Desde os anos 1990, se desenvolve o fenômeno das criptomoedas, moedas digitais que proporcionam maior liberdade e privacidade aos usuários, através do uso da criptografia. Hoje, a mais famosa criptomoeda é a Bitcoin, avaliada em mais de 300 mil reais. Por serem 100% digitais, as transações utilizando esse tipo de moeda não passam por uma autoridade central. Isso as difere da grande maioria das moedas como o real, controlado pelo governo brasileiro, e o dólar, controlado pelo governo americano. Toda transação feita com criptomoedas deve ser registrada em seu respectivo blockchain.
As transferências precisam ser registradas e validadas por computadores, fornecidos por pessoas físicas. Esse processo é chamado de mineração e pode ser feito por qualquer pessoa que esteja disposta a ceder a capacidade operacional de seu computador, sendo remunerada por isso.
Por exigir muito poder computacional, a mineração de criptomoedas gasta muita energia. Esse gasto tem sido alvo de muitas críticas por parte da imprensa, às vezes de forma equivocada. Segundo a BBC, o uso energético voltado para a rede Bitcoin durante um ano é maior que o necessário para sustentar um país como a Argentina pelo mesmo período. O número assusta, mas engana. Qualquer tipo de tecnologia de ponta utilizada no mundo todo possui valores nesse nível. O Youtube e a indústria gamer, por exemplo, emitem quase o dobro de gás carbônico que o Bitcoin.

Críticas ao sistema de criptomoedas muitas vezes se baseiam em comparações com sistemas de pagamento como o cartão de crédito e o dinheiro impresso. Segundo Nic Carter, especialista em finanças, essa não é uma comparação justa:
“Como o Bitcoin propõe um sistema monetário próprio e um sistema de pagamento próprio, o certo seria comparar seu gasto ao de todo o sistema do dólar e todos os pilares que o sustentam”
— Nic Carter, em entrevista à Bloomberg.

A mineração exige muita energia, mas o maior problema não é o gasto por si só, e sim o uso de energias não renováveis. Esse tipo de energia impacta o meio ambiente ao fazer uso de recursos que podem se esgotar em um futuro próximo.
Como os mineradores sempre buscam as melhores condições para obter maior lucro, acabam optando pelos locais que oferecem o melhor preço. A China, por exemplo, possui um dos melhores preços de energia elétrica do mundo, e por isso responde por quase 75% das operações do Bitcoin. Mas porque isso ocorre? Porque a China faz uso de uma das formas mais baratas de produção de energia: a queima de carvão mineral. Essa forma é, no entanto, uma das mais poluentes no mundo.

Nesse caso, uma mudança no sistema de energia chinês seria muito mais benéfica do que no sistema de mineração em si, e segundo Oderval Duarte, economista formado na UFMG, elas são cada vez mais acessíveis:
“A geração de energia através de fontes renováveis produz energia limpa sem agressão ao meio ambiente. (…) Em termos de custo, elas têm se tornado cada vez mais competitivas, se situando hoje em um custo muito menor do que algumas fontes que usam combustíveis fósseis para a geração”
— Oderval Duarte
No entanto, reformar enormes sistemas de produção de energia não é algo que pode ocorrer de um dia para o outro, e uma mudança rápida nos níveis de poluição é necessária. Caso contrário, cientistas estimam que teremos um aquecimento global de 2ºC até 2033, colocando em risco diversas espécies de animais e plantas.
As empresas de criptomoedas têm, portanto, o dever de promover ações que diminuam seu gasto energético. Tara Shirvani, especialista em sustentabilidade, sugere o sistema Proof of Stake.
Esse sistema atribui a responsabilidade da mineração aos maiores participantes na cripto, ou seja, quem tem mais dessa moeda. Dessa forma, não há uma gigantesca competição pela mineração e os mineradores não são obrigados a usar supercomputadores que gastam quantidades alarmantes de energia. A Ethereum, uma das maiores redes de criptomoedas do mundo, já aderiu ao sistema.

As criptomoedas vieram para facilitar transações fora dos bancos, sendo uma opção alternativa segura e eficiente. Seu gasto energético não é tão alto quando comparado a outras formas de tecnologia, mas pode trazer sérios problemas ao meio ambiente à medida que seu uso cresce.
Dessa forma, as empresas e governos nacionais precisam criar projetos eficientes para cortar os gastos dessa tecnologia, pois ela veio para ficar. As mudanças não passam por sanções à essa tecnologia, e sim pela utilização de fontes de energia renováveis e do sistema Proof of Stake.
O processo de desurbanização de grandes cidades do mundo, como Nova York, Chicago e Londres deve-se ao extraordinário avanço tecnológico que permite conectar os trabalhadores onde quer que eles estejam. Nas grandes cidades americanas, cerca de 25% dos profissionais já trabalham remotamente e muitos estão se mudando para outras regiões do país, conforme dados da empresa de videochamadas GotToMeeting, a qual analisa a origem das ligações.
O fenômeno do home office, previsto para acontecer gradualmente, foi acelerado pela pandemia da covid-19 em diferentes lugares do mundo. No Brasil, segundo o IBGE, 7,8 milhões de trabalhadores atuam remotamente, podendo chegar a 20,8 milhões de postos de trabalho que facilmente podem ser convertidos para a forma remota.
A experiência inicial de trabalhar a partir de qualquer lugar parece ter sido bem aceita pelos trabalhadores, principalmente pelo fato de não precisarem mais perder horas no trânsito das grandes cidades. Alguns gastavam duas horas para ir e duas horas para voltar do trabalho, o que, para eles, era considerado uma grande perda de tempo.
Com a consolidação do trabalho remoto, muitos trabalhadores passaram a considerar a possibilidade de mudança para fora das cidades grandes., Conforme pesquisa realizada pela empresa Ticket com 1000 trabalhadores brasileiros, eles querem mais contato com a natureza e mais tempo para outras atividades de seu interesse e, por estes motivos, consideram a mudança definitiva de cidade caso o trabalho remoto seja permanente. Como fator positivo do trabalho remoto, indicam principalmente a melhoria da qualidade de vida, devido a diminuição de deslocamentos e aos horários mais flexíveis, que permitem outras atividades na rotina. Além disso, o meio ambiente também é beneficiado com a diminuição de veículos na rua,
André Ferreira Endres, analista de negócios, trabalha remotamente para a empresa “Consultoria Transnacional de Tecnologia” desde o início da pandemia da covid-19 e diz que o ganho de três horas desperdiçadas no trânsito todos os dias são sentidos de forma imediata. Endres tem utilizado essas horas para cozinhar, passando um bom tempo com a família em volta da mesa e do fogão, abolindo assim o fast food de sua rotina, o que para ele foi mais uma vantagem. O analista afirma que sua vida melhorou muito com estes momentos de relaxamento em volta das panelas.
Porém, mesmo assim, ainda cumpre à risca sua rotina de trabalho: dedica à empresa quatro horas pela manhã e depois, no meio da tarde, trabalha outras quatro horas. Dessa forma, consegue equilibrar o trabalho, a vida pessoal e seus hobbies. Endres acredita que a empresa onde trabalha manterá grande parte de seus funcionários em trabalho 100% remoto. Se isso se confirmar, pretende se mudar para uma cidade média do interior de São Paulo, pois quer morar em uma casa mais espaçosa e com mais proximidade da natureza.
Rodrigo Guimarães, especialista em educação profissional, antes trabalhava em São Paulo, mas atualmente trabalha da cidade de Franca, onde nasceu. Para ele, o fato de morar em uma cidade menor, lhe dá mais tempo para se exercitar fisicamente e se alimentar de forma mais saudável. Nos últimos doze meses conseguiu perder 10 Kg com a mudança de estilo de vida. Guimarães afirma estar adorando o trabalho remoto e que se a empresa mantiver este formato, pretende voltar definitivamente para sua cidade natal, e apenas voltará à São Paulo a turismo nas férias ou finais de semana prolongados.
Essa mudança não tem acontecido apenas para cidades do interior, mas tem sido bastante frequente no litoral de São Paulo. O casal Tinay e Daniel Mondini, publicitária e engenheiro respectivamente, mudaram para Ubatuba após a decisão de suas empresas, localizadas na cidade de São Paulo, de adotar o trabalho remoto para seus colaboradores. Ambos afirmaram a melhora na qualidade de vida por morar em meio a natureza e a diminuição do stress. Um dos principais hobbies de Daniel é o surfe, e morando a poucos metros da praia de Itamambuca, consegue surfar antes do trabalho, o que deixa sua rotina mais leve.
O sonho dos dois é morar definitivamente em Ubatuba, porém a oferta de trabalhos em suas áreas é muito pequena na cidade, além da média salarial ser bem mais baixa do que em São Paulo. Com a possibilidade do trabalho remoto, podem continuar em suas respectivas empresas e realizar o sonho de morar perto da praia.
Muitas empresas brasileiras, inclusive a de Mondini, já decretaram fechamento de suas unidades físicas e seus funcionários passarão a trabalhar apenas remotamente.
O monitoramento da COVID-19 nos esgotos tem sido uma arma bem utilizada para ajudar as autoridades na hora de adotar políticas públicas. Em países como Estados Unidos, Holanda, Austrália e até no Brasil seu uso é frequente, podendo inclusive se somar à detecção pelo teste de RT-PCR (Reação em cadeia de polimerase)
A prática não é nova. Em 1854, o médico inglês, John Snow,– conhecido como o pai da epidemiologia moderna – conteve um surto de cólera no bairro do Soho ao identificar uma bomba de água contaminada, que era verdadeira causa da epidemia. Ele não apenas salvou inúmeras vidas naquela ocasião, como também derrubou uma velha teoria científica que atribuía à causa das doenças, o ar contaminado pelos corpos em decomposição.
O conhecimento também foi usado no combate à poliomielite na década de 1950 e na identificação de usuários de drogas. Mas a técnica, na atual circunstância, só pôde ser aplicada após informações terem sido divulgadas; a principal delas, descoberta pela Dra. Michelle Holshue, da universidade de New England, foi saber que o vírus (ou pelo menos parte de seu material genético) sobrevivia nas fezes.
Após a publicação desse artigo, outros pesquisadores aprofundaram a pesquisa; até perceberem que existia nos esgotos uma taxa suficientemente alta de Sars-CoV-2 para ser extraída e analisada. Porém, foi o Dr. Gertjan Medema, na Holanda quem liderou o próximo passo; quando desenvolveu um método eficaz em conjunto com outros cientistas do instituto de águas KTW com aplicação direta na pandemia de COVID-19.
No dia 6 de fevereiro de 2020, antes do vírus chegar na Holanda, ele fez uma espécie de teste, recolhendo amostras dos esgotos para experimentar a potência do seu equipamento. Mas foi só no dia 27 que detectou traços do coronavírus circulando nos subterrâneos das cidades de Amsterdan e Utretch. Como prova final, o Dr. Medema se dirigiu à pequenas cidades onde vírus ainda não fora encontrado, e fez outra bateria de coletas; a partir disso, descobriu lá o Sars-CoV-2 muito antes das fontes oficiais.
Em entrevista dada para o portal SmartWaterMagazine o Dr. Medema falou que “uma amostra de esgotos, quando colhida de forma apropriada, pode refletir os dejetos de 1.000 a 100.000 pessoas – e isto é particularmente importante quando vemos os índices de contaminação caírem, mas não sabemos ainda se o vírus está sob controle ou “escondido” em algum lugar, pronto para ressurgir dias depois”.
Dr. Medema foi enfático quando perguntado sobre as dificuldades de implementar este sistema, e disse que o empecilho não estaria propriamente na execução do projeto – pois ele é cientificamente muito simples –, mas num gap institucional entre os departamentos de meio-ambiente e de saúde que, segundo ele, dificulta a troca de informações. “É uma coisa que vem sendo construída na prática” – diz animadamente – repetindo sempre seu slogan: “nem todas as pessoas se testam, mas todas precisam ir ao banheiro.”
No Brasil, o projeto é liderado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em parceria com diversas instituições: a ANA (Agência Nacional de Águas) se responsabiliza pela articulação política e pelo investimento, o IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) envia membro aos comitê gestor que cuida dos contratos e da burocracia, a COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) apoia o setor de projetos e fornece os dados do sistema sanitário, e, por fim, a Secretaria de Saúde do estado de MG, que auxilia com dados do seu sistema – fazendo também uma ponte entre as instituições.
A equipe do “Monitora Covid” Iniciou seus trabalhos no dia 13/4, e já coletou as primeiras amostras em menos de 20 dias. O grupo promove “webinares”, com um detalhamento preciso de suas ações e divulga no site uma “nota técnica especificando cada parte do projeto.
Num país onde poucos testes são feitos, o monitoramento dos esgotos é imprescindível. Ele pode auxiliar as autoridades na hora de fechar ou abrir determinada região e ainda prever surtos no futuro. Contudo, não se trata de uma medida que, isoladamente tem poder de ação. É preciso sempre unir esses dados com as testagens individuais para obter uma documentação mais precisa acerca dos infectados.
Inspirados pela bibliografia básica do curso, Sejamos Todos Feministas de Chimamanda Adichie, na disciplina Narrativas Jornalísticas: Transmídia, um grupo de alunos do terceiro semestre de jornalismo na PUC-SP desenvolveu um chatbot para responder perguntas sobre feminismo. Chatbot é uma plataforma digital que busca simular conversas humanas com os indivíduos que acessarem o ambiente virtual.
O bot leva o nome de Chia pois, além de assemelhar-se ao nome da autora do livro de inspiração, chia é uma semente que foi muito consumida por civilizações antigas, principalmente por aqueles que precisavam de força e resistência física. O projeto busca trazer informação e conhecimento para pessoas que querem aprender um pouco mais sobre feminismo, sendo assim, lhes oferecendo força, apoio e resistência, como a própria semente chia.
Além disso, orientados pela professora Pollyana Ferrari, o grupo desenvolveu dois perfis em redes sociais: um no Instagram e outro no Facebook (rede pela qual o bot também pode ser acessado), onde abordam diversas pautas feministas com seriedade, referenciando filmes, livros e outros projetos.
Link para o chatbot: https://app.cosmobots.io/landing/c683cb86-a780-11ea-98cd-bb65306983b8
Link para o Instagram: https://www.instagram.com/projetobrotos/
Link para a página no Facebook: https://www.facebook.com/projetobrotos