Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
por
Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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O sucesso da cantora consolida sua posição como uma das artistas mais influentes e aclamadas do cenário musical contemporâneo.
por
Amanda Campos
Manuela Schenk Scussiato
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30/04/2024 - 12h

 

A cantora estadunidense Taylor Swift lançou seu 11° álbum de estúdio “The Tortured Poets Department”, no dia 19 de abril. Nas últimas semanas, a obra vem impressionando a internet com seus números exorbitantes e aclamação tanto da crítica quanto do público.

Capa do álbum "The Tortured Poets Department"

 

"The Tortured Poets Department” (abreviado como TTPD) foi lançado à uma da manhã no horário de Brasília com 16 faixas, porém a artista surpreendeu seus fãs ao publicar uma segunda versão da obra com 15 músicas adicionais, indo ao ar às três da manhã, nomeado “The Tortured Poets Department: The Anthology”. Swift escreveu e produziu o álbum com Jack Antonoff e Aaron Dessner, que trabalharam anteriormente com a compositora em 2014 com “1989” e 2020 com “folklore”, respectivamente.

 

Spotify

A cantora vem quebrando inúmeros recordes históricos com o ‘TTPD’. Na plataforma ‘Spotify’, a obra acumulou mais de 313 milhões de streams logo nas primeiras 24 horas desde seu lançamento, ultrapassando ‘Midnights’ com 186 milhões, se tornando o álbum com o maior debut da história. Além disso, Taylor Swift agora possui as seis maiores estreias de músicas na plataforma - sendo cinco delas do novo álbum - com as seguintes faixas:

#1 Fortnight (Feat. Post Malone) – 25.2M

#2 The Tortured Poets Department – 19.0M

#3 Down Bad – 17.43M

#4 Anti-Hero – 17.39M

#5 So Long, London – 17.17M

#6 My Boy Only Breaks His Favorite Toys – 17.1M

 

Taylor conseguiu, com as 31 músicas da versão deluxe, o maior número de streams acumulados em uma semana na história dos Estados Unidos, com 891 milhões, ultrapassando “Scorpion” de Drake, que segurava o recorde de 745 milhões. O álbum fez história e se tornou o trabalho mais rápido a atingir um bilhão de streams na plataforma, com um período de cinco dias.

 

Billboard

"The Tortured Poets Department" se torna o álbum mais vendido do ano em apenas um dia nos Estados Unidos com impressionantes 1.4 milhão de cópias, segundo relatório da Billboard. A cantora continua a chocar ao alcançar a segunda maior estreia na história da Billboard 200, com um total de 2.6 milhões de cópias vendidas, ficando atrás apenas da obra ‘25’ de Adele, que lidera com 3.4 milhões de cópias.

Com o lançamento de seu novo disco, Swift igualou o recorde de Jay-Z e se tornou a artista solo com mais álbuns debutando no topo da Billboard 200, com 14 obras alcançando essa marca, todos os trabalhos feitos a partir de ‘Fearless’ em 2008, contando álbuns e regravações, estrearam em primeiro lugar. Os dois se encontram atrás apenas do grupo “The Beatles”, com 19 discos chegando a tal marco.

Em 2022, a cantora ocupou o Top 10 da Billboard Hot 100 com o álbum ‘Midnights’ se tornando a primeira artista na história a conseguir tal feito. Dois anos depois, Swift quebra seu próprio recorde dominando o Top 14 da lista divulgada pela Billboard nesta segunda-feira (29), com o "The Tortured Poets Department".

Entre inúmeros outros recordes, Taylor Swift, na primeira semana de lançamento de seu novo disco, consagrou-o como o álbum mais vendido do ano, com 1.9 milhão de cópias vendidas. Para nível de comparação, em segundo lugar está “Cowboy Carter” de Beyoncé, que desde seu lançamento, em 29 de março, acumulou 228 mil cópias no total.

 

Top 14 da Billboard Hot 100
Lista divulgada pela Billboard. (Reprodução: Internet/Twitter)

 

Apple Music

 

Taylor também conseguiu marcos históricos na Apple Music, no seu primeiro dia, ‘The Tortured Poets Department: The Anthology’, a versão estendida da obra, teve todas as suas 31 faixas simultaneamente dentro do Top 40 da plataforma no país norte-americano, ela se tornou a primeira artista na história a alcançar esse marco. O álbum se tornou a maior estreia de todos os tempos na Apple Music.

Top da plataforma Apple Music
Top da plataforma Apple Music. (Reprodução: Internet/Twitter)

 

 

Variety

O apelido carinhoso “indústria musical” dado à cantora pelos seus fãs, a cada lançamento se torna mais concreto. Para completar as conquistas dela com seu novo álbum, o “The Tortured Poets Department” é o disco com a  maior nota conquistada pela Variety da artista até hoje, conquistando a histórica nota 94.

A artista evidentemente impressiona nos altíssimos números de vendas não somente a indústria musical como a ela mesma também. Ela vem constantemente batendo recordes estabelecidos por si própria. Seu último álbum, “Midnights”, obteve incríveis resultados tanto nas críticas quanto nas vendas, e com “Tortured Poets” o padrão subiu ainda mais. Sua carreira se prova cada vez mais incomparável a qualquer outro artista contemporâneo.

Comparação Entre os álbum da Artista
Primeira semana de vendas dos álbuns da Taylor Swift. (Reprodução: Internet/Twitter)

 

Taylor Swift revolucionou a indústria da música com sua capacidade inigualável de se reinventar. Sua habilidade de se conectar emocionalmente com seu público juntamente com sua forma única  de criar histórias através de letras profundas garantem que ela não apenas siga as normas da indústria, mas as defina. Ela se consolidou como uma artista que desafia constantemente os limites da criatividade e do sucesso.

 

 

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Exposição parte da programação sobre divertidade LGBT+ discute e expõe os traumas vividos na epidemia da AIDS
por
Jorge Nagib Koike
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29/04/2024 - 12h

"Indivíduos unidos pela raiva e dedicados a explorar o poder da arte para acabar com a crise da AIDS", o coletivo de artistas Gran Fury foi fundado em 1988. Consistindo em uma variedade de artistas que trabalhavam próximos ao ACT UP de Nova Iorque, a proposta do Gran Fury era a de produzir imagens (geralmente acompanhadas de textos) propagandísticas para acompanhar as demonstrações do ACT UP. O coletivo produziu trabalhos de protesto em uma variedade de mídias - propagandas de ônibus, jornais falsos, vídeos, cartazes - almejando chocar e surpreender o público a agir e se conscientizar sobre a crise da AIDS. O grupo parou de existir oficialmente em 1992. 

Para uma maior contextualização, o ACT UP (AIDS Coalition to Unleash Power) foi um grupo político que surgiu na epidemia da AIDS que  buscava melhorias através de protestos e ações diretas. Desde o seu começo no fim dos anos 1980, o ACT UP se utilizou de táticas de confronto que buscavam melhorias em diversos aspectos da crise. Preços altos de remédios, falta de fundos do governo e a escassez de honestidade da mídia são alguns exemplos. O ACT UP continua ativo até hoje em cidades como Nova Iorque e Filadélfia.

 

  Membros do ACT UP protestando. Foto: Peter Ansin/Getty Images.
Membros do ACT UP protestando. Foto: Peter Ansin/Getty Images.

Como parte de sua programação anual dedicada às histórias da diversidade LGBT+, o MASP apresenta uma mostra dedicada ao Gran Fury. A mostra conta com diversas obras do grupo, demonstrando a diversidade de seus trabalhos com textos, discursos, pôsteres e as imagens pelas quais o grupo se tornou conhecido. Além disso, também é possível observar fotos tiradas em diversos protestos. 

 

Dentre as artes expostas no museu, podemos observar algumas impactantes como: "Read My Lips", onde o grupo transformou uma promessa de campanha do republicano George H.W. Bush em uma imagem para combater a homofobia com dois homens expostos se beijando;  "Welcome to America", uma imagem feita para um outdoor, na qual o coletivo denuncia a falta de acesso à saúde nos Estados Unidos, com a frase "Bem-vindos à América. O único país industrializado sem assistência nacional à saúde." exposta entre o corpo de um recém nascido; o cartaz intitulado You've Got Blood on Your Hands, Ed Koch, uma denúncia ao prefeito de Nova Iorque da época, que ignorava a necessidade do reconhecimento e do investimento em relação ao tratamento da AIDS.

You've Got Blood On Your Hands, Ed Koch. 1988
Você tem sangue nas mãos (You've Got Blood On Your Hands), Ed Koch. 1988.

Explorando as outras mídias que o Gran Fury utilizavam, o público pode conhecer o anúncio feito para o metrô de Berlim "When A Government Turns Its Back On Its People", uma manifestação demandando o fim do apartheid médico que as pessoas vítimas da epidemia enfrentavam. A audiência da mostra é também apresentada a textos e discursos realizados durante os protestos do ACT UP, entre eles o discurso Let the Record Show, realizado em 1987 e Que la historia muestre, escrito na década de 1980.

 

When a Government Turns Its Back on Its People, Is It Civil War? no metro de Berlim. Foto disponível em The New York Public Library.
Quando o Governo vira as Costas à sua População (When a Government Turns Its Back on Its People) no metro de Berlim. Foto disponível em The New York Public Library.

Em uma das seções da exposição são expostas diversas fotos tiradas nos protestos que o ACT UP realizava em diversas cidades dos Estados Unidos. Em uma dessas imagens, seis pessoas estão sentadas em uma escada protestando a negligência do governo americano vestindo roupas com o slogan que marcou a crise da AIDS, Death = Silence.

 

Para Benjamin, inglês que mora em São Paulo desde 2023, a exposição se mostrou uma excelente forma de introdução ao coletivo e aos desafios enfrentados pela população LGBT+ durante a epidemia e crise da AIDS. Segundo ele, "a mostra, além de ótima, despertou uma curiosidade não apenas pelo movimento que protestava as injustiças do governo, mas também pela arte que surgiu de um momento tão doloroso".  

 

A exposição, com curadoria de André Mesquita, ocupa a galeria localizada no primeiro subsolo do MASP e se encerra no dia 9 de Junho de 2024. Às terças-feiras a entrada é gratuita.

 

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Avenida Paulista: mais de 90 mil carros todos os dias. Domingos, sem o cinza da fumaça, pode ser admirada com olhos coloridos!
por
Beatriz Alencar
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08/05/2024 - 12h

 Na megalópole que conhecemos como São Paulo capital, não temos somente trânsito parado, buzinas a todo momento e ternos desfilando nas calçadas e faixa de pedestres. 

 Na Avenida Paulista, lugar onde se mais frequentam meios de transporte e abrigam maior parte dos prédios comerciais da cidade que fazem um peso na taxa da economia do país, também podemos ver arte, cor e diversidade. Se a arte é definida como uma maneira de ser ou de agir, aqui encontramos desde adultos voltando à infância, a crianças sem medo e preocupação com a finitude da vida.

A intenção em fotografar a paulista foi registrar, em poucos retratos que, quando ampliados ou ao menos ganhando mais de um minuto de atenção, consegue descrever o que a própria capital é e nos proporciona: uma pluralidade de povo, cultura e dons. E porque não, admirar um lado "romantizado" da vida? Arte é sentimento. Não um só. Mas pode ser resumida em amor. Então, afinal, podemos colocar que "existe amor em SP".

 

 

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A infância não devia acabar; a idade vem, mas antes brinca de tudo o que quer ser. E porque não continuar assim quando for grande? Um homem adulto formando uma enorme bolha de sabão brilhando com o sol, mas captura o reflexo da vida que é planejada para muitos: os prédios comerciais da grande São Paulo.
​​​​​​Foto: Beatriz Alencar
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Sem medos bestas: sendo feliz com coisas tão pequenas | Foto: Beatriz Alencar
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Sons que evocam a comunhão com a natureza; um chamar para o despertar. Da realidade, do preconceito, do processo da arte ancestral que vive | Foto: Beatriz Alencar
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Entre o antigo e o moderno, relíquias e cacarecos; toda a sorte de quem os guardou mas também a quem os comprou. Novos admiradores, novos donos, novas histórias, novos relíquias | Foto: Beatriz Alencar
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As ruas que abrigam veículos fumacentos todos os dias a todo momento, abre alas para que o povo, sua curiosidade e seu lazer tomem conta; novo cenário: seres humanos no lugar das máquinas de transporte
Foto: Beatriz Alencar 
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Confecção, concentração e admiração: a criação ainda nas mãos de seu autor | Foto: Beatriz Alencar
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Antigamente a areia era alojada dentro de ampulhetas para marcar o tempo toda vez que era colocada de cabeça para baixo. Agora, está disposta em diferentes formas e cores, não para que marque o tempo. Como reinventado, utiliza-se das horas que antes marcada, para formar arte | Foto: Beatriz Alencar
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Existem boas ilusões? Apesar de todos termos uma em particular, ver a mágica ainda nos provoca a sensação de mistério. Com apenas uma mão falsa e um martelo, o artista cria um universo de fantasia | Foto: Beatriz Alencar
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Coreografadas ou não, a expressão artística do corpo vai para além da saúde física, é uma forma de divertimento para o coração | Foto: Beatriz Alencar
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Pausas sem movimento, controle sobre o corpo: em meio a tantos deslocamentos, não lhe é preciso palavras para criar diversas emoções em seu veste branco como a paz | Foto: Beatriz Alencar
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Discos em telas. Música em forma visual. Partituras que tocam no cérebro ao remeter a imagem do artista no que seria o responsável por tocá-las | Foto: Beatriz Alencar
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Não necessita de presença em grandes palcos para aclamar. Pela rua, o "Porquinho da Paulista", Jonathan Oliveira, canta transformando o caos em musical | Foto: Beatriz Alencar 

 

A história por trás de um dos teatros mais emblemáticos da história de São Paulo, bem como para o Brasil.
por
João Pedro Stracieri Fareleiro
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25/04/2024 - 12h

O Museu do Memorial da Resistência de São Paulo, inaugurado em 2009, conta uma linha de tempo virtual interativa que traz a cronologia de atos de repressão e movimentos de resistência históricos no Brasil, desde a Proclamação da República (1889) até hoje. 

No dia 9 de março de 2024, o museu inaugurou a exposição Resistências na PUC-SP, que mostra a luta e a resistência na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) diante do autoritarismo, da violência e da censura da Ditadura Civil-Militar (1964-1985). 

A exposição está dividida em cinco eixos: Invasão da PUC-SP e a resistência à ditadura; Docentes, artistas e intelectuais acolhidos pela PUC-SP; Comissão da Verdade da PUC-SP Reitora Nadir Gouvêa Kfouri; Arte e resistência no TUCA; e A defesa radical da democracia.

 

O Teatro TUCA

Durante vários momentos a instituição PUC-SP se assumiu enquanto um suspiro de liberdade e, em 1965, inaugurou o Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) com a peça “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, e testemunhou Caetano Veloso cantando “É proibido proibir”, em 1968.

 

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Incêndio no Tuca em 1984. Crédito: CEDIC-PUC. 

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Após 19 anos da inauguração, em 1984, o teatro sofreu dois incêndios, um em setembro e o outro em dezembro. O primeiro incêndio muito provavelmente criminoso dado às condições em que ocorreu. Na noite de sábado, 22/9/1984, cerca das 19h30min horas, mesmo dia da invasão da PUC-SP pelas forças da repressão 7 anos antes, em 1977, o TUCA é incendiado. O teatro estava vazio porque era intervalo entre dois espetáculos. Aproximadamente às 22:00 horas “o fogo e o TUCA estavam acabados”, conforme descreve o jornal Porandubas. 

Aberta as investigações, constatou-se que o incêndio foi ocasionado por uma falha termoelétrica, contudo para muitos não se tratava de uma falha, mas de um ato criminoso. 

“O incêndio de setembro de 1984 foi um “atentado terrorista que” deu certo". Era o dia do sétimo aniversário da grande invasão. Enquanto na rampa se comemorava a vitória da PUC, um grupo da extrema direita, provavelmente com elementos da própria Universidade, tramou e executou uma manobra bem mais profissional da qual resultou um terceiro incêndio nascido em vários focos simultâneos. Dessa vez deu certo: tudo foi destruído”, afirmou o Padre João Edênio Reis Valle, pró-reitor comunitário da universidade, em trecho retirado da Comissão da Verdade da PUC-SP. 

Após os incêndios, comunidade externa e interna à universidade se comoveram e logo foi iniciada uma campanha pela reconstrução do TUCA. Logo em seguida foi criada a SOS TUCA, um projeto em que artistas e estudantes promoveram eventos e incentivos para a coleta de recursos, para que então, o teatro pudesse ser reconstruído.  

“O TUCA não pode ficar no meio da caminhada como uma estátua de sal... Que este momento prove quem somos, a que viemos e o que iremos fazer no futuro”, declarou Dom Paulo Evaristo Arns, franciscano e escritor brasileiro.

 

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Apresentação da Orquestra Sinfônica de São Paulo. Foto retirada do site: Comissão da Verdade da PUC-SP

 

Dois anos após os incêndios e 9 anos da invasão, no dia 21 de setembro, com a presença do D. Paulo e uma plateia improvisada, a Orquestra Sinfônica de São Paulo compareceu ao teatro e fez uma bonita apresentação. No dia seguinte, mais de 3 mil pessoas compareceram no TUCA para assistir a uma apresentação da Oficina de Dança do TUCA e mais cinco grupos musicais. Ainda no final desse ano, o teatro seria reaberto, entretanto, em situação precária. 

 

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Imagem teatro TUCA nos dias atuais. Foto retirada do site: Teatro Tuca

 

Reconstruído pelo arquiteto Joaquim Guedes, na sua concepção arquitetônica e em seu ambiente cultural, o espaço do teatro preserva não só as marcas da violência institucional, mas também a memória de inúmeros momentos da resistência à ditadura civil-militar. Lugar de criação cultural de vanguarda, de protagonismo do movimento estudantil e de militância de diversos movimentos de resistência, o TUCA tornou-se marco simbólico e lugar da geografia política da história da cidade naquele período. 

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O golpe de 1964 que ainda ecoa como uma ferida aberta na história do Brasil
por
Bruna Domingos Beserra Da Silva
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25/04/2024 - 12h

Desaparecido político na América Latina refere-se a militantes que participaram de organizações opositoras à ditadura civil-militar, cujo paradeiro é desconhecido após sequestro e assassinato, sem esclarecimento das circunstâncias nem localização de seus corpos, configurando-se como "crimes continuados". 

Todos esses desaparecimentos eram realizados em espaços legais, como a “Casa da Morte” na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro que foi utilizada pelo Centro de Informações do Exército (CIE) como aparelho clandestino de tortura e foi localizada por Inês Etienne Romeu, única prisioneira política a sair viva da casa, conforme declarações prestadas ao Conselho Federal da OAB.  

Conforme a “Comissão da Verdade da PUC-SP” 191 brasileiros que resistiram ao golpe foram mortos e 210 estão desaparecidos até os dias atuais, em 22 de setembro de 1977 Policiais Militares comandados pelo coronel do Exército Erasmo Dias invadiram a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, estudantes, professores e funcionários foram presos e agredidos, além de causar um incêndio proposital no teatro da universidade TUCA. Dias afirmava: “Ato público é proibido. Está tudo mundo preso. 

     

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Aluna desmaiada na PUC pós incêndio no TUCA - — Foto: Memorial da Resistência/ Bruna Domingos  

Na entrada do teatro TUCA da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, há um memorial permanente dedicado aos cinco militantes que estudaram na Universidade e foram vítimas da ditadura civil-militar no Brasil, eles fazem parte da lista de mortos e desaparecidos políticos do país, os nomes deles podem ser encontrados também na página da comissão da verdade-mortos e desaparecidos da PUC. 

A história dos desaparecidos políticos é um triste testemunho das violações aos direitos humanos durante a ditadura civil-militar. O memorial da resistência é um lembrete contundente das injustiças e da luta pela democracia nesse período da história brasileira. Os números da "Comissão da Verdade da PUC-SP" ressaltam a gravidade dos crimes cometidos e a necessidade contínua de buscar justiça e memória para as vítimas desses regimes autoritários. Este memorial não apenas preserva a história, mas também nos convoca a defender os valores democráticos e os direitos humanos em nosso país e em todo o mundo. 

 

Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP.  

 

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