Neste segundo episódio do podcast "60 anos do primeiro show dos Beatles", conversamos com Gabriel Manetti, um dos fundadores do “Beatles para crianças”, grupo musical que mistura o universo dos Beatles com o mundo infantil, trazendo o rock n roll de uma forma super diferente e interativa. A banda convida as crianças para subirem no palco, deixando de ser espectador para fazer parte da apresentação.
Na conversa pudemos aprender um pouco mais sobre o espetáculo, que conta com as apresentações das músicas e também com histórias intercaladas dos integrantes - tudo feito com a maior naturalidade possível. Manetti conta que algumas vezes viu pais saindo suados do show, pois aproveitaram mais que os próprios filhos. Perguntamos também sobre como a banda vem se adequando à pandemia.
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Mais recentemente, um aspecto obscuro da indústria hollywoodiana começou a virar assunto: a representatividade etária em produções. Fato é que as produções cinematográficas ao longo dos anos trazem à tona muito do universo patriarcal e machista sofrido pelas mulheres e atrizes, figurantes e vários outros trabalhos femininos no mundo do cinema. Escândalos como a existência de inúmeros casos de denúncias de assédio que eram silenciados, ou a grande desigualdade salarial entre atrizes e atores, vêm sendo postos em pauta, e apesar das vitórias através de lutas feministas, ainda há um problema pouco discutido: os espaços estereotipados ou inexistentes para as mulheres “mais velhas” (no caso, acima dos 40 anos) no cinema, o que é ainda mais cedo e pior para mulheres negras, que já têm poucos papéis de protagonismo.
Enquanto atores homens chegam aos 50 e 60 anos ganhando papéis de protagonistas e “galãs”, mantendo sua carreira, como é o caso de Tom Cruise aos 58 anos; Brad Pitt, 57; e Johnny Depp, 57. Atrizes quando alcançam a mesma idade, não têm as mesmas oportunidades. A atriz Charlize Theron, 45, é um exemplo. Em uma entrevista sobre o longa-metragem “Casal Improvável”, a atriz respondeu a uma espectadora que lhe perguntou se ela se arrependia de ter se negado a participar de um dos filmes mais bem-sucedidos dos últimos tempos, o longa da DC Comics, Mulher-Maravilha. O que ninguém esperava, era a sinceridade de Theron em sua confissão.
A representatividade etária feminina na indústria americana de cinema é realmente absurda, apesar do pouco caso dos grandes estúdios, as comediantes Tina Fey e Amy Poehler que apresentaram o Globo de Ouro em 2015, brincaram com a atriz Patricia Arquette, indicada à melhor performance por seu papel no filme “Boyhood”: “ainda há ótimos papéis para mulheres com mais de 40 anos, desde que você seja contratada antes dos 40”. A piada, adorada pelo público, chamava atenção para o fato de o filme ter sido rodado ao longo de doze anos e para a ausência de oportunidades para mulheres de 40 ou mais na indústria de Hollywood.
“Tem coisas que são realmente decepcionantes sobre ser uma atriz em Hollywood que me surpreendem o tempo todo. Tenho 37 anos e me disseram recentemente que sou muito velha para ser o par romântico de um homem de 55. Isso foi chocante pra mim. Primeiro me senti mal, depois brava, e então eu só dei risada.”, disse Maggie Gyllenhaal, em 2015.
Grandes atrizes hollywoodianas, que bombaram em filmes dos anos 1990 e 2000, hoje, acima dos 40 anos, em grande maioria recebem papéis estereotipados de “mãe”. Jennifer Garner, aos 49 anos, conhecida pelo papel no romance ‘De repente 30’, migrou para as produções mais familiares, como o recente filme da Netflix, ‘Dia do Sim’ e ‘Milagres do Paraíso’ (2016), em que interpreta, em ambos, o papel de mãe. Alyson Hannigan também é outra atriz, reconhecida nos papéis da série ‘Buffy’ e nos filmes de ‘American Pie’, em que hoje, aos 47 anos, atua como figuras maternais, como no filme ‘Flora e Ulysses’ (2021) e 'Kim Possible' (2019).
No Brasil, com os sucessos nacionais das telenovelas não é diferente; na reprise de ‘Império’, uma produção da Rede Globo de 2014, Alexandre Nero (aos 44 anos na época) interpretou o protagonista galã da novela. Atores como, Rodrigo Lombardi, 44 e Reynaldo Gianecchini, 48 são parte dos artistas brasileiros famosos pelo “charme e beleza” até hoje, com carreiras consolidadas por anos.
Enquanto a carreira de atores dura quase a vida toda, muitas atrizes, até consolidadas, “somem” das produções cinematográficas depois que são consideradas “velhas demais” para os papéis predominantes. Quase que, em uma carreira de jogador de futebol, elas têm prazo, não por problemas de saúde ou estarem “velhas demais”, mas porque é o que impõe o sistema patriarcal.
A pandemia do Covid-19 afetou todas as áreas da sociedade e com a musica não poderia ser diferente. Com o cancelamento dos shows presenciais, o meio musical teve que se reinventar. Afinal, as apresentações se posicionavam como a principal fonte de renda da maioria dos artistas.
Muitos apostaram em apresentações via plataformas de streaming, as conhecidas LIVES - algumas delas pagas ou patrocinadas por alguma entidade privada. Os artistas de maior sucesso também contam com a monetização de suas redes sociais, como Youtube, Spotify, Instagram etc. Outros aproveitam o maior tempo livre para desenvolver suas produções. No entanto, nem de longe essas iniciativas compensam o vazio deixado pela ausência dos shows presenciais.
Para entender melhor essa situação, conversei com o produtor musical Wendel Vicente, dono da gravadora Beatmasters - Audio Innovations. Durante a entrevista, ele conta um pouco sobre as principais dificuldades desse momento tão difícil e como os músicos tem feito para driblar essa situação. Segundo ele, além do aspecto financeiro, os shows serviam como combustível para a alma dos músicos, era o grande momento que fazia valer todos os sacrifícios. Confira a entrevista!
No último mês de abril o ministério da economia liderado por Paulo Guedes, apresentou uma proposta de reforma tributária na qual, se aprovada, acontecerá um aumento de 12% nos preços dos livros. O aumento vai acontecer porque hoje o bem é isento do pagamento de impostos apesar dos insumos de papel e tinta, que são usados na feitura do livro, serem taxados. A proposta causou debate tanto no setor livreiro quanto nos meios acadêmicos e artísticos. O texto enviado pelo governo ao Congresso afirma que os livros podem ser taxados porque não são bens consumidos pelos brasileiros mais pobres. A afirmação presente na proposta gerou grande polêmica e alguns famosos como Zeca Camargo, que lançou campanha contra a iniciativa do ministério da economia, e Marcelo Freixo que cobrou o Ministro por seu posicionamento.
Sobre a proposta conversamos com a jornalista Gabriela Mayer, da Band News FM, que tem um podcast focado em literatura, o Põe na Estante. No encontro ela fala sobre a importância dos livros e que acha a "proposta um acinte, pois a taxação zero veio do escritor Jorge Amado numa iniciativa para aumentar a leitura, já que o Brasil é um pais que lê pouquíssimo, ai você taxa os livros sobre o argumento que só os ricos leem é um descalabro até porque se a gente for taxar as coisas dos ricos poderíamos taxar grandes fortunas que com certeza seria mais eficiente”, diz Mayer.
Gabriela defendeu a força dos livros e o poder transformador que eles tem numa sociedade. “Os livros são muito potentes, imagina uma sociedade leitora, que consegue ler as entrelinhas e conhecer outros mundos pelos livros, isso explica muita coisa de quem vem a proposta e o que eles querem com isso”, ressalta Mayer.
A isenção dos impostos para livros foi uma proposta feita em 1948 pelo escritor e então deputado Jorge Amado, junto com colegas deputados por Pernambuco. A isenção perdura até hoje e foi ratificada na assembleia constituinte de 1988. Durante o governo Lula, em 2004, foi elaborada uma lei federal que isentou o setor livreiro do pagamento dos impostos PIS e Cofins. A indústria do livro brasileira não é grande, quando comparada às de outros países, entretanto é um setor simbólico.
Os livros fazem parte da nossa cultura e ajudam ela se manter viva, Gabriela também comentou sobre como enxerga o papel da cultura na nossa sociedade e porque está sofrendo tantos ataques igual ao projeto de taxação dos livros. “A importância da cultura é a importância da sobrevivência, eu acho que a cultura tem a capacidade de nos conectar, seja um livro ou não, ela conta uma história.
A arte, quando você coloca-a para fora, é algo tão potente que podemos nos conectar sem nunca ter se encontrado. A cultura é o que nos faz humanos, a cultura é a nossa capacidade de criar, de se colocar no lugar do outro, de questionar, a cultura é o que permite que estejamos nos mesmos espaços.
A proposta irá como pauta para o Congresso Nacional apenas quando Paulo Guedes der início à prometida reforma tributária. Por enquanto, a taxação de 12% sobre o valor dos livros, que é a alíquota sugerida pelo governo para a Contribuição de Bens e Serviços (CBS), fica na gaveta de pendências da Receita Federal.
Apesar do nosso país ter índices baixíssimos de leitura, uma população analfabeta consideravelmente grande, (aproximadamente 11 milhões de pessoas), alegar que o aumento tributário afetará apenas os ricos é não apenas ignorar, como desmerecer milhares de pessoas e estudantes, que têm o hábito de leitura e precisam dos livros para passar no vestibular, conquistar bolsas de estudo, e poderem proporcionar melhores condições de vida para suas famílias.
Alemanha, final dos anos 1960, a música eletrônica começa a se tornar uma marca, ou complemento, daqueles artistas que buscavam algo musicalmente diferente em um país tomado pelas músicas hits, simples e chicletes. Como uma forma de reagir a isso, ao que chamavam de “vácuo cultural”, em consequência de uma Alemanha pós-guerra, emerge ali, uma cena de bandas de rock experimental, com pegadas de free jazz, música eletrônica, minimalismo, rock psicodélico, entre muitos outros subgêneros existentes.
Esse movimento ficou popularmente conhecido fora da Alemanha como Krautrock. E a proposta era basicamente subverter a música americana e a música popular alemã, eles queriam fugir disso, criando algo único. As principais bandas nesse cenário foram, Tangerine Dream, Amon Düül II, Can, Neu!, Kraftwerk, entre outras que iremos falar mais sobre no decorrer do podcast, com Leonardo Passos, mestrando em Música na UNICAMP, e que você pode ouvir clicando aqui. Se você gostou do gênero e não sabe por onde começar, ouça a playlist no spotify.