Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
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Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

EP02 PODCAST "60 anos do primeiro show dos Beatles"
por
Mário Gandini e Rodrigo Mendonça
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03/06/2021 - 12h

Neste segundo episódio do podcast "60 anos do primeiro show dos Beatles", conversamos com Gabriel Manetti, um dos fundadores do “Beatles para crianças”, grupo musical que mistura o universo dos Beatles com o mundo infantil, trazendo o rock n roll de uma forma super diferente e interativa. A banda convida as crianças para subirem no palco, deixando de ser espectador para fazer parte da apresentação.

Na conversa pudemos aprender um pouco mais sobre o espetáculo, que conta com as apresentações das músicas e também com histórias intercaladas dos integrantes - tudo feito com a maior naturalidade possível. Manetti conta que algumas vezes viu pais saindo suados do show, pois aproveitaram mais que os próprios filhos. Perguntamos também sobre como a banda vem se adequando à pandemia.

Para ouvir o podcast clique AQUI

Caso você não ouviu o primeiro episódio clique aquiEP01

foto da banda, retirada de arquivo pessoal

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A indústria cinematográfica prioriza atrizes protagonistas jovens, tornando as carreiras dessas artistas mais restritas
por
Júlia Nogueira e Gabrielle Barbosa
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01/06/2021 - 12h

 Mais recentemente, um aspecto obscuro da indústria hollywoodiana começou a virar assunto: a representatividade etária em produções. Fato é que as produções cinematográficas ao longo dos anos trazem à tona muito do universo patriarcal e machista sofrido pelas mulheres e atrizes, figurantes e vários outros trabalhos femininos no mundo do cinema. Escândalos como a existência de inúmeros casos de denúncias de assédio que eram silenciados, ou a grande desigualdade salarial entre atrizes e atores, vêm sendo postos em pauta, e apesar das vitórias através de lutas feministas, ainda há um problema pouco discutido: os espaços estereotipados ou inexistentes para as mulheres “mais velhas” (no caso, acima dos 40 anos) no cinema, o que é ainda mais cedo e pior para mulheres negras, que já têm poucos papéis de protagonismo.

Enquanto atores homens chegam aos 50 e 60 anos ganhando papéis de protagonistas e “galãs”, mantendo sua carreira, como é o caso de Tom Cruise aos 58 anos; Brad Pitt, 57; e Johnny Depp, 57. Atrizes quando alcançam a mesma idade, não têm as mesmas oportunidades. A atriz Charlize Theron, 45, é um exemplo. Em uma entrevista sobre o longa-metragem “Casal Improvável”, a atriz respondeu a uma espectadora que lhe perguntou se ela se arrependia de ter se negado a participar de um dos filmes mais bem-sucedidos dos últimos tempos, o longa da DC Comics, Mulher-Maravilha. O que ninguém esperava, era a sinceridade de Theron em sua confissão.

A representatividade etária feminina na indústria americana de cinema é realmente absurda, apesar do pouco caso dos grandes estúdios, as comediantes Tina Fey e Amy Poehler que apresentaram o Globo de Ouro em 2015, brincaram com a atriz Patricia Arquette, indicada à melhor performance por seu papel no filme “Boyhood”: “ainda há ótimos papéis para mulheres com mais de 40 anos, desde que você seja contratada antes dos 40”. A piada, adorada pelo público, chamava atenção para o fato de o filme ter sido rodado ao longo de doze anos e para a ausência de oportunidades para mulheres de 40 ou mais na indústria de Hollywood.

“Tem coisas que são realmente decepcionantes sobre ser uma atriz em Hollywood que me surpreendem o tempo todo. Tenho 37 anos e me disseram recentemente que sou muito velha para ser o par romântico de um homem de 55. Isso foi chocante pra mim. Primeiro me senti mal, depois brava, e então eu só dei risada.”, disse Maggie Gyllenhaal, em 2015.

Grandes atrizes hollywoodianas, que bombaram em filmes dos anos 1990 e 2000, hoje, acima dos 40 anos, em grande maioria recebem papéis estereotipados de “mãe”. Jennifer Garner, aos 49 anos, conhecida pelo papel no romance ‘De repente 30’, migrou para as produções mais familiares, como o recente filme da Netflix, ‘Dia do Sim’ e ‘Milagres do Paraíso’ (2016), em que interpreta, em ambos, o papel de mãe. Alyson Hannigan também é outra atriz, reconhecida nos papéis da série ‘Buffy’ e nos filmes de ‘American Pie’, em que hoje, aos 47 anos, atua como figuras maternais, como no filme ‘Flora e Ulysses’ (2021) e 'Kim Possible' (2019).

No Brasil, com os sucessos nacionais das telenovelas não é diferente; na reprise de ‘Império’, uma produção da Rede Globo de 2014, Alexandre Nero (aos 44 anos na época) interpretou o protagonista galã da novela. Atores como, Rodrigo Lombardi, 44 e Reynaldo Gianecchini, 48 são parte dos artistas brasileiros famosos pelo “charme e beleza” até hoje, com carreiras consolidadas por anos.       

Enquanto a carreira de atores dura quase a vida toda, muitas atrizes, até consolidadas, “somem” das produções cinematográficas depois que são consideradas “velhas demais” para os papéis predominantes. Quase que, em uma carreira de jogador de futebol, elas têm prazo, não por problemas de saúde ou estarem “velhas demais”, mas porque é o que impõe o sistema patriarcal.

 

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O produtor musical Wendel Vicente, dono da gravadora Beatmasters, conversa com a AGEMT e faz um balanço do isolamento
por
Miguel Jabur
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31/05/2021 - 12h

A pandemia do Covid-19 afetou todas as áreas da sociedade e com a musica não poderia ser diferente. Com o cancelamento dos shows presenciais, o meio musical teve que se reinventar. Afinal, as apresentações se posicionavam como a principal fonte de renda da maioria dos artistas. 

Muitos apostaram em apresentações via plataformas de streaming, as conhecidas LIVES - algumas delas pagas ou patrocinadas por alguma entidade privada. Os artistas de maior sucesso também contam com a monetização de suas redes sociais, como Youtube, Spotify, Instagram etc. Outros aproveitam o maior tempo livre para desenvolver suas produções. No entanto, nem de longe essas iniciativas compensam o vazio deixado pela ausência dos shows presenciais. 

Para entender melhor essa situação, conversei com o produtor musical Wendel Vicente, dono da gravadora Beatmasters - Audio Innovations. Durante a entrevista, ele conta um pouco sobre as principais dificuldades desse momento tão difícil e como os músicos tem feito para driblar essa situação. Segundo ele, além do aspecto financeiro, os shows serviam como combustível para a alma dos músicos, era o grande momento que fazia valer todos os sacrifícios. Confira a entrevista!

 

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A proposta de taxação zero veio do escritor Jorge Amado numa iniciativa para aumentar a leitura
por
Fernando Figaro, Giovanna Crescitelli, Lucas Malagone
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28/05/2021 - 12h

No último mês de abril o ministério da economia liderado por Paulo Guedes, apresentou uma proposta de reforma tributária na qual, se aprovada, acontecerá um aumento de 12% nos preços dos livros. O aumento vai acontecer porque hoje o bem é isento do pagamento de impostos apesar dos insumos de papel e tinta, que são usados na feitura do livro, serem taxados. A proposta causou debate tanto no setor livreiro quanto nos meios acadêmicos e artísticos. O texto enviado pelo governo ao Congresso afirma que os livros podem ser taxados porque não são bens consumidos pelos brasileiros mais pobres. A afirmação presente na proposta gerou grande polêmica e alguns famosos como Zeca Camargo, que lançou campanha contra a iniciativa do ministério da economia, e Marcelo Freixo que cobrou o Ministro por seu posicionamento. 


Sobre a proposta conversamos com a jornalista Gabriela Mayer, da Band News FM, que tem um podcast focado em literatura, o Põe na Estante. No encontro ela fala sobre a importância dos livros e que acha a "proposta um acinte, pois a taxação zero veio do escritor Jorge Amado numa iniciativa para aumentar a leitura, já que o Brasil é um pais que lê pouquíssimo, ai você taxa os livros sobre o argumento que só os ricos leem é um descalabro até porque se a gente for taxar as coisas dos ricos poderíamos taxar grandes fortunas que com certeza seria mais eficiente”, diz Mayer.


Gabriela defendeu a força dos livros e o poder transformador que eles tem numa sociedade. “Os livros são muito potentes, imagina uma sociedade leitora, que consegue ler as entrelinhas e conhecer outros mundos pelos livros, isso explica muita coisa de quem vem a proposta e o que eles querem com isso”, ressalta Mayer. 


A isenção dos impostos para livros foi uma proposta feita em 1948 pelo escritor e então deputado Jorge Amado,  junto com colegas deputados por Pernambuco. A isenção perdura até hoje e foi ratificada na assembleia constituinte de 1988. Durante o governo Lula, em 2004, foi elaborada uma lei federal que isentou o setor livreiro do pagamento dos impostos PIS e Cofins. A indústria do livro brasileira não é grande, quando comparada às de outros países, entretanto é um setor simbólico.  


Os livros fazem parte da nossa cultura e ajudam ela se manter viva, Gabriela também comentou sobre como enxerga o papel da cultura na nossa sociedade e porque está sofrendo tantos ataques igual ao projeto de taxação dos livros. “A importância da cultura é a importância da sobrevivência, eu acho que a cultura tem a capacidade de nos conectar, seja um livro ou não, ela conta uma história.

A arte, quando você coloca-a para fora, é algo tão potente que podemos nos conectar sem nunca ter se encontrado. A cultura é o que nos faz humanos, a cultura é a nossa capacidade de criar, de se colocar no lugar do outro, de questionar, a cultura é o que permite que estejamos nos mesmos espaços. 

A proposta irá como pauta para o Congresso Nacional apenas quando Paulo Guedes der início à prometida reforma tributária. Por enquanto, a taxação de 12% sobre o valor dos livros, que é a alíquota sugerida pelo governo para a Contribuição de Bens e Serviços (CBS), fica na gaveta de pendências da Receita Federal.

Apesar do nosso país ter índices baixíssimos de leitura, uma população analfabeta consideravelmente grande, (aproximadamente 11 milhões de pessoas), alegar que o aumento tributário afetará apenas os ricos é não apenas ignorar, como desmerecer milhares de pessoas e estudantes, que têm o hábito de leitura e precisam dos livros para passar no vestibular, conquistar bolsas de estudo, e poderem proporcionar melhores condições de vida para suas famílias.

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Saiba mais sobre o surgimento desse gênero musical histórico em podcast com Leonardo Passos
por
Carlos Daniel, Gabriel Porphirio Brito, Rafaela Serra, Tomás Furtado
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28/05/2021 - 12h

Alemanha, final dos anos 1960, a música eletrônica começa a se tornar uma marca, ou complemento, daqueles artistas que buscavam algo musicalmente diferente em um país tomado pelas músicas hits, simples e chicletes. Como uma forma de reagir a isso, ao que chamavam de “vácuo cultural”, em consequência de uma Alemanha pós-guerra, emerge ali, uma cena de bandas de rock experimental, com pegadas de free jazz, música eletrônica, minimalismo, rock psicodélico, entre muitos outros subgêneros existentes. 

Esse movimento ficou popularmente conhecido fora da Alemanha como Krautrock. E a proposta era basicamente subverter a música americana e a música popular alemã, eles queriam fugir disso, criando algo único. As principais bandas nesse cenário foram, Tangerine Dream, Amon Düül II, Can, Neu!, Kraftwerk, entre outras que iremos falar mais sobre no decorrer do podcast, com Leonardo Passos, mestrando em Música na UNICAMP, e que você pode ouvir clicando aqui. Se você gostou do gênero e não sabe por onde começar, ouça a playlist no spotify.

 

 

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