Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
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Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

O episódio aborda o desenvolvimento desse tipo de programa no Brasil e no mundo, pensando no fenômeno que se tornaram
por
Giovana Yamaki, Fernanda Fernandes e Sofia Luppi
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11/05/2021 - 12h
Reality show como fenômeno

 

Segundo dados da Betway, 67 países, ou seja, um terço do mundo, têm ao menos um reality show indo ao ar em sua grade televisiva no ano.  No Brasil, só na TV aberta, já foram exibidas, desde o ano 2000, pelo menos 63 edições. 

O BBB, em 100 dias de programa, teve 163 milhões de brasileiros de olho nos brothers. Sendo em média, 40 milhões de telespectadores por exibição. Os realities shows têm uma longa história. Com o passar do tempo, sofreram muitas alterações, o que contribuiu para que esse tipo de programa fosse tão querido e envolvesse tanto o público na trama. O sucesso deles é insano e, cada vez, atingem mais pessoas. Pensando nisso, fizemos um episódio abordando a história dos realities aqui no Brasil desde os anos 2000, além de pensarmos nos motivos que fizeram com que eles conseguiram alcançar tanta audiência.

Confira aqui.

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por
Jorge Nagib Koike
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10/05/2021 - 12h

  "Você sabe que posso levar isso para o próximo level, bebe" Essas são as palavras que a cantora norte-americana Britney Spears declara na faixa de abertura do seu sétimo álbum de estúdio entitulado Femme Fatale, antes da canção explodir em um refrão contagiante e viciante. O disco, lançado em 2011, completou 10 anos em 25 de março desse ano e se revela muito mais complexo e excelente revisitado com outros olhos e ouvidos.

  Tomemos como exemplo o verso citado no começo do texto, o que parece ser uma simples composição de música chiclete se torna algo maior acompanhado da voz robótica da cantora e da produção eurodance da faixa. Spears de fato está elevando a música pop ao próximo nível – ao mundo da artificialidade, do dubstep – e fazendo jus ao título da música "Till the World Ends" nos convida a continuar dançando até o mundo acabar.

  Os outros destaques do albúm são claros, o hit "Hold it Against Me" é uma das melhores canções de sua carreira, o hino de break up "Inside Out", a divertida "How I Roll" que se assemelha ao estilo da produtora SOPHIE, o EDM em parceria com will.i.am "Big Fat Bass", "Trip to Your Heart" que em momentos parece um update autotunado da famosa "Everytime" e "Criminal", uma balada mid-tempo que foi hit no Brasil.

  Em seu "Manifesto ciborgue" publicado em 1985, a pensadora Donna Haraway se utiliza da imagem de um ciborgue, uma criatura pós-humana para demonstrar um ser que transcende as limitações de gênero e sexuais impostas pela sociedade dominante. Com Femme Fatale, Britney parece levar esse utopismo ao mundo pop, sua voz se encontra cada vez mais computadorizada e recheada de efeitos industriais, as músicas cada vez mais super produzidas, futuristas, com hooks e batidas viciantes. Não é à toa que o álbum serve de base para entendermos dois gêneros nascidos recentemente com raízes fortes na comunidade Queer online, o pc music e o hyperpop, que se conectam a nomes aclamados como SOPHIE, Charli XCX, A.G. Cook, Dorian Electra, entre outros.

  Com o lançamento de "Framing Britney Spears", documentário produzido pelo The New York Times que expõe os assédios da grande mídia a cantora e a tutela imposta pelo pai que controla desde 2008 as finanças da filha, tornou-se necessário ressignificar os problemas mentais enfrentados por Britney que marcaram sua carreira em 2007, mas é também preciso fazer o mesmo com sua artisticidade. Se antes a musicista  era definida por críticos esnobes como um mero fantoche nas mãos de sua gravadora, o cenário atual de boas-vindas ao poptimism e popularidade crescente do feminismo nos dizem outra coisa: a princesinha da pop sempre foi uma artista de talento, e o visionarismo de Femme Fatale confirma o fato.

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Em meio à pandemia, a edição deste ano atraiu menos de 10 milhões de espectadores nos Estados Unidos
por
Gabriel Alves Dutra
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07/05/2021 - 12h

     A premiação mais importante do cinema mundial fez história em 2021, tanto positiva quanto negativamente. Isso porque, apesar da edição do Oscar deste ano ter sido a que teve a maior diversidade da história, foi também a que obteve o pior índice de audiência, superando a edição do ano passado, que tinha, até então, sido a pior audiência do Oscar. A cerimônia deste ano ocorreu no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia, no dia 25 de abril, quase dois meses após o previsto originalmente, devido ao impacto da pandemia de Covid-19 no mundo do cinema.

     A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Academia responsável pela organização do Oscar) parece, enfim, ter aberto os olhos para a diversidade no prêmio mais importante do cinema. Após ter recebido duras críticas nas últimas edições pela falta de diversidade na premiação, a Academia proporcionou o ano recorde em representatividade no Oscar. Na edição de 2015, por exemplo, nenhuma pessoa negra havia sido indicada nas principais categorias do prêmio. Já em 2021, além de negros, tivemos asiáticos, pessoas com a idade mais avançada e diversas mulheres concorrendo e levando a estatueta em várias categorias.

     Como exemplo de vencedores, podemos citar Daniel Kaluuya, que conquistou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pelo seu papel como Fred Hampton em “Judas e o Messias Negro”, e Chloé Zhao, diretora de “Nomadland”, que se tornou a primeira asiática e a segunda mulher a vencer o Oscar de Melhor Direção. Anthony Hopkins venceu o prêmio de Melhor Ator pelo seu papel como Anthony em “Meu Pai” e se tornou o mais velho vencedor dessa categoria. Além dos ingleses Riz Ahmed e Gary Oldman, disputavam com Hopkins o falecido Chadwick Boseman e o sul-coreano Steven Yeun, que se tornou o primeiro asiático a ser indicado na categoria de Melhor Ator da cobiçada estatueta. Já na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, Youn Yuh-jung fez história se tornando a primeira coreana a vencer um Oscar. Ela se tornou também a segunda mulher asiática a ganhar o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.

     Apesar de todas essas informações que trazem alegria e a esperança de um mundo mais justo, nem tudo foi alegria no Oscar 2021. A audiência desta edição foi a pior da história. A premiação foi assistida por 9,85 milhões de espectadores nos Estados Unidos, superando a edição do ano passado, que havia sido assistida por 23,6 milhões e era, até então, a pior audiência da história do Oscar. A queda da audiência da premiação do ano passado para a deste ano foi de cerca de 58,3%. Apesar da baixa, é importante ter em mente que a pandemia do coronavírus contribuiu firmemente para a queda na audiência. Além disso, não foi apenas o Oscar que sofreu com esse problema. O Globo de Ouro, por exemplo, teve uma média de 6,9 milhões de espectadores na edição de 2021, número muito inferior aos 18,3 milhões do ano passado. Vale lembrar que esses dados, tanto do Oscar como do Globo de Ouro, não consideram os espectadores de fora dos Estados Unidos.

     A edição de 2021 do Oscar foi diferente de todas as outras. Definitivamente, entrou para a história. Não foi uma edição perfeita, mas muitas coisas boas podem ser vistas nela. A pandemia, de fato, afetou diversos setores, e o mundo do cinema, sem dúvidas, não foi exceção. A premiação do Oscar com menos audiência ter sido durante a pandemia não é nenhuma coincidência. Apesar disso, 2021 foi o ano no qual o Oscar mais abraçou a diversidade, algo que vinha sendo muito exigido pelo público, e isso deve sempre ser recordado.

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Cresce o consumo de jogos eletrônicos durante o isolamento
por
Iris Martins Oliveira de Freitas
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05/05/2021 - 12h

O videogame exerce papel marcante na vida do jovem. Com o período pandêmico isso se agravou, ainda mais na era Geek na qual vivemos, da cultura pop e das tecnologias. Porém, há muito o que se levar em conta, por isso em uma conversa com Luís Felipe Meirelles Coelho, usuário de videogame, com Patrícia Amaral, psicóloga e Fernando Fraga, gerente comercial da loja Big Boy Games vamos falar sobre este assunto.

Para escutar este podcast clique AQUI.

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por
Lucas Malagone, Pedro Kono, Pedro
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28/04/2021 - 12h

São inegáveis a importância das músicas e a força com o público da banda Charlie Brown Jr no final dos anos 90 e nos anos 2000. A banda e os fãs, porém, acabaram sofrendo duros golpes. O vocalista e líder, Chorão, morreu no ano de 2013, vitima de uma overdose, e pouco tempo depois o baixista e braço direito de Chorão, Champignon, cometeu suicídio, dando fim a banda.

O filho de chorão Alexandre Abrão sempre tentou deixar o legado vivo da banda do Pai, foi essa tentativa que o aproximou de João Carvalho, ilustrador que ajuda Alexandre em projetos para manter a banda viva.

“Eu me sinto muito honrado de fazer parte da celebração da historia da banda, onde os fãs podem ter o contato e manter viva a história deles”, comenta João.

João conheceu Alexandre em 2015 participando de um evento juntos, hoje são grandes amigos.  João desenvolve posters especiais para manter a historia da banda viva, mas ele sempre teve uma relação de carinho com a banda “Descobri com muitos da minha geração dos anos 2000 através da malhação, de ligar o rádio e estar sempre tocando as musicas deles, então o Charlie Brown Jr sempre esteve muito presente na minha vida”.

Com a chegada do documentário Marginal Alado, do diretor Felipe Novaes, que conta não só as histórias da banda mas do vocalista que era a alma da banda, Charlie Brown Jr foi para os Trend Topics e suas músicas foram as mais ouvidas por semanas no Spotify Brasil. Muitos fãs ficaram felizes com o documentário, como Camila Perdigão( 26) que falou um pouco da experiência dela com a banda e com o documentário.

“Acredito que tenha perdido um pouco força porque o Chorão era muito a cara e a representação da banda. Mas ainda tem muito jovem que cresceu ouvindo a banda, tipo o povo que nasceu nos anos 2000, por exemplo e aí depois quem nasceu antes e passou mais tempo ouvindo CBJR vai passar pros seus, sejam irmãos e irmãs mais novos ou agora filhos.”

Sobre sua identificação com a banda comentou que se sente ligada à banda por ser de sua cidade natal: “Me identifico pelo fato da banda ser de Santos, minha cidade então é a casa sobre o que é cantado”.

Camila também deu suas impressões sobre o filme: “documentário  bom que mostra toda a trajetória da banda e principalmente do chorão. Nos mostra as intimidades, brigas, bastidores da banda e do vocalista e infelizmente nos mostra também o declínio em relação ao consumo de droga. Em diversos momentos do documentário o corpo chegava a arrepiar e bater uma emoção.”

Charlie Brown Jr permanece com o legado vivo entre diversas gerações e o documentário Marginal Alado abre portas para novas gerações conhecerem a banda e se conectarem com o legado dela, que dessa forma permanecerá sempre vivo.

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