Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
|
29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
|
26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

Tags:
A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
|
26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

Tags:
Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
por
KHADIJAH CALIL
|
25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

z
       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

z
                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
z
                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
z
                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
z
                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
z
                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
z
                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

Tags:
Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
|
25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

Tags:
Curtas de Wes Anderson estreiam com aprovação entre 89 e 100 no Rotten Tomatoes
por
Artur Maciel Rodrigues
Maria Eduarda Camargo
|
09/10/2023 - 12h

 

(Cenas dos 4 curtas, foto: Instagram/Netflix)

A caricatura dos filmes de Wes Anderson e a famosa ligação do diretor à referências literárias não vem à toa, grande parte de suas obras é inspirada em livros e seus autores. Contudo, nenhum escritor como o controverso Roald Dahl esteve tão presente em suas obras. Dahl é autor de famosos livros infantis como: Matilda, A fantástica fábrica de Chocolate e O Senhor Raposo — que acabou se tornando filme de animação de Wes, lançado em 2009. O autor, nascido em 1916, fez fama ainda nos anos 40 com seus livros, que recentemente viraram polêmica pelo uso de palavras antissemitas que foram retiradas de seus livros pela editora.

Os quatro contos, Poison, The Rat Catcher, The Swan e The Wonderful Story of Henry Sugar, são gravados com os mesmo atores: Ben Kingsley, Benedict Cumberbatch, Dev Patel, Ralph Fienne, Rupert Friend e Richard Ayoade. A trupe britânica atua em diversos papéis nos curtas, e durante  “A incrível história de Henry Sugar” trocam de personagens em minutos. Seu palco são os locais descritos na histórias, incluindo: Um hospital em Calcutá, um cassino em Londres, um posto de gasolina infestado de ratos e uma lagoa, onde reside a gansa em The Swan. 

A influência de Dahl não se mantém apenas nos roteiros, mas na forma como a narração é dirigida: a história é visual e descritiva. Acumulado com esforço para deixar claro que tudo que se vê foi construído, Wes Anderson e Roald Dahl se entrelaçam para trazer à tona uma imersão aos contos do autor. Wes defendeu o autor com relação à edição dos contos: “Compreendo as motivações por trás das críticas aos livros de Dahl, mas não vejo por que alguém deveria alterar a obra de um autor que não está mais entre nós, só para agradar a uma certa sensibilidade”, conta ele durante entrevista no Festival de Veneza.



 

Sobre Wes Anderson

Conhecido por filmes como Grande Hotel Budapeste — pelo qual ganhou o BAFTA de Melhor Roteiro e o Globo de Ouro como Melhor Filme — e animações stop-motion como Fantastic Mr.Fox, Wes Anderson é cineasta, produtor, roteirista e ator. Nascido em Houston, nos EUA, o artista seguiu faculdade de filosofia no Texas, local onde acabou conhecendo Owen Wilson, que mais tarde viria a participar de diversos filmes do diretor.

Conhecido pelo seu estilo de filmagem excêntrico e organizado, Wes Anderson passeia pelo arrojado estético sem perder a linha de um roteiro cativante. O diretor é conhecido pelas filmagens simétricas, uso do plano holandês (filmagem diagonal) e pela famosa “comédia inerte” — em que o diretor brinca com as emoções do público ao trocar o ritmo de cena bruscamente.

"Grand Budapest Hotel", 2014. Ritmo

 

As referências do diretor no mundo animado também não são diferentes, já que Wes leva, por vezes, o estilo stop-motion clássico para seus filmes mais conhecidos, como em Grande Hotel Budapeste, e, mais recente, em cenas-chave de Asteroid City. E o lúdico não para por aí: na paleta de cores também correm tons pastéis e outonais, que a princípio soam presunçosos mas se encaixam muito na excentricidade dos personagens.

Recentemente, o diretor acabou alvo da IA em trends que exploravam seu estilo visual, como a adaptação de Star Wars, que causou reações adversas em internautas: “Uma inteligência artificial nunca será capaz de captar a sinceridade das emoções, expressões e humanidade  ‘pintadas’ na tela por Wes Anderson. Tudo que a IA é capaz é zombar de como uma imagem é estruturada. Não existe compreensão do Mis-Èn-Scene. (Ela) não sente.”

https://x.com/funeman_/status/1652775764557701120?s=46&t=UOTDLRf6yV_3k8xy-L640Q

Tags:
Está em exibição no Tucarena o espetáculo infantil que discute a educação financeira para crianças
por
Alice Di Biase
|
07/10/2023 - 12h

Apresentado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e com patrocínio do Nubank, estreou no sábado (30) a peça De Onde Vem o Dinheiro. Em curta temporada, do dia 30 de setembro a 22 de outubro, o espetáculo aborda um assunto muitas vezes temido pelas famílias com crianças pequenas: o dinheiro. 

A direção é de Pedro Garrafa, a dramaturgia de Renata Mizrahi e trilha sonora original de Carlos Careqa. O elenco é formado por Lucas Padovan, Iris Yazbek e Rebeca Oliveira. A produção é da WB Produções, de Bruna Dornellas e Wesley Telles, que é conhecida por outros espetáculos como Misery e Três Mulheres Altas - que também passaram pelo Tuca, teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 

Divulgação

Mas, afinal, de onde vem o dinheiro? 

“Você acha que dinheiro nasce em árvore?” ou “Na volta a gente compra”, são frases que fazem parte da infância de muitos brasileiros. Mas isso é o suficiente para acabar com a curiosidade insaciável das crianças sobre essa questão? O espetáculo surgiu com o intuito de inserir a educação financeira nas discussões familiares.  

A peça conta a história de dois melhores amigos, Antônio (Tom Tom), que se mudou para Belém recentemente, e Tininha, que mora no Rio de Janeiro, ambos com 8 anos. Eles se falam por chamadas de vídeo todos os dias, mas a vontade de se encontrarem pessoalmente só aumenta. No entanto, ao pedir para a sua mãe que compre passagens para Belém, a menina recebe um balde de água fria. As passagens estão muito caras, e a mãe explica que vai demorar um pouco até que consiga comprá-las.  

A menina não entende qual a razão de não poderem viajar, e ambas as crianças se frustram pois irão continuar sem se encontrar. Os dois pensam em uma solução que faz parte da realidade deles: nos videogames os personagens conseguem moedas rapidamente. Por isso, decidem entrar dentro de um videogame.

Divulgação
Fonte: divulgação Instagram/ @deondevemodinheiro

A mãe de Tininha, vendo a situação, tem uma ideia genial para que as crianças entendam o que é o dinheiro e como ele funciona. Ela monta em sua casa um cenário de videogame para ensinar às crianças conceitos de educação financeira. Os meninos aprendem a importância de ganhar dinheiro, economizar, focar no que querem e como atingir as suas metas. 

A importância de discutir a saúde financeira 

Em entrevista exclusiva para Agemt, o diretor Pedro Garrafa comenta que percebeu seu próprio receio em falar sobre dinheiro para crianças: “E eu pude perceber que atrás do meu preconceito morava uma razão óbvia, eu também não quero falar sobre dinheiro pra minha criança, né? A gente não fala sobre dinheiro. Então depois disso, quando a gente começou a montar a peça, eu comecei a pensar o quanto é necessário falar”. 

O debate sobre saúde financeira nas escolas vem ganhando força. Em 2021, o Ministério da Educação, em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), desenvolveu o Programa Educação Financeira nas Escolas que, em três anos, pretende capacitar 500.000 professores, do Ensino Fundamental e Médio, em educação financeira para que possam transmitir esse conhecimento para os estudantes. 

Segundo Alceu Gonçalves, administrador de empresas, muitas vezes não existe a percepção de que a educação financeira é um dos pilares que fundamentam o desenvolvimento pleno do ser humano: “Assim como educamos as crianças em diversos aspectos que contribuem para o seu desenvolvimento, temos que ter consciência que é por meio da cultura de planejamento e educação financeira que temos a chance de realizar sonhos e objetivos, e até mesmo garantir o que consideramos o básico, saúde e qualidade de vida, sobretudo na velhice”. 

Ao ser perguntado sobre o que espera transmitir ao público com a peça, o diretor reforça a importância do teatro infantil como objeto de reflexão mais do que de aprendizado: “É uma peça de teatro, não é um curso. Então, o que eu espero é que o público saia de lá modificado. Eu tenho vontade que as pessoas saiam discutindo de onde vem o dinheiro, e que dinheiro é um meio pra conseguir as coisas e não o fim das coisas. A criança não quer economizar pra ser rica, ela quer visitar um amigo. Eu acho que a coisa mais legal da peça é isso: o dinheiro não é o fim. Dinheiro serve para a gente gastar bem com coisas que vão fazer a gente feliz”, finaliza.  

Tags:
A peça estrelada por Denise Fraga conta ao público que mesmo em um país dividido, é possível encontrar empatia naquilo que humaniza
por
Fernanda Travaglini
|
06/10/2023 - 12h

Com um jogo de palavras que revela a relação humana com o mundo exterior, 'Eu de você', solo estrelado por Denise Fraga, está em exibição no TUCA, em São Paulo, até 5 de novembro. A temporada tem sessões lotadas. Idealizado pela atriz em conjunto com o diretor e produtor Luiz Villaça e José Maria, respectivamente, 'Eu de Você' é alegre, triste, angustiante e libertador: um retrato fiel de diversas facetas da vida.  

 

Senta que lá vem história 

 

Três paredes brancas são o cenário no qual Fraga incorpora, ato após ato, a vida de diversos brasileiros e brasileiras. A peça foi composta por relatos reais, de cenas da vida de pessoas pertencentes a várias classes sociais, raças, orientações sexuais e idades, enviadas à produção em 2018. “Abrimos uma chamada para histórias”, conta a atriz à Folha de S. Paulo.  

Com muita energia e entrega, Denise Fraga hipnotiza seu público pelas 2 horas de duração. São as expressões faciais, o tom de voz, a música – performada ao vivo pela atriz e banda –  que revelam este tesouro das artes cênicas, em uma produção que dialoga com o público em todos os sentidos: causa identificação, empatia e a atriz entrega carinho, recepção e empatia quando conversa com sua plateia.  

 

'Arte da vida', 'vida da arte' 

 

Em entrevista à Teté Ribeiro, da Folha de S. Paulo, Fraga defende a arte como "mais do que um direito, é saúde mental (...) quem vive com arte vive mais amparado" e diz que "viver é um negócio rico".  

A seleção de enredos, comprova. São histórias reais, coletadas em 2018, que navegam entre temas como burnout, agressões e outros, mais corriqueiros e leves, como as peculiaridades de relacionamentos e memórias de vida dos representados - encenadas com sensibilidade e seriedade, mas sem deixar de lado a leveza.  

Atriz branca, com roupas cinzas e uma baqueta com o corpo inclinado para frente e expressão de alegria e espanto.
Denise em 'Eu de Você'. Imagem: Cacá Bernardes/Reprodução

Eu de você  

 

Mesmo diante de dilemas que podem ser iguais ou semelhantes àqueles vivenciados nos cotidianos de cada telespectador, a experiência emociona e é um exercício de diálogo. Uma peça que fura-bolhas, pois aproxima aquele que a vê um pouco mais da pele alheia, na íntima vivência de ouvir o outro falar de si. Rara oportunidade em uma sociedade marcada pela segmentação e exclusão.  

“Todos os meus preconceitos em dia (risos), é muito tocante ver uma pessoa tida como ´de direita´ e outra ´de esquerda´, lado a lado e ambos emocionados”, conta Denise Fraga à Teté Ribeiro, da Folha de S. Paulo. Levando em conta as tensões históricas e recentes no espectro político, este relato é a pura potência do teatro, e da arte, como importante participante da construção de uma sociedade mais equânime, empática e democrática.    

“O teatro é um pacto coletivo. Eu e você, você e eu, escolhemos estar aqui e entregues a esta experiência. E eu acredito no teatro", clama a atriz ao seu público no início da apresentação.  

Muito além do que falar das artes da cena, este "combinado" revela que diante da alteridade, da divergência, o encontro é possível. Na vida e na arte. Com muita entrega e uma energia de reverência e respeito à existência humana - como só seria possível vir de alguém, também, de igual riqueza interior: um viva à Denise.  

 

Tags:
O passeio guiado promete contar as histórias do centro de São Paulo de um jeito lúdico e interativo para o público mirim
por
Giulia Palumbo
|
06/10/2023 - 12h

Com o Dia das Crianças chegando, o Shopping Light, próximo ao Teatro Municipal de São Paulo e ao metrô Anhangabaú, tradicionalmente prepara um Walking Tour Especial para os futuros líderes do nosso país. A trajetória desse passeio acontecerá no domingo, dia 8 de outubro, a partir das 9h45. O tour será um especial Kids, uma apresentação em parceria com a Azenha de Teatro, em que trará um olhar dinâmico e lúdico para explicar a história da fundação e da cultura paulistana para as crianças.

Foto Reprodução
Encerramento do walking tour, no incrível rooftop do Shopping Light no centro de São Paulo. (Crédito/ Shopping Light)

O passeio acompanha um guia de turismo, além do tour cênico que propõe aos participantes interação com áudios de poemas e sonorização para ilustrar os caminhos. A finalização do passeio será no Espaço Gastronômico – Priceless da Mastercard, localizado no rooftop do empreendimento, por meio do elevador de porta pantográfica importado dos EUA e original da década de 1920.

Percurso – Walking Tour Especial

O Walking Tour é gratuito e tem duração de 3 horas, além da presença de um guia credenciado pelo Ministério do Turismo, que promove o passeio. O guiamento é uma atividade com SP da Garoa do Guia Rafa Gushi. O percurso segue pelos principais pontos turísticos do centro da cidade. O Shopping Light fica na Rua Coronel Xavier de Toledo, 23, centro de São Paulo. Para o dia do passeio, acesse pela Rua Formosa, 157. As inscrições são feitas antecipadamente pela plataforma Sympla:

Roteiro contemplado na edição tradicional:

Além do tour especial, em todo último domingo do mês, o Shopping Light também promove um tour com sua edição tradicional que contempla: Edifício Alexandre Mackenzie (Shopping Light), Biblioteca Mário de Andrade, Theatro Municipal, Vale do Anhangabaú/Viaduto do Chá, Praça Antonio Prado/Rua XV de Novembro, Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-SP), Edifício Matarazzo e Terraço Espaço Priceless.


SERVIÇO: Walking Tour – Shopping Light
Endereço:  Rua Coronel Xavier de Toledo, 23 (com acesso pela Rua Formosa, 157) – Centro, São Paulo-SP.
Data e horário: Domingo, dia 8 e 29 de outubro, às 9h45 da manhã

Tags:
"Ordem Paranormal: Quarentena" assumiu o primeiro lugar com 215 mil expectadores simultâneos.
por
Natália Perez
|
04/10/2023 - 12h

Sigla em inglês para jogo de interpretação de personagem, RPG tem sua própria categoria no site de livestreams: Twitch. No sábado 23 de setembro, a estreia de “Quarentena” spin-off internacional do universo de Ordem Paranormal ultrapassou todos na categoria com 215,165 expectadores acompanhando ao vivo. Além de ter sido a live mais assistida naquela semana.

O projeto criado pelo streamer Rafael Lange (Cellbit) em 2020 se popularizou durante a pandemia. Sua fama no Brasil já era expressiva, no ano passado alcançou mais de 153 mil visualizações ao vivo no último episódio de “O Segredo na Ilha”. Ainda durante a tela de espera, além de seu próprio recorde, a nova campanha se tornou a transmissão mais assistida de RPG da história da Twitch, ao ultrapassar os 212 mil da estreia de 'Bells Hells' do grupo estadunidense Critical Roles.

 

Dados da transmissão
Dados da transmissão confirmando o auge de visualização com mais 215 mil. Imagem: StreamsCharts.

 

Não muito tempo atrás, Cellbit comentou em uma de suas lives que achava difícil seu RPG tomar proporções internacionais. Entretanto isso mudou em abril com a entrada do brasileiro no QSMP, servidor multijogador e multilíngue de Minecraft criado pelo mexicano Alex Quackity. O jogo trouxe não só amigos, mas também um público internacional.

Pouco depois, em 22 de agosto, o lançamento da HQ “Ordem Paranormal: Iniciação” em inglês e espanhol chegou ao primeiro lugar em vendas na Amazon americana e mexicana. Então com a participação de jogadores de diferentes países, que ele conheceu no QSMP, o time principal da campanha foi formado. Eram eles: dois mexicanos Quackity e Roier, o estadunidense Foolish Gamers, a suíça Baghera Jones, além do já amigo brasileiro Pac do canal TazerCraft.

 

Cena do RPG
Cena do RPG com os jogadores principais. Benito/Quackity; Luis/Roier; Jeffrey/Foolish; Diego/Pac; Lucie/Baghera e a esquerda Cellbit como mestre da mesa. Reprodução. 

 

Ordem Paranormal conta cerca de 300 horas de conteúdo, HQs, um jogo em desenvolvimento e um livro de regras que explica tudo desse universo enigmático e sobrenatural. O spin-off é a sétima campanha e devido a participação de streamers internacionais foi a primeira jogada em inglês.

Dividido em duas partes, o primeiro episódio de “Quarentena” já está disponível no Youtube com legendas em português, inglês e espanhol. A parte final transmitida no dia 30, atingiu 139 mil visualizações não batendo o recorde da estreia. E deve ser disponibilizada com legendas, assim como a primeira, ainda na primeira semana de outubro. Os episódios das campanhas anteriores podem ser assistidos no Youtube ou na integra na Twitch.

 

Imagem do destaque
Imagem do destaque: Capa oficial de "Quarentena - parte 1" por Rodrigo Lopes (@RodrigoDraws). Divulgação/OrdemParanormal.

 

Tags: