No dia 1° de março, Akira Toriyama morreu com 68 anos. A causa do óbito foi um coágulo sanguíneo no cérebro. A morte só foi anunciada no dia 8 de março, pelo estúdio Bird, onde o artista trabalhava. O criador é reconhecido internacionalmente por sua série de mangás (revistas em quadrinhos japonesas), Dragon Ball, lançada em 1984, além da série de jogos Dragon Quest e Chrono Trigger.
Entrou na empresa Shonen Jump graças a um concurso da Revista Infanto juvenil Weekly Shonen Jump, quando Toriyama foi premiado com uma vaga na empresa. Contratado em 1977, ele fez pequenos trabalhos pela revista, quando conheceu Kazuhiko Torishima, que futuramente iria se tornar seu editor em quase todos os seus trabalhos manuscritos.
Em 1980, Toriyama lançou junto com Torishima o mangá Dr Slump, uma série sobre Arle, uma androide, e suas confusões com o seu criador. A série foi um sucesso e vendeu um milhão de cópias durante a primeira semana. Apesar disso, o mangaká (artista que desenha mangás) queria fazer algo novo.
Toriyama e Torishima aceleraram sua produção para a próxima edição do mangá. Influenciados pelo conto chinês da jornada do leste, e depois de uma dica de sua esposa, Yoshimi Katō, Akira começou a desenhar visando principalmente os filmes de Jackie Chan. Depois de alguns meses, lançou a história de 13 páginas “Dragon Boy”.
Foi em 1985 que criou a história de Son Goku, um menino com cauda de macaco, que junto de seus amigos Kuririn, Piccolo e Bulma saem em busca das Esferas do Dragão, que na trama concedem um pedido ao usuário. Dragon Ball foi um sucesso. Os paineis animados e a mistura de humor, ação e história trouxeram uma rápida adaptação para a televisão. Até 2024, Dragon Ball já recebeu 24 filmes e pelo menos 800 episódios para a televisão, divididos entre: Dragon Ball, Dragon Ball Z, Dragon Ball GT, Dragon Ball Kai e Dragon Ball Super. A franquia também possui 53 jogos digitais.
No mundo dos jogos, Toriyama foi o designer e roteirista de Dragon Quest, lançado em 1986. Ele foi comissionado pelo amigo e colega, Yuji Horii, para criar uma série de fantasia medieval com o traço do mangaká. Toriyama foi o designer de todos os principais jogos da franquia. A série de RPG digital é considerada pela revista Gamespot a mais importante franquia dentro de seu gênero. Anos depois, em 1995, a mesma equipe escreveu e projetou Chrono Trigger, que foi best seller naquele ano. Para muitas revistas, como IGN, GameSpot, e Famitsu, o jogo está entre os dez melhores de todos os tempos.
No Brasil, o anime de Dragon Ball foi transmitido na televisão aberta em 1996, passando pelo SBT no programa Bom dia e CIA. Em 2001, a continuação, Dragon Ball Z, foi transmitida pela rede Globo na TV Globinho. Graças à facilidade de acesso, se tornou um dos desenhos mais populares no Brasil.
Toriyama deixou dois filhos, Sasuke Toriyama e uma filha da qual ele manteve a privacidade do nome. Além disso, o autor deixa inúmeros projetos inacabados, entre eles Dragon Ball Daima, Dragon Quest XII e alguns episódios de Dragon Ball Super.
A dubladora Masako Nozawa, que interpreta o personagem Son Goku, postou no X (antigo Twitter): "Não quero acreditar. Minha cabeça está vazia porque não quero pensar nisso”. Ela conta sobre um pedido pessoal do autor para o personagem: “Toriyama me disse: 'Você vai cuidar de Goku, não vai?’ Eu valorizo aquele momento, pois penso ‘Eu vou ficar junto do Goku até que minhas forças se esgotem"'.
Eiichiro Oda, criador de One Piece, lamentou a perda de Toriyama, comentando sobre sua admiração: “ até me lembro do dia em que você me chamou pelo nome pela primeira vez. Também me lembro da última conversa que tivemos”. O artista também falou sobre a influência de Toriyama no mundo dos quadrinhos: “Criou uma era onde adultos e crianças leem e gostam de mangá”.
Masashi Kishimoto, criador de Naruto escreveu: “Gostaria de expressar meus pensamentos e sentimentos sobre o Toriyama. Para mim, ele era o deus da salvação e o deus do mangá”O Mangaká por fim agradeceu ao criador de Dragon Ball por toda sua obra: “Obrigado, Akira Toriyama, por todos os trabalhos divertidos que você realizou nos últimos 45 anos”.

Após os fã clubes da cantora começarem a especular sobre sua vinda ao Brasil, o portal Madonna Online (que desde de novembro já vinha supondo a vinda da cantora), publicou no dia 5 de fevereiro mais detalhes sobre o suposto show. Segundo o portal, a diva do pop realizará um show gratuito no dia 4 de maio em Copacabana (Rio de Janeiro, RJ), convidada pelo Itaú Unibanco, em nome da campanha “Hoje, amanhã e pelos próximos 100 anos”, que celebra os 100 anos do banco.
A cantora, que recentemente estreou em uma campanha publicitária com a mesma empresa, deu esperança sobre a parceria que, ao que tudo indica, está por vir.
Ainda hoje (07/03), o jornalista Lauro Jardim, do O Globo, confirmou as especulações e afirmou que o show será o maior da carreira da cantora. Madonna está completando 40 anos de carreira e teria escolhido o Brasil para encerrar os shows da sua turnê The Celebration, que recorda os maiores sucessos de sua carreira.
Segundo informações do portal Madonna Online, o hotel Copacabana Palace estaria todo ocupado na semana da suposta preparação para o grande show, o que deixou os fãs ainda mais intrigados.
Quanto aos órgãos governamentais, nada de confirmação, mas as especulações por parte do prefeito Eduardo Paes também são altas. Recentemente, o então atual prefeito do Rio de Janeiro teria republicado no X (antigo twitter) uma postagem em que citava a vinda da diva pop para o Brasil. Em seu Instagram também brincou:

Mesmo sem a certeza de sua vinda, os fãs continuam esperançosos, e alguns já reservaram suas estadias para o final de semana do show. Os hotéis da região já estão praticamente com 100% de lotação para o dia, e os preços não param de subir. Cogita-se aproximadamente a presença de 1 milhão de pessoas para o megashow.
“Fui reservar um hotel em copacabana e já tá tudo esgotado” desabafa fã no X (antigo twitter):
fui reservar um hotel em copacabana e já tá tudo esgotado 🤡🤡
— Pedro (@mepedrohenrique) March 7, 2024
MADONNA, ME AJUDAAA
O Réveillon de 2023 em Copacabana teve mais de 3 milhões de pessoas nas areias, repetindo os sucessos de público das viradas com Jorge Ben Jor, em 1993, e Rod Stewart, em 1995. Se o show de fato acontecer, será o quarto da cantora no país e o maior público da carreira da americana.
É praticamente inexistente registros de performances gratuitas da Madonna, uma cantora que atingiu um status estratosférico e que arrasta multidões mundo afora. O suposto show na praia de Copacabana tem tudo para entrar na história do país e da artista.
Doze bandas de emocore, popular gênero de rock dos anos 2000, lotaram o Allianz Parque, em São Paulo, para a estreia do festival I Wanna Be Tour, neste sábado (2). Diante dos palcos chamados "It's not a phase" e "It's a life style" ("não é uma fase" e "é um estilo de vida", respectivamente), 42 mil pessoas se reuniram para criar uma máquina do tempo movida a música.
“Eu queria vir porque são bandas que fizeram parte da minha adolescência e quando eu era adolescente e não trabalhava, não tinha condição de assistir a esses shows”, conta Kaio Gomes, doutor em química orgânica, de 30 anos. A maioria dos grupos internacionais que se apresentaram no sábado (2) já tinham vindo ao Brasil em outras ocasiões. Já Fresno, Pitty e NX Zero representaram a cena nacional nos palcos. “Foi uma oportunidade do eu do presente agraciar meu eu do passado”, completa.
Apesar da euforia nostálgica do line-up, composto por Plain White T’s, Mayday Parade, Boys Like Girls, Asking Alexandria, The Used, All Time Low, The All-American Rejects, A Day To Remember e Simple Plan, além das bandas brasileiras, os pecados de organização do festival não conseguiram passar despercebidos. Kaio comenta que o horário de entrada no estádio foi seu primeiro desagrado: “é impossível para um evento que deu sold out [ingressos esgotados] no Allianz Parque abrir os portões uma hora antes do início do primeiro show. Era óbvio que todas as pessoas que quisessem assistir ao primeiro show não iam conseguir entrar”. Para ele, a quantidade de catracas e de seguranças para realizar a revista também foram insuficientes.
A falta de sinalização, de pontos de hidratação gratuita e de comida nas lanchonetes dentro do Allianz também entraram na lista de reclamações. A pontualidade dos shows e a ativação da marca de calçados Vans, entretanto, balancearam a conta.
Com tênis destinados especialmente a skatistas, esporte que também compõe a cultura emo, a Vans aproveitou o evento para relançar um modelo dos anos 1990, se valendo do saudosismo do público com cabine para fotos instantâneas, adesivos com arte em grafite e um tênis gigante em branco onde as pessoas poderiam escrever com canetas coloridas – como os jovens do começo do milênio costumavam fazer na escola.

Durando por volta de 40 minutos, todas as apresentações cativaram o público, ainda que as bandas tivessem estilos diferenciados. Plain White T’s, Boys Like Girls, All Time Low e The All-American Rejects com batidas mais pop e letras sobre romances bem-sucedidos e frustrados; Mayday Parade, The Used e Asking Alexandria dentro do chamado hardcore, estilo mais próximo do punk e que beira o metal rock, com vocais guturais – técnica utilizada pelos cantores para gritar –, guitarras mais graves e ritmo mais acelerado.
Mesmo com o apelo da presença de bandas internacionais - muitas não vinham ao país há mais de dez anos -, Fresno, Pitty e NX Zero não apenas entregaram apresentações de calibre tão alto quanto de seus colegas estrangeiros, como relembraram a todos da força e da qualidade do pop rock nacional.
Gabriella de Carvalho, gestora ambiental de 29 anos, coloca o show da Fresno na sua prateleira de favoritos do dia: “é uma das minhas bandas preferidas e também uma das maiores representantes do emo nacional”. Esse título é verificável não apenas pelo sucesso da turnê solo do grupo, a “Vou Ter Que Me Virar”, em promoção do álbum homônimo e mais recente, mas também pelas complicações que o público teve para passar pelos portões com pressa, já que a Fresno era a primeira a se apresentar, às 11h. “Infelizmente eu não consegui assistir o show inteiro por conta dos atrasos na entrada, mas com certeza esse tem um espaço especial no meu coração”, lamenta a fã.
Com o show da turnê de celebração dos vinte anos de “Admirável Chip Novo”, seu álbum de estreia, a baiana Pitty exibiu toda sua versatilidade entoando músicas que adolescentes e seus pais gostavam e comandando um bate-cabeça tradicional. “Foi o melhor de todos”, comenta Kaio. “Ela toca na questão da nostalgia. Meu eu de 13, 14 anos gostava demais de Pitty e foi a minha trilha sonora de vários momentos de descoberta”, continua.
A Day To Remember, uma das atrações principais, é um dos grandes nomes do hardcore. Composta por Jeremy McKinnon (vocalista), Neil Westfall, Kevin Skaff (guitarristas) e Alex Shelnutt (baterista), a banda contou com a voz do público no palco “It’s a lifestyle” durante todo o show, mas também investiram em artifícios técnicos como chuva de fitilhos na abertura, com sua música mais ouvida nas plataformas digitais “The Downfall Of Us All”, e bolas gigantes lançadas à plateia durante “Rescue Me”.
O dia se encerrou com Simple Plan, banda canadense com público cativo no Brasil. Esta é a nona passagem do grupo pelo país, que inclusive se apresentou no programa Big Brother Brasil em 2007.
Além dos clássicos que foram trilha sonora das revoltas hormonais da adolescência dos (agora) adultos de 30 e 40 anos que os assistiram, como “Welcome To My Life”, “Perfect World”, “Jump”, “I’d Do Anything” e “Perfect”, o Simple Plan fez questão de homenagear outros nomes do pop punk com um pot-pourri de “All Star” (Smash Mouth), “Sk8r Boy” (Avril Lavigne) e “Mr. Brightside” (The Killers).
Gabriella conta que foi uma surpresa para todos quando o guitarrista Jeff Stinco tocou os primeiros acordes de “Vira-Vira”, música do Mamonas Assassinas, e Pierre Bouvier, o vocalista, pediu que a plateia o ajudasse a cantar. “Mostrou o tamanho do carinho que eles têm pelos fãs e também os fãs por eles”, ela completa.
A banda deu espaço para “What’s New Scooby-Doo?”, tema do desenho de mesmo nome, da Warner Bros., dividindo palco com fãs vestidos como o cachorro protagonista. E quem achou que essa seria a parte mais inusitada da apresentação, certamente demorou para acreditar quando o baterista Chuck Comeau, vestindo uma camisa da seleção brasileira, literalmente se jogou ao público.
“Foi um show impecável para fechar esse dia que com certeza vai ficar na memória. Absolutamente tudo foi pensado para entregar uma energia incrível, né?”, Gabriella se empolga no relato. “O festival para mim foi incrível, foi nostalgia pura do início ao fim. Todos os shows pensados justamente em trazer para o público a mesma emoção que era sentida lá atrás na nossa adolescência”.
“Você era uma daquelas crianças que escutavam a mesma música sem parar no seu quarto na casa dos pais? E eles diziam ‘pelo amor de Deus, desliga essa droga?’”, disse Pierre de cima do palco “It’s not a phase”, vestindo uma camiseta que adaptava o nome da música “I’m Just A Kid” para a realidade dele e do público: “I’m just an adult” (sou apenas um adulto). “Você então respondia algo como ‘vocês não entendem, eu amo essa música, essa banda’. E aí eles falavam ‘não se preocupe, é só uma fase’. Nunca foi uma fase!”

A I Wanna Be Tour esteve em Curitiba no domingo (3) e ainda passará por Recife na quarta-feira (6), Rio de Janeiro no sábado (9) e Belo Horizonte no domingo (10). Tanto Kaio quanto Gabriella (e os outros milhares de emos no Allianz Parque) aguardam ansiosos pelas próximas edições.
Neste mês de março, os programas de lazer na cidade de São Paulo prometem agradar a todos os públicos. Do grande Lollapalooza até a nostalgia de Chaves, a agenda cultural está cheia de novidades, confira:
SHOWS

As duas principais atrações musicais da cidade são os festivais I Wanna Be Tour (02/03) e o anual Lollapalooza (22, 23, 24). O primeiro tem como intenção atingir o público emo, contemplando bandas internacionais como Simple Plan e A Day To Remember, enquanto o segundo tem um público mais diverso, trazendo artistas que variam do pop ao alternativo.
A I Wanna Be Tour tem seus ingressos esgotados para o evento principal, que ocorre no Allianz Parque. Mas ainda há a possibilidade de ter um gostinho do festival com o sideshow do Nx Zero e Simple Plan que rola na sexta-feira, 1º de março.
I Wanna Be Tour
Data: 02/03
Local: Allianz Parque - R. Palestra Itália, 200 - Água Branca
Horário: 11h
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O Lollapalooza ainda tem ingressos como o Lolla Day disponíveis. Com blink-182, Titãs, Sza e Sam Smith, o evento promete grandes apresentações e infraestrutura. A expectativa é grande para o show do Blink na sexta (22), pois a banda cancelou o mesmo evento no ano anterior após a notícia da fratura na mão do baterista, Travis Barker. Sza também é muito aguardada em sua estreia no país no domingo (24).
Lollapalooza
Data: 22, 23 e 24/03
Local: Autódromo de Interlagos - Senador Teotônio Vilela, 261 - Interlagos
Horário: 12h
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Os artistas nacionais também permeiam a cidade para fazer os paulistas dançarem. Com diferentes ritmos, não haverá desculpa para não aproveitar apresentações na cidade. Confira:
Alcione
Data: 08/03
Local: Espaço Unimed - Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda
Horário: 22:00
Ingressos disponíveis a partir de R$80,00
Djonga
Data: 09/03
Local: Áudio - Av. Francisco Matarazzo, 694 - Barra Funda
Horário: 22:00
Ingressos disponíveis a partir de R$80
O Terno
Data: 22 e 23/03
Local: Espaço Unimed - Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda
Horário: 22:00
Data extra (23) disponível a partir de R$80
Fundo de Quintal
Data: 23/03
Local: Tokio Marine Hall - R. Bragança Paulista, 1281 - Várzea de Baixo
Horário: 22:00
Ingressos disponíveis a partir de R$70
EXPOSIÇÕES

Entre diversas exposições em março, duas delas alimentam nossa criança interior: a Hot Wheels City Experience começa durante o mês de março, enquanto Chaves: A Exposição finaliza a estadia em São Paulo dia 30/03.
Hot Wheels City Experience
Uma nova aventura está chegando a São Paulo com toda velocidade! É a ‘Hot Wheels City Experience’, uma exposição perfeita para quem é apaixonado por carros. São mais de dez estações dedicadas a entregar uma experiência imersiva para toda a família, com exposições, pistas de kart, workshops de design e muito mais.
Data: 21/03
Local: Oca, Parque Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, Portão 2 - Moema
Ingressos disponíveis a partir de R$49,90
Chaves: A Exposição
Vem aí uma mostra inédita sobre um dos ícones mais amados da televisão. Você poderá conferir ‘Chaves: A Exposição’, dedicada ao programa mexicano, até dia 30/03. Com mais de vinte cenários, a visita promete ser uma viagem repleta de nostalgia pelo seriado, perfeita para aqueles que amam as aventuras de Chaves, Quico, Chiquinha, entre outros personagens.
Data: Até 20/03
Local: MIS Experience - R. Cenno Sbrighi, 250 - Água Branca
Ingressos disponíveis a partir de R$20
TEATRO

Nos palcos, dois espetáculos dão as últimas chances para visita.
Frida Kahlo – Viva la Vida
Enquanto prepara um jantar para seus convidados, vivos ou mortos, Frida Kahlo passeia por sua vida e relembra personagens que passaram por sua história, como Diego Rivera, Trotsky e Rockfeller.
Data: Até 07/03
Local: Teatro Sérgio Cardoso - R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista
Ingressos disponíveis a partir de R$20
Misery – Louca Obsessão
Adaptação teatral do romance de Stephen King, a peça conta a história de um famoso escritor que sofre um acidente de carro e é resgatado por uma enfermeira, fã número um de seus romances. A partir daí, a vida do escritor passará por uma intensa reviravolta.
Data: Até 31/03
Local: TUCA - R. Monte Alegre, 1024 - Perdizes
Ingressos disponíveis a partir de R$60
LAZER E DIVERSÃO

Para os fãs de humor, a indicação é a estreia do Stand Up Comedy de Dihh Lopes, Thiago Ventura, Afonso Padilha e Márcio Donato, conhecidos como os "4 Amigos".
4 Amigos - Fila de Piadas
O quadro "Fila de Piadas" faz parte da história dos “4 Amigos” e se tornou um sucesso na internet, acumulando milhões de views no YouTube e viralizando nas redes sociais. Em fila, os comediantes se revezam no palco contando piadas e improvisando a partir de uma temática que muda conforme o espetáculo avança.
Data: 11/03
Local: Teatro Bradesco - R. Palestra Itália, 500 - 3° Piso - Perdizes
Ingressos disponíveis a partir de R$50
Nascido em Michigan nos Estados Unidos, formado em arquitetura pela universidade de Maryland, com mestrado na Parson, o artista Evan Roth traz ao ambiente artístico um novo aspecto, moldando assuntos atuais com sua vida pessoal e criando obras originais e inusitadas.
Atualmente morando na cidade de Berlim, Roth lembra sobre seu começo no ambiente artístico mencionando o período escolar: não tinha interesse em seguir um caminho nas artes, o que acabou o levando para o curso de arquitetura. Durante esse período, ocorreu o surgimento da internet, que fez Roth se interessar mais pelas artes através das redes. Ele comenta: “ Em um certo ponto, eu percebi que eu estava tendo muito mais satisfação criativa fazendo isso depois do trabalho, criando coisas na internet, do que no escritório de arquitetura.”
Assim, após terminar a faculdade, ele decidiu se dedicar à sua nova paixão. Procurou cursos que estavam começando a fazer design digital, o que acabou o levando a fazer um mestrado na faculdade de Comunicação, Design e Tecnologia da Parsons. No período acadêmico, já estava desenvolvendo projetos, como Taxonomia de Graffiti, Ilustração Tipografia, entre outros.
Atualmente, Roth dá aulas em um curso de graduação na mesma faculdade em que completou seu mestrado, no programa de arte midiática. Ele trabalha em projetos de tese com os alunos, ao longo do último ano de graduação deles. Sobre dar aulas, ele consta: “ Eu gosto de ensinar. (...) Eu gosto de estar perto de estudantes e jovens, é um bom entretenimento”.
Em palestras passadas, o americano tinha comentado sobre sua relação conturbada com a internet. Como foi um ponto inicial para sua inspiração nas artes, a forte mudança no ambiente tecnológico trouxe uma alteração pessoal no modo de observar esse fenômeno. Ele comenta sobre como antes o ambiente trazia um aspecto fortalecedor, o fato de tudo estar ao seu alcance foi algo que ele descreveu como “fascinante”.
Com o tempo, o cenário do espaço virtual foi se modificando, assim como sua concepção. De algo leve e descontraído, em que era quase irônico chamar de um negócio, a internet foi logo se adaptando ao que é hoje. Essa perda de descontração e, de certa forma, liberdade, foi uma característica que impactou Roth. Ele menciona, “Acho que também a Internet estava mudando porque as pessoas estavam descobrindo, muito rapidamente, que muito dinheiro poderia ser feito lá.”
Ele também comenta sobre como essa modificação o fez questionar sua carreira artística: “Essa dinâmica mudou totalmente, e foi meio decepcionante assistir, porque meus olhos não previram isso (...) Eu passei por uma fase em que foi decepcionante, e então fiquei meio que questionando minha própria prática artística, tipo, pensando que não preciso que a Internet seja o ponto central da minha prática”
Mesmo ela não sendo o ponto central de todos seus trabalhos artísticos, o início da sua juventude, que de certa forma foi determinada pelo seu uso da internet, trouxe inspirações que até hoje é destacada em suas criações.
Algumas de suas obras podem ser definidas como um trabalho que visualiza a cultura através da tecnologia. Ele é capaz de misturar arte em sua forma estética, com seu interesse pela internet e seu funcionamento.
PROJETOS
Em seu projeto mais longínquo, a série “Landscape” (Paisagens) Evan Roth trabalha com a ideia da fisicalidade da internet, e assim, constrói imagens de paisagem da natureza, modificadas pelo uso da tecnologia. Iniciado em 2014, o americano visitava instalações de cabos submarinos de fibra óptica da internet que emergiram do oceano.

Ele menciona sua busca em mudar seu relacionamento e sua forma de pensar com a internet, e como esse projeto foi uma busca por esse movimento. Na época em que o projeto começou, não existiam tantas discussões sobre a infraestrutura da internet como há hoje, o artista relembra. Ele complementa: “E essa foi outra maneira interessante de pensar de forma diferente sobre a web. Em vez de apenas pensar nisso como uma espécie de fenômeno social, pensar nisso como algo físico, e através da compreensão da fisicalidade da web, não apenas como ela funciona tecnicamente, mas onde ela funciona.”
No começo da série, ele utilizava instrumentos de caça fantasma e tirava fotografias em preto e branco das paisagens encontradas. Todavia, ao pesquisar sobre o assunto de forma técnica, ele chegou aos fundamentos das fibras ópticas, e procurou entender as faixas de frequência, o que o levou ao espectro infravermelho. Essa descoberta modificou o projeto, que passou a ser reproduzido através de imagens na frequência semelhante à internet, por modificações manuais das câmeras.
De outro modo, essa série se destaca em sua vida, que de forma não intencional, se relaciona com o atual funcionamento da internet. Roth explica: “A outra coisa que fiz com aquela série, que foi diferente de outros projetos, foi permitir que fosse um pouco lento. Na minha experiência com artes midiáticas, socialmente, eu diria que há esse impulso de ‘o que vem a seguir? Qual é o próximo?’ (...)“
Sobre a intencionalidade de desacelerar com o projeto, que continua até hoje, ele complementa “ Aquele projeto que foi importante para mim, foi como pensar na lentidão como uma forma de combater alguns dos tipos de impulso que sei que sinto. Acho que muitas pessoas sentem, sempre tendo que seguir em frente rapidamente para a próxima coisa”.


Outro projeto do artista é o intitulado “Since you were born” (desde que você nasceu), em que ele expõe seus dados de navegação na internet, desde o dia que sua segunda filha nasceu, em 29 de junho de 2016, até preencher a Atrium Gallery, contabilizando em torno de quatro meses de pesquisa na rede.
Do chão ao teto a sala é coberta por imagens. As cores vibrantes que nos prendem na tela de aparelhos tecnológicos tomam outros significados ao serem apresentadas em uma galeria. Utilizando páginas da internet, uma história é traçada da forma mais pessoal possível, ao mesmo tempo, demonstra como a internet passou a traçar a história da nossa vida, através do que consumimos nela no dia a dia.


Mesmo a tecnologia sendo grande parte de sua arte, ao tratar de sua relação com ela, ele expõe um alívio em não ter nascido nos dias atuais, e ter evitado crescer com as redes sociais, “Eu tenho tantos problemas, como me forçar a não ficar preso nesses pergaminhos de destruição infinita, penso como é para os jovens.”
Mas sua relação com o assunto, deixou de ser algo preto e branco. De fascinado com esse novo mundo em seu início à uma relação turbulenta com sua mudança, atualmente ele se encontra em outro lugar: “Não é que eu ache que seja apenas um lugar incrível e fortalecedor. Eu não acho que seja pura maldade ou algo assim. Mas eu acho que é assim, você sabe, é como qualquer outra coisa, como se você devesse sempre questionar quem se beneficia com o sistema de participação.”
NOVO PROJETO
Evan Roth varia quando se trata de formas de arte. Ele navega por diferentes criações artísticas, sendo a mais nova delas, a música. Em 2023 ele começou um projeto chamado “Rotary Farm”. Sobre isso, ele comenta: “Para mim, música é algo que estou fazendo apenas como um projeto de paixão.”. Ele mencionou que ao contrário do seu trabalho artístico, no qual leva de forma mais séria e profissional, com a música ele procura se divertir.
Sobre sua relação com a música, Roth expressa: “A música é incrível (...) Para mim, a música é a arte original, na qual você pode fazer algo divulgá-lo. Você não precisa dizer nada sobre isso. Pode afetar o humor de alguém, pode mudar o pensamento de alguém. Para mim a música é realmente. Não sei. Há algo na música que é muito difícil de descrever e simplesmente poderoso.”
Com influências do Pop e no Hip Hop, (artistas como Killer Mike e André 3000 estão em seu repertório musical) ele se vê recorrendo a interesses do passado em seu projeto. Ao discorrer sobre o assunto, ele comenta: “ a música também é estranha, porque é tão baseada na nostalgia, o que geralmente sou crítico, em relação à nostalgia, mas muitas das minhas práticas de ouvir música vêm de crescer com música hip hop, então muitos dos meus pontos de contato para ouvir música pop contemporânea são de escutar muito rap dos anos 80, 90 e início dos anos 2000, o que para mim foi muito interessante.”
A obsessão do mundo pela tecnologia, fez com que muitas coisas acabassem mudando junto com sua chegada. Uma delas foi a arte, que como apresentada, é um dos temas principais tratados na obra de Evan Roth. Ao discorrer sobre o significado de arte, Roth desenvolve a ideia da importância de obras que não estão baseadas na necessidade de “resolver os problemas do mundo”. Ele conclui: “Acho que uma coisa à qual estou voltando cada vez mais ultimamente é a sinceridade. Eu acho que se os artistas estão fazendo coisas de um ponto de vista sincero, e estão fazendo algo porque estão entusiasmados com isso e amam isso, para mim, no final das contas, isso comunica mais e isso é mais comovente do que muitas outras coisas.”














