Saiba qual será o desfecho das acusações criminais e condenações de Donald Trump após ser eleito o 47º presidente dos Estados Unidos.
por
Manuela Schenk Scussiato
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11/11/2024 - 12h

Após uma longa campanha pela Casa Branca, marcada por acusações e investigações criminais, Donald Trump foi, mesmo assim, reeleito presidente da maior democracia do mundo. Agora a principal questão é: o que acontecerá com suas condenações pendentes?

 

6 de janeiro

O recém eleito presidente foi acusado criminalmente pelo procurador Jack Smith por compra de votos, pressão de autoridades para a subversão do resultado democrático e iniciar o motim no Capitólio com o intuito de atrasar a posse do presidente Biden.

Invasão ao Capitólio em Washington DC realizada pelos eleitores de Trump após sua derrota na corrida eleitoral de 2020. A ação foi encorajada pelo próprio ex-presidente. Foto: Leah Millis/REUTERS

Mesmo com as incansáveis tentativas de Smith para a condenação de Trump, a Suprema Corte dos Estados Unidos o deixou parcialmente imune a processos criminais sobre ocorrências em seu mandato. Agora, com sua vitória, esse caso será completamente arquivado. Caso o procurador se recuse a fazê-lo, Trump disse em uma entrevista em rádio no mês de outubro que: “o demitiria em dois segundos”.

Segundo Neama Rahmani, ex-procurador federal: “Está bem estabelecido que um presidente em exercício não pode ser processado, portanto, o processo de fraude eleitoral no Tribunal Distrital de DC vai ser arquivado”.

 

Suborno em NY

Trump já tem 34 acusações no estado de Nova Iorque envolvendo falsificação de registros financeiros. O presidente foi condenado em maio deste ano no estado por júri popular sobre a compra do silêncio da atriz pornô Stormy Daniels no ano de 2016. Sua sentença está em aberto e será divulgada até o dia 15 de novembro pelo juiz do caso, Juan Merchan. O mesmo fez a escolha de adiar a revelação para depois do resultado das eleições.

É improvável que Trump seja condenado a viver atrás das grades por ser um réu primário de 78 anos. Caso isso ocorra, seus advogados podem entrar com recursos que facilmente impedirão sua prisão, o que pode adiar a execução da pena por anos. O mais provável, no entanto,  é um novo adiamento da sentença para o fim de seu mandato.

Trump após sua condenação no estado de Nova Iorque Foto: Seth Wenig/REUTERS
Trump após sua condenação no estado de Nova Iorque
Foto: Seth Wenig/REUTERS

De todos os casos em aberto, esse é o único que torna Trump, de fato, um criminoso condenado e, como se trata de uma acusação estadual, ele não tem o direito de se perdoar.

 

Eleições de 2020 na Geórgia

As acusações carregadas por Trump nesse estado vem de sua tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020, quando os democratas levaram os delegados da Geórgia após uma disputa acirradíssima entre os dois candidatos.

O julgamento do caso foi atrasado algumas vezes, principalmente pelas tentativas de retirar a promotora Fani Willis, o que ainda não ocorreu, após ser descoberto seu envolvimento pessoal com um dos advogados do caso. Agora, com a eleição de Trump confirmada, o processo será interrompido pela duração de seu mandato.

 

Documentos confidenciais

Jack Smith, o mesmo procurador do caso da invasão ao Capitólio em 2021, também lidera as acusações de manipulação indevida de documentos oficiais que o futuro presidente enfrenta, caso que o mesmo nega firmemente.

O processo diz que Trump levou documentos da Casa Branca para sua residência em Mar-a-Lago, no estado da Flórida, após deixar a presidência em 2020, além de impedir as autoridades de realizarem a retirada dos papeis.

A juíza do caso, nominada pelo próprio Trump, retirou as acusações e, mesmo com Smith recorrendo a decisão, nada será feito antes da posse, o que dará a este caso o mesmo destino dos supracitados, o arquivo pelos próximos quatro anos.

 

 

Democrata aponta desafios atuais e convoca sociedade a proteger valores democráticos
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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08/11/2024 - 12h

 

Em discurso, em Washington na quarta-feira (06), após a derrota na corrida pela Casa Branca, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, fez um alerta sobre o estado atual da democracia americana. Harris destacou que, mais do que nunca, o país enfrenta ameaças que exigem uma resposta firme e coletiva para proteger os princípios democráticos.

“Nosso sistema democrático está em uma encruzilhada”, afirmou a vice-presidente. Harris mencionou que essa conjuntura não é apenas um reflexo do momento atual, mas sim uma acumulação de desafios que vêm se agravando. “Aceito a derrota, mas continuarei na luta”, declarou, reforçando seu compromisso em seguir defendendo os valores democráticos mesmo após o resultado eleitoral.

Em seu pronunciamento, Kamala enfatizou a importância de manter a vigilância sobre “ameaças tanto internas quanto externas” e destacou o papel fundamental de instituições livres e da sociedade civil.

A vice-presidente direcionou parte de seu discurso à imprensa, que, segundo ela, desempenha um papel indispensável em momentos de crise democrática. “A democracia depende de nossa capacidade de proteger a verdade e assegurar que todos tenham voz”, disse, sublinhando o impacto negativo da desinformação e a necessidade de preservar o acesso dos cidadãos a informações precisas e de qualidade.

Vice-presidente Kamala Harris discursa após derrota, em Washington. Foto: SAUL LOEB/AFP.
Vice-presidente Kamala Harris discursa após derrota, em Washington. Foto: SAUL LOEB/AFP.

Além disso, Harris expressou preocupação com as mudanças recentes na legislação eleitoral de alguns estados, que, segundo ela, dificultam o acesso ao voto para muitos americanos.

“É nossa responsabilidade coletiva defender o acesso igualitário às urnas, sem discriminação ou obstáculos desnecessários”, declarou. A vice-presidente fez questão de lembrar que políticas que restringem o acesso às urnas enfraquecem a essência democrática dos Estados Unidos.

O tom do discurso de Harris foi de mobilização, e ela não hesitou em convidar a população a atuar de forma ativa na proteção da democracia. “Precisamos de todos engajados para superar os desafios e assegurar que as gerações futuras herdem um país onde a democracia prospere”, pontuou, pedindo união e comprometimento para enfrentar as ameaças que colocam em risco os valores fundamentais do país.

Com o discurso, Harris também relembrou o dever da atual geração em "manter vivos os ideais de igualdade e justiça", e alertou que, sem o envolvimento coletivo, os ganhos democráticos das últimas décadas podem ser comprometidos. 

Para ela, é indispensável que a sociedade continue a participar do processo democrático, defendendo as instituições e preservando as liberdades civis para que estas resistam ao passar do tempo.

Kamala Harris concluiu o discurso chamando a atenção para o papel de cada cidadão e a importância de resistir a ameaças que podem comprometer a estabilidade democrática. "Este é o momento de escolhermos qual legado queremos deixar", concluiu, apontando para o impacto de ações e omissões no futuro da democracia nos Estados Unidos.

Logo após a vitória do republicano, o dólar bateu recorde R$ 6,19
por
Vicklin Moraes
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08/11/2024 - 12h

 

Nas vésperas das eleições que definiriam o futuro presidente dos Estados Unidos, o dólar disparou, alcançando R$ 5,87, o maior valor desde a pandemia. Após a vitória de Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris, a moeda americana oscilou, atingindo R$ 6,19, um recorde histórico.

Segundo Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a alta do dólar nas vésperas da eleição reflete um padrão observado em edições anteriores, intensificado pela forte rivalidade entre Trump e Harris. Essa instabilidade impacta diretamente o mercado financeiro, que não aprecia grandes riscos.

De acordo com o professor, o principal efeito na economia brasileira será nas exportações de produtos para os Estados Unidos. “O que Trump promovia em seu governo anterior era uma prática de protecionismo comercial, desvalorizando produtos estrangeiros em favor dos produtos norte-americanos. Isso pode prejudicar a entrada de produtos brasileiros, levando a uma sobretaxação”, afirma Amaral.

A política de protecionismo comercial implementada por Trump não é nova,durante seu primeiro mandato, o Brasil já sentiu grandes impactos devido aos altos impostos sobre a exportação de ferro e aço. Entretanto, o país que mais sofrerá com essa política será a China, que exporta desde aparelhos eletrônicos até soja. Com o baixo comércio entre Brasil e Estados Unidos, a tendência é que o dólar se torne cada vez mais caro.

Em outubro, durante sua campanha presidencial, Trump afirmou que aplicaria tarifas de 100% contra países que tentassem reduzir o valor do dólar ou abandonar a reserva da moeda americana. Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do BRICS, e uma das missões será decidir sobre o uso de moedas locais. Caso opte por outra moeda que não seja a americana, o país poderá enfrentar sanções comerciais e sobretaxações.

Presidente Lula em encontro de líderes do Brics, na África do Sul, em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert
Presidente Lula em encontro de líderes do Brics, na África do Sul, em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert

 

Em relação à política externa, Rodrigo Amaral acredita que não haverá grandes mudanças sob a presidência de Trump, mas sim a manutenção das posturas tradicionais adotadas pelos Estados Unidos

 

Com 34 senadores e 203 deputados, o partido de Trump conquista a maioria dos votos
por
Vicklin Moraes
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07/11/2024 - 12h

Nesta terça-feira (06), os Estados Unidos confirmaram a vitória de Donald Trump na corrida pela Casa Branca. O republicano irá, pela segunda vez, ocupar o cargo de presidente do país. Porém, além da vitória de Trump, o Partido Republicano dominou as eleições, elegendo 34 senadores e 203 deputados.

Com 34 senadores, o partido de Donald Trump conquistou a maioria das cadeiras do Senado, retomando o controle da Casa, que estava com os democratas desde 2020. Das 100 cadeiras, os republicanos terão 54, formando a maioria. Até então, o Senado era composto por 51 democratas e 49 republicanos.

O Partido Democrata perdeu uma cadeira na Virgínia Ocidental com a vitória do republicano Jim Justice e outra em Ohio, onde os republicanos derrubaram o senador democrata Sherrod Brown e elegeram Bernie Moreno. 

O democrata Jon Tester, que vinha de um mandato popular de três mandatos, perdeu para Tim Sheehy, apoiado por Trump. Sheehy é um ex-militar da Marinha que fez comentários depreciativos sobre os nativos americanos, chegando a dizer que eles “ficavam bêbados às 08h da manhã”. Apesar disso, ele saiu vitorioso contra o democrata. 

Nos Estados Unidos, cada senador tem um mandato de seis anos, com eleições realizadas a cada dois anos para renovar um terço das cadeiras.

Já na eleição para a Câmara, diferentemente do Senado, todos os 435 assentos estavam em disputa. A renovação integral ocorre a cada dois anos. Os republicanos asseguraram 203 cadeiras, enquanto o Partido Democrata conquistou 181, algumas vagas ainda aguardam a conclusão da contagem.

Com a maioria na Câmara e no Senado, o Partido Republicano terá o controle das pautas nas casas. A presidência do Senado é sempre do vice-presidente, que, a partir do próximo ano, será JD Vance.

Além disso, há a possibilidade de Trump indicar mais representantes para a Suprema Corte, caso algum dos ministros se aposente. Quem vota na indicação do presidente é sempre o Senado e, com a maioria, isso ocorrerá.

 

Donald Trump na cerimônia de vitória, ao lado da esposa Melania Trump
Donald Trump na cerimônia de vitória, ao lado da esposa Melania Trump. Foto: Brian Snyder/Reuters

 

Magnata é o primeiro a assumir presidência mesmo condenado
por
Octávio Alves
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07/11/2024 - 12h

Com vantagem esmagadora, Donald Trump conquista a Casa Branca e derrota a democrata Kamala Harris na corrida eleitoral nos Estados Unidos nesta quarta-feira (06). A vitória do magnata  não deixa dúvidas do seu impacto sobre o cenário político global e representa uma forte conquista para os partidos de direita no mundo ocidental. 

Aos 78 anos, ele se torna o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, o primeiro com uma condenação da justiça e  o segundo presidente americano a retornar ao poder - o primeiro foi o democrata Grover Cleveland em 1892.

Trump ao lado da esposa.
Trump se declara vencedor após vencer na Pensilvânia . Foto: Doug Mills/The New York Times

 

Com uma campanha que apostou em controle migratório, patriotismo, recuperação econômica e o famoso slogan "Make America Great Again" -  “fazer a América grande de novo", em tradução livre -  foi declarado presidente após conquistar 277 delegados, 7 a mais do que o necessário, e se consagrou 47º presidente. 

Trump assume o cargo com a promessa de endurecer as políticas de imigração, fortalecer o mercado interno e reforçar a posição dos Estados Unidos como uma potência econômica e militar. O impacto de sua vitória reflete um desejo de mudança expressado por eleitores insatisfeitos com as políticas da administração anterior de Joe Biden. O retorno de Trump marca uma guinada conservadora mundial.

Esta vitória arrasadora foi um choque para todas as pesquisas. Trump ganhou em todos os estados-pêndulo e derrubou a muralha azul em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. 

Até a finalização desta matéria, Donald Trump contabilizava 50,9% dos votos (295 delegados) frente aos 47,6% (266 delegados) de Kamala Harris. 

Trump apontando
Trump venceu Harris em todos os estados-pêndulo.  Foto: Brian Snyder/Reuters

 

Entenda como funcionam as eleições na Índia, país com maior período eleitoral do globo
por
Matheus Almeida
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29/04/2024 - 12h

As eleições na Índia começaram, no último dia (19), e, sendo o país mais populoso do mundo, é também o que possui maior eleitorado. Nessas eleições, 469 milhões de pessoas irão às urnas, a maior quantidade de votantes da história da nação. 

 O processo dura 44 dias, vai até dia primeiro de junho e é dividido em sete fases. Cada região da Índia participa de uma delas. 

Mas, como funciona a disputa eleitoral? 

Urna de votação indiana
Urna eletrônica no país é “mais portátil” que a brasileira por conta do transporte durante as eleições. Foto: Nasir Kachroo/Shutterstock

No sistema político indiano, o primeiro-ministro é eleito indiretamente, escolhido pelo partido que mais conquistar cadeiras no Lok Sabha, como é chamado o Congresso Nacional.  

São 543 cadeiras em disputa e, para conseguir a maioria, um partido precisa de pelo menos 272 assentos. Assim como no Brasil, a votação acontece por meio de urnas eletrônicas. Porém, na Índia, essas urnas são “mais portáteis”, devido ao fato de serem transportadas por todo território, dentro do período designado a cada região. 

Além disso, o Comitê Eleitoral Indiano (CEI) determina que deve existir uma cabine de votação a até 2km de cada eleitor registrado.

Partidos e Canditados

Narendra Modi
Atual Primeiro Ministro, Narendra Modi, é favorito nas eleições deste ano – Foto por Evelyn Hockstein/Reuters

Segundo pesquisa da revista India Today,  o favorito para ganhar a disputa é o atual primeiro-ministro Narendra Modi, do partido Bharatiya Janata (BJP). 

A oposição é  formada pelo segundo maior partido,  o Congresso Nacional Indiano (INC) e outros partidos menores contrários a Modi, que formam a coligação Aliança Inclusiva para o Desenvolvimento Nacional Indiano (INDIA). O principal representante da Aliança é Rahul Gandhi. 

Gandhi vem de uma família tradicional na política indiana e é filho do ex-Primeiro Ministro, Rajiv Gandhi. 

Rahul Gandhi
Rahul Gandhi – Foto por Arun Sankar/AFP

Segundo o internacionalista e mestrando da PROLAM-USP Carlos Magno, a popularidade de Modi vem de um nacionalismo hindu, religião da maioria dos indianos, também motivado por uma desavença histórica entre hinduístas e muçulmanos. 

“Do segundo mandato, iniciado em 2019, para os dias atuais, o governo tem se radicalizado cada vez mais nesta política nacionalista e tem encontrado adesão por grande parte da população” conta Magno.  

O internacionalista acrescenta que o favoritismo do premiê é reforçado pela perca de força da coligação INDIA, formado por mais de 20 partidos. A coalizão que prometia uma frente ampla forte, não aparece bem colocada nas pesquisas de opinião. 

“Conforme as eleições avançam, o que vemos é uma estagnação da campanha eleitoral que vem sendo construída, longe de ter grande adesão por parte da população”.  

Magno afirma que a base de apoio do BJP está muito bem consolidada no país.  “Dificilmente vamos ver uma mudança de rumo na política indiana no curto prazo”, finaliza.

Empresa chinesa, proprietária do aplicativo, têm até janeiro para vendê-lo a compradores americanos
por
Ana Julia Mira
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27/04/2024 - 12h

O presidente dos EUA, Joe Biden, sancionou, na última quarta-feira (24), projeto de lei que pode proibir o funcionamento do Tik Tok no país, sob justificativa de risco de vazamento de dados dos usuários americanos para a China.

Ao lado esquerdo, a imagem retrata Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, falando com dois microfones à sua frente. Ao lado direito, há uma mão segurando um celular voltado para cima e a logo do TikTok em evidência na tela.
Governo americano requer que empresa chinesa venda o aplicativo em 270 dias. Foto: AFP

A lei obriga a empresa chinesa ByteDance, proprietária da rede social, a encontrar um comprador americano para o aplicativo em até 9 meses, podendo se estender por mais 90 dias caso Biden note avanços em direção à venda.

O não cumprimento do prazo, poderá acarretar na retirada do TikTok das lojas de aplicativo e o seu banimento completo no país, impedindo a interação com seu conteúdo e a realização de novos downloads. 

A decisão não é repentina, o debate quanto à segurança dos dados obtidos pelo TikTok acontece desde o governo Trump. O projeto de lei foi aprovado depois que os congressistas incluíram a proposta junto ao pacote de ajuda externa para Israel, Taiwan e Ucrânia. 

Uma versão anterior do PL estava paralisada desde março no Senado. A proposta foi adicionada junto ao pacote de assistência internacional porque projetos de financiamento, geralmente, são aprovados mais rapidamente nas Casas, além de serem uma prioridade do presidente estadunidense. 

A empresa, no entanto, se posicionou no X (antigo Twitter), horas após a aprovação do projeto, dizendo que não tem planos de vender o aplicativo para nenhum proprietário americano e que irá recorrer da decisão. 

“O fato é que investimos milhões de dólares para manter os dados dos EUA seguros e a nossa plataforma livre de influências e manipulações externas”, afirma o Tik Tok em comunicado.

Imagem retrata print de publicação de pronunciamento da página de políticas do TikTok no X.
Empresa acredita que decisão é inconstitucional  e diz que irá recorrer. Foto: Tik Tok 

Bruno Molina Meles, advogado especialista em Direito Digital, explica que segundo a Constituição dos EUA, o Congresso não pode criar lei que proíba o livre exercício da liberdade de expressão, mas acrescenta: “esse direito não pode ser entendido como absoluto, pois essa liberdade precisa conviver com os demais direitos, dentro de um sopesamento (equilíbrio)”.

Meles acredita que o desenrolar após decisão do Governo estadunidense ainda é incerta, mas que as consequências podem ser avassaladoras, visto a notoriedade do aplicativo no país. Os Estados Unidos possuem cerca de 170 milhões de usuários ativos na rede social e 7 milhões de empresas que usam seus recursos. 

Retaliação iraniana lançou mais de 300 drones contra Israel; essa foi a maior ofensiva já realizada com esse armamento na história
por
Leticia Falaschi LIma de Moura
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17/04/2024 - 12h

O Irã lançou mais de 300 drones, e mísseis de cruzeiro e balísticos contra território israelense, no último sábado (13), como forma de retaliação ao ataque do exército israelense ao consulado do Irã em Damasco, na Síria, no início de abril (1). O ataque com drones realizado pelo país islâmico foi o maior da história.  

A investida contra a base diplomática iraniana deixou 11 mortos, incluindo membros da Guarda Revolucionária Iraniana. A retaliação de sábado foi legitimada pelo presidente iraniano com base no artigo 51, estabelecido pela Organização das Nações Unidas, que permite o uso da violência pelos países em resposta a uma agressão. 

A defesa israelense, com ajuda dos Estados Unidos, conseguiu neutralizar 99% do ataque iraniano. Autoridades dos EUA disseram que mais de 70 drones e três mísseis foram interceptados pela Marinha norte-americana. 

O “domo de ferro” foi outro mecanismo de defesa utilizada por Israel  que contribuiu para o sucesso do bloqueio. O mecanismo funciona como uma espécie de “caça-míssil”, onde os projéteis interceptadores colidem com os mísseis inimigos, servindo como escudo ao local.  

Ainda no sábado (13), anteriormente ao lançamento dos mísseis do Irã, as autoridades israelenses realizaram evacuações, paralizações de aulas e atividades de serviços não essenciais.  

O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mantém comedimento sob novo ataque ao Irã e menciona possíveis reações mesmo sem contar com o apoio dos EUA.  

"Quero deixar claro – tomaremos nossas próprias decisões e o Estado de Israel fará tudo o que for necessário para se defender”, afirmou o premier, de acordo com um comunicado divulgado por seu gabinete.  

Mesmo sem querer atacar belicamente o território iraniano, o governo estadunidense afirmou, nesta terça-feira (16), que está trabalhando em um novo pacote de sanções contra o Irã.  

“Após o ataque aéreo sem precedentes do Irã contra Israel, o presidente Joe Biden está coordenando com aliados e parceiros, incluindo o G7, e com líderes bipartidários no Congresso, uma resposta abrangente”, escreveu Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, em comunicado.  

António Guterres, secretário geral da ONU, disse aos Estados envolvidos no conflito que "é hora de baixar a temperatura". O Conselho de Segurança concedeu, no domingo (14), uma reunião de emergência a pedido de Israel, que pediu sanções ao Irã. O encontro que, durou menos de duas horas, terminou sem resoluções.   

O Itamaraty se posicionou de forma cautelosa sobre o ataque, se mantendo fora de condenações específicas aos lados envolvidos, apenas colocando-se como a favor de abater qualquer exacerbação violenta.  

 “O Brasil condena, sempre, qualquer ato de violência e o Brasil conclama sempre ao entendimento entre as partes", declarou Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, durante coletiva na segunda-feira (15).  

 O posicionamento do Brasil, foi malvisto pela comunidade judaica brasileira que esperava uma colocação mais dura do país em relação à retaliação iraniana.  

A recente aprovação marca um momento histórico no conflito e muda o tom do posicionamento dos EUA em relação a Guerra
por
Luane França
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27/03/2024 - 12h

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta segunda-feira (25), uma proposta de cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e Hamas. A medida recebeu o apoio de 14 países, enquanto os Estados Unidos optaram pela abstenção. É a primeira resolução admitida após cinco meses e quinze dias de conflito que já deixou mais de 30 mil mortos apenas na Faixa de Gaza. 

A iniciativa, encabeçada por Moçambique, foi proposta por um grupo de países que integram os assentos rotativos na organização, incluindo Argélia, Coreia do Sul, Equador, Eslovênia, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Serra Leoa e Suíça. Por outro lado, China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos representam os assentos permanentes do conselho, com direito a veto.

A resolução articulada tem como objetivo garantir um período de tranquilidade durante o restante do mês sagrado do Ramadã, iniciado em 11 de março deste ano e que se estenderá até 10 de abril, momento de significativa importância para os seguidores do Islamismo.

Durante o Ramadã, um período de reflexão e oração sagrada para os muçulmanos, sendo considerado um dos pilares do Islã, os fiéis jejuam diariamente do nascer ao pôr do sol, como uma forma de expressar devoção e buscar purificação espiritual.

Além disso, a proposta sugere uma interrupção imediata e duradoura do conflito, com o intuito de possibilitar a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas e garantir o acesso à ajuda humanitária em Gaza. 

Contextualização do conflito entre Israel e Palestina em Gaza. 

Em meio a um histórico marcado por conflitos e tensões políticas, a disputa territorial entre Israel e Hamas se intensificou em 7 de outubro de 2023, após ataques terroristas cometidos pelo grupo islâmico palestino em território israelense. 

O grupo extremista lançou uma série de ataques de natureza variada, com o objetivo recuperar o território palestino ocupado por Israel. A ofensiva militar incluiu bombardeios em cidades israelenses, sequestros de reféns e ações que culminaram na morte de civis.    

Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que o país estava em guerra e, logo após, ordenou um bombardeio à Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo Hamas. Isso resultou na morte de cidadãos palestinos que, predominantemente, residiam na região.  

O impacto humanitário diante dessas tensões crescentes e do conflito resultante tem sido profundo. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o número de vítimas reflete a gravidade da situação. Este conflito prolongado entre Israel e o grupo terrorista foi identificado como o mais mortal em território israelense desde 2008 e o mais letal na Faixa de Gaza desde 2015.

O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo grupo Hamas, divulgou, quatro meses após o início do conflito, a situação alarmante na Faixa de Gaza. Os contínuos ataques israelenses resultaram na perda de 27.708 vidas, incluindo mulheres e crianças, destacando a natureza devastadora do conflito. 

Adicionalmente, aproximadamente 67.147 pessoas foram gravemente feridas durante os confrontos. Isso reforça a urgente necessidade de intervenções humanitárias para aliviar o sofrimento da população afetada.

Mulher adulta e uma criança caminham de mãos dadas em meio a destroços. Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas/CNN Conteúdo
Mulher adulta e criança caminham de mãos dadas entre destroços. ​​Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas/CNN Conteúdo

 

O impacto prático da resolução de cessar-fogo na guerra

A ocupação do território palestino por Israel já dura 75 anos. Segundo Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com foco na Política Internacional, esse fator, somado ao apoio dado pela comunidade internacional ocidental, violou profundamente a soberania e autonomia da Palestina e é um dos principais obstáculos a serem enfrentados para a resolução do conflito.

A proposta de cessar-fogo aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU pode ser considerada um avanço significativo no campo diplomático, uma vez que é a primeira resolução a ser admitida durante o confronto. A aprovação demonstra o esforço conjunto da comunidade internacional em busca de uma solução para o conflito. 

Entretanto, apesar de aprovada pela maioria dos membros do Conselho de Segurança, Amaral acredita que a resolução não terá efeito imediato. O professor acrescenta que, a médio prazo, pode ser que ela inspire outras resoluções que levem ao fim do conflito, mas que nesse momento "a grande questão é em que medida ainda haverá tolerância da comunidade internacional às ações de crime humanitário".

Michel Gherman, doutor em História Social e professor no Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também não acredita que a resolução do Conselho de Segurança da ONU irá garantir um cessar-fogo imediato. 

“Israel e o Hamas, cada um em seu lado, têm se mostrado contrários a qualquer tipo de negociação que leve ao fim, porque o fim significa o fim da guerra e o fim da guerra significaria a substituição dos dois agentes importantes dessa guerra, que são o Hamas e o próprio Benjamin Netanyahu’, acrescenta Gherman . 

Com vitória expressiva, o mandatário fica no poder até 2030.
por
Artur Maciel Rodrigues
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19/03/2024 - 12h

O presidente, Vladimir Putin, de 71 anos, foi reeleito para o seu 5° mandato no último domingo (18), na Rússia. O mandatário disputou as eleições contra três candidatos escolhidos: Nikolai Kharitonov (Partido Comunista),  Leonid Slutsky (Partido Liberal) e Vladislav A. Davankov (New People). 

 

A votação ocorreu por todo território russo, incluindo parte da Ucrânia, país que tem territórios invadidos e ocupados pela Rússia desde fevereiro de 2022. A eleição ocorreu um mês após a morte de Aleksei  Navalny, principal opositor de Putin.

 

O resultado divulgado pela Comissão Eleitoral Central, ainda no domingo, indicou uma vitória esmagadora de Putin, que conquistou 87% dos votos válidos. A vitória do presidente russo foi contestada por opositores, entre eles, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, que chamou Putin de “ditador” e a eleição russa de “farsa”.

 

“É claro para todos no mundo que este indivíduo, como tantas vezes aconteceu na história, está simplesmente doente de poder e está a fazer tudo o que pode para governar para o resto da vida. Não há mal que ele não cometerá para prolongar seu poder pessoal. E não há ninguém no mundo que esteja imune a isso”, disse Zelensky.


 

Rodrigo Amaral, Professor de Relações Internacionais da PUC-SP,  explicou que esse movimento já era esperado. “É evidente que existem visões bastante críticas a respeito da veracidade desses números, e com essa vitória, ele vai ser o maior líder russo desde Stalin o que demonstra essa hegemonia explícita, que reflete o contexto populista da Rússia”. 

 

Desde o fim da União Soviética em 1991, a Rússia teve oito mandatos presidenciais distribuídos entre 3 presidentes. Boris Yeltsin, que governou de 1991 a 1999 renunciou à presidência, após má popularidade durante o segundo termo. 

 

Quem assumiu após a renúncia foi o próprio Vladimir Putin, o primeiro-ministro da época. Depois de ser presidente interino, ele concorreu e ganhou as eleições de 2000, e se manteve na presidência até 2008. Durante o governo de Dmitry Medvedev (2008 até 2012) voltou ao cargo de primeiro- ministro e em 2012, reassumiu a presidência.  

 

O ex-agente da KGB, está no poder na Rússia há pelo menos 24 anos, com os resultados e com a recente mudança na constituição do país, ele pode concorrer (e ganhar) mais um termo se mantendo presidente até 2036. Caso isso se confirme, Putin irá ultrapassar o recorde de 29 anos do governo de Joseph Stalin. 

 

Eleições em tempo de guerra

 

Apesar das eleições no país, as ofensivas contra a Ucrânia não pararam. Em resposta aos ataques ucranianos antes das eleições no dia 15 de março, o país revidou com um ataque onde morreram 16 pessoas e outras 20 ficaram feridas. 

 

Destruição pelos ataques russos em Mykolaiv, Ucrânia. Foto: Serviço de imprensa do Serviço
de Emergência do Estado da Ucrânia na região de Mykolaiv / Reuters 


 

A guerra da Rússia contra a Ucrânia completou 2 anos em fevereiro. Com a adição da Suécia na OTAN ,e indicativos de tropas francesas na Ucrânia. A tensão está em um ponto crítico, com Putin falando do uso de armas nucleares: “Do ponto de vista técnico-militar, claro que nós estamos prontos, estamos constantemente em estado de alerta, é reconhecido que o nosso Tríade nuclear é o mais moderno”. 

 

Amaral, argumenta que mesmo com a paz impossível, por causa das duas concepções de mundo distintas e guerra improvável, por que a chance de conflito nuclear é baixa, é algo caro para todos os lados. 

 

“Talvez seja o maior teste, através de uma guerra interestatal, uma guerra que envolve grandes potências. E existe essa questão do perigo nuclear,  ela sempre volta, mas que explicitamente é a história da Guerra Fria, particularmente, mostra que não existe”, complementa. 

 

Putin comenta sobre a morte de Navalny durante discurso 

 

Em seu discurso de domingo à noite, Putin rompeu o costume de não falar sobre a morte de Alexey Navalny, opositor do mandatário que morreu em fevereiro deste ano em uma colônia penal no Árctico. A família do e os apoiadores de Navalny acusaram Putin de ser o responsável, mas as alegações foram rejeitadas pelo Kremlin. 

 

“Quanto ao Sr. Navalny – Sim, ele faleceu. É sempre um acontecimento triste. E houve outros casos em que pessoas nas prisões faleceram. Isso não aconteceu nos Estados Unidos? Aconteceu, e nem uma vez”, disse.

 

Putin assumiu que poucos dias antes da morte de  Navalny foi informado uma proposta para trocá-lo por prisioneiros detidos em países ocidentais “A pessoa que falou comigo ainda não havia terminado a frase quando eu disse que concordo, mas, infelizmente, [a morte de Navalny] aconteceu, só  havia uma condição de trocá-lo para ele não voltar. Bem, essas coisas acontecem. Não há nada que você possa fazer sobre isso, isso é a vida”. 


 

Aleksei Navalny em Moscou, 2019. Foto: Sefa Karacan/Anadolu /Getty Images. 


 

Aleksei Navalny  durante anos demonstrou em seu blog as corrupções do Kremlin. Em 2021 ele fez uma reportagem onde ele falava do “maior suborno da história” uam mansão com o valor de 1,4 bilhões de dólares, localizado à beira do mar negro. Aleksei foi preso várias vezes, sofreu pelo menos 3 tentativas de envenenamento. E tentou concorrer à eleição na Rússia em 2018 mas foi impedido pelo Kremlin.