Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
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KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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Ator de “That 70’s show” recebe sentença máxima pelos crimes cometidos no início dos anos 2000
por
Laura Teixeira
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18/09/2023 - 12h

No dia 7 de Setembro, quinta-feira, Danny Masterson, estrela de programas como “ The Ranch" e “That 70' s show”,  foi condenado a 30 anos de prisão por estuprar duas mulheres em Los Angeles. Apesar de ter sido sentenciado por dois casos, há mais de três acusações contra o ator. Os crimes ocorreram em sua casa, entre os anos de 2001 e 2003, momento auge de sua carreira.

Charge feita durante o julgamento de Danny Masterson/ Artista: Mona Shafer
Charge feita durante o julgamento de Danny Masterson/ Artista: Mona Shafer

O movimento “Me Too” ocorreu em 2017 e foi marcado pela exposição e acusação de crimes sexuais de diversos nomes de Hollywood como Kevin Spacey (ator) e Harvey Weinstein (produtor). Após a repercussão dessas denúncias, as vítimas de Masterson se sentiram encorajadas em expor o que tinham sofrido entre 2001 e 2003. As investigações começaram em 2017 pela polícia de Los Angeles e concluíram um Modus Operandi do agressor, que drogava e ameaçava com armas suas vítimas durante a violência sexual. Após as acusações, o ator foi afastado da série “ The Ranch” na qual atuava ao lado de Ashton Kutcher.

No início quatro mulheres acusaram o ator, porém apenas três delas foram a julgamento e ele foi sentenciado apenas por duas. Todas as suas vítimas o conheceram na igreja da Cientologia, a qual Masterson faz parte desde sua infância. Antes de irem a público, as mulheres avisaram a igreja de tudo que ocorreu, mas a instituição acabou as culpabilizando.

Em entrevista para a revista People, o vice-procurador distrital de Los Angeles, Reinhold Muller, afirmou que as vítimas demoraram para conseguir justiça e que a decisão do júri foi correta. Além disso, explicou que Masterson acreditava que não seria preso: “ ele sempre pensou que iria se safar”. Durante o julgamento, as mulheres que o acusaram depuseram e explicitaram a importância de sua condenação: “ Você é patético, perturbado e extremamente violento e o mundo fica mais seguro com você na prisão” afirmou uma delas.

Mila Kunis e Ashton Kutcher enviaram carta ao juiz do caso a pedido da defesa de Danny Masterson/ foto: reprodução
Mila Kunis e Ashton Kutcher enviaram carta ao juiz do caso a pedido da defesa de Danny Masterson/ foto: BBC News

Após a divulgação da sentença de Danny Masterson, cartas feitas por colegas do ator vieram à tona. Nelas, artistas como Mila Kunis e Ashton Kutcher – que participaram de That 70’s Show em 1998 com Danny – apoiavam o agressor, afirmando que ele possui uma boa índole e que nunca cometeria os crimes que estava sendo acusado. Os documentos foram pedidos pela defesa e entregues ao juiz do caso, visando uma pena mais branda. Além de Kunis e Kutcher, Will Baldwin, Debra Jo Rupp e Kurtwood Smith também enviaram cartas.

Em 2019, Danny Masterson e seu advogado deram uma entrevista à revista People e afirmaram que “ Isso [as acusações] é mais que ridículo.” Além de descredibilizar o movimento “Me too” dizendo que as mulheres estariam utilizando holofotes para se manterem na mídia

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A autenticidade da cantora é posta em cheque novamente com o lançamento de seu segundo álbum
por
Bruna Quirino Alves
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18/09/2023 - 12h

O segundo álbum de estúdio de Olivia Rodrigo, a queridinha do pop, foi entregue ao público na última sexta-feira e os números não mentem. O lançamento foi um sucesso, como o de seu antecessor “SOUR”. 

“GUTS” acumulou mais de 60 milhões de plays no Spotify em sua estreia e todas as suas 12 faixas debutaram dentro do top 23 da parada global na plataforma.

 

foto da olivia rodrigo deitada em um fundo roxo com anéis escrito GUTS nos dedos
Ensaio feito para a capa do álbum. Foto: Divulgação  

 

Segundo Olivia, o projeto tenta capturar a confusão que vem com o processo de transição de uma jovem adulta, enquanto busca entender sua própria identidade e o seu lugar no mundo. Sua faixa favorita do álbum e uma das suas criações preferidas é “all-american bitch”, a introdução do disco. Para a artista, a faixa descreve muitos sentimentos reprimidos que ela guarda desde os seus 15 anos e nunca teve a coragem de expressar, até agora.

As faixas “all-american bitch”, “ballad of a homeschooled girl” e “get him back!” conversam conceitualmente entre si. Todas partilham batidas fortes, solos de guitarra marcantes e a sensação de estar lendo o diário de Olivia.

“Making the bed” e “the grudge” seguem o mesmo estilo de “drivers license”, famoso single do seu primeiro disco. São baladas melodramáticas do álbum, que são a marca registrada da artista. O tom e a sonoridade no refrão de “making the bed” soam familiares para quem conhece a melancolia de Phoebe Bridgers, principalmente em “Motion sickness”. 

“Teenage dream” encerra o álbum enquanto faz referência ao famoso single de Katy Perry, trazendo uma perspectiva mais confusa e introspectiva sobre a juventude, mostrando que talvez ser jovem não é tão cor-de-rosa. 

Ainda que o álbum represente muito bem a mentalidade de uma jovem de 20 e poucos anos, beirando o impossível não se identificar com a angústia e a ansiedade de suas letras, é perceptível a receita de bolo que a artista usa e abusa, na mesma fórmula pop-rock que vem sido explorada desde os anos 90, por Alanis Morissette, Blondie, The Veronicas que não ultrapassa o limite estabelecido desde o seu primeiro lançamento, Avril Lavigne, Paramore, entre outros. 

A sonoridade de “GUTS” é bem mais ambiciosa do que a que vimos em “SOUR” e é notável um tom confessional mais agressivo, mas as limitações criativas da artista não se ultrapassam desde o seu primeiro lançamento, enquanto se mantém no mesmo eixo temático e conduz a narrativa da mesma forma. 

Com novas acusações de plágio, a autenticidade de Olivia é posta em cheque novamente. O lançamento de “SOUR” foi marcado por acusações de plágio, tanto no projeto gráfico do disco – que supostamente plagiou o grupo independente Pom Pom Squad – quanto na faixa “Good 4 U” que inclui retroativamente Hayley Williams e Josh Farro do Paramore como coautores pela similaridade com o sample de “Misery Business”. 

Infelizmente “GUTS” não fugiu do radar nesse aspecto. A faixa “all-american bitch” apresenta uma melodia muito similar à do single “Start all over”, de Miley Cyrus, lançado em 2007, e como sempre a internet não deixou passar.

Tweet escrito "adoro a olivia rodrigo mas porque ela sempre interpola ou sampleia músicas obviamente famosas e só depois dá os créditos? é pra gerar buzz ou polêmica? ouvi um pedaço de musica nova e é um copia e col de start all over da miley kkk tem nem como fingir não"
Um dos tuítes que apontam o suposto plágio. Foto: Reprodução/Twitter

“GUTS” parece ser sequencial e carrega um sentimento de continuidade em relação ao álbum anterior por narrar os mesmos temas, ainda que a partir de uma perspectiva mais madura e menos passiva. Porém, mesmo sendo mais rock, o álbum é monótono e as faixas se confundem, além do uso exacerbado de samples de outras músicas que empobrecem a originalidade do projeto e roubam o sentimento de estar ouvindo algo novo, de fato. 

Por fim, só resta esperar que o próximo projeto de Olivia se diferencie trazendo uma receita nova e não apenas uma reprodução de tudo que já foi feito pelas estrelas do rock que a antecederam. 

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Premiação contou com performances memoráveis e com o Brasil fazendo história novamente
por
Helena Maluf
Gabriela Jacometto
Victória da Silva
Vitor Nhoatto
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15/09/2023 - 12h

  O Video Music Awards, mais conhecido como VMA, é um evento anual promovido pela MTV onde os principais artistas da indústria musical têm seus trabalhos reconhecidos. A edição deste ano, sediada em Nova Jersey, EUA, aconteceu nesta terça-feira (12).

Com a presença ilustre de grandes nomes, a premiação contou com performances de artistas como Nicki Minaj, apresentadora deste ano, Shakira, homenageada da noite, e Anitta em dose dupla. A edição 2023 do VMA também se destacou pelo aumento da diversidade, tanto nas indicações, quanto nas apresentações.

 

Taylor recebendo o prêmio
Taylor Swift recebendo a estatueta de astronauta em uma das premiações. Foto: Gilbert Flores/Variety/Reprodução.                                                                                                               

 

 Performances 

Abrindo os trabalhos, o rapper Lil Wayne – com o seu novo single "Kat Food" – entregou muita animação. Logo em seguida, a nova estrela do cenário pop internacional, Olivia Rodrigo, iniciou sua performance com a faixa "Vampire" do recém-lançado álbum "GUTS", e engatou "Get Him Back" na sequência. Usando os dois palcos principais, e abusando de artefatos pirotécnicos, o grande show no entanto, não agradou, pelo tom errôneo cantado pela artista.

O evento também foi palco do reencontro dos integrantes da boyband 'N Sync, que há 20 anos atrás ganhou a categoria de Clipe de Pop pela música "Bye bye bye". Apesar de não terem se apresentado, emocionaram a plateia.

Na terceira apresentação da noite com muita coreografia e sensualidade, foi a das rappers Cardi B e Megan Thee Stallion, performando pela primeira vez a recém lançada "Bongos". Tivemos também Demi Lovato com um medley de hits na versão rock, do álbum REVAMPED. Com uma banda só de mulheres, a artista repetiu em certo grau o seu show no The Town mas em menor escala, cantando Heart Attack, Sorry Not Sorry e Cool For The Summer.

Em parceria com a empresa Doritos, a MTV cedeu um pequeno espaço para a apresentação de novos artistas entre os shows principais da noite e o anúncio das categorias. Os artistas Kalii, Rene Rapp e The Warning cantaram pequenos trechos de suas canções duas vezes cada.

Um dos momentos mais aguardados pelos brasileiros era a performance de Anitta, que pela segunda vez consecutiva estava indicada e iria performar no evento. Vestindo um look com a bandeira do brasil estilizada no peito, representando o nosso país, a brasileira levou o funk para o palco do VMA ao cantar um medley das músicas do projeto Funk Generation: A Favela Love Story, sendo elas, Used To Be, Funk Rave e Casi Casi.

 

Anitta
Anitta e suas dançarinas durante sua apresentação. Foto: Noam Galai/ Getty Images/Reprodução 

 

Seguindo com as apresentações, Doja Cat performou "Attention", "Paint The Town Red" e "Demons", levando a Internet à loucura com uma apresentação intensa e explosiva. Com dançarinas pintadas todas de vermelho, e vestida de terno – o qual foi tirado pela rapper ao decorrer da apresentação –, Doja entregou seu visual “edgy” no evento.

Primeira artista sul-americana a receber o Video Vanguard, Shakira fez uma performance com vários de seus hits, uma grande estrutura, vários dançarinos, coreografia ensaiada, vocais impecáveis e até fogo no palco. A homenageada da noite tocou guitarra, dançou com facas e levou muita latinidade ao VMA. Ela ainda finalizou com o seu sucesso em parceria com Bizarrap, e se jogou no meio da plateia e antes de ser içada a vários metros de altura em uma estrutura no meio do público.

Shakira
Shakira na plateia durante sua performance. Foto: Gilbert Flores/Variety/Reprodução.                                             
 

Após a performance cinematográfica, ao receber a estatueta de astronauta dourada, ela agradeceu a todos que a apoiaram desde o início quando tinha apenas 18 anos, principalmente as mulheres especiais de sua vida e seus dois filhos, que estavam presentes. Finalizou oferecendo o prêmio aos seus fãs, os latinos que sempre a mantiveram firme e determinada.

Outra grande estrela da noite, Nicki Minaj apresentou o programa com um tom leve e brincalhão. "A MTV recebeu mensagem das pessoas com medo do que eu poderia falar", brincou a rapper. Mas além de ter conduzido a premiação com maestria e vários looks, a primeira mulher a ficar no topo das paradas com mais de 100 hits cantou seu último single "Last Time I Saw You ", do aguardado álbum Pink Friday 2. Em uma espécie de pedestal, a rainha do rap entregou vocais incríveis em um look transparente, coberto por um vestido preto. No encerramento, ainda emendou um trecho inédito de uma música que lançará na sexta (15), do supracitado álbum.

Nick Minaj
Nicki Minaj cantando o single "Last Time I Saw You". Dia Dipasupil/Getty Images/Reprodução
 

Estreando na premiação com muita cor, dança e sensualidade, Karol G trouxe "TÁ OK REMIX", sua parceria com Dennis DJ, Maluma e Kevin O Chris. Internautas afirmaram que a colombiana levou mais funk para o palco do VMA do que a nossa garota do rio. 

Recebendo o prêmio Global Icon, outra grande honraria da noite, Diddy performou em seguida vários de seus sucessos e convidou ao palco vários artistas, incluindo Keyshia Cole. O rapper, ao receber a estatueta dourada, fez um discurso emocionante, remontando ao seu passado de entregador de jornais, o sonho de ser jogador de futebol, e como foi para a música, alegando que nunca imaginaria estar onde chegou.

Peso Pluma, STRAY KIDS, e Maneskin, fizeram suas estreias na premiação. A sensação mexicana fez uma apresentação mais acústica, enquanto o grupo de Kpop levou muita dança e intensidade ao palco. Já a banda de rock alternativo, com uma câmera em mãos, agitou o público. 

Metro Boomin também foi uma das atrações da noite, performando vários sucessos de sua carreira, dentre eles a música "Calling" que faz parte da trilha sonora de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, de 2023. Anunciado pela cantora Bebe Rexha, mais um reencontro aconteceu em seguida, a banda de rock Fall Out Boys, após 16 anos, voltou a se apresentar no evento.

Com Sabrina Carpenter anunciando a nossa Anitta como super estrela global, o grupo de Kpop TXT e Anitta fizeram sua aguardada e surpreendente performance, levando os fãs à loucura. Tanto os integrantes do grupo quanto a cantora dançaram e cantaram o pré-release intitulado "Back For More". A brasileira, junto a Nicki Minaj, foram os únicos artistas que se apresentaram duas vezes durante a edição deste ano.

A premiação ainda contou com uma espécie de festa de aniversário. A cantora americana, Kelsea Ballerini, comemorou seu aniversário de 30 anos, visivelmente emocionada, se apresentando com uma orquestra inteira, e uma troca de figurino mágica no palco.

A última apresentação da noite foi em homenagem aos 50 anos do hip hop. Com grandes nomes de várias épocas, incluindo Nicki Minaj e Lil Wayne, a performance foi marcada por vários hits dos rappers, muita emoção e representatividade, tendo sido a mais longa da noite.

Nick Minaj
Performance em comemoração aos 50 anos de hip hop. Foto: Theo Wargo/Getty Images/Reprodução 
 

 Premiações 

Depois de 24 anos com predominância masculina na categoria de "grupo do ano", em 2023 o grupo feminino Blackpink levou o prêmio para casa. 

Mas a noite pertenceu mesmo à Taylor Swift, que levou para casa o cobiçado prêmio de Artista do Ano, entre 8 outros prêmios: “Melhor Vídeo”, ‘Música do Ano”, “Melhores Efeitos Visuais”, “Melhor Vídeo Pop” e “Melhor Cinematografia”, com a música Anti-hero;  “Álbum do Ano”, com Midnights e “Show do Verão”com a The Eras Tour.

Taylor e prêmios
Taylor Swift após a premiação mostrando seus nove prêmios. Foto: getty images.     

Em uma grande surpresa devido aos rivais de peso, Anitta levou pela segunda vez consecutiva a categoria de melhor clipe latino por Funk Rave. A brasileira agradeceu aos seus fãs e gravadora e a si mesma no final, pois trabalhou duro para mais uma vez o funk brasileiro estar na premiação, indicado e performando, mas ganhando também. "Nós estamos aqui de novo Brasil", comentou.

Nicki Minaj levou a categoria melhor hip hop com Super Freaky Girl, e revelou a sua gratidão por tudo e todos.

Apresentada por Rita Ora, a categoria de melhor colaboração foi para Karol G e Shakira pela canção "TQG". As duas de mãos dadas foram ao palco e vibraram pela Colômbia, país de ambas.

Outros artistas premiados foram: BLACKPINK na categoria “Melhor co Coreografia”; Seven de Jungkook e Latto com “Música do Verão”; S-Class do Stray kids como “Melhor Música Kpop”; Ice Spice como “Artista Revelação”; Lana Del Rey e Jon Baptiste com “Melhor Video Alternativo”; Maneskin com “Melhor Vídeo de Rock”; Anitta com “Melhor Vídeo Latino”; Olivia Rodrigo com “Melhor Edição”; Calm down do Rema e Selena Gomez com “Melhor Afrobeat”; Karol G e Shakira como “Melhor Colaboração”; Candy da Doja Cat com “Melhor Direção de Arte”; Super freaky girl da Nicki Minaj com “Melhor Vídeo Hip-Hop”; Diddy como “Ícone Global”; SZA com “Melhor Vídeo Rythm e Blues”; Dove Cameron com “Video For Good”, ou traduzindo vídeo para o bem; e TXT com “Melhor Performance Inovadora" para Sugar Rush Ride.

 O VMAs 2023 não foi apenas sobre prêmios e a celebração dos artistas premiados e indicados, foi também sobre criatividade e a capacidade única dos videoclipes e, principalmente da música, de impactar a indústria cultural. 

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“Games, competições e novidades, tudo o que vem por aí no maior evento geek do país”
por
Kauã Alves
Leonardo de Sá
Maria Eduarda Camargo
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14/09/2023 - 12h

Um dos maiores eventos de games do Brasil, a 14.ª edição da BGS (Brasil Game Show) ocorre entre os dias 11 a 15 de outubro, na Expo Center Norte, em São Paulo.

Marcelo Tavares, jornalista, empresário brasileiro e idealizador do evento, que nasceu como Rio Game Show em 2009, contou em entrevista ao TechTudo que a ideia surgiu da necessidade de uma feira de jogos no país, inspirada na própria paixão de Tavares por esse universo. “Acredito que a BGS é uma grande vitrine do mercado brasileiro lá fora. O evento ajuda no crescimento do nosso mercado ao promover os games tanto para a imprensa especializada como para a grande mídia”, disse ao veículo.

Já em expansão na América Latina, em 2011, os produtores Yoshinori Ono (Street Fighter) e Zafer Coban (Batman Arkham City) chegaram a comparecer ao evento, junto de 60 mil pessoas. No ano seguinte, a feira passou para a cidade de São Paulo e contou com cerca de 100 mil pessoas.

Com atrações nacionais e internacionais, o evento reúne mais de 400 expositores, dentre eles empresas consagradas como Playstation, Monster, Nintendo e Microsoft. Além disso, para quem quer conhecer seus ídolos de pertinho, a feira contará com grandes nomes da indústria dos games, como Naoki Yoshida, Alexey Pajitnov e Nolan Bushnell. Outro grande atrativo é o acesso antecipado aos lançamentos das desenvolvedoras presentes. Jogos, equipamentos e acessórios serão mostrados em primeira mão nos estandes. 

Além disso, a BGS contará com Concurso de Cosplay, além de apresentações de grandes nomes na indústria. Nesse ano, os fãs de campeonatos de e-sports também poderão assistir à final feminina do campeonato de Counter Strike: Global Offensive (mais conhecido como CS:GO), que rola entre Fúria e B4. O prêmio, além do título, é de 20 mil reais para as ganhadoras e 10 mil reais para as vices.

Palco do campeonato feminino de CS:GO em 2022
Palco do campeonato de CS:GO feminino de 2022. Foto: BGS/Reprodução

Outra promessa do evento é a famosa Sonic Symphony, que reúne musicistas internacionais para reviver as famosas melodias 8-bits e 16-bits da SEGA (produtora de Sonic e Alien: Isolation) – celebrando 30 anos do personagem Sonic The Hedgehog. A orquestra conta com Shota Nakama, que além de idealizador e criador da Video Game Orchestra, também produziu trilhas sonoras para Final Fantasy e Kingdom Hearts.

Os ingressos estão disponíveis no site para todos os dias, exceto, sexta-feira (13) que já estão esgotados. Vale lembrar que todos os que levarem 1kg de alimento não-perecível, tem direito ao valor de meia-entrada do ingresso, assim como, estudantes com carteirinha, idosos com mais de 60 anos e PCDs.

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Álbum estreia batendo o recorde nacional do Spotify
por
Bruna Quirino Alves
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10/09/2023 - 12h

O álbum, intitulado Escândalo Íntimo, apresenta Luísa Sonza em seu estado mais vulnerável enquanto navega pelo seu subconsciente e aborda suas aflições e fragilidades com profundidade e clareza, mostrando suas incoerências e insatisfações consigo mesma e com o mundo à sua volta. Não deixando de lado a sua ousadia e irreverência características ao experimentar com os conceitos sonoros e visuais que incomodam e subvertem os sentidos e réguas morais, te colocando para fora da zona de conforto.

Seu conceito disruptivo e desaforado chama a atenção do público desde o primeiro single lançado. “Campo de Morango” dividiu opiniões e causou diversas polêmicas. O clipe brinca com a sensualidade da fruta ao mesmo tempo que faz a contraposição trazendo visuais vermelhos que remetem à sangue e beiram o perturbador.

Luísa no clipe "Campo de Morango" em cima de uma cama coberta de tinta vermelha com dançarinas ao seu lado
Trecho do clipe de Campo de Morango. Foto: Divulgação

O álbum

O álbum é dividido em quatro blocos marcados pelos interlúdios: “Dão Errado” e “Todas as histórias”

O primeiro bloco apresenta seu manifesto de autoestima e poder com faixas como “Carnificina”, em que Luísa reafirma o seu valor e a sua influência enquanto dá o recado: “Eu tenho números e ainda sou artista” e o hit pop dançante “A Dona Aranha”, que ressignifica a antiga cantiga infantil com elementos do funk, brincando com as palavras e retratando um lado animalesco da cantora como a própria aranha.

O segundo bloco apresenta a parte mais romântica do álbum, enquanto o terceiro e último bloco lançado, que começa a partir do interlúdio “Dão Errado”,  introduz o sample de “Não me deixe só” de Vanessa da Mata e termina com uma alusão à uma crise de ansiedade, com respirações descompassadas e ofegantes, junto de sons angustiantes para quem ouve.

Luísa revelou em entrevistas que a construção conceitual do projeto foi pautada em torno de um relacionamento tóxico consigo mesma e uma representação de seu subconsciente, seus pesadelos, aflições e autosabotagens – o que pode ser visto em faixas como “Principalmente me sinto arrasada” e “Não sou demais” – que narram suas angústias e cobranças a si própria, além da visão distorcida com a qual ela se enxerga e os seus discursos controversos e incoerentes.

Trecho do clipe de Luísa onde ela olha sorrindo pra tela
O clipe de "Principalmente me sinto arrasada" exibe um clima de terror. Foto: Reprodução/Youtube

Nas faixas mais sentimentais do disco, a cantora cria uma atmosfera imersiva mais emotiva através dos sons, emulando suas emoções e fazendo com que seus sentimentos se projetem até o ouvinte.

Escândalo Íntimo é um projeto de 26 faixas, porém apenas 18 foram lançadas. Posteriormente, as outras 8 serão liberadas junto com os visuais, que formarão um curta-metragem.

O álbum conta com a participação de artistas como: Baco Exu do Blues, Marina Sena e Duda Beat, porém o maior destaque foi a parceria com a cantora pop norte-americana Demi Lovato que canta em português na faixa “Penhasco 2”. 

É notável a versatilidade do disco em mesclar estilos musicais diversos através das colaborações e referências, enquanto mantém uma sonoridade coesa que se conecta até o final da narrativa.

A faixa “Surreal”, com Baco Exu do Blues, apresenta elementos de R&B ao descrever uma noite de romance tórrida e sensual, com vozes arrastadas, compasso marcado e melodia grave que captura o sentimento de desejo intenso - como em Hotel caro, a outra parceria dos dois, lançada em 2022, que também é referenciada nos versos de Baco: “Hotéis caros, festas na espanha, mistura intensa, somos uísque com tequila".

“Ana Maria” traz a leveza de Duda Beat para o final do disco, quebrando a melancolia e espantando a ansiedade enquanto nos leva para uma atmosfera mais alegre e otimista, além de revisitar a interlude do bloco e responder Vanessa da Mata enquanto anuncia: “Não sinto mais medo do escuro, agora ele tem medo de mim”.

Luísa volta para o sertanejo sofrência, com gaitas ao fundo e vocais fortes em “Onde é que deu errado”. O sertanejo não é estranho para a artista, que já explorou esse gênero no single “Coração Cigano” em parceria com Luan Santana e em “melhor sozinha” com Marília Mendonça para seu álbum anterior, “DOCE 22”.

Já “Iguaria” e “Chico” trazem traços de bossa nova no ritmo enquanto a artista abraça o romantismo se declarando para o companheiro. Em “Iguaria” ela revela quão preciosa é a relação dos dois com trechos cheios de referências à MPB, como: “Deságua em mim como chuva”– referenciando ‘Oceano’, um dos maiores sucessos dos anos 90, composto por Djavan. 

“Chico” narra uma história de romance que se passa no Rio, que como “Garota de Ipanema” do Tom Jobim é ritmado pelas ondas do mar e o seu movimento, mas ao invés de observar Helô Pinheiro caminhar na praia de Ipanema, a serenata de Luísa é para Chico Veiga e se passa em um bar na Lapa. Essa faixa vem para aquecer o coração daqueles que não perderam a fé no amor, apesar das desilusões. Na letra, ela diz: “Chico, se tu me quiseres, sou dessas mulheres de se apaixonar”, uma referência à Folhetim, escrita por Chico Buarque e cantada por Gal Costa.

Em “Outra Vez”, como na canção de Roberto Carlos, Luísa está presa nas memórias de um amor antigo enquanto tenta lidar com o seu fim e seguir em frente. A música traz todas as emoções vividas no processo de superar um término e a vontade agridoce de se apegar à dor quando ela é tudo o que resta. 

Outras alusões à MPB e bossa nova usadas no álbum também não passaram em branco para os ouvintes, como a faixa “Lança-menina” que foi um tributo à rainha do rock, Rita Lee, além do áudio da própria Rita falando no final. Na letra, Luísa exalta a si mesma e a sua própria incoerência, além de ironizar o conceito de ser uma “boa menina”.

A faixa “Luísa Manequim”, conta com o sample de samba-rock do compositor Abílio Manoel durante a música e o trecho que diz “sabor de fruta mordida”, referenciando Cazuza em uma de suas faixas mais famosas, “Todo amor que houver nessa vida”. Nessa faixa, Luísa mostra um pouco da cobrança que vem com a vida sob os holofotes e muda o sentido da música original enquanto se coloca como a garota que está sendo observada, onde tudo e todos querem a sua atenção, tecendo elogios ou criticando. 

Tweet onde Luísa Sonza escreve "gente meu fãs pelo amor de deus comecem a escutar música brasileira, artistas brasileiros Cássia Eller, Cazuza, etc se não vocês não vão me acompanhar nos raciocínios
Tweet da cantora é relembrado nas redes socais. Foto: Reprodução / Twitter

O álbum apresenta uma nova era na carreira de Luísa Sonza e demonstra um vasto repertório e amadurecimento musical, além da experiência audiovisual que virá com o lançamento do curta-metragem.

Escândalo Íntimo está disponível nas plataformas digitais e foi performado pela primeira vez no festival The Town em São Paulo, no primeiro domingo.

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