Filas, gritarias, cosplays e muita ansiedade era o que antecipava toda sessão de cinema de filmes de heróis nos últimos cinco anos. Mal terminava um filme já havia expectativa para o próximo, quando os espectadores ficavam até depois do longa para ver as cenas pós-crédito. Atualmente, para os fãs, essa sensação virou saudade: desde 2021, com o estrondoso lançamento de “Homem - Aranha: Sem Volta para Casa”, as produções da Marvel, tanto para os cinemas quanto para o streaming, vêm desapontando os apaixonados por heróis.
Última fase da produtora, chamada Fase 4 (entenda a divisão das fases na ilustração abaixo), obteve um lucro aproximado de US$ 888,50 milhões (R$ 4,37 bilhões). Por mais que seja um grande número, é 28% menor do que a fase anterior (Fase 3), que aconteceu entre 2016 e 2019. Essa mudança se mostra mais expressiva quando comparada ao sucesso de "Vingadores: Ultimato", que, sozinho, arrecadou cerca de US$ 2,7 bilhões (R$ 13,28 bilhões) nos cinemas em 2019.

Toda essa mina de ouro foi vendo seu declínio com o filme “Doutor Estranho 2: O Multiverso da Loucura”, que tinha como promessa introduzir uma nova fase para a franquia, mas não entregou o que os fãs esperavam. Segundo Lucas Braga (@tutuba), de 24 anos, produtor de conteúdo de super-heróis em suas redes, esse declínio é ruim, pois pode gerar cancelamentos de projetos. Contudo, ele diz que a postura mais crítica dos fãs gera resultados positivos, pois faz com que o estúdio entenda que “não adianta só jogar qualquer coisa, qualquer personagem ou uma história mequetrefe que todo mundo vai consumir”. “O ingresso passou a valer um pouco mais para o consumidor”, afirma Lucas.
Para Heitor Teixeira (Canal na tela), de 45 anos, editor de imagens e produtor cultural, a audiência das produções, em geral, sofreu um grande abalo financeiro, sobretudo devido à pandemia e o esvaziamento das salas de exibição.“O gênero sem dúvida acaba sendo afetado”, diz.
É o fim do gênero de super-heróis?
Ana Maria Bahiana, jornalista e crítica de cinema, explica em sua obra “Como ver um filme" (2012) que toda superprodução de um certo gênero tende a ficar saturada depois de um tempo. “A certa altura de repetição, o gênero se cristaliza, tornando-se plenamente um clichê, pronto para ser criticado, ironizado, destroçado e, eventualmente, esquecido”, diz Bahiana no livro. Segundo a especialista, o cinema é uma arte viva, tudo nele tem um claro ciclo natural e seus gêneros também seguem essa lógica, o que faz com que tenham um ciclo de vida.

Mas será que somente o ciclo do gênero fez com que essa queda ocorresse? Segundo o especialista em quadrinhos e produtor de conteúdo Sérgio Campos (Marvel 616), de 43 anos, a falta de bilheteria na China também teve papel no acontecimento. "Foi também junto com a pandemia que a China, que é o segundo maior mercado internacional depois dos EUA, fechou as portas para a maioria das produções de Hollywood”, diz. Ele continua exemplificando que, mesmo com a liberação recente desses filmes, a adesão é bem menor que antes de 2020.
Em somatória, a queda do gênero se fez também por fatores de qualidade das produções, segundo Lucas. “O gênero de heróis não está exatamente saturado por ser heróis, mas sim saturado de roteiros ruins.” O produtor diz que o estúdio não parece se importar em boas tramas e bons personagens, nem mesmo uma boa direção com um filme. "Ninguém se cansa de um filme bom, a verdade é essa.”
Para Heitor, “Vingadores: Ultimato” representa uma espécie de divisor de águas para a Marvel, já que os filmes seguintes foram recebidos com graus de empolgação diferentes, mesmo com alguns sucessos de arrecadação fazendo parte da lista.
“Pessoas podem achar um filme bom por motivos diversos ou ruins, mas, quando uma massa maior de pessoas reclama de algo, não importa o motivo, os estúdios sentem no bolso.”
Como o público influencia no mercado cinematográfico
Os filmes de heróis foram de fato um fenômeno, um fenômeno co-criado pelos fãs, que, desde a maior interação dos fandoms nas redes às hashtags, mostraram seu poder. No ano de 2021, quando o filme “Doutor Estranho 2: Multiverso da Loucura” estava em produção, fãs fizeram uma campanha nas redes sociais para que o ator John Krasinski fizesse o papel do Senhor Fantástico (um dos integrantes do grupo Quarteto Fantástico), e no final deu certo. O ator fez uma participação especial no filme, o que gerou um dos fatos mais marcantes da produção. Segundo a produtora audiovisual Luisa Clasen (@Lullyluck) de 32 anos, essa influência dá certo pela matemática básica dos estúdios: “Se dá lucro, devemos fazer mais”.

Essa relação forte entre fã e produção começou quando a Marvel Studios decidiu não se limitar a fazer apenas sequências e trilogias, mas, sim, franquias inteiras e interconectadas, o que gerou uma comunidade forte de consumidores. Mas não foi sempre assim. Segundo um retrospecto feito por Heitor em seu canal, nas últimas duas décadas os filmes de heróis saíram do esquecimento para um protagonismo nas bilheterias. Ele coloca “Blade - O Caçador de Vampiros” (1998), de Stephen Norrington, como o primeiro filme de heróis a ter seu protagonismo.
“Nessa época a Marvel como editora estava muito mal das pernas, vendendo uma série de títulos para sobreviver, sendo eles do ‘Spiderman’ [Homem-Aranha], ‘Quarteto Fantástico’, ‘Demolidor’ e ‘X-MEN’. Em 2008, a Marvel abriu seus estúdios de fato, com o clássico “Homem de Ferro. Antes disso, diz Heitor, o gênero de heróis era visto como um “cemitério de bilheterias” - muito caro para ser produzido e com um baixo público.
Principalmente para o público mais “cult”, os filmes de heróis nunca foram bem-vistos. Luisa diz que o nicho de super-heróis costumava ser tido como algo bobo, infantilizado, devido às cores vibrantes e tramas simplificadas. Ela avalia que o ponto de virada foi “Batman Begins”(2005), de Christopher Nolan, quando os estúdios entenderam que adultos têm interesse nos heróis e que o tema pode ser abordado com um toque mais maduro. Ela afirma que o que é mais criticado atualmente “é o poder excessivo que os estúdios exercem sobre suas produções, sejam elas de super-heróis ou não”.
Em 2019, um dos maiores cineastas da história, o americano Martin Scorsese, que dirigiu filmes como O lobo de Wall Street (2013) e Taxi Driver (1976), fez uma declaração que abriu uma longa discussão entre Hollywood e os amantes de cinema. Ele disse em entrevista que não considerava que os filmes da Marvel eram cinema. Uma parcela do público considerou seu comentário elitista e emblemático da visão negativa que as grandes academias têm do gênero.
Problemas internos
Além de todos os problemas pelos quais o estúdio vem passando externamente, algumas crises internas apontaram uma falta de gerenciamento. Em 2022, a Marvel enfrentou uma crise com seus profissionais de design de efeitos visuais, que gerou uma queda na qualidade do CGI (Computer Graphic Imagery) percebida pelos fãs.
Uma matéria publicada no site “TheGamer” denunciou as condições que os profissionais enfrentam para trabalhar. Segundo o site gerenciado por Sergioo Marvel 616, um ex-funcionário da Marvel chamado Dhruv Govil, culpou a Marvel pelo fato de ele deixar a indústria de VFX (efeitos visuais) e acusou a empresa de ser a pior cliente. Govil disse que outros colegas tiveram surtos após excesso de trabalho, ao mesmo tempo que eram cada vez mais pressionados pela Marvel Studios a entregar as coisas no prazo.
Além do mais, James Gun, diretor elogiado no meio, deixa os estúdios para trabalhar agora em conjunto com a concorrente da Marvel, a DC. O diretor será co-CEO da empresa responsável por de The Flash, Superman, Batman e outros grandes heróis. Como se não bastasse, a grande aposta da Marvel como novo vilão das tramas, o ator Jonathan Majors, que estrelou “Kang, o conquistador”, foi preso após acusações de agressão contra uma mulher e é alvo de novas denúncias
Para Luisa, essa grande massa de problemas pode resultar em uma diversificação dos formatos (apostar em séries, telefilmes, games), dos heróis (busca por heróis mais diversos, como protagonistas mulheres, negros, LGBT etc) e talvez uma busca dos estúdios por diretores mais autorais, que podem dar seu toque pessoal à obra, deixando-a mais interessante.
Perda não, transformação!
Mesmo com todos os dados e previsões indicando o fim do gênero, não necessariamente indica o fim. Segundo Ana Maria Bahiana em sua obra, estudos de tendência de mercado mostram que tudo aquilo que foi muito popular 20, 30 anos atrás, “está pronto para ser apreciado novamente”. Ela cita o exemplo do que aconteceu com os filmes de caratê nos anos 80 e 90, que foram ressuscitados em 2010 com animações como “Kung Fu Panda” e o filme “Karatê Kid” com Jackie Chan e Jaden Smith.
Mas não é preciso esperar isso tudo para ver as reinvenções do gênero. A indústria aprendeu com o tempo a desdobrar suas produções para atingir diferentes públicos. “The Boys” é uma série original da Amazon Prime de super-heróis com uma abordagem bem diferente da Marvel. Aqui, os heróis na verdade são os vilões da história e os mocinhos são seres humanos normais que tentam derrubá-los.
Heitor cita que ainda existe uma lista longa pela frente antes de decretar que esse é um gênero "falido". “Com a chegada de James Gunn como líder criativo da DC, é de se esperar que o nível irá subir e a competição irá se tornar ainda mais acirrada”, afirma. “Guardiões da Galáxia: Volume 3” e “Homem Aranha: Através do Aranhaverso ” (animação em parceria com a Sony), últimos lançamentos da Marvel Studios, foram abraçados pela crítica e pelo público.

Após a pré-venda para os shows de 18 de novembro no Rio de Janeiro e 24 e 25 do mesmo mês em São Paulo, diversos fãs da Taylor Swift fizeram relatos no Twitter e no Tiktok sobre a velocidade anormal do esgotamento dos ingressos, acusando cambistas como a causa desse problema. Pessoas que conseguiram senhas baixas (como 500) no site da Tickets for Fun não conseguiram comprar seus ingressos por todos eles terem sido vendidos em menos de 10 minutos.
Devido às diversas denúncias, o próprio Procon de São Paulo (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) divulgou uma nota dizendo que estava notificando a empresa organizadora do evento para prestar esclarecimentos. "De acordo com uma análise preliminar das reclamações de consumidores registradas no site do órgão de defesa do consumidor, os ingressos - cuja venda começou nesta segunda-feira - teriam se esgotado em poucas horas nos canais oficiais; mas, estariam sendo anunciados e vendidos em sites não-oficiais a preços muito maiores".
Para evitar maiores problemas, durante a última pré-venda exclusiva C6 Bank dos dois shows extras (19 e 24 de novembro), na última segunda feira (19), o deputado Celso Russomanno apareceu na fila da bilheteria do Allianz Parque para encaminhar cambistas para prestarem depoimentos na Primeira Delegacia do Consumidor. Segundo o jornal O Globo, 32 pessoas foram detidas e podem pegar de seis meses a dois anos de prisão.

A grandiosidade do alcance e da repercussão das vendas se dá pelos quase 11 anos sem a visita de Taylor Swift no Brasil. No dia 13 de setembro de 2012, a artista veio para a divulgação dos singles All Too Well e We Are Never Ever Getting Back Together e fez um pocket show de cerca de 35 minutos promovido pela gravadora para apenas mil fãs no Citibank Hall do Rio de Janeiro.
Mesmo com curta duração, o show teve exclusivamente a única versão ao vivo de Long Live com a Paula Fernandes, faixa contida na versão deluxe de Speak Now. Por conta disso, os fãs especulam sobre a participação da sertaneja como música surpresa para alguma das apresentações no Brasil. Na época em que veio, Taylor contava com "mais de 500 mil seguidores", como Xuxa destacou durante a participação da cantora em seu programa. Hoje ela conta com mais de 264 milhões só no Instagram, desmonstração do crescimento em sua carreira.
Apesar de em 2015, o jornal O Globo ter veiculado uma nota do jornal indicando que a cantora teria sido proibida pela mãe, Andrea Finlay, de voltar ao Brasil por ser um país de terceiro mundo, em 2019, a cantora anunciou dois shows em São Paulo com a Lover Fest - turnê em apoio ao seu sétimo álbum de estúdio, Lover. O festival teve mais de 100.000 pessoas na fila online para compra e todos ingressos esgotaram em cerca de 12 horas.
Devido a pandemia, porém, em fevereiro de 2021, Taylor cancelou oficialmente a turnê pelas suas redes sociais (após já ter postergado as datas). "Esta é uma pandemia sem precedentes que mudou os planos de todo mundo e ninguém sabe como o cenário de turnês estará no futuro próximo. Eu estou muito desapontada pois não serei capaz de ver vocês tão breve o quanto eu gostaria. Sinto muita falta de vocês e eu mal posso esperar até que nós possamos estar juntos e em segurança em shows novamente”, escreveu.

Depois de a long time coming, a The Eras Tour trás uma proposta bem diferente do que os fãs haviam tido aqui. A turnê que acumula mais de 100 datas pelos Estados Unidos, América Latina, Ásia, Austrália e Europa, conta com um setlist de 44 músicas, incluindo a versão de 10 minutos de All too well e sucessos de toda sua carreira. Contando com diferentes cenários, coreografias, figurinos e efeitos visuais, Taylor Swift inicia o show com músicas do seu albúm "Lover", segue com de "Fearless", "Evermore" , "Reputation", "Speak Now", "Red", "Folklore", "1989" e encerra com "Midnights", além de apresentar duas músicas acústicas surpresas diferentes a cada show - uma no violão e outra no piano.
A última venda geral acontece amanhã (22) a partir das 10 horas no site da Tickets for Fun. A expectativa é de que o número 22 dê sorte aos fãs e assim eles garantam os ingressos.
No final de semana, dos dias 16 ao 18, a banda de rock Titãs realizou shows da nova turnê no Allianz Parque, em São Paulo. Para a celebração de 40 anos de história, sete dos oito integrantes originais se reuniram para fazer shows ao redor do Brasil. Essa é a primeira vez que ocorre um reencontro da banda em sua formação original desde a morte de Marcelo Fromer, guitarrista e um dos fundadores, em 2001.
“Titãs Encontro” já percorreu diversas cidades do Brasil e traz novidades para as performances, como a inclusão de surpresas preparadas especialmente para os fãs. A banda entregou uma apresentação emocionante, repleta de sucessos que marcaram gerações e influenciaram o cenário musical brasileiro.
O retorno de Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin com a banda é um momento especial para os fãs mais antigos, que aguardaram ansiosamente para reviver a energia e a paixão dos Titãs ao vivo, pois em outros momentos, os três se distanciaram da banda. A turnê ainda é uma oportunidade para as novas gerações conhecerem de perto a música e o legado da banda, que continua a influenciar o cenário musical brasileiro e inspira artistas de todas as idades, com músicas como Epitáfio.
TRAJETÓRIA DA BANDA
Os Titãs foi formado por um grupo de amigos que estudavam no mesmo colégio. Sua estreia oficial aconteceu em 1982 no Sesc Pompéia, desde então, conquistaram seu espaço no cenário musical ao longo de décadas de carreira. Com uma combinação única de letras impactantes e mistura de estilos musicais, o grupo se destacou por sua adesão, engajamento social e influência duradoura na música nacional.
Inicialmente composta por Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto, o grupo de jovens músicos talentosos logo ganhou reconhecimento pela sua sonoridade inovadora.
O álbum de estreia, "Titãs" (1984), foi um marco na música brasileira, trazendo sucessos como "Sonífera Ilha" e "Go Back". A banda conquistou o público com sua energia e letras provocativas, abordando temas sociais e políticos a todo tempo. O sucesso se consolidou com o lançamento do álbum "Cabeça Dinossauro" (1986), considerado um dos melhores da banda, com clássicos como "Polícia" e "Bichos Escrotos".
Lançamento do álbum “Cabeça Dinossauro” (1986)
Nos anos seguintes, os Titãs tiveram uma habilidade única de se reinventar musicalmente. Exploraram diferentes estilos, mesclando rock, pop, punk e influências brasileiras em álbuns como "Õ Blésq Blom" (1989) e "Tudo ao Mesmo Tempo Agora" (1991). A banda continuou lançando sucessos como "Epitáfio" e "Enquanto Houver Sol", que se tornaram verdadeiros hinos do rock nacional.
Lançamento do álbum “Tudo ao Mesmo Tempo Agora” (1991)
Após alguns anos de carreira, a banda passou por mudanças na formação, com a saída de alguns membros originais. No entanto, isso não a impediu de amadurecer musicalmente e produzir trabalhos de destaque. O álbum "Acústico MTV" (1997) foi um enorme sucesso, mostrando uma nova faceta dos Titãs em arranjos acústicos de suas músicas mais conhecidas.
Com mais de quatro décadas de carreira, os Titãs seguem na estrada, lançando novos trabalhos e se reinventando. Receberam diversos prêmios e reconhecimentos ao longo dos anos, incluindo o Grammy Latino e o Prêmio Multishow de Música Brasileira.
Os Titãs são uma verdadeira lenda do rock brasileiro, com uma carreira marcada por hits, experimentações sonoras e letras que transcendem gerações. Sua trajetória exemplifica a capacidade de se adaptar e evoluir, mantendo sua melodia e influência ao longo do tempo. Com um legado sólido, os Titãs continuam a inspirar e encantar fãs por todo o Brasil, consolidando-se como uma das maiores bandas da história da música brasileira.
Titãs na sua formação atual, composta por Branco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto.
O SHOW
Com o Allianz Parque lotado, a música de abertura do show foi “Diversão” (1987), contando com uma entrada triunfal dos integrantes acompanhada pelos gritos de emoção da plateia.
Seguindo o espetáculo, os Titãs cantaram músicas icônicas de sua carreira, como “Flores” e “Cegos do Castelo”. Além disso, outras músicas cantadas puderam ser reconhecidas por outros motivos, por exemplo, “Televisão” foi a abertura da série da Rede Globo “Tá no Ar” (2014).
Os fãs foram à loucura ao longo do show em vários momentos emocionantes. Branco Mello, um dos vocalistas, fez uma confissão: “Eu fiz uma cirurgia muito grande. Tirei um tumor da garganta”, revela ele. “Só que agora estou aqui vivo!”, celebra Branco.
A estética da performance também foi deslumbrante. Recursos visuais foram usados conforme a música, por exemplo, ao cantarem “Cabeça Dinossauro”, o telão exibiu pontos brancos soltos até se fundirem e virarem a capa do álbum. Ou, o desenho de uma mulher dançando ao som de “Comida”.
Performance de “Cabeça Dinossauro” construção e resultado.
Performance visual durante “Comida”.
Os efeitos visuais também foram usados no intervalo para introduzir a segunda parte da apresentação. Um compilado de vídeos dos integrantes mais novos foi nostálgico para a maioria do público que os acompanha desde essa época. Foi um momento para reviver o passado e relembrar bons tempos.
Após o vídeo, os Titãs trouxeram uma nova proposta. Cadeiras foram colocadas no palco e eles declararam que aquela parte seria dedicada a suas músicas acústicas. A primeira foi o clássico “Epitáfio”, trazendo o discurso de aproveitar a vida como ela é. Nesse momento, quem foi responsável pelo show de luzes foi a plateia, formando um mar iluminado por suas lanternas.
Arnaldo Antunes fez um discurso sobre o falecido Marcelo Fromer, “Eu to sentindo falta do Marcelo aqui com a gente.”, confessa ele. “Mas hoje a gente não quer lamentar, a gente veio celebrar a presença dele nas nossas vidas!”, finaliza.
A convidada da noite foi apresentada inesperadamente após o discurso. Era ninguém menos que Alice Fromer, filha de Marcelo, que acompanharia os integrantes na próxima surpresa. Todos juntos homenagearam Rita Lee cantando sua canção “Ovelha Negra”. Os Titãs e Rita Lee são considerados até hoje como a personificação do rock paulista e nacional.
Depois de cantarem mais clássicos, os músicos se juntaram para agradecer em reverência a presença do público, mas não deixaram de fazer sua última homenagem especialmente para o Mês do Orgulho. Os membros surpreenderam seguraram a bandeira LGBTQIA+ para que todo mundo pudesse ver.
Deixaram o palco, mas não foi por muito tempo. Os fãs pediram bis com outras músicas icônicas que sentiram falta, e não deixariam a banda ir embora sem ouvir essas. Seus pedidos foram atendidos e os Titãs retornaram ao palco para finalizar de vez com “Õ Blesq Blom”, “Marvin” e “Sonífera Ilha”.
O evento organizado pela Bonus Track contou com 150 mil pessoas nos três dias de show. Titãs fez história novamente trazendo seus diversos estilos musicais, críticas sociais e políticas em suas várias faces.
As séries fictícias ou documentais – de conteúdo esportivo – são muito presentes nos catálogos das plataformas de streaming. Com um grande público, algumas até têm relação com a popularização e diversificação do esporte, como “Drive to Survive” fez com a Fórmula 1, por exemplo. Para todos os gostos, e dos mais diferentes esportes, elas vêm fazendo sucesso com o público.
Em busca de sugestões, a AGEMT perguntou a cinco jornalistas quais são as suas séries esportivas prediletas. Veja abaixo as indicações.
MARIANA SPINELLI
A apresentadora e repórter mineira da ESPN indicou a série “Bem-vindos ao Wrexham”, disponível no Star+. “O Ryan Reynolds compra um time de verdade, da quinta divisão do campeonato inglês que está tentando subir para as divisões seguintes”, conta Spinelli.

O Wrexham AFC, do norte do País de Gales, é o terceiro clube de futebol profissional mais antigo do mundo, e em 2020 passou a ser comandado pelos atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney – que atuaram nos filmes Deadpool e It's Always Sunny in Philadelphia, respectivamente.
Os Red Dragons passaram por sérios problemas financeiros, o que os levou para a 5ª divisão do campeonato inglês. E os torcedores, fanáticos pelo clube, arrecadaram dinheiro e lutaram contra obstáculos para manter a história viva. Até que Rob e Ryan, que nunca tinham trabalhado juntos e não tinham experiência prévia com futebol, se juntaram para liderar o time, e é esse processo que é mostrado pela produção.
Para a jornalista, a série documental “conta a realidade por trás do futebol”, além de ser uma fonte de entretenimento.
A série fez sucesso e foi renovada para a segunda temporada, após o time subir para a EFL League Two, quarta divisão do futebol inglês. O acesso veio pelo título, conquistado após uma virada sobre o Boreham Wood, em casa, por 3 a 1, com uma rodada para o final do campeonato.
CELSO UNZELTE
O jornalista da ESPN e professor da Faculdade Cásper Líbero falou sobre “The English Game”, disponível na Netflix. “A série mostra todo o contexto da época fora de campo, tornando-se interessante mesmo pra quem não gosta de futebol, como a minha mulher – o que possibilitou que assistíssemos juntos”, diz o comentarista.

“The English Game” trata dos primeiros tempos do futebol, especificamente da disputa das primeiras Copas da Inglaterra – a competição mais antiga do mundo, disputada desde 1871 – mas não fala só do esporte, uma vez que também mostra os conflitos entre a elite e a classe operária da época.
Em seis episódios, além de mostrar o futebol, a série retrata a luta de classes na Inglaterra durante o século 19, com os dramas cotidianos das personagens, mesclando a ficção com a realidade da época. O criador da produção também é responsável por “Downtown Abbey”, série de drama inglesa que se passa no século XX.
RAFAELLE SERAPHIM
A comentarista de futebol nas transmissões de jogos do Sportv e do Premiere indica a série “The Playbook: Estratégias para vencer”, disponível na Netflix. Com cinco episódios, cada um sobre um treinador diferente – em diferentes esportes – Doc Rivers, Jill Ellis, José Mourinho, Patrick Mouratoglou e Dawn Staley contam um pouco das suas estratégias pessoais para ter sucesso nos esportes e na vida.

“É uma série muito interessante porque traz algumas modalidades e como grandes campeões são no dia a dia. Fala da rotina, dos treinamentos e das competições.”, afirma Seraphim. Doc Rivers, técnico da NBA, campeão com o Boston Celtics, é o personagem do primeiro episódio; Jill Ellis é a técnica responsável por dois títulos de Copa do Mundo da Seleção de Futebol Feminino dos Estados Unidos; José Mourinho é um treinador de futebol multicampeão, que atualmente comanda a Roma; Patrick Mouratoglou foi o treinador da tenista Serena Williams durante dez anos e Dawn Staley é técnica de basquete e fala sobre a presença feminina em um ambiente dominado por homens.
Com campeões no futebol, tênis e basquete, a série lançada em 2020 tem produção de LeBron James e Maverick Carter, e mostra reflexões dos treinadores dentro e fora da prática esportiva. Seraphim, que entrou no grupo fixo de comentaristas do Grupo Globo recentemente, continua: “The Playbook coloca a gente um pouco por dentro da mente de quem pensa na estratégia de um atleta multicampeão”.
UBIRATAN LEAL
O comentarista de baseball e futebol da ESPN recomenda a série ‘Lucky!’, disponível no Star+. Nos oito episódios, é contada a história de Bernie Ecclestone, que, além de piloto, foi presidente e CEO da Formula One Management (FOM) e da Formula One Administration (FOA), que gerenciam a Fórmula 1. O produtor da série, Manish Pandey, também é o responsável por “Senna”, filme que conta a história do ídolo brasileiro de F1.

“É espetacular para quem está começando a acompanhar a Fórmula 1 nos últimos anos conhecer a história da modalidade. Conta como o esporte se transformou de uma competição de carros feita por mecânicos e engenheiros apaixonados por isso, mas bem pouco profissional, em um monstro econômico e de popularidade.”, afirma o jornalista.
A história de um dos chefões da Fórmula 1 é contada em primeira pessoa, a partir de depoimentos do próprio empresário e tem imagens de arquivo de corridas antigas. “Ele narra a trajetória dele no esporte, que é basicamente toda a história da categoria, porque ele esteve presente no primeiro Grande Prêmio da história da Fórmula 1, que aconteceu na Inglaterra em 1950”, contina Ubiratan. Além disso, a série também mostra as brigas políticas internas da Fórmula 1 e o passado de alguns pilotos.
RAFAEL LOPES
“Sou fã de ‘O.J.: Made in America’. Gosto como o documentário é construído, como a carreira dele é mostrada, como o caso é abordado, mas, sobretudo, como ele serviu como gatilho para as questões raciais americanas dos anos 1980. É uma obra definitiva sobre o personagem, contada com muito cuidado e sem sensacionalismo.”, afirma o comentarista de automobilismo do Grupo Globo, Rafael Lopes.

O documentário, – que tem a duração de uma série, com 7 horas e 47 minutos – está disponível no Star+ e é dividido em cinco partes. A produção, que ganhou um Oscar por melhor documentário em longa-metragem, narra a história do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson, acusado de assassinar sua ex-esposa, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ron Goldman.
A trama, além de contar a ascensão e queda de um ídolo dos esportes americanos e um caso muito polêmico e importante, também fala sobre a justiça e o sistema criminal, racismo, poder, a mídia e outras questões sociais.
Todo início de carreira tem seus obstáculos, e ser cantor não é diferente. Sem muito investimento ou visibilidade, os cantores muitas vezes não têm o apoio dos pais, não sabem se estão na carreira certa ou se têm o dom de cantar.
Gabriel Cascardo tem 24 anos, seu nome artístico é Bean, e está produzindo e cantando há quase dez anos. Seu estilo musical está em processo, mas neste momento é trap. “No começo era por diversão, um trampo bem amador, até que fui me encontrando cada vez mais e, de uns cinco anos pra cá, a história vem se tornando cada vez mais profissional.”
Renan Aranha, conhecido como Renife pelos fãs, tem 20 anos e está na carreira musical há quatro anos. Suas inspirações estão nos estilos musicais de R&B, pop e love song. Segundo ele, as horas de criação começam sempre com um gole de café. “Pego meu violão e crio uma melodia doce, depois planejo qual vai ser o tipo do som, e mando bala. Depois faço todo o instrumental no computador, canto por cima, faço todas as vozes e faço as edições finais”.
Sidónia Pacule canta desde os 15 anos, mas profissionalmente há três. Seu estilo de música tem como foco a religiosidade. "Achei meu estilo musical ouvindo o coração de Deus, ele me curou da orfandade que eu carregava e Ele me deu autoridade para curar outras pessoas. O que começou em mim não vai terminar em mim."
Os objetivos dos cantores iniciantes são vários, mas o principal é viver da sua música e que ela seja ouvida por todos. “Objetivo que minha música seja ouvida por todos, e que meus sentimentos cheguem para aqueles que querem ouvir”, relata Aranha. “Alcançar mais almas e para alcançar tenho gravado novas canções e trabalhado na divulgação”, diz Pacule. "O meu maior objetivo é que eu consiga ganhar a vida fazendo com que a minha música cause nos outros o que a música dos outros causou em mim”, conta Cascardo.
O início de carreira tem suas dificuldades. “Minhas dificuldades são alguns bloqueios criativos que acabo tendo de vez em quando e quando entro nesse buraco é difícil sair”, diz Gabriel. Para Renan: “ter pouca visibilidade, pouca grana para investir”. Já para Sidónia: "a dificuldade é entrar no estúdio e gravar".
Para a divulgação de suas músicas, os cantores usam métodos diferentes para conseguir aumentar os números de seus fãs. Renife tenta "chamar a atenção com a capa da música ou jogando um jogo de suspense por trás de alguma prévia” e depois fazendo “uma corrente de divulgação". Com Sidónia Pacule, as divulgações acontecem "através das redes sociais e das plataformas digitais como YouTube, Deezer e Spotify".
Neste departamento, Bean tem um processo diferente, dividido em algumas partes. A prévia alimenta a curiosidade do público com uma nova música, depois o lançamento e no final o pós-lançamento são os resultados realizados pelas partes anteriores. "É um processo um tanto quanto complexo que não tem uma fórmula exata e é aí que entra grande parte da criatividade para inovar e trazer algo que surpreenda o público", diz o cantor.
Bruno Zanardi tem 30 anos e é produtor musical há 15. Os estilos de músicas que mais produz são pop, sertanejo, funk pop, entre outros. Ele costuma trabalhar com cantores com faixa etária de 18 a 30 anos. Em sua maioria, "os cantores me procuram com o projeto em mente", conta Zanardi.
O processo de produzir uma música acontece por cinco fases: composição (letra e melodia), arranjo, gravação dos instrumentos, gravação vocal e finalização (mixagem e masterização).
"Normalmente um cantor iniciante tem diversos vícios musicais até por não ter experiência em estúdio. Meu trabalho é lapidá-lo para que performe da melhor maneira possível", relata o produtor.
É importante ressaltar que muitos artistas não têm um produtor ou agente. "Não tenho nenhum agente ou produtor, meu trampo é e sempre foi 100% independente! Acho legal reforçar esse ponto porque hoje em dia, com o aumento das agregadoras digitais, qualquer um consegue ser independente e eu acho isso f***!", afirma Cascardo.
Os cantores são abordados de diferentes maneiras para se fazer shows. "Geralmente com um convite normal, até agora só fiz um de qualquer forma", diz Renife. Sidónia Pacule, por sua vez, recebe os convites "através das minhas redes sociais e WhatsApp". Para Bean, tem duas possibilidades: "uma delas é ter uma pessoa encarregada de vender nossos shows para casas, festas, eventos etc", a outra "é que às vezes nós mesmos nos interessamos por algum lugar e buscamos contato com o dono do espaço ou organizador do evento para vender nosso show".
Quando são reconhecidos, o sentimento é satisfatório, pois suas músicas estão sendo ouvidas e apreciadas. "Eu fico muito feliz, acontece raramente, mas aconteceu já umas dez vezes, é sempre algo muito bom e me deixa muito feliz", diz Renan. "É incrível ser reconhecido, pois cada reconhecimento é um poder de Deus alcançando vidas. Então, ao me reconhecer, está reconhecendo a obra de Deus", afirma Sidónia. "A sensação de ser reconhecido em algum lugar é algo muito gratificante. É ali que vejo que todo o trabalho teve a sua recompensa. Só tenho de agradecer a todos que ouvem minhas músicas e gostam do meu trabalho. Esse é o maior incentivo que eu tenho para continuar", relata Gabriel.