Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
por
Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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Peça inspirada no livro homônimo, de Stephen King, estreia no TUCA
por
Giovanna Montanhan
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24/05/2023 - 12h

O espetáculo teve sua estreia no Teatro Porto (2022) e aterrissou nos palcos do TUCA em maio/2023, com duração de 120 minutos. O elenco é composto por Mel Lisboa como Annie Wilkes, Marcello Airoldi como Paul Sheldon, e Alexandre Galdino como o xerife Buster. O texto vem do clássico do terror psicológico, adaptado para o cinema em 1990 como "Louca Obsessão", além de ter tido a atriz Kathy Bates e o ator James Caan nos papéis principais. As sessões ocorrem às sextas-feiras às 20:30, aos sábados às 20h e aos domingos às 17h. Os ingressos podem ser adquiridos a partir de R$60,00. Alunos, funcionários e professores da PUC pagam um preço especial de R$20,00. A temporada vai até 30/07. 

A trama gira em torno do escritor Paul Sheldon, interpretado por Marcello que sofre um acidente de carro durante uma tempestade de neve e é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes, vivida por Mel. Annie é uma grande fã dos livros de Sheldon e se oferece para cuidar dele em sua casa isolada nas montanhas. Porém, a aparente bondade de Annie se transforma em uma obsessão pelo escritor quando ela descobre o final do último livro de sua saga favorita. 

 

Misery
Foto: Divulgação

Mel Lisboa entrega uma atuação impecável. Ela consegue moldar por meio de trejeitos e atitudes características toda a complexidade da personagem, que alterna entre momentos de amor e agressividade, mostrando toda a sua habilidade como atriz. 

mel
Foto: Divulgação

 

Marcello Airoldi, por sua vez, tem grande destaque na peça. Consegue extrair toda a sensação angustiante e desesperadora, em tom dramático, de estar à mercê da enfermeira psicopata. O ator imprime ao personagem toda a vulnerabilidade e o medo que sente diante da situação de perigo iminente. 

 

marcello
Foto: Divulgação

Alexandre Galindo, também tem uma atuação digna de elogios. Fornece o tom  de mistério e suspense que permanece durante todo o tempo.

 

xerife
Foto: Divulgação

A direção e a cenografia são moldadas por Eric Lenate e representam os pontos altos da produção. Ele é responsável por arrancar o melhor dos atores e criar a atmosfera de tensão e uma sensação de isolamento e solidão para os personagens que prendem a atenção desde terceiro sinal até o momento dos aplausos. O espetáculo oferece uma experiência única e diferenciada em relação a outras peças teatrais, graças à presença do audiovisual que auxilia na composição da história. A utilização de uma tela como parte do cenário permite a exibição de cenas que transportam o espectador para o contexto narrado. 

Além disso, o palco foi adaptado em uma plataforma redonda que se movimenta constantemente para apresentar todos os cenários da casa de Annie, desde o quarto em que Paul Sheldon está, até a sala, cozinha e quintal. 

E, por um lado que a iluminação é um elemento importante na peça e ajuda a criar efeitos que conduzem o clima hostil que permeia o espetáculo, por outro, a presença da trilha sonora intensifica a experiência de estar lá e provoca emoções arrebatadoras no espectador. 

 

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Entenda por que, mesmo sendo amado por todos, o gênero musical ainda é pouco explorado pelas elites
por
Matheus Santariiano
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23/05/2023 - 12h

O funk chegou ao Brasil na década de 70, e logo nessa época ganhou destaque nos bailes da zona sul do Rio de Janeiro, área nobre da cidade. 

Com o passar do tempo, naturalmente o gênero foi se espalhando por mais áreas do estado, e o crescimento de outro gênero musical, a MPB, fez com que os espaços que antes eram destinados para então os bailes “nobre” de funk fossem agora utilizados para a música popular brasileira. Sendo assim, o funk começou a adentrar os subúrbios cariocas. 

No decorrer da década de 80, permanecia a grande influência dos Estados Unidos, o funk ia se espalhando  pelo Brasil, porém com todas as suas composições ainda em inglês. No final dos anos 80 surgiu o primeiro disco de funk totalmente em português, chamado “Funk Brasil”.  

E desde a década 80 até os anos 2000 o funk era muito visto ainda apenas como “ritmo musical periférico”. 

A partir dos anos 2000 (e até hoje) o funk começou a ser visto como grande movimento social, ganhando força também fora das periferias, entre as classes altas e médias, além de, junto com o RAP, servir como uma forma de alertar e afastar os jovens que vêm de comunidades do crime que acontece no local. 

Apesar de muitas críticas às letras das músicas, por serem frequentemente machistas ou fazerem em alguns casos apologia ao crime e ao tráfico, existe também um certo “ativismo social” no funk, que com o passar dos anos deu origem ao famoso “funk consciente” que se conhece hoje: mesma batida, mesma levada, porém com mensagens diferentes e que buscam inspirar os jovens da periferia para uma vida longe do crime. 

 

Funk na atualidade  

Hoje, o funk tem quebrando barreiras, vencido prêmios internacionais e cada vez mais derrubados preconceitos, que mesmo assim persistem. 

Uma prova desse avanço do funk entre as classes sociais é como ele se popularizou entre os jovens universitários, nas festas de faculdade, que sempre tiveram sua força no Brasil, e nos dias atuais quase sempre são acompanhadas de muito funk. 

O exemplo da popularização do funk periférico, o famoso “mandelão”, está nessas festas privadas, onde o público paga ingressos caros para experimentar   as mesmas coisas que existem em um baile de rua: as mesmas músicas, as mesmas bebidas e os mesmos DJs que tocam nas comunidades. A principal diferença é justamente o público que frequenta ambos os locais. Quem não tem condição de comprar os ingressos para os eventos, não tem a possibilidade deter um momento de lazer em algo diferente, ficando limitado apenas aos bailes de rua.  Em contrapartida, quem frequenta as festas universitárias na maioria das vezes não vai nos bailes, mesmo que eles ofereçam, de graça, os mesmos atrativos   que eles buscam nas festas. O por quê dessa disparidade é uma questão a ser levantada.  

Vale explicar que quem frequenta os bailes de rua muitas vezes é por ver neles a única opção de lazer viável, e não necessariamente pela música alta ou pela simplicidade (já que acontece nas ruas).  O que atrai os jovens é oportunidade de um momento de lazer, visto que nos lugares privados os “bailes” acontecem com segurança, estrutura e palcos, porém com preços abusivos.  

 

Motivos de a elite não frequentar os bailes 

 

Suposto medo 

Um dos principais motivos para que ocorra essa disparidade entre classes em eventos do mesmo gênero, é que muitas vezes as pessoas das classes altas expressam um suposto medo do perigo nas ruas ou das regiões onde ocorrem os bailes. Algo que pode ser meio contraditório, visto que, nos eventos privados, também existem diversos casos de roubos, furtos e brigas.  

  

Preconceito  

Algo que também é muito visto, e não somente em festas, é o preconceito entre as classes., Não é de hoje que é possível ver que existem julgamentos da elite em relação às pessoas de classes mais baixas, e na maioria das vezes, além de julgar, dizem que não querem frequentar os mesmos lugares. 

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O 2° disco de estúdio da artista constrói um novo repertório com sonoridade tipicamente brasileira, refletindo sua busca por religiosidade, amores e raízes ancestrais
por
Romulo Silva Santana
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17/05/2023 - 12h

"Maré de Cheiro" o segundo disco de estúdio da carioca Amanda Magalhães, conta com 8 faixas e foi lançado na última quarta (10), nas plataformas digitais. O disco transborda as expectativas criadas pelos visuais de divulgação. É escrito e produzido por Amanda e o engenheiro de som Tuto Ferraz. Conta com colaborações de Vico, Assucena, Lurdez da Luz, As Filhas de Baracho e da Banda Black Rio, fundada pelo avô da artista. O projeto é lançado com o selo "Boia Fria Produções" e conta com apoio da 5ª edição do programa de fomento à música do município de São Paulo.

Amanda representando Oxum
Amanda representando Oxum, deusa das águas. Imagem: Renato Stockler/Livia Mariah/Lydio Alexander. Reprodução Instagram

Amanda, 31 anos, ganhou destaque como atriz na série "3%", produção brasileira da Netflix. Formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD-USP), começou sua carreira musical em 2018 com o single “Fazer Valer” com Rincon Sapiência e mais tarde em 2020, lançou “Fragma” seu primeiro disco autoral.

O projeto “Brasil em Brasa” do qual a gravação faz parte, foi contemplado pela 5ª edição do programa de fomento à música do município de São Paulo. Esse programa fomenta a criação de obras musicais, que serão apresentadas em centros culturais, por essa razão, a musicista fez apresentações gratuitas na Casa de Cultura do Campo Limpo e no Teatro Sérgio Cardoso.

Imagem: Renato Stockler/Livia Mariah/LydioAlexander - Reprodução Instagram
Amanda deitada na praia com um varal de roupas ao fundo. Imagem: Renato Stockler/Livia Mariah/Lydio Alexander. Reprodução Instagram

 

Composto por 8 faixas, o álbum é construído por uma produção intimista, com a proposta de apresentar o amadurecimento musical da artista. A gravação busca referências brasileiras de norte a sul, mescladas por elementos de música eletrônica. O repertório tropical tem instrumentação potente e vocais bem trabalhados, cheios de camadas e texturas, descrito por Amanda como "minha mais doce pira de verão" em publicação no seu Instagram.   

A faixa “Doce Encanto”, na qual Amanda evoca afetividade, amor e a guia Oxum, rainha das águas doces, inicia o álbum. O lead-single é a faixa principal do projeto e já conta com videoclipe.

Amanda  constrói um repertório novo, que fala sobre amor, ancestralidade e religiosidade de forma expressiva, bem construída e fiel a seus próprios sentimentos. A versatilidade encontrada nas canções é surpreendente, a diversidade identitária é construída faixa a faixa, como em “Queria te Ter”, onde os vocais da artista são mais inerentes, ou em “Com Ela Eu Vou”, colaboração com a Banda Black Rio, que encerra o disco em alto-astral.  


 

 

Ator estava há um ano recluso da vida pública após batalha judicial com sua ex-esposa por acusações de violência doméstica
por
Bianca Novais
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17/05/2023 - 12h

Em sua 76ª edição, o Festival de Cannes é um dos maiores eventos de cinema do mundo. Todos os anos, a cidade de aproximadamente 75 mil habitantes reúne os maiores nomes da sétima arte mundial e costuma revelar cineastas para o estrelato. Em 2023, o evento ocorre de 16 a 27 de maio e conta com exibições de Pedro Almodóvar, Jean-Luc Godard, Martin Scorsese, Wes Anderson e Kleber Mendonça Filho.

A cerimônia de abertura, no Grand Théâtre Louis Lumière, foi marcada pela estreia do filme "Jeanne du Barry", escrito, dirigido e estrelado pela atriz francesa Maïwenn. Ao seu lado na tela, Johnny Depp também é o protagonista, interpretando o rei Luís XV. Durante sete minutos, a plateia aplaudiu a obra em pé.

A internet foi tomada pelo assunto quase imediatamente. Portais de notícias especializados em cinema e entretenimento trouxeram a reação da plateia junto à lembrança de que, durante a edição do festival de 2022, Depp estava no meio do julgamento por violência doméstica contra sua ex-esposa Amber Heard. Apesar de Depp ter perdido o primeiro processo, em 2020 no Reino Unido, em 2022 o júri popular dos EUA votou a favor do ator.

Maïwenn e Johnny Depp chegando no Grand Théâtre Louis Lumière para a estreia de "Jeanne du Barry". Imagem: Valery Hache/AFP.
Maïwenn e Johnny Depp chegando no Grand Théâtre Louis Lumière para a estreia de "Jeanne du Barry". Imagem: Valery Hache/AFP.

No debate popular on-line, novamente os internautas se dividiram como torcedores rivais no futebol - da mesma maneira que fizeram durante o julgamento de 2022.  De um lado, fãs de Heard e outras pessoas que se posicionam contra Depp apontam como hipócrita a organização do festival, que declarou levar acusações de abuso seriamente à época do escândalo de múltiplos abusos do produtor hollywoodiano Harvey Weinstein, mas escolheu o filme de Depp para abrir o evento. A hashtag "CannesYouNot", uma jogada de palavras entre "Cannes" e "can", que se traduz em algo parecido com "Por Favor, Não", foi utilizada na internet para demonstrar a insatisfação.

 

Eve Barlow é jornalista, ativista da causa feminista e amiga de Amber Heard.

 

Do outro lado, fãs de Depp e pessoas que concordam com o júri popular estadunidense retaliaram com "YesYouCannes", utilizando o mesmo jogo de palavras, mas agora se referenciando à um bordão associado ao feminismo, que significa "Sim, Você Pode" em português. O conteúdo predominante diz respeito ao retorno triunfante de Depp, com elogios e mensagens de apoio a ele, desdém a Heard, além de registros do ator atendendo aos fãs que estavam presentes em Cannes.

 

 

As controvérsias ao redor de Depp ofuscaram a cerimônia de abertura do festival. Pouco se falou das peças de moda desfiladas nos degraus vermelhos, da emocionante declamação do poema "Esperança", escrito pela poetisa ucraniana Lesya Ukrainka em 1879, pela atriz Catherine Deneuve, ou da homenagem ao ator Michael Douglas, que recebeu o prêmio Palma de Honra. 

Catherine Deneuve, atriz que estampa o poster da 76a edição do Festival de Cannes e uma das apresentadoras da cerimônia de abertura. Imagem: Christophe Simon/AFP.
Catherine Deneuve, atriz que estampa o poster da 76a edição do Festival de Cannes e uma das apresentadoras da cerimônia de abertura. Imagem: Christophe Simon/AFP.

Também não trouxe de volta à luz o debate sobre violência doméstica nem sobre as estruturas de poder da indústria do cinema, que acobertam e naturalizam casos de abuso sexual. Porém, o Festival de Cinema de Cannes, que há muitos anos passava despercebido pelo público geral, parece ter se beneficiado dos tristes temas para reaver um pouco da sua relevância na cultura pop, buscando assim deixar de ser um evento de nicho.

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A cultura japonesa dos animes e mangás ganha cada vez mais força com o passar do tempo, se tornando algo predominante no bairro da liberdade.
por
Pedro Lima Gebrath
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11/05/2023 - 12h
Action figure de Buggy criança, personagem de One Piece.
Action figure de Buggy criança, personagem de One Piece. 
Loja especifica de mangas.
Loja especifica de mangás com diversas opções. 
Volume 8 de Bleach, autor: Tite Kubo.
Volume 8 de Bleach, autor: Tite Kubo. 
Action figures de Ace, Luffy e Sabo, personagens de One Piece.
Action figures de Ace, Luffy e Sabo, personagens de One Piece. 
Produtos de animes e mangas sendo vendidos na banca de jornal ao lado do metrô.
Produtos de animes e mangás sendo vendidos na banca de jornal ao lado do metrô. 
Bonecos de animes e mangas japoneses a venda na rua.
Bonecos de animes sendo vendidos na rua.