O parlamentar ficará à frente da Secretaria-Geral da Presidência da República
por
Marcelo Barbosa P.
Marcela Rocha
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31/10/2025 - 12h

Oficialmente em licença do cargo de deputado federal, Guilherme Boulos tomou posse no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (29), como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, pasta responsável pela relação do governo federal com os movimentos sociais.

Convidado pelo presidente Lula para assumir o cargo, Boulos irá substituir Márcio Macêdo, que deixou a função para concorrer a uma vaga de deputado federal após permanecer no posto por 2 anos e 9 meses.

Diante do interesse de Macêdo em sair para tentar uma cadeira no Congresso, Lula viu em Boulos a oportunidade de se aproximar das associações sociais pela sua trajetória como membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), organização que reivindica o direito à moradia.

Após o anúncio da substituição da chefia da pasta na última segunda-feira (20), Guilherme Boulos publicou nas redes sociais o agradecimento ao presidente Lula pelo convite, informando que sua principal missão será “ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”.

 

Reprodução: Valter Campanato/Agência Brasil | Boulos e Lula na posse do novo ministro
Boulos e Lula na posse. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Reconhecido pela luta ao lado dos sem-teto, Boulos é alvo de ataques de concorrentes políticos, fato que ficou ainda mais evidente na última eleição municipal de 2024. Em debate promovido pela TV Gazeta, o então candidato – e atual prefeito de São Paulo – Ricardo Nunes, utilizou este rótulo com grande ênfase, chamando Boulos de “bandidinho, invasor e sem-vergonha”.

Durante discurso na cerimônia de posse, Lula pediu a Boulos para que “rode” o Brasil e fortaleça junto a organizações e movimentos sociais, temas como o fim da escala 6x1, a participação popular nas questões orçamentárias e direitos dos trabalhadores informais.

“Aqui a missão que eu vou ter é dialogar com todo mundo. (...) A gente sabe que as políticas que mudam pessoas não nascem só nos palácios e nos gabinetes. Elas nascem do povo, dos territórios populares. Elas nascem das ruas” afirmou Boulos em concordância ao pedido de Lula para popularizar as pautas.

 

por
Rafael Pessoa
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31/10/2025 - 12h
Charge de um policial varrendo balas para de baixo da calçada

 

por
Rafael Pessoa
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29/10/2025 - 12h
Charge dO presidente Donald Trump desejando feliz aniversario a Lula enquanto dois balões, representando Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro reagem a cena

 

Coletivos estudantis, sindicatos e civis se organizam para impedir que o projeto de lei avance
por
Iasmim Silva
Maria Luiza Reining
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23/10/2025 - 12h

No dia 21 de setembro, as principais capitais do país amanheceram tomadas por cartazes, faixas e gritos de protesto. Em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e outras cidades, milhares de pessoas se reúnem contra a chamada PEC da Blindagem, proposta de emenda constitucional que restringe investigações e punições a parlamentares, exigindo autorização prévia das Casas Legislativas para o avanço de ações penais. A medida, vista como um retrocesso por juristas e movimentos civis, é o estopim de uma mobilização que, embora diversa, encontra na defesa da transparência um ponto em comum.

Na Avenida Paulista, o asfalto volta a se transformar em um grande espaço de convergência política. Bastam alguns minutos observando a saída da estação Trianon-Masp para visualizar que ali estavam diversos grupos reunidos, como estudantes, professores, aposentados, artistas, advogados, sindicalistas e civis misturados entre bandeiras coloridas e faixas com dizeres diretos: “Quem é inocente pede justiça, não anistia” e “A justiça é igual para todos, PEC da Blindagem não”. Entre os rostos pintados e cartazes improvisados, a foto do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, estampa o rótulo de “inimigo do povo”.

O clima é de cansaço e indignação, não apenas com o texto da PEC, mas com a percepção de que a proposta amplia privilégios e dificulta a responsabilização de agentes públicos. Luiz Biella Jr., advogado de 63 anos, e Andrea Amaral Biella, educadora museal de 53, participam do ato e afirmam que vieram por indignação com o projeto. “Outras pautas horrorosas até vinham passando, mas essa é o limite. É preciso dar um grito para ver se sensibiliza os deputados. Na próxima eleição, é fundamental lembrar disso. Esse retrocesso é horroroso”, dizem.

Homem de vermelho
Manifestante em frente ao MASP. Foto: Iasmim Silva/AGEMT.

Grupos de jovens ligados a coletivos estudantis distribuem panfletos que explicam os impactos da proposta. Se aprovada, a PEC impediria que investigações contra deputados e senadores avançarem sem autorização das próprias Casas Legislativas, o que, segundo especialistas, criaria uma barreira de proteção política e dificulta o combate à corrupção.

O protesto começou de forma pacífica por volta das 14 horas e ganhou corpo ao longo da tarde. Ao som de tambores e palavras de ordem, a manifestação ocupava a Avenida Paulista em direção ao MASP. Organizações civis estimam cerca de 80 mil participantes, número contestado pela Secretaria de Segurança Pública, que aponta 35 mil. Em Brasília, a concentração foi na Esplanada dos Ministérios, com presença de sindicatos e entidades de classe.

Entre os manifestantes, o designer gráfico Érico Prado Martins, de 49 anos, diz que o protesto representa uma resposta da população. “É uma forma de se revoltar contra um sistema que engana o povo. Colocam PECs e projetos de anistia enquanto ignoram o que realmente importa. Se a gente não protesta, eles passam tudo por cima da gente”, afirmou.

Nas redes sociais, hashtags como #PECdaVergonha e #TransparênciaJá alcançaram o topo dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter). O Monitor de Debate Político, grupo de pesquisa da USP, registrou picos de interação durante a manhã e o início da tarde, indicando grande engajamento digital em torno da pauta. A pesquisadora do Monitor, Roberta Lima, avalia que o movimento demonstra um interesse crescente de jovens em temas ligados à ética e à responsabilidade política. Segundo ela, “o engajamento aconteceu tanto de forma presencial quanto digital, refletindo uma disposição em participar do debate público e acompanhar de perto as decisões que afetam o funcionamento das instituições”.

A manifestação ocorre em um contexto de instabilidade política, impulsionado por disputas internas no Congresso e pelo debate sobre o projeto de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. A repórter Ana Clara Costa, apresentadora do podcast Foro de Teresina da revista piauí, especializada em cobertura política de esquerda, aponta que a PEC da Blindagem surgiu como parte de uma negociação entre o PL e o Centrão para garantir proteção parlamentar e apoio à proposta de anistia de Jair Bolsonaro. Segundo Ana, a PEC não é apenas uma tentativa de autoproteção política, mas parte de um jogo de chantagens e barganhas que expõe a fragilidade ética do Congresso.

Grupo de alunos da USP com cartazes de protesto
Alunos do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP. Foto: Maria Luiz Reining/AGEMT.

Cartazes e discursos também faziam referência à anistia, com críticas à tentativa de flexibilizar punições e proteger figuras públicas. Em várias capitais, manifestantes exibiam faixas com os dizeres “Blindagem é impunidade disfarçada” e “Anistia é o nome novo do perdão seletivo”.

Embora não tenha alcançado o tamanho de protestos anteriores, como os de 2013, o ato do dia 21 é considerado expressivo por entidades civis. A mobilização nacional pressiona o Congresso a rever o texto da proposta e reforça o debate sobre a necessidade de garantir mecanismos de fiscalização e responsabilização no exercício de mandatos parlamentares.

Projeto transforma pugilismo em ferramenta anti-opressão e oportunidade de profissionalização para jovens de periferias
por
Sophia Coccetrone
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23/10/2025 - 12h

Boxe Autônomo é um coletivo fundado na capital paulistas em 2015 por Breno Macedo, treinador do projeto e Mestre em História pela USP juntamente com Raphael Piva, instrutor do projeto e Mestre em Antropologia Social pela USP, que também esteve presente no time de futebol amador Autônomos F.C., clube de viés libertário fundado por jovens punks em 2006. É um projeto social e esportivo que busca a utilidade do boxe para autodefesa de grupos oprimidos (mulheres, LGBTs, negros, imigrantes...) ao mesmo tempo que constrói carreiras promissoras para jovens atletas que buscam uma vida melhor de suas famílias através do esporte. O projeto conta com a coordenação e treinamento por Michel de Paula Soares, conhecido como "Micha". O treinador possui doutorado em Antropologia Social pela USP e busca relacionar o boxe como um fenômeno social no Brasil, marginalizado e muitas vezes considerado "luta de cadeia".

Inicialmente, o projeto utilizou a Ocupação Leila Khaled – onde vivem diversos refugiados de guerras originários da Síria e Palestina – para seus treinos, posteriormente, passou pela Favela do Moinho e outros espaços para a divulgação e sustentação do coletivo. Dessa forma, Boxe Autônomo conseguiu criar sua comunidade em São Paulo, atingindo camadas sociais mais necessitadas. Um exemplo é o jovem baiano Kelvy Alecrim, de 19 anos, que conheceu o boxe através das atuações na Favela do Moinho, onde o atleta reside. Kelvy atingiu o tricampeonato brasileiro (2019, 2021, 2023), atuou em Jogos Escolares na França (2022) e conquistou a medalha de bronze na Copa Mundial Juvenil em Montenegro (2023). Segundo ele, nunca havia pensado em praticar a arte marcial antes do contato com o projeto, e a democratização do esporte através dos treinos em comunidades e ocupações o fortaleceu para seguir sua carreira. 

Atualmente, os treinos do Boxe Autônomo acontecem na Casa do Povo, localizada no Bom Retiro, região central de São Paulo, contando com eventos de treinos abertos, almoços coletivos, palestras e atividades artísticas, sempre reforçando seu caráter político-cultural, um dos pilares do coletivo. É importante lembrar que estamos falando de uma área esportiva dominada pelo pensamento conservador e reacionário, principalmente popularizado por grandes estrelas como José Aldo, Rodrigo Minotauro, Wanderlei Silva, Fabrício Werdum e outros nomes do MMA apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Caio César, aluno do Boxe Autônomo e ativista político, diz: “As lutas não podem ficar somente nas mãos daqueles que desejam oprimir (...) Não é inteligente pensar em uma esquerda pacífica e reativa, enquanto nós estamos sem nos proteger, há sempre um extremista de direita que está usando a violência livremente. (...) É claro, não podemos utilizar as artes marciais ou qualquer meio de defesa para causar o mal, mas não podemos ficar parados. É essencial manter as armas e as lutas nas mãos de pessoas inteligentes e preparadas, pois já há gente ignorante e conservadora demais com esses poderes nas mãos.” 

Caio, aluno do Boxe Autônomo, utilizando seu colar com pingente em formato do território Palestino: "A gente se posiciona até nos mínimos detalhes."
Caio César, aluno do Boxe Autônomo, utilizando seu colar com pingente em formato do território Palestino: "A gente se posiciona até nos mínimos detalhes." Foto: Sophia Coccetrone/AGEMT 

Entre as principais bandeiras do Boxe Autônomo estão: o antifascismo, como o principal pilar e estrutura do pensamento dos atletas e ativistas, anti-imperialismo, com forte solidariedade à pauta palestina e a denúncia ao genocídio na Faixa de Gaza, antirracismo, antimisoginia, com ênfase ao combate ao preconceito sobre os esportes de combate femininos e a exaltação da autodefesa da mulher contra potenciais agressores e apoio aos movimentos dos Sem Terra e Sem Teto. Inclusive, o coletivo é parceiro do Boxe Sem Teto e Centro Social e Desportivo Estrela Vermelha, movimentos que também abraçam a pauta do anti-reacionarismo e a luta combativa em meio às artes marciais.

O grupo de alunos é diverso, contando com todas as faixas etárias e origens ou nacionalidades. Durante o treinamento aberto, um aluno holandês se comunicava com os brasileiros a partir de seu amor pelo boxe e seu esforçado português. Ele conta que começou a prática das artes marciais pelo Kickboxing na Holanda, e que sua namorada brasileira o apresentou ao Boxe Autônomo. Durante o treino, ostentava seu apoio solidário à população palestina, através de sua camisa de treino. 

Aluno holandês utilizando camisa do Palestino, clube de futebol chileno fundado por imigrantes palestinos. Foto: Sophia Coccetrone/AGEMT
Aluno holandês utilizando camisa do Palestino, clube de futebol chileno fundado por imigrantes palestinos. Foto: Sophia Coccetrone/AGEMT

 

Os treinos do Boxe Autônomo estão disponíveis de segunda à quinta-feira das 18h30 às 19h e aos sábados às 10h30. Os atletas colaboram com um valor fixo mensal, mas para os mais necessitados é ofertado bolsas. 

Nascidos após 1996 e redes sociais prometem definir o cenário político americano
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
Catharina Morais
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17/09/2024 - 12h

 

À medida que se aproxima o dia das eleições nos Estados Unidos, a atenção se volta para um grupo de eleitores que promete desempenhar um papel crucial no resultado das urnas: a geração Z. 

Nascidos entre 1996 e 2010, esses jovens representam cerca de 40 milhões de eleitores potenciais — quase um quinto do total. Em 2024, a influência da geração Z promete ser tão marcante quanto em 2020, quando o comparecimento deles às urnas bateu recordes históricos. 

Segundo o Centro de Informação e Pesquisa sobre Aprendizagem e Engajamento Cívico da Universidade de Nova York, a participação dos jovens de 18 a 29 anos na eleição presidencial de 2020 alcançou 50%, um salto impressionante de 11 pontos em relação a 2016. Essa é uma das maiores taxas de participação jovem desde que o voto foi reduzido para 18 anos. 

No entanto, este fenômeno não é apenas uma curiosidade eleitoral, reflete mudanças significativas nas prioridades e preocupações dos jovens. Enquanto as questões econômicas dominam a agenda dos eleitores republicanos, temas como direitos ao aborto e políticas de imigração são centrais para os democratas. A diferença nas preocupações e no engajamento entre esses grupos mostra como a geração Z pode influenciar decisivamente a direção política do país.

Uma pesquisa recente do instituto Gallup, que trabalha com pesquisa de opinião do país, revelou uma reviravolta interessante na inclinação política dos jovens americanos. Historicamente, os democratas contaram com o apoio majoritário dos eleitores de 18 a 29 anos, mas em 2023, essa vantagem parece estar diminuindo. O apoio caiu para 47%, o menor índice já registrado.

Em contraponto, o apoio aos republicanos nessa faixa etária cresceu de forma expressiva, subindo sete pontos percentuais desde 2017. Atualmente, 48% dos jovens declaram preferência pelo Partido Republicano, um aumento de 13 pontos em oito anos, impulsionado principalmente pelos homens jovens. 

Essas mudanças se refletem nas prioridades eleitorais dos jovens. Conforme aponta uma pesquisa do Wall Street Journal, enquanto a economia é a principal preocupação para ambos os gêneros, as mulheres jovens estão especialmente focadas na questão do direito ao aborto, revogado em nível nacional pela Suprema Corte em 2022. Em contraste, os eleitores homens dessa faixa etária demonstram maior apoio a políticas migratórias mais rigorosas, como as propostas por Trump.

A Geração Z desempenha um papel crucial, especialmente nos estados-pêndulos. Na Geórgia, onde 22% da população é composta por jovens, cerca de três quartos dos eleitores registrados pertencem a essa faixa etária. Na Pensilvânia, um estado com grande peso eleitoral, os jovens têm mostrado um engajamento acima da média nas últimas três eleições, consolidando-se como um grupo decisivo na disputa pelo Colégio Eleitoral.

Por trás dessas mudanças no cenário político dos jovens americanos, há uma série de realidades que estão moldando suas perspectivas. No ambiente das universidades dos EUA, por exemplo, as mulheres dominam, ocupando 60% das vagas, segundo o Education Data Initiative. Além disso, o Pew Research Center aponta que, na década de 1970, 98% dos homens com diploma de ensino médio estavam empregados, enquanto menos de 50% das mulheres nessa mesma situação tinham um emprego. Hoje, o quadro mudou completamente, com a taxa de empregabilidade masculina caindo para 87%, enquanto a das mulheres subiu para 69%.

Essa diminuição na participação dos jovens homens no mercado de trabalho não é um fenômeno recente, e suas raízes vão além das questões frequentemente associadas, como políticas de imigração e iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Entre os fatores que contribuem para essa queda estão a falta de atratividade das vagas para aqueles sem diploma universitário, altos índices de encarceramento e a crise dos opióides, que afeta desproporcionalmente os homens.

Então, a realidade do país tem gerado um ressentimento crescente entre jovens homens brancos, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades para acessar tal educação superior. É justamente esse descontentamento que tem sido explorado pela extrema direita, em grande parte sob a liderança de Donald Trump e seu grupo dentro do Partido Republicano. A frustração e a sensação de marginalização desses jovens estão se refletindo em um apoio crescente a ideias e figuras que prometem desafiar o status quo.

Redes sociais e engajamento político jovem 

As redes sociais têm se consolidado como uma ferramenta poderosa na formação da opinião política, especialmente entre a Geração Z, cuja interação com essas plataformas é quase constante. Essas redes não apenas permitem que os jovens se conectem e compartilhem informações, mas também oferecem uma plataforma para a criação e disseminação de movimentos e campanhas políticas. 

A capacidade de viralizar mensagens e mobilizar rapidamente grandes grupos de pessoas tem transformado o cenário político, permitindo que questões emergentes e reivindicações específicas ganhem atenção nacional em questão de horas.

Além disso, algoritmos das redes sociais tendem a personalizar o conteúdo com base nos interesses e interações dos usuários, o que pode amplificar tanto informações corretas quanto desinformação. Isso cria um ambiente onde debates políticos podem ser influenciados por uma combinação de evidências e emoções, tornando a participação política mais dinâmica e, ao mesmo tempo, polarizada. Essa influência pode ser determinante para o resultado das eleições. 

Desde o início de suas campanhas, tanto Donald Trump quanto Kamala Harris têm explorado as redes sociais de maneira estratégica para atrair a Geração Z, cuja influência política tem crescido significativamente. A campanha de Kamala Harris investiu em uma abordagem de comunicação visual e interativa, utilizando memes e emojis, como o coco e o coqueiro, para criar uma conexão mais pessoal e envolvente com os eleitores jovens. 

Esses elementos visuais ajudam a viralizar a mensagem e a promover discussões nas redes sociais, facilitando o engajamento e também permite que a mensagem da candidata seja compartilhada de maneira orgânica entre os usuários das redes sociais.  

Donald Trump não tem um emoji específico associado a ele. No entanto, o emoji mais comumente usado para representar Trump nas redes sociais é o do rosto com a boca aberta ou o rosto de um homem careca, devido à sua aparência característica.

Conhecido por sua presença forte e provocativa no X, adaptou sua estratégia ao criar conteúdos virais e retóricas polêmicas que, apesar de controversas, têm sido eficazes em mobilizar e energizar sua base de apoio, incluindo os jovens que buscam uma abordagem direta e desafiadora.

Ex-coach tenta emplacar candidatura após tentativas frustradas de disputar eleição em 2022
por
Beatriz Barboza
Luenir Gomes Batista
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14/09/2024 - 12h

 

Foto: Reprodução Facebook / @PabloMarcall

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com o perfil dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que pontuaram acima de 5% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o perfil do candidato Pablo Marçal, do PRTB.

No dia 4 de agosto, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) oficializou o nome de Pablo Marçal na disputa à Prefeitura da cidade de São Paulo. De acordo com o candidato, o partido foi o único que aceitou colocá-lo na corrida eleitoral

O evento de lançamento da campanha aconteceu na Max Arena, localizada no bairro da Mooca, na zona leste da capital. O local escolhido para sediar a convenção se propõe moderno, tecnológico e possui uma decoração futurista, que reflete as propostas do novo candidato. “Vamos levar São Paulo para 2050”, afirmou em seu discurso de abertura, sugerindo que o local é o que ele pretende colocar em prática no seu governo, se eleito. 

Marçal anunciou Antônia de Jesus (PRTB) como candidata à vice-prefeita. O empresário afirmou que sempre buscou uma mulher para compor a chapa e que a vice escolhida compartilha de suas causas e que, assim como ele, “acredita no povo”. 

Jesus é policial militar, natural da Bahia, mas reside no bairro de Pirituba, na zona norte de São Paulo, há 22 anos. A militar, única candidata negra na disputa, teve suas características destacadas por seu parceiro de chapa que a apresentou como “policial, católica, negra e nordestina”. 

 

Quem é Pablo Marçal? 

Nascido em Goiás (GO), em 18 de abril de 1987, Pablo Henrique Marçal tem 37 anos e é filho de uma empregada doméstica com um funcionário público. Sua carreira profissional teve início aos 18 anos, com o cargo de atendente de call center na antiga Brasil Telecom, onde atuou por sete anos até deixar a empresa como líder de Recursos Humanos (RH).

Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, o empresário é conhecido por ministrar palestras motivacionais e cursos sobre como ganhar dinheiro. O influenciador se diz cristão, é casado com Ana Carolina Marçal, pai de quatro filhos, e expõe sua rotina de “homem bem-sucedido e conservador” nas redes sociais. 

Foto: Reprodução/Instagram

O ex-coach é o candidato mais rico na disputa pela chefia executiva de São Paulo. Segundo a plataforma de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu patrimônio é avaliado em cerca de R$169,5 milhões, divididos em aplicações, investimentos e participações societárias, além da posse de um terreno e imóveis em Goiás e São Paulo. 

 

Controvérsias de Marçal 

Em 2022, com discursos pautados no ultraconservadorismo neoliberal, Marçal se candidatou à presidência pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O candidato encontrou resistência dentro do próprio partido, dividido entre o apoio à oficialização de seu nome na disputa, e o apoio ao candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As divisões internas e a falta de apoio inviabilizaram a disputa da corrida presidencial, que mais tarde foi indeferida pelo TSE. O partido integrou a Coligação Brasil da Esperança, em apoio ao atual presidente, Lula da Silva (PT), e Marçal declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). 

O empresário chegou a doar R$100 mil para campanha do ex-presidente e participou de reuniões com sua equipe para ajudar com estratégias da campanha digital. 

 

Foto: Reprodução/Instagram

 

Ainda filiado ao PROS, Marçal se candidatou a deputado federal pela capital paulista. Em setembro, dois meses antes das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou o registro de sua candidatura devido à falta de documentos. 

O empresário, no entanto, concorreu sub judice e foi um dos 20 candidatos mais votados em todo o Brasil, com 243.037 votos. Marçal foi eleito, mas Ricardo Lewandowski, então ministro do TSE, indeferiu sua candidatura, o que o impediu de assumir sua cadeira no Congresso Nacional. 

 

Os processos de Marçal 

Durante a campanha, Marçal tem sido alvo dos adversários por causa de supostas ligações entre integrantes do PRTB e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No início de agosto, a “Folha de S. Paulo” revelou áudios em que Leonardo Avalanche, presidente do partido, afirma ter ligação com o PCC.

Na gravação, Avalanche afirma ter sido responsável pela soltura de André do Rap, um dos chefes da organização, preso por gerenciar o envio de grandes remessas de cocaína à Europa. O traficante foi solto em 2020, depois de ter um habeas corpus concedido pelo ministro do supremo tribunal ( STF) Marco Aurélio Mello. Pablo Marçal, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, negou as suspeitas de ligação de seu partido à facção.

O influenciador também já foi condenado por participar de uma quadrilha de golpes. Segundo registros do processo na 11ª Vara Federal de Goiânia, Marçal foi temporariamente detido em 2005, com 18 anos, por participar de uma quadrilha que realizava fraudes bancárias.

Em 2010, ele recebeu uma sentença de quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado (conforme o artigo 155 do Código Penal) da Justiça Federal. Somente em 2018, um recurso foi avaliado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Devido à demora do tribunal em analisar o caso, ocorreu a prescrição da pena, o que significa que Marçal, mesmo considerado culpado, não precisou cumprir a sentença.

Em junho de 2023, um seguidor de 26 anos morreu após uma maratona de 42km organizada por um grupo empresarial de Pablo Marçal, em Alphaville, São Paulo. Em uma publicação nas redes sociais, o ex-coach alegou que não participou da promoção da corrida e reforçou o diagnóstico de uma doença pré-existente. O caso foi levado para o 2° DP de Barueri que registrou o caso como “morte suspeita".

Marçal tornou-se conhecido por um ”evento de superação e desafios extremos”, realizado em 2022. Na ocasião, o ex-coach levou um grupo de 60 seguidores, sem preparo físico, ao pico da Montanha dos Marins, em São Paulo, em condições climáticas adversas, com neblina e chuva intensa. 

Apesar dos riscos, o influenciador insistiu em continuar a subida, e alguns membros do grupo relataram momentos de pânico. “Eu não mandei ninguém subir! E fui na frente, subi e resolvi”, disse Marçal, em entrevista ao Domingo Espetacular, na Record.

O grupo não conseguiu finalizar a expedição e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Paulo Roberto, chefe da operação de resgate, afirmou ao G1 que “essa foi a pior ação já feita no Pico dos Marins”. A subida da montanha é recomendada apenas nos períodos de estiagem, com guia e equipamentos de segurança.

 

Cortes do Marçal 

Desde as eleições de 2022, Marçal oferece pagamentos a seus seguidores pela replicação de vídeos nas redes sociais, com cortes de suas falas em debates e entrevistas, com o objetivo de impulsionar sua campanha na web. 

A estratégia do influenciador, conhecida como “Cortes do Marçal”, foi questionada pela Justiça Eleitoral por suposto financiamento de postagens com recursos não contabilizados. Este ano, as redes sociais do candidato foram temporariamente derrubadas pelo uso indevido destes vídeos, utilizados em ataques a adversários.

“Eu pago 200 pau toda semana e vai aumentando, pelas visualizações. Não sou eu quem impulsiona, eu ensino os caras a cortar. Taí nos stories, quem estiver assistindo pode ir lá no Pablo Marçal e fazer 10 mil por mês, 20. Tem moleque fazendo 400 mil por mês com os meus cortes", disse o candidato em postagens do TikTok.

No site oficial do TSE, o extrato de prestação de  contas eleitorais de Pablo Marçal aponta que o investimento em pesquisas ou testes eleitorais é de R$40 mil, enquanto as despesas para o impulsionamento de conteúdos online são de R$82 milhões. 

O alcance e engajamento do candidato do PRTB nas redes sociais é superior aos números atingidos pelos demais concorrentes, podendo compensar a falta de estrutura política em sua campanha.

Após uma ação movida pelo PSB, em agosto de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), suspendeu temporariamente as redes do candidato. 

Na decisão do magistrado Antônio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral do TRE-SP, a determinação suspendia apenas as redes sociais que “buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”. A sentença proibiu que Marçal remunere pessoas que compartilhem seus vídeos editados. O descumprimento da decisão resultaria em multa diária de R$10 mil. 

 

Pablo Marçal (PRTB) em caminhada na rua 25 de março no primeiro dia de campanha em São Paulo - Foto: Bruno Santos/Folhapress

 

Principais propostas 

Em seu programa de governo, o candidato do PRTB propõe o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com maior investimento em inteligência e tecnologia, além de criar programas de segurança local, como a "guarda no bairro". 

Uma das propostas da chapa para a mobilidade é a criação de uma rede de teleféricos para melhorar o transporte público e a construção de "bolsões de estacionamento" para facilitar o fluxo de veículos na cidade. 

"A ideia é criar esse cinturão de teleféricos, que não é a solução para o trânsito na cidade, mas para honrar o povo da comunidade”, afirmou ao UOL. O trajeto proposto por Marçal ligaria a Brasilândia, na zona noroeste, a Vila União, zona leste, e o Capão Redondo, na zona sul. 

Segundo seu plano de governo, Medellín, na Colômbia, e La Paz, na Bolívia, que possuem uma rede de bondes aéreos, inspiraram o projeto. No entanto, diferente da configuração de São Paulo, as duas cidades possuem terreno acidentado e estão a mais de mil metros do nível do mar, com morros que o metrô subterrâneo não alcançaria. 

Além disso, o candidato pretende construir o maior prédio do mundo, com 1 km de altura, como símbolo de inovação e progresso, buscando posicionar São Paulo como um centro global de negócios e cultura.

A última versão da Lei de Zoneamento, no entanto, aprovada em dezembro do ano passado, determinou que a altura máxima dos prédios em zonas centrais é de 48 metros, enquanto nas demais regiões, o limite é de 42 metros. A proposta de Marçal exigiria a alteração do Plano Diretor da cidade. 

Durante a sabatina UOL/Folha, jornalistas questionaram Pablo Marçal sobre a viabilidade de suas propostas e o candidato assumiu não poder cumpri-las em quatro anos. 

“Não dá pra fazer em quatro anos. O  problema é que todo mundo quer fazer em quatro anos, vai embora e o outro larga. A gente só tem política eleitoreira. Não dá para resolver nenhum plano de governo dentro de quatro anos”, afirmou Marçal.

O representante do MDB, apoiado por Jair Bolsonaro, prioriza o aumento da militarização na cidade e o reforço do ensino integral no ensino público desde a creche
por
Giuliana Barrios Zanin
Juliana Sousa
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13/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o candidato Ricardo Nunes, do MDB.

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Nunes está ativo na política há mais de 20 anos. Foto: Edson Lopes Jr/Secom

O atual prefeito da capital está concorrendo à reeleição da maior cidade do país com os mesmos passos dos últimos quatro anos.  Nunes afirma, em uma das sabatinas realizadas pela imprensa durante a campanha, que o seu plano de governo é “dar continuidade nas periferias sem tirar o olho do desenvolvimento econômico". Apesar de ser discreto, o candidato é alvo de críticas por envolvimento com desvio de verba para creches, violência doméstica e fechamento do Hospital Cachoeirinha, único de referência para aborto legal no estado.

 

QUEM É RICARDO NUNES? 

Filho de Maria do Céu Reis Nunes e Luiz Nunes Regina Carnovale Nunes, Ricardo Luis Reis Nunes decidiu fazer Direito na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), mas não concluiu por endividamento. Antes de concorrer na política, Nunes investiu no mercado de controle de pragas. Atualmente é dono da empresa Nikkey, fundador da Abrafit (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário) e assumiu o cargo de diretor na AESUL (Associação Empresarial da Região Sul de São Paulo).

 

CARREIRA POLÍTICA

Filiado ao MDB desde os 18 anos, concorreu à vice-prefeitura nas eleições de 2020. Porém, com a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), vítima de câncer, ele assumiu o governo municipal no ano seguinte. Antes disso, atuou como vereador por dois mandatos seguidos.

Foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento da capital e  esteve presente nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) – Sonegação Tributária, Dívida Ativa, Theatro Municipal e Evasão Fiscal durante a atividade legislativa.

 

VICE É EX- COMANDANTE DA ROTA

Coronel Mello, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Tarcísio de Freitas, é confirmado como braço direito de Ricardo Nunes. O oficial de reserva da Polícia Militar é conhecido por ter “colocado ordem” na época em que presidia a Ceagesp, em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com acusações detalhadas no Ministério Público, foi acusado de extorquir funcionários e uso abusivo da militarização dentro do estabelecimento. 
 

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Da direita para a esquerda, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, o ex-presidente, Jair Bolsonaro, o candidato Ricardo Nunes e seu vice, Coronel Mello. Foto: CNN.

Também coordenou uma das forças armadas mais violentas na história do Brasil nos anos 70 em 2017. A ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) era um grupo policial de choque que perseguiu militantes e contrários à força militar. Em uma entrevista ao Canal Aberto, há sete anos atrás, quando foi promovido a comandante, ele afirmou que a ROTA é a sua casa desde quando entrou nessa divisão e ficou quatro anos e que “é o sonho de quem gosta de fazer polícia e combater o crime”. 

 

“CAMINHO SEGURO PRA SÃO PAULO”

Lema da coligação dos partidos MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil, a estratégia para os próximos anos é aumentar a capacidade armamentista para as polícias ao redor da cidade, principalmente no centro, onde a taxa de insegurança é uma das maiores. No último ano, dados da própria prefeitura afirma que a Secretaria de Segurança Pública investiu em R$1.272.585,343, sendo o quarto de 33 órgãos com mais despesas do município. 

As estratégias de Nunes se mantém ao que o seu governo espalhou nos últimos três anos. 

Além de mais polícia na rua, ele quer aumentar a presença da Guarda Civil Metropolitana, (GCM) em horários e locais estratégicos, como escolas, fazendo a ronda escolar e nas periferias. 

O candidato à reeleição quer implementar 100% do ensino integral na educação infantil ao fundamental e zerar a fila nas creches para os bebês. O plano de Nunes também reforça a valorização dos educadores e o objetivo de alfabetizar os jovens na idade certa.

Os planos para a Secretaria da Saúde de Nunes são expandir o serviço público com acessibilidade aos procedimentos e tratamentos pela ampliação de de UBSs (Unidades Básicas de Saúde), o mantimento do Hospital do Servidor Público e especialização de centros para pessoas com TEA (Transtorno Espectro Autista).

 Para o serviço de transporte e mobilidade, ele propõe a ampliação das ações de engenharia de tráfego com foco na educação de trânsito. Além da continuidade na conclusão de 8 novos corredores de ônibus e BRTs e iniciará obras em mais 6 novos corredores da mesma modalidade. 

 

Os candidatos tentam as representações de todos os cantos, com o apoio de presidentes, prefeitos e antigos políticos
por
Artur Maciel
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13/09/2024 - 12h

 

 

Na cobertura eleitoral da disputa às prefeituras das capitais da região de Osasco,, a AGEMT fará reportagem com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

 

Ao passar em frente à Catedral de Santo Antônio, no centro de Osasco, um pode-se ver frente ao alto pé direito do prédio, admirar a renovação  feita na década de 90. Ou ainda, o prefeito Rogério Lins gravando um de seus posts no Instagram. Isso não é surpresa: o atual prefeito de Osasco usa as redes sociais para se comunicar com todos que quiserem ouvir, sendo narrador frequente de postagens no popular perfil "Notícias Osasco". De acordo com a Paraná Pesquisas, Lins tem quase 80% de popularidade entre os osasquenses. Sua indicação é que manda e desmanda nas atuais eleições municipais da cidade. Osasco tem uma população de 756.952 pessoas, segundo os dados do IBGE de 2024. A eleição vai mudar a cidade com o sétimo maior PIB do Brasil e o segundo maior do estado. 

 

O Cunhado do prefeito

 

Gerson Pessoa (à esquerda) e o seu cunhado o prefeito Rogério Lins(a direita). Foto: Visão Oeste
Gerson Pessoa (à esquerda) e o seu cunhado o prefeito Rogério Lins(a direita). Foto: Visão Oeste

  


 

Lins indicou seu cunhado, Gerson Pessoa(PODE), para a prefeitura de Osasco. Gerson formou-se em Análise de Sistemas em 2004 e passou vinte anos como consultor de tecnologia para diferentes empresas, incluindo associações de advocacia, arquitetura, mas principalmente em empresas de propaganda e publicidade. Em seu site, ele menciona ser sócio de duas empresas de comunicação do grupo Newcomm, sem especificar quais. Inclusive não fala de seu casamento com a irmã de Aline Lins, atual primeira-dama de Osasco. Mas sim da “Relação de mais de 30 anos de amizade com Rogério Lins, [...]contribuiu para uma mudança de rota na sua vida”

Uma dessas mudanças foi a entrada na política. Com a indicação de Lins, Gerson iniciou como secretário da de Desenvolvimento Econômico e Inovação no final de 2021. Seis meses depois, ele começa sua candidatura para deputado estadual. Com o apoio do prefeito, ele se torna o mais votado de Osasco.

Seu vice é Lau Alencar. Político que foi presidente do PDT de Osasco por mais de 13 anos. O filho dele, Lau Alencar Filho, concorre para vereador. Gerson e Lau têm um plano de governo tecnocrata que inclui a Implantação de Tecnologias para a Saúde de Osasco (Chatbot, aplicativos e telemedicina). A construção de “Escolas do Futuro” e até mesmo implantar a moeda virtual “Osascoin”.

 

O advogado de lula

Emídio de Souza(PT) na Alesp. foto: Reprodução Alesp
Emídio de Souza(PT) na Alesp. Foto: Reprodução Alesp

 

 

 

 

Emídio de Souza é um nome familiar a quem acompanhou a prisão de Luís Inácio da Silva. Ele foi um dos advogados que negociaram as medidas de prisão do ex-presidente. Foi Emídio quem comunicou os termos de prisão propostos por Lula e sua equipe. Além disso, o ex-prefeito de Osasco é citado no título do quarto capítulo da biografia de Lula, escrita por Fernando Morais: “Emídio descobre que não tem um ou dois espiões, mas vários filmando tudo que acontece no sindicato” 

Ele se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) logo no início de sua fundação. Graças a isso, em 1988, foi eleito vereador de Osasco pelo PT, sendo reeleito pelos próximos oito anos. Há 22 anos, Emídio tornou-se deputado estadual, posição que ocupou por outros dois mandatos consecutivos. Essa é a quarta tentativa dele de se tornar prefeito de Osasco. Falhou em 2000, e depois sucedeu consecutivamente em 2004 e 2008. De lá pra cá, foi Presidente do PT paulista, advogado de Lula e depois voltou a ser deputado estadual, se reelegendo no cargo. Entrando no site do candidato tem frases e elogios de políticos. Inclusive uma citação assinada pelo presidente Lula: “Tive o prazer e a honra de acompanhar de perto sua trajetória de luta.”

Marilu Rodrigues, sua vice, é a atual presidente do Psol na cidade. Ela é cientista política formada pela Uninter, e foi professora de língua portuguesa por duas décadas. O plano de governo é seguir os planos dos governos passados de Emídio, “O que eu fiz” é a entrada para seu plano de governo, ou o que ele pretende fazer novamente. Projetos como o “Bolsa Aluguel”, ou o “Poupatempo da Saúde”



 

O doutor dos olhos

Dr Elissandro Lindoso em seu consultório em Osasco Foto: Reprodução/Redes Sociais.
Dr Elissandro Lindoso em seu consultório em Osasco Foto: Reprodução/Redes Sociais. 

 

Dr Elissandro Lindoso(NOVO) usa a seguinte frase no seu site de campanha eleitoral: “Antes de decidir ser médico estudei Direito e Administração de Empresas, mas meu destino, mesmo, era ser Doutor de olhos.”A frase, um tanto contraditória, reflete o percurso do médico político. Maranhense, veio para São Paulo fazer sua especialização em Sorocaba e depois o doutorado na UNIFESP. Nos últimos 16 anos ele foi oftalmologista no Instituto de Visão de Osasco. Inclusive, enquanto era vereador pela cidade em 2016, e depois quando falhou em ser prefeito em 2020. 

Em suas redes sociais, Dr. Elissandro transita entre o médico de família tradicional e o candidato do NOVO. Algumas semanas atrás, ele apareceu com uma camisa xadrez e um jaleco falando da importância de Equipamento de proteção individual para “proteger os olhinhos durante o trabalho” Semanas depois ele aparece abraçado com Pablo Marçal, candidato para prefeitura do estado de São Paulo. O Dr virou o personagem sobre as regras de participação dos debates municipais. Sendo que até Emídio de Souza, seu adversário na eleição, defendeu sua presença no debate do G1, na rede globo. O doutor, por sua vez, pediu que repensarem a decisão em um post.

Seguindo a tendência da direita Brasileira, seu vice é um coronel. Jairton Lucena Ribeiro, entrou na Polícia Militar em 1988 e de acordo com a Associação Policial de Assistência Social (APAS) ele possui “Vasta experiência em policiamento ostensivo, preventivo e repressivo”. O Plano de governo dos dois, até o momento,se baseia em: marcar exame médicos pelo Celular, cortar as secretarias pela metade e fazer convênios com o estado.

Entenda as propostas do apresentador de televisão e agora candidato pelo PSDB
por
Helena Barra e Fernanda Querne
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13/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o perfil do candidato José Luiz Datena, do PSDB.

 

Quem é Datena? 

 Datena está na disputa pela prefeitura pela segunda vez/Foto: Luis Blanco/Wikimedia Commons

José Luiz Datena é apresentador, jornalista, radialista, locutor esportivo e político, formado na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Ficou conhecido por apresentar o programa policial Brasil Urgente, na TV Band, do qual de licença não remunerada para focar na campanha.

Iniciou sua carreira em campanhas políticas em 2015, quando o Partido Progressista o anunciou como pré-candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2016, mas ele acabou desistindo. Atualmente, Datena está no PSDB, filiado desde abril de 2024.
 

Desistências eleitorais

Datena já teve quatro desistências em eleições entre 2016 e 2022. Em 2016, anunciou que sairia do PP, após um ano de filiação, alegando que não poderia permanecer no partido por causa da denúncia de um esquema corrupção na época da Lava Jato.

Foi filiado ao PT por 23 anos, mas abandonou o partido em 2015. Antes de se filiar ao seu partido atual (PSDB), passou pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) no qual ficou por apenas quatro meses. O apresentador também tem passagem pelo Democratas, MDB, União Brasil, entre outros. Ao todo, já passou por 11 partidos filiados.

Em 2022, se lançou ao Senado pelo Partido Social Cristão (PSC), mas desistiu, afirmando que a política não era seu espaço natural.

O apresentador já havia sido pré-candidato ao senado em 2018, mas não deu continuidade afirmando que foi aconselhado por amigos e família a desistir. Em 2020, se candidatou para vice-prefeito de São Paulo, mas novamente não deu continuidade, alegando que havia recebido um pedido para continuar no seu programa, o programa policial Brasil Urgente.

E o vice? 

Saiba quem é José Aníbal, suplente que assume lugar de Serra no Senado

Legenda: José Aníbal em uma coletiva/ Foto: Poder360

 

Presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, José Aníbal foi o escolhido como vice na chapa. Nascido em Rondônia e com 76 anos, é um nome conhecido por sua trajetória política na capital paulista. Por cinco mandatos, foi deputado federal pelo estado de São Paulo, além disso, também foi senador por São Paulo e vereador da capital.

Aníbal se exilou no Chile e depois na França, durante a ditadura militar, onde concluiu seus estudos em Economia na Universidade Sorbonne. Além de seu histórico legislativo, teve uma atuação relevante na política brasileira, como a criação de Comitês pela Anistia no Brasil.
 

Principais Propostas

Em parceria com a PM, Datena promete coibir furtos de celulares. Assim, destacando esse objetivo na Operação Delegada, mesmo que o plano de governo não detalhe a execução. Na área da saúde, o peessedebista promete aumentar o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) até às 21h e ampliar o número de UBS’s 24 horas.

O candidato tucano também pretende expandir a telemedicina, facilitando consultas online com especialistas. Datena fala em reforçar o programa Remédio em Casa, que entrega medicamentos diretamente à população, visando melhorar o acesso à saúde em São Paulo.

Sobre a área de habitação, o jornalista diz que o setor privado teria incentivos fiscais para construir casas na periferia. Em relação à educação, o candidato do PSDB propõe atividades nas escolas do município em período integral, como: ensino de idiomas, aulas de reforço e formação técnica e profissional.