Com a proximidade das eleições dos Estados Unidos, marcadas para o dia 5 de novembro, o termo swing states (ou estados-pêndulo, em português) tem sido amplamente utilizado pela imprensa para se referir a estados decisivos no resultado eleitoral.
Nos Estados Unidos, o sistema eleitoral funciona por meio de delegados atribuídos a cada estado, com base na sua população. Quanto maior o número de habitantes, mais delegados o estado possui no Colégio Eleitoral.
O candidato que obtiver a maioria dos votos em um estado conquista todos os seus delegados. No total, há 538 delegados no país, e o candidato precisa de pelo menos 270 para ser eleito presidente.
Alguns estados, historicamente, elegem sempre o mesmo partido, por exemplo: o Texas é sempre repúblicano (partido de Donald Trump), enquanto Nova Iorque é sempre democrata (partido de Kamala Harris).
Porém, os swing states são estados que não tem uma preferência definida, o que torna-os decisivos na corrida eleitoral.
Esses estados não são fixos e são definidos com base em pesquisas eleitorais realizadas durante o período de campanha. Para as eleições deste ano, os principais estados-pêndulo incluem Pensilvânia, Michigan, Nevada, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte e Arizona.

Fonte: Reprodução/XP Investimentos
O mapa eleitoral acima mostra, em roxo, os Estados pendulares, em azul os democratas e em vermelho os republicanos.
Enquanto a disputa estava entre Joe Biden e Donald Trump, o partido democrata vinha perdendo forças dentro dos estados-chave. No cenário passado, Trump levava todos os estados menos a Geórgia. Além disso, o atual presidente também perdia forças dentro dos estados que historicamente defendem seu partido(democrata).
Após a entrada de Harris na corrida eleitoral, o cenário mudou a favor dos democratas. Pesquisas recentes apontam a vitória de Kamala Harris sobre Donald Trump nos pendulares. O partido azul tem 49% das intenções de votos nesses sete estados, enquanto o vermelho tem 44%. Os outros 7% continuam indecisos..
Quais são os estados-pêndulo?
Arizona
O Arizona, que faz fronteira com o México, é um estado onde a questão da imigração é central. Trump promete realizar a "maior operação de deportação" se reeleito, enquanto Kamala Harris propõe melhorar as políticas imigratórias, tanto para os imigrantes quanto para a população local. Nas últimas eleições, Joe Biden venceu no estado, mas as pesquisas indicam que Trump tem chances de ganhar o Arizona este ano. O Arizona possui 11 delegados, ele representa parte importante da corrida eleitoral para ambos os candidatos.
Geórgia
A Geórgia tem um terço de sua população afro-americana, uma das maiores porcentagens de população preta nos Estados Unidos. Acredita-se que isso foi um dos maiores motivos para a vitória de Biden em 2020, mas por se localizar no sul do país, a população ainda é muito conservadora, essa ambiguidade torna as eleições lá acirradas. Além disso, Trump tem quatro processos criminais no Estado, um onde ele foi condenado e três que estão em aberto, sendo um deles por interferência eleitoral no estado. Com 16 delegados para representar a população do estado, a Geórgia está dentre os três maiores estados-pêndulo dessas eleições
Michigan
O Michigan possui a maior população arabe-americana do país, o que torna a guerra entre Israel e Hamas um tema relevante na eleição. Biden ganhou no estado em 2020, porém, após suas ações de defesa a Israel, os democratas perderam muita força no território.
Por mais que Kamala Harris traga em seu plano de governo propostas incisivas sobre o cessar fogo em Gaza, as ações de Biden durante seu mandato podem afetar o partido. O Michigan, assim com a Geórgia, também têm 16 delegados, sendo o segundo estado dentro dos três maiores estados pendulares deste ano.

Foto: reprodução/Getty images
Nevada
Embora tenham apoiado consistentemente os democratas nas últimas eleições, o estado enfrentou desafios econômicos significativos sob a administração de Biden - atualmente Nevada possui a terceira maior porcentagem de desemprego do país, atrás apenas da Califórnia e de Washington DC.
A entrada de Kamala Harris na corrida melhorou a imagem dos democratas no estado, mas a crise de desemprego continua a ser uma grande preocupação para os eleitores. Trump promete resolver a situação, focando na criação de empregos e na revitalização da economia local, o que pode atrair eleitores que estão insatisfeitos com as políticas econômicas atuais. Nevada é o menor estado-pêndulo da corrida eleitoral, apenas seis delegados representam o estado.
Carolina do Norte
Esse estado faz fronteira com a Geórgia, portanto os dois estados têm visões similares. No entanto, a Carolina do Norte foi o primeiro lugar a receber uma visita de Donald Trump após o atentado que sofreu em julho, na Pensilvânia. Com um discurso de viés populista, Trump enfatizou a importância do estado para sua vitória, na esperança de repetir o desempenho obtido em 2020. O estado traz para a disputa 15 delegados.
Pensilvânia
A Pensilvânia, terra natal de Biden, enfrenta sérios problemas com a inflação, o que tem prejudicado a popularidade dos democratas. Além disso, o estado foi palco de um atentado contra a vida de Donald Trump durante a campanha, aumentando o clima de tensão na disputa. A Pensilvânia também é o maior pendular deste ano eleitoral, com 20 delegados adicionais para o candidato que ganhar no estado.

Foto: Evan Gucci
Wisconsin
Wisconsin votou no candidato vencedor nas ultimas duas eleições (Trump em 2016 e Biden em 2020), com margens muito pequenas entre ambos. Nesse estado, porém, existe uma grande influência de candidatos de terceiro partido, nem democratas nem republicanos, o que pode tirar votos dos dois maiores concorrentes, por isso, o foco nele durante as campanhas aumenta.
Trump afirmou: "Se ganharmos Wisconsin, ganhamos tudo", enquanto Kamala Harris anunciou sua candidatura à presidência durante uma visita a capital Milwaukee, ambos atos feitos para reforçar a importância do estado na disputa. Wisconsin dá ao candidato

Na noite da última terça-feira (1), os vice-presidentes dos candidatos à presidência dos Estados Unidos, J.D. Vance, vice de Donald Trump, e Tim Walz, vice de Kamala Harris, participaram de um debate nos estúdios da TV americana CBS, em Nova Iorque. O debate teve um tom amistoso, com os dois vice-candidatos procurando expor seus pontos de vista sem ofensas ou agressões. Os raros momentos de ataque eram direcionados apenas a Trump e Harris.
A discussão abrangeu todos os temas que fazem parte do cotidiano dos estadunidenses. Questões como a greve portuária, o furacão Helene e o bombardeio do Irã contra Israel foram debatidas por ambos.
Imigração
Vance foi o primeiro a ser questionado quando o assunto foi a crise da imigração. O candidato foi indagado sobre o plano de Trump, que prometeu criar o maior programa de deportação em massa de imigrantes ilegais, utilizando as forças militares.
Ele não hesitou em culpar Kamala Harris por desfazer o programa que o republicano havia criado. J.D. terminou seu discurso afirmando que a política de reabertura da fronteira por parte de Biden foi responsável pelo desaparecimento de 320 mil crianças no país.
Em resposta, Walz destacou o programa de controle da imigração do atual governo, plano que foi idealizado pelo governador James Langford, que, segundo ele, “é conservador, mas é um homem de princípios”.
Walz também ressaltou que o projeto foi elaborado tanto por democratas quanto por republicanos e que Trump mentiu sobre a construção do muro que separa o México dos Estados Unidos. As apresentadoras do debate ainda voltaram ao assunto, e J.D. Vance continuou afirmando que Kamala permitiu que o tráfico de drogas através dos cartéis mexicanos acontecesse no país. Tim, mais uma vez, pediu que a questão fosse vista de forma mais humana.
Oriente Médio
Com a escalada de tensões no Oriente Médio, impulsionada por um ataque iraniano a Israel, a postura dos EUA na região ganhou espaço nas discussões eleitorais.
Tim Walz, representante da chapa democrata liderada por Kamala Harris, reiterou o compromisso dos EUA em apoiar Israel incondicionalmente. Para Walz, a segurança de Israel é uma prioridade, especialmente diante das ameaças representadas por grupos como o Hamas.
"Precisamos garantir que Israel tenha os meios necessários para se defender e ao mesmo tempo resolver a crise humanitária em Gaza", afirmou o candidato democrata, ressaltando a necessidade de equilibrar suporte militar e assistência humanitária.
Walz também defendeu que as relações com o Irã devem ser geridas com cautela, mantendo a diplomacia como ferramenta principal, mas sem abrir mão da segurança regional. Ele criticou a decisão da administração anterior de retirar os EUA do acordo nuclear com o Irã, apontando que isso trouxe instabilidade à região.
Por outro lado, J.D. Vance, vice na chapa republicana de Donald Trump, fez elogios à abordagem da administração Trump, que, segundo ele, trouxe estabilidade ao Oriente Médio ao adotar uma política de "dissuasão forte".
Vance reforçou que Israel deve ser capaz de tomar suas próprias decisões de defesa sem uma interferência excessiva dos EUA. "O acordo nuclear com o Irã era um erro, e a retirada foi necessária para evitar que o Irã se tornasse uma ameaça ainda maior", argumentou Vance, refletindo uma postura mais conservadora em relação à política externa.
O aborto e a divisão política
Enquanto a política externa gerou debate, foi o tema do aborto que trouxe as discussões mais acaloradas entre os candidatos. Tim Walz se posicionou como um defensor firme dos direitos reprodutivos, destacando a importância de garantir o acesso ao aborto em todo o país.
Ele criticou duramente as leis estaduais mais restritivas, como as implementadas no Texas, onde mulheres enfrentam complicações graves por falta de acesso a procedimentos médicos adequados.
"Essas leis não só ameaçam os direitos das mulheres, mas também colocam suas vidas em risco", afirmou Walz, referindo-se ao caso de Amanda Zurawski, uma mulher que sofreu complicações durante a gravidez devido às restrições legais no estado.
Além disso, Walz condenou o "Projeto 2025", uma proposta conservadora que visa dificultar ainda mais o acesso ao aborto e limitar os tratamentos de fertilidade. Para ele, os direitos reprodutivos não devem ser determinados por onde a pessoa vive, mas sim garantidos de maneira uniforme em todo o país.
J.D. Vance, no entanto, adotou uma postura mais moderada em relação ao tema. Embora claramente pró-vida, Vance evitou defender uma proibição nacional do aborto, preferindo deixar a decisão para os estados.
"As realidades e necessidades de cada estado são diferentes, e essa questão deve ser tratada localmente", afirmou o republicano. Apesar de sua visão contrária ao aborto, Vance tentou evitar uma postura que pudesse ser vista como extremista, focando mais em políticas de apoio às famílias e à vida.
Armamento
Outro tema abordado no debate foi o porte de armas. A apresentadora do debate introduziu o assunto relembrando a prisão dos pais de um menino que atirou e matou colegas na escola, um caso inédito no país.
Quando questionado se a prisão dos pais era a medida correta, J.D. Vance afirmou que as pessoas devem confiar nas autoridades locais. Sobre o aumento das mortes por armas de fogo, o democrata responsabilizou novamente Kamala Harris, alegando que a abertura das fronteiras contribuiu para o crescimento do comércio de armas ilegais nos Estados Unidos. Como solução para reduzir as estatísticas, defendeu o reforço nas portas e janelas das escolas.
Em resposta, Walz argumentou que é necessário realizar mais pesquisas e ampliar os dados sobre a violência para entender onde e como os problemas surgem. Como exemplo de segurança, citou a Finlândia, que tem uma boa parte da população armada, mas onde tiroteios em escolas não são comuns. Ele também pediu à população que confie no trabalho de Kamala.
Uma pesquisa instantânea da CNN revelou que 51% dos telespectadores acreditam na vitória de Vance, enquanto 49% consideram que Tim Walz foi o vencedor do debate. Esse foi, provavelmente, o último debate antes das eleições, marcadas para o dia 5 de novembro.

No último domingo, 6, o primeiro grupo de repatriados do Líbano pousou na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos. A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou às 10h25 com 228 passageiros e três animais domésticos a bordo.
O avião saiu do Líbano no sábado, 5, e fez uma parada em Lisboa para reabastecer, antes de seguir viagem para o Brasil. Segundo o governo federal, o voo priorizou mulheres, idosos e crianças, sendo dez delas de colo.
De acordo com o Itamaraty, cerca de três mil pessoas manifestaram interesse em voltar ao Brasil. Diplomatas e funcionários da área consular estão conferindo as documentações para que os brasileiros que estão no Líbano possam retornar ao território brasileiro.
Com a escalada da guerra na região, o governo anunciou a operação de repatriação nos moldes do que ocorreu no início do conflito em Gaza. A previsão é que a missão de repatriação demore seis semanas.
Assim como na chegada do primeiro voo com brasileiros e familiares que deixaram Gaza, o presidente Lula esteve presente ao lado de Janja para receber os passageiros.
O Presidente aproveitou a ocasião para fazer um breve discurso, no qual acusou o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, de usar o conflito no Oriente Médio para se perpetuar no poder e se vingar da população palestina. Lula também criticou os bombardeios contra o Líbano, que estão deixando um grande número de vítimas civis.
O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) venceu as eleições gerais em 29 de setembro, obtendo 29,2% dos votos, o maior percentual de sua história. Apesar da vitória expressiva, o partido de extrema-direita não obteve a maioria no parlamento, o que significa que precisará formar uma coalizão para governar. Caso o FPÖ consiga firmar uma aliança, será a primeira vez que a extrema-direita governará a Áustria desde a Segunda Guerra Mundial.
O segundo colocado foi o Partido Popular da Áustria (ÖVP), liderado pelo atual chanceler Karl Niethammer, com 26,5% dos votos, um revés significativo para o partido governante.
Herbert Kickl, líder do FPÖ, comemorou a vitória ao lado de apoiadores em Viena, capital do país. "Saboreiem este resultado. Juntos, fizemos história hoje (...) O que conseguimos supera todos os meus sonhos", declarou ele em seu discurso.

Herbert Kickl festeja vitória nas eleições parlamentares da Áustria. Créditos: AP Photo/Heinz-Peter Bader.
No entanto, formar uma coalizão será um desafio para Kickl, que é visto como uma figura controversa. Os partidos Social-Democrata, Verde e Neos já afirmaram que não se aliarão ao FPÖ. A única opção de aliança seria com o conservador ÖVP, que também descartou a possibilidade de formar governo com Kickl como chanceler.
Fundado na década de 1950 por ex-membros da SS, organização paramilitar nazista, o FPÖ defende uma plataforma anti-imigração e mantém laços ideológicos com o governo russo e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, conhecido por seu ultraconservadorismo.
Onda de direita se espalha pela Europa
A vitória de Kickl é mais um marco na série de ascensões da direita radical na Europa. Na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni lidera uma coalizão de direita, à frente do partido Irmãos da Itália. Na Alemanha, o partido de extrema-direita AfD conquistou a liderança nas eleições estaduais da Turíngia, no mês passado. Na Holanda, o Partido pela Liberdade, de Geert Wilders, também saiu vitorioso nas eleições, mas Wilders desistiu de se tornar primeiro-ministro para viabilizar uma coalizão de governo. Na França, o Reunião Nacional, de Marine Le Pen, conquistou o triunfo nas eleições de junho para o Parlamento Europeu.

A passagem do furacão Helene pelos Estados Unidos já deixou 133 mortos até esta terça-feira (01), tornando-o um dos fenômenos mais mortais a atingir o país nos últimos anos. Além disso, mais de 600 pessoas estão desaparecidas.
O Helene atravessou seis estados: Flórida, Carolina do Sul, Carolina do Norte, Geórgia, Tennessee e Virgínia. Cidades ficaram em ruínas, estradas foram inundadas e milhões de pessoas estão sem eletricidade.
O furacão atingiu a costa estadunidense em 26 de setembro, perto de Tallahassee, capital da Flórida. Com cerca de 560 quilômetros de largura e ventos que atingiram 225 km/h, o Helene foi classificado como categoria 4, em uma escala que vai até 5.
As grandes dimensões do fenômeno contribuíram para a formação de uma tempestade extensa, trazendo consigo chuvas pesadas, que aceleraram de forma rápida. Mesmo após ter enfraquecido, ainda causou danos graves à infraestrutura de cidades, inundações, fechamento de rodovias e quedas de pontes.
Na segunda-feira (30), a conselheira do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Liz Sherwood-Randall, afirmou que o número de mortos pode chegar a 600.
Odesastre ocorre em meio à corrida eleitoral à presidência dos Estados Unidos. O presidente Joe Biden, que aprovou ajuda federal para vários estados após a passagem do furacão, prometeu que a assistência durará o tempo que for necessário.
Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos e candidata presidencial, afirmou que o governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar as pessoas afetadas pelo furacão.
O republicano Donald Trump visitou Valdosta, na Geórgia, o local onde houve a maior destruição devido às enchentes O candidato aproveitou a ocasião para atacar Biden e Harris pelo gerenciamento da crise. A Geórgia é um estado-chave nas eleições acirradas que serão realizadas dentro de apenas cinco semanas.