O prazer efêmero da compra logo dá lugar a um vazio crescente
por
Giovanna Montanhan
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12/11/2024 - 12h

Por Giovanna Montanhan

 

Abrir o TikTok é como piscar e ver o mundo mudar em uma fração de segundos. Em uma rolagem veloz, surgem truques para uma maquiagem glow, táticas para uma “pele de porcelana”, segredos para esconder as olheiras com batom vermelho e até dicas para um contorno "ideal" feito com utensílios de cozinha. Uma técnica “nunca antes vista” de delineado usando apenas um grampo de cabelo, uma máscara capilar líquida que permanece nos fios por míseros segundos e que “repara até a alma” — tudo parece essencial, urgente. De um lado, surge uma técnica viral que promete lábios mais volumosos usando apenas corretivo e gloss, aplicados estrategicamente para criar a ilusão de lábios carnudos e esculpidos; do outro, alguém massageia o rosto com um Gua Sha, uma técnica tradicional de origem chinesa que utiliza uma pedra para esculpir a face, de quartzo rosa recém-adquirida, prometendo desinchar o rosto em poucos minutos. A tela se enche de novas promessas a cada hora em que o aplicativo é aberto, como o colágeno em pó que, misturado na água, garante uma dose de juventude pelas próximas décadas, ou a aplicação de blush no nariz para dar aquela falsa sensação de que se esteve na praia e se queimado, e até mesmo o sérum coreano feito de mucina de caracol para uma pele supostamente mais firme e hidratada. Cada dica desponta como um raio no feed, iluminando tudo ao seu redor por um instante, apenas para ser engolida pela próxima febre que chega avassaladora, tornando a moda anterior esquecida antes mesmo de ser assimilada.

No território implacável das redes sociais, onde promessas de uma pele impecável e uma beleza reluzente se espalham como um feitiço, mulheres de todas as idades deslizam os dedos na tela em busca de um brilho que pareça emanar de dentro para fora. Cada toque, cada deslizar, aproxima as compradoras de um ideal escorregadio, um reflexo de perfeição, sintetizado na imagem da pele viçosa perfeita — tão brilhante e lisa quanto um donut vitrificado, idealizada pela marca Rhode, da modelo Hailey Bieber.

Mas essa busca pela beleza aparentemente simples não é tão doce como parece. As consumidoras, atraídas pelos vídeos de influenciadoras, são envolvidas por um mercado que promove o “Glazing Milk” e os “Peptides Lip Tints” como a chave para a pele e os lábios dos sonhos. Não se trata apenas de hidratar, de cuidar ou de valorizar o que já existe, mas de transformar, de reconstruir, de alcançar um brilho irreal que reflete expectativas impossíveis. Para muitas, o desejo por essa pele vitrificada é como um chamado, uma chance de fazer parte de um ideal estético que atravessa culturas, idades e contextos, porém inacessível para a maioria.

No Brasil esse sonho assume ares de luxo proibido. Sem distribuição oficial, os produtos da Rhode se transformam em verdadeiros tesouros a serem caçados em mercados paralelos, frequentemente repletos de riscos. Para experimentá-los, os brasileiros precisam superar o desafio da importação, enfrentando preços inflacionados e longas esperas. Quanto mais distante o sonho, mais intensamente ele é desejado. Em um contexto onde a estética perfeita é exaltada acima de tudo, esses itens de design minimalista tornam-se uma espécie de Santo Graal — símbolos de um ideal que poucos conseguem vivenciar diretamente, mas que muitos cobiçam com olhares ávidos.

Não são apenas os hidratantes e lip tints da Rhode que repousam nesse altar de desejo inatingível. O Lip Glow Oil da Dior, envolto em promessas de lábios irresistíveis, reflete um brilho de glamour que atiça os corações, enquanto a Rare Beauty de Selena Gomez, com seus blushes e iluminadores, embriaga o imaginário dos mais jovens. Há algo mágico, quase sedutor, nesses frascos delicados, como se cada camada de produto pudesse transformar a pele em uma tela de sonhos, oferecendo uma beleza que parece brotar sem esforço algum. Cada uma dessas embalagens repousa no nécessaire com uma falsa simplicidade, promovido com tamanha precisão que passa a impressão de que esses pequenos luxos são mais que desejos — são quase como amuletos, indispensáveis no ritual silencioso de buscar, no reflexo, um toque de perfeição que talvez nunca se alcance.

A obsessão pelo "glazed look" transcende o próprio produto. Não se trata de um efeito milagroso na pele ou da suavidade nos lábios; é uma busca por alinhamento com um ideal, uma concepção vendida como pura, mas que, na verdade, carrega o peso do consumo incessante. Influenciadores, com seus vídeos cuidadosamente editados, se tornam os arautos dessa estética quase mítica, revelando apenas fragmentos do que os produtos prometem, sem expor o verdadeiro custo envolvido. Enquanto isso, do outro lado da tela, um exército de seguidores desliza, em busca do próximo vídeo, da nova promessa — na esperança de transformar um sonho distante em uma realidade tangível, ainda que efêmera.

O TikTok, com seu algoritmo hipnotizante, tornou-se uma vitrine onde milhares de consumidoras mergulham em tutoriais e resenhas, investindo tempo e dinheiro na promessa de uma pele reluzente. Entre elas, há quem se pergunte até que ponto esse ritual em frente ao espelho reflete uma busca legítima pela autoestima ou se é apenas mais uma ferramenta do capitalismo que usa o desejo por aceitação e inclusão para alimentar o consumo excessivo.

É como uma trilha de pequenas confissões, uma corrente de desejos transformados em mercadoria. Em cada vídeo, em cada review impulsionado por essas marcas silenciosas, há mulheres que, ao deslizar a tela e ceder ao apelo das tendências, começam a ver suas rotinas, seus sonhos e até seu próprio reflexo se curvarem a um padrão escorregadio e volátil.

Júlia, Helena e Rayssa são alguns exemplos de meninas que compram de acordo com a tendência do momento no TikTok. Cada uma mora em um estado diferente, mas, enquanto falavam, era como se compartilhassem uma mesma inquietação, algo que transcende a distância e parece habitar um espaço comum entre elas. Com apenas 13 anos, Júlia, mais tímida, confessou que, para ela, comprar os produtos da moda trazia uma sensação de pertencimento que era difícil de encontrar em outros lugares. Ao adquirir aquele item desejado, sentia-se mais próxima das meninas que possuíam o mesmo, como se o produto fosse um passaporte invisível para um mundo onde todas compartilham os mesmos desejos e sonhos de consumo. Com um brilho tímido no olhar, contou sobre seu exemplo mais recente: um kit de pinceis da marca Real Techniques — algo que, segundo ela, todas no TikTok pareciam ter e que, de alguma forma, a fazia sentir-se parte de algo maior.

Com 15 anos, Helena, um pouco mais falante, descreveu a experiência de outra forma, embora a sensação de efemeridade fosse a mesma. Para ela, o ato de consumir a aproximava de suas amigas e da comunidade online, mas logo após a compra surgia um vazio incômodo, como se a satisfação fosse rapidamente substituída por uma nova tendência, já à espreita. "É um ciclo sem fim," disse ela, quase resignada, enquanto mencionava sua última aquisição: o pó facial rosa da influenciadora Karen Bachini, um item que ela não parava de ver nos vídeos e que parecia indispensável — até o próximo lançamento roubar a cena.

Com 17 anos, Rayssa, em silêncio até então, finalmente desabafou. Revelou que, todas as vezes que se olhava no espelho, sentia-se como se tentasse capturar o brilho das influenciadoras do TikTok. Mesmo quando conseguia comprar o que tanto desejava, o resultado nunca parecia corresponder ao ideal que via na tela. Em momentos assim, questionava-se se a falha estava nela — como se algo em sua pele, no olhar, ou até em sua própria essência não fosse suficiente para refletir a promessa vendida pelos produtos. Esse sentimento de cobrança, explicou, era quase constante, uma frustração que a fazia sentir-se cada vez mais distante de um ideal inatingível. Sua última compra foi o sérum bronzeador da marca Drunk Elephant, o D-Bronzi Anti-Pollution Sunshine Drops, um item que, como tantos outros, prometia uma transformação que parecia sempre escapar ao seu alcance.

Para elas, o ato de comprar não é apenas um impulso passageiro; traz um alívio momentâneo em uma busca que nunca se completa. Mas logo vem o vazio, uma percepção incômoda de que estão presas a um ritual estranho, onde o consumo é apenas uma dança repetitiva, uma tentativa de tocar algo que escapa. Muitas se encontram no eco numa pergunta inevitável sobre o motivo de não conseguir o mesmo resultado. Como se o erro fosse delas, como se algo na pele, no olhar, ou na própria essência falhasse em alcançar o brilho prometido — um ideal cuidadosamente desenhado para permanecer fora de alcance.

É nesse cenário tentador que se ergue o submundo da Internet, uma espécie de mercado paralelo onde a pressa e o desejo encontram uma nova morada. Para aqueles que não podem ou não querem esperar, marketplaces como a Shopee e a Shein surgem como atalhos — labirintos digitais onde os produtos cobiçados aparecem como ofertas tentadoras, à mercê de vendedores anônimos que se escondem atrás de telas e avatares. Ali, a ansiedade dos consumidores é alimentada com preços reduzidos, porém envoltos em uma névoa de incerteza se o brilho do produto é real, ou apenas uma sombra de autenticidade. Entre o clique e a compra, uma escolha silenciosa é feita — e talvez, para muitos, a necessidade de pertencer ao momento sobrepuje o valor da própria verdade.

Capitalismo

Em uma conversa descontraída o colunista do site Steal the Look, Fábio Monnerat, falou sobre o frenesi que envolve a busca pela beleza idealizada, uma obsessão que, segundo ele, vai além do simples desejo por bons produtos. Ele acha que há uma necessidade de pertencimento, um desejo de aceitação que se esconde por trás de cada nova compra, como se cada aquisição trouxesse consigo um pouco mais de identidade, um passo a mais em direção a um grupo invisível e desejado. Fábio disse enxergar essa ilusão de exclusividade como uma corrente invisível, prendendo o público em um ciclo sem fim, onde o limite entre querer e precisar se desfaz. Nas redes sociais, o ideal de beleza está sempre ali, próximo e sedutor, mas estranhamente fora de alcance, criando um desejo que se mantém sempre vivo. E vai além.

Ele aponta que conter essa maré de consumo desenfreado soa quase como um desafio impossível. A falta de consciência coletiva torna difícil que as pessoas reflitam sobre o impacto de cada compra. Assim, o consumo se transforma em um reflexo do próprio desejo não resolvido, uma repetição constante que nunca traz a satisfação esperada. Para ele, cada nova compra parece inofensiva, mas se transforma em uma onda crescente, que passa despercebida e segue reverberando.

No coração do capitalismo contemporâneo, o TikTok se agiganta, não mais como uma simples distração, mas como um palco onde o desejo se torna espetáculo e o consumo, um ato quase hipnótico. Em cada deslizar de dedo, as consumidoras são lançadas em um torvelinho de tendências, onde as promessas de beleza cintilam como fogos de artifício — intensas, passageiras, inescapáveis. A cada nova febre, o rosto de uma influenciadora parece sussurrar segredos que as espectadoras querem acreditar: uma pele mais luminosa, lábios mais aveludados, o toque de algo quase mágico. Mas é tudo tão fugaz. Produtos que ontem eram o desejo do momento, hoje já perderam o brilho, substituídos por algo "ainda mais revolucionário".

Para essas mulheres, não há descanso. A lógica do hiperconsumo, essa engrenagem que o filósofo Gilles Lipovetsky descreveu, as engole em um ciclo em que o desejo pesa mais que a necessidade, onde o impulso de possuir é atiçado mais pelo medo de perder a novidade do que por uma vontade verdadeira. A cada nova compra, um ritual se repete — uma sensação de satisfação que evapora rápido, cedendo espaço à expectativa do próximo lançamento. E enquanto os frascos se acumulam, um vazio começa a se insinuar, como se, no fundo, soubessem que a próxima tendência também virá, seduzindo-as mais uma vez.

No universo hiperacelerado do TikTok, onde as tendências surgem e desaparecem como reflexos fugidios, as consumidoras são arrastadas para um ciclo quase frenético. Cada novo "must-have" carrega uma data de validade invisível, um convite ao consumo antes que o encanto se esgote. No olho desse furacão está o Carmed, um bálsamo labial produzido pela farmacêutica Cimed, que, embora conhecido por sua hidratação modesta, encanta com suas edições limitadas e colaborações astutas, como a recente parceria com a marca de doces Fini. Versões do bálsamo com sabores de balas de gelatina — banana, dentadura, "Beijos" — evaporaram das prateleiras antes mesmo de alcançarem todas as farmácias, deixando na esteira um rastro de desejo insatisfeito.

Para Helena, que também é uma consumidora voraz de Carmed, a eficácia do produto é apenas um detalhe insignificante. O que realmente importa para Júlia e para quem o consome, é o prazer de possuir um fragmento de algo efêmero, um pedaço da tendência que logo será substituída por outra. Cada lançamento deste produto traz consigo uma promessa de exclusividade, uma sensação de escassez calculada que intensifica o impulso de compra. Nesse jogo de aparências, o Carmed não é apenas um bálsamo; é um lembrete de que, no turbilhão da moda passageira, às vezes o que vale é a experiência fugaz de ser parte de algo que logo deixará de existir.

No emaranhado dos desejos modernos, o consumo de beleza se torna um ritual de encantamento, uma busca ansiosa que reflete mais do que o desejo de uma pele perfeita ou de lábios macios. Fábio Monnerat vê esse cenário com inquietação, especialmente quando o alvo do consumo se desloca para o público infantil. Ele observa, com ceticismo, como produtos de beleza direcionados a crianças e adolescentes, como é o caso do fenômeno do Carmed, onde eles são estrategicamente moldados para enraizar o consumo desde cedo. Com sabores açucarados e colaborações com personagens conhecidos, o Carmed, em suas múltiplas versões, deixa de ser apenas um hidratante labial; ele se torna um emblema de um consumo precoce, uma porta de entrada para um ciclo interminável de desejos e substituições.

Fábio acredita que essa introdução ao consumo desenfreado desde a infância reflete um problema profundo. A indústria da beleza, segundo ele, soube capturar o conceito de autocuidado e transformá-lo em uma sequência constante de compras — não mais um momento pessoal, mas uma dança coreografada pelo mercado. O Carmed e outros produtos semelhantes simbolizam uma sociedade onde o consumo é enaltecido como valor intrínseco, e cada nova edição limitada, cada parceria com um ícone infantil, se torna um capítulo dessa fábula consumista. A ilusão de exclusividade atiça o desejo, e o autocuidado se converte em um ato repetitivo, sem substância.

Enquanto isso, o TikTok acelera essa espiral. Para Júlia, Helena e Rayssa, a plataforma de vídeos é uma vitrine que converte produtos de beleza em pequenos troféus de pertença, um portal onde cada novo sérum, cada nova máscara promete um vislumbre de perfeição. Como no filme  A Substância (2024), onde Elizabeth Sparkle, interpretada por Demi Moore, injeta um líquido espesso e denso na pele na esperança de capturar a juventude que lhe escapa, os jovens de hoje se entregam a promessas tão tentadoras quanto fugazes. A cada nova fórmula, a cada sérum, máscara ou creme milagroso, há uma promessa de transformação que parece deslizar entre os dedos. Eles se lançam nessas poções modernas, cada frasco prometendo que, desta vez, o reflexo no espelho será o que sempre desejaram.

Mas, assim como Elizabeth, que corre atrás de uma ilusão que nunca a satisfaz, esses jovens podem estar caminhando para um abismo de expectativas vazias. A cada compra, um breve relâmpago de satisfação — um brilho que logo se desfaz, um encanto que desaparece com a mesma rapidez com que veio. E então, a necessidade renasce, mais urgente, mais insistente. Em um ciclo que se auto alimenta, o ideal de beleza se mantém distante, quase ao alcance das mãos, mas sempre escorregadio. E nessa busca, a frustração não desaparece; apenas se recalca, pronta para surgir com força renovada a cada nova promessa que o mercado lança na tela.

Fábio acredita veementemente que o verdadeiro papel do TikTok não é conectar, mas vender — impulsionando um consumo desenfreado que atinge até os mais jovens, seduzidos pela promessa de uma juventude prolongada e de uma beleza idealizada.

No fim, a trilha do consumo se revela como uma corrida sem destino, onde o autocuidado se dissolve em promessas e expectativas. Para Fábio, a verdadeira prática de bem-estar foi sequestrada pela lógica de mercado, que transforma cada novo produto em mais um ponto de partida, mais um item na lista de desejos insaciáveis. O autocuidado, nesse cenário, se torna uma pista de corrida onde o consumidor, sempre em busca da última novidade, esquece de parar, de respirar e de redescobrir o que realmente importa. Talvez, sugere ele, o verdadeiro bem-estar exija uma saída dessa trajetória imposta, uma pausa para recobrar o equilíbrio, para lembrar que cuidar de si não precisa ser uma sequência de compras, mas uma escolha pessoal, guiada por um ritmo próprio, alheio às urgências e apelos do mercado. Afinal, os verdadeiros delírios de consumo da Geração Z não estão em cada frasco ou nova tendência, mas na ilusão de que a satisfação virá com o próximo produto.

 

A execução precisa dos códigos de cada etiqueta trouxe um frescor revigorante para as grifes renomadas
por
Giovanna Montanhan
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30/10/2024 - 12h

A São Paulo Fashion Week (SPFW) ocorreu entre os dias 14 e 21 de outubro, com quase o dobro  do número de desfiles, em comparação à edição anterior, passando de 27 para 42. O evento trouxe de volta às passarelas marcas como a homônima Alexandre Herchcovitch, À La Garçonne e Salinas, além de  grifes vanguardistas, presentes em todas as edições, como Lino Villaventura.

Lino Villaventura

Quem acredita que a alta-costura no Brasil se encerrou com o estilista paraense Dener Pamplona - pioneiro na moda brasileira,  introduzindo esse conceito no país - certamente nunca assistiu a um desfile de Lino Villaventura. 

Conhecido por suas peças com nervuras elaboradas, Lino trouxe nesta edição vestidos e blusas assimétricas, bordados minuciosos, saias em formato de pétalas, além de modelos com volumes, drapeados e tecidos que simulavam plástico, em cores vibrantes como azul piscina e verde claro. Desta vez, além dos neutros — o branco que abriu o desfile, seguido pelo bege e preto —, a paleta se expandiu para tons multicoloridos, como roxo e vermelho, alternando entre peças fluidas e modelos mais estruturados. A modelo Silvia Pfeifer encerrou  o espetáculo visual concebido pela mente fértil  de Lino, desfilando um modelo transparente azul-marinho com brilhos, acompanhado de um robe preto de cetim e luvas arroxeadas que deixavam os dedos à mostra.

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Reprodução: @agfotosite

 

 

 

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O estilista Lino Villaventura na passarela após o final do desfile - Reprodução: @agfotosite

À La Garçonne

À La Garçonne comemorou 15 anos de marca e 20 anos de carreira de seu diretor criativo Fábio Souza  Após sua separação profissional de Alexandre Herchcovitch, Souza decidiu redefinir os códigos da marca, que anteriormente destacava o conceito de upcycling e trazia cordas trançadas como logotipo. Agora, com controle total sobre as direções, códigos costumeiros da etiqueta  aparecem de forma pontual em algumas peças, enquanto o principal destaque neste primeiro desfile foi a cartela de cores em preto e branco, combinada com variações de design, ternos de alfaiataria e lurex, que abrilhantaram a passarela ao lado de estampas quadriculadas. Vale destacar as saias de tule com poás, uma tendência atemporal, a presença do personagem Snoopy, que apareceu em moletons e casacos, e os laços.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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O estilista Fábio Souza na passarela após seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

 

Salinas

Salinas, uma marca tradicional de beachwear, retornou ao maior evento de moda da América Latina após seis anos longe das passarelas, apresentando a coleção "Sol, Sal e Sonhos". Com uma paleta predominantemente neutra e atemporal, a coleção trouxe peças que se adequam tanto ao momento praia quanto ao pós-praia. Entre os destaques estão minissaias, chapéus compridos de palha desfiada, bolsas de crochê, camisas de linho e biquínis assimétricos. Uma seção da coleção, com peças em tons de cinza claro, com calças soltinhas, maiôs e casaquinhos leves com brilhinhos prateados sutis. Os acessórios incluíam braceletes dourados e belly chains (cordões para adornar a barriga) com o nome da marca, além de chinelos de dedo com plataforma e tamancos prateados.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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Alexandre Herchcovitch

E por fim, Alexandre Herchcovitch com sua etiqueta homônima e conhecida por trazer designs inovadores, dessa vez em parceria com a marca alimentícia de queijos Catupiry, apresentou  bolsas e moletons com seu logo, uma produção com a estilista Fábia Bercsek, que o ajudou a criar estampas feitas à mão.

Os recortes assimétricos moldaram-se abaixo dos seios, deixando a barriga à mostra e chegando ao ponto final: a virilha, trazendo à tona uma estética fetichista. Para aqueles que preferem não arriscar e se manter dentro de estilos mais convencionais, também há opções que beiram o óbvio e comercial, como moletons felpudos listrados, regatas, calças de alfaiataria e jeans. Mas, como era de se esperar de Alexandre Herchcovitch, foi possível observar um mergulho profundo nos códigos dos anos 70, trazendo consigo toda a purpurina que remete à Era Disco, além de tecidos como jacquard, lurex, paetê em padronagem xadrez e lamê.



 

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Reprodução: @agfotosite

 

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O estilista Alexandre Herchcovitch na passarela após o seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

A mostra celebrou as contribuições de Regina Guerreiro na moda
por
Giovanna Montanhan
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29/10/2024 - 12h

A exposição realizada entre os dias 14 e 21 de outubro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera — mesmo espaço que recebeu os desfiles da 58ª edição da São Paulo Fashion Week — homenageou a jornalista Regina Guerreiro, destacando a importância do seu legado na comunicação fashion como a conhecemos hoje

 Os itens exibidos desmembraram sua carreira e vida pessoal  desde a carteirinha de imprensa da Vogue Brasil, até fotos antigas e objetos pessoais, como vestidos e acessórios diretamente retirados de seu guarda-roupa, além de quadros adornando as paredes  do  espaço que continham suas famosas críticas ácidas. Destacava-se, por exemplo, o convite do desfile da grife Comme des Garçons, no qual Regina, certa vez, chegou a comparar os modelos da marca parisiense a moradores de rua, envoltos em cobertores e sacos de lixo, da Avenida Paulista.

 

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Entrada da exposição ''As Joias da Rainha'' - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Carteira de imprensa da Vogue Brasil - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Convite do desfile da marca parisiense, Comme des Garçons - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Figurinos retirados do guarda-roupa de Regina Guerreiro - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Fotos e itens pessoais da jornalistas - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Reprodução: Giovanna Montanhan

 

Regina Guerreiro debutou no mundo no dia 18 de maio de 1940, em São Paulo. Formou-se em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e começou sua trajetória nos anos 1970. Trabalhou em veículos como o Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, revista Manequim, Interview e O Estado de São Paulo. Além disso, passou por diversas publicações de moda, incluindo a Harper 's Bazaar, onde estagiou, e a Vogue, onde atuou como editora por 14 anos. Também dirigiu a revista Elle por 9 anos, além de ter contribuído para a revista Claudia. Na década de 1960, fundou a agência Choc!, que unia sofisticação e irreverência em seus trabalhos. Ela é tradicionalmente conhecida por seu “sincericídio” e sua crítica de moda atrevida. 

No release publicado, o curador da exposição Renato de Cara destacou a importância de uma ambientação fidedigna: “Procuramos reproduzir parte do seu ambiente doméstico, cheio de climas, entre a sofisticação internacional e a intimidade sombria que toda alma carrega.” Ele também exaltou o papel fundamental do diretor Paulo Borges na criação dessa homenagem.

Para Paulo Borges, retratar a memória de Regina Guerreiro foi uma forma de eternizar parte da história do jornalismo de moda brasileiro. “Essa exposição é uma homenagem e o reconhecimento ao trabalho pioneiro e incontestável desta jornalista, editora e diretora criativa. Uma imagem é, entre outras coisas, uma mensagem, uma forma de tempo que nos leva a outro lugar. Como crítica de seu tempo, com seu olhar exigente e humor afiado, Regina Guerreiro ajudou a validar e posicionar o universo criativo da moda brasileira”, afirmou no release divulgado à imprensa.

Regina, por sua vez, manifestou-se em um comunicado, dizendo estar muito feliz com a exposição e revelou estar com o “coração explodindo de tanta emoção”. Em entrevista à AGEMT, a jornalista deixou um conselho para aspirantes à profissão: " ter autenticidade’’, um fator essencial para conquistar o que se almeja. E não poderia ser diferente, já que Regina Guerreiro utilizou esse trunfo para pavimentar seus caminhos e os das próximas gerações, tanto as que já chegaram quanto as que estão a caminho.

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Trechos de suas famosas críticas - Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Maximalismo, representação cultural e provocação sofisticada preenchem as passarelas na capital paulista
por
Bianca P. Athaide
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21/10/2024 - 12h


No final da última semana deu início a maior semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week. Com um line-up recheado de marcas e projetos nacionais, a programação do desfile continua a cumprir seu propósito histórico de reafirmar a criatividade e cultura nacional na indústria da moda. Etiquetas como Catarina Mina, Artemisi e Bold Strap trouxeram a vanguarda fashion brasileira para suas apresentações. Confira esses e outros destaques abaixo.

Martins e o maximalismo da cultura pop

Com a ambientação nas mãos do som inglês subversivo big-beat da banda Prodigy, o desfile da Martins trouxe a paixão de seu criador por cultura pop para as passarelas. Com uma mescla entre "Matrix" (1999) e a estética futurista de Thierry Mugler e Rick Owens, Tom Martins construiu a inspiração para sua criação cheia de babados, ilusões de ótica, xadrez e muitas sobreposições.

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Martins para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com um mergulho também na cultura hippie das décadas de 1960 e 1970, a coleção contou com uma colaboração com a marca clássica de jeans Levi's, por isso a presença de muitas calças amplas, jaquetas e coletes estruturados e composições em camadas — característica carimbada da Martins.

O sonho artesanal de Catarina Mina

A coleção "Herdeiras do Futuro", produzida pela estilista Celina Hissa, em conjunto com mais de 30 artesãs nordestinas, trouxe o habitual e magnífico frescor do trabalho manual, com crochê, macramê, bordado e renda de bilro, e a novidade da borracha da Amazônia — material que remete ao neoprene, em colaboração com a marca paraense Da Tribu, e ajudou a compor franjas que foram aplicadas em tops, vestidos e bolsas da coleção.

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Catarina Mina na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Marcelo Soubhia 

Os 35 looks que brilharam na passarela estavam baseados na paleta de cores predominada pelo vermelho, off-white, dourado e por alguns tons de azul. Para completar visual e adicionar ainda mais brasilidade para a estética, no pés, modelos usavam Havaianas de diversas cores.

Provocação sofisticada com a Bold Strap

Assinada por William Cruz, a coleção apresentada pela Bold Strap nesta edição do SPFW trouxe o marcante DNA da marca mais uma vez: com correntes, cordas e muitos brilhos, a etiqueta ofereceu uma abordagem mais refinada ao fetichismo. 

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Bold Strap para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com sua musa Camila Queiroz presente, a marca brincou com a tensão entre sensual e prático, e desfilou peças para além do underwear. Vestidos, calças, jaquetas e camisetas também reafirmaram a estética provocadora da marca.

Artemisi caminha pela fronteira entre moda e arte

Vinte e seis looks defendem a caracterização de high fashion da Artemisi. A coleção apresentada na quinta-feira (17) na SPFW mostrou o porquê da etiqueta tradicionalmente passear despreocupadamente entre a fina linha que separa moda e arte.

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Artemisi na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Zé Takahashi 

“Não faço roupa para loja, faço roupa que tem um quê de arte.", afirmou a diretora criativa da marca, Mayari Jubini, depois do encerramento de uma apresentação de uma coleção que aborda desde do movimento da arte cinética, oriunda da década de 1950, até a obsessão pelo futurismo atual. Mas, se engana quem pensa que os looks super tecnológicos não necessitaram de mãos humanas em sua produção. Algumas peças precisaram de muito trabalho manual — os efeitos de vidro quebrado ou de água pingando em bustos e casacos, são pinturas feitas à mão — e de meses de confecção. 

A brincadeira com efeitos visuais, texturas tridimensionais e formas surrealistas proporcionaram ao público um espetáculo aplaudido de pé.

O Pará viaja para São Paulo com a Normando

Estreante na SPFW, a Normando levou a coleção "Vândalos do Apocalipse", uma interpretação da cultura paraense com tempero urbano para a passarela paulista. 

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Normando para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Estampas de escamas de tucunaré e pirarucu foram aplicadas em vestidos de seda, juntamente de um bustiê feito de cuias de tacacá e camisa de smoking com jabô, toda indumentária necessária para refletir a visão que inspirou Marco Normando: os filósofos modernistas que se reuniam no mercado Ver-O-Peso, em Belém, nos anos 1920. 

 

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Nova edição aposta na inclusão e modernidade para reconquistar o público e redefinir padrões de beleza
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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16/10/2024 - 12h

Após um hiato de cinco anos, o icônico Victoria’s Secret Fashion Show está de volta, prometendo uma edição renovada. O evento, que aconteceu no dia 15 de outubro, marca uma nova fase para a famosa marca de lingerie, que vem enfrentando desafios nos últimos anos. Além de reunir supermodelos consagradas, o desfile contará com performances musicais de destaque, incluindo Cher, Lisa do grupo Blackpink, e a cantora sul-africana Tyla.

Pela primeira vez transmitido ao vivo em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube, o show ocorrerá em Nova York  promete uma audiência global. A decisão de expandir o alcance digital do desfile reflete a estratégia da Victoria 's Secret em modernizar seu formato e reconquistar o público. Em um vídeo divulgado pela marca no início de setembro , várias veteranas da passarela, como Gigi Hadid e Tyra Banks, foram convidadas para participar deste retorno, reforçando o apelo nostálgico do evento.

A edição de 2024, além de um espetáculo visual, também traz novidades no elenco. A modelo brasileira Valentina Sampaio, de 27 anos, faz história ao se tornar a primeira trans brasileira a participar do desfile. Ela expressou sua felicidade em um post nas redes sociais, compartilhando com seus seguidores a emoção de fazer parte deste momento icônico. Valentina, que já foi a primeira modelo trans a ser contratada pela marca, comentou que se sente orgulhosa por representar a diversidade e a inclusão na moda.

O desfile deste ano, segundo a diretora criativa da marca, Janie Schaffer, foi cuidadosamente pensado para refletir as mudanças e o crescimento da Victoria 's Secret nos últimos seis anos. Schaffer afirmou que o novo formato será uma "celebração do glamour e da moda", mas sob uma "lente moderna". As famosas asas de anjo, tradicionalmente feitas de penas, agora serão produzidas com materiais sustentáveis, em resposta às críticas de ativistas ambientais e pela crescente demanda por responsabilidade social no mundo da moda.

Sofia Malamute/Victoria's Secret
Sofia Malamute/Victoria´s Secrets

 Essa nova fase da Victoria 's Secret também responde a controvérsias passadas que abalaram a imagem da marca, como a queda de audiência e as críticas sobre a falta de diversidade. Além disso, um documentário detalhou as conexões da marca com Jeffrey Epstein, um escândalo que manchou sua reputação. A empresa, agora liderada por mulheres como Sarah Sylvester e Janie Schaffer, promete que esta edição vai ressaltar os avanços da marca, tanto em termos de inclusão quanto de sustentabilidade.

O desfile incluirá um elenco diversificado de modelos, seguindo a tendência já iniciada em setembro de 2023, quando a marca lançou o documentário “The Tour ’23” na Prime Video. O filme destacou a colaboração com designers independentes de cidades como Lagos, Bogotá, Londres e *Tóquio, e trouxe supermodelos como Naomi Campbell e Adriana Lima ao lado de novas estrelas da moda, incluindo Adut Akech eWinnie Harlow.

Outro destaque desta edição é a inclusão de Ashley Graham, modelo e defensora da positividade corporal, marcando uma mudança significativa na tradicional seleção da Victoria's Secret. Ao lado de veteranas como Gigi Hadid, Lais Ribeiro e Behati Prinsloo, Graham simboliza a evolução da marca rumo a um padrão mais inclusivo de beleza.

Com essas mudanças, o Victoria’s Secret Fashion Show 2024 busca reafirmar seu lugar como um dos maiores eventos de moda do mundo, trazendo consigo uma nova era de glamour, inclusão e representatividade.

 

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A grife italiana apresentou 171 looks que serão desfilados no dia 29 de setembro, em Paris.
por
Giovanna Montanhan
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18/06/2024 - 12h

‘De volta para o passado?’ Nesta segunda-feira (17), o novo diretor criativo da Valentino, Alessandro Michele, exibiu uma prévia da sua coleção de estreia na marca, que estava agendada  para acontecer somente no próximo verão. Michele, que deixou recentemente o cargo de direção na Gucci, onde ficou por vinte anos, mostrou para o que veio: trouxe para sua nova casa, pelo menos neste início, muita exuberância, pompa e memória. Quem comandou a marca anteriormente, durante vinte e cinco anos, foi Pierpaolo Piccioli, que no momento, não se encontra em nenhuma grife, mesmo com muitas especulações na internet sobre seu futuro destino. 

O novo diretor da Valentino, revelou em entrevista para o Women’s Wear Daily que deixou a Gucci pois desejava a oportunidade de passar mais tempo com a sua família e de possuir uma liberdade maior para fazer o que quisesse. Um tempo depois, percebeu que para ele, o verdadeiro significado de estar livre era estar fazendo algo que lhe despertasse prazer, o que não significava ficar ocioso, então, se reencontrou por meio do seu trabalho. 

O estilista usou a palavra ‘’seduzido’’ para descrever como se sentiu ao escolher a Valentino, revelando que um dos motivos que o levou a escolhê-la foi a vasta quantidade de arquivo que a grife possuía em seu acervo: ‘’Amo objetos, tenho uma relação íntima com as coisas materiais, é quase como um encontro religioso (...), como se fossem uma relíquia (...)  Me apaixonei por esta casa {de moda} que se tornou o meu lar (...) "

Os visuais exibidos por Michele, em sua maioria, rememoram uma série de elementos já vistas por aí, como o estilo boho, trazendo os anos 70 de volta  em peso: o monograma preto e o branco eternizado por Jackie Kennedy, os acessórios maximalistas vintage, como os muitos colares de pérolas, os brincos e os botões, assim como as franjas, a sandália de tiras coloridas, as meias calças e muito mais! 

 

VALENTINO VINTAGE
Reprodução: Divulgação

 

 

 

 

BOHO
Reprodução: Divulgação

 

 

 

 

PEROLAS
Reprodução: Divulgação

 

É inegável a herança que o estilista carrega de seus últimos anos na Gucci. Mas, é importante  lembrar que identidade e autenticidade caminham juntas e fazem da moda o que ela é. Espero vê-lo imprimindo mais o que se caracteriza como um visual ‘Valentino’ nas coleções seguintes e fazendo com que a grife volte a carregar consigo os códigos tradicionais, sem perder a originalidade e que ainda sim, seja capaz de causar vibrações nas redes. 

 

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Evento teve destaque para rodas de conversa e celebração da pluralidade do mundo da moda
por
Bianca Athaide
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12/06/2024 - 12h

Durante o final de semana de 09 a 11 junho, no coração da Inglaterra e de uma forma um pouco diferente, aconteceu a Semana de Moda Masculina de Londres. Sem o glamour habitual, a semana focou em trazer a riqueza cultural londrina para o centro dos holofotes do mês de junho — conhecido como "Mês da moda masculina". Com palestras, painéis, eventos e atividades, os organizadores buscaram honrar designers, marcas e comunidades que fizeram a cena fashion londrina tão rica.

Caracterizada como um híbrido de uma Fashion Week, a Semana de Londres, logo em seu primeiro dia, celebrou culturas que tiveram impacto na cena de moda masculina local. Com destaque para as raízes de origem africana e asiática, e a influência das comunidades queer, em uma exibição no Instituto de Artes Contemporâneas de Londres, com David Beckham como anfitrião.

Semana da Moda de Londres
Exibição "Syke X BFC" exposta no ICA. Foto: Reprodução/Drappers

Entre os eventos, a roda de conversa com a designer de origem indiana-nigeriana Ahluwalia, o estilista nascido em Blangadesh, Rahemur Rahman, e com a escritora e influenciadora indiana Simran Randhawa, teve maior relevância. O bate-papo tratou sobre o impacto global não reconhecido dos trabalhos manuais indianos para o mundo da moda.

Semana da Moda de Londres
A escritora e influenciadora Simran Randhawa durante roda de conversa. Foto: Kate Green/Vogue Business

Mesmo com o viés mais político e educativo, ainda era uma Semana de Moda e coube no calendário apertado, espaço para poucos — mas estupendos — desfiles à moda antiga. Logo no primeiro dia, aconteceu a celebração de dez anos da marca de luxo Charles Jeffrey Loverboy. O palco ficou por conta da arquitetura neoclássica da Casa Somerset,  ponto turístico londrino, com vista para o rio Tâmisa — onde também fica alocado o estúdio do estilista.

A coleção apresentada foi uma alusão ao decenário da marca, com reflexão sobre o que o criador chamou de “Queer time” (tempo queer em tradução livre). Um conceito que aborda como o ideário molda não apenas o entender da sexualidade e como isso impacta a vida de um indivíduo, mas, também, como pode transformar o passado, o presente e o futuro de uma sociedade por um todo.

Semana da Moda de Londres
Look desfilado para Charles Jeffrey Loverboy. Foto: Reprodução/Fashion Network

No dia seguinte, a Qasimi apresentou sua coleção Verão 2025. Invocando a abstração do conceito "spolia" — a integração de elementos de estruturas antigas com novos designs, através de reinterpretação de formas e moldes — a diretora criativa, Hoor Al Qasimi, desfrutou de um casamento entre arte, escultura e moda. 

Semana da Moda de Londres
Look desfilado para Qasimi.
Foto: Reprodução/Vogue Business

Para finalizar a sessão de desfiles, a irreverente HARRI, grife indiana conhecida por suas criações infláveis e de látex, marcou presença na semana no auditório Benjamin West, localizado dentro da Academia Real Inglesa e conhecido por sua arquitetura clássica, como passarela. A marca apostou, como look principal, em um vestido inflável branco, que necessitou de mais 300 horas de produção, segundo o diretor criativo Harikrishnan Keezhathil Surendran Pillai. A peça gerou alto engajamento online, elevando o perfil da HARRI ao marco de maior crescimento de seguidores durante uma semana de moda.
 

Semana da Moda de Londres
Peça inflável da HARRI. Foto: Reprodução/The Standard

 

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Como a atriz traz à vida suas personagens através da moda
por
Bruna Quirino Alves
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29/05/2024 - 12h

A atriz norte-americana, Zendaya, tem chamado atenção em suas aparições públicas por usar a técnica de “method dressing”, que consiste em trazer o estilo de personagens fictícios, ou o enredo de filmes para a vida real, como uma forma de promover as produções.

Outras personalidades já aderiram à mesma estratégia em algumas estreias pontuais, como Halle Bailey, em A Pequena Sereia e Margot Robbie nas estreias de Barbie, onde sempre utilizava peças inspiradas em versões da boneca, desde as mais atuais, até as da década de 60.

Porém, Zendaya se dedica na inspiração cinemática por trás de suas peças desde 2017, ano em que fez a sua primeira aparição vestida de acordo com o filme que estava promovendo na época, O Rei do Show, um musical biográfico que se passa nos Estados Unidos durante o século 19, inspirado na história de P. T. Barnum, um empresário circense.

Zendaya usando um terno vermelho em estreia de filme
Zendaya na estreia de "O Rei do Show" no México. Imagem: Getty Images

 

A atriz aparece no tapete vermelho da estreia mexicana usando um terno vermelho assinado pela grife Ralph Lauren, inspirado na vestimenta masculina tradicional do século 19, em cores vívidas circenses como um mestre de cerimônias prestes a introduzir um espetáculo. A partir desse momento, percebe-se um padrão em todas as suas turnês: as peças sempre são relacionadas e interpretadas de forma conjunta com o tema dos filmes.

Essa dedicação à temática também se dá graças ao trabalho de seu estilista pessoal – ou arquiteto de imagem, como ele se autointitula -  Law Roach, que trabalha com a atriz há 13 anos, enquanto ela ainda protagonizava uma série infanto-juvenil no canal Disney Channel. Ao longo dessa década, ambos desenvolveram uma parceria sólida. Law Roach afirmou recentemente em entrevista à revista Vogue que mesmo estando aposentado continua vestindo Zendaya.

Zendaya e o estilista Law Roach sorrindo um pro outro
Zendaya e Law Roach na premiação do CDFA Awards. Imagem: Getty Images

As escolhas de peças para as estreias de Duna: Parte 2 seguiram uma estética distópica, de acordo com a temática do filme de ficção científica, dirigido por Denis Villeneuve. Zendaya chamou todos os holofotes para si durante a estreia de Duna, a atriz surpreendeu o público ao usar uma peça de arquivo, da grife Thierry Mugler, alta costura da coleção de 1995.

O traje robótico de ciborgue fez parte de um desfile lendário para a história da moda: a coleção outono/inverno de 1995 comemorava o aniversário de 20 anos da marca Thierry Mugler e a temática do desfile era a beleza através dos anos. Além de contar com a presença de modelos famosas, como Naomi Campbell, Eva Herzigova e Kate Moss, o evento fazia uma cronologia da moda, desde os vestidos extravagantes usados em bailes no passado, até uma visão de futuro distópico que era representada pelo traje robótico, todo revestido em metal e acrílico, usado por Nadja Auermann. A peça levou cerca de 6 meses para ser confeccionada.

Zendaya com traje robótico da grife Thierry Mugler
Zendaya em traje robótico de Thierry Mugler. Imagem: Getty Images

A estreia mais recente que contou com a presença de Zendaya foi para promover seu novo filme, Rivais, do diretor italiano Luca Guadagnino. Na trama, a atriz dá vida à Tashi Duncan, uma jogadora de tênis que busca se profissionalizar no esporte e tem a carreira interrompida por uma lesão.

Inspirada pelo universo do esporte, a protagonista têm adotado o uso de peças que remetem à estética dos uniformes de tênis, se assemelhando a tendência que, recentemente, passamos a conhecer como “Old Money”, uma estética sutil da elite, baseada em paletas claras, blazers, suéteres, e outros elementos de grife, porém, sem logos. As marcas escolhidas também refletem essa estética, Ralph Lauren, Thom Browne, Louis Vuitton, todas trabalham com artigos de alfaiataria clássicos com maestria.

Zendaya usando vestido branco em estreia de seu novo filme
Zendaya usando Thom Browne na estreia de Londres. Imagem:Getty Images

Uma das peças que se destacou durante o período de promoção do filme foi um vestido personalizado para a atriz, assinado pela marca Thom Browne, especializada em alfaiataria. Com pequenos desenhos de raquetes de tênis bordadas por todo o vestido, a silhueta da peça também remete aos clássicos vestidos usados por jogadoras de tênis, popularizados por marcas esportivas como Nike e Puma.

A artista não tem medo de se arriscar nas peças, já em sapatos, o modelo é sempre igual. Segundo Law Roach, Zendaya usa o mesmo sapato em todos os eventos que vai, um salto da grife francesa, Christian Louboutin. O modelo “So Kate” já virou sua marca registrada. No entanto, para promover o filme em Roma, a artista decidiu ousar e apostou em um calçado personalizado da marca Loewe, com uma bola de tênis no salto. Mais uma vez chamou a atenção da mídia pela sua criatividade e dedicação, ao “method dressing” e além disso, à moda, como um todo.

Zendaya usando vestido salto com bola de tênis
Zendaya usando salto da Loewe na estreia de Roma. Imagem: Getty Images

 

 

 

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No evento, a moda é tão celebrada quanto os filmes
por
Natália Matvyenko
Jéssica Castro
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28/05/2024 - 12h

A 77º Edição do Festival de Cannes,  que aconteceu entre os dias 14 e 25 reuniu uma gama de celebridades internacionais, inclusive brasileiras, para a exibição dos filmes cotados deste ano nas principais categorias de premiação. O festival, tradicionalmente localizado na Riviera Francesa, é considerado um dos mais importantes na história do cinema. 

Além da relevância audiovisual, o evento também chama a atenção pelos looks desfilados pelas celebridades que passam pelo tapete vermelho. Reunimos aqui algumas produções que mais tiveram impacto durante os 10 dias de premiação.

Começando pelo Brasil, a atriz Nataly Rocha, estrela do longa “Motel Destino” –  vencedor da Palma de ouro, dirigido por Karim Aïnouz e ovacionado de pé por 12 minutos após sua exibição no festival — comemora usando um vestido assinado por Lino Villaventura, estilista brasileiro que completa 46 anos de carreira neste ano.

Atores do filme Motel Destino posando para foto
Da esquerda pra direita: Fábio Assunção, Nataly, Karim e Iago Xavier (foto: Reprodução/Instagram/@Thematchfactory)

 

Além desse modelo, o paraense também assinou o longo escultural usado por Taís Araújo.

 

Taís posando para foto no tapete vermelho
(foto: Reprodução/Instagram/@taisdeverdade)

 

A presidente do júri de Cannes 2024 foi a diretora, atriz e produtora Greta Gerwig. Sendo a segunda mulher a ocupar este cargo na história do festival depois de Jane Campion, Greta apostou em um vestido Maison Margiela, assinado por John Galliano. O modelito cativou o olhar do público por remeter ao estilo de uma das maiores produções da diretora até agora: o filme da Barbie, lançado no ano de 2023. 

Greta posando no tapete vermelho com vestido rodado
(Foto: Reprodução/Instagram/@maisonmargiela)

 

O que também chamou a atenção foram os “Tabi Shoes” – peça figurinha carimbada da grife de Margiela. O estilista se inspirou em sapatos japoneses que dividiam as meias no meio dos dedos para desenhá-los em 1988 –  dessa vez em versão Louboutin, resultado de uma parceria entre as marcas.

Sapatos Tabi brancos com sola vermelha
Sapatos Tabi brancos com sola vermelha, parceria entre Louboutin e Margiela (Foto: Reprodução/Instagram/@maisonmargiela)

 

Cate Blanchett vestiu um Jean-Paul Gaultier desenhado por Haider Ackermann e causou burburinho por conter as cores da bandeira da Palestina. Nem a marca ou a atriz se pronunciaram sobre um possível protesto. Muitos internautas nas redes sociais consideraram o ato corajoso, pois desde 2022, manifestações são proibidas no festival. A regra foi determinada pelo governo municipal de onde ocorre o evento, a fim de evitar distúrbios aos cidadãos da cidade. Inteligente forma de manifestar apoio a uma pauta de forma silenciosa, não?

Cate posando segurando a barra do vestido
 (Foto: Reprodução/X: @NinjaCine)

 

Hunter Schafer – que faz parte do elenco de Kinds of Kindness de Yorgos Lanthimos, também exibido na ocasião –  apostou em um modelo que alude à ideia de verão na Riviera Francesa em meados dos anos 60, da grife italiana Prada.

Hunter posando para foto
(Foto: Reprodução/Instagram/@huntershcafer)

 

A volta da super modelo Bella Hadid aos tapetes vermelhos, que recentemente se manteve fora dos holofotes e das passarelas por estar lutando contra a doença inflamatória de Lyme, foi marcada por composições marcantes, como o vestido minimalista de alta costura da Versace.

Bella posando para as fotos sorrindo e com as mãos próximas ao colo
(Foto: Reprodução/Instagram/@sheraz.debbich).

 

Figuras como Selena Gomez, Emma Stone, Naomi Campbell e Anya Taylor-Joy também deixaram sua presença registrada com looks belíssimos ao longo do festival. 

atrizes posando para fotos no tapete vermelho, todas de vestidos longos
Selena de Yves Saint Laurent, Emma de Louis Vuitton com decote cavado, Naomi com um vestido Chanel criado por Karl Largerfeld e usado por ela em 1996; Anya Taylor-Joy de Dior com jóias Tiffany & Co.
Fotos: Reprodução/Pinterest

 

 

 

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O fenômeno dos artistas sul-coreanos cada vez mais presentes no cenário da moda
por
Natália Perez
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10/05/2024 - 12h

Há quatro anos consecutivos, o principal evento do mundo da moda, o Met Gala, conta com a presença de ídolos da Coreia do Sul. Este ano, o grupo “Stray Kids” chamou atenção pela presença dos oito membros. É a primeira vez que um grupo inteiro de K-pop comparece junto ao tapete vermelho.

Embaixadores da Tommy na Ásia, o Stray Kids dividiu mesa com o estilista Tommy Hilfiger, sua esposa Dee Ocleppo e a atriz americana Madelyn Cline. Para o tema do ano “Belas Adormecidas: O despertar da moda”, o grupo apostou nos  sobretudos. Nas escadarias, reverenciaram nas peças a paleta de cores característica da marca: vermelho, branco e azul escuro, com detalhes em dourado. Cada terno apresentava detalhes individuais para combinar com o estilo do respectivo  membro, mas ainda de forma que o grupo combinasse como um todo.

“Eles são tão modernos quanto se pode imaginar. São super estrelas globais e uma banda de K-pop que lota estádios com 80 mil pessoas com uma base de fãs por todo mundo” foi como Tommy Hilfiger os apresentou em entrevista à Vogue.

A Lefty, plataforma de gerenciamento de influenciadores, elegeu o Stray Kids em décimo lugar como convidados com maior visibilidade da noite. Duas posições abaixo de Jennie do BLACKPINK, outra grande  estrela do gênero musical, que participava do evento pela segunda vez. No ano passado, foi a convite da Chanel. Agora, pela marca Alaïa.

 

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As estrelas do K-pop convidadas ao Met Gala 2024: Bang Chan, Han, Felix, Seungmin, Hyunjin, I.N, Lee Know e Chanbing (Stray Kids) e Jennie (BLACKPINK). Fotos: Getty Images

 

As parcerias de moda com celebridades sempre fizeram parte do marketing das principais grifes de luxo. Com o crescimento cultural exponencial da Coreia nos últimos anos, era só questão de tempo até o casamento entre o mundo da moda e o da música coreana. 

Atualmente, o K-pop é considerado um fenômeno cultural mundial com impacto digital que ultrapassa o de figuras ocidentais conhecidas há anos. De acordo com a base de dados oficial do X/Twitter, foram 20 milhões de publicações durante o MET (85% a mais do que no ano passado). Com cerca de 2 milhões de posts, o Stray Kids foi a celebridade mais mencionada durante a cerimônia, seguidos por Zendaya, Ariana Grande, Lana del Rey e Kim Kardashian.

No começo do ano, a maior presença de cantores sul-coreanos em desfiles já havia sido notada durante a Semana de Moda de Paris. Todas as seis grifes mais comentadas  nas redes sociais durante a semana contavam com a presença de mais de um artistas de K-pop como embaixador. Com praticamente o dobro de menções, a Louis Vuitton disparou em primeiro lugar depois de colocar Felix do Stray Kids para desfilar em sua passarela.  

 

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À esquerda, Felix do Stray Kids desfila a coleção outono-inverno 2024 ao lado dos demais modelos da Louis Vuitton na Paris Fashion Week. Foto: Getty Images

 

Agora no MET, Felix foi considerado pela Lefty o terceiro convidado com maior valor de exposição midiática dessa edição, por gerar cerca de 10,4 milhões de dólares, atrás somente de Ariana Grande (20,5M) e Kendall Jenner (11,6M). Assim, sendo o artista sul-coreano mais alto na lista e também o único homem no top 10.

“Eles significam muito para muitas, muitas pessoas” explica Steffi Cao, repórter de cultura da internet da Forbes, a revista Nylon. “Ver alguém não-branco e não-americano, especialmente fazendo música que não toca nas rádios nesses eventos é um reconhecimento de que o mundo é realmente global e que as estrelas vem de todos os lugares.” 

Mesmo com influência crescente, a quebra do padrão americano segue acompanhada de preconceitos. Em um dos vídeos da transmissão, fotógrafos do MET foram flagrados fazendo comentários desrespeitosos para os membros: “Nunca vi rostos tão inexpressivos” e “Como se fala fica reto na Coreia?” Em publicação online, a Billboard expressou a urgência para que a organização da cerimônia repense as credenciais de fotógrafos para o próximo ano. 

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