Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Ex-vocalista da banda “The Smiths” fará show após dois cancelamentos
por
Lucca Andreoli
Henrique Baptista
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16/06/2025 - 12h
Morrissey, ex-vocalista da banda The Smiths
Morrissey, ex-vocalista da banda The Smiths  
Instagram/@morrisseyofficial

Steven Patrick Morrissey, ex-vocalista do The Smiths, anunciou que virá ao Brasil em novembro deste ano para uma apresentação única no dia 12 no Espaço Unimed, em São Paulo. 

Em 2023 o cantor adiou suas apresentações no Brasil por ter sido infectado pelo vírus da dengue. O adiamento para o início do ano seguinte foi novamente cancelado por exaustão física de Steven.

Após dois cancelamentos, em 2025 o show está novamente previsto para acontecer, mas apenas em São Paulo — em 2023, as apresentações incluíam o Rio de Janeiro, e em 2024, Brasília.

Sua última vinda ao Brasil foi em 2018, quando realizou shows em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Como vocalista dos Smiths, compôs grandes sucessos da banda, como “This charming man”, “Heaven knows I'm miserable now” e “There is a light that never goes out”.
A banda teve apenas quatro álbuns de estúdio e marcou a cena do rock alternativo, vindo a inspirar grandes nomes do rock nacional como Legião Urbana e Capital Inicial. 

Em carreira solo, já foram 13 álbuns lançados por Morrissey, que continua compondo.

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Ícone de transgressão e liberdade, Ney Matogrosso tem sua trajetória exposta em uma mostra que celebra sua luta LGBTQIA+ e o impacto de sua ousadia em gerações.
por
Isadora Cobra
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10/04/2025 - 12h


“Sem discurso nem bandeira, Ney apenas caminhou. E o fato de seguir em pé, atravessando tempos que derrubaram muitos ao redor, tornou-se inspiração e resistência.” A frase de Julio Maria, autor da biografia de Ney, sintetiza a essência de um artista cuja trajetória virou marco da cultura brasileira. No Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, uma exposição homenageia esse ícone, destacando sua importância como um dos maiores artistas do país, com foco em sua luta pela liberdade e a representação LGBTQIA+.

Aos 80 anos, Ney Matogrosso é mais do que cantor. É símbolo de coragem, transformação e luta. Sua ousadia vai além dos palcos, inspirando um Brasil envolto, há décadas, em debates sobre identidade, liberdade e repressão.

Em cartaz até 21 de abril, a mostra no MIS homenageia esse legado, convidando o público a revisitar a trajetória de um dos grandes nomes da música brasileira, cuja presença sempre provocadora atravessou gerações.

Ney não desafiou só os limites da música, mas também rompeu barreiras sociais. Em tempos de forte repressão política e moral no Brasil, sua postura irreverente e escolhas estéticas foram mais que expressão artística: foram atos de resistência e afirmação da liberdade individual.

A exposição traz elementos dessa jornada de quebra de paradigmas. Imagens, vídeos, figurinos e objetos pessoais revelam a força de um artista que, desde os anos 70, desafia não apenas as normas musicais, mas as sociais. Ney é uma força propulsora de mudanças culturais, e a mostra evidencia isso.

De sua estreia com o grupo Secos & Molhados nos anos 1970 à carreira solo marcada por ousadia e inovação, a exposição é um convite a mergulhar em um universo de fantasia, erotismo e liberdade, marcas da identidade artística de Ney. Nela vamos conhecer a fundo essa personalidade marcada por uma história de superação, de quebras de tabus e de uma aura artística indomável, que se firmou como um dos artistas mais emblemáticos e provocadores da música brasileira.

A estudante de artes visuais e pesquisadora da música popular brasileira, Helena Bosco, descreve o impacto do artista: “O mais interessante é entender como Ney não quebrou só os padrões estéticos. Ele desafiou a visão tradicional sobre o corpo e a sexualidade. Sua arte está ligada ao processo de afirmação da identidade LGBTQIA+ no Brasil.”

Essa visão é reforçada por Julio Maria, autor da biografia: “Ney é exemplo de resistência. Ele não se importou em ser visto como transgressor, nem em ser ‘politicamente correto’. Ele foi autêntico, e isso é uma das maiores virtudes que um artista pode ter.”

A mostra também destaca o impacto internacional de Ney. Em um cenário global muitas vezes dominado por figuras convencionais, ele conquistou espaço com autenticidade e provocação. Para o historiador musical Roberto Carvalho, em entrevista exclusiva, “Ney é um artista que foi além do palco. Tornou-se agente de mudança. Sua música ecoa porque fala de liberdade.”

Nos anos 1970, o Brasil vivia sob ditadura militar, censura e moral conservadora. Ney, com sua figura excêntrica e letras provocativas, questionou padrões impostos pela sociedade e pela indústria musical. Foi um dos primeiros artistas a abordar temas como sexualidade e identidade de forma tão audaciosa, abrindo caminhos para novas gerações de artistas e militantes LGBTQIA+.

Sua arte contribuiu e ainda contribui para a construção de um Brasil mais plural, livre e respeitoso com todas as formas de amor e identidade.

Ao visitar a exposição, o público tem a chance de revisitar não só a história de um dos maiores artistas do Brasil, mas também refletir sobre o legado que ele deixa para as gerações atuais. Ney Matogrosso é um ponto de partida para debates sobre diversidade e liberdade.

Para Helena, “É uma síntese da cultura da música brasileira. Se não fosse por eles, não estaríamos onde estamos hoje.” Ney simboliza uma geração que abriu caminho. Gente que enfrentou preconceitos, que ousou se expressar quando tudo empurrava para o contrário. Com sua voz, sua imagem e sua coragem, ele ajudou a mudar o jeito como a música é feita e recebida no Brasil, e mais, ajudou a ampliar o espaço para quem queria ser diferente.

A exposição no MIS é mais do que uma homenagem. É uma celebração de sua contribuição à música brasileira e ao movimento LGBTQIA+. Ney encantou o público com sua arte e também foi uma voz corajosa que desafiou convenções, abrindo espaço para novas gerações de artistas e ativistas.

Sua trajetória continua sendo uma fonte de inspiração e resistência. A mostra oferece uma oportunidade única de entender a profundidade de sua contribuição à cultura brasileira. Visitar o MIS é não apenas revisitar a obra de um artista fundamental, mas refletir sobre o impacto que ele teve e ainda tem na construção de uma sociedade mais livre e plural.

 

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Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Riotur estima um público de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas no evento
por
Renata Bittar
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26/04/2025 - 12h

A menos de 1 semana para o espetáculo, saiba como estão os preparativos para a capital fluminense receber a cantora Lady Gaga em Copacabana. Intitulado como Todo Mundo no Rio: Lady Gaga, o palco para o show gratuito já começa a ser montado e o Rio de Janeiro se prepara para a esperada chegada da Rainha do Pop.  

Gaga, que não vem ao Brasil há mais de 8 anos, irá se apresentar em frente ao Hotel Copacabana Palace e seu palco contará com 10 telões de LED. Em publicação na rede social Instagram, a cantora afirma “É uma grande honra ser convidada para cantar para o Rio — durante toda a minha carreira, os fãs no Brasil têm sido parte da força vital dos pequenos monstros. Eu estava morrendo de vontade de ir me apresentar para vocês há anos e fiquei de coração partido quando tive que cancelar anos atrás porque estava hospitalizada”. O aumento de ofertas aéreas e o reforço da segurança pela prefeitura do Rio de Janeiro podem garantir ao evento mais credibilidade e audiência 

Em entrevista exclusiva cedida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) o e Riotur (Empresa Municipal de Turismo do Rio), o órgão afirma que o evento deve gerar um impacto econômico de aproximadamente R$ 600 milhões para a cidade. O Secretário da Cultura, Lucas Padilha, ainda afirma que o espetáculo é “uma ação coordenada que reforça não só o papel do Rio como capital cultural, mas também seu protagonismo como motor do turismo e da economia criativa” 

Ainda em contato com a SMDE, a autoridade pública afirma que o setor de turismo também será beneficiado com o evento, já que as companhias aéreas LATAM e Azul aumentarão a quantidade de frotas.  Entre os dias 1º e 4 de maio, o aeroporto RIOgaleão contará com 24 voos extras operados pela LATAM. A companhia aérea Azul prevê 230 operações no RIOgaleão e outras 252 no Santos Dumont. 

Além disso, de acordo com levantamentos da Hotéis Rio, a taxa média de ocupação hoteleira na cidade para o período do evento havia atingido a marca de 71,4%, superando os níveis habituais de maio. 

Em depoimento do Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima destaca que incluir no calendário do Rio um show internacional por ano foi uma ideia super acertada pelo prefeito Eduardo Paes.  “Do ponto de vista econômico, é mais importante ainda, porque movimenta a cidade em um mês antes considerado de baixa temporada: com hotéis cheios e aumento de gastos em bares e restaurantes e no comércio, gerando emprego e renda para a população”, afirma Osmar. 

Em 2024, a cantora Madonna estreou a praia de Copacabana e também se apresentou gratuitamente. Com aproximadamente o mesmo público estimado para o show de Gaga, o evento superou a expectativa inicial de uma audiência de 1 milhão de pessoas e um lucro de R$ 300 milhões e acabou alcançando público de 1,6 milhão de pessoas e movimentação econômica de cerca de R$ 469,4 milhões, segundo dados da SMDE. Por isso, espera-se que essa estimativa para o futuro show esteja equivocada e baixa. 

Com essa alta demanda de turistas e fãs, setores como segurança pública, transportes e estrutura também estão se preparando para sustentar o evento. A SMDE e Riotur ainda declaram que serão instalados 2 contêineres do Corpo de Bombeiros na orla e uma Central de Órgãos Públicos, que abrigará o Centro de Monitoramento e a Secretária da Mulher. 

Stefani Germanotta, mais conhecida como Lady Gaga, é uma cantora norte-americana que iniciou sua carreira musical em 2007. Com hits de sucesso como Bad Romance e Born This Way, a também vencedora do prêmio Grammy irá apresentar seu recém lançado álbum Mayhem. O show, planejado para começar as 21:15 do dia 3 de maio, ocorrerá em frente ao hotel Copacabana Palace, na praia de Copacabana. 

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Os festivais musicais mostram a realidade da arte no Brasil
por
Guilherme Zago
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10/06/2025 - 12h

O término do grande evento de música colocou em destaque o problema da falta de enaltecimento sobre o artista e a cultura brasileira. Em comparação, os músicos estrangeiros possuem mais atenção do público, dos investidores e dos patrocinadores, que por muitas vezes, não são nacionais. Por consequência, o engajamento de festivais depende dos artistas internacionais que são chamados.

 

Imensidão de pessoas acompanham um show no Lollapalooza 2025- Instagram/Lollapalooza

Imensidão de pessoas acompanham um show no Lollapalooza 2025- Instagram/Lollapalooza

Artista headliner é a atração principal de um evento. No Lollapalooza foram protagonizados com o cargo mais importante do festival, os seguintes artistas: Olívia Rodrigo, Shawn Mendes, Rüfüs do Sol, Alanis Morissete, Justin Timberleke e Tool. Segundo a organização do espetáculo, cerca de 240 mil pessoas foram ao evento prestigiar os astros do espetáculo.

Em entrevista ao Jornal AGEMT, Carolina Zaterka, estudante de jornalismo da PUC-SP, afirmou sobre o motivo de se interessar em comprar os ingressos do evento: “O principal motivo foi a Olivia Rodrigo, que eu sou fã a muito tempo, e como foi a primeira vez que ela veio ao Brasil, aproveitei a oportunidade”. A aluna, não foi a única que, como a maioria dos outros jovens, viram no Lollapalooza a chance de ver pela primeira vez seu ídolo internacional. Política adotada pelos investidores desses grandes festivais, os quais visam dar destaques ao “estrangeirismo”.

Além da cultura estrangeira, a música brasileira também apareceu no evento, com intérpretes como: Jão, Marina Lima e Sepultura, os quais apresentaram shows de destaque. Durante os três dias de festival, 33 artistas nacionais se apresentaram nos palcos do Lollapalooza. Mas com tratamentos diferentes em relação aos convidados internacionais. Os músicos brasileiros tocaram em horários em que o público total ainda não chegou, e apresentaram-se em palcos distantes do principal, resultando na falta de espectadores em seus espetáculos.

A estudante também alegou que sentiu a baixa representatividade dos artistas brasileiros no festival. Segundo ela, “Mesmo com mais nomes nacionais na programação, a estrutura do festival continua hierarquizada...Nenhum artista brasileiro ocupou o posto de headliner, e muitos se apresentaram em palcos secundários ou em horários de menor visibilidade. Parece que colocaram artistas brasileiros só para dizer que teve, mas sem dar o destaque que eles realmente merecem.”

A desvalorização da cultura brasileira é um processo recente. No século passado, artistas nacionais eram reverenciados e devidamente respeitados pelos festivais. O Rock in Rio, um dos maiores festivais realizados no Brasil, nos anos de 1980 até 2000, possuiu em seus palcos músicos marcantes da cultura brasileira, como: Ney Matogrosso, Cássia Eller, Barão Vermelho, e muito mais.

Icônico show de Cássia Eller no Rock in Rio em 2001- Créditos Rádio Rock

Icônico show de Cássia Eller no Rock in Rio em 2001- Créditos Rádio Rock 

No entanto, ainda havia artistas estrangeiros apresentando nos palcos do Rio de Janeiro. Com isso, tanto os músicos estrangeiros, como os nacionais possuíam espaço para realizar seus espetáculos. Mas houve uma queda na representatividade. No ano de estreia do Rock in Rio em 1985 entre as 28 atrações, metade eram brasileiras. Já no primeiro ano do Lollapalooza 12 representantes nacionais estavam presentes em meio a 36 artistas.

A queda gera preferência para que o estrangeiro seja chamado e se apresente nos maiores palcos dos festivais. Essa atitude é resultado de um pensamento negativo da própria população brasileira acerca de sua cultura. A tese é sustentada por duras críticas aos atuais músicos nacionais, baseado em uma perspectiva saudosista. Mas será que a culpa dessa baixa representatividade está somente nas mãos dos artistas? Ou será que nós, e principalmente os organizadores, somos responsáveis sobre a desvalorização da cultura brasileira nos grandes festivais de música.

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O festival aconteceu no Allianz Parque, nos dias 19 e 20 de outubro
por
Juliana Mello
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06/11/2024 - 12h

 

Após dois anos de preparação e um adiamento, a segunda edição do Knotfest Brasil abriu suas portas para dois dias de shows. O festival é idealizado pelo Slipknot e reuniu, nos dias 19 e 20 de outubro, uma multidão de mais de 60 mil pessoas no Allianz Parque, em São Paulo.
 
Bandas como Ratos de Porão, Black Pantera, BabyMetal, P.O.D e Bad Omens também tocaram no evento. O festival teve dois palcos: o KnotStage, maior e dedicado às atrações principais, e o Maggot Stage, voltado para as bandas nacionais. As apresentações começaram com pontualidade.
 
No primeiro dia, algumas bandas brasileiras tiveram problemas técnicos, como falta de som e de luz no palco. João Gordo, vocalista do Ratos de Porão, reclamou no microfone para a produção sobre a situação, mas tocaram normalmente em seguida.
 
O Slipknot tocou nos dois dias do festival com setlists diferentes. No sábado (19), fizeram um repertório só de hits de sua carreira. Entre as músicas escolhidas, estavam “Wait and Bleed”, “Eyeless”, “Duality”, “Psychosocial”, e “Before I Forget”.

Foi a primeira vez que Eloy Casagrande, novo baterista do grupo, tocou com em solo brasileiro: aclamado do início ao fim por um coro de um estádio enlouquecido. O musicista é conhecido por seu trabalho no Sepultura, e completa a equipe do Slipknot desde abril de 2024.

Eloy Casagrande durante apresentação com o Slipknot. Foto: Reprodução/Anderson Carvalho/89FM

Já no domingo (20), os integrantes transportaram o Allianz diretamente para 1999. Em comemoração aos 25 anos de seu álbum de estreia, “Slipknot”, a banda tocou apenas as músicas do álbum. Corey Taylor, vocalista, disse, durante o show: “Quero que vocês se sintam em 1999”. Músicas como “Spit it Out”, “Liberate” e “(sic)” tiveram sua versão em solo brasileiro.


 Corey Taylor - foto: Anderson Carvalho - 89FM


No fechamento da última noite, Corey demonstrou carinho aos fãs brasileiros quando beijou a bandeira do país com o símbolo do Slipknot. Ele declarou que o Brasil é um presente para a banda.

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Dj e etnomusicólogo, Felipe Maia comenta sobre o sucesso de “Brat” e do gênero
por
Nicole Conchon
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06/11/2024 - 12h
Primeiro show da turnê BRAT. Reprodução: Henry Redcliffe
Primeiro show da turnê BRAT na Inglaterra. Reprodução:Henry Redcliffe

 

 

O dicionário inglês Collins anunciou na última sexta-feira (28) que a palavra do ano é “brat”. O termo em tradução livre, significa “pirralho” ou “mimada” e foi usado pela cantora britânica Charli XCX em seu último álbum, reafirmando sua contribuição na música e volta do gênero hyperpop

Dúvidas sobre maternidade, consumo de drogas, inseguranças, autoestima, garotas malvadas, festas frenéticas, mensagens de texto e redes sociais: essa é a pista de dança na cor verde que Charli XCX lançou em seu oitavo disco de estúdio. A chamada “Era Brat” trouxe um retorno da estética “party girl” de Lady Gaga, e marca um ponto chave para o hyperpop, tipo musical caracterizado pela extravagância e abordagem maximalista da música pop

A cor verde que estampa o álbum esteve presente nas mais variadas críticas da indústria da música, memes, sites, trends e até no meio político, como na campanha de Kamala Harris, nos Estados Unidos, e na de Guilherme Boulos, que concorreu para prefeito de São Paulo. O título "Brat" se destaca por sua abordagem experimental e impacto significativo na cultura pop.

A cantora e DJ Charlotte, cujo nome artístico é Charli XCX, se propõe a trazer uma alternativa para o pop, moldada a partir de uma perspectiva britânica voltada à cultura clubber e à música eletrônica feita por sintetizadores. É nesse submundo britânico que o álbum abraça um pop "frenético" e plástico, nomeado hyperpop.

E isso só foi possível porque Charli ousou em trazer produtores que aceitaram o desafio experimental, o que acabou se tornando um dos principais e mais influentes discos do ano de 2024. Nessa era de avanços tecnológicos cada vez mais presentes na indústria da música, "a cultura digital não vira só uma ferramenta, mas também um arcabouço estético e discursivo", explica o DJ e etnomusicólogo, Felipe Maia, para a AGEMT.

Com timbres constantes e uma estética festiva, o hyperpop nunca de fato parou, mas voltou com tudo após o lançamento do álbum.“O hyperpop talvez nunca tenha saído de moda ao longo dos anos desde que se configurou. Ele foi se transformando em uma linguagem, vai ser explorado ora como um gênero, ora como referencial", completa ele.

Felipe conta que entrevistou Charli em seu primeiro show no Brasil, em meados de 2012. A música "I Don´t Care" havia completado poucos meses de lançamento, uma composição da artista que ficou conhecida pelas vozes da dupla Icona Pop. 

Após ser questionada por Felipe sobre o sucesso da música que ganhou os charts da Billboard em outra interpretação, ela respondeu que não se importava: "Eu gosto dessa música assim. Eu gosto de escrever, eu gosto de gravar". 

"Nessa época ela já destoava muito de seus pares, como uma grande compositora e que tinha sacado isso na geração dela", ele conclui.  

Em de carreira, Charli XCX construiu sua imagem como uma diva pop não convencional, mas frenética, irônica e misteriosa. Junto de seus amigos e também de artistas como Sophie e Danny Harle, a DJ se colocou  sempre como uma figura que desafia as normas esperadas das cantoras pop. 

 

Capa do álbum de Charli XCX. Reprodução: Spotify
Capa do disco de Charli XCX. Reprodução: Spotify 

 

Com sua cor verde e letras simples, o disco se tornou um fenômeno pop evidente. "Brat" é um disco que percorre caminhos diversos, mas também subjetivos e particulares de uma mulher cansada, um pouco esquecida pela indústria da música, mas que ainda está na capa da Vogue, fazendo a pista de dança tremer. 

A artista faz esse elo entre o pop e a cultura cluubber que cria um movimento "disruptivo" e de grande sucesso, e que influenciou de forma irreversível a forma de fazer música, com outros lançamentos como as participações especiais do próprio e em outros artistas que se voltaram para o gênero. 

"Brat" é uma marca, não só musical, mas também estética. A cor verde neon, que agora recebe o nome de “verde brat”, se torna também parte da comunicação global. Muito mais do que um adjetivo, “brat” agora é parte da cultura pop internacional.  

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Caçadas Arriscadas e o passado Secreto de JJ, marcam a primeira parte da temporada
por
Annanda Deusdará
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06/11/2024 - 12h

A primeira parte da quarta temporada de Outer Banks chegou à Netflix no dia 10 de outubro de 2024, com cinco episódios. A série trata sobre um grupo de adolescentes que vivem em uma ilha e se tornam caçadores de tesouros perdidos, como El Dorado e Barba Negra. Além da ação, a trama também valoriza a amizade entre os personagens e os conflitos naturais da idade, como se apaixonar e relações conturbadas com os pais.

A última temporada acaba com os pogues voltando para Outer Banks, depois dos acontecimentos com o ouro encontrado na cidade de El Dorado, sendo celebrados pelo prefeito. Após isso, aparece um novo personagem que pede ajuda dos personagens para fazer uma investigação a partir do diário de bordo do Barba Negra, a música fica um pouco mais alta e os créditos sobem.

 

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A uma semana do lançamento da segunda parte da 4 temporada, Outer Banks segue no top 10 - Foto: Reprodução/Netflix 

Na 4° temporada, a história volta 18 meses antes do encontro com Wes Genrette. O grupo volta à cidade após encontrar um pacote de ouro, que equivale aproximadamente a 1 milhão e 770 mil dólares e fazem aquisições para levarem uma vida normal enquanto administram uma loja de pesca, surfe e passeios de barco, que apelidaram de Poguelândia 2.0, mas acabam sendo envolvidos em novos problemas e mais aventuras: uma tempestade queima os fusíveis, o que põe em risco a principal fonte de renda. 

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Poguelândia 2.0, grupo posando em frente à loja de surfe - Foto: Reprodução/Netflix

 

Em uma tentativa desesperada, JJ decide apostar o pouco ouro que sobrou nele mesmo em uma corrida de motos, Rafe faz de tudo para atrapalhar e eles perdem o dinheiro (US$ 20 mil). Sem reserva, eles precisam pagar US$ 13 mil de impostos em sete dias. Nesse meio tempo o jornal local escreve sobre o grupo, o que os leva a ser premiados pela prefeitura e a história retorna ao mesmo lugar em que termina a temporada anterior.

No segundo episódio, o objetivo da nova busca se esclarece, um amuleto que seria capaz de quebrar a maldição que assombra a família Genrette há 300 anos, causando mortes violentas aos descendentes que assinaram o Barba Negra, incluindo a filha de Wes (Larissa), este que está disposto a pagar 50 mil mais as despesas e 5 mil adiantado pelo trabalho. 

Sem ter para onde correr eles aceitam, apesar do desafio de ir até um navio a 30 m de profundidade, sem coordenadas precisas e localizado na área da guarda costeira. Em meio a tudo isso a situação deles piora, o zoneamento da Poguelândia 2.0 irá mudar, o que vai exigir mais dinheiro para manterem o lugar.

A busca pelo amuleto se torna cada vez mais urgente e eles se organizam para realizar de noite. Kiara e JJ mergulham no navio do Barba Negra, no entanto eles não eram os únicos atrás do artefato, outro mergulhador os encontra e tenta matá-los. Embora eles tenham recuperado o amuleto, ambos sofrem de mal de descompressão e precisam ir para o hospital. 

Enquanto isso, os outros vão até a Ilha Golf (casa do Wes) e ao chegarem lá encontram o Xerife Shoup,descobrindo que o Sr. Genrette foi morto na noite da busca e agora eles se tornam suspeitos do assassinato.

No hospital, JJ e Kiara encontram o homem que tentou matá-los na noite anterior, desesperados eles fogem do local e roubam a ficha médica para tentar encontrá-lo. Enquanto isso, Sarah e John B se esforçam para descobrir o que está escrito no amuleto e que pistas ele contém. Cleo é sequestrada pelo corsário que estava atrás do tesouro, ação bem criticada pelos fãs que alegam um enfraquecimento da personagem.Pela primeira vez é retratado o passado de Sofia, personagem que ingressou na terceira temporada e agora recebeu um foco maior.

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Sofia (Fiona Palomo),ouvindo o Rafe dizer para os amigos que não assumiria ela - Foto: Reprodução/Netflix

No quarto episódio vemos o retorno do Terrance, que está trabalhando para o grupo adversário dos pogues, entretanto o personagem faz todo o possível para manter Cleo viva, a qual ele considera como filha. Alheios a tudo, o grupo vai surfar na praia e entra em conflito com os Kooks, enquanto Pope tenta decifrar o enigma presente no artefato achado no navio. Feita de refém e ameaçada de morte, Cleo é obrigada a entregar o amuleto para os bandidos, mas a tensão aumenta quando ela percebe que o objeto não está na casa, para tentar salvá-la,Terrence luta com o bandido e acaba morto.

Seguindo a tradição, o último episódio (até dia 7) apresenta 1h de duração, vinte minutos a mais que os anteriores. De forma inconveniente, Shoupe chega na residência dos personagens atrás de JJ, devido a um vídeo em que ele aparece ameaçando os Kooks. O problema é que eles têm um corpo no meio da sala, o que os leva a tomar uma decisão urgente: ou contar a verdade ou se livrar das provas.

Devido ao histórico deles com o Xerife, os personagens optam pela segunda opção. Com o problema financeiro ainda em pauta, o grupo decide ir para Charleston para achar o tesouro escondido por Barba Negra e quitar suas dívidas. Após receber uma carta escrita por Wes antes de morrer, JJ fica para trás para procurar seu pai e esclarecer algumas questões, o que acaba entregando um dos maiores plot twists da série: JJ não é um Maybank e sua mãe biológica é a Larissa Genrette, o que o transforma em um Kook (elite de Outer Banks), grupo de pessoas que ele sempre criticou.

Em Charleston, Sara e Pope passam por apuros na procura do tesouro, ao ficarem presos em uma tumba, Cleo reencontra o responsável pela morte de Terrance e tenta matá-lo, porém ela quase é morta e John B o segue para terminar o trabalho da amiga. Quando o personagem mira no assassino de Terrance, a lembrança de seu pai vem à tona, e o público observa John B lutando para não se tornar o próprio pai. 

O uso de filtros na série e a construção dos personagens são fatores de destaque. Apesar de acontecer nas outras temporadas, nessa todas as cenas noturnas externas são extremamente azuis e as internas não sofrem alterações. Outro ponto importante, foi o início do arco de redenção de Rafe Cameron, com mais de uma cena dele afirmando que pretende fazer as pazes com sua irmã (Sarah Cameron) e discordando de atitudes de alguns Kooks, além de que, no trailer da segunda parte - que será lançada em breve -, o personagem aparece junto com os Pogues

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JJ Maybank (Rudy Pankow), em uma cena externa a noite - Foto: Reprodução/Netflix

Alguns personagens ainda não retornaram nessa temporada e isso foi notado pelos fãs, entre eles estão a Wise Cameron, Rose Cameron (só aparece a sua voz mas não a atriz) e o Barry (que é citado por JJ).

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Tweets sobre a ausência do personagem Barry - Foto: Reprodução/Twitter

Agora, os fãs aguardam a segunda parte da temporada, que será lançada no dia 7 de novembro, às 4h da manhã no Brasil. Com mais cinco episódios, a temporada será concluída com um total de 10 capítulos.

A banda teve sua última passagem pelo Brasil em 2009 e agora retorna para celebrar sua volta aos palcos
por
Beatriz Vasconcelos
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06/11/2024 - 12h

Após semanas de suspense e expectativa entre os fãs, o Oasis anunciou nesta terça-feira (5) que retornará ao Brasil como parte de sua turnê de reunião em 2025. A banda britânica se apresentará em São Paulo nos dias 22 e 23 de novembro de 2025, no estádio MorumBIS. Os ingressos estarão disponíveis a partir de 13 de novembro deste ano, às 10h, pelo site da Ticketmaster.

Espera-se uma alta demanda, considerando que esta será a primeira passagem do Oasis pelo Brasil depois de 16 anos. O retorno da banda, após um longo período de separação, tem movimentado fãs do rock britânico em todo o mundo, que aguardam ansiosos pela oportunidade única de reviver ao vivo clássicos como “Wonderwall” e “Don’t Look Back in Anger” .

Antes do anúncio oficial, o Oasis já havia deixado pistas estratégicas sobre sua passagem pelo Brasil e outras cidades da América Latina. Na segunda-feira (4), a movimentada Estação da Sé, localizada no centro de São Paulo, foi palco de uma ação promocional que deixou os fãs em alerta. A estação exibiu imagens e frases enigmáticas ligadas à banda, insinuando a possibilidade de shows no país.

A mesma ação foi replicada em Buenos Aires, na Argentina, e em Santiago, no Chile, confirmando que essas cidades também farão parte da aguardada turnê sul-americana. Além disso, nas redes sociais oficiais da banda foram postados vídeos que mostravam os inúmeros pedidos dos fãs para a banda vir ao Brasil, insinuando que novas datas da turnê seriam anunciadas.

 

 

Após 15 anos Oasis retorna aos palcos

O retorno do Oasis aos palcos marca um dos reencontros mais esperados da história do rock moderno. Em agosto deste ano, a banda, formada pelos irmãos Liam e Noel Gallagher, anunciou que faria uma turnê especial para celebrar os 30 anos do álbum “What’s the Story (Morning Glory)”, lançado em 1995 e considerado uma das maiores influências do britpop. O anúncio veio através das redes sociais, com a frase “É isso, está acontecendo!”, que rapidamente se espalhou pela internet, gerando uma onda de euforia e nostalgia entre fãs de diferentes gerações.

A turnê, intitulada “Oasis Live ’25”, terá início em 4 de julho em Cardiff, no País de Gales, e incluirá uma série de quatro shows em Manchester, cidade natal dos Gallagher. O grupo também fará quatro apresentações no icônico estádio de Wembley, em Londres, além de shows em Edimburgo e Dublin.A turnê inclui, ainda, apresentações em outros continentes, como América do Norte e Oceania, antes de chegar à América Latina.

Esse retorno aos palcos ocorre em um momento simbólico, 15 anos após a separação da banda, que em 2009 se desfez em meio a conflitos entre os irmãos Gallagher. Na época, Noel afirmou publicamente que não conseguia mais trabalhar ao lado de Liam, um rompimento que parecia definitivo e que foi marcado por troca de farpas em entrevistas e nas mídias sociais. Essa reconciliação para a turnê de 2025 trouxe surpresa para  muitos fãs, especialmente considerando declarações anteriores de Noel, que havia descartado a possibilidade de uma reunião.

A última passagem do Oasis pelo Brasil e o fim de uma era

A última passagem da banda no Brasil aconteceu  durante a turnê do álbum “Dig Out Your Soul”. Na ocasião, os irmãos Liam e Noel estavam acompanhados pelo baixista Andy Bell e o guitarrista Gem Archer, que também faziam parte da formação final da banda.

A turnê incluiu quatro apresentações no país: a primeira no Rio de Janeiro, que foi transmitida ao vivo pelo canal pago Multishow, seguida de shows em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Os fãs brasileiros compareceram em peso e puderam assistir à performance ao vivo de grandes canções da banda, que já acumulava hits e uma sólida base de seguidores no país.

O rompimento definitivo do grupo ocorreu em Paris, durante o festival “Rock en Seine”, quando uma discussão nos bastidores levou Noel a decidir abandonar o grupo. Com isso, o show foi cancelado de última hora, deixando fãs decepcionados e encerrando uma era do britpop.

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Relançado em 2024, o filme-concerto ofereceu aos fãs a oportunidade de reviver o auge da banda Talking Heads
por
Rafaela Eid
Nicole Conchon
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04/11/2024 - 12h

“Stop Making Sense”, o filme-concerto da banda Talking Heads, de 1984, é considerado um dos maiores registros musicais da história. Neste ano, quatro décadas após seu lançamento original, o longa voltou às salas de cinema. Foi restaurado em 4K pela produtora A24 e relançado no Brasil pela O2 Play, oferecendo aos fãs a oportunidade de reviver o auge da banda com qualidade cinematográfica aprimorada.

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Pôster do filme original de 1984. Reprodução: Arquivos Adelle Lutz.

Dirigido por Jonathan Demme, que mais tarde assinaria clássicos como “O Silêncio dos Inocentes” e “Filadélfia”, Stop Making Sense foi filmado em dezembro de 1983, no Pantages Theater, em Hollywood, e lançado em 1984. 

A obra captura a energia da banda nova-iorquina, em turnê de divulgação do álbum “Speaking in Tongues”. O filme apresenta o quarteto formado pelo vocalista David Byrne, Tina Weymouth, Chris Frantz e Jerry Harrison, além de artistas convidados como Bernie Worrell e Edna Holt, performando sucessos que definiram os anos 1980, como “Psycho Killer,” “Take Me to the River” e “Once in a Lifetime”.

O que faz Stop Making Sense ser do cinema? 

Existem diversos fatores que contribuem para a obra ser considerada cinematográfica, e isso se dá principalmente aos jogos e ângulos de câmera e a edição das imagens, passando pela preocupação de focar apenas no palco, construindo uma perspectiva única. 

O maior diferencial se dá pela ideia do diretor, que já era cineasta na época, de situar o espectador para o palco, revelando o que acontecerá gradativamente. Ele introduz os outros membros em uma sequência pensada, como se fosse parte da narrativa. A cada música, um novo integrante aparece e, assim, se desenvolve um cenário diferente a cada cena. 

Em entrevista para a Time Magazine, quando a obra fez 30 anos, Demme revelou que sua decisão de filmar os Talking Heads nasceu após assistir a uma apresentação deles no Hollywood Bowl. “O show foi como ver um filme que estava esperando para ser filmado”, declarou. 

Segundo Byrne, Demme enxergava no palco elementos que os próprios membros da banda ainda não haviam notado. “Ele observou a interação das pessoas no palco, que funcionava como se todos tivessem a mesma importância em cena, se víssemos como um roteiro de cinema. Ele também percebeu que, para trazer o espectador para essa percepção, o filme não teria entrevistas ou imagens do público até quase o final”, explicou Byrne para a Time.

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Talking Heads durante performance da música "This Must Be the Place (Naive Melody)". Reprodução: NPR Pins.

40 anos depois, ainda é impactante

Em 2021, “Stop Making Sense” foi adicionado ao Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em reconhecimento à sua importância cultural e histórica. Um marco importante, anterior a esse, aconteceu em 1985, quando, um ano após seu lançamento, a obra levou o prêmio de Melhor Documentário da National Society of Film Critics.

Em 2024, em seu relançamento, a A24 tem a mesma intenção de trazer a vibração sentida por quem assistiu os shows em 1984, tendo a experiência completa através  de uma produção cinematográfica de qualidade, que transporta os telespectadores diretamente ao Hollywood Pantages Theatre, ação que somente o cinema é capaz de fazer e ser, de fato, a máquina do tempo possível para a humanidade. 

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