Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
por
Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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Taylor Swift construiu ao longo de sua carreira uma comunidade dedicada a decifrar suas letras e a aprender a viver segundo seus conselhos
por
Anna Cândida Xavier
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08/06/2024 - 12h

The Tortured Poets Department, ou TTPD para os próximos, foi o álbum com mais streams no Spotify no primeiro dia de seu lançamento, 19 de abril, com mais de 200 milhões de reproduções em um dia. Taylor Swift segue quebrando recordes, mesmo quando escreve em poemas e enigmas sobre seus momentos sombrios e íntimos, como o fim de um relacionamento de seis anos e o peso da fama.

Capa da Times. Reprodução/Taylor Swift via Instagram

Em 2023 a revista Times nomeou Taylor Swift Person of the year, era de se esperar que em 2024 a cantora não iria deixar a peteca cair. Em meio a turnê mundial The Eras Tour e a regravação dos álbuns roubados, Swift consegue ser o centro das atenções mais uma vez. A semana de lançamento foi repleta de quebra cabeças e instalações ao redor do mundo, Taylor convida seus fãs a decodificarem os mínimos detalhes e interpretar mensagens escondidas. Desde o anúncio do álbum, referências ao número 2 tem pipocado em fotos, instalações e postagens; duas horas depois da estreia de TTPD, os fãs ávidos são presenteados com 15 músicas surpresa, completando duas horas e dois minutos de álbum. Tudo é planejado.

Em todos os seus álbuns a cantora deixa rastros de si para os fãs, não somente em suas músicas repletas de narrativas, mas em mensagens escondidas. No encarte de seu primeiro álbum, por exemplo, conselhos eram soletrados em letras destacadas – como em Picture To Burn que recomendava “Date nice boys” (namore bons garotos), The Outside que garantia “You are not alone” (você não está sozinha) ou o alerta em Cold As You, “Time to let go” (hora de deixar ir embora). Taylor investe em uma relação próxima com seus fãs desde seus 16 anos, quando ainda era uma adolescente de uma cidade pequena, e se dedica à essa empreitada até hoje.

É claro que nem tudo são flores, ao longo de sua carreira Taylor Swift foi o alvo do escrutínio da mídia e algumas amizades malfadadas. Em 2016, contemplou, inclusive, encerrar sua carreira, mas a comunidade que sempre cultivou ficou ao seu lado e “batalhou nas trincheiras” da internet por ela. Álbum a álbum, restaurou seu nome; em cada nova “Era” revelou mais uma de suas facetas para o público.

Em 2021, Swift começou a saga de relançar os álbuns ainda vinculados à gravadora Big Machine Records que vendeu seus masters sem sua permissão. Nesse processo, reconquistou o coração de muitos e conseguiu atingir o coração de uma nova geração que talvez nunca tivesse escutado You Belong With Me, We Are Never Ever Getting Back Together ou Bad Blood.

As swifties, se encantam com a poesia e a narrativa presentes em suas músicas, especulam e teorizam sobre as conexões ocultas em sua obra. Por meio da internet essa comunidade mundial compartilha a paixão por Taylor Swift, cria-se um espaço de intimidade e de acolhimento em que virar noite para acompanhar o lançamento de um álbum novo – analisar cada palavra – faz parte da brincadeira.

“Eu não tinha tido muito contato com a discografia da Taylor até conhecer amigos que são fãs dela” comenta Beatriz Dutra, “é interessante observar essa relação interpessoal tão próxima que é cultivada tanto entre a artista e os fãs quanto entre o próprio fandom. É curioso perceber como cada música é capaz de provocar uma emoção e evocar memórias muito singulares para cada pessoa”.

A psicóloga Elaine Grecco, formada pela Universidade de São Marcos e psicanalista em formação permanente, atribui a troca vulnerável dentro da comunidade de fãs à capacidade de Taylor Swift de “decodificar as próprias frustrações e decepções, de ir até a fonte desses desafetos, desses impasses da própria vida, e transformá-los em símbolos compartilháveis”. É preciso ser muito honesto consigo mesmo para traduzir experiências dolorosas, o processo de significar os próprios sentimentos e disponibilizá-los para o outro através de uma experiência estética é um ato de coragem, segundo a psicóloga. “A coragem de sustentar, durante a carreira, composições que falam de afetos humanos que são renegados para ordem da não importância, mas que são universais”.

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Show no México. Reprodução/Taylor Swift via Instagram

Ser fã de Taylor Swift é experienciar a música por meio do coletivo, Elaine propõe que a cantora “milita por difundir as relações, relações de amizade, de cumplicidade, de união, ela vai retroalimentando isso”. Para a comunidade de Taylor, analisar cada palavra de cada uma das letras, procurar seus significados no mundo e construir juntos uma relação com essas histórias é o diferencial da cantora.

Anne Louise Dias, uma swiftie, conta que o que mais lhe impacta e impressiona nas canções é como seus versos podem trazer diversos significados. “Não é algo fechado, em que a interpretação é única, pelo contrário. Uma vez que ela lança uma música, surgem diversas interpretações e significados variando de fã para fã. Ela faz isso de propósito, de certa maneira. Quando ela lança a música, ela não é mais só dela e sim de todas as pessoas que irão escutar e se relacionar com ela. É uma escrita viva, de certa forma”.

“A memória funciona por representação, as histórias se mantêm vivas porque as lembramos, porque a forma de compreender um evento se transforma”, conta Elaine Grecco, “ela consegue atualizar o público da representação que as suas histórias têm para ela, mantém a história viva”. As regravações de Taylor Swift são um exemplo disso: são sempre lançadas com músicas novas escritas na época em que o álbum originalmente foi escrito. Assim como estratégia de publicizar seu novo álbum, The Tortured Poets Department, montando 5 playlists que representam as fases do luto e preenchê-las com suas próprias músicas, mudando o significado biográfico de muitas das canções.

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Poesia do anúncio do álbum Tortured Poets Department. Reprodução/Taylor Swift via Instagram

Ao compartilhar parte de si, Taylor está incentivando seus fãs a olharem para suas histórias, compreenderem mais profundamente seus processos internos, fazerem amizade com suas versões do passado. “É um lugar de muita responsabilidade”, comenta a psicóloga, “eu não atribuo isso a uma leitura pedagógica, ou instrutiva – estou falando de um outro lugar, de como ela habita o psiquismo do fã e participa ativamente nessa construção”. Anne Louise levanta que essa relação com os fãs transforma a cantora em um exemplo e comenta sobre a música Dear Reader, que é um recado para os swifties. “Ela não quer essa posição de modelo a ser seguido, ela escreve conselhos para os ouvintes, mas isso não significa que ela sabe para onde está caminhando”.

“Talvez seja justamente por isso, por admitir que ela não sabe para onde ela está indo, que ela seja a estrela guia para os fãs” aponta Elaine, “ela tem a clareza da responsabilidade social enquanto um ícone. Disponibilizar a verdade que me habita através das músicas que escrevo não significa que essa é a verdade toda, porque não temos como entrar em contato com verdade toda”.

A possibilidade de interpretação das músicas de Taylor Swift abre caminho para que muitos fãs se apoiem nas canções, é uma fonte de força e conforto, como compartilha Anne Louise: “acho que um dos momentos mais difíceis para mim foi quando minha melhor amiga, que também é fã dela, tentou suicídio. Como a Taylor tem música para tudo, eu mergulhei em sua discografia – duas semanas depois, ela anunciou que viria pela primeira vez ao Brasil se apresentar. Eu tive a sorte de ir ao show com a minha melhor amiga e gritar em plenos pulmões de mãos dadas com ela as músicas que me ajudaram a passar por aquele período”.

A obra de Taylor Swift não pode ser explicada somente por números, ainda que ajudem a dimensionar a escala do impacto da cantora, somente conversando com um fã é possível começar a compreender.

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A história sobre Haymitch na 50° edição dos Jogos chegará às livrarias em 2025 e aos cinemas em 2026
por
Juliana Bertini de Paula
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07/06/2024 - 12h

"Sunrise on the Reaping", ou em tradução literal, Nascer do sol na Colheita, será o novo livro da saga Jogos Vorazes. Suzanne Collins, criadora da franquia, anunciou nesta quinta-feira (06) em entrevista à Associated Press. O livro chegará nas livrarias norte-americanas dia 18 de março de 2025. A capa oficial ainda não foi divulgada. Uma adaptação para os cinemas também já foi confirmada pela produtora Lionsgate, responsável pelos outros filmes da franquia, para 20 de novembro de 2026.

 

Woody Harrelson como Haymitch Abernathy na trilogia principal de Jogos Vorazes. Foto: Divulgação/Lionsgate
Woody Harrelson como Haymitch Abernathy na trilogia principal de Jogos Vorazes. Foto: Divulgação/Lionsgate

 

 

Como será a história? 

 

A história se passará 25 anos antes da trilogia principal e contará sobre o 50° Jogos Vorazes - disputa entre jovens onde apenas 1 sairá vivo - o 2° Massacre Quartenário, protagonizado por Haymitch Abernathy do Distrito 12 - o vencedor dos jogos. O protagonista já apareceu na saga como mentor de Katniss Everdeen e Peeta Mellark nos primeiros filmes e foi interpretado por Woody Harrelson, conhecido também por seu papel em Zumbilândia.

 

O próximo livro também irá abordar o poder da propaganda no controle da população "Com 'Nascer do sol na Colheita', me inspirei na ideia de submissão implícita do [filósofo] David Hume e, em suas palavras, 'a facilidade com que muitos são governados por poucos'" - disse Suzanne em entrevista à Associated Press.

 

Os Massacres Quaternários são edições especiais de 25 anos dos Jogos, assim, os Distritos mandaram o dobro de tributos à edição em que Haymitch foi obrigado a participar. Tendo 48 participantes ao invés de 24, o protagonista conseguiu chegar a final e sair vitorioso da disputa.

 

Arena do 3° Massacre Quartenário vivido por Katniss e Peeta. Foto: Divulgação/Lionsgate
Arena do 3° Massacre Quartenário vivida por Katniss e Peeta. Foto: Divulgação/Lionsgate

 

 

Recém lançamento

Em 2020, outro livro da franquia foi lançado. “A Cantiga do Pássaro e da Serpente” conta a história de Coriolanus Snow, presidente de Panem e de Lucy Gray, Tributo do Distrito 12. Três anos depois, a história foi adaptada para os cinemas e hoje já está disponível na Amazon Prime. 

 

Apenas 10 anos após a Primeira Rebelião, os idealizadores ainda estão entendendo como a população responde aos Jogos. Na 10° disputa, cada jovem da Capital se torna mentor de um Tributo. Assim, o jovem Snow conhece a barda Lucy.

 

Após trapacear para fazer a jovem ser a última sobrevivente, Snow é exilado para o Distrito 12. Lá, juntamente com Lucy, decide fugir para viver uma vida mais tranquila, porém o conflito de interesses do casal faz com que se virem um contra o outro.

 

Lucy desaparece enquanto Snow consegue retornar à Capital e se torna presidente de Panem, mantendo os Jogos Vorazes ativos até sua morte. 

 

Coriolanus Snow e Lucy Gray, interpretados por Tom Blyth e Rachel Zegler. Foto: Divulgação/Lionsgate
Coriolanus Snow e Lucy Gray, interpretados por Tom Blyth e Rachel Zegler. Foto: Divulgação/Lionsgate

 

 

Jogos Vorazes

 

A distopia de Jogos Vorazes se passa em Panem, um estado soberano e uma república constitucional democrática (antigamente uma ditadura totalitária), liderada por Coriolanus Snow.

 

Estabelecido algum tempo após uma série de desastres ecológicos e um conflito global ter provocado o colapso da civilização moderna, a nação está situada no território do continente norte americano, consistindo de um distrito federal e treze distritos periféricos. Cada distrito deve fornecer diferentes materiais para a Capital em troca de proteção.

 

Por conta da grande desigualdade social, os distritos declararam guerra à seus líderes, revolução que ficou conhecida como Primeira Rebelião. Nesta revolta, o 13° distrito, que era responsável por itens nucleares, foi completamente destruído na superfície. Porém continuou ativo secretamente no subsolo, planejando a próxima revolução.

 

Como punição do fracasso da Primeira Rebelião, e para não deixar o poder da Capital sob os distritos ser esquecido, os Jogos Vorazes foram criados. Anualmente, dois jovens entre 11 e 18 anos, de cada um dos 12 distritos - já que o 13 havia sido presumidamente destruído - eram tomados pela Capital como Tributo para lutarem até a morte em uma batalha onde apenas um seria coroado como o Vitorioso.

 

Presidente Snow, interpretado por Donald Sutherland, em Jogos Vorazes. Foto: Divulgação/Lionsgate
Presidente Snow, interpretado por Donald Sutherland, em Jogos Vorazes. Foto: Divulgação/Lionsgate

 

 

Durante os 74° Jogos, no distrito 12 - responsável pela mineração - Katniss Everdeen, que se voluntariou no lugar da irmã mais nova, Primrose Everdeen, e Peeta Mellark foram enviados. 

 

Teoricamente, apenas um Tributo poderia sair vivo da arena, porém, em um ato de rebeldia, Katniss e Peeta, ao serem os últimos vivos na arena, se recusam a ter que matar o outro e ameaçam a comerem frutas venenosas, impedindo que tenha qualquer vencedor. A Capital, para impedir que tal ato rebelde aconteça, permite que ambos sejam os Vitoriosos e pela primeira vez, uma dupla é campeã dos Jogos.

 

Peeta, Effie e Katniss, respectivamente, interpretados por Josh Hutcherson, Elizabeth Banks e Jennifer Lawrence. Foto: Divulgação/Lionsgate
Peeta, Effie e Katniss, respectivamente, interpretados por Josh Hutcherson, Elizabeth Banks e Jennifer Lawrence. Foto: Divulgação/Lionsgate 

A revolta dos jovens inspirou uma revolução por toda Panem. Quando são enviados novamente às arenas para o 75° Jogos, o 3° Massacre Quartenário, a rebelião pensada pelo Distrito 13 é colocada em prática.

 

Após Katniss e outros Tributos destruírem a arena, os rebeldes resgatam os sobreviventes e os levam até a base subterrânea na região presumidamente destruída para se juntarem à revolta. Lá a protagonista se torna a cara da revolução, enredo do 3° e 4° filme. Liderados por Alma Coin, os jovens resgatados e outros adeptos à revolta vão para a Capital a fim de destruir o atual governo e acabar com os Jogos.

 

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Brasil conquista prêmio de melhor ator revelação em mostra da Semana Crítica do festival
por
Annanda Deusdará
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06/06/2024 - 12h

A segunda semana da 77ª edição do Festival de Cannes, que terminou no sábado (25/05), apresentou 10 filmes da mostra principal, entre eles o brasileiro Motel Destino. Também contou com a homenagem a George Lucas, diretor de Star Wars e o momento mais esperado do festival, a cerimônia de premiação.

O Festival contou com muitos filmes com mulheres como protagonistas e tendo suas vivências como enredo principal. Apesar disso, apenas quatro dos vinte e dois filmes selecionados para a categoria principal, que concorreram a Palma de Ouro, foram dirigidos por mulheres.

 

Brasil

Apesar do país não ter ganhado nenhum prêmio na categoria principal, o Ministério da Cultura (MinC), se fez presente no festival através da Secretaria do Audiovisual (SAV), com o objetivo de aumentar a presença do Brasil no setor em âmbito internacional.

Nos encontros que a SAV participou, foram debatidas a coprodução com outros países e as possibilidades para ampliação da circulação e da promoção dos conteúdos audiovisuais brasileiros no mundo.

Em parceria com o Instituto Francês e a Embaixada da França no Brasil, o MinC realizou um encontro com autoridades especialistas do setor, para fortalecer o intercâmbio profissional e de conteúdo entre os países participantes. Entre eles, estavam a França, Uruguai, Arábia Saudita, Canadá e África do Sul

Além disso, o MinC participou da sessão Focus on Brazil, na qual apresentou as políticas de fomento ao cinema e propôs uma agenda de atividades de colaboração com a França para 2025.

O Brasil levou para casa esse ano o prêmio de melhor ator revelação, dado a Ricardo Teodoro, um dos protagonistas de “Baby”, do cineasta Marcelo Caetano (Corpo Elétrico), que foi exibido na terça-feira (21/05) na mostra paralela Semana da Crítica. O filme é de um diretor brasileiro, mas também conta com a coprodução da França e da Holanda, mostrando que o país está preocupado em fazer intercâmbios culturais para promover sua filmografia.

 

 7° dia (20/05)

O canadense David Cronenberg (Crimes do Futuro), faz sua sétima estreia em Cannes, com o filme “As Mortalhas”, que conta a história de um empresário que inventa um dispositivo que permite que as pessoas possam falar com os mortos. O cineasta perdeu sua esposa em 2017, tornando sua produção mais pessoal, mas sem perder o terror corporal característico de suas obras.

 

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David Cronenberg, diretor de “As Mortalhas”(centro), Vincent Cassel (à direita) e Diane Kruger (à esquerda) - Foto: Andreas Rentz/Getty Imagens 
 

O iraniano Ali Abbasi (Holy Spider) faz sua terceira aparição no festival. Tendo ganhado prêmios na exibição, Um Certo Olhar (Mostra paralela) em 2018, e de Melhor atriz em 2022.

Esse ano, ele estreia com “O Aprendiz”, que conta a história do Donald Trump, nas décadas de 70 e 80, começando o seu império imobiliário em Nova York. O longa foca especialmente na relação entre Trump e Roy Cohn, o advogado que o apadrinhou.

 

8° dia (21/05)

O francês Christophe Honoré (O estudante do ensino médio) está pela sexta vez em Cannes. Seu filme “Meu Marcelo”, é uma homenagem ao ator italiano Marcello Mastroianni, trazendo sua filha Chiara como atriz principal. O filme conta a história de uma menina que está cansada da própria vida e decide viver como seu pai, falando como ele e se vestindo como ele, até que as pessoas ao seu redor passam a chamá-la pelo nome do pai (Marcello).

O italiano Paolo Sorrentino (A Grande Beleza), estreia com “Partepone”. O filme conta a história de uma sereia da mitologia grega, que após não conseguir atrair Ulisses com suas canções, se jogou no mar e se afogou. Baseado nisso, Paolo conta a história de vida de uma mulher muito bonita, os homens que ela conhece e a sua vida na Itália.

 

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Elenco de Parthepone no tapete vermelho - Foto: Gisela Schober/ Getty Imagens

O americano Sean Baker (Projeto Flórida), estreia pela segunda vez com “Anora”, que conta a história de uma dançarina erótica num clube de Nova York, que conhece Vanya, um jovem de 21 anos da Rússia, que acaba se apaixonando por ela, mas os capangas dos pais de Vanya resolvem fazer de tudo para anular o casamento.

 

9° dia (22/05)

O português Miguel Gomez (Tabu), chega pela segunda vez no festival com "Grande Passeio”. O filme fala sobre Edward, funcionário público, que foge da noiva Molly no dia do casamento em Rangoon, 1917. Suas viagens substituem o pânico pela melancolia e Molly, decidida a se casar, diverte-se com sua fuga e o segue pela Ásia. O filme rendeu a Miguel Gómez o prêmio de Melhor Diretor.

O brasileiro Karim Ainouz (Firebrand) faz sua quinta passagem pelo festival, onde já soma uma vitória na mostra paralela Um Certo Olhar em 2019 com "A Vida Invisível".

Karim Aïnouz chega pela segunda vez na categoria principal de Cannes com "Motel Destino". O filme conta a história de um casal apaixonado, Heraldo e Dayana, que se conhecem no Motel Destino, e fazem um plano para fugirem juntos, ele da polícia e de sua gangue e ela do marido grosseiro que é administrador do estabelecimento.

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Elenco de “Motel Destino” (Karim Aïnouz) - Foto: Loic Venance/ AFP

 

10° dia (23/05)

O francês Gilles Lellouche (BAC NORD: Sob Pressão), apresentou "Ufa, amor", que conta a história de um relacionamento improvável entre duas pessoas. Uma garota de uma família de classe média alta e um rapaz de origem modesta se apaixonam, apesar de se afastarem no decorrer da vida, o amor segue vivo.

A diretora indiana Payal Kapadia, chega pela segunda vez em Cannes, após ter ganhado o prêmio de Melhor Documentário com “Uma Noite sem Saber Nada” em 2021.

Esse ano ela traz, "Tudo que Imaginamos como Luz", primeiro filme indiano a concorrer na categoria principal em 30 anos. A obra, que levou o Grande Prêmio,conta a história da enfermeira Prabha, de Mumbai, que mergulha no trabalho para suprimir memórias dolorosas, até que um presente reabre as feridas de seu passado. 

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Cena de “Tudo que Imaginamos como Luz” (Payal Kapadia) - Foto:The Wrap/ Reprodução

 

11° dia (24/05)

Mohammad Rasoulof (Não há mal algum) faz a sua quarta estreia em Cannes com "A Semente do Figo Sagrado", que fala sobre o juiz de instrução Iman que luta contra a paranoia em meio à agitação política em Teerã. Quando sua arma desaparece, ele suspeita de sua esposa e de suas filhas, impondo medidas que desgastam os laços familiares.

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Elenco de “A Semente do Figo Sagrado” (Mohammad Rasoulof) - Foto: Maxcence Parey/FDC

O francês Michel Hazanavicius ( O Príncipe Esquecido) chega em Cannes com "O mais Precioso dos Bens", uma animação que se passa em tempos de guerra, onde um pobre lenhador e sua esposa vivem em uma grande floresta. Um dia, a mulher encontra e resgata uma menina, trazendo mudanças irrevogáveis ​​para a vida do casal e daqueles cujo caminho a criança irá cruzar.

 

12° dia (25/05)

O dia foi de grandes emoções, com a homenagem a George Lucas, diretor de Star Wars, e a divulgação dos filmes premiados pelo júri, entre eles, o vencedor da Palma de Ouro.

O filme "Anora", dirigido pelo cineasta Sean Baker, foi prestigiado com o prêmio. A presidente do júri, Greta Gerwig, afirmou que o filme é magnífico, e "cheio de humanidade".

 

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Sean Baker recebe Palma de Ouro em Cannes das mãos de George Lucas, em 25 de maio de 2024 — Foto: Stephane Mahe/Reuters

O musical "Emilia Pérez", de Jacques Audiard, conta a história de um traficante mexicano que se torna uma mulher trans e cria uma ONG para encontrar os corpos de pessoas desaparecidas. O filme foi o vencedor do prêmio do júri e suas atrizes levaram o prêmio de melhor atuação feminina no festival. Entre elas, estão Selena Gomez, Zoe Saldana e Karla Sofia Gascon (1° mulher trans a vencer um prêmio por interpretação feminina no festival).

O cineasta iraniano Mohammad Rasoulof venceu o prêmio especial de roteiro por "A Semente do Figo Sagrado", que aborda as questões sobre as mulheres e a liberdade em seu país.

"O regime iraniano tem pânico porque estamos contando nossas histórias. É absurdo", disse Rasoulof, em entrevista coletiva no sábado (25/05). O cineasta precisou fugir do Irã, onde foi condenado a chibatadas e oito anos de prisão, por causa de seus filmes. 

O americano Jesse Plemons venceu o prêmio de melhor ator em Cannes por sua interpretação de Robert em "Tipos de Gentileza". No filme de Lanthimos, com três histórias paralelas, Plemons, de 36 anos, é manipulado por um personagem perverso, interpretado por Willem Dafoe, que não hesita em cumprir o que seu chefe manda.

A francesa Coralie Fargeat levou o prêmio de Melhor Roteiro com “A Substância”. O filme é centrado em uma personagem que é demitida do programa de TV que apresentava por conta de sua idade, em crise por conta da pressão estética a personagem faz uso de uma substância que faz com que seu corpo produza uma versão mais jovem de si. 

 

Outros filmes também ganharam prêmios fora da categoria principal :

Melhor Primeiro Filme: “Armand”, Halfdan Ullman Tondel

Curta-metragem Palma de Ouro: “O homem que não conseguia permanecer em silêncio”, Nebojsa Slijepcevic

Menção Especial Curta-Metragem: “Ruim por um momento”, Daniel Soares

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No mês do orgulho, Charli XCX presenteia fãs com estreia de novo álbum
por
Natália Matvyenko
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05/06/2024 - 12h

A cantora britânica Charli XCX se apresentou no último sábado, 1º, no Primavera Sound de Barcelona, capital da Espanha, e deixou os fãs enlouquecidos ao performar uma música inédita, parte do seu novo álbum “Brat”, que estreia na sexta-feira, 7. O hit com batida de funk “Everything is romantic” embalou a noite dos fãs espanhóis presentes no evento.

 

Charli, que ao longo das últimas semanas vem divulgando materiais e pistas da sua nova era verde neon, no dia 10 de maio lançou o clipe da canção “360” com várias it-girls (celebridades) conhecidas no mundo da moda, cinema e das redes sociais, como a musa Chloë Sevigny, Gabbriette Bechtel, a febre do TikTok e das passarelas Alex Consani, além das modelos e atrizes Julia Fox, Rachel Sennott (Bottoms e Morte Morte Morte, ambos da produtora A24), Emma Chamberlain, Salem Mitchell.

julia, charli e rachel posando em foto no espelho
Da esquerda para direita: Julia Fox, Charli XCX e Rachel Sennott no clipe de "360"(Foto: Reprodução/Instagram/@charlixcx)

A fama da cantora, que começou na indústria aos 14 anos, veio após ela ser notada em seu MySpace, rede social americana, por um organizador de raves clandestinas chamado Chaz, das quais ela participou com o apoio de seus pais, por ser menor de idade.

Em abril de 2013, participou das turnês de artistas famosas como Ellie Goulding e Marina and the Diamonds, que alavancou sua popularidade entre os fãs de música pop no Reino Unido e fora dele.  Em 2014, Charli emplacou o hit “Fancy” com Iggy Azalea que atingiu 1º lugar no US Billboard Hot 100, e “Boom Clap” que fez parte da trilha sonora de “A Culpa é das Estrelas”.

Hoje com 31 anos, ela celebra o status de ícone do pop dentro da comunidade LGBTQIAPN+, com uma carreira extensa, cheia de acertos e que migrou para o subgênero musical hyperpop (mistura do pop com a música eletrônica, batidas surrealistas, nostálgicas e ao mesmo tempo futuristas) herança de sua parceria e amizade com a DJ e produtora Sophie, que morreu em 2021, após uma queda acidental em sua casa. A amiga da cantora era de uma gravadora chamada PC Music, selo do produtor e DJ AG Cook, juntos colaboraram para popularizar as batidas sintetizadas e maximalistas.

 

Sophie sentada com os pés refletindo na água em paisagem surrealista
Sophie na capa de seu álbum Oil of Every Pearl's Un-Insides (Foto: Reprodução/X/@coffee_mame34)

Após um post em seu Instagram, Charli anunciou que o álbum Brat terá 41 minutos e 23 segundos de duração com 15 músicas.

1. 360

2. Club Classics

3. Sympathy Is a Knife

4. I Might Say Something Stupid

5. Talk Talk

6. Von Dutch

7. Everything Is Romantic

8. Rewind

9. So I

10. Girl, So Confusing

11. Apple

12. B2B

13. Mean Girls

14. I Think About It All the Time

15. 365

 

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Diversidade cultural e expressão artística refletem na celebração de uma das festividades mais vibrantes de São Paulo
por
Juliana Salomão
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04/06/2024 - 12h

Um dos eventos mais emblemáticos do Brasil e fundamentais na construção da identidade nacional, atrai olhares do mundo inteiro: o Carnaval. Em São Paulo, a comunidade carnavalesca se empenha em garantir um momento grandioso, tanto dentro quanto fora do sambódromo, ao longo dos meses de fevereiro e março. 

O Carnaval Paulista é uma celebração composta por escolas de samba, grupos carnavalescos e blocos de rua. Segundo o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), durante o Carnaval de 2024, estimava-se que aproximadamente 4,4 milhões de pessoas estariam no Estado, gerando uma movimentação financeira de R$ 5,72 bilhões. 

Fabiana Ribeiro, que desfila no grupo especial na Barroca Zona Sul e como princesa da bateria na Unidos do Vale Encantado, compartilha sua perspectiva sobre esse período. Segundo ela, “O Carnaval não apenas atrai muitos turistas de fora para prestigiar nossos desfiles e ensaios, mas também é um período de reflexão e crítica social, abordando questões políticas, culturais e econômicas tanto nos desfiles musicais quanto nas fantasias."

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Princesa da bateria da escola Unidos do Vale encantado. (Reprodução: Fabiana Ribeiro) 
 

Tradição 

As baianas e a porta-bandeira desempenham papéis fundamentais na tradição carnavalesca. Elas representam a essência da festa, simbolizando força, cultura e identidade. "As tradições nas escolas de samba, hoje em dia, são as baianas; a porta-bandeira e o mestre-sala; e a velha guarda. E conforme vêm passando os anos, têm muitas mudanças, mas nós procuramos nos adaptar a todas as formas de acordo com as novas regras.", comenta Ribeiro. 

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Mestre Sala e Porta-Bandeira da Vai-Vai (Reprodução: Felipe Araujo/Liga-SP) 

A porta-bandeira desempenha um papel fundamental na representação da escola de samba, sendo responsável por carregar um dos seus símbolos mais significativos. Em sua experiência, Penteado compartilha: “Ela é a guardiã desse símbolo, segurando ali em seus braços o pavilhão máximo da escola, que é a identidade, e o pavilhão carrega toda uma história. Exige empenho, dedicação e muito ensaio.”  

As gerações futuras e o legado a preservar  

A preservação do Carnaval enfrenta desafios significativos ao longo do tempo, incluindo a falta de engajamento dos jovens e a escassez de investimentos. Sandra Aparecida de Souza, voluntária na associação da ADESP (Associação dos Destaques das Escolas de Samba do Estado de São Paulo) e jurada, expressa sua preocupação: "As pessoas da velha guarda estão preocupadas. Nesse momento, não existe esse interesse dos jovens com o Carnaval".   

Paula Penteado, porta-bandeira que conduziu o pavilhão da Vai-Vai durante 16 anos, destaca o papel fundamental da preservação do legado na escola de sua família. "A Vai-Vai é uma escola de tradição. Nossos integrantes da velha guarda fazem questão de que continue assim, com um legado forte. As crianças são ensinadas já a fazer com que a escola seja perpetuada. É de geração para geração." 

Identidade Paulista 

O samba em São Paulo é uma expressão vibrante e diversificada que reflete a vida urbana e os desafios sociais da cidade. Originado das tradições africanas, tornou-se essencial para a identidade paulistana, integrando-se a uma variedade de estilos musicais. Com uma mistura que vai do samba de raiz ao rock e ao pagode, o samba em São Paulo representa não apenas uma expressão cultural, mas também a resistência das comunidades que ajudaram a construir a cidade moderna. Renata Amorim, foliã e baiana, compartilhou sua experiência: "Em São Paulo, o samba é mais ritmado, mais rápido. Não quero defender, mas é o melhor." 

A cultura negra paulista destaca-se como um elemento fundamental do patrimônio cultural da cidade, muitas vezes sendo negligenciada. “A cultura Paulista, é a cultura Paulista preta. Preservar essa cultura, das plantações de café que existiam, dos escravizados, dos meus antepassados. É recordar de uma parte talvez esquecida ou não tão reconhecida da cultura paulista, mas que existe, estamos aqui e queremos manter viva essa memória.”, relata Penteado, a porta-bandeira. 

Times Organizados  

Às duas maiores paixões juntas: Futebol e Carnaval. Muitas escolas de samba são filiadas de clubes de futebol em que possuem grande alcance do público. Clubes como o Corinthians, por exemplo, que possui uma das maiores torcidas do país, encontram uma plataforma nas agremiações para expandir sua presença e engajar ainda mais seus torcedores durante o período carnavalesco. Da mesma forma, as escolas de samba se beneficiam do apoio financeiro e estrutural oferecido pelos clubes, além de ganharem visibilidade junto aos aficionados pelo futebol. 

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Desfile da Gaviões da Fiel (Reprodução: JP Drone)          

A harmonia entre as escolas e os times gera um grande problema em relação à sobreposição de valores e tradições que podem levar a uma confusão cultural, no qual o futebol pode ofuscar a autenticidade do Carnaval. “Vejo que os sambistas, principalmente os mais antigos, não gostam muito das escolas de time, porque eles acham que a gente mistura time com escola.”, afirma Aparecida. 

Enquanto alguns veem essa integração como uma forma de celebrar a diversidade e a paixão que une os brasileiros, outros acreditam na diluição das características únicas de cada evento, transformando o Carnaval em um espetáculo comercial e o futebol em mera ferramenta de promoção. 

Preservação Cultural e Histórica 

As escolas de samba são fundamentais para manter vivas as tradições de São Paulo. Elas são espaços onde as pessoas se encontram e celebram a diversidade, promovendo o entendimento e o respeito pela identidade local. Como mencionado por Penteado: “O principal papel da escola de samba é fazer com que isso não seja esquecido. As culturas de matriz africana, elas são geralmente perpetuadas pela oratória e acho que a gente está aprendendo a escrever e a registrar dessa forma hoje em dia. A responsabilidade da escola de samba atualmente é fazer com que as pessoas que não conhecem as escolas de samba ou as pessoas que acham que realmente é só festa e folia, entendam que o Carnaval gera trabalho e gera engajamento, geram famílias.” 

 

 

 

 

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