Indústria aposta em preço e modelagem para manter a demanda
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Larissa Pereira José
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26/11/2025 - 12h

 

O jeans continua entre as peças mais consumidas no Brasil e mantém relevância estratégica para a indústria têxtil e para o varejo de moda. Mesmo após mudanças no comportamento do consumidor nos últimos anos, o denim permanece como um dos principais motores de vendas do setor.

Segundo levantamento do IEMI – Inteligência de Mercado, o Brasil produziu cerca de 280 milhões de peças de jeans em 2023. O faturamento do segmento chegou a aproximadamente R$14,7 bilhões no mesmo período. O estudo “Comportamento do Consumidor de Jeanswear no Brasil”, desenvolvido pelo IEMI em parceria com a Vicunha Têxtil, aponta que o jeans responde por cerca de 10% de todo o volume comercializado no mercado de vestuário nacional.

Uma pesquisa divulgada pela Vicunha Têxtil mostra que 80% dos brasileiros consideram o jeans uma peça obrigatória no guarda-roupa. O dado ajuda a explicar a presença constante do produto nas vitrines, campanhas promocionais e estratégias comerciais das grandes redes.

Para Diego Amaral, gerente comercial de uma grande varejista nacional, o desempenho do jeans segue consistente. “O jeans é um dos pilares do faturamento. Ele traz fluxo de clientes para a loja e influencia o desempenho de outras categorias. Quando o jeans performa bem, o restante da coleção tende a acompanhar”, afirma.

Ele explica que o consumo segue forte porque o produto atende diferentes perfis de consumidores. “Vendemos desde modelos clássicos até modelagens mais amplas, como wide leg e cargo. O jovem busca tendência, enquanto o cliente mais velho procura modelos tradicionais. O jeans atravessa gerações”, diz.

De acordo com o IEMI, o comércio eletrônico já representa mais de 5% das vendas de jeans no Brasil, com crescimento contínuo desde 2020. Apesar desse avanço, a loja física segue decisiva na jornada de compra. “O cliente pesquisa online, compara preço, avalia fotos e comentários. Mas o provador ainda define a compra de jeans”, afirma Amaral.

Outro estudo do IEMI, em parceria com o Guia Jeanswear, mostra que preço, caimento e exposição na vitrine são os principais fatores de decisão de compra. A mesma pesquisa aponta que 43% dos consumidores não se lembram da marca do jeans adquirido, o que reforça o peso da experiência no ponto de venda.

“O cliente entra pela promoção, olha a vitrine e decide pelo conforto. Se a peça veste bem, a marca passa a ser secundária”, explica o gerente comercial. Ele afirma que, embora o tíquete médio do jeans seja maior do que o de outras categorias, o consumidor aceita pagar mais quando percebe a durabilidade da peça. “O cliente pensa no custo por uso. Uma calça que dura mais tempo é vista como investimento”, diz.

O consumo de jeans enfrenta pressão ambiental crescente. Estudos da Water Footprint Network indicam que a produção de uma calça jeans pode consumir milhares de litros de água ao longo de toda a cadeia produtiva. Parte desse impacto está concentrada nos processos de lavanderia industrial e acabamento do tecido.

Esse relatório sobre polos de produção de jeans no Brasil aponta desafios no descarte de resíduos têxteis e no uso de produtos químicos, especialmente em regiões com forte concentração de lavanderias industriais, como o agreste pernambucano. O tema passou a ganhar espaço em debates setoriais e em políticas de sustentabilidade nos últimos anos.

Segundo Amaral, essa pauta já chegou ao consumidor final. “O cliente pergunta de onde vem o algodão e se a loja trabalha com práticas sustentáveis. Ainda não é a maioria, mas cresce todo ano”, afirma. Ele diz que a varejista passou a priorizar fornecedores com tecnologias de redução do consumo hídrico e processos menos agressivos ao meio ambiente.

A cadeia têxtil brasileira movimenta cerca de R$ 190 bilhões por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Dentro desse cenário, o jeanswear segue como um dos segmentos mais sólidos do setor, com demanda contínua e forte presença no cotidiano do consumidor brasileiro.

Para o gerente comercial, o principal desafio agora é equilibrar preço, velocidade e responsabilidade. “O consumidor quer novidades, quer preço acessível e quer entender o impacto do produto. O jeans continua forte, mas o jeito de vender mudou”, conclui.

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Consumidores exigem práticas responsáveis e mercado responde com economia circular, inovação de materiais e inclusão social
por
Larissa Pereira
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21/10/2025 - 12h

 

A moda sustentável deixou de ser nicho e passou a ocupar espaço central nas escolhas de consumo. A pesquisa de 2023 do Instituto Akatu em parceria com a consultoria GlobeScan mostrou que 87,5% dos brasileiros preferem comprar roupas de marcas que adotam práticas sustentáveis. A tendência se confirma em levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apontou que nove em cada dez consumidores se sentem desconfortáveis ao adquirir produtos que prejudicam o meio ambiente.

Esse movimento já se reflete no mercado. Segundo a consultoria Research and Markets, o setor de moda sustentável no Brasil foi avaliado em 200,7 milhões de dólares em 2022, com crescimento médio de 3,7% ao ano desde 2017. Projeções indicam que a moda circular, baseada em brechós, aluguel de roupas e reaproveitamento de tecidos, deve crescer entre 15% e 20% ao ano até 2030.

O impacto ambiental da moda, no entanto, continua elevado. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revelam que o país gera cerca de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, sendo que 85% desse volume acaba em aterros. Em escala global, a ONU Meio Ambiente estima que a moda é responsável por 10% das emissões de carbono e ocupa a posição de segundo maior poluidor de água doce. A produção anual chega a 80 bilhões de peças, mas menos de 1% desse total é reciclado.

Diversos projetos mostram caminhos de transformação. A rede Justa Trama reúne agricultores, fiadoras, tecelãs e costureiras em cinco estados na produção de algodão agroecológico cooperado, com renda distribuída de forma justa. Na Amazônia, iniciativas como Selvática, que reaproveita retalhos de estofados, e Yara Couro, que cria materiais a partir de pigmentos vegetais, demonstram o potencial da economia criativa aliada à preservação ambiental.

Entre as grandes redes do varejo brasileiro, C&A, Renner e Riachuelo começaram a adotar iniciativas relacionadas ao uso de algodão sustentável, coleções com fibras recicladas e programas de logística reversa. Essas medidas ainda representam uma fração pequena da produção total, mas indicam que a pressão dos consumidores começa a influenciar também o fast fashion.

Apesar dos avanços, trazer produtos sustentáveis para as lojas de departamento não é tarefa simples. Em entrevista exclusiva para a AGEMT, Luiz Gustavo Freitas da Rosa, dono e criador da marca sustentável Tairú, conta que a iniciativa nasceu em 2023 a partir do contato com um projeto experimental de calçados em Tyvek e de uma pesquisa sobre cânhamo, fibra natural com propriedades ambientais superiores ao algodão. “Desenvolvi protótipos, apresentei amostras na Europa e, ao retornar ao Brasil, lançamos uma primeira coleção com seis modelos de tênis e mais de 40 variações, além de camisetas em algodão orgânico e tingimento natural”, relata.

Luiz Gustavo aponta barreiras importantes: o cânhamo não pode ser cultivado legalmente no Brasil para uso têxtil, o que obriga a importação; fábricas nacionais nem sempre estão preparadas para materiais alternativos como couro vegetal à base de milho; e o algodão orgânico tem custo superior ao convencional, encurtando margens e alongando a cadeia produtiva. “Produzir de forma sustentável ainda é mais caro. Trabalhamos com pequenas tiragens, fornecedores especializados e processos que incluem inclusão social, o que eleva o preço final”, explica.

Sobre a competição com as grandes magazines, ele afirma que a estratégia da Tairú não é disputar preço, mas oferecer uma alternativa de valor: “O consumidor da nossa marca compra conforto, design e propósito; não apenas um produto barato.” Para furar a bolha dos consumidores já engajados, a Tairú se posiciona como marca de lifestyle urbano e investe em ativações culturais, collabs e na Casa Tairú, espaços que atraem público pela música e pela cultura e só depois revelam os atributos sustentáveis dos produtos.

Na comunicação, Luiz Gustavo destaca a transparência como prática contra o greenwashing: a marca revela a origem dos materiais, mostra quem produz as peças e admite limitações. Ele cita exemplos concretos, como fábricas compostas por mulheres, ecobags produzidas por ex-detentos e etiquetas fornecidas por cooperativas que empregam pessoas com deficiência. “Não romantizamos nem prometemos perfeição; mostramos passos concretos e os desafios que ainda temos”, afirma.

Segundo ele, o maior obstáculo é transformar a consciência em hábito de compra. Para que a sustentabilidade deixe de ser exceção e se torne regra, Luiz Gustavo defende investimento em comunicação clara e aumento da escala produtiva para reduzir preços, além de mudanças estruturais na cadeia têxtil.

O debate avança em escala internacional. O relatório Fashion Transparency Index 2024, da Fashion Revolution, mostrou que a maior parte das grandes marcas ainda não divulga informações completas sobre suas cadeias de fornecimento. Já o State of Fashion 2024, da McKinsey em parceria com o Business of Fashion, destaca que a pressão regulatória tende a tornar mais rígidos os critérios de produção e comercialização, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

A combinação de dados, iniciativas e mudanças de comportamento mostra que a moda sustentável não é apenas uma promessa. Ela se consolida como exigência de mercado e como caminho inevitável para reduzir o impacto de uma das indústrias mais poluentes do mundo.

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Minimalismo, funcionalidade e inovação refletem mudanças econômicas e sociais
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Luana Marinho
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18/09/2025 - 12h

A moda, frequentemente apontada como um espelho dos tempos, volta seus olhos para tempos de escassez. Em meio à instabilidade econômica global, marcada por inflação persistente e crises políticas ao redor do mundo, ganha força o chamado “Recessioncore” (estética da recessão), que traduz, de forma visual, a precariedade e o desânimo de uma geração.

“Quando falamos de recessões, de crises econômicas, dá para ver esse reflexo diretamente na moda. Hoje, vivemos uma grande incerteza econômica, e muitas marcas de luxo começaram a lançar campanhas desperdiçando comida, baguetes sendo amassadas, frutas jogadas no chão da feira, alimentos destruídos”, afirma Audry Mary, especialista em marketing de moda e influenciadora digital. “É uma forma de comunicação: enquanto a base está sofrendo com a falta, quem consome a marca pode esbanjar. E isso é extremamente político”, acrescenta Audry.

Se nos anos de crescimento econômico os desfiles explodem em cores vibrantes, brilhos e ostentação, em momentos de incerteza o figurino muda: tons neutros, silhuetas sóbrias e peças utilitárias assumem o protagonismo. É o que se vê agora com a ascensão da estética “clean girl”, termo popularizado no TikTok e em outras redes sociais que descreve um estilo minimalista, com peças básicas, cores neutras e cortes discretos 

"Elas são mais acessíveis, carregam pouca informação de moda e seguem um estilo mais recatado, mais doméstico”, diz Audry sobre as roupas identificadas com o estilo. “É conservador, e as marcas estão apostando muito nisso”, explica.

Segundo a especialista, a estética “clean girl” não surge isoladamente: é resultado direto de um contexto econômico instável, no qual o crescimento do "quiet luxury" (luxo silencioso) e de coleções minimalistas indica que as marcas buscam transmitir segurança e sobriedade. Historicamente, períodos de recessão geraram mudanças semelhantes. Durante a Grande Depressão, cortes retos e tecidos duráveis se tornaram padrão, enquanto a crise de 2008 reforçou o consumo de fast fashion e peças de baixo custo, ainda que de qualidade inferior.

O impacto econômico também se reflete no crescimento do mercado de roupas de segunda mão, que se tornou um indicativo claro das mudanças no comportamento de consumo. Nos Estados Unidos, o mercado de moda de segunda mão alcançou US$ 50 bilhões em 2024, com projeção de crescimento para US$ 73 bilhões até 2028, impulsionado principalmente por millennials e pela geração Z, nascidos entre 1981 e 2010, que buscam alternativas mais acessíveis e responsáveis. Esse movimento transforma o mercado de segunda mão em uma tendência não apenas econômica, mas também cultural, refletindo valores de sustentabilidade e consumo consciente.

No Brasil, a ascensão dos brechós segue a mesma lógica: adaptação à crise econômica, respeito às prioridades financeiras e resposta às incertezas sociais. Segundo dados do Sebrae, o país contava com mais de 118 mil brechós ativos em 2023, representando um aumento de 30,97% em relação aos cinco anos anteriores. Além disso, o mercado de brechós no Brasil deve movimentar cerca de R$ 24 bilhões até 2025, superando o mercado de “fast fashion” até 2030, conforme projeções da Folha de São Paulo.

O crescimento do mercado de brechós também é impulsionado por plataformas digitais. O Enjoei, com mais de 1 milhão de compradores e 2 milhões de vendedores ativos, abriu recentemente sua primeira loja física no Rio de Janeiro e adquiriu a Gringa, plataforma de revenda de artigos de luxo de segunda mão, por R$ 14 milhões, evidenciando a demanda crescente por itens de alto valor.

Esse movimento também pressiona a indústria tradicional, que já responde com novas estratégias. O aumento dos custos de produção deve acelerar o uso de matérias-primas alternativas, como tecidos reciclados e fibras de origem vegetal, além de experimentos com couro vegetal e biotêxteis. Ao mesmo tempo, cresce a exigência por transparência nas cadeias de produção: passaportes digitais de produtos, rastreabilidade de origem e relatórios de impacto ambiental podem deixar de ser tendência para se tornar padrão da indústria.

Olhando para o futuro, a moda deve consolidar caminhos cada vez mais funcionais, atendendo à demanda de consumidores impactados pela instabilidade econômica, que priorizam praticidade e durabilidade. Segundo Audry, essa tendência deve se intensificar. “Acredito que vamos ver cada vez mais peças utilitárias, roupas multiuso e tecidos resistentes ganhando protagonismo, porque o consumidor está buscando longevidade e funcionalidade em tudo o que veste”, afirma.

O minimalismo, já consolidado, deve permanecer central, mas com variações sutis. “Minha aposta é que tons terrosos, cortes amplos e peças que permitam personalização vão se tornar ainda mais comuns, enquanto pequenos revivals dos anos 2000 e 2010 reinterpretam itens básicos para novas gerações”, diz a influenciadora, que também projeta expansão de modelos híbridos, que combinam venda de peças novas, revenda, aluguel e customização, fortalecendo a economia circular como resposta prática às restrições financeiras. 

A tecnologia surge ainda como aliada estratégica, com inteligência artificial e provadores digitais ajudando marcas a reduzir desperdícios e aproximar consumidor e produto. “A inovação permite que a indústria transforme limitações econômicas em oportunidades criativas”, conclui Audry, reforçando que, para o futuro, a moda funcionará como um laboratório de soluções, mais do que apenas reflexo de crise.

 

 

 

A semana de moda americana deu start na temporada internacional que marca o mês de Setembro
por
Felipe Volpi Botter
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15/09/2025 - 12h

De 11 a 16 de setembro, a cidade de Nova Iorque abre espaço em sua frenética rotina para as passarelas apresentarem as novidade da Primavera/Verão 2026 e abrilhantar os olhos dos fãs de moda.

No dia de ontem, 14, Manhattan foi banhada por looks com mistura de texturas entre tecidos fluidos, bordados, transparências. Além de um protagonismo para uma alfaiataria reformulada, com cortes ousados e proporções exageradas.

Cores neutras mescladas com pontos de cores vibrantes de (vermelho, laranja e estampas arriscadas), marcaram o quarto dia de evento, que integra o calendário das chamadas "Big Four" ao lado de Paris, Milão e Londres.

O street style acompanhou essa atmosfera de contrastes: looks mais sóbrios recebendo toques fortes com a adesão de acessórios chamativos, sobreposições e cortes assimétricos.

A beleza esteve com foco em peles naturais, "menos pesado”, valorizando textura natural da pele, evidenciando seu brilho sutil.

Alguns desfiles se ressaltaram na mídia pela forte identidade visual, seja pelas temáticas ou pela presença de celebridades, como Oprah Winfrey, Lizzo, Natasha Lyonne e outros.

Kai Schreiber, filha trans de Naomi Watts e Liev Schreiber, abriu o desfile de Jason Wu. O show homenageou o artista Robert Rauschenberg, mesclando arte e moda fortemente influenciadas pelo seu legado.
 

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A modelo Kai Schreiber abrindo o desfile de Jason Wu (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

O designer Christian Siriano apresentou uma coleção primavera/verão 2026 com inspiração no velho glamour de Hollywood; houve vestidos longos, looks dramáticos, mistura de masculinidade e feminilidade com peças ousadas, além de chapéus impactantes.
 

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Desfile Christian Siriano (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

Sergio Hudson mostrou uma coleção vibrante, com ternos trabalhados, uso de estampas e bordados com inspiração africana, foco em alfaiataria refinada.

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Desfile Sergio Hudson, com inspiração no glamour da moda africana (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

Momentos de street style e aparições de celebridades: muita gente do mundo artístico presente nos desfiles e eventos de moda, com looks chamativos, acessórios fortes, e aquele mix de elegância + ousadia.

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Celebridades presentes no evento, como Katie Holmes e Whoopi Goldberg (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)



Vivian Wilson (filha de Elon Musk) fez sua estreia em passarela, desfilando para Alexis Bittar. O desfile abordou uma temática social/política, misturando teatralidade e crítica em sua estética.

 

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Vivian Wilson no desfile da Alexis Bittar (Foto:©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

 

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Setor têxtil cresce com foco em bem-estar, tecnologia e sustentabilidade
por
Larissa Pereira José
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05/09/2025 - 12h

 

Gradualmente, a busca pelo bem-estar deixou de ser apenas mais uma tendência momentânea e se consolidou como um dos principais motores da moda. No Brasil, de acordo com o Sebrae Paraná, o setor fitness movimenta cerca de R$ 8 bilhões por ano e cresce em média 8,2% ao ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país ocupa a segunda posição no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, e atrai investimentos que unem estilo, performance e consciência ambiental.

O fenômeno é reforçado pelo enclothed cognition, conceito que descreve como as roupas influenciam o comportamento. Vestir roupas esportivas aumenta a disposição para a prática de exercícios, unindo moda e psicologia. No Brasil, casos de sucesso confirmam o potencial. A marca catarinense Live! cresce cerca de 45% ao ano e já exporta para Ásia e Oriente Médio, consolidando a vocação nacional para o segmento.

Em entrevista exclusiva para a AGEMT, a estilista Dafne Setton, especialista em moda fitness, defende que esse cenário reflete uma transformação no comportamento do consumidor. “Hoje as pessoas querem se sentir bem durante todo o dia. A roupa precisa ter conforto, permitir mobilidade e, ao mesmo tempo, transmitir estilo. É por isso que o athleisure se tornou um símbolo de estilo de vida. Ele expressa disciplina e descontração”, afirma.

As novas preferências apontam para silhuetas mais amplas, como calças cargo e trackpants oversized, em substituição às leggings ajustadas ao corpo. Ao mesmo tempo, cresce a exigência por sustentabilidade, reforçando o protagonismo de tecidos tecnológicos que unem compressão, respirabilidade e fibras recicladas. “Tecido ecológico não é mais um diferencial e sim um requisito. O consumidor jovem exige isso”, explica Dafne. O mercado de luxo também se aproxima desse movimento, criando um fenômeno conhecido como cardio couture — tradução livre “alta costura do cardio”, expressão usada para definir treinos ou práticas esportivas que incorporam estética e sofisticação típicas da moda de luxo, transformando o exercício físico em experiência de estilo. Grifes como Louis Vuitton e Prada lançaram acessórios esportivos sofisticados, transformando o athleisure em um item de estilo de vida.

O clima tropical brasileiro também favorece o uso cotidiano de roupas leves, que transitam facilmente entre o ambiente de treino e o lazer. Além disso, a forte cultura de praia e a valorização da estética corporal ajudam a consolidar um estilo de vida em que o bem-estar é parte do cotidiano. Esse contexto cria um mercado interno robusto e uma vitrine atraente para a exportação de marcas nacionais.

Outro ponto de destaque é a crescente adesão das academias e estúdios de bem-estar a estratégias de branding ligadas à moda. Muitas oferecem coleções próprias de roupas e acessórios, transformando a experiência do aluno em um pacote completo, que vai do exercício ao consumo de estilo. Essa convergência entre saúde, moda e consumo reforça o wellness como um setor multifacetado, em constante expansão e com impacto cultural direto no modo de vestir dos brasileiros.

As redes sociais também impulsionam o processo. Plataformas como TikTok e Instagram transformaram a estética wellness em repertório visual que mistura treino, alimentação saudável e moda esportiva. “As pessoas não compram só a roupa, compram a ideia de vida equilibrada — e isso é altamente compartilhado online”, observa a estilista. Para ela, o futuro da moda fitness estará ligado à tecnologia, personalização e monitoramento em tempo real. Tecidos inteligentes capazes de acompanhar sinais vitais já estão em desenvolvimento e devem ganhar espaço. “Wellness é uma nova forma de viver. Quem entender isso estará à frente do mercado”, conclui.

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Versace, Gucci, Tod's e Missoni marcam a disputa entre clássico e moderno nas passarelas
por
Luiza Zequim
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23/09/2024 - 12h

Os desfiles desta sexta-feira (20), da Semana de Moda de Milão, exibiram o contraste entre tradicional e inovação. Com marcas luxuosas clássicas como Gucci e Versace reafirmando sua notoriedade, tributos ao artesanato italiano na Tod’s e mudanças criativas de Missoni, as apresentações marcaram um dia repleto de novidades no mundo da moda. 

 

Gucci —  na estética Casual Grandeur - Grandiosidade Casual -  a grife italiana trouxe como tema a mágica do por do sol 

Regado de celebridades e sob direção de Sabato De Sarno, a clássica italiana trouxe em seu desfile a reafirmação da “antiga Gucci”.  A passarela em tons terrosos, localizada no Triennale, foi palco para uma coleção que mistura textura, tecidos, tonalidades e cores. 

 

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Gucci primavera/verão 2025 (Reprodução: Gucci Fashion Network)

 

As peças trouxeram a essência da moda dos anos 60, com casacos estruturados, tops simétricos, saias e vestidos longos com rendas, transparência e fendas elegantes. A mistura entre tons neons e terrosos e a alternância entre conjuntos casuais e formais fizeram o desfile atender às expectativas criadas.    

 

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Gucci primavera/verão 2025 (Reprodução: Gucci Fashion Network)

 

Sem dúvidas, o artigo mais aclamado foi o retorno da Gucci Bamboo 1947, a tradicional bolsa clutch com a alça de bambu curvada. Todos os designs foram regados de acessórios  —  bolsas atrativas, óculos coloridos, chapéus volumosos, e colares pesados, todos alinhados com a paleta escolhida. Para finalizar as composições, foram incorporadas botas na altura dos joelhos, saltos e sapatilhas triangulares e sapatos esportivos. 

 

Versace se mantém na estética clássica sem grandes mudanças e diferenciação

Donatella Versace, umas das estilistas mais imponentes do mundo da moda e dona da marca, comentou que a intenção do desfile era focar no “otimismo e na alegria”. Analistas e críticos colocaram em questão o mantimento de inspirações e falta de inovação na exposição. A tradição é importante no mundo da moda, mas com o surgimento de ateliês novos e modernos, esse conceito precisa ser incorporado à modernidade para que as criações não se tornem repetitivas. 

As peças desfiladas apresentaram saias florais e tops com recortes assimétricos ou com padrões de zig zag, além da mistura entre cores vivas e tons pastéis. Os principais tecidos trajados incluíram sedas e rendas transparentes, realçando a estética dos anos 90 presente. Para compor os designs, os sapatos femininos incluíram saltos finos ou plataformas com tons vibrantes. 

 

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Versace primavera/verão 2025 (Reprodução: Versace)

 

As roupas masculinas acompanharam o mesmo padrão, criando uma conexão natural, com enfoque em ternos e jaquetas, completados com sapatos esportivos e meias com sandálias.

Por fim, o desfile ainda contou com algumas peças em dourado com traços de ouro exibindo a sensualidade e tradição da marca italiana. 

 

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Versace primavera/verão 2025 (Reprodução: Versace)

 

Tod’s contra o conceito de Inteligência Artificial e a favor da Artisanal Intelligence (Inteligência Artesanal)

Matteo Tamburini, diretor criativo da marca, comentou pouco antes do desfile: “A inteligência artesanal vai contra o que todos falam, o foco está em um produto muito elevado, o Made in Italy.”

O desfile apresentou peças formais e lineares, combinando saias e calças com blusas oversized. Os casacos assimétricos com grandes proporções, mistura entre tecidos de couro e linho, e os clássicos sapatos Gommino trouxeram elegância e casualidade para a coleção.  

 

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Tod’s primavera/verão 2025 (Reprodução: Instagram/@Tod’s)

 

A locação do desfile seguiu uma das tendências mais presentes nesta Semana de Moda de Milão, a passarela e suas instalações brancas, destacando a paleta de cores e os formatos das roupas.

 

Missoni com padrões artísticos, memórias culturais e  zig zag volta a sua essência

Se diferenciando da última apresentação em 2023, a coleção de Filippo Grazioli trouxe cores primárias e vibrantes, além de formatos assimétricos únicos, tecidos fluídos e bufantes e acessórios que remetem a povos originários,  trazendo de volta o espírito criativo e divertido. 

Todas as criações foram acompanhadas por sandálias de dedo coloridas que alongam e dão continuidade aos designs. 

 

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Missoni primavera/verão 2025 (Reprodução: Vogue Runway)

 

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O ateliê carioca transforma tecidos naturais em peças atemporais, unindo conforto e sustentabilidade
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
Natália Matvyenko
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20/09/2024 - 12h

A Handred, marca nacional, estará na 58º edição do São Paulo Fashion Week, que neste ano homenageará Regina Guerreiro - editora que fez história no cenário da moda brasileiro. Situado no vibrante cenário carioca, o ateliê Handred, fundado em 2012 por André Namitala, destaca-se por traduzir a leveza e a estética da praia em um vestuário contemporâneo e confortável. A marca é conhecida por sua abordagem cuidadosa na seleção de materiais, utilizando tecidos naturais como linho, seda, algodão e lã. Cada um desses materiais é escolhido não apenas por sua beleza, mas também por suas propriedades que proporcionam uma sensação de bem-estar ao usuário, criando peças que remetem a memórias afetivas e desejos pessoais.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

O espaço do ateliê é projetado para ser acolhedor e intimista, refletindo um profundo compromisso com a produção artesanal. Desde o início do processo criativo, há uma valorização significativa dos detalhes. Cada textura é considerada e cada forma cuidadosamente elaborada. O resultado são cortes amplos e designs fluidos que caracterizam as coleções, permitindo liberdade de movimento e conforto. As criações são versáteis, adaptando-se a diferentes estilos e ocasiões, e transcendem as limitações de estações e gêneros.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

A grife se destaca pelo seu compromisso inabalável com a produção local, mantendo toda a fabricação dentro do Brasil. Atualmente, a marca conta com três lojas que servem como espaços não apenas de venda, mas também de interação e troca com os clientes. A produção artesanal e a qualidade das peças continuam a ser prioridades, mesmo em um mercado que muitas vezes prioriza a produção em massa e a velocidade. O modelo de negócios da Handred é sustentado por práticas que respeitam o meio ambiente e as comunidades locais, promovendo um ciclo de consumo consciente.

Recentemente, a marca expandiu sua presença com a abertura de uma nova loja em São Paulo, no shopping Pátio Higienópolis. Além disso, a etiqueta  lançou a linha 'Reconstrução', uma iniciativa que representa seu forte compromisso com a sustentabilidade. Essa coleção é composta por peças criadas a partir de materiais excedentes do ateliê, resultantes de um processo de reaproveitamento que ganhou força durante a pandemia. A 'Reconstrução' não apenas minimiza o desperdício, mas também celebra a criatividade ao transformar sobras de tecidos e materiais não utilizados em peças únicas e limitadas.

A marca também adota diversas práticas sustentáveis, como a confecção de sacolas feitas a partir de restos de tecido e a reutilização de embalagens. Essas ações visam reduzir o impacto ambiental da marca e demonstram um compromisso com a responsabilidade social. Sua clientela é diversificada, composta por pessoas que valorizam a autenticidade e a qualidade das peças, atraindo tanto aqueles que buscam uma estética limpa e atemporal, quanto clientes mais velhos que possuem memórias afetivas ligadas a tecidos clássicos e que apreciam a durabilidade e o cuidado na confecção das roupas.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

Com um enfoque que harmoniza estética, funcionalidade e responsabilidade ambiental, Handred se estabelece como uma referência no cenário da moda. Suas criações vão além do simples ato de vestir; são expressões de histórias que respeitam o planeta e as pessoas, demonstrando que é possível unir estilo e consciência em cada peça.

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A grife paraense fará sua estreia no dia 16, com uma coleção de materiais sustentáveis e forte vínculo com a Amazônia.
por
NINA JANUZZI DA GLORIA
Maria Luiza Costa
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20/09/2024 - 12h

 

Acontece em outubro, do dia 14 a 21 a 58ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW N58). Ao todo, a semana de moda paulista contará com 40 desfiles, distribuídos entre o Parque Ibirapuera, o Shopping Iguatemi e outras locações externas, como o Pavilhão Japonês e o Complexo Cultural Júlio Prestes. 

Essa edição prestará homenagem à jornalista e editora Regina Guerreiro, com uma exposição intitulada "As Joias da Rainha" no Pavilhão das Culturas Brasileiras. No dia 14, Alexandre Herchcovitch fará seu retorno, abrindo o evento com seu desfile no Complexo Cultural Júlio Prestes. O encerramento ficará por conta de Fernanda Yamamoto, no Pavilhão Japonês, celebrando os 70 anos desse espaço.

Entre as marcas que irão passar pela São Paulo Fashion Week, está a grife paraense Normando, que irá estrear nas passarelas no dia 16 de outubro (quarta-feira) no Pavilhão das Culturas Brasileiras, às 19h30.

Normando

A marca que surgiu na Amazônia, foi criada pelos paraenses Marco Normando, que é diretor criativo da grife, e Emídio Contente, artista visual e publicitário, responsável pela concepção das coleções e da apresentação delas aos consumidores.  

Lançada em 2020, a Normando construiu sua base de clientes online, porém em 2024 abriu sua primeira loja física em São Paulo. Com o conceito “slow fashion” - que busca equilibrar narrativas, qualidade e o uso de matéria-prima - seus designs conquistaram o coração do público. 

 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

Dois anos após sua criação, foi uma das marcas celebradas na primeira edição do "Vogue Celebra", evento que enaltece nomes nacionais que geram impacto positivo na sociedade, promovido pela Vogue Brasil/Globo Condé Nast.

A grife já vestiu diversos nomes importantes, como Xuxa, Rebeca Andrade e Claudia Raia. Além disso, um ponto alto para a visibilidade do trabalho dos artistas, foi o início de setembro, quando a cantora Luísa Sonza vestiu peças Normando para a abertura do jogo da NFL no Brasil.

A marca paraense apresentará sua coleção no Pavilhão das Culturas Brasileiras, o que encaixa perfeitamente com a promessa do designer de trazer para suas criações a forte conexão que tem com suas raízes amazônicas. 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

 

Conhecida por sua alfaiataria refinada e pela utilização de materiais orgânicos, que refletem uma fusão entre a tradição e inovação, a coleção irá destacar o uso de matérias-primas sustentáveis como o látex amazônico e a jarina, uma semente que substitui o marfim animal. 

A apresentação da grife no SPFW será uma oportunidade para ampliar sua visibilidade no cenário nacional e mostrar ao público o resultado de suas pesquisas sobre a cultura da Amazônia e da moda sustentável. 

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Alexandre Herchcovitch retorna ao SPFW com desfile de abertura
por
Carolina Johansen Saraiva de Carvalho
Julia Cesar Rangel
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19/09/2024 - 12h

A 58a edição da São Paulo Fashion Week anunciou nesta segunda-feira (16) o calendário que contará com o retorno do designer Alexandre Herchcovitch como abertura da temporada. Pioneiro das semanas de moda no Brasil, o desfile da ‘Herchcovitch; Alexandre’ ocorrerá no dia 14 de outubro, às 11h, na Secretaria Estadual de Cultura no Complexo Cultural Júlio Prestes, no centro da cidade. 

Alexandre  Herchcovitch ficou conhecido por criar suas peças pensando na atemporalidade e não se curvar ao modelo de produção fast-fashion. Tanto em qualidade quanto em design, o estilista se afasta dos produtos efêmeros e de curto ciclo de vida, ao optar por materiais de boa qualidade e consumo consciente. Em entrevista para o programa ‘Roda Viva’, o designer afirma sobre a qualidade e durabilidade de suas coleções: “As minhas roupas são slow-fashion. É uma roupa que você paga mais caro, porém ela irá durar cerca de seis anos.  Se for menos de seis anos, eu irei achar o meu trabalho um desserviço.”

No ano de 2016 o designer vendeu a sua marca ‘Alexandre Herchcovitch’ para o grupo InBrand. Seis anos mais tarde, ele retorna a marca como o diretor de criação. Durante uma conversa com a plataforma ‘Steal the Look’, Herchcovitch declara: “Não aceitei a proposta de renovação. Quem não aceitou continuar trabalhando lá fui eu, porque era uma proposta muito unilateral e que não permitia o meu avanço em outros cenários como a sustentabilidade”.

Alexandre Herchcovitch na SPFW
Alexandre Herchcovitch (Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite)

Herchcovitch apresentou suas coleções diversas vezes na SPFW – conhecida como a maior semana de moda da América Latina. Por conta do seu afastamento da marca, atualmente ele diz desconhecer o seu público, contudo acredita que este seja composto por pessoas que gostam da moda duradoura. “Para se produzir a moda do Brasil, basta você ser brasileiro.” afirma Alexandre na mesma entrevista citada anteriormente. Ele afirma que recentemente os estilistas brasileiros deixaram de fazer moda europeia ou americana, quando perceberam que o nosso país tem muita cultura a ser utilizada no mundo fashion. O ato de enxergar o talento nas nossas raízes, fez com que houvesse uma procura pela cultura brasileira e como fruto dessas ações surge o Brazil Core, estilo inspirado no país que teve muito sucesso no mundo todo no ano passado, através do impulso das redes sociais.

Para Alexandre, a moda é uma forma de expressão, uma maneira de viver e acredita que consegue transmitir para as pessoas através da roupa dele seus pensamentos e sentimentos. Quanto às críticas, para o programa ‘Roda Viva’ ele afirma que elas o ajudam a crescer e que sempre buscava ler o que falavam sobre suas coleções. Entretanto, o designer disse que as críticas de moda se esvaziaram e hoje em dia são apenas elogios, afirmando que isso não contribui em nada para o crescimento dos artistas. Alexandre Herchcovitch é um dos designers mais aclamados do Brasil, conhecido por suas coleções únicas e ousadas e seu modo de produção consciente e slow-fashion. Seu retorno ao SPFW como “Herchcovitch; Alexandre” promete ser um dos destaques do evento, incitando altas expectativas no público para seu comeback com uma coleção que promete impressionar e inspirar. 

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Design feito por jovem estilista inova ao trazer sustentabilidade como foco
por
Davi Garcia
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19/09/2024 - 12h

 

Na última terça-feira (17), foi apresentado, na Fashion Week de Milão, a nova camisa nº3 da Udinese, clube italiano que disputa a Serie A, principal divisão do país. Feito pela estilista italiana Flora Rabitti, de 32 anos, em conjunto com a Macron, o uniforme inova ao ser produzido de maneira 100% sustentável. 

Com design em cor lilás e chamas brancas por toda a camisa, Flora se inspirou nos raios de sol presentes no relógio da praça principal da cidade de Udine, a ‘Piazza della Libertà’ (Praça da Liberdade). Além disso, o elemento faz parte de um grande significado cultural para a cidade, presente em obras e peças da região.

Nova camisa nº 3 da Udinese. (Foto: Instagram/Udinese)
Nova camisa nº 3 da Udinese. (Foto: Instagram/Udinese)

 

A Udinese tem a tradição de ser um time ecologicamente sustentável, se intitulando como o “mais verde da Itália”. Os uniformes da equipe já são derivados de plástico reciclado, porém, a nova camisa do time de Udine terá todos os detalhes feitos a partir desse material, algo nunca feito na história.

O clube italiano exibiu seu uniforme durante uma mesa sobre a união do futebol com a sustentabilidade na Fashion Week de Milão, que começou no dia 17 de setembro e vai até o dia 23 do mesmo mês.

Modelo exibe novo uniforme da Udinese no Museu Casa Cavazzini. (Foto: Instagram/Udinese)
Modelo exibe novo uniforme da Udinese no Museu Casa Cavazzini. (Foto: Instagram/Udinese)

 

Em entrevista no evento, Magda Pozo, diretora comercial da Udinese, valorizou o trabalho de Flora Rabitti, e ressaltou os valores do clube de Udine: “O desenho do nosso uniforme de 2024/25 reflete perfeitamente nossos valores de inovação e sustentabilidade. Está em linha com nosso compromisso comum de apoiar os jovens, o que nos levou a trabalhar ao lado de Flora Rabitti, que é um talento emergente no mundo da bola”.

 

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