Cantora compra as próprias masters após seis anos disputando e não precisará regravar discos antigos
por
Luis Henrique Oliveira
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03/06/2025 - 12h

Na última sexta-feira (30), Taylor Swift anunciou em carta aberta para os fãs que readquiriu o direito de suas músicas, expressando a felicidade de ter a posse de suas gravações após seis anos de disputa. 

"Tenho chorado de alegria em intervalos aleatórios desde que descobri que isso está realmente acontecendo. [...] Toda música que eu já fiz… agora pertence… a mim ", escreveu a artista. 

Cantora Taylor Swift com os discos "Taylor Swift" (2006), "Fearless" (2008), "Speak Now" (2010), "Red" (2012), "1989" (2014) e "Reputation" (2017)
Taylor Swift junto dos seus seis primeiros álbuns para anúncio da recuperação. Foto: Reprodução/X/@taylorswift13

 

Swift havia perdido os direitos autorais dos primeiros seis discos (o autointitulado “Taylor Swift”, “Fearless”, “Speak Now”, “Red”, “1989” e “Reputation”, em ordem de lançamento) em 2019, quando a gravadora Big Machine Records, que detinha suas masters, foi vendida para o empresário Scooter Braun. 

Na época, Taylor disse que não teve a chance de comprar o próprio catálogo e descreveu a situação como “o pior cenário possível”. Um ano depois, em 2020, Braun revendeu os direitos para a Shamrock Holdings por cerca de US$300 milhões. A cantora alegou que, novamente, não houve a possibilidade de compra e declarou em comunicado oficial que essa foi a segunda vez em que sua arte foi vendida sem o seu conhecimento.

A lide pela recuperação de suas masters influenciou outros cantores a exigirem contratos que deixem o controle de seus catálogos para si mesmos, como por exemplo Olivia Rodrigo. “É tão libertador poder dizer o que você quer, se expressar e poder controlar sua vida e sua arte”, disse em entrevista para o Today Show.

A luta de artistas pelo direito de suas canções não é um caso isolado. Nos anos 1990, Prince travou uma batalha  pelo controle de suas masters contra a Warner Bros. Records, chegando a escrever a palavra “escravo” em seu rosto como forma de protesto e a mudar seu nome artístico por um símbolo inominável, que misturava os sinais dos gêneros feminino e masculino,  sendo chamado de “O Artista Anteriormente Conhecido Como Prince” durante sete anos. 

No Brasil, Gilberto Gil ganhou um processo contra a mesma gravadora, reivindicando para si o direito de assumir a gestão de seu catálogo musical.

 

A volta por cima

Taylor Swift aproveitou uma brecha contratual que permitia a regravação de seus primeiros álbuns e começou a relança-los como meio de dominar sua discografia. Intitulados Taylor’s Version – ou “versão da Taylor”, em tradução livre, o projeto se iniciou em 2021 com o disco “Fearless”, que garantiu o álbum do ano para a cantora em 2008. 

Além das faixas já conhecidas pelo público, a regravação ainda contou com seis músicas inéditas, originalmente descartadas na primeira versão, apelidadas de “From The Vault” (“Direto do Cofre”, em tradução livre) pela artista.

Em novembro do mesmo ano, Swift lançou o “Red (Taylor’s Version)” e alavancou a qualidade das regravações, dirigindo um curta-metragem para a versão de 10 minutos da canção All Too Well, um clipe para a faixa From The Vault “I Bet You Think About Me” e fechando uma parceria com a rede de cafés Starbucks. A possibilidade de reviver as eras antigas da cantora animou os fãs, que ficaram ávidos pelas regravações posteriores, criando teorias sobre quando sairiam as próximas. 

Cantora Taylor Swift usando um body rosa durante o ato "Lover", na turnê The Eras Tour
Taylor Swift possui a turnê mais lucrativa da história. Foto: Reprodução/X/@taylorswoft13

 

O relançamento dos álbuns “Speak Now” e “1989” só vieram depois, em 2023. Nesse intervalo de tempo, Taylor lançou os CDs inéditos “Midnights” e “The Tortured Poets Department” sob a gravadora Republic Records, além de entrar em turnê com a bilionária The Eras Tour, que celebrava cada fase da carreira. 

“Reputation” e o debut “Taylor Swift” não chegaram a ver a luz do dia, uma vez que a cantora conseguiu comprar o catálogo novamente com a Shamrock. Na carta divulgada, ela explica que já regravou todo o álbum de estreia e gosta de como ele soa agora. Em contrapartida, não chegou a trabalhar em um quarto do Reputation. 

“O álbum foi tão específico para aquele momento da minha vida, e eu continuava esperando reencontrar aquele apoio emocional para recriá-lo. Toda aquela postura desafiadora, aquele espírito inquebrável – eu precisava reencontrar isso para fazer o Rep TV.”, escreveu. Ela não desanima sobre a possibilidade de relançar eles e diz que “esses dois álbuns ainda poderão ter seus momentos de renascimento, quando a hora certa chegar, se isso for algo que vocês [fãs] ficariam animados em ver. Mas se acontecer, não será mais a partir de um lugar de tristeza e saudade do que eu gostaria de ter”. 

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13 canções solo e três faixas conjuntas celebram o 10º aniversário de um dos grupos mais influentes do K-pop
por
Ana Julia Bertolaccini
Natália Perez
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29/05/2025 - 12h

Os 13 membros do grupo de K-pop, Seventeen, comemoraram  dez anos de sucesso com um álbum que combina as palavras em inglês 'birthday' (aniversário) e 'burst' (estouro) para expressar a energia única do grupo. Lançado na última segunda-feira (26), “Happy Burstday”, expõe o desejo contínuo do grupo de se reinventar e se aventurar em novos estilos, sem perder a essência. 

Dez anos atrás, em 26 de maio de 2015, o recém formado “Seventeen”, até então administrado pela pequena empresa Pledis Entertainment, fez seu debut com o hit "Adore U” (아낀다). Apesar de serem muito novos - o membro mais velho, S.Coups, tinha apenas 19 anos na época - o grupo sempre fez questão de produzir suas próprias músicas. 

Woozi, principal produtor do grupo, carrega até hoje o recorde de artista mais novo a se tornar parte da Associação de Copyright Musical Coreana (KOMCA) com créditos em composição, arranjo e produção em quase 200 canções. 

 Burst Stage, um show sem igual 

Para comemorar uma década da formação do grupo, o Seventeen preparou um show especial gratuito nomeado como “B-Day: Party Burst Stage” que aconteceu no domingo (25). De forma inédita para um grupo de K-pop, toda a estrutura para o show foi montada na ponte Jamsu sobre o rio Han, ponto central da metrópole de Seul, na Coreia do Sul. 

A performance de quase 2 horas contou com músicas marcantes do grupo, fogos de artifício e a primeira apresentação ao vivo das novas músicas do álbum, que só seria lançado no dia seguinte. As autoridades sul-coreanas estimam que o evento reuniu cerca de 60 mil Carats, nome dado aos fãs do grupo. O show também foi transmitido online de maneira simultânea pelos canais oficiais do grupo. 

“Performar aqui é realmente impressionante”, comentou o integrante DK durante a apresentação. “É tudo graças às nossas Carats. Nada disso seria possível sem vocês”, completou.

Mesmo após uma década de carreira juntos, os membros reafirmam o compromisso de manter o grupo unido. "Seventeen desafiará a eternidade", declarou o membro Hoshi durante o fanmeeting do grupo em Osaka, ocorrido em março. A frase foi tão marcante que se tornou adorno do exterior do prédio da sede da HYBE, atual empresa do grupo no centro de Seul. 

Além do palco, outras áreas no entorno da ponte foram preparadas para receber os fãs, como o parque Banpo Hangang que transmitiu o show por grandes telões. Alguns fãs foram além, assistindo a apresentação em barcos alugados no rio.

Durante o fim de semana, um espaço chamado “Seventeen History Zone” funcionou como uma espécie de museu da trajetória do Seventeen, colocando em exibição os aneis de grupo de cada um dos membros, que se reúnem em uma cerimônia de troca de aneis a cada novo álbum completo lançado.

Mensagem para o Brasil

A jornalista Isabela Gadelha, da CNN Brasil, conseguiu uma entrevista exclusiva com o Seventeen para o quadro “K-tudo CNN” e um vídeo especial para os fãs brasileiros. Em live na última terça-feira (27), foi ao ar uma matéria completa sobre os dez anos de carreira e o lançamento do novo álbum, com perguntas e respostas que explicam como é a convivência entre os membros do grupo e mostram um pouco da singularidade de cada um deles.  De acordo com DINO, o integrante mais novo da formação, todos convivem como irmãos, sem formalidade. 

Isabela, que já é jornalista de Kpop há 3 anos, contou à Agemt que conseguiu unir sua paixão ao profissionalismo nas perguntas da entrevista e aproveitou para tirar dúvidas pessoais sobre o grupo, que é um dos seus favoritos da indústria. 

“Eu sinto que ainda não caiu a ficha porque foi tudo muito rápido. Imagina quantos veículos no mundo todo estão tentando? Tive a oportunidade de tirar dúvidas minhas como fã, como a questão da linguagem informal deles e as reuniões mensais que eles fazem. É meio surreal porque ser fã de um grupo que é muito famoso torna tudo mais difícil de conseguir”, relatou. 

“Isa” conta que sempre fica um pouco nervosa antes de ouvir um álbum de um artista que ama e sempre se questiona: “e se, dessa vez, eu não gostar?”. Apesar disso, ela afirma que o Seventeen sempre a surpreende positivamente. Para ela, o “Happy Burstday” chamou a atenção especialmente pelos solos, que foram uma maneira dos fãs conhecerem melhor cada integrante. “Alguns até me surpreenderam com o gênero que escolheram cantar. Wonwoo, por exemplo, eu não esperava uma música tão doce”, disse. 

De acordo com a jornalista, ser um grupo autoproduzido e com liberdade criativa é o grande diferencial. “Eles se inspiram na vida pessoal, na amizade, nas interações com os fãs e nas fases de vida que vivem. Canções como 'Kidult', 'Circles' e 'I don't understand but I love you' nasceram assim e se tornam ainda mais especiais para nós fãs.”

Responsável pela entrevista e por trazer a mensagem em vídeo de 4 membros do grupo aos fãs brasileiros, Isabela disse que ficou muito feliz ao ter a possibilidade de aproximá-los do Brasil. “Em 10 anos de carreira eles nunca vieram ao Brasil e uma mensagem como essa dá uma esperança de que ‘vem aí’, sabe? Espero que mais interações venham no futuro! Queria eles no Brasil, dançando Super versão Forró, tomando uma caipirinha”, finaliza. 

Faixa a faixa: uma análise de Happy Burstday

Com um conceito ousado e inspirações artísticas visuais e musicais que remetem a um estilo mais alternativo, o single promocional “THUNDER” tem um refrão chiclete e um instrumental um pouco mais barulhento do que o estilo de música que o Seventeen costuma apresentar. 
Embora ainda não chegue a ser considerado um “panelaço”-  maneira como os fãs se referem a canções mais energéticas do Kpop - nota-se um fundo mais marcante e eletrônico em sua composição, que é viciante e cativante. 

A ideia de comemoração está presente em todo o disco. Um conceito que não é assim tão novo, uma vez que o grupo já trouxe a ideia de celebrar os maiores hits e composições mais importantes de toda a sua carreira no álbum “Seventeen is Right Here”, lançado em 29 de abril de 2024. Apesar disso, é visível que eles não vivem apenas de passado e sempre incorporam novidade e criatividade às suas obras. 

O “Happy Burstday” é composto por 16 faixas, sendo três delas gravadas em conjunto (com exceção de Jeonghan que já cumpria serviço militar quando as gravações se iniciaram). As outras 13músicas são solos de cada um dos integrantes, incluindo as canções de Wonwoo e Jeonghan, que terminaram de gravá-las antes do alistamento. 

“HBD” parece uma canção de aniversário pensada exatamente para o Seventeen. Seu instrumental, no entanto, lembra um pouco o Pop-Rock de Avril Lavigne e 5 Seconds of Summer, mas sem deixar de lado as características exclusivas do pop coreano. A terceira música do álbum, com todos os integrantes e produzida por Pharrell Williams, “Bad Influence”, é menos alegre e divertida e brinca com um ritmo mais sedutor. A faixa foi trilha sonora do desfile da Louis Vuitton na Paris Fashion Week na França, em janeiro deste ano. 

As produções solo são bem autênticas e distintas umas das outras, provando mais uma vez que eles são um grupo versátil e que sabe trabalhar com diferentes gêneros musicais e manifestações artísticas. “Shake if off”, primeira música solo de Mingyu, um dos rappers do grupo, se inspira no estilo tech house, uma evolução da música eletrônica. A canção foi classificada como inapropriada para transmissão na KBS (Korean Broadcasting System), um dos principais canais do país. O motivo é a letra, que segundo a emissora, possui “expressões sexualmente sugestivas”. 

“Skyfall (THE 8 solo)”  também traz influências eletrônicas, mas com uma forte identidade pessoal que já é conhecida de outras composições, como “Orbit”, faixa de seu projeto solo “Stardust” lançado em dezembro de 2024.

As batidas aceleradas e divertidas de “Gemini” de Jun e “Trigger” de Dino reforçam a estética de comemoração. Já Hoshi, apesar de ser visto sempre como a presença mais elétrica do grupo nos shows e apresentações, retomou um pouco da estética teatral e sensual na nova canção “Damage”, que foi co-produzida por Timbaland, um ícone dos anos 2000. 

“Happy Virus” traz a voz inconfundível de DK como centro da composição, que como de costume, transmite a sensação de conforto. “Jungle”, de S.Coups, é o que era esperado do líder da unit de Hip Hop do Seventeen, com uma batida mais forte, que acompanha sua autenticidade ao cantar. Vernon trouxe mais um pouco do “Pop rock” em “Shining Star” com um instrumental mais pesado e a forte presença da guitarra em uma faceta mais romântica do gênero. 

“Destiny”, do principal compositor do grupo e líder da vocal line, Woozi, é uma das músicas mais emocionantes do álbum. De acordo com Bumzu, um dos principais nomes por trás de diversas canções do Seventeen ao longo da carreira, “foi uma música feita através de muito pensamento”. 

No mesma linha musical estão “Raindrops” de Seungkwan, “Fortunate Change” de Joshua e “Coincidence” de Jeonghan, esta que emociona os fãs com um instrumental mais clássico, somado a maneira sensível de cantar, a qual já não é executada ao vivo desde que o integrante iniciou o serviço militar em 26 de setembro do ano passado. 

Por fim, 99,9% do membro Wonwoo segue com a inspiração tradicional e clássica, com o piano e instrumentos de sopro em evidência, colocando a emoção como ponto central da composição, diferentemente do que costuma ser apresentado por ele, que também é parte da unit de Hip Hop do grupo. 

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Seventeen em imagem promocional para o álbum “Happy Burstday”. (Foto: Instagram/@saythename_17)
 


Recordes nos Charts

A expectativa pelo mais novo comeback do Seventeen foi visível já na liberação do pré-salvamento de “Happy Burstday”. O Spotify, por exemplo, divulgou no dia 21 de maio que o álbum estava entre os dez mais aguardados do mês na plataforma, ao lado de nomes como Lorde, Ed Sheeran e Green Day.

Segundo a SVT Billboard, logo nas primeiras horas de lançamento, a faixa principal do álbum, “THUNDER”, alcançou o primeiro lugar em 22 países - inclusive no Brasil no ITunes. A música também se tornou a primeira no TOP 100 da MelOn, principal plataforma de streaming musical coreana. Ao longo do primeiro dia, as 16 faixas do álbum atingiram o topo do ranking da plataforma. Poucas horas depois, o Seventeen estabeleceu um recorde como o primeiro grupo idol no país a ocupar simultaneamente as 16 primeiras posições do ranking com todas as músicas de um mesmo álbum. 

Além disso, a plataforma Hanteo registrou mais de 2.260.000 cópias vendidas nas primeiras 24 horas. O número não só é o maior de 2025 até o momento, como também coloca “Happy Burstday” entre os dez mais vendidos no dia de estreia em toda a história da plataforma, ranking que já contava com a presença de outros cinco álbuns do Seventeen: FML (2023); Seventeen Heaven (2023); Spill The Feels (2024) e 17 is Right Here (2024). Os dois primeiros citados, respectivamente, ocupam o primeiro e segundo lugar com mais de 3.200.000 cópias vendidas nas primeiras 24 horas de lançamento.   
 

 

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Banda faz uma pausa na carreira, suspende shows em novembro e apresentação na COP30
por
Lucca Andreoli
João Pedro Lindolfo
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26/05/2025 - 12h
Foto do show em Manchester, 3 de junho de 2023 Imagem: Raph_PH
Foto do show em Manchester, 3 de junho de 2023
Imagem: Raph_PH

A banda Coldplay cancelou a turnê que faria no Brasil em novembro deste ano, que incluiria cerca de dez apresentações. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o grupo decidiu fazer uma pausa na carreira e, por isso, suspendeu toda a agenda na América do Sul. 

No entanto, não houve pronunciamento ou qualquer confirmação oficial até agora. A banda era aguardada para uma apresentação na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA). 

Em 2022 a banda passou pelo festival Rock in Rio e em 2023 esteve no Brasil pela última vez para 11 shows. A apresentação na COP30 seria a primeira vez da banda no Pará, algo que Chris Martin, vocalista do grupo, já demonstrava interesse. 

No ano de 2021, em uma postagem no X (antigo twitter) sobre ações climáticas, o cantor mencionou o governador do Pará, Helder Barbalho, convidando-o para assistir ao show deles no Global Citizen.

Durante a passagem da banda no Brasil em 2023, os integrantes tiveram um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o convite para a COP30 foi feito.

Lula, Chris Martin e Janja reunidos em 2023— Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução
Lula, Chris Martin e Janja reunidos em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

De acordo com o colunista, a apresentação em Belém ainda deve acontecer, informação garantida pelo governo paraense. A dúvida que resta é se Chris Martin estará sozinho ou acompanhado pelo grupo.

Reconhecido por projetos globais e atuação ambiental, deixa seu legado em imagens
por
Iasmim Silva
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23/05/2025 - 12h

Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos da história, morreu aos 81 anos nesta sexta-feira (23). A informação foi confirmada em nota pelas redes sociais do projeto ambiental, Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa, a ambientalista Lélia Wanick.

A causa da morte foi leucemia grave decorrente de complicações da malária que contraiu na Indonésia, em 2010, quando trabalhava no seu ensaio “Gênesis”.

Nascido em 1944, em Aimorés (MG), formou-se em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Com mestrado pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado pela Universidade de Paris, trabalhava na Organização Internacional do Café (OIC) quando em 1973 deixou o emprego para se dedicar exclusivamente à fotografia, o que até o momento era apenas um hobbie incentivado por sua esposa que, em 1970, o presenteou com a câmera Pentax Spotmatic 2. 

foto, Xamã Yanomami em ritual antes da subida do Pico da Neblina
Xamã Yanomami em ritual antes da subida do Pico da Neblina. Reprodução: Instagram/Sebastião Salgado.

Além de percorrer 120 países, ser reconhecido mundialmente, ter livros publicados, documentários e exposições eternizando seus feitos fotográficos, assumiu, com o Instituto Terra, uma autorresponsabilidade ativa abrindo frentes de ação prática para o reflorestamento da Mata Atlântica, educação ambiental e promoção do desenvolvimento sustentável da bacia do Rio Doce.

Suas obras buscam elevar a dignidade humana com um olhar sensível para os povos originários, as raízes da Amazônia e a dura vida dos trabalhadores rurais. Com esse objetivo, registrou diferentes realidades ao redor do mundo com um foco voltado à pobreza, às injustiças e à beleza humana, retratadas em seus ensaios mais reconhecidos nos livros “Trabalhadores” (1993), “Terra” (1997), “Êxodos” (2000), “Gênesis” (2013) e “Amazônia” (2021).

Imagem em preto e branco da serra pelada mostrando milhares de garimpeiros
Serra Pelada, 1986. Reprodução: Instagram/Sebastião Salgado.

Conhecido pela sua marca registrada com fotos em preto e branco, contou histórias do Brasil e de outros países através dos seus ensaios fotográficos documentais, sendo o mais emblemático deles o da Serra Pelada, a maior mina de ouro a céu aberto do mundo, localizada no leste do Pará. Salgado a visitou em 1986 e capturou com maestria um cenário brutal em termos sociais, ambientais e econômicos.

Em “Trabalhadores”, seu registro histórico mundialmente conhecido, ele retrata trabalhadores industriais e agrícolas oprimidos da América do Sul, buscando reconhecer homens e mulheres em condições precárias de trabalho e má remuneração, na obra é exposta a resistência dessas pessoas contra as probabilidades ao seu redor.

Trabalhadores de empurrando uma carroça, um deles com um bebê na costa. Alguns andando ao lado. Trabalhadores da industria de carvão na India. Foto em preto e branco
Trabalhadores de indústria de carvão na Índia, 1994. Reprodução: Instagram/Sebastião Salgado.
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“Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma” o fotógrafo relatou em entrevista ao jornal Zero Hora, no ano de 2014.  

Foi membro da Academia de Belas-Artes de Paris, embaixador da Boa Vontade do UNICEF, membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos desde 1992, recebeu a Medalha do Centenário e Bolsa Honorária da Royal Photographic Society (HonFRPS) em 1993, e a Comenda da Ordem do Rio Branco no Brasil.

Sebastião morava em Paris, na França, com sua esposa, com quem teve dois filhos, Juliano e Rodrigo. Juliano Salgado é cineasta e foi codiretor do documentário “O Sal da Terra”, premiado no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, a obra retrata a trajetória de Salgado desde seus primeiros ensaios até “Gênesis”. 

Chegou à França com a esposa, no final da década de 1960, como exilado político. Fugindo da repressão imposta pela ditadura militar no Brasil, o casal teve seus passaportes cassados pelo regime. Para permanecer legalmente no país, precisaram recorrer a uma liminar na Justiça. “Nós nos tornamos refugiados aqui na França, e depois imigrantes”, relembrou Salgado em postagem no Instagram, ao falar sobre seus sentimentos em relação à situação de imigrantes refugiados.

Sebastião Salgado construiu um dos mais importantes legados para a história do fotojornalismo e deixa documentada em suas fotografias uma vida de luta através do ativismo humanitário e ambiental.

 

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Festival ocupa o Parque Ibirapuera com programação que inclui música pop e eletrônica
por
João Pedro Lindolfo
Lucca Fresqui
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21/05/2025 - 12h

O C6 Fest 2025, que acontece entre os dias 22 e 25 de maio no Parque Ibirapuera, em São Paulo, chega à sua quarta edição neste ano. O festival busca em sua curadoria, focar na diversidade de estilos e valorizar nomes tanto do cenário nacional, quanto do internacional.

Nesta edição, o evento mantém o mesmo formato: dois dias dedicados ao jazz e a uma programação de shows em palcos tanto ao ar livre quanto em espaços fechados.

Apesar do nome recente, a história do C6 Fest começou há exatos 40 anos, com o famoso Free Jazz Festival, formado pelas irmãs Sylvia e Monique Gardenberg, fundadoras da Dueto Produções. Nos anos 2000 o projeto assumiu o nome de Tim Festival, e ressurgiu em 2023 com apoio da agência C6 Bank.

A curadoria continua ainda sob a supervisão de Monique Gardenberg, que aposta em um formato mais intimista e artístico. O festival se destaca por promover shows baseados no contexto mais artístico do que no entretenimento de massa.

A expectativa para esse ano é de que o público alcance mais de 27 mil visitantes, número superior ao da edição anterior(2024).

Para acomodar melhor as atrações e facilitar a parte técnica, o festival ampliou a programação para quatro dias. Os shows ao ar livre acontecem em diferentes áreas do parque, como a Arena Heineken (em frente ao auditório) e a Tenda Metlife, próxima ao edifício Pacubra.

Entre os nomes internacionais confirmados estão os franceses do Air, que apresentam o icônico “Moon Safari” na íntegra, além da lenda do funk Nile Rodgers acompanhado da banda Chic. O festival também traz Wilco, referência do rock alternativo norte-americano, e os britânicos do Pretenders. Outros destaques incluem o retorno explosivo do Gossip, liderado por Beth Ditto, e o pop de Perfume Genius.

O produtor britânico A.G. Cook, conhecido pelo trabalho com Charli XCX no disco “Brat”, representa a vanguarda da música eletrônica, enquanto o grupo The Last Dinner Party, revelação do art pop britânico, marca presença com um show bastante aguardado. 

Completam a seleção internacional nomes como Stephen Sanchez, jovem norte-americano que resgata o charme retrô das baladas dos anos 50, a cantora Cat Burns com seu soul pop intimista, a paquistanesa Arooj Aftab fundindo tradição e jazz contemporâneo, Brian Blade com sua Fellowship Band, a inventiva Meshell Ndegeocello, e o coletivo ganês SuperJazzClub, trazendo uma visão afro-futurista da música urbana.

Já entre os artistas brasileiros, destaca-se o show especial de Seu Jorge, intitulado “Baile à La Baiana”, o pianista Amaro Freitas, um dos maiores nomes do jazz nacional, a cantora Agnes Nunes, com sua nova MPB, o bandolinista Hamilton de Holanda, o multi-instrumentista Mestrinho, além dos DJs Marky e Della Juices, representantes da cena eletrônica nacional.

 

Line-up e horários de cada show no festival.
Line-up e horários de cada show no festival. Foto: Divulgação/C6Fest

 

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O projeto une duas culturas periféricas, contando um pouco da história dos artistas
por
Guilbert Inácio
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20/02/2025 - 12h

O EP, “Falando com as Favelas”, lançado na última segunda-feira (17), tem chamado a atenção do público corintiano. O projeto tem quatro faixas, trazendo, por meio do funk e do futebol, uma mensagem sobre superação e fomento de cultura para as periferias do mundo.

Memphis e MC Hariel, de óculos, estão centralizados. Há pessoas ao redor dos dois fazendo diferentes sinais com as mãos
Memphis Depay e MC Hariel com um grupo de pessoas em Gana / Foto: Renan Miranda

Sobre o EP

Além das faixas, o projeto tem videoclipes em que boa parte das gravações foram feitas em Gana e Vila Aurora, periferia da zona norte da capital paulista, onde Hariel nasceu e cresceu.

Na primeira faixa, “Falando com as Favelas”, Hariel fala sobre a necessidade de acesso à cultura e informação nas comunidades e a importância de ouvir e fomentar os sonhos das crianças, os quais podem auxiliá-las a seguir um rumo diferente do ambiente hostil em que vivem, fazendo um paralelo com uma parte na qual Memphis aborda seus traumas de infância. 

O jogador foi abandonado pelo pai aos quatro anos de idade, apanhava dos filhos de seu padrasto, começou a consumir e traficar drogas ainda na adolescência, mas tudo isso foi superado quando começou a jogar futebol. O holandês reforça na música que seu propósito é maior do que fama, e por isso doa sua alma para as crianças que buscam um futuro melhor.

A segunda faixa, “Peita do Coringão”, traz um outro artista, MC Marks. A música fala um pouco sobre a experiência de viver o Corinthians, trazendo o icônico "poropopó", um dos cantos da torcida alvinegra, a qual canta o jogo todo apoiando o time, além de reconhecer a raça e as origens do time no povo. "Alegria do povo, que vestiu preto e branco, foi pra rua de novo, olha o bando de louco", canta MC Marks.

MC Hariel, de óculos, está em cima de um carro com as mãos para o alto. Há uma pessoa ao seu lado segurando uma bandeira do Corinthians. Ao redor do carro, há pessoas com mascaras.
Bandeira do Corinthians estampa vários takes dos videoclipes do EP / Foto: Renan Miranda

 

A terceira faixa “Suor e Sangue” é um funk superação. O destaque fica para a frase: "quem é bom, não tem que ser bonzinho" dita ao Hariel por sua mãe, Karin Christine, a qual ele se refere na música como "a guerreira” que o guiou. Ao “Altas Horas”, o artista comentou que, quando era criança, sua mãe deixava o rádio o dia inteiro ligado, e isso o ajudou a entender melhor o mundo da música. Assim como Memphis que ascendeu pelo futebol, Hariel ascendeu pelo Funk.

O EP finaliza com a faixa “Renascer” com uma pegada sentimental e otimista. A música retoma as dificuldades de Memphis e Hariel na vida, reforçando que, mesmo que as pessoas desacreditem de seu futuro e matem sua esperança, é bom crer que o amanhecer trará algo melhor e que o sorriso das crianças curam o medo e a tristeza do passado.

Dois personagens distintos se unem no projeto, mas como eles se ligam?

Em um ambiente fechado, Memphis está sentado, abraçando uma criança. Outras crianças aparecem ao lado e ao fundo.
Memphis presente em seu projeto social com crianças ganesas / Foto: Boris Letterie

Memphis é um jogador holandês que começou sua carreira como profissional aos 17 anos, em 2011, no PSV Eindhoven (Holanda). Com a boa atuação no clube, o jogador foi convocado para a seleção holandesa para jogar a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil.

Um ano depois, Memphis saiu do PSV e foi para a Inglaterra jogar no Manchester United, onde jogou por 1 ano e meio. De lá pra cá, o holandês passou por Lyon (França), Barcelona (Espanha) e Atlético de Madrid (Espanha). 

O jogador também tem um projeto social, Memphis Foundation, que apoia e fomenta o acesso à educação, esporte e cultura para 24 mil jovens cegos e surdos de Gana, país em que o holandês tem raízes familiares.

Em 2024, perto do fim de seu contrato com o time de Madrid, Memphis ficou livre para negociar com outros clubes, surgindo assim o interesse do Corinthians.

Memphis, que começou carreira musical em 2018, tem uma música chamada “2 Corinthians 5:7”. Embora a referência seja bíblica, a música inflamou a torcida corintiana que clamou pela sua vinda.
 
Pedro Silveira, diretor financeiro do timão, foi o principal responsável pela contratação do holandês. Em setembro de 2024, em busca de novos ares, Memphis desembarcou no Brasil para jogar no clube do Parque São Jorge cuja casa, Neo Química Arena, já era uma velha conhecida do holandês.

Em 2014, no terceiro jogo da Holanda na fase de grupos, contra o Chile, Memphis marcou seu primeiro gol no estádio alvinegro sem saber que, dez anos depois, esse estádio seria sua casa. O jogador, atualmente, soma oito gols e sete assistências com a camisa do Corinthians, time de coração de MC Hariel.

Hariel Denaro Ribeiro, conhecido popularmente como MC Hariel, é filho de Celso Ribeiro, membro da banda “Raíces da América”. A infância do cantor foi em um ambiente cercado pela música, mas também por drogas. Seu pai morreu por causa de dependência química. Seus tios também tinham vícios e sua mãe era alcoólatra, mas conseguiu sair do vício para cuidar do filho. Hariel contou à Marcelo Taz, em entrevista ao programa “Provoca” da TV Cultura, que sua mãe o incentivou a seguir um rumo diferente dos seus familiares.

O artista antes de fazer sucesso com o funk, em sua adolescência, chegou a trabalhar como entregador de pizza, operador de telemarketing, auxiliar de gesseiro, entre outras profissões. 

Hariel começou a carreira musical com 11 anos, mas o sucesso veio aos 15, em 2014, com a música "Passei Sorrindo". Hoje, com 16,7 milhões de seguidores no Instagram e 7,9 milhões de ouvintes mensais no Spotify, Hariel acumula hits como “Lei do Retorno”, “Maçã Verde”, "Vergonha pra Mídia" e “Ilusão Cracolândia”. Seu último projeto, foi o álbum “Funk Superação” trazendo feats de diferentes nichos da cena musical como Gilberto Gil, Kyan, IZA, Péricles e Ice Blue.

Hariel tem uma música em homenagem ao Corinthians, “Manto do Timão”, e em 2021, fez um show na live de comemoração de 111 anos do clube alvinegro. Na ocasião, o cantor evitou cantar a frase “Jack de Maçã Verde” de uma de suas músicas e tirou o símbolo da Lacoste, patrocinadora do funkeiro, do Boné, em respeito ao clube preto e branco cujo rival, Palmeiras, tem o verde como cor principal.

“Não sei quando me tornei corintiano, não sei se nasci corintiano ou se o Corinthians nasceu em mim, só sei que antes de ser corintiano eu não existia. Parabéns Corinthians, obrigado por tudo. De glórias e vitórias, 111 anos. Sempre altaneiro és do Brasil o clube mais brasileiro.” Hariel, horas antes da live, em seu Instagram.

O encontro de Memphis com Hariel se deu por meio do DJ André Nine que, ao saber do interesse do jogador de conhecer artistas brasileiros, convidou Hariel a ir a um estúdio conhecer o jogador. Hariel contou ao Serginho Groisman no programa “Altas Horas” da Globo que foi ao estúdio para conhecer um ídolo, mas encontrou um parceiro de composição. 

A sintonia de ambos foi imediata e no dia do encontro, os dois fizeram três músicas que compõem o EP. Memphis também contou no programa que já conhecia o trabalho de Hariel e que juntos, eles têm uma mensagem importante para passar ao mundo.

Memphis tem um apreço pela cultura brasileira e já visitou algumas periferias e favelas do estado de São Paulo. No “Altas Horas”, ele conta que conhece periferias na Holanda e em Gana, mas queria conhecer as do Brasil, por entender que há distinções entre as localidades. Ele complementa que foi bem recebido pelos brasileiros e que, para ele, é importante esse contato com as pessoas.
 

Memphis e outras pessoas estão em frente a um muro, no qual há uma pintura do jogador
Memphis em frente ao grafite do coletivo Raxa Kuka no bairro Jardim Sílvio Sampaio de Taboão da Serra, São Paulo / Foto: Rodrigo Coca

No EP, embora os artistas sejam de contextos históricos distintos, ambos se ligam no Brasil pelas suas raízes familiares, sociais, culturais e profissionais.

"BRASIL há noites em que derramo lágrimas porque você me permitiu ser eu mesmo sem julgamento e isso me toca profundamente, OBRIGADO. O Brasil me faz perceber que estou me curando de minhas cicatrizes profundas no momento, e essa nova jornada parece um novo começo de vida! Meu primeiro projeto musical com @mchariel é para as pessoas que precisam de cura, para as pessoas que amam música e para todos que querem se unir. Falando com as Favelas está se movendo com o espírito da luz! Estamos todos juntos nisso.” Memphis na última terça-feira (18), em seu perfil do Instagram.

 

 

 

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Confira horários, atrações, personalidades e games do festival
por
Marcelo Barbosa
|
06/12/2024 - 12h

O maior evento de cultura pop da América latina está de volta e, mais uma vez, traz personalidades de destaque no mundo do entretenimento. As atrações estão para acontecer entre os dias 4 e 8 de dezembro no São Paulo Expo, Zona Sul da cidade de São Paulo. É possível acompanhar diversos palcos, com diferentes temáticas para todos os gostos.


multidão andando na CCXP de 2019/ Imagem: site CCXP
Multidão andando na edição de 2019/ Imagem: Site da CCXP

Na noite de quarta-feira (4), a abertura oficial contou com a pré-estreia de “O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim”. Já na quinta (5), o destaque fica por conta da presença de Vincent Martella, ator e dublador norte-americano famoso pelo papel em “Todo Mundo Odeia o Chris”. Outro convidado de peso é Misha Collins, conhecido por interpretar o anjo Castiel na série “Supernatural”, além de atuar como ativista e escritor.

O Palco Thunder by Claro tv+, com capacidade para 3 mil pessoas, será repleto de grandes atrações, incluindo artistas nacionais e internacionais do cinema e da televisão. Também estão programadas pré-estreias, lançamentos de trailers e rodas de conversa. Já no Palco Ultra, o foco será em debates e palestras, como a de Geoff Johns, roteirista e produtor renomado no universo dos quadrinhos e do cinema; sobretudo, da DC Comics.

Na sexta-feira (6), o evento contará com a participação de Giancarlo Esposito, ator norte-americano que deu vida ao icônico personagem Gus Fring em “Breaking Bad”. Outra atração será uma mesa com representantes da produtora Gullane, responsável por filmes como “Bicho de Sete Cabeças” e pela série “Senna”, além de novos projetos como “Motel Destino” e a animação “Arca de Noé”.

No sábado (7), os atores Matheus Nachtergaele e Selton Mello debaterão sobre a aguardada sequência de “O Auto da Compadecida”, explorando as novas aventuras dos inesquecíveis personagens João Grilo e Chicó.

Encerrando a programação no domingo (8), acontecerá a pré-estreia de “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, produção da Mauricio de Sousa Produções dirigida por Fernando Fraiha. O elenco principal, incluindo Isaac Amendoim (Chico Bento) e Anna Julia Dias (Rosinha), estará presente nos debates. O filme chegará aos cinemas em 9 de janeiro.


                                                               ingressos

Os ingressos variam conforme a modalidade escolhida. A opção mais completa, por R$ 3,3 mil, inclui passeio guiado antes da abertura oficial e acesso prioritário aos quatro dias de evento. Ingressos individuais custam R$ 200, enquanto o pacote para os quatro dias sai por R$ 800. Outras opções incluem pacotes VIP, com preços entre R$ 1,8 mil e R$ 2,5 mil, que oferecem atividades exclusivas, descontos e fotos ou autógrafos de artistas convidados.


A CCXP é inspirada na Comic Con que ocorre em San Diego (California) anualmente. Ela chegou ao Brasil em 2014 trazida pelas empresas Omelete Company, Piziitoys e Chiaroscuro Studios. Desde então, ela se tornou um dos maiores festivais de cultura pop do mundo.

 

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Caracterizada como a sociedade da audição ansiosa, veja como a produção musical mudou nos últimos anos
por
Vítor Nhoatto
|
03/12/2024 - 12h

Foi-se o tempo em que 3 minutos eram pouco para uma história ser contada em forma de música. Com a chegada das redes sociais e a dinamicidade de hoje o comportamento humano mudou, e a forma como se faz uma canção também. A atenção precisa ser captada rapidamente e quanto maior for o número de plays melhor, afinal, tempo é dinheiro.

Economia da atenção

O psicólogo Herbert Simon criou o termo ‘economia da atenção' na década de 1970 para se referir a essa nova conjuntura social ocasionada pela aceleração da comunicação. Criou-se uma disputa do foco dos usuários devido a abundância de informações e distrações o tempo todo. Cada vez há mais textos, os quais se tornam menores e mais diretos. E os áudios inundam os smartphones, sendo escutados na velocidade 2 para não se perder tempo.

A atenção das pessoas é um recurso limitado como define o autor, e com um bombardeamento de dados e estímulos cada vez maior, mais difícil é fazer com que alguém pare e perceba algo de fato. No caso da música, já nos primeiros segundos o ouvinte deve ser surpreendido para não ‘pular’ a faixa, e nada mais longo que três minutos.

Considera-se com isso a audição das novas gerações como ansiosa e a indústria musical inevitavelmente teve de se adaptar, como alega Luiza Studart, responsável pela área de parcerias com as plataformas de streaming da distribuidora Believe Brasil. “Enquanto antes víamos músicas com 3 versos, ponte e refrão, hoje temos faixas que já começam no refrão buscando chamar a atenção do público”.

Faixas como ‘Bohemian Rhapsody’ do Queen e ‘Mirrors’ de Justin Timberlake, ambas com mais de 5 minutos de duração, provavelmente seriam diminuídas hoje. Além disso, seus formatos seriam diferentes para diminuir o risco de o ouvinte ficar entediado ainda no verso.

Um levantamento da revista norte-americana Billboard de 2022 constata esse movimento nas últimas décadas. O tempo médio das músicas da Hot 100 - uma das mais importantes paradas de sucesso do mundo - diminuiu de 4:10 em 2000 para 3:07 em 2022. Além disso, das dez músicas mais tocadas naquele ano, quase metade tinham menos de 3 minutos.

Para Yngryty Nascimento, estudante, produtora de conteúdo digital e streamer desde 2021, a sua relação com a música é fortemente impactada pela lógica atual. “No meu dia a dia eu não costumo ouvir músicas tão longas, tenho “mania” de pular a música e quase nunca escuto inteira porque eu enjoo facilmente”. 

Era da viralização

pessoa segurando celular com música tocando na tela
Plataformas de streaming e as redes sociais mudaram o formato de consumo musical e diminuíram as músicas - Foto: Splash / fhavlik

Não bastando esses novos padrões comportamentais, os índices de desempenho comercial e popular das músicas também mudaram. Não se contam mais apenas quantos CDs são vendidos  ou quantas reproduções um artista teve nas rádios, mas a quantidade de streams que seus trabalhos possuem nas plataformas e se esses viralizaram.

Definida como a grande repercussão de algo nas mídias digitais, é hoje o principal meio para que uma música faça sucesso. E como o desempenho comercial é uma necessidade econômica, os artistas e gravadoras precisam se adaptar. Já demos algumas sugestões na produção musical pensando em deixar a música mais "comercial", comenta Luiza Studart.

A remuneração nas plataformas se dá pelo número de ‘streams’ que uma música recebe, ou seja, quanto mais ‘plays’ maior será o retorno financeiro. Para se ter uma ideia, a remuneração varia entre U$0,003 e U$0,005 por cada reprodução no Spotify, plataforma de música online com maior número de usuários no Brasil.

Esse parâmetro é inclusive usado como estratégia pelos artistas e gravadoras. Uma música mais direta e com cerca de 2 minutos instiga o ouvinte a escutá-la novamente, desse modo, melhorando a viabilidade do trabalho e diminuindo o risco de dar prejuízo para a empresa distribuidora ou artista independente. 

Existem exceções à regra, mas essas são artistas com uma carreira já consolidada e com uma grande base de fãs como Taylor Swift ou Coldplay, garantindo um número de reproduções alto. Para a grande maioria, no entanto, principalmente para artistas em ascensão e independentes, a atenção tem que ser capturada rapidamente e o volume de produção precisa ser alto para não caírem no esquecimento.

Velocidade digital

Continuando essa aceleração digital e rompimento de barreiras espaciais e temporais, uma espécie de nova onde de redes sociais tomou forma. Nos últimos 5 anos houve um aumento expressivo de plataformas de vídeo curtos como Tik Tok e Kwai. Nelas, o principal diferencial são os chamados ‘challenges’, as famosas dancinhas. 

Diante disso, tornou-se quase indispensável para os artistas um bom desempenho nelas também, por meio de letras sob medida, 30 segundos, e batidas dançáveis. “Existe até o termo agora música para Tik Tok que são justamente músicas com refrões grudentos e menores”, comenta Yngryty Nascimento, que já foi contratada da plataforma Kwai em 2021.

O impulsionamento que uma faixa ganha ao ser usada em memes no Instagram ou Twitter é hoje comparável ao seu uso nas redes de vídeos curtos. Segundo levantamento feito pela Winnin, inteligência artificial que analisa tendências nas redes sociais, em 2020, 7 das 10 músicas mais tocadas no Spotify viralizaram antes no Tik Tok. 

Pensando nisso, plataformas de música e de vídeos inclusive adicionaram funcionalidades específicas para tal portabilidade.  O recurso ‘adicionar a app de música’ no caso do Tik Tok surgiu pela demanda de encontrar aquela faixa viral também nos aplicativos de música. Do outro lado da moeda, o compartilhamento direto do Spotify para a rede de vídeos curtos a partir de novembro deste ano foi criado.

A sociedade segue se transformando, e a música inevitavelmente irá acompanhar os novos caminhos traçados, e estas mudanças não necessariamente impactam na qualidade das músicas. Apesar disso, artistas como Beyoncé e Anitta já criticaram abertamente as limitações criativas dessa briga por atenção. 

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Premiação celebrará os maiores nomes da música em 12 de dezembro
por
Sophia Razel
Letícia Alcântara
|
02/12/2024 - 12h
Cantora Sabrina Carpenter apoiada em um carro azul cantando
Sabrina Carpenter, indicada a melhor artista feminina - Foto: Daniel DeSlover/Sipa USA)

Na segunda-feira (25/11), foram divulgados os indicados ao Billboard Music Awards 2024. A cerimônia anual, organizada pela revista americana Billboard, celebra os principais artistas do ano com base em seu desempenho nas paradas musicais. As indicações consideram lançamentos feitos no período de 28 de outubro de 2023 a 19 de outubro de 2024.

Entre os nomes de destaque, estão artistas do pop, como Taylor Swift e Sabrina Carpenter, além dos representantes do country, Morgan Wallen e Zach Bryan, que lideram as nomeações. Bryan é o mais indicado, com 18 categorias, seguido por Taylor Swift, a artista feminina mais premiada da história do evento, com 16 indicações. Morgan Wallen recebeu 13 nomeações, enquanto Sabrina Carpenter aparece com nove.

Outro destaque desta edição é a banda de rock Linkin Park. O grupo, que esse ano retornou as atividades com uma nova formação, tendo Emily Armstrong nos vocais, concorre em cinco categorias: “Duo/Banda (geral)”, “Duo/Banda (rock)”, “Artista de Rock”, “Artista de Hard Rock” e “Canção de Hard Rock”. 

Além das categorias tradicionais, o Billboard Music Awards de 2024 também reconhece a ascensão de novos gêneros. Exemplo disso são as categorias de canção K-pop e Afrobeats, que destacam artistas como JungKook (BTS) e Tyla.  

A cerimônia, apresentada pela atriz e comediante Michelle Buteau, ocorrerá no dia 12 de dezembro, às 22h, no horário de Brasília. A premiação será transmitida no Paramount+. 

Confira abaixo a lista completa dos indicados: 

Melhor artista

Zach Bryan
Sabrina Carpenter
Drake
Taylor Swift
Morgan Wallen

Melhor revelação

Benson Boone
Tommy Richman
Chappell Roan
Shaboozey
Teddy Swims

Melhor artista masculino

Zach Bryan
Luke Combs
Drake
Post Malone
Morgan Wallen

Melhor artista feminina

Sabrina Carpenter
Billie Eilish
Chappell Roan
Taylor Swift
SZA

Melhor duo/grupo

Blink-182
Coldplay
Fuerza Regida
Linkin Park
Stray Kids

Melhor artista Billboard 200

Zach Bryan
Drake
Taylor Swift
SZA
Morgan Wallen

Melhor artista Hot 100

Zach Bryan
Sabrina Carpenter
Billie Eilish
Taylor Swift
Morgan Wallen

Melhor compositor Hot 100

Amy Allen
Jack Antonoff
Zach Bryan
Kendrick Lamar
Taylor Swift

Melhor produtor Hot 100

Jack Antonoff
Zach Bryan
Daniel Nigro
Finneas O’Connell
Taylor Swift

Melhor artista de streaming

Zach Bryan
Sabrina Carpenter
Kendrick Lamar
Taylor Swift
Morgan Wallen

Melhor artista na rádio

Sabrina Carpenter
Doja Cat
Taylor Swift
SZA
Morgan Wallen

Melhor artista em vendas

Jelly Roll
Jung Kook
Shaboozey
Taylor Swift
Teddy Swims

Melhor artista Billboard Global 200

Sabrina Carpenter
Billie Eilish
Ariana Grande
Taylor Swift
The Weeknd

Melhor artista Billboard Global (EUA)

Sabrina Carpenter
Billie Eilish
Ariana Grande
Taylor Swift
The Weeknd

Melhor artista de R&B

Brent Faiyaz
Tommy Richman
SZA
Tyla
The Weeknd

Melhor artista masculino de R&B

Brent Faiyaz
Tommy Richman
The Weeknd

Melhor artista feminino de R&B

Muni Long
SZA
Tyla

Melhor turnê de R&B

Chris Brown
Bruno Mars
Usher

Melhor rapper

Drake
Future
Kendrick Lamar
Metro Boomin
Travis Scott

Melhor rapper masculino

Drake
Kendrick Lamar
Travis Scott

Melhor rapper feminina

Doja Cat
GloRilla
Nicki Minaj

Melhor turnê de rap

Nicki Minaj
Travis Scott
$uicideboy$

Melhor artista de country

Zach Bryan
Luke Combs
Post Malone
Chris Stapleton
Morgan Wallen

Melhor artista masculino de country

Zach Bryan
Luke Combs
Morgan Wallen

Melhor artista feminino de country

Beyoncé
Megan Moroney
Lainey Wilson

Melhor duo/grupo country

Zac Brown Band
The Red Clay Strays
Treaty Oak Revival

Melhor turnê de country

Zach Bryan
Kenny Chesney
Luke Combs

Melhor artista de rock

Zach Bryan
Hozier
Jelly Roll
Noah Kahan
Linkin Park

Melhor duo/grupo de rock

Good Neighbours
Linkin Park
The Red Clay Strays

Melhor artista de hard rock

Bad Omens
HARDY
Linkin Park

Melhor turnê de rock

Coldplay
The Rolling Stones
Bruce Springsteen & The E Street Band

Melhor artista latino

Bad Bunny
Fuerza Regida
Junior H
KAROL G
Peso Pluma

Melhor artista latino masculino

Bad Bunny
Junior H
Peso Pluma

Melhor artista latino feminino

KAROL G
Shakira
Kali Uchis

Melhor duo/grupo latino

Eslabon Armado
Fuerza Regida
Grupo Frontera

Melhor turnê latina

Bad Bunny
KAROL G
Luis Miguel

Melhor artista global de kpop

ENHYPEN
Jimin
Jung Kook
Stray Kids
TOMORROW X TOGETHER

Melhor turnê de kpop

ENHYPEN
SEVENTEEN
TOMORROW X TOGETHER

Melhor afrobeats

Asake
Burna Boy
Rema
Tems
Tyla

Melhor artista de música eletrônica

Beyoncé
The Chainsmokers
Charli XCX
Dua Lipa
Calvin Harris

Melhor artista cristão

Lauren Daigle
Elevation Worship
Forrest Frank
Brandon Lake
Anne Wilson

Melhor artista gospel

Kirk Franklin
Maverick City Music
Chandler Moore
Naomi Raine
CeCe Winans

Melhor álbum Billboard 200

Zach Bryan – “Zach Bryan”
Drake – “For All the Dogs”
Noah Kahan – “Stick Season”
Taylor Swift – “1989 (Taylor’s Version)”
Taylor Swift – “The Tortured Poets Department”

Melhor trilha sonora

“Hazbin Hotel: Season One”
“Trolls: Band Together”
Twisters: The Album”
“Wish”
“Wonka”

Melhor álbum de R&B

Chris Brown – “11:11”
Brent Faiyaz – “Larger Than Life”
PARTYNEXTDOOR – “PARTYNEXTDOOR 4 (P4)”
Bryson Tiller – “Bryson Tiller”
Tyla – “Tyla”

Melhor álbum de rap

21 Savage – “american dream”
Drake – “For All the Dogs”
Future & Metro Boomin – “WE DON’T TRUST YOU”
Nicki Minaj – “Pink Friday 2”
Rod Wave – “Nostalgia”

Melhor álbum country

Beyoncé – “Cowboy Carter”
Zach Bryan – “The Great American Bar Scene”
Zach Bryan – “Zach Bryan”
Chris Stapleton – “Higher”
Bailey Zimmerman – “Religiously. The Album.”

Melhor álbum de rock

Zach Bryan – “The Great American Bar Scene”
Zach Bryan – “Zach Bryan”
Hozier – “Unheard (EP)”
Noah Kahan – “Stick Season”
Dolly Parton– “Rockstar”

Melhor álbum de hard rock

Bring Me The Horizon – “POST HUMAN: NeX GEn”
Falling In Reverse – “Popular Monster”
HARDY – “Quit!!”
Pearl Jam – “Dark Matter”
Sleep Token – “Take Me Back to Eden”

Melhor álbum latino

Bad Bunny – “nadie sabe lo que va a pasar mañana”
Fuerza Regida – “Pa Las Baby’s Y Belikeada”
Grupo Frontera – “El Comienzo”
Junior H – “$AD BOYZ 4 LIFE II”
KAROL G – “MAÑANA SERÁ BONITO (BICHOTA SEASON)”

Melhor álbum de kpop

ATEEZ – “THE WORLD EP.FIN: WILL”
Jung Kook – “GOLDEN”
Stray Kids – “ROCK-STAR
Stray Kids – “Ate: Mini Album”
TOMORROW X TOGETHER – “The Name Chapter: FREEFALL”

Melhor álbum de eletrônica/dance

Charli XCX – “BRAT”
Jungle – “Volcano”
Odetari – “XXIII SORROWS”
Troye Sivan – “Something to Give Each Other”
John Summit – “Comfort in Chaos”

Melhor álbum cristão

Elevation Worship – “CAN YOU IMAGINE?”
Forrest Frank – “CHILD OF GOD”
Brandon Lake – “COAT OF MANY COLORS”
Maverick City Music, Chandler Moore & Naomi Raine – “The Maverick Way Complete: Complete Vol 02”
Katy Nichole – “Jesus Changed My Life”

Melhor álbum gospel

Kirk Franklin – “Father’s Day”
Koryn Hawthorne – “On God”
Maverick City Music, Chandler Moore & Naomi Raine – “The Maverick Way Complete: Complete Vol 02”
CeCe Winans – “More Than This”
Naomi Raine – “Cover The Earth: Live in New York”

Melhor canção Hot 100

Benson Boone – “Beautiful Things”
Jack Harlow – “Lovin on Me”
Post Malone feat. Morgan Wallen – “I Had Some Help”
Shaboozey – “A Bar Song (Tipsy)”
Teddy Swims – “Lose Control”

Melhor canção de streaming

Zach Bryan feat. Kacey Musgraves – “I Remember Everything”
Kendrick Lamar – “Not Like Us”
Post Malone feat. Morgan Wallen – “I Had Some Help”
Shaboozey – “A Bar Song (Tipsy)”
Teddy Swims – “Lose Control”

Melhor canção de rádio

Benson Boone – “Beautiful Things”
Jack Harlow – “Lovin on Me”
Tate McRae – “Greedy”
Taylor Swift – “Cruel Summer”
Teddy Swims – “Lose Control”

Canção mais vendida

Benson Boone – “Beautiful Things”
Jung Kook – “Standing Next to You”
Post Malone feat. Morgan Wallen – “I Had Some Help”
Shaboozey – “A Bar Song (Tipsy)”
Teddy Swims – “Lose Control”

Melhor colaboração

Zach Bryan feat. Kacey Musgraves – “I Remember Everything”
Future, Metro Boomin & Kendrick Lamar – “Like That”
Post Malone feat. Morgan Wallen – “I Had Some Help”
Taylor Swift feat. Post Malone – “Fortnight”
Morgan Wallen feat. ERNEST – “Cowgirls”

Melhor canção Billboard Global

Benson Boone – “Beautiful Things”
Sabrina Carpenter – “Espresso”
Tate McRae – “Greedy”
Taylor Swift – “Cruel Summer”
Teddy Swims – “Lose Control”

Melhor canção Billboard Global (EUA)

Benson Boone – “Beautiful Things”
Sabrina Carpenter – “Espresso”
Tate McRae – “Greedy”
Taylor Swift – “Cruel Summer”
Teddy Swims – “Lose Control”

Melhor canção R&B

4batz feat. Drake – “act ii: date @ 8 (remix)”
Muni Long – “Made for Me”
Tommy Richman – “MILLION DOLLAR BABY”
SZA – “Saturn”
Tyla – “Water”

Melhor canção de rap

Doja Cat – “Agora Hills”
Doja Cat – “Paint the Town Red”
Future, Metro Boomin & Kendrick Lamar – “Like That”
Jack Harlow – “Lovin on Me”
Kendrick Lamar – “Not Like Us”

Melhor canção country

Zach Bryan feat. Kacey Musgraves – “I Remember Everything”
Dasha – “Austin”
Post Malone feat. Morgan Wallen – “I Had Some Help”
Shaboozey – “A Bar Song (Tipsy)”
Morgan Wallen – “Thinkin’ Bout Me”

Melhor canção de rock

Zach Bryan – “Pink Skies”
Zach Bryan feat. Kacey Musgraves – “I Remember Everything”
Djo – “End of Beginning”
Hozier – “Too Sweet”
Noah Kahan – “Stick Season”

Melhor canção de hard rock

Falling In Reverse feat. Jelly Roll – “All My Life”
Falling In Reverse, Tech N9ne & Alex Terrible – “Ronald”
HARDY – “Psycho”
Linkin Park – “The Emptiness Machine”
Superheaven – “Youngest Daughter”

Melhor canção latina

Bad Bunny – “MONACO”
Bad Bunny & Feid – “PERRO NEGRO”
FloyyMenor & Cris MJ – “Gata Only”
KAROL G & Peso Pluma – “QLONA”
Xavi – “La Diabla”

Melhor canção de kpop

ILLIT – “Magnetic”
Jimin – “Who”
Jung Kook – “Standing Next to You”
Jung Kook feat. Jack Harlow – “3D”
LE SSERAFIM – “Perfect Night”

Melhor canção afrobeats

Adam Port & Stryv feat. Malachiii – “Move”
Tems – “Me & U”
Tyla – “Truth or Dare”
Tyla –“Water”
Tyla, Gunna & Skillibeng – “Jump”

Melhor canção dance/eletrônica

Dua Lipa – “Houdini”
Dua Lipa – “Illusion”
Kenya Grace – “Strangers”
Ariana Grande – “yes, and?”
Marshmello & Kane Brown – “Miles on It”

Melhor canção cristã

Elevation Worship feat. Brandon Lake, Chris Brown & Chandler Moore – “Praise”
Forrest Frank – “GOOD DAY”
Josiah Queen – “The Prodigal”
Seph Schlueter – “Counting My Blessings”
Tauren Wells with We The Kingdom & Davies – “Take It All Back”

Melhor canção gospel

Koryn Hawthorne “Look at God”
Maverick City Music, Chandler Moore & Naomi Raine – “God Problems”
Maverick City Music, Chandler Moore & Naomi Raine ft. Tasha Cobbs Leonard – “In the Room”
Victor Thompson X Gunna feat. Ehis ‘D’ Greatest – “THIS YEAR (Blessings)”
CeCe Winans – “That’s My King”

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A nova temporada da série explora o transtorno alimentar, a importância de ajuda médica e de parentes para o tratamento
por
Annanda Deusdará
|
29/11/2024 - 12h

“Heartstopper”, série composta por três temporadas e dirigida por Euros Lyn, é uma adaptação do livro homônimo da autora Alice Oseman. A obra retrata a vida dos adolescentes Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor), descobrindo que estão apaixonados e lidando com as dificuldades da vida escolar e amorosa, além da homofobia. Outro ponto importante é o valor da amizade, mostrando também a vida de outros personagens que rodeiam o casal.

Durante toda a trama, Charlie apresenta problemas com comida, como na segunda temporada, nos episódios quatro e cinco, em que ele pula refeições e acaba desmaiando pela fraqueza. Apesar disso, o tema só foi aprofundado agora na terceira temporada, pautando a anorexia em todos os episódios. Entre eles, destaca-se o quarto episódio que aborda a internação do personagem, sendo dividido pelo ponto de vista dele e do Nick.

Apesar da busca pelo corpo perfeito ser o principal causador da doença, existem outros fatores como a predisposição genética, depressão e síndrome do pânico. Esse é o caso de Charlie, sua anorexia tem relação com outro transtorno mental, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). No quarto episódio, seu terapeuta declara a seguinte frase: "comer a coisa certa, na hora certa e nas circunstâncias certas". Sua condição também desencadeou automutilação, quando as crises se intensificaram.

No primeiro episódio, a questão é introduzida quando o casal conversa e Nick fala sobre suspeitar que o seu namorado tenha anorexia, já que sua relação com a comida havia piorado, mas Charlie nega. Em seguida Nick conversa com sua tia - que é psiquiatra - sobre o problema e qual a melhor forma de ajudar o parceiro. A profissional reforça que além do apoio, ele precisaria de ajuda médica, dizendo: "Ele precisa de mais do que o namorado de 16 anos”. Enquanto isso, Charlie pesquisa a respeito dos sintomas da doença e decide procurar um médico.

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Momento em que Charlie parte para a Clínica de transtornos mentais
Foto: Reprodução/Netflix

No terceiro episódio, o personagem apresenta muita fraqueza e cansaço pela falta de alimentação. Apesar de ainda ser resistente para falar sobre a anorexia, ele decide pedir ajuda dos pais e começar o tratamento. A trama retrata nesse momento que o problema de Charlie não está ligado à pressão estética. "Ouço uma voz na minha cabeça, que não é minha e ela diz que coisas ruins vão acontecer se eu comer ou fizer algo errado", declara.

Já na metade da série, há um episódio quase que inteiramente dedicado à doença, com narração dividida entre Charlie e Nick, lembrando ao espectador que apesar da nova temporada ter um foco maior em um personagem, ela ainda é sobre o romance e o relacionamento dos dois no meio das adversidades. Em setembro, Charlie vai ao médico e encaminham ele a uma clínica de distúrbios alimentares, mas ele só poderá fazer a consulta em janeiro.

A falta de acompanhamento faz a situação piorar, ele passa a comer menos, ficar mais irritado e faltar às aulas. No mês seguinte, ele decide se internar em uma clínica psiquiátrica para transtornos mentais, onde tem terapia semanalmente e acompanhamento nutricional. A série ressalta que a melhora é gradual e não acontece de repente. “A clínica não curou magicamente meu transtorno, mas me tirou do fundo do poço", afirma Charlie.

Até o momento, apenas sua família e seu namorado sabiam da sua doença, entretanto, ele escolhe contar aos amigos. Eles decidiram fazer uma caixa com vários objetos afetivos e memoráveis sobre o personagem que mostravam o quanto se importavam, como um documentário feito por Tao (William Gao) e uma pintura feita por Elle (Yasmin Finney). A cena reforçou a importância de se ter uma rede de apoio, que auxilia o indivíduo a passar por momentos difíceis.

A mudança no semblante de Charlie conforme o tempo passa é perceptível, ele fica mais leve e mais confiante, isso é perceptível através das suas falas e postura corporal. Em janeiro, o personagem volta para a escola, na qual ele havia saído em outubro após a internação. Seis meses após os acontecimentos, ele conseguiu completar três meses sem recaídas. 

Apesar da questão estética não ser o causador da doença, ela ainda é um problema. Charlie sente vergonha do seu corpo devido às cicatrizes causadas pela automutilação e tem medo de que Nick o ache nojento, abordando também a questão da auto-aceitação.

No final da trama, ele apresenta uma melhora na relação com os pais e um amadurecimento tanto em relação ao seu transtorno, com maior controle dos pensamentos intrusivos e aceitação do seu corpo, como em seu namoro com Nick, entendendo que cultivar as amizades é fundamental para não criar uma dependência emocional. 

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Foto do casal com seus amigos em um zoológico, comemorando os 16 anos de Nick, antes do início do tratamento. Foto: Reprodução/Netflix

​​​​​​O que é anorexia e como tratar?

É um distúrbio alimentar que pode provocar problemas físicos graves, como problemas estomacais, cardíacos e desnutrição. Um dos principais causadores da doença, vêm da pressão estética e do desejo pelo emagrecimento, o que leva a pessoa a fazer exercícios exagerados e pular refeições. A doença provoca uma distorção de imagem, fazendo com que o indivíduo se enxergue com o peso maior que o real.

De acordo com Táki Cordás, coordenador do programa de transtornos alimentares do Hospital da Universidade de São Paulo (USP), atualmente 15 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno alimentar, destes 2 milhões têm anorexia. A faixa etária mais afetada são jovens entre 14 e 17 anos, com 95% dos casos entre as mulheres. Entre os homens o espaçamento é um pouco maior, sendo de 12 a 20 anos. Segundo o portal do Dr.Drauzio Varella, em casos de desnutrição extrema o índice de mortalidade varia entre 15% e 20%.

Para o tratamento, é necessário fazer acompanhamento médico com um terapeuta e um nutricionista, para tratar as causas físicas e mentais causadas pela doença. A reintrodução alimentar deve ser feita de forma gradual para evitar complicações. Em alguns casos, é necessário que a internação hospitalar seja realizada. Não existem medicações específicas para a anorexia, entretanto podem ser ofertados remédios que tratam as causas subjacentes, como a ansiedade e a depressão.

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