Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
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Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Amazon entra em Hollywood comprando os estúdios da MGM por 8,45 bilhões de dólares
por
Tabitha Ramalho
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28/05/2021 - 12h
Logo da Amazon inserido na moldura da MGM
Foto montagem, logo da Amazon inserida moldura da MGM

 

A Amazon anunciou a compra dos estúdios cinematográficos Metro Goldwyn Mayer (MGM) por 8,45 bilhões de dólares, em maio passado, incluindo a dívida da MGM, sendo o marco da entrada da gigante em Hollywood.

A Prime Video, plataforma de streaming da Amazon, já agregava cerca de 4 mil produções da Metro, e o objetivo da aquisição é preservar o acervo e distribuí-lo de maneira mais fácil ao público. As franquias de sucesso James Bond e Rocky fazem parte do negócio, mas os clássicos como O mágico de Oz e ...E o vento levou ficaram de fora, isso porque é a Warner quem tem os direitos das obras até 1985.

Fundada em 1924 pelo empresário Marcus Loew, a MGM surgiu em Hollywood com seu slogan, o rugido de um leão, tornando-se a marca registrada do estúdio, aparecendo em todas suas produções. Até a década de 1960 foi a produtora de cinema mais lucrativa, mas só em 1973 melhorou financeiramente ao adquirir a franquia de James Bond. A queda de bilheteria, além das dívidas das grandes produções cinematográficas, fez a tradicional Metro Goldwyn Mayer anunciar falência, ainda em meados de 2009.

“A MGM tem quase um século de história no cinema e complementa o trabalho da Amazon Studios, que se concentrou principalmente na produção de programas de TV", disse a Amazon em comunicado.

A gigante tecnológica foi criada pelo Jeff Bezos, iniciando como um comércio de livros e posteriormente e-commerce de outros produtos, logo em 2005 surgiu o Prime Video que atualmente é uma das maiores plataformas de streaming, competindo com a Netflix e Disney+.

Mas será que o eterno leão vai sobreviver à Amazon Studios, já que o Prime tem o seu próprio logo? Os filmes vão ao cinema ou serão exclusivos de assinantes? O intuito é de preservar o acervo, mas como serão as novas produções de 007, por exemplo, isso já não sabemos, Bezos pode nos surpreender a cada instante.

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Conheça a jornalista Gabriela Mayer e seu podcast “Põe na Estante”.
por
Marcela Foresti
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26/05/2021 - 12h

 A jornalista Gabriela Mayer é formada pela Faculdade Cásper Líbero e é pós graduada em Globalização e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). 

 É apresentadora da rádio Band News FM e do podcast “Elas com Elas”, é realizadora do podcast “Põe na Estante” e co-fundadora da rádio “Guarda Chuva”, que reúne diversos podcasts jornalísticos.

 Mayer é uma leitora voraz e em seu podcast “Põe na Estante” traz discussões junto com leitores, assim como ela não especialistas, sobre livros escolhidos pela própria e algumas vezes  pelos convidados “Eu não sou uma especialista, eu sou uma leitora”.

 Cada temporada conta com episódios quinzenais e segue um tema diferente, os livros selecionados seguem um mesmo padrão criado por ela e conversam entre si. O podcast é produzido pela jornalista e hoje conta com um financiamento coletivo, que ajuda a pagar o irmão, que é o artista plástico responsável pelas capas dos episódios, e o mixador.

 A jornalista define seu podcast como um incentivo a leitura e diz que o número de livros lidos no Brasil é muito baixo e que o projeto de taxação de livros proposto pelo governo federal não ajuda nada estes  números e tira o poder de entendimento das pessoas. Para ela os livros ensinam as pessoas a terem domínio sobre a palavra para que consigam contar a própria história.

 Assim como os livros são cultura, Mayer explica que o jornalismo também é, por mais que ainda não se reconheça como. “O jornalismo por essência é cultura. É de comunicação que a gente vive”. 

 Por fim ela diz que é a cultura que nos conecta e nos torna humanos, nos permite criar e ocupar os mesmos espaços: “A importância da cultura é a importância da sobrevivência”.

 

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As cortinas se fecharam e o espetáculo luta para continuar
por
Barbara More, Larissa Araujo, Lucas Malagone, Tábata Santos
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25/05/2021 - 12h

Por serem ambientes fechados e gerarem aglomeração de pessoas, os teatros estão entre os primeiros lugares fechados no início da pandemia, em março de 2020. Um ano depois, conversamos com colaboradores e artistas para retratar como foi este processo de tantas mudanças e saber como estão atualmente.

Há 13 anos a companhia Mungunzá trabalha para trazer cultura ao estado de São Paulo. Mesmo com inúmeros obstáculos decorrentes da pandemia, eles vêm conseguindo se reinventar: transformaram seu segundo espaço, o Teatro de Contêiner, em um espaço social e cultural.

“O Contêiner tem uma grande importância social para o entorno, ele é localizado no bairro da Luz, em uma região muito vulnerável, nossos vizinhos são ocupações de moradia, tem muitos dependentes químicos, pessoas em situação de rua. O Contêiner fica próximo à cracolândia, então mesmo com a chegada do Covid-19 nós não fechamos o teatro, e sim mudamos totalmente o foco para a questão social”, conta o ator, produtor e gestor do Teatro de Contêiner, Léo Akio.

A comunidade como foco

Longe de ser uma simples readaptação, o grupo de artistas e colaboradores responsáveis por esses espaços se reinventaram em prol da comunidade.

“O Teatro de Contêiner ficou aberto o tempo todo, no início da pandemia nós fizemos uma articulação com a ONG Médicos Sem Fronteiras, que ficaram utilizando o espaço como ponto logístico e com o decorrer da pandemia começamos a fortalecer outros grupos ativistas do território, como o projeto “Tem Sentimento” composto por mulheres cis e trans, que objetivava a geração de renda por meio da costura. Elas conseguiram, com essa parceria, ter um espaço para confeccionar máscaras que foram distribuídas para a população local.”

Uma das maiores conquista durante este período foi a realização de uma articulação entre o Teatro de Contêiner e o projeto “Tem Sentimento” junto a alguns vereadores e à Secretária de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo, a qual possibilitou a distribuição de 500 refeições diárias, que são realizadas ainda hoje no próprio Teatro de Contêiner. “Com isso, posso dizer que a mudança mais significativa do Contêiner foi esse mergulho nas ações sociais”, orgulha-se Léo.

Novos enfoques: novos gastos

Paralelamente às ações sociais, os artistas da companhia Mungunzá começaram a produzir conteúdos digitais por meio do selo “Mungunzá Digital”, o que possibilitou a realização de oficinas e o acolhimento de outros grupos através de transmissões online.

Adaptando-se ao novo normal e entendendo a necessidade da reinvenção para manter um fluxo financeiro estável, eles realizaram trabalhos artísticos digitais remunerados, venderam material audiovisual para alguns festivais, realizaram o trabalho “Desmontagem” com o Sesc Pompéia, no qual eles transformavam um espetáculo em documentário, entre outros.

Por serem um grupo que possuía uma boa estrutura e trabalhava com fluxo de caixa, eles não ficaram descapitalizados: “Nós não precisamos dispensar ninguém, alguns foram adaptados e outros ficaram afastados, porém recebendo.” diz Léo. 

A companhia também foi contemplada pela Lei Aldir Blanc e pelo projeto PROAC (Programa de Ação Cultural), porém o ponto principal que possibilita que a companhia e todos esses projetos estejam de pé, é o fato deles não terem que pagar aluguel, Léo desabafa:

O Teatro de Contêiner é um espaço independente, uma ocupação. Então, nós construímos a estrutura e temos uma parceria com a Prefeitura, porque o terreno é municipal; portanto, não pagamos aluguel e esse é o custo que muitas vezes acaba com os grupos de teatro. O fato e não termos que pagar aluguel colabora muito para que a gente continue existindo.”

Outras vertentes

A readaptação e os incentivos governamentais não chegam da mesma forma para todos por isso conversamos também com o Grupo Trapo, que vem enfrentando sérias dificuldades neste período.

Logo no início da pandemia o Grupo Trapo se articulou para criar um conteúdo online e foram um dos primeiros a iniciar esse trabalho nas redes sociais. Trabalharam com obras autorais como “O Surto”, em que realizaram direção e ensaio à distância e ficaram 1 mês em temporada.

No Instagram da Sede, também fizeram uma mobilização, junto a artistas de vários segmentos (música, dança, teatro etc.), para uma programação cultural 100% online. Dentre os conteúdos estão lives entrevistando personalidades do meio cultural e artístico como Thardelly Lima, atriz do premiado filme Bacurau e Cléo de Paris, atriz e fundadora da SP Escola de Teatro.

“Vejo o teatro online como uma medida provisória e particularmente insuportável, por que não sentimos o elenco perto, o artista perto, o teatro se faz na troca do espectador e do artista, esse é o fenômeno teatral. Porém no momento entendemos que é a única forma de trabalho, uma necessidade.” Afirma o diretor Muriel Vitória.

O grupo não possui funcionários, todos os artistas dividem as funções para a manutenção da sede e eles não obtiveram apoio da Lei Aldir Blanc. Atualmente os seus artistas estão em empregos paralelos de publicidade e no audiovisual, para se manterem financeiramente.

A falta de apoio do Governo juntamente à falta de olhar sensível da população, é para Muriel a maior dificuldade em relação ao teatro durante a pandemia “As pessoas insistem em lotar bares e shows e festinhas, mas não vão ao Teatro, não prestigiam a arte, arte essa que salvou a todos no início dessa pandemia” desabafa.

Em outra perspectiva, diversos artistas acreditam que teatro se faz ao vivo e que a prática de apresentações online tira a sua essência. O ator José Alberto Martins é um deles e por isso se considera um “ponto fora da curva”. Segundo ele “Fazer teatro pelo computador é miojo sabor picanha: quebra um galho na hora do aperto, mas não é picanha de verdade”.

José não conseguiu ser contemplado pela Lei Aldir Blanc e, por estar passando necessidade e extrema dificuldade financeira, optou por explorar outras áreas da arte como audiovisual e dublagem. Na entrevista, o ator demonstrou imensa gratidão por um estúdio de dublagem que o acolheu e lhe deu a oportunidade de trabalhar e conseguir o mínimo para seguir em frente. Além disso, ele possui uma parceria com o Grupo RIA e com eles abriu uma escola de teatro, porém, devido à pandemia, ela se encontra parada há cerca de um ano.

Após ter dedicado sua vida ao teatro durante 14 anos e agora tendo que enfrentar tantas dificuldades, José finaliza: “A arte é tudo o que eu sou. A gente insiste para não deixar de ser quem é, pois, a gente só se reconhece naquilo que faz”.

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Como esse aplicativo viral interfere na carreira de artistas nacionais e internacionais
por
Ligia Saicali e Manuela Pestana
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24/05/2021 - 12h

Nesse episódio de “Quarentenadas” discutimos sobre o crescimento do Tik Tok no último ano e como ele tem interferido na indústria musical. Para desenvolver essa conversa, convidamos o colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Murilo Busolin, para analisar a influência do aplicativo no entretenimento. Além disso, também fizemos uma breve abordagem de como o Tik Tok surgiu e quais são suas implicações dentro das dinâmicas geopolíticas globais. Ouça conosco!

 

 

 

 

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Diretores de outros países estão sendo mais visados que os hollywoodianos, na maior indústria cinematográfica
por
Daniel Dias, Felipe Albanez, Leonardo Cavazana e Rafael Monteiro
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20/05/2021 - 12h

Após a vitória de Bong Joon-Ho, para melhor diretor na 92ª edição do Oscar, o cinema asiático entrou em evidência e começou a chamar atenção tanto do público quanto da indústria cinematográfica americana, que está voltando a contratar diretores de diferentes nacionalidades para suas produções.

Com a conquista do prêmio pelo diretor de Parasita, ele foi contratado pela Netflix para produzir a série O Expresso do Amanhã, um remake da história em quadrinhos e do filme de 2013, ambos com o mesmo nome. Entretanto, Joon- Ho não foi o único asiático a ser contratado para uma produção americana de maior expressão, já que a diretora chinesa, Chloe Zhao, que ganhou o Oscar (25/04/21) de melhor direção com Nomadland, dirigiu o filme Os Eternos, da Marvel, que se não houver mais adiamentos, chegará aos cinemas em 4 de novembro de 2021.

Mesmo que todos os filmes de Zhao tenham sido gravados nos EUA, ela nunca havia tido um grande reconhecimento até Nomadland. Outro fato curioso, é ela ser a primeira diretora asiática a dirigir um filme da Marvel. 

Além desses diretores que vem fazendo sucesso recentemente, podemos citar grandes nomes como o inglês Alfred Hitchcock, diretor de Psicose, ou até mesmo o brasileiro José Padilha, de Tropa de Elite um e dois, que após sucesso dos filmes foi contratado para produzir o remake de RoboCop.

Porém, por que muitas vezes Hollywood prefere diretores estrangeiros do que nacionais para produzirem seus filmes? Para responder tal questão, entrevistamos Robledo Milani, crítico de cinema e criador do site "Papo de Cinema" e o também crítico Denis Le Senechal, do "Cinema com Rapadura". Assista a entrevista:

 

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