A Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico que foi descoberto em 1825 pelo médico francês Jean Marie Itard, depois do acompanhamento de uma jovem que manifestava tiques vocais e físicos desde a infância.
Dentre os sinais que sugerem o diagnóstico da síndrome estão piscar de olhos com frequência, caretas, encolher os ombros e até mesmo xingamentos compulsivos e atitudes mais violentas, como bater no próprio peito, rosto ou quebrar coisas em sua volta. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a síndrome de Tourette é considerada rara e atinge cerca de 1% da população.
O mestre em neurologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e neurologista infantil do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Lucas Alves, comenta sobre as causas que levam a síndrome. “As causas da Tourette não são 100% conhecidas, mas pesquisas recentes sugerem a existência de componentes genéticos, doenças psiquiátricas, transtorno do espectro autista (TEA) e anomalias em neurotransmissores cerebrais como os principais fatores para o desenvolvimento da Tourette”, explica Alves.
De acordo com o neurologista, os primeiros sintomas são perceptíveis antes da fase adulta, tipicamente entre os 4 e 6 anos, com picos maiores na adolescência. Para que a síndrome seja diagnosticada, os médicos consideram a escala de tiques dividida em 3 categorias pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th edition (DSM-5).
“Os pacientes apresentam tiques motores e orais, não é obrigatório ter os dois ao mesmo tempo, mas para receber o diagnóstico é preciso que os movimentos involuntários estejam se manifestando em um período acima de um ano”, diz o especialista. Após o diagnóstico clínico, os pacientes são encaminhados para o acompanhamento psicológico, onde possíveis fatores emocionais que estejam influenciando na aparição das crises serão identificados e compreendidos.
Outra maneira de tratamento é o uso de medicamentos controlados que regulam a serotonina e a dopamina, dois neurotransmissores que desempenham diversas funções no corpo, colaborando para que todo o organismo funcione adequadamente.
É importante ressaltar que a manifestação desses tiques é involuntária, fugindo do controle de quem convive com a síndrome em seu dia a dia. Segundo o Manual para Profissionais de Saúde, os tiques podem diminuir quando os pacientes estão envolvidos em tarefas, o que leva muitas pessoas com a síndrome a buscar atividades que gostem muito como forma de escape e alívio.
No Brasil, o dia 7 de junho é marcado no calendário como uma forma de conscientizar a população acerca da existência da síndrome.
"É tudo muito difícil"
Para Juliana Portugal, influencer digital com mais de 68 mil seguidores no Instagram e mais de 300 mil no Tik Tok, esse refúgio é a dança. Diagnosticada com a síndrome de Tourette aos 15 anos de idade, ela conta que pela falta de contato com neurologista, recebeu o diagnóstico através de seu psiquiatra, de maneira rápida, já que seus sintomas são bastante perceptíveis. “A minha vida mudou em um nível absurdo. Eu era jogadora de vôlei, era jogadora de futebol e tudo mudou. Eu não consigo segurar um copo de vidro direito, um garfo, uma faca”, relata a influencer.

Ainda assim, Portugal afirma que ter acesso a um convênio de saúde com atendimentos particulares foi um grande facilitador, sobretudo pela falta de assistência do sistema público de saúde. “Para síndromes como essa você não pode procurar qualquer profissional. Você tem que procurar um profissional especialista naquilo ou que já trabalhou com aquilo”, comenta a jovem.
A mãe de Juliana explica que a influencer chegou a tomar medicamentos para controle dos tiques. E apesar da medicação, outros problemas passaram a se manifestar. Isso porque, além da Síndrome de Tourette, Juliana também convive com os desafios do Distúrbio Neurológico Funcional (DNF), que pode provocar desmaios e até convulsões.
Capacitismo, exclusão e violência
Bullying na escola, ser expulsa de lojas e de banheiros públicos são alguns exemplos das situações preconceituosas e capacitistas as quais Juliana Portugal foi submetida desde as primeiras manifestações da síndrome. “Já aconteceu de gente me xingar, mostrar o dedo do meio pra mim", relata com indignação. Além disso, ela também conta que na escola, os outros alunos colocavam o pé em sua frente e a empurravam para que caísse. Depois, pediam perdão de maneira irônica e diziam que também tinham tique.
As barreiras não vinham apenas dos colegas de sala, mas também do próprio método de ensino e da pouca experiência dos professores com alunos com a síndrome. Portugal conta que os educadores a ajudavam com as provas, mas que não tinham preparação para lidar com os seus tiques. “Eles chamavam muita a minha atenção porque eles achavam que eu quem queria chamar a atenção dos outros alunos pra conseguir amigo”, diz a influenciar. Os professores também não deixavam que ela saísse de sala para se acalmar ou aliviar a ansiedade e o estresse que poderiam piorar as suas crises.
Além das dores e preconceitos, a exclusão também foi um desafio durante muito tempo na vida de Juliana, o que começou a mudar após conhecer pessoas que a compreendessem verdadeiramente. “Amigos na escola eu não tinha, até o momento que eu fui internada. Quando eu fui internada, eu consegui fazer amigos que me entendiam por que eu os entendia também”, conta a jovem, que já foi internada 8 vezes em um período de 3 anos.
“Quando eu tentava fazer amizade, as pessoas achavam que eu estava zuando com a cara delas, fazendo brincadeira. Mesmo que eu falasse que tenho a síndrome de tourette, diziam que eu estava inventando para arrumar alguma desculpa”, completa.
A influencer também falou sobre o impacto da síndrome em seus relacionamentos. “Sempre foi muito difícil porque eu tinha desmaio, tinha conversão (reação física ao estresse) e era muito tique. Atrapalha mesmo, mas eu nunca me deixei abalar, nunca pensei que não fosse arranjar ninguém na vida porque tenho Tourette. Eu vou arranjar a pessoa certa no momento certo”, garante. “É importante para pessoas que querem ter uma relação amorosa e tem certas síndromes que aceitem a si mesmo primeiro. Eu só consegui lidar com esse negócio de amor e amizade quando eu me aceitei”, afirmou.
"Ninguém vai me parar"

Estudiosa, inteligente e esforçada, Juliana conta que aprendeu línguas nórdicas da Escandinávia sozinha. “Quando eu quero alguma coisa, eu sou capaz de fazer tudo. Nem a Tourette, nem a DNF, nem ninguém vai me parar”, ressalta.
A mãe de Juliana conta que após a mudança de escola, muitas coisas melhoraram, já que agora em sua escola atual os professores têm procedimento para atender alunos com Tourette. Ainda assim, para ela, estudar sozinha com videoaulas ou leituras individuais é muito mais confortável. No entanto, Juliana precisou trancar a matrícula para passar por mais uma internação.
Tourette e a mídia
Artistas como a cantora Billie Eilish, o ex participante do Big Brother Brasil e lutador Cara de Sapato e o cantor Lewis Capaldi também têm a síndrome - e não fazem mais questão de a esconder da mídia ou do resto do mundo. Para Juliana, isso é muito importante.
“A pessoa não se expõe, ela simplesmente se abre. Quando você fala de uma deficiência que você tem, você não está se expondo, você está se abrindo e é muito bom isso pra você (...) Isso alivia a gente”, conta a influencer.
“A Billie Elish fala em uma entrevista que ela tinha vergonha e que as pessoas riam do Tourette dela e você vê hoje ela no show rindo dos tiques. Ela mudou muito por causa da internet, então sim a internet é importante para quem tem Tourette e outras doenças”, comenta. A jovem destaca, no entanto, o lado negativo das redes sociais, relembrando que excluiu diversos vídeos pela quantidade de ataques que recebia. Hoje, ela garante que não se deixa abalar pelos comentários ruins – que não são mais a maioria.
Nas suas redes, Juliana Portugal compartilha vídeos de danças, maquiagens e relatos das situações que passa em seu dia a dia, sem romantizar seu cotidiano, mas sempre de maneira muito aberta, sincera e humanizada.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC) para a Covid-19, encerrando o mais alto nível de alerta da OMS para uma doença, mantido para a pandemia de Covid-19 desde 2020.
A decisão foi anunciada após a 15ª reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que revisou o quadro e concluiu que no momento atual, o mundo vive um problema de saúde estabelecido e contínuo. A prova disso é a queda de casos e hospitalizações pela Covid-19. O alto índice de população vacinada contra a doença foi um dos fatores considerados para a decisão.
De acordo com a OMS, já foram aplicadas mais de 12 bilhões de doses das vacinas disponíveis contra a doença, e 89% dos profissionais de saúde, além de 82% dos adultos com mais de 60 anos completaram o esquema inicial com duas doses. Desde o início da pandemia, foram registrados 765 milhões de casos e 6,9 milhões de mortes.
No início da reunião sobre o status da emergência, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, destacou a importância de que os cuidados em relação ao vírus não sejam abandonados. “Estamos todos cansados desta pandemia e queremos deixá-la para trás. Mas esse vírus veio para ficar e todos os países precisarão aprender a gerenciá-lo junto com outras doenças infecciosas", disse.
O diretor-geral ressaltou o cenário que permitiu o fim da emergência. “Por mais de um ano, a pandemia está em tendência de queda, com aumento da imunidade da população por vacinação e infecção, diminuição da mortalidade e diminuição da pressão sobre os sistemas de saúde. Essa tendência permitiu que a maioria dos países voltasse à vida como a conhecíamos antes da Covid-19”, afirmou.
No anúncio, Adhanom ressaltou que a pandemia da Covid-19 ainda não está encerrada de fato. “No entanto, isso não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça à saúde global. Na semana passada, a doença tirou uma vida a cada três minutos – e essas são apenas as mortes que conhecemos. Enquanto falamos, milhares de pessoas em todo o mundo estão lutando por suas vidas em unidades de terapia intensiva. E outros milhões continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-Covid-19”, completou o diretor-geral.
A OMS destaca que existem evidências de redução dos riscos à saúde impulsionados pela alta imunidade da população devido à infecção natural e à vacinação. Juntos, esses fatores contribuíram para um declínio global significativo no número semanal de mortes, hospitalizações e admissões em unidades de terapia intensiva relacionadas à doença desde o início da pandemia.
Conforme a OMS "Embora o SARS-CoV-2 continue a evoluir, as variantes atualmente circulantes não parecem estar associadas ao aumento da gravidade".
Tedros Adhanom convocará um Comitê de Revisão do Regulamento Sanitário Internacional para aconselhar sobre as recomendações permanentes para o gerenciamento de longo prazo da pandemia, levando em consideração o Plano Estratégico de Preparação e Resposta à Covid-19 2023-2025.
O que se modifica com a mudança de status da pandemia ?
Com o fim da emergência internacional, a OMS divulgou recomendações para que os países mantenham a vigilância e fortaleçam seus sistemas de saúde, inclusive para ter o devido preparo para futuras pandemias.
Entre as recomendações, estão:
- Incluir a vacinação contra a Covid-19 nos programas de imunização ao longo da vida.
- Estabelecer planos de preparação contra pandemias de doenças respiratórias.
- Restaurar programas de saúde impactados pela pandemia de Covid.
O que seria a classificação de emergência global ?
Em 30 de janeiro de 2020, seguindo as recomendações do Comitê de Emergência, o diretor-geral da OMS declarou que a Covid-19 constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC). A OMS declarou que a emergência causada pelo coronavírus atingiu o patamar de uma pandemia no dia 11 de março de 2020.
De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional, de 2005, a classificação é definida como “um evento extraordinário determinado a constituir um risco de saúde pública para outros Estados através da disseminação internacional de doenças e que potencialmente requer uma resposta internacional coordenada”.
De acordo com Tedros Adhanom, a declaração de fim da emergência global destaca que o mundo entra em um momento de transição sobre os cuidados em relação ao coronavírus. “A pior coisa que qualquer país pode fazer agora é usar esta notícia como um motivo para baixar a guarda, desmantelar os sistemas construídos ou enviar a mensagem à população de que a Covid-19 não é motivo de preocupação", alerta Adhanom.
O diretor-geral ainda afirma que, se necessário, o Comitê de Emergência poderá ser convocado novamente caso a doença represente um risco global. “Decidi usar uma disposição do Regulamento Sanitário Internacional que nunca foi usada, para estabelecer um Comitê de Revisão para desenvolver recomendações permanentes de longo prazo para os países sobre como gerenciar a Covid-19 de forma contínua”, detalhou.
Mundialmente, mais de 2,5 milhões de novos casos e quase 17.000 mortes foram relatados nos últimos 28 dias avaliados pela OMS, que engloba o período de 3 a 30 de abril. Os índices representam uma queda de 17% e 30%, respectivamente, em comparação com os 28 dias anteriores (6 de março a 2 de abril).
No Brasil, os dados semanais mais recentes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apontam que entre os dias 23 e 29 de abril foram registrados 38.553 casos e 339 óbitos pela doença no país.
Por Guilherme Carvalho e Rodrigo Marques
Na reportagem, em formato de podcast, explicamos o que são as drogas psicodélicas e traçamos um panorama histórico dessas substâncias ao longo das últimas décadas. Após anos de proibição e uma visão negativa, hoje florescem pesquisas sobre como podem ser benéficas para a saúde. Um renascimento psicodélico é o termo que vem sendo usado por estudiosos.
Fontes pesquisadas:
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- Os psicodélicos vão revolucionar a psiquiatria?
IPPr - Instituto de Psiquiatria do Paraná- Uso dos psicodélicos como facilitadores de terapia
Jornal DA USP - Minuto Saúde Mental #20: Você sabe o que são drogas alucinógenas ou psicodélicas?
Os Garotos de Liverpool - A história dos Beatles com as drogas
OPERA MUNDI - Hoje na História: 1943 - Albert Hofmann descobre o LSD
BBC News Brasil - Como o LSD influenciou a cultura ocidental
Na segunda-feira (10), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) iniciou a campanha de imunização contra o vírus Influenza em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo. Segundo as informações liberadas pelo site da Secretaria, este ano é diferente dos anteriores, pois não haverá escalonamento do público prioritário. Sendo assim, cerca de 18,4 milhões de paulistas estão aptos a serem imunizados desde o primeiro dia da campanha.
Por enquanto, o Ministério da Saúde enviou mais de 5 milhões de doses para o início da campanha. Essas doses foram distribuídas pelo Estado e já é possível aplicá-las na população prioritária.
O grupo prioritário é composto por idosos com 60 anos ou mais, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, pessoas em período do puerpério (até 45 dias após o parto), pessoas com imunossupressão e povos indígenas.
Desde do dia 17 deste mês, a aplicação foi liberada para as outras pessoas que compõem os grupos prioritários, profissionais da saúde e da educação, pessoas com deficiência permanente e comorbidades, profissionais de transporte coletivo, portuários, forças de segurança e salvamento, forças armadas, profissionais do sistema prisional, população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas.
Em entrevista, o médico infectologista do Hospital das Clínicas (HC), Evaldo Stanislau, afirma que o Influenza é um vírus agressivo que pode levar à pneumonia viral grave, sobretudo em pacientes mais vulneráveis como idosos e portadores de doença crônicas. Segundo o infectologista, “Além disso abre as portas para complicações bacterianas igualmente severas, como as pneumonias. Causa ainda um absenteísmo importante. A vacina reduz efetivamente essas situações e, dessa forma, é essencial!”
O ano em que a campanha contra Influenza teve maior adesão foi em 2020, quando atingiu uma cobertura vacinal de 92,5%, e desde então ainda é a maior porcentagem. Em 2023, o plano é alcançar o número de três anos atrás. Assim, a meta é de 90%, uma expectativa alta apesar das baixas coberturas que ocorreram em 2021 (55,5%) e em 2022 (69%).
Além disso, profissionais de saúde já alertam que o outono traz variações de temperaturas, tempo seco e aumento da poluição, ou seja, é uma época propícia à contração de doenças respiratórias típicas da estação.
“Nesta temporada temos maior incidência de doenças respiratórias, como é o caso da gripe, causada pelo vírus Influenza, que pode apresentar sintomas como febre alta, tosse, coriza amarelada, dor no corpo e perda de apetite", conta o supervisor da UTI Pediátrica do Hospital Infantil Cândido Fontoura, Dr. Marcos Alvo. “Há também o resfriado, causado pelo Rinovírus, Boca vírus, entre outros, e que causa espirros, coriza clara e febre baixa”, finaliza. Os mais frequentes são gripes, resfriados, sinusites, bronquites, bronquiolite, crises de asma e pneumonias.
Para isso, as unidades de Pronto Atendimento, os hospitais e outras redes de saúde já estão preparados para receber pacientes que tiverem febre persistente, dificuldades respiratórias graves, entre outros sintomas. Qualquer um que apresente algum sintoma insistente deve procurar um especialista. Além disso, há casos em que o quadro evolui para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causando principalmente insuficiência respiratória passíveis de internação. Consequentemente o paciente fica dependente do suporte de oxigênio.
A diretora do Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE), Tatiana Lang D’Agostini, destaca a importância de se conscientizar sobre a vacinação contra a gripe também, pois essa é uma época do ano em que há inúmeros fatores que contribuem para o contágio por Influenza.
“É de suma importância que a população compareça aos postos para se imunizar contra a gripe, principalmente crianças e idosos, que são os grupos mais sensíveis à síndrome gripal e que pode evoluir para casos graves.”, enfatiza a diretora.
O dr. Evaldo Stanislau reforça algumas medidas para aumentar o índice de vacinação. Segundo ele, o mais importante é o desempenho do canal comunicativo entre cientistas e médicos com o público. “Precisamos nos comunicar de forma clara, com linguagem simples e sem o tom professoral da academia. Como cantou Milton Nascimento, todo artista tem de ir aonde o povo está", cita o médico. “Ou seja, adaptando, toda informação científica deve ser veiculada pelos profissionais de saúde, muitos com o dom da comunicação, por todas as maneiras possíveis.” finaliza ele.
Evaldo também fala brevemente sobre a luta contra as fake news. “Se ficarmos presos ao puritanismo da comunicação acadêmica, perderemos essa guerra para as fake news. Porém as consequências dão-se no mundo real e impactam os indicadores da saúde.”
Além disso, o médico diz ser importante haver acessibilidade. É necessário que os postos fiquem abertos em terceiro turno para atender quem trabalha, levando em consideração que idosos dependem do apoio de alguém. Essas medidas facilitariam a adesão.
Os imunizantes estão disponíveis em Unidades Básicas de Saúde (UBS), esses postos de vacinação funcionam de segunda à sexta das 7 horas até as 19 horas.
Por Vitor Simas Ribeiro Costa
Uma pesquisa realizada pela na Universidade Milano-Bicocca na Itália revela que beber cerveja pode reduzir o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como demência e Alzheimer ao longo da vida. Segundo o estudo publicado na revista ACS Chemical Neuroscience no final de outubro, um componente por trás do amargor dessas bebidas impede a aglutinação de proteínas ligadas ao Alzheimer. A doença começa quando o acúmulo de proteínas anormais causa a morte de células nervosas no cérebro humano.
O componente responsável por impedir que isso aconteça está nos extratos de flores de lúpulo, presente na grande maioria das cervejas. Essas plantas têm antioxidantes naturais que podem proteger as células do corpo, ajudando na redução de aglomerados tóxicos que poderiam ser marcadores do desenvolvimento de Alzheimer
Isso quer dizer que devemos promover o consumo de cerveja?
Deve forma alguma. O estudo não afirmou que o consumo de cerveja ajuda na prevenção do Alzheimer, o estudou testou o efeito do lúpulo – que é um componente da cerveja, porém in vitro, usando uma espécie de verme chamado C. Elegans. Aponta a cientista Gabriela Bailas em análise feita em seu próprio Instagram. Ou seja, a cerveja não está diretamente ligada na prevenção de nenhuma doença neurodegenerativa, aliás o teor alcoólico presente na bebida faz com tenham mais malefícios do que benefícios à saúde. O consumo excessivo leva a reduções significativas no rendimento cerebral. As descobertas não sugerem que o consumo de cerveja deve aumentar, mas que extratos da planta podem entrar em outros alimentos para reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.