A cantora estadunidense Taylor Swift lançou seu 11° álbum de estúdio “The Tortured Poets Department”, no dia 19 de abril. Nas últimas semanas, a obra vem impressionando a internet com seus números exorbitantes e aclamação tanto da crítica quanto do público.

"The Tortured Poets Department” (abreviado como TTPD) foi lançado à uma da manhã no horário de Brasília com 16 faixas, porém a artista surpreendeu seus fãs ao publicar uma segunda versão da obra com 15 músicas adicionais, indo ao ar às três da manhã, nomeado “The Tortured Poets Department: The Anthology”. Swift escreveu e produziu o álbum com Jack Antonoff e Aaron Dessner, que trabalharam anteriormente com a compositora em 2014 com “1989” e 2020 com “folklore”, respectivamente.
Spotify
A cantora vem quebrando inúmeros recordes históricos com o ‘TTPD’. Na plataforma ‘Spotify’, a obra acumulou mais de 313 milhões de streams logo nas primeiras 24 horas desde seu lançamento, ultrapassando ‘Midnights’ com 186 milhões, se tornando o álbum com o maior debut da história. Além disso, Taylor Swift agora possui as seis maiores estreias de músicas na plataforma - sendo cinco delas do novo álbum - com as seguintes faixas:
#1 Fortnight (Feat. Post Malone) – 25.2M
#2 The Tortured Poets Department – 19.0M
#3 Down Bad – 17.43M
#4 Anti-Hero – 17.39M
#5 So Long, London – 17.17M
#6 My Boy Only Breaks His Favorite Toys – 17.1M
Taylor conseguiu, com as 31 músicas da versão deluxe, o maior número de streams acumulados em uma semana na história dos Estados Unidos, com 891 milhões, ultrapassando “Scorpion” de Drake, que segurava o recorde de 745 milhões. O álbum fez história e se tornou o trabalho mais rápido a atingir um bilhão de streams na plataforma, com um período de cinco dias.
Billboard
"The Tortured Poets Department" se torna o álbum mais vendido do ano em apenas um dia nos Estados Unidos com impressionantes 1.4 milhão de cópias, segundo relatório da Billboard. A cantora continua a chocar ao alcançar a segunda maior estreia na história da Billboard 200, com um total de 2.6 milhões de cópias vendidas, ficando atrás apenas da obra ‘25’ de Adele, que lidera com 3.4 milhões de cópias.
Com o lançamento de seu novo disco, Swift igualou o recorde de Jay-Z e se tornou a artista solo com mais álbuns debutando no topo da Billboard 200, com 14 obras alcançando essa marca, todos os trabalhos feitos a partir de ‘Fearless’ em 2008, contando álbuns e regravações, estrearam em primeiro lugar. Os dois se encontram atrás apenas do grupo “The Beatles”, com 19 discos chegando a tal marco.
Em 2022, a cantora ocupou o Top 10 da Billboard Hot 100 com o álbum ‘Midnights’ se tornando a primeira artista na história a conseguir tal feito. Dois anos depois, Swift quebra seu próprio recorde dominando o Top 14 da lista divulgada pela Billboard nesta segunda-feira (29), com o "The Tortured Poets Department".
Entre inúmeros outros recordes, Taylor Swift, na primeira semana de lançamento de seu novo disco, consagrou-o como o álbum mais vendido do ano, com 1.9 milhão de cópias vendidas. Para nível de comparação, em segundo lugar está “Cowboy Carter” de Beyoncé, que desde seu lançamento, em 29 de março, acumulou 228 mil cópias no total.

Apple Music
Taylor também conseguiu marcos históricos na Apple Music, no seu primeiro dia, ‘The Tortured Poets Department: The Anthology’, a versão estendida da obra, teve todas as suas 31 faixas simultaneamente dentro do Top 40 da plataforma no país norte-americano, ela se tornou a primeira artista na história a alcançar esse marco. O álbum se tornou a maior estreia de todos os tempos na Apple Music.

Variety
O apelido carinhoso “indústria musical” dado à cantora pelos seus fãs, a cada lançamento se torna mais concreto. Para completar as conquistas dela com seu novo álbum, o “The Tortured Poets Department” é o disco com a maior nota conquistada pela Variety da artista até hoje, conquistando a histórica nota 94.
A artista evidentemente impressiona nos altíssimos números de vendas não somente a indústria musical como a ela mesma também. Ela vem constantemente batendo recordes estabelecidos por si própria. Seu último álbum, “Midnights”, obteve incríveis resultados tanto nas críticas quanto nas vendas, e com “Tortured Poets” o padrão subiu ainda mais. Sua carreira se prova cada vez mais incomparável a qualquer outro artista contemporâneo.

Taylor Swift revolucionou a indústria da música com sua capacidade inigualável de se reinventar. Sua habilidade de se conectar emocionalmente com seu público juntamente com sua forma única de criar histórias através de letras profundas garantem que ela não apenas siga as normas da indústria, mas as defina. Ela se consolidou como uma artista que desafia constantemente os limites da criatividade e do sucesso.
"Indivíduos unidos pela raiva e dedicados a explorar o poder da arte para acabar com a crise da AIDS", o coletivo de artistas Gran Fury foi fundado em 1988. Consistindo em uma variedade de artistas que trabalhavam próximos ao ACT UP de Nova Iorque, a proposta do Gran Fury era a de produzir imagens (geralmente acompanhadas de textos) propagandísticas para acompanhar as demonstrações do ACT UP. O coletivo produziu trabalhos de protesto em uma variedade de mídias - propagandas de ônibus, jornais falsos, vídeos, cartazes - almejando chocar e surpreender o público a agir e se conscientizar sobre a crise da AIDS. O grupo parou de existir oficialmente em 1992.
Para uma maior contextualização, o ACT UP (AIDS Coalition to Unleash Power) foi um grupo político que surgiu na epidemia da AIDS que buscava melhorias através de protestos e ações diretas. Desde o seu começo no fim dos anos 1980, o ACT UP se utilizou de táticas de confronto que buscavam melhorias em diversos aspectos da crise. Preços altos de remédios, falta de fundos do governo e a escassez de honestidade da mídia são alguns exemplos. O ACT UP continua ativo até hoje em cidades como Nova Iorque e Filadélfia.

Como parte de sua programação anual dedicada às histórias da diversidade LGBT+, o MASP apresenta uma mostra dedicada ao Gran Fury. A mostra conta com diversas obras do grupo, demonstrando a diversidade de seus trabalhos com textos, discursos, pôsteres e as imagens pelas quais o grupo se tornou conhecido. Além disso, também é possível observar fotos tiradas em diversos protestos.
Dentre as artes expostas no museu, podemos observar algumas impactantes como: "Read My Lips", onde o grupo transformou uma promessa de campanha do republicano George H.W. Bush em uma imagem para combater a homofobia com dois homens expostos se beijando; "Welcome to America", uma imagem feita para um outdoor, na qual o coletivo denuncia a falta de acesso à saúde nos Estados Unidos, com a frase "Bem-vindos à América. O único país industrializado sem assistência nacional à saúde." exposta entre o corpo de um recém nascido; o cartaz intitulado You've Got Blood on Your Hands, Ed Koch, uma denúncia ao prefeito de Nova Iorque da época, que ignorava a necessidade do reconhecimento e do investimento em relação ao tratamento da AIDS.

Explorando as outras mídias que o Gran Fury utilizavam, o público pode conhecer o anúncio feito para o metrô de Berlim "When A Government Turns Its Back On Its People", uma manifestação demandando o fim do apartheid médico que as pessoas vítimas da epidemia enfrentavam. A audiência da mostra é também apresentada a textos e discursos realizados durante os protestos do ACT UP, entre eles o discurso Let the Record Show, realizado em 1987 e Que la historia muestre, escrito na década de 1980.

Em uma das seções da exposição são expostas diversas fotos tiradas nos protestos que o ACT UP realizava em diversas cidades dos Estados Unidos. Em uma dessas imagens, seis pessoas estão sentadas em uma escada protestando a negligência do governo americano vestindo roupas com o slogan que marcou a crise da AIDS, Death = Silence.
Para Benjamin, inglês que mora em São Paulo desde 2023, a exposição se mostrou uma excelente forma de introdução ao coletivo e aos desafios enfrentados pela população LGBT+ durante a epidemia e crise da AIDS. Segundo ele, "a mostra, além de ótima, despertou uma curiosidade não apenas pelo movimento que protestava as injustiças do governo, mas também pela arte que surgiu de um momento tão doloroso".
A exposição, com curadoria de André Mesquita, ocupa a galeria localizada no primeiro subsolo do MASP e se encerra no dia 9 de Junho de 2024. Às terças-feiras a entrada é gratuita.
Na megalópole que conhecemos como São Paulo capital, não temos somente trânsito parado, buzinas a todo momento e ternos desfilando nas calçadas e faixa de pedestres.
Na Avenida Paulista, lugar onde se mais frequentam meios de transporte e abrigam maior parte dos prédios comerciais da cidade que fazem um peso na taxa da economia do país, também podemos ver arte, cor e diversidade. Se a arte é definida como uma maneira de ser ou de agir, aqui encontramos desde adultos voltando à infância, a crianças sem medo e preocupação com a finitude da vida.
A intenção em fotografar a paulista foi registrar, em poucos retratos que, quando ampliados ou ao menos ganhando mais de um minuto de atenção, consegue descrever o que a própria capital é e nos proporciona: uma pluralidade de povo, cultura e dons. E porque não, admirar um lado "romantizado" da vida? Arte é sentimento. Não um só. Mas pode ser resumida em amor. Então, afinal, podemos colocar que "existe amor em SP".

Foto: Beatriz Alencar




Foto: Beatriz Alencar







O Museu do Memorial da Resistência de São Paulo, inaugurado em 2009, conta uma linha de tempo virtual interativa que traz a cronologia de atos de repressão e movimentos de resistência históricos no Brasil, desde a Proclamação da República (1889) até hoje.
No dia 9 de março de 2024, o museu inaugurou a exposição Resistências na PUC-SP, que mostra a luta e a resistência na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) diante do autoritarismo, da violência e da censura da Ditadura Civil-Militar (1964-1985).
A exposição está dividida em cinco eixos: Invasão da PUC-SP e a resistência à ditadura; Docentes, artistas e intelectuais acolhidos pela PUC-SP; Comissão da Verdade da PUC-SP Reitora Nadir Gouvêa Kfouri; Arte e resistência no TUCA; e A defesa radical da democracia.
O Teatro TUCA
Durante vários momentos a instituição PUC-SP se assumiu enquanto um suspiro de liberdade e, em 1965, inaugurou o Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) com a peça “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, e testemunhou Caetano Veloso cantando “É proibido proibir”, em 1968.

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Após 19 anos da inauguração, em 1984, o teatro sofreu dois incêndios, um em setembro e o outro em dezembro. O primeiro incêndio muito provavelmente criminoso dado às condições em que ocorreu. Na noite de sábado, 22/9/1984, cerca das 19h30min horas, mesmo dia da invasão da PUC-SP pelas forças da repressão 7 anos antes, em 1977, o TUCA é incendiado. O teatro estava vazio porque era intervalo entre dois espetáculos. Aproximadamente às 22:00 horas “o fogo e o TUCA estavam acabados”, conforme descreve o jornal Porandubas.
Aberta as investigações, constatou-se que o incêndio foi ocasionado por uma falha termoelétrica, contudo para muitos não se tratava de uma falha, mas de um ato criminoso.
“O incêndio de setembro de 1984 foi um “atentado terrorista que” deu certo". Era o dia do sétimo aniversário da grande invasão. Enquanto na rampa se comemorava a vitória da PUC, um grupo da extrema direita, provavelmente com elementos da própria Universidade, tramou e executou uma manobra bem mais profissional da qual resultou um terceiro incêndio nascido em vários focos simultâneos. Dessa vez deu certo: tudo foi destruído”, afirmou o Padre João Edênio Reis Valle, pró-reitor comunitário da universidade, em trecho retirado da Comissão da Verdade da PUC-SP.
Após os incêndios, comunidade externa e interna à universidade se comoveram e logo foi iniciada uma campanha pela reconstrução do TUCA. Logo em seguida foi criada a SOS TUCA, um projeto em que artistas e estudantes promoveram eventos e incentivos para a coleta de recursos, para que então, o teatro pudesse ser reconstruído.
“O TUCA não pode ficar no meio da caminhada como uma estátua de sal... Que este momento prove quem somos, a que viemos e o que iremos fazer no futuro”, declarou Dom Paulo Evaristo Arns, franciscano e escritor brasileiro.

Dois anos após os incêndios e 9 anos da invasão, no dia 21 de setembro, com a presença do D. Paulo e uma plateia improvisada, a Orquestra Sinfônica de São Paulo compareceu ao teatro e fez uma bonita apresentação. No dia seguinte, mais de 3 mil pessoas compareceram no TUCA para assistir a uma apresentação da Oficina de Dança do TUCA e mais cinco grupos musicais. Ainda no final desse ano, o teatro seria reaberto, entretanto, em situação precária.

Reconstruído pelo arquiteto Joaquim Guedes, na sua concepção arquitetônica e em seu ambiente cultural, o espaço do teatro preserva não só as marcas da violência institucional, mas também a memória de inúmeros momentos da resistência à ditadura civil-militar. Lugar de criação cultural de vanguarda, de protagonismo do movimento estudantil e de militância de diversos movimentos de resistência, o TUCA tornou-se marco simbólico e lugar da geografia política da história da cidade naquele período.
Desaparecido político na América Latina refere-se a militantes que participaram de organizações opositoras à ditadura civil-militar, cujo paradeiro é desconhecido após sequestro e assassinato, sem esclarecimento das circunstâncias nem localização de seus corpos, configurando-se como "crimes continuados".
Todos esses desaparecimentos eram realizados em espaços legais, como a “Casa da Morte” na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro que foi utilizada pelo Centro de Informações do Exército (CIE) como aparelho clandestino de tortura e foi localizada por Inês Etienne Romeu, única prisioneira política a sair viva da casa, conforme declarações prestadas ao Conselho Federal da OAB.
Conforme a “Comissão da Verdade da PUC-SP” 191 brasileiros que resistiram ao golpe foram mortos e 210 estão desaparecidos até os dias atuais, em 22 de setembro de 1977 Policiais Militares comandados pelo coronel do Exército Erasmo Dias invadiram a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, estudantes, professores e funcionários foram presos e agredidos, além de causar um incêndio proposital no teatro da universidade TUCA. Dias afirmava: “Ato público é proibido. Está tudo mundo preso.

Na entrada do teatro TUCA da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, há um memorial permanente dedicado aos cinco militantes que estudaram na Universidade e foram vítimas da ditadura civil-militar no Brasil, eles fazem parte da lista de mortos e desaparecidos políticos do país, os nomes deles podem ser encontrados também na página da comissão da verdade-mortos e desaparecidos da PUC.
A história dos desaparecidos políticos é um triste testemunho das violações aos direitos humanos durante a ditadura civil-militar. O memorial da resistência é um lembrete contundente das injustiças e da luta pela democracia nesse período da história brasileira. Os números da "Comissão da Verdade da PUC-SP" ressaltam a gravidade dos crimes cometidos e a necessidade contínua de buscar justiça e memória para as vítimas desses regimes autoritários. Este memorial não apenas preserva a história, mas também nos convoca a defender os valores democráticos e os direitos humanos em nosso país e em todo o mundo.
Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP.