Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
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Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

“Games, competições e novidades, tudo o que vem por aí no maior evento geek do país”
por
Kauã Alves
Leonardo de Sá
Maria Eduarda Camargo
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14/09/2023 - 12h

Um dos maiores eventos de games do Brasil, a 14.ª edição da BGS (Brasil Game Show) ocorre entre os dias 11 a 15 de outubro, na Expo Center Norte, em São Paulo.

Marcelo Tavares, jornalista, empresário brasileiro e idealizador do evento, que nasceu como Rio Game Show em 2009, contou em entrevista ao TechTudo que a ideia surgiu da necessidade de uma feira de jogos no país, inspirada na própria paixão de Tavares por esse universo. “Acredito que a BGS é uma grande vitrine do mercado brasileiro lá fora. O evento ajuda no crescimento do nosso mercado ao promover os games tanto para a imprensa especializada como para a grande mídia”, disse ao veículo.

Já em expansão na América Latina, em 2011, os produtores Yoshinori Ono (Street Fighter) e Zafer Coban (Batman Arkham City) chegaram a comparecer ao evento, junto de 60 mil pessoas. No ano seguinte, a feira passou para a cidade de São Paulo e contou com cerca de 100 mil pessoas.

Com atrações nacionais e internacionais, o evento reúne mais de 400 expositores, dentre eles empresas consagradas como Playstation, Monster, Nintendo e Microsoft. Além disso, para quem quer conhecer seus ídolos de pertinho, a feira contará com grandes nomes da indústria dos games, como Naoki Yoshida, Alexey Pajitnov e Nolan Bushnell. Outro grande atrativo é o acesso antecipado aos lançamentos das desenvolvedoras presentes. Jogos, equipamentos e acessórios serão mostrados em primeira mão nos estandes. 

Além disso, a BGS contará com Concurso de Cosplay, além de apresentações de grandes nomes na indústria. Nesse ano, os fãs de campeonatos de e-sports também poderão assistir à final feminina do campeonato de Counter Strike: Global Offensive (mais conhecido como CS:GO), que rola entre Fúria e B4. O prêmio, além do título, é de 20 mil reais para as ganhadoras e 10 mil reais para as vices.

Palco do campeonato feminino de CS:GO em 2022
Palco do campeonato de CS:GO feminino de 2022. Foto: BGS/Reprodução

Outra promessa do evento é a famosa Sonic Symphony, que reúne musicistas internacionais para reviver as famosas melodias 8-bits e 16-bits da SEGA (produtora de Sonic e Alien: Isolation) – celebrando 30 anos do personagem Sonic The Hedgehog. A orquestra conta com Shota Nakama, que além de idealizador e criador da Video Game Orchestra, também produziu trilhas sonoras para Final Fantasy e Kingdom Hearts.

Os ingressos estão disponíveis no site para todos os dias, exceto, sexta-feira (13) que já estão esgotados. Vale lembrar que todos os que levarem 1kg de alimento não-perecível, tem direito ao valor de meia-entrada do ingresso, assim como, estudantes com carteirinha, idosos com mais de 60 anos e PCDs.

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Álbum estreia batendo o recorde nacional do Spotify
por
Bruna Quirino Alves
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10/09/2023 - 12h

O álbum, intitulado Escândalo Íntimo, apresenta Luísa Sonza em seu estado mais vulnerável enquanto navega pelo seu subconsciente e aborda suas aflições e fragilidades com profundidade e clareza, mostrando suas incoerências e insatisfações consigo mesma e com o mundo à sua volta. Não deixando de lado a sua ousadia e irreverência características ao experimentar com os conceitos sonoros e visuais que incomodam e subvertem os sentidos e réguas morais, te colocando para fora da zona de conforto.

Seu conceito disruptivo e desaforado chama a atenção do público desde o primeiro single lançado. “Campo de Morango” dividiu opiniões e causou diversas polêmicas. O clipe brinca com a sensualidade da fruta ao mesmo tempo que faz a contraposição trazendo visuais vermelhos que remetem à sangue e beiram o perturbador.

Luísa no clipe "Campo de Morango" em cima de uma cama coberta de tinta vermelha com dançarinas ao seu lado
Trecho do clipe de Campo de Morango. Foto: Divulgação

O álbum

O álbum é dividido em quatro blocos marcados pelos interlúdios: “Dão Errado” e “Todas as histórias”

O primeiro bloco apresenta seu manifesto de autoestima e poder com faixas como “Carnificina”, em que Luísa reafirma o seu valor e a sua influência enquanto dá o recado: “Eu tenho números e ainda sou artista” e o hit pop dançante “A Dona Aranha”, que ressignifica a antiga cantiga infantil com elementos do funk, brincando com as palavras e retratando um lado animalesco da cantora como a própria aranha.

O segundo bloco apresenta a parte mais romântica do álbum, enquanto o terceiro e último bloco lançado, que começa a partir do interlúdio “Dão Errado”,  introduz o sample de “Não me deixe só” de Vanessa da Mata e termina com uma alusão à uma crise de ansiedade, com respirações descompassadas e ofegantes, junto de sons angustiantes para quem ouve.

Luísa revelou em entrevistas que a construção conceitual do projeto foi pautada em torno de um relacionamento tóxico consigo mesma e uma representação de seu subconsciente, seus pesadelos, aflições e autosabotagens – o que pode ser visto em faixas como “Principalmente me sinto arrasada” e “Não sou demais” – que narram suas angústias e cobranças a si própria, além da visão distorcida com a qual ela se enxerga e os seus discursos controversos e incoerentes.

Trecho do clipe de Luísa onde ela olha sorrindo pra tela
O clipe de "Principalmente me sinto arrasada" exibe um clima de terror. Foto: Reprodução/Youtube

Nas faixas mais sentimentais do disco, a cantora cria uma atmosfera imersiva mais emotiva através dos sons, emulando suas emoções e fazendo com que seus sentimentos se projetem até o ouvinte.

Escândalo Íntimo é um projeto de 26 faixas, porém apenas 18 foram lançadas. Posteriormente, as outras 8 serão liberadas junto com os visuais, que formarão um curta-metragem.

O álbum conta com a participação de artistas como: Baco Exu do Blues, Marina Sena e Duda Beat, porém o maior destaque foi a parceria com a cantora pop norte-americana Demi Lovato que canta em português na faixa “Penhasco 2”. 

É notável a versatilidade do disco em mesclar estilos musicais diversos através das colaborações e referências, enquanto mantém uma sonoridade coesa que se conecta até o final da narrativa.

A faixa “Surreal”, com Baco Exu do Blues, apresenta elementos de R&B ao descrever uma noite de romance tórrida e sensual, com vozes arrastadas, compasso marcado e melodia grave que captura o sentimento de desejo intenso - como em Hotel caro, a outra parceria dos dois, lançada em 2022, que também é referenciada nos versos de Baco: “Hotéis caros, festas na espanha, mistura intensa, somos uísque com tequila".

“Ana Maria” traz a leveza de Duda Beat para o final do disco, quebrando a melancolia e espantando a ansiedade enquanto nos leva para uma atmosfera mais alegre e otimista, além de revisitar a interlude do bloco e responder Vanessa da Mata enquanto anuncia: “Não sinto mais medo do escuro, agora ele tem medo de mim”.

Luísa volta para o sertanejo sofrência, com gaitas ao fundo e vocais fortes em “Onde é que deu errado”. O sertanejo não é estranho para a artista, que já explorou esse gênero no single “Coração Cigano” em parceria com Luan Santana e em “melhor sozinha” com Marília Mendonça para seu álbum anterior, “DOCE 22”.

Já “Iguaria” e “Chico” trazem traços de bossa nova no ritmo enquanto a artista abraça o romantismo se declarando para o companheiro. Em “Iguaria” ela revela quão preciosa é a relação dos dois com trechos cheios de referências à MPB, como: “Deságua em mim como chuva”– referenciando ‘Oceano’, um dos maiores sucessos dos anos 90, composto por Djavan. 

“Chico” narra uma história de romance que se passa no Rio, que como “Garota de Ipanema” do Tom Jobim é ritmado pelas ondas do mar e o seu movimento, mas ao invés de observar Helô Pinheiro caminhar na praia de Ipanema, a serenata de Luísa é para Chico Veiga e se passa em um bar na Lapa. Essa faixa vem para aquecer o coração daqueles que não perderam a fé no amor, apesar das desilusões. Na letra, ela diz: “Chico, se tu me quiseres, sou dessas mulheres de se apaixonar”, uma referência à Folhetim, escrita por Chico Buarque e cantada por Gal Costa.

Em “Outra Vez”, como na canção de Roberto Carlos, Luísa está presa nas memórias de um amor antigo enquanto tenta lidar com o seu fim e seguir em frente. A música traz todas as emoções vividas no processo de superar um término e a vontade agridoce de se apegar à dor quando ela é tudo o que resta. 

Outras alusões à MPB e bossa nova usadas no álbum também não passaram em branco para os ouvintes, como a faixa “Lança-menina” que foi um tributo à rainha do rock, Rita Lee, além do áudio da própria Rita falando no final. Na letra, Luísa exalta a si mesma e a sua própria incoerência, além de ironizar o conceito de ser uma “boa menina”.

A faixa “Luísa Manequim”, conta com o sample de samba-rock do compositor Abílio Manoel durante a música e o trecho que diz “sabor de fruta mordida”, referenciando Cazuza em uma de suas faixas mais famosas, “Todo amor que houver nessa vida”. Nessa faixa, Luísa mostra um pouco da cobrança que vem com a vida sob os holofotes e muda o sentido da música original enquanto se coloca como a garota que está sendo observada, onde tudo e todos querem a sua atenção, tecendo elogios ou criticando. 

Tweet onde Luísa Sonza escreve "gente meu fãs pelo amor de deus comecem a escutar música brasileira, artistas brasileiros Cássia Eller, Cazuza, etc se não vocês não vão me acompanhar nos raciocínios
Tweet da cantora é relembrado nas redes socais. Foto: Reprodução / Twitter

O álbum apresenta uma nova era na carreira de Luísa Sonza e demonstra um vasto repertório e amadurecimento musical, além da experiência audiovisual que virá com o lançamento do curta-metragem.

Escândalo Íntimo está disponível nas plataformas digitais e foi performado pela primeira vez no festival The Town em São Paulo, no primeiro domingo.

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Shows de Ne-Yo, Maria Rita, Maroon 5 e Joss também foram destaque no terceiro dia do festival
por
Bianca Novais
Eduarda Basso
Maria Eduarda Camargo
Vitor Nhoatto
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08/09/2023 - 12h

O festival The Town apresentou seu terceiro dia de shows nesta quinta-feira (7), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo. Com Ludmilla, The Chainsmokers e Maroon 5 no palco principal Skyline, o evento contou também com Maria Rita, Ne-Yo e Joss Stone no line-up.

Os portões abriram 1h30min mais cedo, a fim de minimizar a fila — o que não aconteceu. No primeiro fim de semana do festival, a organização foi a principal reclamação dos fãs, que esperavam por melhorias nas operações, mas se decepcionaram.

 

 

 

 

A cantora Maria Rita abriu o dia no The Town e levou uma roda de samba ao palco The One, onde apresentou clássicos da música brasileira. Sua setlist contou com covers de Beth Carvalho, Elis Regina e Jorge Aragão, além de sua própria discografia.

Como protesto, a cantora bradou a palavra “Democracia” em punho vermelho no telão ao fundo enquanto cantava Cara Valente, um de seus maiores sucessos.

Tentando não se afastar do estilo que a consagrou em 2003 com seu primeiro álbum, Maria Rita entrou também com jazz - com Let’s Do It e Over The Rainbow - e MPB, além da versão jazz do samba Meiga Presença, que saúda Elizeth Cardoso. Neste ano, a cantora completa 20 anos de carreira e prova que existe equilíbrio entre samba e jazz. 

 

Maria Rita provou que dá pra misturar jazz e samba. Foto: Divulgação/The Town.
Maria Rita provou que dá pra misturar jazz e samba. Foto: Divulgação/The Town.

 

Ludmilla estreou sua nova turnê Vilã Live com uma apresentação cinematográfica. A estrela brasileira chegou ao palco em um enorme cofre dourado sustentado por cordas, cantando seu grande sucesso Hoje. Para tanto, o Skyline precisou ter sua estrutura reforçada. O investimento total apenas na apresentação de Lud somou três milhões de reais, segundo apuração da Folha de São Paulo

Foram apresentadas faixas de seu último álbum VILÃ, como Sou má, Socadona e Briga Demais, além dos hits Onda Diferente, Maldivas e Deixa de Onda. O show ainda contou com trocas de figurino, um corpo de baile excepcional e comoção do público durante Sinto Raiva, com direito a um piano no palco.

Com vocais impecáveis da artista, coreografia ensaiada e uma estrutura de dois andares para pole dance, Ludmilla cantou Sintomas de Prazer e protagonizou um momento sensual e carinhoso com sua esposa, Bruna Gonçalves, ao final da canção.

Com referências à turnê Renaissance de Beyoncé, Ludmilla utilizou uma câmera de mão para exibir ângulos mais pessoais no telão do palco, luzes amarelas, figurino dourado, entradas coreografadas com rigor na sincronia e muita presença de palco. Internautas comentaram sobre a influência da cantora brasileira, que se tornou o assunto mais comentado do mundo na plataforma X - antigo Twitter -, mesmo com um horário de show controverso.

 

 

 

 

Lulu Santos foi o convidado especial de Ludmilla no show, que cantou junto a famosa Toda Forma de Amor junto com ela. Mostrando sua versatilidade, transitou por todos os estilos de seu longo portfólio - pop, pagode, MPB - até chegar no funk, sua origem na música.

A Rainha da Favela cantou um medley de seus maiores sucessos do gênero, com 24 Horas Por Dia, Din Din Din e Cheguei. A finalização ficou com Favela Chegou, deixando no ar um clima um clima de "dever cumprido", em referência à gafe da família Medina, organizadores do evento e do festival irmão Rock In Rio, que na edição de 2022 alocou artistas de funk, inclusive Ludmilla, em palcos menores.

Como segunda atração no Skyline, Joss Stone trouxe ao festival um toque de reggae, R&B e soul music, com os sucessos Super Duper Love, Free Me e Right To Be Wrong, além do cover de Say My Name, de Beyoncé.

A cantora britânica se apresentou no lugar do ex-integrante da banda One Direction, Liam Payne, que cancelou sua participação na semana anterior ao início do festival por problemas de saúde. Apesar das baixas expectativas em relação a seu show, a cantora surpreendeu o público com seus vocais e carisma, cativando a plateia. 

 

Joss Stone foi uma grata surpresa para o público. Foto: Juliana Cerdeira/Multishow.
Joss Stone foi uma grata surpresa para o público. Foto: Juliana Cerdeira/Multishow.

 

Mais tarde, a dupla americana The Chainsmokers assumiu o palco principal e suas músicas eletrônicas agitaram o público. Vestindo camisetas da seleção brasileira, eles tocaram hits como Don't Let Me Down, Sick Boy e Something Just Like This, além de trazerem alguns remixes de outros artistas. O vocalista Andrew, que namora a modelo brasileira Marianne Fonseca, ainda apresentou a música inédita 14 Minutes em homenagem a ela. A apresentação terminou com o sucesso Closer, cantada com potência pela plateia.

O cantor Ne-Yo se apresentou neste feriado no palco The One, trazendo hits de sua carreira como Miss Independent, So Sick, e Because of You. Além das músicas de sua discografia, o artista americano incluiu Irreplaceable, de Beyoncé, e Take A Bow, de Rihanna, ambas compostas por ele.

O show proporcionou fortes emoções ao público. Com canções que marcaram os anos 2000 e som puxado para o R&B, Ne-Yo entregou nostalgia para o festival. No hit So Sick, os fãs ligaram a lanterna do celular, marcando uma das cenas mais emocionantes da performance. Em Push Back, o cantor levou fãs para o palco para uma batalha de dança, revelando a estudante Sheila de Oliveira, de 23 anos, que entregou uma performance profissional.

 

 

 

 

A última atração do dia no palco principal do evento foi da banda Maroon 5, que esteve pela última vez no Brasil em 2022. A performance deles, entretanto, não foi a mais emocionante do dia, pois o vocalista, Adam Levine, estava com a voz prejudicada. Além disso, o show não trouxe nada de diferente em comparação às apresentações do ano anterior.

Para quem nunca os viu ao vivo, o apelo de tocar suas músicas mais conhecidas conquista. Mas a mesmice da atração principal da noite acabou deixando o show da banda apagado em comparação às outras atrações do festival.

Mesmo assim, hits como Payphone, One More Night, Animals e She Will Be Loved animaram a plateia, que cantou letra a letra com o grupo. O show se encerrou com Sugar, um de seus maiores sucessos. Na internet, fãs exaltaram os artistas e comentaram positivamente sobre o show, mencionando que são uma “banda coringa”.

 

 

 

 

No próximo sábado (9), o The Town terá apresentação da banda Foo Fighters — que está há 4 anos sem pisar em solo brasileiro. Donos dos sucessos My Hero, The Best Of You e Everlong, eles prometem agitar o público do Rock no palco Skyline. Os fãs aguardam ansiosamente pelo grupo, devido ao cancelamento do show no Lollapalooza, após o trágico falecimento de Taylor Hawkins, baterista da banda.

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Evento acontece no dia 12 de setembro em Nova Jersey, EUA.
por
Victória da Silva
Vitor Nhoatto
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06/09/2023 - 12h

Conhecido como o evento em que Lady Gaga utilizou um vestido de carne ou o palco no qual Kanye West retirou o prêmio de Taylor Swift para dedicar a Beyoncé, o VMA (Video Music Awards) é uma premiação que ocorre todos os anos na MTV e prestigia artistas do mundo todo por suas performances, músicas e principalmente videoclipes.

Criado no ano de 1984, o evento é um dia no qual os fãs torcem por seus artistas favoritos, assistindo, comentando e claro, votando muito. O VMA 2023 acontecerá no dia 12 de setembro e conta com indicações de Doja Cat, Sam Smith, Karol G, e muito mais. Separamos aqui alguns dos melhores momentos da história do programa.

 

É do Brasil!

Cantora Anitta vestindo um vestido vermelho com detalhes de transparência, ela está sorrindo e segurando a estatueta de astronauta prata em um palco com fundo azul e luzes refletindo.
Anitta durante seu discurso após receber estatueta no VMA 2022 na categoria Melhor Música Latina - Foto: Getty Images/Reprodução

Anitta fez história ao ser a primeira brasileira a se apresentar no palco do evento, além de ter recebido o prêmio na categoria de melhor música latina na edição do ano passado com a canção "Envolver” — lançada em 11 de novembro de 2021. 

Neste ano, além de ter sido indicada pela segunda vez consecutiva na categoria "Best Latin" com a sua recém lançada "Funk Rave", a cantora também foi confirmada como uma dos artistas que se apresentarão no evento, ao lado de Demi Lovato Karol G e Maneskin.

Anitta concorre com nomes de peso como Bad Bunny e seu sucesso "WHERE SHE GOES", Rosalía e a viciante "DESPECHÁ" e Shakira, indicada duas vezes com "Acróstico" e junto à Karol G com o smash hit "TQG". Se ela vai levar o prêmio ainda não se sabe, mas com certeza a rainha do funk já marcou os corações dos fãs.

 

VMA Taylor's Version

Kanye West, vestido com uma camisa preta, óculos escuros e calça jeans, segurando um microfone com a mão direita e com o corpo inclinado para Taylor Swift que está vestida com um vestido prata com detalhes brilhantes, segurando a estatueta de astronauta prata e com a expressão de constrangimento. O fundo está com algumas pessoas na plateia.
Kanye West após interromper discurso de Taylor Swift no VMA de 2009 - Foto: GettyImages/Reproduçāo

Taylor Swift possui a fama de ser uma das mais indicadas do MTV Video Music Awards desde sua primeira indicação em 2007. A cantora possui 14 prêmios, incluindo o principal do evento: artista do ano. 

Em 2022, Taylor ganhou três das 5 indicações com o clipe de "All too Well" (10 Minute Version - Taylor's Version), sendo elas a de vídeo do ano, melhor vídeo de longo formato e por fim, melhor direção.

Durante a edição de 2009, após a cantora receber o prêmio de Melhor Clipe Feminino pela música "You Belong With Me", o rapper Kanye West subiu ao palco, afirmando que o prêmio deveria ser de Beyoncé.

O rapper discursou que o clipe "Single Ladies (Put a Ring on It)" era o melhor de todos os tempos e por isso merecia ganhar. Após esse episódio, Beyoncé, ao receber o prêmio de Vídeo do Ano, cedeu seu espaço para que Taylor Swift finalizasse seu discurso corretamente.

Na edição deste ano, tanto Taylor quanto Beyoncé estão indicadas: a primeira em sete categorias e a última em quatro. Ambas concorrem diretamente nas categorias de Artista do Ano e Álbum do Ano, com "Midnights" e “Renaissance”, respectivamente.

 

O Foguete K-Pop

Integrantes do grupo sul coreano BTS, vestidos de smokings pretos, dançando junto com a cantora Halsey, vestida de um smoking dourado.
Grupo de Kpop BTS em performance com Halsey no VMAs de 2019 - Foto: John Shearer/Reprodução

Outro grande ponto a se destacar é a ascensão do Kpop no cenário internacional da música. Desde o ano de 2019, os grupos disputam as principais categorias da premiação e ainda concorrem em categorias exclusivas do gênero musical. 

Antes mais conhecido por causa do hit "Gangnam Style" de 2012, o Kpop só passou a ter mais reconhecimento em sua 2° e 3° geração. No VMAs, o primeiro grupo sul coreano a participar foi o BTS (Bangtan Boys) que performou"Boy With Luv" em parceria com a cantora Halsey, marcando o ano de 2019 como o estopim para o pop coreano nas premiações mundiais.

O grupo concorreu a quatro categorias e foi o primeiro vencedor da categoria Melhor Música de K-pop em 2019, até então nunca realizada. BTS é, até hoje, o grupo mais indicado e mais premiado do evento. Outros artistas do gênero  passaram a concorrer também, como BLACKPINK, EXO, Monsta X e NCT 127. 

Neste ano, o grupo Stray Kids - indicado na categoria de Melhor Clipe de Kpop - promete um momento histórico. Os debutantes do evento performaram com Anitta, o que está criando muita expectativa no público pela mescla de culturas e comprova o aumento da diversidade que o VMAs vem trazendo cada vez mais forte.

 

Ascensão Latina 

Shakira com traje rosa e correntes douradas em um palco com fundo azul. As demais dançarinas que estão no fundo com trajes laranjas com detalhes dourados.
Shakira na performance de "Hips Don't Lie" no VMA de 2006 - Foto: GettyImages/Reprodução

Sempre entre as artistas com as performances mais marcantes, Shakira por um bom tempo representou os latinos no cenário internacional da música, antes tão restrito ao cenário musical estadunidense e europeu. Mas isso vem mudando, e hoje o número de artistas latinos no topo das paradas e em premiações só aumenta. 

O VMAs 2023 contará com apresentações de Anitta, Karol G e Shakira. Além disso, as duas últimas foram indicadas à principal categoria do evento, Artista do Ano, juntamente com Beyoncé, Doja Cat, Nicki Minaj e Taylor Swift — categoria que pela primeira vez na história conta apenas com mulheres.

Um dos momentos icônicos da premiação da MTV é a apresentação de Shakira no ano de 2006, com seu sucesso “Hips Don’t Lie” junto a Wyclef Jean, entregando vocais e coreografia impecáveis.

A colombiana, além de se apresentar, será a homenageada da noite na edição deste ano ao receber o Video Vanguard, prêmio concedido a artistas consagrados na música. Shakira é a primeira artista sul americana a receber tal honraria. 

 

Miley what's good?

Nicki Minaj vestida com um vestido dourado com decote, segurando a estatueta de astronauta em um fundo azul com luzes refletindo e com a expressão de deboche.
Nicki Minaj ao receber o prêmio de melhor clipe de hip hop no VMA de 2015 - Foto: GettyImages/Reprodução

Destaques nesse ano com cinco indicações cada, Miley Cyrus e Nicki Minaj já proporcionaram ao público um dos momentos mais marcantes da história do evento em 2015. A rapper, ao receber seu prêmio de melhor clipe de hip hop do ano, insultou Miley, a apresentadora daquela edição, após receber críticas dela em uma entrevista ao New York Times.

Tudo começou com uma troca de tweets entre Minaj, que criticava o evento, e Taylor Swift — que entendeu como uma indireta a ela. As duas acabaram se resolvendo após algumas interações, mas Miley, quando questionada sobre a discussão na entrevista, chamou Nicki de mal educada e não muito gentil, comentário que motivou o shade ao vivo.Taylor e Nicki apresentaram juntas na edição daquele ano. Miley hoje diz que muitos dos seus comportamentos do passado se devem ao fato de que ela era jovem e rebelde, como revela no seu último single “Used To Be Young” — e que hoje é uma pessoa diferente. 

Cyrus concorre neste ano com seu hit “Flowers” e Minaj com “Super Freaky Girl” — ambas com fortes chances de ganharem ao menos algumas estatuetas do astronauta mais famoso da música.

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Com show sedutor e agitado, o cantor manteve plateia empolgada do início ao fim; problemas de organização continuaram no segundo dia de evento
por
Bianca Novais
Luana Galeno
Vitor Nhoatto
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05/09/2023 - 12h

O segundo dia do festival The Town aconteceu neste domingo (3), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, com Alok, Luisa Sonza, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Matuê, Bebe Rexha e o aguardado Bruno Mars. 

A primeira data esgotada do evento continuou falhando na organização. Pelo segundo dia seguido, as filas para entrada estavam enormes e desorganizadas. Apesar disso, o metrô, transporte indicado pela organização, funcionou de forma mais eficaz, mesmo cheio. 

As instalações de patrocinadores e stands de alimentação funcionaram bem e sem filas. Já os banheiros, um investimento entre a produção e a prefeitura de São Paulo, foi mais um ponto de frustração, com filas mal organizadas e falta de manutenção da limpeza. 

 

 

Matuê começou os trabalhos com quarenta minutos de atraso por problemas de áudio, causando um efeito cascata no festival, mas que conseguiu ser revertido para Bruno Mars iniciar sua performance às 23h05. A apresentação do trapper foi uma homenagem a sua avó e a sua cidade natal, Fortaleza. O artista trouxe a animação que duraria todo o segundo dia do The Town. Dono dos hits Conexões de Máfia e Kenny G, mostrou sensibilidade com discursos de outros artistas nordestinos, como Belchior, durante a performance. Também demonstrou relevância no cenário musical, já que tinha plateia muito cheia, diferentemente da primeira apresentação de sábado.

 

Matuê em sua apresentação com a imagem de sua avó no telão. Foto: Divulgação/Instagram/@matue
Matuê em sua apresentação com a imagem de sua avó no telão. Foto: Divulgação/Instagram/@matue

 

Logo depois, inaugurando o palco principal Skyline, Luísa Sonza levou coreografias ensaiadas, trocas de figurino e vocais impressionantes, principalmente em Penhasco e Penhasco2, sendo esta de seu álbum Escândalo Íntimo, lançado na última semana. Os sucessos Braba, Sentadona, Cachorrinhas e Modo Turbo também fizeram parte da setlist, animando o público.

A artista aproveitou o espaço para homenagear Marília Mendonça com Melhor Sozinha e seu novo romance, Chico Veigas (conhecido como Chico Moedas), foi destacado pelas câmeras, sorrindo enquanto ela cantava Chico, canção escrita para ele. Em Lança Menina - homenagem a Rita Lee -, Sonza desceu do palco e foi carregada nas costas enquanto interagia com o público para o encerramento de seu show.

 

 

 

 

Ney Matogrosso levou seu bloco para rua em um show com figurino dourado e uma verdadeira performance artística, aos 82 anos. Com energia de sobra, Ney colocou o público para dançar com Homem com H e Sangue Latino.

 

Ney Matogrosso no palco The One. Foto: Divulgação/Instagram/@thetownfestival
Ney Matogrosso no palco The One. Foto: Divulgação/Instagram/@thetownfestival

 

Nos palcos Skyline e Factory, se apresentaram simultaneamente Alok e Teto, grandes nomes da música brasileira. O primeiro trouxe para o Skyline seus maiores sucessos, como Fuego e Hear Me Now, convidando o parceiro Zeeba para a performance. Foram anunciados também lançamentos inéditos como Nossos Dias, para novembro, além de uma parceria com The Chainsmokers e outra com Bebe Rexha. O segundo, apesar da performance bem produzida, causou estranhamento ao ser alocado no palco Factory e não ter seu show transmitido em nenhum veículo oficial.

Teto tem hoje mais de seis milhões de ouvintes mensais no Spotify, sucesso refletido no mar de pessoas que foram vê-lo no festival. Sua alocação em um palco secundário fez com que seus espectadores ficassem desconfortáveis. O público que acompanhou de casa também ficou desapontado, já que nem o Multishow, Canal BIS ou GloboPlay transmitiram sua apresentação. 

O discurso de inclusão de artistas do estilo trap feito pela organização pareceu então superficial, já que no dia anterior também não foi televisionada a performance de KayBlack, artista em ascensão com quase 10 milhões de ouvintes mensais. 

 

 

 

 

A headliner internacional Bebe Rexha iniciou sua apresentação com a emocionante Me Myself & I. O carisma da cantora americana carregou a multidão, além de seus vocais excepcionais e presença de palco. Apresentou seus hits que misturam pop, eletrônico e rock como I'm a Mess, Sacrifice e Meant To Be

Uma grande surpresa foi a participação ao vivo de Luísa Sonza em I Got You, cantada por ambas como Só Dá Tu, versão brega da canção concedida pela Banda Favorita. Repetindo ainda o que fez no Rock In Rio de 2019, chamou ao palco alguns fãs durante Hey Mama. Bebe fechou sua apresentação com I'm Good (Blue) e foi para a galera, com uma bandeira do Brasil em mãos, interagindo muito com os fãs.

Seu Jorge transformou o palco The One em um salão de samba rock, entoando com animação seus sucessos Carolina, Mina do Condomínio, Amiga da Minha Mulher e Quem Não Quer Sou Eu. Chamou Edi Rock, do Racionais MC's, para reprisar That's My Way, apresentada pelo grupo de hip hop no dia anterior, sob forte chuva. O público acompanhou o cantor no refrão de Alma de Guerreiro, saudando São Jorge, e a saideira foi com a famosa Burguesinha. "Salve São Paulo! Salve a música brasileira!", pediu ao encerrar a apresentação.

 

Seu Jorge no palco The One. Foto: Divulgação/The Town.
Seu Jorge no palco The One. Foto: Divulgação/The Town.

 

Com a apresentação mais antecipada da noite, Bruno Mars não desapontou os fãs brasileiros e entregou um show animado, sedutor e nostálgico. Mostrou o alcance de seu talento com solos de guitarra, dançando com sua banda igualmente multi-talentosa e xavecando o público em português. 

Iniciando o show com dança me 24K Magic, que dá nome ao seu último álbum, logo avisou em português: "tô aqui, São Paulo!". Essa foi a primeira de muitas declarações em nossa língua ao longo da noite. A intimidade foi crescendo com os hits de sua coletânea mais recente. Bruninho - como pediu para ser chamado, no palco - se dedicou na coreografia com sua banda em Finesse e Treasure enquanto a plateia retribuía com coro. Abrindo brecha para em qualquer momento de silêncio do palco, o público clamar "Bruninho! Bruninho!" ou "Bruno! Bruno!" .

Após Calling All My Lovelies, quando tocou solos de guitarra em uma Fender Stratocaster dourada, Bruninho trocou o instrumento por um telefone sem fio dos anos 1980, também dourado, e levou a plateia à loucura com a declaração em nosso idioma, durante Pick Up The Phone: "Eu quero você, gatinha".

 

Bruninho Mars tocando guitarra durante Calling All My Lovelies. Foto: Reprodução/Multishow.
Bruninho Mars tocando guitarra durante Calling All My Lovelies. Foto: Reprodução/Multishow.

 

A romântica Marry You veio em seguida e o grupo voltou para a coreografia em Runaway Baby. Quando alguém já poderia se perguntar se Bruno não tocaria piano, uma de suas especialidades, ele enfim se sentou ao teclado para um pot-pourri de canções mais antigas, pedindo para o público acompanhá-lo na voz. 

Desde músicas que compôs para outros artistas até hits como Talking To The Moon e Leave The Door Open, do projeto em parceria com Anderson .Paak, o Silk Sonic, Bruninho trouxe nostalgia e emoções aos fãs, que não o deixaram só em nenhuma canção.

A intimidade do showman com seu público brasileiro foi aumentando conforme o tempo e foi utilizada para performar When I Was Your Man. Ele relatou ter sido uma canção difícil de compor e que era difícil de cantar. Se ele não quisesse, não precisaria entoar uma palavra, pois o público cantou toda a letra, do início ao fim.

Surpreendendo a todos, o tecladista John Fossitt teve seu momento de brilhar tocando Evidências, de Chitãozinho e Xororó. Bruno, então, apresentou toda sua carismática banda, de extrema qualidade, e estendeu a bandeira do Brasil no alto. A finalização do seu show parecia precoce mesmo depois de 1h30 de duração.

O bis era inevitável, e Bruninho tocou um de seus maiores sucessos, Uptown Funk, deixando a dança para a plateia e reservando a energia para o próximo domingo (10), onde Bruno Mars retorna ao palco Skyline para encerrar o The Town.

Plateia vibrando ao fim do show de Bruno Mars no The Town. Foto: Maria Elisa Tauil.
Plateia vibrando ao fim do show de Bruno Mars no The Town. Foto: Maria Elisa Tauil.

 

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