mas não conseguiu registrar o escritor, que faleceu naquela mesma noite, em 23 de setembro de 1973. Ciente da morte, o fotógrafo retornou à clínica na manhã seguinte e, por uma entrada lateral, conseguiu acesso ao interior do prédio.

Dentro do hospital, Evandro se depara com o corpo de Neruda na maca. Dona Matilde, sua mulher, e seu cunhado sentados ao seu lado. O fotógrafo faz a foto e em seguida pede permissão à viúva, relembrando que conheceu o poeta anteriormente, em um encontro no Brasil com Jorge Amado. Além de permitir o registro, Matilde pede para que a acompanhe até La Chascona, casa em que vivia o casal e onde o corpo seria velado.

Militares chilenos e encarcerados no Estádio Nacional do Chile em 1973, por Evandro Teixeira
Fotografias do enterro de Pablo Neruda em 1973.
Imagem: Isadora Taveira

Evandro foi o único que registrou Neruda ainda na clínica, horas após seu falecimento. Em uma entrevista ao site do IMS, o fotojornalista relembra: "Dentro da clínica fiz a maca, fiz várias fotos, apavorado. Eu olhava em volta, pensava naquele mundo de fotógrafos em Santiago e dizia pra mim mesmo: não, não é possível, só eu aqui, só eu?”.

A partir do pedido da viúva, Evandro inicia um plano sequência em torno de 36 horas, documentando minuciosamente todas as etapas do velório e enterro do poeta, que contou com grande participação popular, incluindo intelectuais, ativistas e companheiros do partido comunista, simbolizando o primeiro grande ato contra o regime militar de Pinochet.

A exposição, inaugurada em 21 de março, permanece em cartaz no Instituto até 30 de julho, localizada na Avenida Paulista 2424, próxima às estações Paulista e Consolação do metrô. O centro cultural tem entrada gratuita e é aberto a visitação de terça a domingo e feriados, das 10h às 20h.

Com incentivos da prefeitura, a cultura tipicamente brasileira se mantém neste cenário globalizado.
por
Felipe Bragagnolo Barbosa
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11/05/2023 - 12h

Em Santana de Parnaíba, no seu centro histórico, a cultura brasileira está vivíssima, principalmente na gastronomia, neste mundo globalizado, o comum se tornou comer em restaurantes de culturas estrangeiras, deixando um pouco de lado aquela feijoada de quarta feira, o síndrome de vira-lata que se cresce cada vez mais.
 

Centro Histórico de Santana de Parnaíba (Foto: Felipe Bragagnolo)
Centro histórico de Santana de Parnaíba (Foto: Felipe Bragagnolo Barbosa)

No Dia 30 de abril, o centro recebeu um pequeno evento da secretaria de cultura e turismo, muitas pessoas compareceram, alguns dos incentivos era uma banda que estava tocando Rock Nacional, barraquinhas vendendo colares, roupas, arte e  os restaurantes próximos.
 

Vista distante do evento no centro historico de santana de parnaiba
Praça que recebeu o pequeno evento. (Foto: Felipe Bragagnolo Barbosa)

Um dos restaurantes mais badalados da região, o Bartolomeu Chopp Bar estava lotado, restaurante rico culturalmente, sendo o que o brasileiro quer e gosta, uma cerveja e pratos típicos, como por exemplo a própria feijoada.
 

Bartolomeu Chopp Bar com vários cllientes
Restaurante Bartolomeu Chopp Bar (Foto:Felipe Bragagnolo Barbosa)
Placa sobre o Bartolomeu Chopp Bar
Placa na entrada do Bartolomeu Chopp Bar (Foto: Felipe Bragagnolo Barbosa)

Mais adentro ao evento, onde tinha brinquedos infláveis para crianças e o show de rock, uma única barraca de pastel estava entre outras de fast-food norte-americano, porém era o menos procurado entre as crianças, o vira-latismo inconsciente.
 

Barraca de pastel vazia
Barraca de pastel vazia em evento (Foto:Felipe Bragagnolo Barbosa)

Um pouco fora da movimentação, O restaurante São Paulo Antigo brilhava, sua placa chamava para entrar, , a arquitetura, as pinturas e a forma em que o restaurante se apresenta fazem parecer como uma viagem no tempo para o Brasil Império, Já na entrada uma cachaça da casa estava a venda, já a comida era servida em buffet, os clientes se serviam principalmente do leitão, do arroz e do feijão.

Entrada do restaurante
Entrada do restaurante São Paulo Antigo (Foto: Felipe Bragagnolo Barbosa)
Cachaça tradicional do restaurante
Cachaça que leva o nome do restaurante (Foto: Felipe Bragagnolo Barbosa)
Buffet do restaurante
Buffet do restaurante com quadros ao fundo (Foto: Felipe Bragagnolo Barbosa)

Nesta onda de globalização, a nossa cultura é mantida e preservada por estabelecimentos como estes, que não se submetem a tendências e abraçam a tradição.