Entre ocupações e assembleias, universitários fazem da moda um instrumento de protesto
por
Maria Julia Malagutti.
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26/06/2025 - 12h

Nas ruas e universidades, a moda afirma-se como linguagem política: um código visual capaz de expressar ideologias, indignações e identidades coletivas. Em um Brasil marcado por tensões sociais, reações conservadoras e a articulação de movimentos progressistas, o corpo torna-se campo de disputa simbólica.

Esse uso da estética como resistência não é novo. Nos anos 1960 e 1970, movimentos como o feminismo, o black power e o punk já faziam do vestuário uma ferramenta de contestação. Hoje, esse gesto se atualiza: a camiseta da seleção brasileira, antes símbolo nacional, virou objeto de disputa ideológica, enquanto outras peças se consolidam como marcas visuais de protesto, como os keffiyehs em atos pró-Palestina ou camisetas com frases como “Estado laico já”.

Em entrevista à AGEMT, a estilista Isadora Barbozza afirma que “o vestuário é essencial para transmitir mensagens sociais, culturais, ideológicas e políticas”. Para ela, é possível reconhecer, à primeira vista, a filiação a uma causa, crença ou identidade coletiva. “Você consegue, num olhar, identificar uma roupa de matriz africana. É muito expressivo”, destaca. Ela lembra que religiões, culturas e instituições sempre usaram a roupa como marcador simbólico — mostrando que o corpo vestido participa da construção de sentidos sociais.

Na universidade, esse fenômeno se intensifica. Na PUC-SP, onde o movimento estudantil voltou a se articular em 2025, com assembleias e protestos pela democratização interna e contra retrocessos nos direitos humanos, o vestir passou a compor o ato político. Camisetas com símbolos de partidos e movimentos sociais — como o PT, o MST e coletivos feministas — tomaram os corredores, transformando o corpo dos estudantes em suporte de convicções. A escolha da roupa deixa de ser neutra e se torna apoio ao debate.

A relação entre vestuário e engajamento também aparece na fala de Martim Tarifa, estudante de Jornalismo da PUC-SP. Em entrevista à AGEMT, ele conta que escolheu sua roupa com intenção ao participar da assembleia da ocupação estudantil. “Não fazia sentido ir com qualquer roupa. Vesti minha camiseta antifascista porque, da minha casa até lá, queria deixar claro meu apoio à mobilização”, explica. Para ele, mesmo quando não há uma intenção explícita, o modo de se vestir carrega significados. “Só de olhar para o estilo de uma pessoa, já dá pra perceber uma possível posição política. É uma forma de se posicionar e também de se identificar”, acrescenta.

 

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Confira como foram os desfiles do último dia da semana de moda paulistana
por
Pedro da Silva Menezes
Helena Haddad
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23/04/2025 - 12h

Na sexta-feira (11), o último dia da 59ª edição da São Paulo Fashion Week foi marcado por três desfiles de estilos distintos. A capital paulista recebeu as novas coleções da Handred, Patricia Vieira e PIET que encerraram o evento.

Handred

Abrindo o  dia, Handred apresentou uma coleção cheia de referências artísticas brasileiras e inspiradas na tapeçaria. Ponto Brasileiro – nome da coleção assinada pelo estilista André Namitala- traduziu a homenagem desejada pelo artista: “Uma ode ao legado dos grandes mestres tapeceiros”

O desfile ocorreu na galeria Passado Composto, no bairro do Jardins. Enquanto os modelos passavam apresentando a coleção, André narrava o desfile comentando os looks, suas técnicas e seus pensamentos, uma ambientação única e intimista. A  Handred trouxe excelência na necessidade atual de experiências imersivas para a passarela.

A coleção acentua os trabalhos manuais do ateliê e comemora brasilidade – as cores vibrantes, peças inspiradas em obras de Jacques Douchez e na ilustração “Jardim Brasileiro” do artista Filipe Jardim. As técnicas refinadas com ajuda do Apara Studio relembram Genaro de Carvalho, tapeceiro brasileiro que incorporava cores e a cultura brasileira em suas obras.

Uma coleção com bordados, organza, lã, veludo e seda, tudo conversa com as obras. Outro ponto alto foi a beleza assinada por Carla Biriba, a maquiagem dos modelos conversava diretamente com as peças e passavam do corpo para o rosto. A linha transcende a moda e mostra como caminhar junto da arte brasileira.

Modelo no desfile da Handred
Desfile Handred. Fonte: Reprodução/Agfotosite

 

Patricia Viera 

Marca consolidada na SPFW e conhecida pelo trabalho com couro, Patricia Viera apresentou sua nova coleção na Casa Higienópolis, em parceria com o artista Jardel Moura, responsável pelo desenvolvimento do corte tipo richelieu - caracterizado por desenhos vazados, muitas vezes com flores, folhagens ou padrões geométricos . 

Sempre buscando inovação com sustentabilidade, Viera traz uma coleção que reforça seus atributos ao usar tecnologia a laser na construção do couro. Inspirada no Art Déco, a estilista aposta em tons sóbrios, como bordô, marinho e até metálicos, aliados à geometria. Os mosaicos, criados por meio do programa Zero Waste, reutilizam sobras de couro do ateliê, promovendo uma produção mais consciente.

Com uma ambientação clássica, a coleção revisita o passado sem deixar de valorizar o presente, trazendo elementos como um vestido de noiva e o uso de animal print. O trabalho artesanal das peças é único e reafirma o luxo característico da marca. Pela primeira vez, a marca apresentou uma coleção própria de sapatos, expandindo seu portfólio de produtos.

Modelo com vestido de noiva no desfile da Patricia Viera
Vestido de noiva em couro. Fonte: Agfotosite/Zé Takahashi

 

PIET

Com trilha sonora de Marcelo D2 e Nave Beats, Pedro Andrade criou um cenário único no estádio do Pacaembu para apresentar o desfile da PIET. O futebol foi o protagonista da coleção. O estilista explicou à CAPRICHO que a apresentação funciona como uma linha do tempo que começa nas memórias de infância, que ajudam a formar o imaginário coletivo da população sobre o esporte. “O futebol está no nosso DNA”, declarou.

Ele explora diversos personagens nas roupas: do torcedor ao técnico, passando pelo jogador e até mesmo pelo soldado na reserva, que passa a maior parte do tempo jogando bola. Por meio de uma combinação de modelagens justas e oversized, meiões, releituras de camisas de time e estampas camufladas, o estilista traduz essas personas em suas peças.

Modelos no desfile da Piet no campo do estádio do Pacaembu
Desfile da PIET na SPFW N59. Fonte: Agfotosite/Marcelo Soubiha

 

A maquiagem também teve destaque na passarela. Helder Rodrigues foi o responsável pela beleza dos modelos, que apareceram desde apenas com blush, até rostos completamente pintados, que evocaram a paixão dos fanáticos pelo esporte.

Desde 2022, a São Paulo Fashion Week passou a vender ingressos, mas o evento da marca de streetwear foi em contrapartida ao disponibilizar 4 mil entradas gratuitas para o público e reuniu uma comunidade fiel à marca. A escolha foi certeira, já que os torcedores formam parte essencial desse “jogo da moda”.

Estreante na SPFW em 2018, a PIET conquistou reconhecimento internacional ao firmar parcerias com marcas como Oakley, Puma e Levi’s. Com o encerramento da semana de moda, ela trouxe uma atmosfera de final de Copa do Mundo e reafirmou a democratização dos espaços da moda com a coleção “Farmers League”.

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Grandes marcas enfrentam críticas sobre métodos de produção e as reais práticas do mercado de luxo
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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22/04/2025 - 12h

No começo do mês de abril, o jornal americano Women's Wear Daily (WWD) divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostrava os bastidores da fabricação da bolsa 11.12, um dos modelos mais populares da histórica francesa Chanel. Intitulado “Inside the Factory That Makes $10,000 CHANEL Handbags” (“Dentro da Fábrica que Produz Bolsas Chanel de US$10.000”), o material buscava justificar o alto valor do acessório, mas acabou provocando controvérsia ao exibir etapas mecanizadas do processo, incluindo a costura.

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Imagem do vídeo postado pelo WWD que foi deletado em seguida. Foto: Reprodução/Tiktok/@hotsy.magazine

Embora o vídeo também destacasse momentos artesanais, como o trabalho manual de artesãs, a revelação de uma linha de produção mais automatizada do que o esperado causou estranhamento entre o público nas redes sociais. A repercussão negativa levou à exclusão do conteúdo poucas horas após a publicação, mas o vídeo continua circulando por meio de republicações. 

Além do material audiovisual, a WWD publicou uma reportagem detalhada sobre o processo de confecção das bolsas. Foi a primeira vez que a maison fundada por Coco Chanel, em 1910, abriu as portas de uma de suas fábricas de artigos em couro. A iniciativa está alinhada ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que visa ampliar a transparência ao oferecer informações claras sobre a origem dos produtos, os materiais utilizados, seus impactos ambientais e orientações de descarte através de um passaporte digital dos produtos.

Em entrevista à publicação, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou: “Se não mostrarmos por que é caro, as pessoas não saberão”. Ao contrário do vídeo, as imagens incluídas na matéria priorizam o trabalho manual dos artesãos, reforçando a narrativa de exclusividade e cuidado artesanal.

Para a jornalista de moda Giulia Azanha, a polêmica evidencia um atrito entre a imagem construída pela marca e a realidade do processo produtivo. “Acaba criando um rompimento entre a qualidade percebida pelo cliente e o que de fato é entregue”, afirma. Segundo ela, a reação negativa afeta principalmente os consumidores em potencial, ainda seduzidos pelo imaginário construído pela grife, enquanto os compradores habituais já estão acostumados com o funcionamento e polêmicas do mercado de luxo.

Atualmente, a Chanel administra uma série de ateliês especializados em ofícios artesanais por meio de sua subsidiária Paraffection S.A., reunidos no projeto Métiers d’Art, voltado à preservação de técnicas manuais tradicionais. A marca divulga sua produção feita à mão como um de seus pilares. No entanto, ao longo dos anos, parte da fabricação tornou-se mais automatizada — sem que isso tenha sido refletido nos preços finais.

Em 2019, a bolsa 11.12 no tamanho médio custava US$ 5.800. Hoje, o mesmo modelo é vendido por US$ 10.800 — um aumento de 86%. Para Giulia, não é o produto em si que mantém o caráter exclusivo, mas sim a história da marca, a curadoria estética e seu acesso extremamente restrito: “No final, essas marcas não vendem bolsas, roupas, sapatos, mas sim a sensação de pertencimento, de sofisticação e inacessibilidade, mesmo que seja simbólico”.

A jornalista de moda acredita que grande parte das outras grifes também adota um modelo híbrido de produção, que combina processos artesanais e mecanizados. Isso se justifica pela alta demanda de modelos como as bolsas 11.12 e 2.55, os mais vendidos da Chanel, o que exige uma produção em escala. No entanto, Giulia ressalta que a narrativa em torno do produto é tão relevante quanto sua fabricação: “O conceito de artesanal e industrial no setor da moda é uma linha muito mais simbólica do que técnica”, afirma.

Na mesma reportagem da WWD, Pavlovsky afirmou que a Chanel pretende ampliar a divulgação de informações sobre o processo de fabricação de seus produtos. A iniciativa acompanha a futura implementação do passaporte digital, que será exigido em produtos comercializados na União Europeia. A proposta é detalhar como os itens são produzidos, incluindo dados voltados ao marketing e à valorização dos diferenciais que tornam as peças da marca únicas. A matéria da WWD foi uma primeira tentativa nesse sentido, mas acabou não gerando a repercussão esperada.

“O não saber causa um efeito psicológico e atiça o desejo por consumo, muito mais rápido do que a transparência”, observa Giulia, destacando o papel do mistério no universo do luxo. Para ela, as marcas enfrentam o dilema de até que ponto devem revelar seus processos sem comprometer a aura de exclusividade. Embora iniciativas como a da Chanel pareçam valorizar aspectos como a responsabilidade ambiental e o trabalho manual — atributos bem recebidos na era das redes sociais, a jornalista acredita que a intenção vai além da educação do consumidor: “A ideia é parecer engajado e preocupado com a produção e seus clientes, mas a intenção por trás está muito mais ligada a humanizar a grife do que, de fato, educar o público”.

 

Até onde as práticas de fabricação importam?

 

Também no início de abril, diversos perfis chineses foram criados no aplicativo TikTok. Inicialmente, vídeos aparentemente inocentes mostrando a fabricação de bolsas e outros acessórios de luxo foram postados. Porém, com o aumento das taxas de importação causada pelo presidente americano, Donald Trump, estes mesmos perfis começaram a postar vídeos comprovando que produtos de diversas grifes de luxo são fabricados na China.

Estes vídeos se tornaram virais, arrecadando mais de 1 milhão de visualizações em poucos dias no ar. Um dos perfis que ganharam mais atenção foi @sen.bags_ - agora banido da plataforma -, usado para expor a fabricação de bolsas de luxo. Em um dos vídeos postados no perfil, um homem mostra diversas “Birkin Bags” - bolsas de luxo fabricadas pela grife francesa Hermés, um dos itens mais exclusivos do mercado, chegando a custar entre US$200 mil e US$450 mil - que foram produzidas em sua fábrica.

As bolsas Birkin foram criadas em 1981 em homenagem à atriz Jane Birkin por Jean-Louis Dumas, chefe executivo da Hermés na época. O design da bolsa oferece conforto, elegância e praticidade, ganhando rapidamente destaque no mundo da moda.

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Jane Birkin usando a bolsa em sua homenagem. A atriz era conhecida por carregar diversos itens em sua Birkin, personalizando a bolsa com penduricalhos e chaveiros. Foto:Jun Sato/Wireimage.

A Hermés se orgulha em dizer que as Birkin são produtos exclusivos, principalmente devido ao lento processo de produção. De acordo com a marca, todo o processo de criação de uma Birkin é artesanal e o produto é fabricado com couros e outros materiais de difícil acesso. Porém, com a revelação do perfil @sen.bags_, o público começou a perceber que talvez a bolsa não seja tão exclusiva assim.

No mesmo vídeo mencionado anteriormente, o homem diz que tudo é fabricado na China, com os mesmos materiais e técnica, mas as bolsas são enviadas à Europa para adicionarem o selo de autenticidade da marca. Essa fala abriu um debate on-line, durante todo esse tempo, as pessoas só vêm pagando por uma etiqueta e não pelo produto em si?

Para Giulia, polêmicas desse nível não afetam de forma realmente impactante as grandes grifes de luxo, já que “A elite não para de consumir esses produtos, porque como já possuem um vínculo grande [com as marcas] não se trata de uma polêmica que afete sua visão de produto, afinal além de venderem um simples produto, as grifes vendem um estilo de vida compatível com seu público.

A veracidade destes vídeos não foi comprovada, mas a imagem das grifes está manchada no imaginário geral. Mesmo que a elite, público alvo destas marcas, não deixe de consumi-las, o resto dos consumidores com certeza se deixou afetar pelo burburinho.

Nas redes sociais, diversos internautas brincam dizendo que agora irão perder o medo de comprar itens nos famosos camelôs, alguns até pedem o nome dos fornecedores, buscando os prometidos preços baixos.

Financeiramente, a Chanel e outras marcas expostas, podem ter um pequeno baque, mas por conta de suas décadas acumulando capital, conseguiram se reequilibrar rapidamente. “Elas podem sentir um impacto imediato, mas que em poucos anos são contidos e substituídos por novos temas, como a troca repentina de um diretor criativo ou um lançamento de uma nova coleção icônica.”, acrescentou Giulia.

Outras grandes grifes já enfrentaram escandâlos, até muito maiores do que esse como menciona Giulia “A Chanel, inclusive passou por polêmicas diretamente ligadas a sua fundadora, até muito mais graves do que seu processo produtivo”, se referindo ao envolvimento de Coco Chanel com membros do partido nazista durante a Segunda Guerra. Porém, como apontado anteriormente, essas marcas conseguiram se reerguer divergindo a atenção do público a outro assunto impactante.

Esse caso foi apenas um de muitos similares na história da indústria da moda, mas, como apontado por Giulia: “A maior parte das grifes em questão tem ao menos 100 anos de história e já se reinventaram diversas vezes em meio a crises, logo a transformação será necessária.”

 

Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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De recortes dramáticos a tons pasteis clássicos, os desfiles revelam nova era de inovação e expressão, desafiando convenções e celebrando a criatividade
por
Beatriz Vasconcelos e Clara Maia
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04/10/2024 - 12h

No dia 1º de outubro, a Semana de Moda de Paris encerrou sua temporada Primavera/Verão 2025 com os desfiles de grandes nomes como Chanel, Miu Miu e Louis Vuitton. O evento, que teve início no dia 23 de setembro, é conhecido por antecipar as principais tendências que vão influenciar o mercado nas próximas estações.

Chanel

A Chanel trouxe uma coleção com uma atmosfera que evocava o tema da liberdade, refletido em sua cenografia com grades, gaiolas e pássaros. A inspiração veio de uma famosa citação de Gabrielle Coco Chanel sobre a busca por autonomia: “Sempre quiseram me prender em gaiolas, com promessas e luxos. No entanto, eu só desejava a liberdade da gaiola que eu mesma criasse”, dizia o cartão que acompanhava o desfile.

Uma grande gaiola foi posicionada no centro do Grand Palais, local icônico dos desfiles da marca, que voltou a receber eventos após uma reforma de 30 milhões de euros, financiada pela própria maison. Com sua estrutura de aço e vidro, o edifício em si funcionava como uma metáfora de jaula, algo que talvez a própria Chanel tivesse interesse em criar e habitar.

Chanel primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação
Chanel primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação

Com a saída da diretora criativa Virginie Viard em junho, a coleção foi desenvolvida inteiramente pela equipe da marca. Peças clássicas de tweed dominaram a passarela, mantendo as características tradicionais da grife. A coleção adotou uma abordagem mais comercial, destacando o domínio da marca na criação de produtos de alta qualidade. Elementos como plumas, tons de azul, tecidos leves, transparências e brilhos foram combinados com itens casuais, como o jeans, para definir o estilo do verão de 2025.

Miu Miu

Sob o comando de Miuccia Prada, a Miu Miu continua a surpreender e se manter em alta. Para o verão de 2025, a marca apostou em uma fusão de estilos, apresentando uma coleção colorida e maximalista. Elementos boho, como cintos metálicos, foram misturados com peças mais tradicionais, como casacos no estilo colegial.

Conhecida por ressuscitar a tendência das saias curtas nas últimas coleções, desta vez a marca inovou ao trazer peças longas e midi, provando mais uma vez a versatilidade de Miuccia. Maiôs, vestidos volumosos, estampas florais e geométricas, óculos arredondados e bolsas práticas compuseram o visual ousado e moderno da marca para a nova temporada.

Outro grande destaque do desfile se dá pela presença de grandes celebridades na passarela, entre elas Hilary Swank, Cara Delevigne e principalmente Willem Dafoe. Não é a primeira vez que o ator ousou na passarela, já que em 2012 participou do desfile histórico de primavera Prada. “É muito divertido…é como estar atuando em um novo personagem” declara Dafoe para a Vogue, momentos depois de desfilar.

Willem Dafoe e Cara Delevigne para Miu Miu primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação
Willem Dafoe e Cara Delevigne para Miu Miu primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação

O cenário do show foi marcado por uma instalação artística da polonesa Goshka Macuga, que recriou uma gráfica de um jornal fictício, o "The Truthless Times". A escolha provocativa convidava o público a refletir sobre a enxurrada de informações não verificadas e conteúdo enganoso amplamente disseminado nas redes sociais. Assim como a coleção da Prada, que também explorou o tema da sobrecarga de informações, a Miu Miu propôs uma abordagem que ultrapassa o universo das roupas, incentivando uma perspectiva crítica e a autonomia no pensamento – conceitos que também estavam presentes nas peças exibidas.

 

 

Louis Vuitton

A Louis Vuitton desfilou sua coleção no icônico Louvre, com uma passarela adornada por baús e malas de viagem. A coleção, assinada por Nicolas Ghesquière, deu continuidade à estética apresentada no verão de 2024, mantendo a visão exploratória da marca. A passarela, feita de baús de viagem, foi erguida diante dos convidados em um ambiente escuro. Ao fundo, "Louis Vuitton Paris" brilhava em LED. 

Listras em tons terrosos e avermelhados apareceram em tecidos fluidos que moldavam o corpo, ao lado de casacos com mangas bufantes e saias com brilho. Ghesquière também trouxe camisas oversized com estampas que remetem ao expressionismo, mantendo sua assinatura criativa ao combinar o clássico com o contemporâneo. As peças evocavam imagens históricas que iam desde trajes da Revolução Francesa até casacos militares dos anos 1940 e jaquetas esportivas dos anos 1980. Embora pareça uma combinação ousada, é exatamente o tipo de construção que o diretor criativo adora explorar.

Louis Vuitton primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação
Louis Vuitton primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação

A distopia, nesta temporada, foi representada pelas obras do artista francês Laurent Grasso, cujas pinturas da série Studies into the Past (2009) foram reproduzidas nas camisas finais do desfile. Nessas paisagens a óleo, castelos e cavaleiros medievais aparecem ao lado de eclipses solares e outros fenômenos da natureza.

Na primeira fileira estavam reunidos os amigos principais embaixadores da marca, entre eles a nossa medalhista olímpica, Raíssa Leal. A lista se estende com nomes importantes, como Zendaya, Jaden Smith, Chloe Moretz, Cate Blanchett, entre outros.

Raissa Leal no desfile da Louis Vuitton - Crédito: Divulgação
Raissa Leal no desfile da Louis Vuitton - Crédito: Divulgação

Coperni

A Coperni encerrou a Semana de Moda de Paris de maneira inesquecível, levando o público ao icônico parque temático da Disney para apresentar sua coleção. O desfile aconteceu em meio à magia da Disneyland Paris, onde a marca já havia criado burburinho anteriormente com o seu sapato que remete às famosas orelhas do Mickey. Essa conxão entre a moda e o universo lúdico do parque trouxe um toque de fantasia ao evento, criando uma atmosfera única para a exibição das peças.

A coleção, marcada pela ousadia e inovação, refletiu o estilo futurista e divertido da Coperni. Modelos desfilaram com looks que combinam elegância com uma pegada tech, apresentando tecidos metálicos, cortes geométricos e acessórios inusitados que capturaram o espírito experimental da marca. O destaque ficou por conta de peças que misturam o tradicional com a fantasia, através de formas e materiais que proporcionaram a coleção remeter aos grandes heróis e vilões tão presentes no imaginário do público.

Kylie Jenner para Coperni primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação
Kylie Jenner para Coperni primavera/verão 2025 - Crédito: Divulgação

Com essa coleção primavera/verão e desfile em pleno parque da Disney, a Coperni elevou ainda mais o conceito de moda como espetáculo, transformando a passarela em um palco de encantamento e criatividade. A escolha do local, aliada à presença de personalidades influentes como Kylie Jenner, consolidou o desfile como um dos mais comentados da temporada, mostrando que a marca continua a desafiar as fronteiras entre moda, tecnologia e cultura pop.

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De Fendi a Max Mara, etiquetas icônicas exploraram transparências, minimalismo sensual e maximalismo boêmio, para encerrar a semana italiana desfiles
por
Nina Januzzi da Gloria
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02/10/2024 - 12h

No domingo  22 de setembro aconteceram os últimos desfiles presenciais do Milão Fashion Week, que apresentaram as coleções primavera/verão 2025. Durante o dia, algumas das maiores casas de moda do mundo caminharam  pelas passarelas,  apresentando momentos marcantes. Entre os principais destaques, estão: Fendi, Etro, Roberto Cavalli, Max Mara e Jil Sander. 

Fendi 

A marca homenageou em seu desfile os anos 1920 e a art déco A coleção explorou a leveza e o movimento, a partir de transparências com saias de organza e vestidos adornados com bordados, tecidos fluídos e cintos baixos, que realçam a cintura. Jones utilizou também uma paleta de cores neutras, como preto, cinza pérola e bege, que consolidaram a tendência da paleta serena para a primavera/verão 2025​. 

Foto: Getty images
 Vestido Fendi coleção primavera/verão 2025 Foto: Getty Images

O desfile mostra uma nova fase da Fendi, sob a liderança de Kim Jones, que assumiu a direção criativa da casa após Karl Lagerfeld. Sua visão tem misturado influências mais contemporâneas com tradições italianas.  A coleção também reforça o compromisso da grife com a excelência artesanal, mantendo a relevância da marca no cenário global. 

Kim Jones e Karl Lagerfeld
Kim Jones e Karl Lagerfeld   Foto: Page six

Etro 

Para a coleção primavera/verão 2025, o designer Marco de Vincenzo, abraçou o maximalismo em estampas florais paisley, crochê, lantejoulas coloridas e camadas ricas que refletiam a estética boêmia característica da grife. 

O desfile ainda contou com a trilha sonora da cantora Daniela Pes, que adicionou uma energia vibrante à apresentação, reforçando a extravagância das peças. Além disso, o uso de acessórios e camadas destacou a originalidade e ousadia da marca. 

Coleção Etro
Coleção boho da marca Etro Foto: Fashion Network

Max Mara

A grife italiana Max Mara trouxe uma nova perspectiva para o minimalismo moderno, trazendo um toque sensual e inesperado a suas peças sofisticadas. A coleção apresentada apostou em cortes minimalistas e detalhes ousados, como a cintura alta e camisas longas com fendas que revelavam lingerie preta. 

Mesmo as peças mais tradicionais da marca ganharam uma nova versão, com recortes estratégicos, que visavam reforçar a ideia de que o minimalismo também pode ser provocante. 

Max Mara desfile
Design da grife Max Mara para o Milão fashion week Foto: Fashion Network

Roberto Cavalli 

Fausto Puglisi, diretor criativo da marca, apresentou uma coleção que se destacou como um dos grandes momentos do dia. O designer explorou sua herança siciliana, a partir de peças que remetiam ao litoral mediterrâneo e à natureza. 

Os looks apresentaram uma profusão de plissados, penas e sequins, com vestidos esvoaçantes que pareciam capturar o movimento da água e do pôr do sol em suas estampas. As peças que mais se destacaram foram as em tons de areia e impressões aquareladas. A junção dessas características, deu à coleção um ar hipnotizante. 

Roberto Cavalli
Coleção primavera/verão 2025 da marca Roberto Cavalli Foto: Runway Magazines

Jil Sander

A marca, comandada por Lucie e Luke Meier, apresentou uma coleção surrealista, inspirada pelo trabalho do fotógrafo Greg Girard. As peças misturavam a simplicidade do cotidiano com toques sofisticados, a partir de vestidos volumosos com golas extravagantes e estampas de carros antigos, o que gerava a sensação de distorção intencional e desafiava o conceito de beleza tradicional. 

Essa combinação entre familiaridade misturada com um toque de estranheza, tornou o desfile um dos mais intrigantes do dia. 

Jil Sander estampa de carro
Design com estampa de carro Foto: Fashion Network 

 

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A quinta-feira na capital francesa é contemplada pelo olhar para o passado com inspiração de criação do futuro
por
Helena Costa Haddad
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30/09/2024 - 12h

CHLOÉ

A marca francesa, que iniciou o quarto dia da Semana de Moda de Paris, apresentou uma coleção digna da estação primaveril  e importada diretamente dos anos 70. Chemena Kamali, atual diretora criativa da Chloé, dialogou  com a última coleção de inverno e apostou fortemente na  renda, transparência e feminilidade, como características principais. O resultado foi uma coleção atrativa e quente, deixando  bem claro o verão se aproximando.

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network

Como uma forma de se integrar nas tendências, a grife inovou, de sua maneira, as famosas saias balonês, transformando-as em calças. Já os vestidos vão desde a leveza de tecidos fluídos e  esvoaçantes até os de comprimento mini - outra querida novidade. As cores claras, os caimentos despretensiosos e divertidos, o uso de laços adornando muitas peças e os acessórios nem um pouco discretos, construíram a soma de aspectos que resultaram em um desfile resposta a maior dúvida do mundo fashion atual: o boho está de volta? A Chloé confirma que sim.  

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network

MUGLER

Personalidade. Essa seria a palavra que muitos usariam para definir a irreverente etiqueta francesa mugler. Shapes afiados e vilanescos,cores escuras e os penteados assimétricos, fizeram da nova coleção um espetáculo de  impressionar ao atravessar a  passarela. A artisticidade visionária da Mugler nunca decepciona os admiradores. 

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network

Uma coleção que literalmente marca. Os cortes das roupas deram ênfase à estrutura dos modelos, definindo  cintura , quadris e ombros. Mas, ainda se tratando de  uma coleção primavera/verão, e apesar de sempre fugir do óbvio, o diretor criativo Casey Cadwallader referenciou jardins, não só no cenário, mas também nas roupas. A pétala se transforma em uma blusa estruturada, com camadas, e as caudas contornadas remetem ludicamente à flora. O uso de pérolas, principalmente nos sapatos, também marcam o desfile. 

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network

SCHIAPARELLI 

A nova coleção "Future Vintage" aterrissou em Paris  completa  de corsets, blazers, listras e, claro, o jeans. O uso da malharia e da alfaiataria foram impecáveis. A cartela de cores e o uso de brilho parecem ter saído direto de uma pintura.  Os sapatos foram um toque a mais. Mules surrealistas aparecem em degradês e em tons metálicos, Daniel Roseberry brinca com o formato de pés, já muito usado e conhecido na marca. Além dos famosos acessórios dourados da couture, que finalizam os looks lindamente.

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Charlotte Stouvenot. Reprodução: Instagram

Um verão sexy, define bem a coleção, muita silhueta marcada e pele à mostra. Os ombros arredondados dos blazers, o jeans finíssimo. A mistura do casual e a vibe praiana, que funcionam muito bem. 

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network

Daniel Roseberry diz que sua proposta como diretor criativo era montar looks não apenas para as atuais clientes, mas também para suas filhas e netas, e daí o nome da coleção. O diretor criativo segue fazendo história e honrando o nome de Elsa Schiaparelli. Uma coleção inovadora. 

Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network
Foto: Launchmetrics/spotlight. Reprodução: Fashion Network




 

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A supermodelo brasileira volta de maneira triunfal na passarela da Schiaparelli, para Paris Fashion Week
por
Kiara Elias
|
29/09/2024 - 12h

Desde o dia 23 de setembro,  a indústria da moda está com toda sua atenção voltada  para a cidade da luz, onde ocorre mais uma edição da Paris Fashion Week, a semana mais importante da moda mundial. Na quinta-feira (26), durante o desfile da Schiaparelli, quem concentrou todos os olhares foi a top model brasileira Adriana Lima, que retornou às passarelas após anos afastada dos desfiles. 

 

Nascida em Salvador, ela iniciou sua carreira aos 15 anos ao participar pela primeira vez do concurso de modelos "Supermodel of Brazil", organizado pela Ford Models, e vencê-lo. Esse êxito inicial a levou a competir no concurso internacional "Supermodel of the World", onde ficou em segundo lugar. Esse foi o início de sua carreira meteórica. Pouco tempo depois, Adriana mudou-se para Nova York e assinou contrato com a Elite Model Management. Desfilando para grifes renomadas como Versace, Christian Dior e Givenchy, rapidamente se estabeleceu no cenário internacional.

 

Porém, foi como uma das "Angels" da Victoria’s Secret que Adriana Lima se tornou mundialmente conhecida. Sua história com a marca iniciou em 1999, quando a jovem modelo tinha apenas 18 anos e, em 2000, foi promovida a "Angel" - um título de prestígio, reservado para os principais rostos  da icônica etiqueta  de lingerie. Adriana se destacou no Victoria's Secret Fashion Show por quase vinte anos, sendo uma das modelos que mais desfilou para a grife. Sua despedida oficial do evento, em 2018, marcou o fim de uma era de forma emocionante.

 

Modelo Adriana Lima desfilando para a Schiaparelli durante a Paris Fashion Week
Adriana Lima na passarela da Schiaparelli. Foto: REPRODUÇÃO/ Instagram Schiaparelli 

 

Em seu retorno, ao lado de Caroline Trentini, outro grande nome brasileira na indústria, a modelo desfilou para a italiana  Schiaparelli, comandada por Daniel Roseberry.  Modelando um vestido branco com estampa quadriculada, aberto na frente e com a cintura bem marcada por uma estrutura do mesmo tecido, remetendo a estética de  um corset, Adriana provou porque seu nome é um dos maiores da história das passarelas  Nas redes sociais os apreciadores de moda vibraram com seu retorno e a encheram de elogios. 

 

Vale lembrar que no ano passado, após posar com a família na pré-estreia do filme Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, Adriana recebeu uma enxurrada de comentários negativos sobre sua aparência por um suposto excesso de procedimentos estéticos.

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Etiquetas que desfilaram permaneceram fieis aos seu DNAs identitários
por
Liz Ortiz Fratucci
|
27/09/2024 - 12h

 Na última quarta-feira (25/09), aconteceu o terceiro dia da Paris Fashion Week feminina e o destaques foram as marcas: Courrèges, Germanier e Dries Van Noten, que apresentaram desfiles marcantes e leais  às suas personalidades únicas.

 

 

Courrèges

 

O diretor criativo da Courrèges, Nicolas Di Felice, apresentou uma coleção inspirada nos ciclos e nas repetições, mas ainda capaz de manter o interesse pela coleção elevado. O designer continuou a seguir os códigos retrô-futuristas dos anos 60, estabelecidos pela marca fundada por André Courrèges, brincando com as silhuetas geométricas que fazem parte do DNA desde 1961.

Nesta temporada, Nicolas apresentou mais uma coleção no cenário característico de suas últimas apresentações: o cubo branco. Desta vez, no centro do salão, foi adicionada uma instalação de arte oriunda  da colaboração com os artistas finlandeses Tommi Grönlund e Petteri Nisunen.

A coleção apresentou uma paleta de cores reduzida, com muitos tops minúsculos, vestidos com recortes limpos e detalhes subversivos nas cores preto, branco, cinza e azul escuro. O styling incluiu novamente nessa temporada os óculos de armações grandes.  A novidade ficou com  os saltos de bico aberto que apareceram na maioria dos looks e pareciam fazer parte das calças leggings que saíam por baixo das saias das modelos.

Desfile Courreges
Reprodução: Vogue Runway
Desfile Courreges
Reprodução: Vogue Runway

 

Germanier

 

A coleção de primavera/verão apresentada na última quarta-feira (25/09) por Kevin Germanier foi inspirada no zodíaco e recebeu o nome “Les Désastreuses”, que significa desastre em francês. Nesta temporada, o designer trouxe o casamento entre o caos e a beleza dos astros, criando looks extremamente maximalistas e opulentos, com o uso de materiais descartados da indústria da moda.

Um dos fatores mais interessantes do desfile foi a participação de designers emergentes de outros países que colaboraram com ele nesta coleção. Entre eles, Gustavo Silvestre, brasileiro criador do Projeto Ponto Firme,  proposta também  ligada a questões sustentáveis e, de maneira semelhante à de Kevin, trabalha com cores e texturas. Desde 2023, os dois firmaram uma união criativa. Além da participação de Gustavo em mais de uma dúzia de looks, a marca brasileira Havaianas colaborou com a Germanier , oferecendo seus chinelos — sinônimo de brasilidade — para a criação de um look inteiro composto  apenas pelos calçados brasileiros.

Em 2024, no contexto climático mundial em que vivemos, Kevin Germanier mostrou as possibilidades da moda sustentável e como ela pode ser excêntrica e divertida, sem ser necessariamente uma das maiores indústrias poluentes do mundo, como é atualmente.

Modelo com vestido feito de Havaianas no desfile da Germanier
Reprodução: Instagram
Modelo no desfile da Germanier
Reprodução: Instagram

Dries Van Noten

 

Em junho deste ano, o designer homônimo da marca anunciou que a temporada masculina de verão 2025 seria sua última coleção, assim, posteriormente, se aposentando do posto de diretor criativo. Nesta quarta-feira (25/09), ocorreu o desfile de verão feminino da grife, assinado pela equipe de estilo, já que ainda não foi nomeado um substituto para o cargo. Ainda assim, com o papel de conselheiro da marca,o ex-diretor criativo aprovou cada um dos 60 looks desfilados.

 

A coleção refletiu uma homenagem à trajetória do designer, revisitando elementos que definiram seu trabalho ao longo dos anos, como a mistura de estampas vibrantes, a alfaiataria descontraída, e o uso criativo de bordados. Ao pesquisar nos arquivos da marca, a equipe buscou inspiração no inverno de 1977, que combinava códigos da moda oriental e ocidental. 

 

 Embora recorrer a recriação do arquivo da marca tenha se tornado uma estratégia um pouco desgastada na moda, a grife consegue usar essa abordagem com frescor, evitando que suas criações pareçam previsíveis. O futuro da marca parece promissor.

Modelo no desfile da Dries Van Noten
Foto: Alessandro Lucioni. Reprodução: Vogue Runaway
Modelo no desfile da Dries Van Noten
Foto: Alessandro Lucioni. Reprodução: Vogue Runaway

 

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