
Conhecido mundialmente pela sua música eletrônica, o Daft Punk oficializou no começo de 2021 o encerramento da banda. Com um som retrô e autêntico, buscavam encontrar seu estilo de música com os estilos do passado ao mesmo tempo em que tudo aquilo o que faziam era considerado inovador.
O Daft Punk veio de um cenário eletrônico que surgiu durante os anos 90 na França e pode-se dizer que foram eles quem abriram as portas para muitos outros artistas que viriam desse cenário do “french house”. Com o lançamento de seu disco "Discovery", em 2001, ajudaram a música eletrônica a ser algo pop e massificado, o que não havia ocorrido até então.
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Com a ajuda de Felipe Maia - jornalista, etnomusicólogo e DJ - contaremos a trajetória da dupla francesa até o sucesso.
Essa jornada de sucesso começou ainda nos anos 80 de Paris, quando Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo se conheceram na escola. O pai de Thomas era produtor musical e Guy ganhou sua primeira guitarra quando ainda era jovem. O desejo de entrar para a indústria da música se iniciou alí já que compartilhavam muitos gostos musicais, que iam do synth-pop até as trilhas sonoras de filmes do anos 70.
Surge então o primeiro projeto da dupla, uma banda de indie rock com influências punk formada com um outro amigo deles, chamada "Darlin'”. Eles chegaram a lançar singles e abrir alguns shows, mas não foram muito bem recebidos pelo público geral. Uma revista de crítica especializada da época chegou a detonar a banda descrevendo sua música, em uma tradução livre, como estupidamente punk (em inglês, “daft punky”).

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A banda se separou e em 1993 Bangalter e Homem-Cristo se aproveitaram da crítica para formar o Daft Punk. Como eles sempre foram fãs dos anos 70 e seus sintetizadores, seu trabalho traria uma forte influência dessa época. Em 1994 eles lançam seu primeiro single chamado “New Wave”. No ano seguinte eles retornam as produções e apresentam seu segundo single e primeiro sucesso comercial “Da Funk”.
Já com certa notoriedade nesse nicho, em 1997 a dupla, com a ajuda da Virgin Records, grava e lança seu primeiro disco, “Homework”, sendo onde tudo muda. Com boa recepção da crítica e do público o álbum era uma grande mistura de gêneros musicais sendo possível notar pelo menos um pouco de house, techno, acid house, electro e funk em cada uma das trilhas. Esse conceito ficou conhecido como “french house” e foi aí que o mundo teve conhecimento dele pela primeira vez.
Para saber mais sobre a trajetória da dupla e ouvir o podcast com Felipe Maia clique aqui.
Das favelas às grandes baladas de elite, dos barracos aos palácios, o funk vem ganhando cada vez mais espaço Brasil afora. A cultura popular é qualquer manifestação cultural de que o povo produz e participa ativamente, como por exemplo o funk. Ao longo de três décadas de evolução, foram criadas inúmeras vertentes sob o estilo musical mais popular do país, como brega funk, pop funk, arrocha funk entre outros. O ritmo que saiu das periferias por pessoas produzindo músicas de uma forma extremamente precária e hoje vem tomando cada vez mais gravadoras e rádios é um ótimo exemplo dos efeitos da indústria cultural.
Um dos textos mais conhecidos de Theodor Adorno e Max Horkheimer pela Escola de Frankfurt trata sobre o conceito de "Indústria Cultural”, onde diz que a arte, dentro de um sistema capitalista, passa a ser tratada não como uma forma de expressão sincera, mas sim como um produto visando o lucro. Assim qualquer produto de arte, como a música, é transformado em produto para a “massa”, visando assim maior alcance e aceitação, gerando mais lucro.
Fato é que o funk também movimenta a economia brasileira, despertando um incômodo em parte da população brasileira, com voz ativa, a elite. O funk assusta a elite brasileira, justamente por ser a realidade de muitos, mas conhecida por poucos. Assim a realidade da pobre população brasileira das favelas, acaba sendo invalidada, causando aversão à sociedade, em que ser morador de comunidade está automaticamente associado a ser bandido. A sociedade repulsa o termo “favelado”, pois é mais cômodo fingir que não existe a realidade que abrange a maioria do que encará-la. As pessoas querem hinos de amor e paz, vindos daqueles que não são expostos a essas circunstâncias. É preciso que levem incentivos e oportunidade aos moradores dessas comunidades, principalmente aos jovens, que são o maior número de ouvintes do funk, como afirmou a cantora Anitta em um palestra em Harvard: “A rejeição ao funk é única e exclusivamente porque veio do pobre, da favela. O funkeiro canta a realidade dele. Se ele acorda, abre a janela e vê gente armada se drogando, se prostituindo, essa é a realidade dele. Para mudar o contexto da letra do funk, você precisa mudar a realidade de quem está vivendo essa realidade”.
Com a apresentação da rapper Cardi B no Grammy 2021, que incluiu um trecho do remix do brasileiro Pedro Sampaio, o produtor dos Mamonas Assassinas, Rick Bonadio, moveu as redes após publicar em seu Twitter: “Já exportamos Bossa Nova, já exportamos Samba Rock, Jobim, Ben Jor. Até Roberto Carlos. Mas o barulho que fazem por causa de 15 segundos de Funk na apresentação da Cardi B me deixa com vergonha. Precisamos exportar música boa e não esse ‘fica de quatro!’”. Nomes do funk, como Anitta, Lexa e Valesca Popozuda, rebateram Bonadio “O funk evoluiu e cresceu tanto que estava no Grammy ontem. É preciso respeitar nosso movimento. Tenho respeito pelo seu trabalho e esperamos o mesmo respeito. O funk é cultura, é música e tá quebrando barreiras sim.” tweetou Lexa.
A cantora Ludmilla em entrevista ao Metrópoles em novembro de 2020 disse: “Levei o funk para as pessoas mais elitistas, aquelas que julgavam o ritmo como música de marginal e estou na luta para levar o funk para o mundo”. No último dia 3 de abril a cantora comandou o show na casa do Big Brother Brasil e durante sua performance declarou: "A próxima música que vou cantar agora fala sobre uma coisa que o mundo está precisando, que é respeito. Respeita o nosso funk, respeita a nossa cor, respeita o nosso cabelo”.
Apesar de ainda ser muito discriminado por grande parte da sociedade, o funk vem ganhando respeito na música e representando a comunidade. O funk é uma forma de porta-voz da favela, e a maneira como é criminalizado nega espaço às periferias e pautas importantes debatidas, como o racismo e a violência policial.
As periferias, diariamente marginalizadas no país e limitadas a relatos de violência e estatísticas de pobreza, encontraram no funk uma identidade e uma oportunidade para expressar o que vivem. A música da periferia ainda segue na luta pela conquista de seu espaço e respeito da sociedade.
Cineasta, escritor e questionador social, Glauber Rocha foi um dos fundadores do movimento chamado cinema novo, sendo um dos cineastas brasileiros mais premiados internacionalmente. Nascido em Vitória da Conquista, Bahia, presenciou a realidade de um Brasil marginal, onde a cultura brasileira era esquecida e sufocada pela modernidade externa. Com um viés crítico, Glauber quis descolonizar a visão glamourizada do cinema internacional, abrindo os olhos para a realidade de um país de “terceiro mundo”, mostrando a violência do nosso país, a loucura e a desigualdade. No início da carreira, foi influenciado pelo expressionismo alemão, pelo concretismo brasileiro e pelo cinema soviético. Futuramente, influenciado pelo neorrealismo italiano e pelo cinema francês “nouvelle vague”, o diretor da vanguarda foi adotando características mais dinâmicas para a sua filmagem. Utilizando uma forma livre de direção, quebrando padrões coloquiais da filmagem; como a abdicação do tripé, que resultou em uma filmagem mais livre e rápida. Ao romper com os padrões acadêmicos de filmagem, ele pôde gradualmente criar a sua própria forma de fazer cinema, fazendo tomadas em movimento que conseguiram captar de forma expressiva a violência de uma cena ou descobrir novos ângulos até então questionáveis. Para Glauber, valia tudo para chocar o espectador, arrancando-o do conforto de filmes alienantes da época (chanchadas) e jogando-o na realidade amarga de um país violento, sufocado por uma ditadura silenciosa.
Na década de 1960, com o surgimento de um novo movimento latino-americano voltado para as preocupações sociais, que virava as costas para a influência cultural norte americana e europeia, o cinema novo tornou-se a vanguarda desta nova forma de questionar. Mostrando aos cidadãos brasileiros a realidade do seu país que estava em efervescência industrial, porém ainda com alta discrepância nos quesitos socioeconômicos como um todo. Em seus filmes, Glauber retratou os conflitos que abalavam (e ainda abalam) o Brasil. O cinema novo tinha como uma de suas características usar alegorias, expressando de forma indireta símbolos ou cenas para representar uma ideia; o que gerava no público em geral um certo estranhamento, por não entenderem exatamente o que fora proposto. Glauber, por ser um dos maiores adeptos do movimento, acabou criando uma forma de linguagem visual singular, esteticamente livre. Pela falta de recursos na época, a única saída era ser criativo nas filmagens e tentar retratar certas cenas que são mais complexas em cenas mais curtas ou simbólicas, deixando a parte da compreensão subentendida ao receptor. Por ter utilizado uma linguagem mais livre, certas formatações técnicas foram abandonadas; acarretando filmes sem um padrão específico, o que dificultava a compreensão de quem assistia. Incompreendido pelos seus métodos, o diretor tinha como objetivo levar a reflexão em seus filmes, cutucando especialmente a região sudeste sobre a pobreza do nordeste. Mostrando através de uma direção engajada, preocupada com a sociedade e a cultura brasileira; tentando abrir os olhos de quem vivia em uma bolha cultural influenciada somente pelos modismos internacionais.
Encabeçado pelo Glauber, surgiu em 1965 o manifesto “Uma estética da fome”, o texto apresentava um projeto artístico que visava utilizar o cinema como ferramenta de mudança social e não somente como denúncia. Indo além de somente representar os temas da miséria e da violência sobre uma visão cinematográfica, e sim criar uma comunicação verdadeira com o tema. Para Glauber, a arte produzida até então, não comunicava a verdadeira miséria vivida pelo seu povo ao espectador, e nem o estrangeiro conseguiria compreendê-la verdadeiramente. Sendo a única comunicação composta por mentiras elaboradas da verdade, como os exotismos formais que vulgarizavam os problemas sociais e que apenas satisfaziam a nostalgia do primitivismo para o observador europeu. De forma intensa, o pensamento do diretor foi se tornando cada vez mais politizado e alinhado com os partidos de esquerda; sendo considerado na época o movimento cinematográfico mais político da América Latina.
Sob a inspiração do cinema de guerrilha como forma de protesto, Glauber lança o longa “Terra em Transe” em 1967, que fazia clara referência a política ditatorial brasileira. O filme retratava um país fictício da América Latina sob uma convulsão política interna, onde um tecnocrata conservador busca pela conquista do poder; o filme foi proibido pela censura do governo brasileiro por ser considerado subversivo. A sua fama como diretor crítico crescia internacionalmente, onde a cada entrevista concedida a veículos de imprensas internacionais, Glauber fazia questão de questionar o regime militar brasileiro e toda corrupção que nele havia, além da crescente censura na imprensa e no audiovisual. O que fez dele um dos líderes mais famosos do movimento da esquerda; tornando-se marcado, viver no Brasil era sentir-se constantemente vigiado. Com a intensificação da perseguição aos opositores do regime, e por estar se tornando um símbolo subversivo, Glauber partiu para o exílio em 1971, passando por diversos países, não retornando de forma permanente ao país natal. Porém, mesmo estando exilado, o regime militar tinha a intenção de matar Glauber. É o que diz o relatório revelado em 2014 pela Comissão da Verdade, que indica que havia um plano de matar o diretor que se encontrava exilado em Portugal. O relatório que foi produzido pela aeronáutica, descreve Glauber como um dos líderes da esquerda brasileira e sendo considerado graças a sua visão crítica, um “violento ataque ao país”. Segundo a sua filha, Paloma Rocha, o relatório confirma o que seu pai sempre lhe disse, que era um perseguido político.
Morto em 1981 com somente 42 anos, vítima de septicemia (provocado por uma broncopneumonia que o atacava há mais de um mês), Glauber nos deixou um vácuo. Projetos e pensamentos que ainda precisavam de mais algumas décadas do seu criador para tomar forma. Onde teria mais força para chocar essa sociedade que sofre de ausência cultural, que está à deriva, alienada das suas origens. O Brasil precisa mais do que críticos, precisa de críticos com coragem, que falam o que pensam, que confrontam, que se auto-afirmam. Glauber entendeu cedo a dinâmica da comunicação do nosso país: não é somente com uma conversa técnica que vamos resolver os nossos impasses seculares, é preciso pôr um pouco mais de energia em nossas atitudes para conseguirmos mudar. É arriscar a própria vida em nome de todos, de ser marcado para morrer e continuar mordendo, sem parar. Nesta batalha sobre perdas, lutos e censuras, quem perde é o “Brasil cultural”, e não o Glauber. Somos nós que precisamos dele e de suas inspirações, e não o contrário.
“Onde houver um cineasta disposto a filmar a verdade, e a enfrentar os padrões hipócritas e policialescos da censura intelectual, aí haverá um germe vivo do Cinema Novo. Onde houver um cineasta disposto a enfrentar o comercialismo, a exploração, a pornografia, o tecnicismo, aí haverá um germe do Cinema Novo. Onde houver um cineasta, de qualquer idade ou de qualquer procedência, pronto a pôr seu cinema e sua profissão a serviço das causas importantes de seu tempo, aí haverá um germe do Cinema Novo.”
– Glauber Rocha
No último dia 15 de março foram anunciados os indicados da 93ª edição da maior premiação do cinema, que será realizada no dia 25 de Abril. Por conta das indicações, este já se trata do ¨Oscar¨ com maior diversidade de todos os tempos, contando com duas diretoras concorrendo a melhor direção pela primeira vez na história, um ator asiático (Steven Yeun), assim como um muçulmano (Riz Ahmed), também os primeiros a concorrer a categoria de melhor ator.
Além da diversidade de concorrentes nas principais categorias, essa edição também será marcada, por ser feita em plena pandemia global, assim como outras premiações já feitas ao longo do ano de 2021: Globo de Ouro (Golden Globes) e Critics Choice Awards (Critics Choice Awards), falando de cinema e séries, e o Grammy (The GRAMMYs) , de música. O Oscar contará com público de forma presencial, sendo os indicados, seus convidados e os apresentadores que irão compor a plateia.
Ainda sobre as categorias, para melhor direção, a mais diversa, temos ¨Chloé Zhao¨ (Nomadland), a favorita a levar a estatueta, pois levou o Globo de Ouro e o Critics Choice Awards, uma diretora chinesa sendo a segunda asiática na história a concorrer nessa categoria, ¨Emerald Fennell¨ (Bela Vingança), que fez história junto com a diretora chinesa, ¨Lee Isaac Chung¨ (Minari), outro com raíz asiática, porém nascido nos EUA, ¨Thomas Vinterberg¨ (Druk: mais uma rodada), um diretor Dinamarquês e ¨David Fincher¨ (Mank), um diretor mais recorrente na premiação.

Mesmo entrando para a história com duas indicadas, esse prêmio poderia ser ainda mais histórico e diverso, pois uma das cotadas a estar entre elas, era a atriz e diretora ¨Regina King¨ (Uma Noite em Miami), que já conquistou a estatueta de melhor atriz coadjuvante em 2019, e ficou de fora para melhor direção.
Para Melhor Ator, ¨Chadwick Boseman¨ (A Voz Suprema do Blues), favorito a levar o prêmio, sendo esse póstumo, já tendo levado tanto o Globo de Ouro como o Critics Choice, ¨Riz Ahmed¨ (Som do Silêncio), o primeiro Muçulmano a receber uma indicação, ¨Steven Yeun¨ (Minari), o único asiático até hoje a concorrer à melhor ator, ¨Anthony Hopkins¨ (Meu Pai), o ator mais velho de toda a história a ser indicado, e ¨Gary Oldman¨ (Mank), concorrem a estatueta.

Já para melhor atriz não temos tanta diversidade como nas anteriores, mas contamos com duas atrizes negras concorrendo, além disso, não temos uma favorita para ganhar. ¨Viola Davis¨ (A Voz Suprema do Blues), que com essa indicação, se tornou a mulher negra mais indicada da história do Oscar, ¨Andra Day¨ (United States vs. Billie Holiday), que ganhou o Globo de Ouro, ¨Carey Mulligan¨ (Bela Vingança), que ganhou o Critics Choice, ¨Vanessa Kirby ̈ (Pieces of a Woman) e ¨Frances McDormand¨(Nomadland) estão na disputa.

Mesmo com a grande diversidade que esse Oscar apresenta, alguns especialistas em cinema crêem que isso não passa de uma forma da Academia se adequar à nova realidade mundial, faltando uma gama maior de representatividade.
Para Isabel Wittmann, crítica de cinema e criadora do podcast ¨Feito por Elas¨ que debate e divulga mulheres no cinema, o que ocorreu esse ano é sim algo importante porém que ainda não representa algo concreto e realista.
"São marcos importantes, sem dúvida, mas pontuais quando se trata de refletir se a academia está, de fato, permitindo mais diversidade. Todos os anos temos dados e estatísticas como esses."
Lembrando o caso da diretora de fotografia ¨ Rachel Morrison¨ em 2018, que parece ter sido um ponto único na história.
"Em 2018, por exemplo, tivemos Rachel Morrison sendo a primeira mulher indicada a melhor fotografia em 90 anos de premiação. De lá pra cá seguimos sem outras mulheres sendo indicadas na categoria"
Sobre as indicações do Oscar desse ano, Wittmann lembrou do caso do filme "Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre" dirigido por ¨Eliza Hittman¨ que ganhou diversos outros prêmios mas ficou de fora da premiação.

"Um votante afirmou que se recusou a assistir, porque a trama discute o direito ao aborto. Por isso, sou particularmente descrente em relação a esses marcos individuais, ainda que eles sejam significativos e dignos de comemoração."
Reforçando, novamente, como muitas vezes a Academia traz grandes números de diversidade somente quando a interessa.
"Não podemos esquecer que um ano antes da vitória de Parasita (Parasite), Green Book havia sido consagrado o grande vencedor, um filme não só desinteressante em termos de forma e narrativa, mas com discurso racista."
"Acho que movimentos como #OscarSoWhite e Me Too são importantes para trazer visibilidade à discussão, mas em ambos os casos, com recorte étnico-racial ou de gênero, a equidade está ainda muito distante." relembrando dos momentos que marcaram os últimos anos.
E finalizou dizendo qual seria a verdadeira prova de uma mudança por parte dos votantes
"Creio que eles só indicariam uma real mudança estrutural se essas indicações fossem mais numerosas, se repetissem todos os anos e resultassem em prêmios rotineiramente"
Márcio Rodrigo Ribeiro, ex jornalista com passagens pela Fundação Bienal de São Paulo, jornais Gazeta Mercantil e Valor Econômico e da Revista Forbes, atual docente de Distribuição e Produtos Audiovisuais e Análise Fílmica no curso de cinema na ESPM, segue o mesmo caminho de Wittmann e crê que o que estamos vendo neste ano, não confirma que o Oscar está se abrindo para diversidade. "Não tem nada que se celebrar essa diversidade, tem que cobrar mais e mais, é muito pouco o que temos".
Já sobre a abertura da Academia para filmes estrangeiros, Ribeiro traz sua opinião e explicação para o assunto, dando como exemplo dois filmes que fizeram sucesso no ano passado , sendo um deles " O Tigre Branco" ( The White Tiger, Trailer) que está concorrendo ao Oscar de melhor roteiro adaptado. "Quando por exemplo a Disney vai lá e decidi fazer um live action/remake de "Mulan" (Mulan Trailer), não é porque ela acha incrível a história, mas sim porque ela precisa de qualquer maneira entrar no mercado chinês que é um mercado de 600 milhões de ingressos, quando a gente tem um filme como o "Tigre Branco" de certa maneira eles estão tentando entrar no mercado indiano, que é um mercado de 1 bilhão e 300 milhões de ingressos é disso que estamos falando”, ressalta Ribeiro.

“Quão transcendente o amor pode ser em relação à matéria, tempo e espaço?” Essa é uma discussão muito relevante na minha cabeça, já que sempre pensei muito no que seria o limite do amor, não exatamente o romântico ou carnal, mas um amor fraterno como o de uma amizade antiga, ou com um animal de estimação, amores que vivem em você para sempre, independente de como o mundo e as pessoas mudaram. Esses pensamentos ficaram ainda mais fortes depois de assistir o filme her (Spike Jonze), nele é retratado a vida pós-divórcio de um escritor num futuro próximo, à medida que a trama evolui, é exposta a relação dele com um Sistema Operacional inteligente que acaba se tornando sua namorada.
Com uma trilha sonora cativante e uma fotografia incrível passando sensações de como o protagonista se sente pequeno no começo e à medida que o relacionamento com a Samantha (Scarlett Johansson) é exposto, ele cresce e se sente mais cheio de si, além dessa questão de proporções fotográficas, existe o uso de cores quentes que sempre contrastam com um ambiente cinza, mostrando um tipo de singularidade e vida ao redor dele. Ouça o podcast!