Entre ocupações e assembleias, universitários fazem da moda um instrumento de protesto
por
Maria Julia Malagutti.
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26/06/2025 - 12h

Nas ruas e universidades, a moda afirma-se como linguagem política: um código visual capaz de expressar ideologias, indignações e identidades coletivas. Em um Brasil marcado por tensões sociais, reações conservadoras e a articulação de movimentos progressistas, o corpo torna-se campo de disputa simbólica.

Esse uso da estética como resistência não é novo. Nos anos 1960 e 1970, movimentos como o feminismo, o black power e o punk já faziam do vestuário uma ferramenta de contestação. Hoje, esse gesto se atualiza: a camiseta da seleção brasileira, antes símbolo nacional, virou objeto de disputa ideológica, enquanto outras peças se consolidam como marcas visuais de protesto, como os keffiyehs em atos pró-Palestina ou camisetas com frases como “Estado laico já”.

Em entrevista à AGEMT, a estilista Isadora Barbozza afirma que “o vestuário é essencial para transmitir mensagens sociais, culturais, ideológicas e políticas”. Para ela, é possível reconhecer, à primeira vista, a filiação a uma causa, crença ou identidade coletiva. “Você consegue, num olhar, identificar uma roupa de matriz africana. É muito expressivo”, destaca. Ela lembra que religiões, culturas e instituições sempre usaram a roupa como marcador simbólico — mostrando que o corpo vestido participa da construção de sentidos sociais.

Na universidade, esse fenômeno se intensifica. Na PUC-SP, onde o movimento estudantil voltou a se articular em 2025, com assembleias e protestos pela democratização interna e contra retrocessos nos direitos humanos, o vestir passou a compor o ato político. Camisetas com símbolos de partidos e movimentos sociais — como o PT, o MST e coletivos feministas — tomaram os corredores, transformando o corpo dos estudantes em suporte de convicções. A escolha da roupa deixa de ser neutra e se torna apoio ao debate.

A relação entre vestuário e engajamento também aparece na fala de Martim Tarifa, estudante de Jornalismo da PUC-SP. Em entrevista à AGEMT, ele conta que escolheu sua roupa com intenção ao participar da assembleia da ocupação estudantil. “Não fazia sentido ir com qualquer roupa. Vesti minha camiseta antifascista porque, da minha casa até lá, queria deixar claro meu apoio à mobilização”, explica. Para ele, mesmo quando não há uma intenção explícita, o modo de se vestir carrega significados. “Só de olhar para o estilo de uma pessoa, já dá pra perceber uma possível posição política. É uma forma de se posicionar e também de se identificar”, acrescenta.

 

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Confira como foram os desfiles do último dia da semana de moda paulistana
por
Pedro da Silva Menezes
Helena Haddad
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23/04/2025 - 12h

Na sexta-feira (11), o último dia da 59ª edição da São Paulo Fashion Week foi marcado por três desfiles de estilos distintos. A capital paulista recebeu as novas coleções da Handred, Patricia Vieira e PIET que encerraram o evento.

Handred

Abrindo o  dia, Handred apresentou uma coleção cheia de referências artísticas brasileiras e inspiradas na tapeçaria. Ponto Brasileiro – nome da coleção assinada pelo estilista André Namitala- traduziu a homenagem desejada pelo artista: “Uma ode ao legado dos grandes mestres tapeceiros”

O desfile ocorreu na galeria Passado Composto, no bairro do Jardins. Enquanto os modelos passavam apresentando a coleção, André narrava o desfile comentando os looks, suas técnicas e seus pensamentos, uma ambientação única e intimista. A  Handred trouxe excelência na necessidade atual de experiências imersivas para a passarela.

A coleção acentua os trabalhos manuais do ateliê e comemora brasilidade – as cores vibrantes, peças inspiradas em obras de Jacques Douchez e na ilustração “Jardim Brasileiro” do artista Filipe Jardim. As técnicas refinadas com ajuda do Apara Studio relembram Genaro de Carvalho, tapeceiro brasileiro que incorporava cores e a cultura brasileira em suas obras.

Uma coleção com bordados, organza, lã, veludo e seda, tudo conversa com as obras. Outro ponto alto foi a beleza assinada por Carla Biriba, a maquiagem dos modelos conversava diretamente com as peças e passavam do corpo para o rosto. A linha transcende a moda e mostra como caminhar junto da arte brasileira.

Modelo no desfile da Handred
Desfile Handred. Fonte: Reprodução/Agfotosite

 

Patricia Viera 

Marca consolidada na SPFW e conhecida pelo trabalho com couro, Patricia Viera apresentou sua nova coleção na Casa Higienópolis, em parceria com o artista Jardel Moura, responsável pelo desenvolvimento do corte tipo richelieu - caracterizado por desenhos vazados, muitas vezes com flores, folhagens ou padrões geométricos . 

Sempre buscando inovação com sustentabilidade, Viera traz uma coleção que reforça seus atributos ao usar tecnologia a laser na construção do couro. Inspirada no Art Déco, a estilista aposta em tons sóbrios, como bordô, marinho e até metálicos, aliados à geometria. Os mosaicos, criados por meio do programa Zero Waste, reutilizam sobras de couro do ateliê, promovendo uma produção mais consciente.

Com uma ambientação clássica, a coleção revisita o passado sem deixar de valorizar o presente, trazendo elementos como um vestido de noiva e o uso de animal print. O trabalho artesanal das peças é único e reafirma o luxo característico da marca. Pela primeira vez, a marca apresentou uma coleção própria de sapatos, expandindo seu portfólio de produtos.

Modelo com vestido de noiva no desfile da Patricia Viera
Vestido de noiva em couro. Fonte: Agfotosite/Zé Takahashi

 

PIET

Com trilha sonora de Marcelo D2 e Nave Beats, Pedro Andrade criou um cenário único no estádio do Pacaembu para apresentar o desfile da PIET. O futebol foi o protagonista da coleção. O estilista explicou à CAPRICHO que a apresentação funciona como uma linha do tempo que começa nas memórias de infância, que ajudam a formar o imaginário coletivo da população sobre o esporte. “O futebol está no nosso DNA”, declarou.

Ele explora diversos personagens nas roupas: do torcedor ao técnico, passando pelo jogador e até mesmo pelo soldado na reserva, que passa a maior parte do tempo jogando bola. Por meio de uma combinação de modelagens justas e oversized, meiões, releituras de camisas de time e estampas camufladas, o estilista traduz essas personas em suas peças.

Modelos no desfile da Piet no campo do estádio do Pacaembu
Desfile da PIET na SPFW N59. Fonte: Agfotosite/Marcelo Soubiha

 

A maquiagem também teve destaque na passarela. Helder Rodrigues foi o responsável pela beleza dos modelos, que apareceram desde apenas com blush, até rostos completamente pintados, que evocaram a paixão dos fanáticos pelo esporte.

Desde 2022, a São Paulo Fashion Week passou a vender ingressos, mas o evento da marca de streetwear foi em contrapartida ao disponibilizar 4 mil entradas gratuitas para o público e reuniu uma comunidade fiel à marca. A escolha foi certeira, já que os torcedores formam parte essencial desse “jogo da moda”.

Estreante na SPFW em 2018, a PIET conquistou reconhecimento internacional ao firmar parcerias com marcas como Oakley, Puma e Levi’s. Com o encerramento da semana de moda, ela trouxe uma atmosfera de final de Copa do Mundo e reafirmou a democratização dos espaços da moda com a coleção “Farmers League”.

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Grandes marcas enfrentam críticas sobre métodos de produção e as reais práticas do mercado de luxo
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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22/04/2025 - 12h

No começo do mês de abril, o jornal americano Women's Wear Daily (WWD) divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostrava os bastidores da fabricação da bolsa 11.12, um dos modelos mais populares da histórica francesa Chanel. Intitulado “Inside the Factory That Makes $10,000 CHANEL Handbags” (“Dentro da Fábrica que Produz Bolsas Chanel de US$10.000”), o material buscava justificar o alto valor do acessório, mas acabou provocando controvérsia ao exibir etapas mecanizadas do processo, incluindo a costura.

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Imagem do vídeo postado pelo WWD que foi deletado em seguida. Foto: Reprodução/Tiktok/@hotsy.magazine

Embora o vídeo também destacasse momentos artesanais, como o trabalho manual de artesãs, a revelação de uma linha de produção mais automatizada do que o esperado causou estranhamento entre o público nas redes sociais. A repercussão negativa levou à exclusão do conteúdo poucas horas após a publicação, mas o vídeo continua circulando por meio de republicações. 

Além do material audiovisual, a WWD publicou uma reportagem detalhada sobre o processo de confecção das bolsas. Foi a primeira vez que a maison fundada por Coco Chanel, em 1910, abriu as portas de uma de suas fábricas de artigos em couro. A iniciativa está alinhada ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que visa ampliar a transparência ao oferecer informações claras sobre a origem dos produtos, os materiais utilizados, seus impactos ambientais e orientações de descarte através de um passaporte digital dos produtos.

Em entrevista à publicação, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou: “Se não mostrarmos por que é caro, as pessoas não saberão”. Ao contrário do vídeo, as imagens incluídas na matéria priorizam o trabalho manual dos artesãos, reforçando a narrativa de exclusividade e cuidado artesanal.

Para a jornalista de moda Giulia Azanha, a polêmica evidencia um atrito entre a imagem construída pela marca e a realidade do processo produtivo. “Acaba criando um rompimento entre a qualidade percebida pelo cliente e o que de fato é entregue”, afirma. Segundo ela, a reação negativa afeta principalmente os consumidores em potencial, ainda seduzidos pelo imaginário construído pela grife, enquanto os compradores habituais já estão acostumados com o funcionamento e polêmicas do mercado de luxo.

Atualmente, a Chanel administra uma série de ateliês especializados em ofícios artesanais por meio de sua subsidiária Paraffection S.A., reunidos no projeto Métiers d’Art, voltado à preservação de técnicas manuais tradicionais. A marca divulga sua produção feita à mão como um de seus pilares. No entanto, ao longo dos anos, parte da fabricação tornou-se mais automatizada — sem que isso tenha sido refletido nos preços finais.

Em 2019, a bolsa 11.12 no tamanho médio custava US$ 5.800. Hoje, o mesmo modelo é vendido por US$ 10.800 — um aumento de 86%. Para Giulia, não é o produto em si que mantém o caráter exclusivo, mas sim a história da marca, a curadoria estética e seu acesso extremamente restrito: “No final, essas marcas não vendem bolsas, roupas, sapatos, mas sim a sensação de pertencimento, de sofisticação e inacessibilidade, mesmo que seja simbólico”.

A jornalista de moda acredita que grande parte das outras grifes também adota um modelo híbrido de produção, que combina processos artesanais e mecanizados. Isso se justifica pela alta demanda de modelos como as bolsas 11.12 e 2.55, os mais vendidos da Chanel, o que exige uma produção em escala. No entanto, Giulia ressalta que a narrativa em torno do produto é tão relevante quanto sua fabricação: “O conceito de artesanal e industrial no setor da moda é uma linha muito mais simbólica do que técnica”, afirma.

Na mesma reportagem da WWD, Pavlovsky afirmou que a Chanel pretende ampliar a divulgação de informações sobre o processo de fabricação de seus produtos. A iniciativa acompanha a futura implementação do passaporte digital, que será exigido em produtos comercializados na União Europeia. A proposta é detalhar como os itens são produzidos, incluindo dados voltados ao marketing e à valorização dos diferenciais que tornam as peças da marca únicas. A matéria da WWD foi uma primeira tentativa nesse sentido, mas acabou não gerando a repercussão esperada.

“O não saber causa um efeito psicológico e atiça o desejo por consumo, muito mais rápido do que a transparência”, observa Giulia, destacando o papel do mistério no universo do luxo. Para ela, as marcas enfrentam o dilema de até que ponto devem revelar seus processos sem comprometer a aura de exclusividade. Embora iniciativas como a da Chanel pareçam valorizar aspectos como a responsabilidade ambiental e o trabalho manual — atributos bem recebidos na era das redes sociais, a jornalista acredita que a intenção vai além da educação do consumidor: “A ideia é parecer engajado e preocupado com a produção e seus clientes, mas a intenção por trás está muito mais ligada a humanizar a grife do que, de fato, educar o público”.

 

Até onde as práticas de fabricação importam?

 

Também no início de abril, diversos perfis chineses foram criados no aplicativo TikTok. Inicialmente, vídeos aparentemente inocentes mostrando a fabricação de bolsas e outros acessórios de luxo foram postados. Porém, com o aumento das taxas de importação causada pelo presidente americano, Donald Trump, estes mesmos perfis começaram a postar vídeos comprovando que produtos de diversas grifes de luxo são fabricados na China.

Estes vídeos se tornaram virais, arrecadando mais de 1 milhão de visualizações em poucos dias no ar. Um dos perfis que ganharam mais atenção foi @sen.bags_ - agora banido da plataforma -, usado para expor a fabricação de bolsas de luxo. Em um dos vídeos postados no perfil, um homem mostra diversas “Birkin Bags” - bolsas de luxo fabricadas pela grife francesa Hermés, um dos itens mais exclusivos do mercado, chegando a custar entre US$200 mil e US$450 mil - que foram produzidas em sua fábrica.

As bolsas Birkin foram criadas em 1981 em homenagem à atriz Jane Birkin por Jean-Louis Dumas, chefe executivo da Hermés na época. O design da bolsa oferece conforto, elegância e praticidade, ganhando rapidamente destaque no mundo da moda.

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Jane Birkin usando a bolsa em sua homenagem. A atriz era conhecida por carregar diversos itens em sua Birkin, personalizando a bolsa com penduricalhos e chaveiros. Foto:Jun Sato/Wireimage.

A Hermés se orgulha em dizer que as Birkin são produtos exclusivos, principalmente devido ao lento processo de produção. De acordo com a marca, todo o processo de criação de uma Birkin é artesanal e o produto é fabricado com couros e outros materiais de difícil acesso. Porém, com a revelação do perfil @sen.bags_, o público começou a perceber que talvez a bolsa não seja tão exclusiva assim.

No mesmo vídeo mencionado anteriormente, o homem diz que tudo é fabricado na China, com os mesmos materiais e técnica, mas as bolsas são enviadas à Europa para adicionarem o selo de autenticidade da marca. Essa fala abriu um debate on-line, durante todo esse tempo, as pessoas só vêm pagando por uma etiqueta e não pelo produto em si?

Para Giulia, polêmicas desse nível não afetam de forma realmente impactante as grandes grifes de luxo, já que “A elite não para de consumir esses produtos, porque como já possuem um vínculo grande [com as marcas] não se trata de uma polêmica que afete sua visão de produto, afinal além de venderem um simples produto, as grifes vendem um estilo de vida compatível com seu público.

A veracidade destes vídeos não foi comprovada, mas a imagem das grifes está manchada no imaginário geral. Mesmo que a elite, público alvo destas marcas, não deixe de consumi-las, o resto dos consumidores com certeza se deixou afetar pelo burburinho.

Nas redes sociais, diversos internautas brincam dizendo que agora irão perder o medo de comprar itens nos famosos camelôs, alguns até pedem o nome dos fornecedores, buscando os prometidos preços baixos.

Financeiramente, a Chanel e outras marcas expostas, podem ter um pequeno baque, mas por conta de suas décadas acumulando capital, conseguiram se reequilibrar rapidamente. “Elas podem sentir um impacto imediato, mas que em poucos anos são contidos e substituídos por novos temas, como a troca repentina de um diretor criativo ou um lançamento de uma nova coleção icônica.”, acrescentou Giulia.

Outras grandes grifes já enfrentaram escandâlos, até muito maiores do que esse como menciona Giulia “A Chanel, inclusive passou por polêmicas diretamente ligadas a sua fundadora, até muito mais graves do que seu processo produtivo”, se referindo ao envolvimento de Coco Chanel com membros do partido nazista durante a Segunda Guerra. Porém, como apontado anteriormente, essas marcas conseguiram se reerguer divergindo a atenção do público a outro assunto impactante.

Esse caso foi apenas um de muitos similares na história da indústria da moda, mas, como apontado por Giulia: “A maior parte das grifes em questão tem ao menos 100 anos de história e já se reinventaram diversas vezes em meio a crises, logo a transformação será necessária.”

 

Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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"Inside the Dream: Mugler" celebra a trajetória icônica da grife e seu impacto cultural
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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25/09/2024 - 12h

Em 2024, a renomada grife Mugler celebra cinco décadas de inovação e criatividade no mundo da moda. Para marcar essa data especial, será lançado, em 25 de setembro, o documentário "Inside the Dream: Mugler", dirigido por Matthieu Menu, conhecido por seu trabalho em "Inside The Dream" (2023), sobre a Dior.

Reprodução: Instagram Mugler

Reprodução: Instagram Mugler 

 Com uma duração de 60 minutos, o filme traça a trajetória impactante do francês Manfred Thierry Mugler, criador da marca.

A trama abraça estes desfiles extravagantes até a icônica fragrância Angel, que se destaca pelo seu frasco em forma de estrela, lançado em 1992. O documentário também abrange as coleções sob a direção criativa de Casey Cadwallader, que assumiu o cargo em 2017.

 Entre os momentos de destaque, o filme revisita peças que marcaram a grife, como o famoso vestido de sereia "Chimère", além da recente aparição de Zendaya no tapete vermelho de "Duna: Parte Dois", em que vestiu o traje cyborg Maschinenmensch, da coleção de Inverno 1995/1996. A atriz é conhecida pelo método dressing, em que incorpora elementos dos papeis que interpreta nas premières e eventos pré-lançamento.

A estreia está agendada para 25 de setembro no Canal+ na França, seguida por lançamentos em plataformas de streaming como Prime Video.

Reprodução: Vogue Scandinavia

Reprodução: Vogue Scandinavia 

 O documentário oferece uma visão abrangente da evolução da Mugler, e inclui arquivos inéditos que refletem a influência duradoura da marca. A grife tem um histórico de exposições em museus ao redor do mundo, incluindo a recente "Thierry Mugler: Couturissime" no Brooklyn Museum, em 2022. A estreia do filme ocorre estrategicamente na véspera do desfile da coleção de verão 2025, programado para a Semana de Moda de Paris.

 Fundada em 1973 por Thierry Mugler em Paris, a marca rapidamente se destacou pela fusão de estética punk e silhuetas inspiradas em uniformes militares, em um visual urbano e sofisticado. Reconhecida por sua incessante busca por inovação, a Mugler Combina tecnologias modernas com técnicas tradicionais, inovando a moda através de suas peças.

Reprodução: Vogue Singapore

Reprodução: Vogue Singapore

 "Inside the Dream: Mugler" destaca a criação de campanhas icônicas de fragrâncias como Angel e Alien, e apresenta participações de figuras notáveis, como Pat Cleveland, Iman Bowie e Paris Hilton. A produção também mostra o desfile da Primavera/Verão 2024, liderado por Cadwallader.

Danièle Lahana-Aidenbaum, atual presidente global da Mugler, enfatiza que "os 50 anos da Mugler são um testemunho do poder da criatividade audaciosa", ressaltando a continuidade do legado de Manfred Thierry Mugler e a visão futurista da marca, reconhecida por ícones como Beyoncé e Lady Gaga.

Com uma narrativa rica em história e inovação, "Inside the Dream: Mugler" promete uma celebração única de meio século de moda revolucionária.

Veja o trailer completo:

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Nostalgia e Futurismo em contraste denotam mais um dia da Semana de moda italiana
por
Gabriela Jacometto
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24/09/2024 - 12h

 O terceiro dia da Fashion Week em Milão foi marcado por desfiles de grandes marcas, tanto tradicionais no evento, quanto as que buscam novos ares com seus novos diretores criativos. Como é o exemplo da MOSCHINO, que apresentou sua coleção Spring/Summer 2025 assinada por Adrian Appiolazza.

 Appiolazza, que assumiu a pouco tempo a direção criativa da marca italiana, fez a coleção apresentada  em tempo recorde. Diferentemente da MOSCHINO que estávamos acostumados com Jeremy Scott no comando, a essência  de Appiolazza mostra uma face mais semelhante com a do criador da marca, Franco.

  O novo diretor trouxe um desfile lúdico, com a irreverência característica da etiqueta. Um dos temas centrais foi o uso do branco em diferentes texturas e formas, desde vestidos de algodão popeline, até conjuntos de alfaiataria descontraída. Moschino transformou elementos do dia a dia, como roupas penduradas em varais, em inspiração para looks descontraídos e contemporâneos, refletindo um espírito de leveza e diversão.

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Imagem: Vogue Runway.

 

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Imagem: Vogue Runway.

  PRADA

  E por falar em marcas tradicionais, a PRADA se fez presente mais uma vez. Miuccia Prada e Raf Simons, diretores criativos da grife, apresentaram um desfile esquisito, futurista e nostálgico com referências dos principais sucessos da casa.  

   A coleção cheia de dualidades, combinou o utilitário com o sofisticado. Simons e Prada exploraram o contraste entre peças de outerwear funcionais e detalhes luxuosos. O desfile da grife trouxe uma das apresentações mais ousadas dos últimos tempos, com uma vibe futurista de super-herois espaciais. Os chapéus com óculos embutidos e as saias em formato de vigia deram um toque excêntrico e inesperado, enquanto detalhes inspirados no estilo BDSM e faroeste americano surgiram em peças como saias suspensas por arreios e franjas longas de couro branco. 

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Detalhes da coleção. Imagens: Armando Grillo/ Gorunway.com
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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com 

 

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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com 

 

 MAX MARA

 Ian Griffiths, diretor criativo da Max Mara desde 1987, começou a refletir sobre a marginalização da ciência em comparação com as artes após ler e assistir Lessons in Chemistry. Com esse momento de iluminação, Griffiths passou a criar sua coleção mais recente, inspirada na busca pela ordem em meio ao caos, misturando ciência e arte em seu processo criativo.

 A marca apresentou uma coleção dominada por silhuetas clássicas, com peças estruturadas em tons neutros, perfeitas para a mulher contemporânea que busca elegância atemporal. Os cortes foram limpos e precisos, em linha com a estética refinada da marca, enquanto tecidos luxuosos garantiram um toque de opulência discreta​.

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Imagem: Isidore Montog/ Gorunway.com 

 

 

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Imagem: Isidore Montog/ Gorunway.com 

 

 MM6 MAISON MARGIELA

  Ter acesso ao arquivo da Margiela é como receber uma dádiva preciosa no mundo da moda; com poucos recursos, é possível renovar completamente uma coleção da MM6. Para a temporada de primavera, o coletivo de design mergulhou profundamente nesse vasto inventário, vasculhando minuciosamente folhas de contato da fotógrafa Marina Faust, que documentou todos os desfiles de Martin Margiela, em busca de novas referências. A inspiração também veio de um compromisso genuíno de preservar o legado da marca, garantindo que seu patrimônio e a história da moda continuem a influenciar as gerações futuras.

 Eles revisitaram e reorganizaram peças icônicas do repertório da Margiela, adaptando-as para os verões cada vez mais intensos. O efeito de tinta branca seca, uma marca registrada da casa, retornou em calças masculinas e femininas, bem como nas botas cowboy, além da sacola de compras reinventada como um top.

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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com

 

 A coleção foi arrematada com saltos dourados para as mulheres e chinelos para os homens, além de uma gama de ternos oversized, jeans folgados, shorts curtos e coletes sem mangas, criando uma variedade de looks sem qualquer traço de nostalgia.

 

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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com

 

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Versace, Gucci, Tod's e Missoni marcam a disputa entre clássico e moderno nas passarelas
por
Luiza Zequim
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23/09/2024 - 12h

Os desfiles desta sexta-feira (20), da Semana de Moda de Milão, exibiram o contraste entre tradicional e inovação. Com marcas luxuosas clássicas como Gucci e Versace reafirmando sua notoriedade, tributos ao artesanato italiano na Tod’s e mudanças criativas de Missoni, as apresentações marcaram um dia repleto de novidades no mundo da moda. 

 

Gucci —  na estética Casual Grandeur - Grandiosidade Casual -  a grife italiana trouxe como tema a mágica do por do sol 

Regado de celebridades e sob direção de Sabato De Sarno, a clássica italiana trouxe em seu desfile a reafirmação da “antiga Gucci”.  A passarela em tons terrosos, localizada no Triennale, foi palco para uma coleção que mistura textura, tecidos, tonalidades e cores. 

 

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Gucci primavera/verão 2025 (Reprodução: Gucci Fashion Network)

 

As peças trouxeram a essência da moda dos anos 60, com casacos estruturados, tops simétricos, saias e vestidos longos com rendas, transparência e fendas elegantes. A mistura entre tons neons e terrosos e a alternância entre conjuntos casuais e formais fizeram o desfile atender às expectativas criadas.    

 

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Gucci primavera/verão 2025 (Reprodução: Gucci Fashion Network)

 

Sem dúvidas, o artigo mais aclamado foi o retorno da Gucci Bamboo 1947, a tradicional bolsa clutch com a alça de bambu curvada. Todos os designs foram regados de acessórios  —  bolsas atrativas, óculos coloridos, chapéus volumosos, e colares pesados, todos alinhados com a paleta escolhida. Para finalizar as composições, foram incorporadas botas na altura dos joelhos, saltos e sapatilhas triangulares e sapatos esportivos. 

 

Versace se mantém na estética clássica sem grandes mudanças e diferenciação

Donatella Versace, umas das estilistas mais imponentes do mundo da moda e dona da marca, comentou que a intenção do desfile era focar no “otimismo e na alegria”. Analistas e críticos colocaram em questão o mantimento de inspirações e falta de inovação na exposição. A tradição é importante no mundo da moda, mas com o surgimento de ateliês novos e modernos, esse conceito precisa ser incorporado à modernidade para que as criações não se tornem repetitivas. 

As peças desfiladas apresentaram saias florais e tops com recortes assimétricos ou com padrões de zig zag, além da mistura entre cores vivas e tons pastéis. Os principais tecidos trajados incluíram sedas e rendas transparentes, realçando a estética dos anos 90 presente. Para compor os designs, os sapatos femininos incluíram saltos finos ou plataformas com tons vibrantes. 

 

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Versace primavera/verão 2025 (Reprodução: Versace)

 

As roupas masculinas acompanharam o mesmo padrão, criando uma conexão natural, com enfoque em ternos e jaquetas, completados com sapatos esportivos e meias com sandálias.

Por fim, o desfile ainda contou com algumas peças em dourado com traços de ouro exibindo a sensualidade e tradição da marca italiana. 

 

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Versace primavera/verão 2025 (Reprodução: Versace)

 

Tod’s contra o conceito de Inteligência Artificial e a favor da Artisanal Intelligence (Inteligência Artesanal)

Matteo Tamburini, diretor criativo da marca, comentou pouco antes do desfile: “A inteligência artesanal vai contra o que todos falam, o foco está em um produto muito elevado, o Made in Italy.”

O desfile apresentou peças formais e lineares, combinando saias e calças com blusas oversized. Os casacos assimétricos com grandes proporções, mistura entre tecidos de couro e linho, e os clássicos sapatos Gommino trouxeram elegância e casualidade para a coleção.  

 

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Tod’s primavera/verão 2025 (Reprodução: Instagram/@Tod’s)

 

A locação do desfile seguiu uma das tendências mais presentes nesta Semana de Moda de Milão, a passarela e suas instalações brancas, destacando a paleta de cores e os formatos das roupas.

 

Missoni com padrões artísticos, memórias culturais e  zig zag volta a sua essência

Se diferenciando da última apresentação em 2023, a coleção de Filippo Grazioli trouxe cores primárias e vibrantes, além de formatos assimétricos únicos, tecidos fluídos e bufantes e acessórios que remetem a povos originários,  trazendo de volta o espírito criativo e divertido. 

Todas as criações foram acompanhadas por sandálias de dedo coloridas que alongam e dão continuidade aos designs. 

 

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Missoni primavera/verão 2025 (Reprodução: Vogue Runway)

 

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O ateliê carioca transforma tecidos naturais em peças atemporais, unindo conforto e sustentabilidade
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
Natália Matvyenko
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20/09/2024 - 12h

A Handred, marca nacional, estará na 58º edição do São Paulo Fashion Week, que neste ano homenageará Regina Guerreiro - editora que fez história no cenário da moda brasileiro. Situado no vibrante cenário carioca, o ateliê Handred, fundado em 2012 por André Namitala, destaca-se por traduzir a leveza e a estética da praia em um vestuário contemporâneo e confortável. A marca é conhecida por sua abordagem cuidadosa na seleção de materiais, utilizando tecidos naturais como linho, seda, algodão e lã. Cada um desses materiais é escolhido não apenas por sua beleza, mas também por suas propriedades que proporcionam uma sensação de bem-estar ao usuário, criando peças que remetem a memórias afetivas e desejos pessoais.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

O espaço do ateliê é projetado para ser acolhedor e intimista, refletindo um profundo compromisso com a produção artesanal. Desde o início do processo criativo, há uma valorização significativa dos detalhes. Cada textura é considerada e cada forma cuidadosamente elaborada. O resultado são cortes amplos e designs fluidos que caracterizam as coleções, permitindo liberdade de movimento e conforto. As criações são versáteis, adaptando-se a diferentes estilos e ocasiões, e transcendem as limitações de estações e gêneros.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

A grife se destaca pelo seu compromisso inabalável com a produção local, mantendo toda a fabricação dentro do Brasil. Atualmente, a marca conta com três lojas que servem como espaços não apenas de venda, mas também de interação e troca com os clientes. A produção artesanal e a qualidade das peças continuam a ser prioridades, mesmo em um mercado que muitas vezes prioriza a produção em massa e a velocidade. O modelo de negócios da Handred é sustentado por práticas que respeitam o meio ambiente e as comunidades locais, promovendo um ciclo de consumo consciente.

Recentemente, a marca expandiu sua presença com a abertura de uma nova loja em São Paulo, no shopping Pátio Higienópolis. Além disso, a etiqueta  lançou a linha 'Reconstrução', uma iniciativa que representa seu forte compromisso com a sustentabilidade. Essa coleção é composta por peças criadas a partir de materiais excedentes do ateliê, resultantes de um processo de reaproveitamento que ganhou força durante a pandemia. A 'Reconstrução' não apenas minimiza o desperdício, mas também celebra a criatividade ao transformar sobras de tecidos e materiais não utilizados em peças únicas e limitadas.

A marca também adota diversas práticas sustentáveis, como a confecção de sacolas feitas a partir de restos de tecido e a reutilização de embalagens. Essas ações visam reduzir o impacto ambiental da marca e demonstram um compromisso com a responsabilidade social. Sua clientela é diversificada, composta por pessoas que valorizam a autenticidade e a qualidade das peças, atraindo tanto aqueles que buscam uma estética limpa e atemporal, quanto clientes mais velhos que possuem memórias afetivas ligadas a tecidos clássicos e que apreciam a durabilidade e o cuidado na confecção das roupas.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

Com um enfoque que harmoniza estética, funcionalidade e responsabilidade ambiental, Handred se estabelece como uma referência no cenário da moda. Suas criações vão além do simples ato de vestir; são expressões de histórias que respeitam o planeta e as pessoas, demonstrando que é possível unir estilo e consciência em cada peça.

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A grife paraense fará sua estreia no dia 16, com uma coleção de materiais sustentáveis e forte vínculo com a Amazônia.
por
NINA JANUZZI DA GLORIA
Maria Luiza Costa
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20/09/2024 - 12h

 

Acontece em outubro, do dia 14 a 21 a 58ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW N58). Ao todo, a semana de moda paulista contará com 40 desfiles, distribuídos entre o Parque Ibirapuera, o Shopping Iguatemi e outras locações externas, como o Pavilhão Japonês e o Complexo Cultural Júlio Prestes. 

Essa edição prestará homenagem à jornalista e editora Regina Guerreiro, com uma exposição intitulada "As Joias da Rainha" no Pavilhão das Culturas Brasileiras. No dia 14, Alexandre Herchcovitch fará seu retorno, abrindo o evento com seu desfile no Complexo Cultural Júlio Prestes. O encerramento ficará por conta de Fernanda Yamamoto, no Pavilhão Japonês, celebrando os 70 anos desse espaço.

Entre as marcas que irão passar pela São Paulo Fashion Week, está a grife paraense Normando, que irá estrear nas passarelas no dia 16 de outubro (quarta-feira) no Pavilhão das Culturas Brasileiras, às 19h30.

Normando

A marca que surgiu na Amazônia, foi criada pelos paraenses Marco Normando, que é diretor criativo da grife, e Emídio Contente, artista visual e publicitário, responsável pela concepção das coleções e da apresentação delas aos consumidores.  

Lançada em 2020, a Normando construiu sua base de clientes online, porém em 2024 abriu sua primeira loja física em São Paulo. Com o conceito “slow fashion” - que busca equilibrar narrativas, qualidade e o uso de matéria-prima - seus designs conquistaram o coração do público. 

 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

Dois anos após sua criação, foi uma das marcas celebradas na primeira edição do "Vogue Celebra", evento que enaltece nomes nacionais que geram impacto positivo na sociedade, promovido pela Vogue Brasil/Globo Condé Nast.

A grife já vestiu diversos nomes importantes, como Xuxa, Rebeca Andrade e Claudia Raia. Além disso, um ponto alto para a visibilidade do trabalho dos artistas, foi o início de setembro, quando a cantora Luísa Sonza vestiu peças Normando para a abertura do jogo da NFL no Brasil.

A marca paraense apresentará sua coleção no Pavilhão das Culturas Brasileiras, o que encaixa perfeitamente com a promessa do designer de trazer para suas criações a forte conexão que tem com suas raízes amazônicas. 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

 

Conhecida por sua alfaiataria refinada e pela utilização de materiais orgânicos, que refletem uma fusão entre a tradição e inovação, a coleção irá destacar o uso de matérias-primas sustentáveis como o látex amazônico e a jarina, uma semente que substitui o marfim animal. 

A apresentação da grife no SPFW será uma oportunidade para ampliar sua visibilidade no cenário nacional e mostrar ao público o resultado de suas pesquisas sobre a cultura da Amazônia e da moda sustentável. 

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