Associação Paulista de Apoio ao Transplante (APAT) alia acolhimento e ajuda financeira para pacientes na fila de espera
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
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04/09/2025 - 12h

Diagnosticada inicialmente com fibrose hepática, que evoluiu para uma cirrose sem causa definida, Andréa Teixeira Soares aguardou oito anos por um transplante de fígado. Nesse período, perdeu três gestações e viu a incerteza se tornar rotina. Hoje, ela é coordenadora da Associação Paulista de Apoio ao Transplante (APAT) e ajuda outros que passam pela mesma experiência da espera por um órgão.


O Brasil é referência mundial em transplantes públicos: mais de 30 mil procedimentos foram realizados em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Porém, no mesmo ano,  78 mil pessoas ainda permaneciam na fila de espera sem tempo estimado, com a procura maior por rins, córneas e fígado.


A situação de Andréa, que hoje atua na tesouraria da APAT, faz parte dessa estatística que aponta que a espera por um órgão compatível e a falta de acolhimento nesse período geram um novo obstáculo para quem precisa da cirurgia.

Andréa Teixeira Soares, coordenadora da APAT.
Andréa hoje atua na tesouraria da APAT. Foto: Khadijah Calil


Após passar pela operação e por um processo delicado de recuperação, Andréa foi convidada para atuar como voluntária na APAT, na casa que hoje é localizada no Cambuci, em São Paulo. “Eu sabia o que significava estar naquela fila e eu queria ajudar. A vida é uma troca, ninguém vive sozinho”, diz a coordenadora, à AGEMT.

Criada há 20 anos por médicos clínicos e cirurgiões da clínica Hepato, a APAT atende pacientes de outros estados que não conseguem permanecer em São Paulo durante o tratamento pré e pós-transplante e auxilia financeiramente e socialmente na permanência na capital durante esse período. Todo o trabalho realizado pela associação é mantido através de doadores, voluntários, ex-pacientes, médicos e entidades sociais.

Desde sua fundação em 2004, a instituição já realizou mais de 10,5 mil atendimentos e mantém uma casa de apoio que oferece estadia, alimentação, orientação psicológica, nutricional e acompanhamento médico para pacientes e acompanhantes vindos de diversos lugares do País.

Os pacientes chegam encaminhados por equipes médicas de diferentes estados quando estão próximos de receber um órgão e chegam junto a um acompanhante, para a internação, administração de medicamentos e cuidados individuais. Sem comprometer a autonomia dos transplantados, a associação enfatiza que o processo não termina na cirurgia e que cada órgão exige um protocolo de recuperação individual.

 Todo o trabalho realizado pela associação é mantido através de doadores, voluntários, ex-pacientes, médicos e entidades sociais.
Além do acolhimento social, a APAT atua no campo científico. Foto: Lais Romagnoli

Entre os que encontraram acolhimento na instituição está André, transplantado há 19 anos e diabético. Ele perdeu a visão, mas afirma ter ganhado uma nova percepção sobre a vida ao morar temporariamente no lar de apoio: “Eu agradeço pela oportunidade de poder viver bem, de ter esse suporte. Hoje eu não enxergo mais, mas posso ver além do que meus olhos me mostram. Sinto o carinho e esforço de todos aqui.”

Casos como o dele, que passou por um transplante duplo (rim e fígado), não são incomuns, mas aumentam o tempo de espera, já que o órgão precisa vir de um “doador falecido” – que tenha morrido de AVC, morte encefálica ou com morte causada por parada cardiorrespiratória, também de acordo com o Ministério da Saúde.

Além do acolhimento social, a APAT atua no campo científico. Médicos da clínica Hepato participam de pesquisas nacionais e internacionais, estágios no exterior e projetos de formação de equipes transplantadoras. A instituição também lidera o “Transplantes sem Fronteiras”, que apoia a criação de novos centros e casas de apoio inspirados nesse modelo.

“Nosso objetivo é impedir que pacientes abandonem o tratamento por falta de recursos. Muitas vezes, o transplante é a única chance de um recomeço”, afirma Andréa.

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Psiquiatras estão preocupados com jovens que fazem uso excessivo de vídeos curtos.
por
Martim Tarifa
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20/05/2025 - 12h

Segundo a psiquiatra Luciana Bagatella, estímulos gerados pelos vídeos liberam uma carga esgotadora de dopamina no cérebro. Uma carga tão grande acaba causando colapso nesse sistema, que agora exigirá estímulos mais intensos para alcançar o bem-estar, que antes era alcançado com estímulos muitos menores. “Assim, tarefas como trabalhar, estudar e praticar atividades físicas, ficam mais difíceis de serem desempenhadas”, afirmou Luciana.  

A Dra. alerta que os jovens podem ser os principais afetados, pois seu cérebro ainda está em desenvolvimento e eles são os principais usuários de redes sociais. Segundo ela, os vídeos têm impacto direto na saúde mental desses jovens: “Podem desenvolver transtornos psiquiátricos, tais como transtornos ansiosos, transtornos de humor, dependências, dentre outros.”  

Jovens entretidas por seus smartphones. Foto: Reprodução
Jovens entretidas por seus smartphones. Foto: Reprodução

O jovem de 17 anos Téo Lima desinstalou as redes sociais por conta dos vídeos curtos. Ele se deu conta que estava viciado e que o tempo que passava vendo vídeos curtos poderia ser mais aproveitado fazendo atividades mais úteis na opinião dele. Apesar de não se sentir afetado mentalmente, ele ouviu profissionais falando disso e desinstalou para se prevenir, porque não achava que aquele conteúdo contribuía em algo para sua vida. “Eu não queria ser afetado por esses vídeos, então desinstalei de forma preventiva”, disse ele.  

Sem mais vídeos curtos, Téo percebe que sente mais vontade de realizar outras atividades e aproveita mais seu dia. “Comecei a ler jornais, assistir programas de TV e ler mais livros do que eu lia antes.” No caso desse jovem, a informação foi fundamental para que ele percebesse como sua saúde mental estava vulnerável e decidisse parar de consumir esse tipo de conteúdo. 

Mas infelizmente, Téo é um caso raro, já que 41% dos usuários do TikTok no Brasil têm entre 16 e 24 anos.  Segundo o DataReportal o Brasil tem mais de 98 milhões de usuários ativos no TikTok, o que significaria mais de 40 milhões de jovens ativos no aplicativo.  

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Em sua quarta edição, ação reforça a importância da informação e do apoio às famílias
por
João Pedro Lindolfo
Lucca Andreoli
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04/06/2025 - 12h

 

Fotografia: Wellington Freitas  Reprodução/Instagram: @35elementos
Fotografia: Wellington Freitas 
Reprodução/Instagram: @35elementos

A caminhada de conscientização sobre a síndrome Cri Du Chat - ou Síndrome do Choro do Gato, uma alteração genética rara que afeta o desenvolvimento físico e intelectual - aconteceu no sábado (17), no Parque Villa Lobos, em São Paulo.

A doença, presente em uma a cada 50 mil pessoas, ocorre quando uma parte do cromossomo cinco é perdida, o que causa características como a face arredondada, olhos separados, mandíbula pequena, orelhas baixas e um choro agudo parecido com um miado de gato, de onde vem o apelido.

O diagnóstico é realizado através da genética clínica, com testes que avaliam os cromossomos, e o teste de FISH ou CGH-array, que detectam a deleção do cromossomo cinco.

A síndrome impacta diretamente a rotina das famílias, exigindo acompanhamento contínuo com diferentes especialistas. Por isso, a disseminação de informações confiáveis e o estímulo ao diagnóstico precoce são fundamentais para promover mais qualidade de vida às crianças e a quem cuida delas.

A importância do diagnóstico precoce vai além do aspecto clínico: ele abre caminhos para que as famílias se organizem emocionalmente e encontrem apoio em redes especializadas, fortalecendo a jornada de cuidado e inclusão. O conhecimento da síndrome, associado à troca de experiências entre famílias, é um passo decisivo para transformar desafios em conquistas diárias.

Em 2022 foi lançado o primeiro livro a respeito da síndrome no Brasil, intitulado de "Síndrome de Cri du Chat: mais amor, realidade e esperança” (EFeditores e Literare Books International, 264 págs., R$ 72), além de ser o ano da primeira edição da caminhada dedicada a pessoas que convivem com a síndrome.

A publicação veio a partir da vivência de famílias e do engajamento de profissionais que acompanham de perto os desafios do diagnóstico e do tratamento. O livro se tornou referência para quem busca compreender não só os aspectos clínicos da condição, mas também as realidades sociais, emocionais e educacionais enfrentadas por quem convive com ela.

Com entrevistas de profissionais médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, a obra de Sandra Doria Xavier, Fernando da Silva Xavier e Monica Levy Andersen traz também uma perspectiva que auxilia familiares e profissionais que trabalham com portadores da síndrome.

Capa do livro: Síndrome Cri Du Chat: mais amor, realidade e esperança  Instagram: @criduchatbrasil
Capa do livro: Síndrome Cri Du Chat: mais amor, realidade e esperança 
Instagram: @criduchatbrasil

A publicação do livro e a realização da caminhada refletem o compromisso com a visibilidade da condição. Ao longo dos últimos anos, a entidade tem promovido ações que unem acolhimento, informação e mobilização social, contribuindo para a construção de uma rede de apoio mais sólida e atuante.

Em meio a esse esforço coletivo, o aspecto emocional e comunitário da Caminhada se destaca. “Encontrar outras famílias na Caminhada Cri Du Chat é encontrar a sua tribo”, define Juliane Gehm, mãe do Martin. “É um momento onde todos podem ser livres para ser quem são!”

Agora em sua quarta edição, a “Caminhada Cri Du Chat 2025” apresentou uma programação com atividades inclusivas, como áreas sensoriais (massinha, slime, bolha de sabão), desenhos e pinturas, pinturas faciais e tatuagens de adesivo, além de recreação com palhaços e personagens infantis.

Através do ato de conscientização, familiares, profissionais e portadores trouxeram luz ao tema. 

Segundo a neuropsicóloga Bianca Balbueno, a estimulação precoce é a chave: “Nos primeiros anos de vida, o cérebro da criança está num pico de neuroplasticidade, ou seja, a capacidade de aprendizagem é mais potente neste período, sendo assim, a estimulação precoce aproveita essa fase para promover o desenvolvimento de áreas centrais, como motor, cognitivo e social.” 

“Intervenção precoce promove o desenvolvimento redirecionando e fortalecendo trilhas de aprendizagem que podem estar em risco, especialmente em casos de alterações do neurodesenvolvimento”, ela acrescenta. 

Essa também foi a percepção de Lilian Lima, engenheira de software e mãe do Heitor Monteiro Lima, de 7 anos. O diagnóstico veio aos 19 dias de vida e aos 30 dias ele já iniciou a fisioterapia. “Com 2 anos e 9 meses ele andou. Hoje ele corre, chuta bola, arremessa para a cesta, ensaia quicar e treina saques de vôlei”, conta Lilian. Ela lembra que, no início, havia muitos medos — do desconhecido, do futuro e de como seria criar um filho com um prognóstico tão incerto. Mas reforça que o acesso a terapias e os estímulos desde cedo fizeram toda a diferença. “A fisioterapia foi essencial nos primeiros anos de vida, e os estímulos fizeram toda a diferença.”

Ainda sobre o plano de tratamento, Bianca afirma que deve ser individualizado “pois cada criança terá uma necessidade diferente, mesmo tendo o mesmo diagnóstico. Leva-se em consideração não apenas características da síndrome, mas áreas gerais de desenvolvimento, comportamentos desafiadores, excessos e déficits comportamentais, bem como a rede de apoio da família e o suporte fornecido pela escola”.

Participantes exploram atividades sensoriais durante a Caminhada. Fotografia: Wellington Freitas Reprodução/Instagram: @35elementos
Participantes exploram atividades sensoriais durante a Caminhada.
Fotografia: Wellington Freitas
Reprodução/Instagram: @35elementos
Caminhada tem presença de personagens infantis e momentos de interação Imagem: Wellington Freitas  Reprodução/Instagram: @35elementos
Caminhada tem presença de personagens infantis e momentos de interação
Imagem: Wellington Freitas 
Reprodução/Instagram: @35elementos
Espaço de desenho e pintura incentiva a criatividade  Fotografia: Wellington Freitas  Instagram: @35elementos
Espaço de desenho e pintura incentiva a criatividade 
Fotografia: Wellington Freitas 
Instagram: @35elementos
Cabo de guerra e outras dinâmicas de grupo promovem inclusão  Fotografia: Wellington Freitas  Instagram: @35elementos
Cabo de guerra e outras dinâmicas de grupo promovem inclusão 
Fotografia: Wellington Freitas 
Instagram: @35elementos

 

Após dois anos da concessão pública, Pérola Byington tem conflitos na administração da Organização Social Seconci
por
Daniella Ramos
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15/05/2025 - 12h

O Centro de Referência em Saúde da Mulher, do estado de São Paulo, trocou a humanização no atendimento pelo cumprimento de metas a serem batidas. Isso é o que garantem os funcionários que acompanharam a mudança vivida pelo hospital nos últimos três anos.

Em setembro de 2022, o Hospital Pérola Byington mudou de nome e local. Foi da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na região central, para a Avenida Rio Branco, nos Campos Elíseos, região conhecida como Cracolândia. E passou a se chamar “Hospital da Mulher”.

Após concessão do Estado para a Seconci, o local passou a ser uma Parceria Público-Privada (PPP). A enfermeira Denise Souza, funcionária pública que continua no hospital após a privatização, relata que no Pérola havia um comprometimento com um atendimento mais humanizado aos paciente, mas a atual organização social se preocupa mais com as metas que devem ser batidas pelos funcionários.

“Na primeira vez, achei tudo muito bonito e limpo, apesar das pessoas em situação de rua ao redor do hospital”, afirma Áurea Suda, tia de uma paciente em início de tratamento. Ela reclama da falta de assentos na recepção para aguardar atendimento.

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Fachada do Hospital da Mulher na Avenida Rio Branco. Foto: Daniella Ramos


Hoje, o hospital ainda atende pelo SUS. Após a PPP, funcionários públicos e privados passaram a trabalhar juntos. O número de leitos de UTI quadruplicou e essa melhoria veio junto ao aumento de cirurgias para bater metas, segundo relato de Denise. No Pérola Byington, havia apenas 5 leitos, o que quase causou a morte da paciente Edma Dias, internada para remoção de um nódulo. Ela relata ter ido mais de 3 vezes para o centro cirúrgico: "voltava, pois não conseguia realizar a cirurgia devido à falta de leito de UTI".

Denise ainda diz sentir falta de trabalhar em um hospital de referência como o Pérola Byington. Ela lamenta que o atual Hospital da Mulher ainda não tenha conquistado o destaque devido. “A notoriedade não é feita apenas com equipamentos, temos que contar com uma boa gestão da Organização”, reitera a enfermeira. 

Entramos em contato com a assessoria da Secretaria da Saúde, mas não tivemos retorno até a publicação da matéria.

 

 

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Entenda os danos causados por fake news sobre a alimentação
por
Laura Petroucic
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08/05/2025 - 12h

Com o acesso ilimitado à internet, atualmente é fácil encontrar informações sobre nutrição. Basta um clique para que as pessoas se informem sobre dietas e calorias pelo Instagram, TikTok ou X (antigoTwitter). Mas é preciso tomar muito cuidado com a fonte desses dados. Clickbaits como “arroz dá câncer”, “o açúcar das frutas faz mal” e “emagreça cinco quilos tomando essa sopa” parecem absurdos, porém muitas pessoas acabam tomando essas frases como verdadeiras. A nutricionista Fernanda Zanon, em entrevista à AGEMT, explica: “Informações nutricionais falsas podem levar a deficiências nutricionais, problemas hormonais e queda de imunidade”. E acrescenta: "os danos de misturar desinformação com alimentação não são apenas físicos, mas também psicológicos. A relação com a comida fica deturpada e confusa, podendo até gerar distúrbios alimentares em pessoas que buscavam melhorar sua alimentação", explica Zanon.

Um dos grandes responsáveis pela onda de desinformação nutricional são influenciadores com milhões de seguidores que, mesmo sem nenhuma formação na área, fazem postagens indicando dietas e produtos sem eficácia comprovada. Vitaminas e chás milagrosos são vendidos sem nenhum tipo de fiscalização por parte das big techs — e quem sofre o prejuízo são os consumidores.

E por que as pessoas compartilham esse tipo de desinformação na internet? Fernanda afirma que "algumas dessas pessoas acreditam porque tiveram alguma experiência pessoal que funcionou para elas — e acabam generalizando, como se aquilo fosse uma verdade universal. O que funciona para um pode ser prejudicial para outro. Outras, infelizmente, estão mais interessadas em ganhar visibilidade e engajamento, mesmo sabendo que o que divulgam não tem respaldo científico”, diz. 

Fernanda também comenta sobre o motivo de a população preferir buscar soluções online: “ainda existe uma barreira de acesso, seja por questões financeiras, falta de informação ou até pela ideia de que só se deve procurar um nutricionista quando se quer emagrecer. Isso faz com que muita gente recorra à internet em busca de respostas rápidas e fáceis — o famoso milagre!”. Em um país cuja acessibilidade à saúde ainda é segregada, a conscientização sobre o impacto negativo da desinformação é essencial para criar um ambiente mais seguro e saudável para todos, como aponta Fernanda. 

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Prejuízos financeiros e sociais estão entre as consequências enfrentadas por traders que sofrem com a prática compulsiva
por
Carlos E. Kelm
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18/09/2020 - 12h

Considerado por muitos um tipo de investimento, o chamado Trading provoca dependência e oferece sérios riscos aos operadores. Traders compulsivos recorrem a grupos de apoio em busca de ajuda.

Cursos que prometem ensinar as técnicas necessárias para viver de Trading são amplamente divulgados na internet, assim como os diversos relatos de sucesso. Nos sites das corretoras, o foco está na qualidade e acessibilidade do serviço: “Investir nunca foi tão fácil. Tudo o que você procura em uma incrível e potente plataforma de investimentos, no dispositivo de sua escolha”. A grande variedade de cursos constitui um mercado à parte, mas da codependência também se beneficiam as corretoras.

“As pessoas não tem noção de que isso é uma aposta”, afirma um dos coordenadores de relações públicas dos Jogadores Anônimos, “As pessoas vêm para o Jogadores Anônimos com problema, com essa dificuldade, mas achando que é um investidor, um executivo, e na verdade tá se perdendo” o entrevistado relata que a irmandade conta com membros que são Traders compulsivos.

Um dos membros do Jogadores Anônimos, que não quis se identificar, revela que começou como investidor em 1997 e depois passou para o Day Trading. “É um tipo de aposta, e no meu caso eu não consegui mais largar”, afirma o ex-trader, “Eu fiquei muitos anos ganhando vários dias, depois eu devolvia tudo porque eu queria recuperar o que eu perdi”

“É uma tremenda enganação o que estão fazendo com essas publicidades, é só cursinho pra enrolar os outros”, comenta o empresário, que continua a sua fala com convicção, “As pessoas entram iludidas, achando realmente que vão viver daquilo ali, mas acabam se viciando e perdendo tudo”

Questionado sobre o momento em que decidiu procurar ajuda, o ex-trader responde: “A gente só vai parar no JA quando destrói a vida, eu destruí a minha vida, foram vinte e três anos de patrimônio jogados fora”, num tom de revolta, “Chega num ponto que tu não aguenta mais, é o fundo do poço”

O empresário diz que já não opera mais, e atribui ao Jogadores Anônimos parte de seu progresso. Ele ressalta que já se recuperou financeiramente e conclui com um alerta: “Pra quem tá começando nesse mercado, nem inicie, se não for pra ser um investidor de fato, não inicie”

Maria Paula Magalhães Tavares de Oliveira, doutora em Psicologia Experimental e supervisora do AMJO - Ambulatório de Jogo do Instituto de Psiquiatria da FMUSP, fala sobre o perfil de jogadores compulsivos: “Algumas pessoas tem um perfil mais impulsivo, gostam de se arriscar mais e ficam muito fascinadas pela possibilidade de ganhar”

“Uma coisa é você jogar pra brincar, outra coisa é você entrar com esse olhar de achar que tem sorte, de que vai ganhar, de que é mais esperto, de que vai conseguir de alguma maneira calcular o risco”, esclarece a doutora, “Aí a pessoa começa a se endividar, não se conforma, e cada vez aposta mais alto pra recuperar o que perdeu”

Oliveira alerta sobre o comportamento de negação: “Quem usa a bolça de um jeito patológico vai dizer que não é jogo, que é trabalho, é investimento. A pessoa vai negar, é difícil ela perceber que tá se colocando em risco e colocando seu próprio patrimônio em risco”

A doutora aponta para a importância de falar sobre o problema: “Quanto mais a pessoa consegue pedir ajuda, mais fácil fica de interceder. Pra quem convive com jogador, o primeiro passo é tirar o julgamento moral, e entender que a pessoa precisa de ajuda, tratar como uma questão médica mesmo.

Bruno Cara Giovannetti, economista, pesquisador e professor da Fundação Getúlio Vargas, é um dos autores de um artigo que ganhou destaque em 2019 por concluir que é impossível viver de Day Trading. No artigo “Day Trading for a Living?” os pesquisadores comparam o Day Trade com jogos de azar, mais especificamente a roleta, por apresentarem probabilidades de ganho similares.

Giovannetti esclarece: “Day trade não é investimento porque é uma operação para dar resultado no mesmo dia e a pessoa não investe nenhum dinheiro. Ela simplesmente compra e vende o mesmo ativo durante o dia, tentando comprar a um preço médio menor e vender a um preço médio maior”

Para quem quer melhorar de vida, o economista recomenda primeiramente o trabalho e diz que não faz sentido esperar que a bolsa o substitua. Por outro lado, Giovannetti vê a bolsa como uma ótima opção para quem quer garantir a aposentadoria, com investimentos a longo prazo, prevê retornos de aproximadamente 7% ao ano.

No Brasil, o trading não é regulamentado, logo não é possível investir através de corretoras nacionais. No entanto, para os brasileiros que querem investir no mercado Forex, basta abrir uma conta em uma corretora internacional e começar a operar pela internet.

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Mesmo com a liberação das academias, personal treiners passam por difícil momento financeiro e tentam encontrar uma forma de fazer dinheiro com o seu trabalho através das redes sociais.
por
Mateus França
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18/09/2020 - 12h

Cristóvão Aparecido Abreu Ferreira (34) é personal trainer em Vargem Grande Paulista e conta que devido a essa pandemia, chegou a pensar seriamente em trocar de profissão. “Sim, pensei em abrir um negócio próprio e até prestei "vestibular" na Fatec em Gestão de Sistemas de Informação.”

No início da pandemia, Ferreira tentou dar um jeito de continuar com suas aulas. Com isso, teve a ideia de ir à casa de seus alunos, mas seguindo os devidos cuidados. “Levava álcool líquido e uma flanela para a limpeza dos pesos e tanto eu como os alunos utilizávamos máscaras.” Dessa maneira, foi garantindo seu salário. Mas um dos problemas que acabou surgindo, foi o medo de seus alunos. Como a televisão noticiava todo dia, a situação do covid-19 e seus infectados, eles acabavam tendo uma certa desconfiança, mesmo tomando todas as medidas citadas pelo governo.                                                                                                                  

Eu acho que não inibe, mas também acho que devemos voltar as fazer as coisas que fazíamos antes da pandemia, com os cuidados que é pedido pela OMS e seus líderes de governos. Porque a pandemia não vai acabar tão rápido, independente de vacina, também as pessoas devem sim fazer suas atividades, pois a pandemia está afetando muitos, principalmente psicologicamente, só dentro de casa com medo.”

O governo de SP liberou as academias a partir do dia 06 de agosto. Só que tomando as devidas medidas: Só podem funcionar com 30% da capacidade; no máximo 6 horas por dia; são permitidas aulas individuais. Atividades em grupo permanecem suspensas; a entrada deve ser feita com agendamento prévio; haverá restrição nos vestiários: não será permitido o uso de chuveiros; uso obrigatório de máscara de proteção; equipamentos devem ser limpos ao menos 3 vezes ao dia.                                                                                                                                                             

Um método, que estava sendo utilizado até por preparadores físicos de clubes de futebol, é utilizar plataformas online, que consigam transmitir áudio e imagem. Então seria uma aula física online. Mas como sua cidade localiza-se no interior de SP, Ferreira diz que não teve engajamento nessa ideia de aula online. “Não, porque na cidade onde moro a evolução é um pouco mais devagar do que grandes metrópoles que aceitam as evoluções mais rápidas.”                                                                                        

Entre todos esses pontos, um lado que está sendo trabalhado atualmente, devido as condições proporcionadas pelo covid-19, são as redes sociais e a divulgação do trabalho. Numa matéria publicada no site Nexur (https://aplicativonexur.com.br/personal-trainer-x-coronavirus/), foi expostos alguns pontos em que o personal deveria dar mais atenção, nesse período de pandemia.                                                                                                                                                   

Algumas dicas citadas na matéria - Postar Dicas e informações confiáveis; Lives no Instagram; Funil de Grupo Fechado.  A estratégia “Funil de Grupo Fechado” foi uma das mais utilizadas pelos personal treiners, que é basicamente é de oferecer dicas de treinos exclusivos em grupos fechados no Facebook, no Close Friends do Instagram ou em grupos do WhatsApp e Telegram. Dessa forma você ajuda e ainda cresce a sua lista de leads.

 Ferreira diz que se encaixa na maioria deles, porque antes da quarentena, ele já divulgava seu trabalho pelas mídias sociais. “Eu já tinha o costume de divulgar meu trabalho pelo Instagram, que no meu ponto de vista, é a melhor plataforma que está no alcance de todos da sociedade.”

 

 

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O isolamento social se mostrou prejudicial para a saúde mental das pessoas, os números de casos de depressão e ansiedade deverá aumentar durante esse período. As redes sociais trás várias campanhas durante esse mês para ressaltar o combate ao suicídio.
por
Beatriz Comoli Marques
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11/09/2020 - 12h

10 de setembro é marcado pelo dia mundial da prevenção ao suicídio. O mês traz várias campanhas de conscientização relacionadas a valorização da vida. Esse ano o setembro amarelo, como é conhecido, ganhou um caráter mais importante, visto que a população está enfrentando um isolamento social, o que a deixa mais suscetível a crises de ansiedades ou depressão. Diante desse cenário, a campanha ganhou mais força e relevância. 

O setembro amarelo é uma iniciativa do centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria. A cor amarela foi escolhida, após um jovem americano de 17 anos, tirar a própria vida em seu carro, um Mustang amarelo. Segundo a organização mundial da saúde (OMS) 800 mil pessoas por ano cometem suicídio.  

“No Brasil, cerca de 12 mil suicídios acontecem por ano, um número muito alto. A maioria dessa taxa está relacionada a transtornos mentais, depressão, bipolaridade, ansiedade. Durante a pandemia esses transtornos ficaram mais evidentes, já que estamos isolados, e acabaram surgindo vários problemas como perda de dinheiro, e de familiares. Nesse contexto, o suicídio se tornou muito mais prevalente”, relata Jessica Barbosa Lima, psiquiatra.  

A especialista ainda ressalta como é importante falar sobre esse assunto, ainda mais agora durante a pandemia do coronavírus. Apesar de ser um assunto de grande importância, ainda se tem um certo tabu. A psiquiatra afirma que “existe um preconceito muito grande quando se fala de suicídio e transtornos mentais, as pessoas têm medo de falar sobre e dar ideia para a pessoa. Falar de suicídio é falar sobre vida”. 

 

Triste mulher sentada no chão sozinho na sala vazia, desespero e conceito  solitário com espaço de cópia | Foto Premium

Crédito: freepik 

Ao ser questionada sobre como identificar alguém com sintomas de depressão, a psicóloga Juliana Ribeiro explica que "o diagnóstico deve ser realizado por um médico psiquiatra. A depressão pode ser causada pela genética, alterações bioquímicas e eventos vitais/estressantes, e é necessário que a pessoa tenha mais de um sintoma, e que esses sintomas estejam presentes por um determinado tempo.” 

É importante prestarmos atenção a alguns sinais de alerta como: 

- Sentimento de tristeza e vazio constantes; 

- Sentimento de inutilidade ou desamparo; 

- Dificuldades para ficar quieto, em concentração ou para tomar decisões; 

- Falta de energia e fadiga excessivos; 

- Alterações de apetite, mudanças no peso; 

- Perda do interesse pela vida, interesse sexual, prazer, hobbies ou outras atividades; 

- Pensamentos suicidas ou tentativa de suicídio; 

- Dificuldades para dormir ou sono em excesso. 

A doutora explica que o primeiro passo para ajudar alguém com depressão “é confirmar o diagnóstico com um profissional e começar a psicoterapia com um psicólogo. Um familiar ou amigo pode auxiliar dando suporte e acolhendo essa pessoa. Estar disponível, compreender e apoiar é sempre o melhor que alguém pode fazer.” 

Em meio à pandemia e ao isolamento social, vários especialistas estão disponibilizando atendimento online, até mesmo por aplicativos de mensagem. O centro de valorização da vida (CVV) oferece serviço de acolhimento 24 horas por dia, basta ligar para o número 188 caso esteja se sentindo sozinho e precisando de ajuda.  

 

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Um retrato de como esse vírus pode ter sofrido mutação será fundamental para pesquisas futuras
por
Ana Beatriz de Souza, Guilherme do Nascimento Tedesco Sanches, Giuliano Guimarães Formoso, Henrique Soto Lopes, Liana Ruiz
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02/07/2020 - 12h

 

Pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina divulgaram, na tarde desta quinta-feira, os resultados de uma pesquisa que identificou partículas do coronavírus, Sars-CoV-2, em duas amostras do esgoto de Florianópolis. Em entrevista coletiva, acompanhada de São Paulo pela Agemt, as professoras  Gislaine Fongaro (Laboratório de Virologia Aplicada – LVA/UFSC), Patrícia Hermes Stoco (Laboratório de Protozoologia/UFSC), e Maria Elisa Magri (Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental), autoras da pesquisa  "SARS-CoV-2 in human sewage in Santa Catarina, Brazil, November 2019" relataram a presença do vírus no material avaliado.

Por meio da análise do esgoto retroativo, isto é, congelado, o estudo concluiu que partículas do vírus já circulavam no país em 27 de novembro de 2019, dois meses antes do primeiro caso clínico ser apresentado no Brasil.

A hipótese para a chegada do vírus, segundo as pesquisadoras, é de que anteriormente já existiam casos no mundo que ainda não haviam sido identificados. “O vírus circulava antes mesmo de termos ciência de sua rotina em pacientes”, explicou Gislaine Fongaro.

Daiane Mayer/Estagiária de Fotografia da Agecom/UFSC
Foto: Daiane Mayer/Estagiária de Fotografia da Agecom/UFSC

Esse é o primeiro estudo realizado nas Américas em relação à pesquisa do esgoto retrospectivo. Estudos feitos anteriormente em Wuhan (China) e em Murcia (Espanha) comprovaram que o vírus já era encontrado no esgoto antes de haver casos confirmados de pessoas infectadas.

Segundo a pesquisadora Maria Elisa Magri, a prática de coleta de esgoto e análise é algo comum e corriqueiro nos estudos, “a gente faz muitas pesquisas com esgoto sanitário, na universidade inteira. Inclusive no nosso próprio departamento e no de engenharia química”. Ela ainda complementa que isso pode impactar na descoberta de uma presença de outras doenças antes mesmo do primeiro caso oficial nessas redes de esgoto.

Os resultados possibilitam a tentativa de sequenciar o genoma completo das partículas. As amostras chegam ao laboratório e, como o vírus está diluído em uma matriz ambiental que contém água e sedimentos, são concentradas para que as partículas virais sejam identificadas mais facilmente. Estas seguem para a extração do material genético e posteriormente faz-se o estudo para encontrar o genoma do vírus. “Com o sequenciamento, há a tendência de se fazer comparações com resultados anteriores para tentar encontrar a origem do vírus”, completa Gislaine.


Questionadas sobre a possibilidade de essas partículas virais contaminarem pessoas que possuem maior contato com esgoto a céu aberto e sem tratamento, Gislaine explicou que o vírus é envelopado e, portanto, mais sensível e suscetível à degradabilidade, por ser revestido por uma camada de gordura. Contudo, a pesquisadora ressalta que os teste realizados não conseguem indicar o grau de infecção do vírus, mas que “em termos gerais os vírus envelopados não têm longas durabilidades em esgoto sanitário”. 

Daiane Mayer/Estagiária de Fotografia da Agecom/UFSC
Foto: Daiane Mayer/Estagiária de Fotografia da Agecom/UFSC

Gislaine ressalta que a pesquisa é importante para entender possíveis alterações no vírus. “É importante conseguir esse estudo filogenético, que é um retrato de como esse vírus pode ter sofrido mutação. O quanto eles se assemelham e se diferem. E isso vai abrir portas para outros estudos também.

Aureo Moraes, chefe de gabinete da Reitoria da UFSC, elogiou o trabalho das pesquisadoras: “Parabéns, em nome do Reitor Ubaldo Balthazar, e de toda a Universidade, ao trabalho de tantos e tão dedicados profissionais, docentes, pesquisadores e pesquisadoras. Uma resposta inequívoca do quanto as Instituições Públicas têm se dedicado nas ações de combate à pandemia. A UFSC não está parada!!”

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Casos ficaram mais graves e especialistas apontam dificuldades para consultas presenciais e crise econômica como fatores a serem observados
por
Rafaela Reis Serra
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26/06/2020 - 12h

São Paulo  Os casos de doenças mentais pioraram neste período de isolamento segundo uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Pessoas que antes da pandemia não apresentavam quadros psiquiátricos ou que já haviam recebido alta, foram em busca de ajuda médica especializada.

“Os pacientes ficaram mais graves, principalmente os que estavam começando a fazer tratamento. Pessoas que não tinham sintomas passaram a apresentá-los, porém não é a maioria.”, conta a psiquiatra Alice Baltar, 40.

Há o problema da contenção de gastos: as pessoas não estão indo às consultas e quando procuram ajuda, elas estão no extremo. “O aumento de novos casos não foi significativo, a ida aos médicos em geral diminuiu”, relata.

Psiquiatra Alice Baltar
A psiquiatra Alice Baltar faz consultas de sua casa


“Às pessoas com a vida social mais restrita, só o isolamento não é o problema. Já as mais ativas estão sofrendo de insônia. A maioria dos casos mais alarmantes são das pessoas que apresentam Transtorno do Pânico ou depressão e com outros problemas concomitantes.” A psiquiatra chega a atender um mesmo paciente mais de uma vez ao dia.

Baltar se sente sobrecarregada. Ela tem uma responsabilidade maior por conta dos casos e, além disso, agregou-se os serviços domésticos.

A psiquiatra também atende voluntariamente profissionais da saúde que estão atendendo a Covid-19. Alguns deles não apresentavam sintomas antes da pandemia e agora passaram a manifestar.

Psicóloga há vinte anos, a Dra. Maria Marta Silva, 51, auxilia seus pacientes para que possam encarar os limites que a pandemia lhes causou. A maioria deles estão em processo terapêutico há mais de doze meses e seus desempenhos têm sido satisfatórios. “Acredito que eles estão acostumados a olhar para si e ressignificar pensamentos e crenças desviantes.”

Para ela, por um lado não está sendo fácil, porque gosta da liberdade e do contato social. Em contrapartida, a psicóloga afirma estar muito bem e não deveria queixar-se: “p
ode parecer estranho, até porque temos o hábito de reclamar e pensar somente em coisas negativas e nunca no positivo. Seria injusta com o universo.”

Somente uma nova paciente precisou de ajuda psiquiátrica e outro voltou a ser medicado. “Todos somos humanos e carentes de sociedade. Está tudo bem!”, declara.

Segundo Silva, sua agenda sempre esteve cheia para a proposta de seu trabalho. Apenas quatro pacientes desistiram neste período e outros vieram a somar. Alguns optaram aguardar por uma possível desistência.


Embora não esteja atuando na linha de frente dos diversos trabalhos essenciais, ela auxilia os pacientes transmitindo leveza, técnicas de relaxamento e mostrando um pouco da realidade. Por tratar cinquenta pessoas por semana – desde médicos de grandes hospitais a motoristas de ônibus - ela precisa encontrar-se bem, para o ciclo continuar a funcionar, como também mantém um trabalho filantrópico todos os domingos de cunho religioso com os jovens.

Psicóloga Dra. Maria Marta Silva
A Dra. Maria Marta Silva na International Conference on Adolescent Medicine & Chile Psychology (Omics) - Acervo Pessoal


Para a estudante de psicologia do 7º semestre da PUC, Natália Gonçalves, 20, o momento atual a deixa apreensiva, pois não há perspectiva do futuro. “Eu tenho um pouco de esperança de que a psicologia clínica seja mais valorizada depois da pandemia, porque é um momento em que as pessoas estão percebendo que saúde mental é muito importante em todos os aspectos da vida.”

Ela espera que seus futuros colegas de profissão tenham percebido o quão urgente é o debate da elitização da psicoterapia. “Durante essa pandemia, surgiram muitas iniciativas de atendimento online gratuito, que deveriam existir há tempos, e se fez presente o debate sobre essa necessidade na área em que pretendo atuar: psicologia social.”

A respeito de dicas para este momento em que a população se encontra, Baltar aplica as recomendações da OMS para guerras e epidemias e incentiva as pessoas a fazerem uma rotina, atividades físicas, ter alimentação saudável e um sistema de Buddy – amigo para conversar. De acordo com Silva, as pessoas devem respeitar seus próprios limites, pensar nos próprios sonhos e fazer planejamentos realistas para esta fase.
“Acredito que algumas pessoas precisem estar mais próximas de si. Por isso temos a quarentena, um período para desacelerar.

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