Produzir orgânicos é um desafio que envolve altos custos, manejo artesanal e um compromisso com a sustentabilidade.
por
NINA JANUZZI DA GLORIA
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12/11/2024 - 12h

Por Nina J. da Glória

 

No coração de uma pequena fazenda nos arredores de São Paulo, a paisagem exibe fileiras simétricas de verduras, um campo verde que mais parece um quadro pintado com paciência e precisão. Cada folha simboliza uma promessa livre de químicos, cultivada à mão, mas também testemunha de um trabalho árduo, invisível ao consumidor final. Esse é o cotidiano de Mariana Silva, uma agricultora que decidiu, há quase uma década, abandonar a produção convencional para dedicar-se ao orgânico. No início, acreditava que seria um retorno ao básico, uma reconexão com a natureza. Mas a realidade mostrou-se mais densa e complexa do que o imaginado. O solo, como um organismo vivo, exigia constantes cuidados e uma compreensão que ia além dos métodos tradicionais. Cada semente carregava uma incerteza, e cada colheita trazia consigo os riscos de uma produtividade menor, vulnerável a pragas e intempéries. "O solo não aceita pressa", sua frase parece pairar na atmosfera ao redor das hortas, impregnada de paciência e resignação.

Nas redondezas, em outra propriedade de São Roque, Paulo Mendes compartilha a mesma visão, mas com uma trajetória que o levou ao orgânico por caminhos distintos. Ao contrário de Mariana, ele vem de uma família que cultivava com agroquímicos, mas sempre sentiu a necessidade de transformar as práticas de cultivo. Para ele, o orgânico é como um resgate da essência da terra, uma escolha que exige mais do que habilidades tradicionais. É um compromisso com o solo, com o ciclo de nutrientes e com o futuro. Paulo vê o campo como um delicado organismo, onde a compostagem e a rotação de culturas são essenciais, mas também um desafio financeiro. Cada safra se transforma em uma experiência quase artesanal, onde a eficácia do manejo natural precisa competir com a tentação das facilidades químicas. Esse processo, para ele, é como uma dança cuidadosa com a natureza, em que observar e respeitar o ritmo das estações torna-se tão vital quanto qualquer técnica de plantio.

                                                            Comunidade de pessoas que trabalham juntas na agricultura para cultivar alimentos

Para Mariana e Paulo, a colheita orgânica traz consigo um custo invisível ao olhar do consumidor. A vulnerabilidade às pragas, por exemplo, é uma preocupação constante. Sem pesticidas convencionais cada infestação é uma batalha natural que, muitas vezes, se perde. A introdução de insetos benéficos para conter pragas ou o uso de biofertilizantes representa um custo adicional, tornando a logística do manejo um quebra-cabeça financeiro. Além disso, há as certificações rigorosas exigidas para que o produto receba o selo de orgânico, que Mariana descreve como "um segundo trabalho", com visitas e inspeções que, embora necessárias, absorvem ainda mais recursos.

No centro dessa cadeia está Cláudia Ramos, proprietária de uma loja de produtos orgânicos em São Paulo. De seu ponto de vista privilegiado, ela percebe o esforço e as dificuldades de seus fornecedores, mas também o descompasso entre o preço desses produtos e a percepção dos consumidores. Em cada item das prateleiras, Cláudia vê um microcosmo de esforço e idealismo, mas, ao explicar as diferenças entre orgânico e convencional, enfrenta um público que ainda considera o orgânico um luxo. Ela afirma que cada produto é uma história de sacrifício, e explica que o custo mais alto representa a vulnerabilidade da produção orgânica, que exige cuidados permanentes e colheitas menos previsíveis.

                                                                                           Close-up de plantas verdes na estufa

A produção orgânica, então, emerge como uma complexa equação de valores, sacrifícios e riscos. Cada um dos envolvidos—do campo à prateleira—carrega uma parte dessa carga, como se fosse um ciclo contínuo de compromissos, onde o ideal e o real se encontram e se confrontam. A busca pela pureza e pelo cuidado no cultivo se mescla a um cotidiano cheio de dificuldades, e o produto final se transforma numa espécie de narrativa silenciosa sobre perseverança e dedicação ao que se acredita ser o melhor para o futuro do planeta e do ser humano.

Os impactos das mudanças no dia-a-dia dos pacientes e profissionais de saúde
por
Bianca Novais
Maria Eduarda Camargo
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20/11/2023 - 12h

Por Bianca Novais (texto) e Maria Eduarda Camargo (audiovisual)

 

Em um mundo pós-pandemia de Covid-19, os cuidados com a saúde deixaram de fazer parte de uma seção especial dos jornais e passaram a figurar entre os assuntos principais do cotidiano. Com a popularização dos nomes e marcas das indústrias farmacêuticas que desenvolveram e comercializam vacinas contra o coronavírus, a população passou a ficar mais atenta a outras informações sobre os produtos de saúde que consomem, em especial, medicamentos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou em 12 de dezembro de 2022 a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 768, que estabelece novas regras para rotulagem de remédios. Kim Gonçalves, coordenador de Assuntos Regulatório de uma multinacional farmacêutica, nos conta como tem sido o processo de atualização.

 

 

Apesar da Covid-19 ter trazido mais foco para a indústria da saúde e sua regulamentação, a atualização da rotulagem era uma pauta da ANVISA há muitos anos e foi justamente a pandemia que atrasou esse processo.

 

 

 

Uma das novidades que pode ser mais perceptível ao consumidor é a "substituição" da bula de papel pelo código bidimensional: um tipo de código de barras que possui capacidade melhor de armazenar dados, inclusive dados maiores, do que códigos lineares - algo como o CPF de cada unidade do medicamento, um número de identificação próprio -, que poderá ser acessado pelo paciente através da internet.

Este é um ponto de atenção para Kim, uma vez que o acesso às tecnologias digitais no Brasil está longe do ideal. Apesar disso, a substituição é viável para a estrutura informacional que temos no país hoje:

 

 

Outro legado da pandemia, infelizmente, é o uso incorreto de medicamentos e a automedicação. Para além dos conflitos políticos e ideológicos travados durante o período da doença, que vitimou mais de 700 mil brasileiros até a redação desta reportagem, segundo o DataSUS, o perigo do mal uso de remédios não se limita ao indivíduo, mas a toda sua comunidade. A atualização das rotulagens de medicamentos também ajuda pacientes e profissionais da saúde - médicos, farmacêuticos, enfermeiros, cuidadores, psicólogos e muitos outros - a combaterem os efeitos desta outra pandemia - a de desinformação.

 

 

 

 

Na rotina do Instituto para Cegos cada som, toque e aroma ganham vida como conexões sensoriais
por
Sophia Dolores
Mariana Melo Castilho
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20/11/2023 - 12h

Ser capaz de reconhecer o som de cada carro estacionando e já esperar a visita no portão de braços abertos. O Seu Chizu e o Zé Carlos fazem isso diariamente. O Tunico e o Mathias sabem qual é, exatamente, sem errar nenhum ingrediente, o almoço que será servido no dia, antes mesmo de ser servido. A Ana e o Olavo acertam o nome da pessoa para quem dá a mão sem antes vê-la. Esses são os seis moradores do Instituto para Cegos Santa Luzia.

Instituto
Seu Zé Carlos (Foto: Mariana Melo Castilho)

Eles acordam entre 6h30min e 7h00min da manhã, tomam um café coado com bolinho de fubá, e partem para ginástica, localizada no pátio central, que fica entre a “casa dos quartos” e a “casa geral". Durante a prática da atividade física, cada um obedece seu próprio ritmo, com uma música de fundo e muita animação, a professora Dayane, fala o nome de cada exercício e descreve como executar, apesar de todos já conhecerem de cabo a rabo a sequência passada todas as segundas, quartas e sextas.

Após a prática dentro dos muros, chega a hora de caminhar pelas ruas da cidade de Araçatuba. Tonico diz que não vai sair "nesse sol". Ele afirma que está cego mas não está doido. O restante segue rumo à Avenida Pompeu de Toledo. Ao longo do trajeto, as mãos esquerdas vão apoiadas na parede, guiados pela voz da instrutora e por seus conhecimentos da área, prestam atenção a cada som, e percebendo cada desnível da calçada, o silêncio só é interrompido pela falação eterna do Zé Carlos, sempre com alguma piada pronta ou comentário pensado.

Voltando para a habitação é chegado o momento do almoço. A essa hora, todos já conseguiram sentir o cheiro do que foi preparado e sabem o menu, cada um pega seu prato de plástico para serem servidos pela Patrícia, cozinheira do Instituto. As mesas de madeira são compridas com espaço para todos sentarem juntos.

Instituto
Seu Chizu (Foto: Mariana Melo Castilho)

Um por um eles se levam e seguem para o quarto, saindo da “casa geral”, a qual abriga a cozinha, o refeitório, a sala de visitas e uma segunda sala para a parte administrativa, com computador e telefone, passam pelo pátio e vão a caminho da “casa dos quartos”, com oito quartos individuais. Para a organização do tráfego, a direita é ida e a esquerda é a volta, assim evitam acidentes de colisão na via de duas mão que é o longo e largo corredor no centro da morada.

            O descanso sagrado tem fim quando a professora de braille aparece para a aula. Como rotina, todas as terça e quintas-feiras, acontecem as classes pela parte da tarde, algumas vezes, outros deficientes visuais vão ao a entidade aprender também. Os que fazem as leituras com maestria utilizam o tempo para ajudar os outros e conhecer novos livros e histórias.

Terminando a lição, depois de um dia todo juntos, Seu Chizu conta do seu tempo como ajudante de seus pais na feira, como ia para chacará ajudar seu pai a colher o que seria vendido no dia seguinte e como não teve a escolaridade completa por não terem a assistência de que ele precisava quando criança, hoje em dia sua irmã insiste para o levar para morarem juntos em outra cidade, “com tudo do bom e do melhor” mas ele nega por já ter uma casa com tudo que precisa.

Zé Carlos relata seu acidente de moto que aconteceu depois de um dia de trabalho no escritório de contabilidade, e fala das várias cirurgias falhas para tentar recuperar sua visão, com 26 anos, preferiu ir viver no Instituto de Cegos, longe de sua família, para ter uma vida ajustada a suas necessidades “sem atrapalhar ninguém" . Seu Olavo ensina que a diabetes é uma das causas para a cegueira, e sobre como isso é comum, Ana, sua esposa, também passou pela mesma situação e hoje tem lar na fundação.

Instituto
Instituto para Cegos Santa Luzia (Foto: Mariana Melo Castilho)

Nesse momento o lanche da tarde fica pronto e eles vão comer, provavelmente depois da comida tem mais tempo livre até o jantar e antes das 19h00min estão deitados para dormir e assim, no dia seguinte, a rotina continua como na semana anterior, e a próxima será como esta, e assim, passei quase um dia todo observando com os olhos e sendo observada pela voz, pelo toque, pela força das passas, me encantei pela calma da vida levada com tempo para estar presente e, pela primeira vez, passei horas sem escutar nenhuma reclamação, tirando a parte do sol, estava muito quente mesmo.

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Experiência de família com filho autista de 12 anos reacende o debate sobre a inclusão de pessoas no Transtorno do Espectro Autista.
por
Thiago Pereira
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14/11/2023 - 12h

Nos últimos meses, ganhou espaço na mídia o fato de um casal que teve sua entrada no estádio do Mangueirão para assistir a partida entre Remo e Corinthians barrada. O evento aconteceu na quarta-feira, dia 12/04 e, na ocasião, Luíza Flores e Amário Fernandes estavam com seu filho: Daniel, de 12 anos e autista.

 

Segundo Amaro, foram comprados três ingressos de visitantes no valor de R$200,00 cada, porém, devido à grande excitação dos torcedores em torno do jogo, uma confusão foi formada nos arredores do estádio e, por isso, a diretoria do Clube do Remo decidiu fechar os portões e impedir a entrada de mais torcedores, inclusive aqueles que apresentavam ingresso. Em nota, a diretoria do clube negou as acusações e afirma que registrou um boletim de ocorrência para apurar o caso e encontrar os responsáveis, que devem “responder dentro dos limites da lei”.

 

"Compramos três ingressos de visitantes, cada um por R$ 200,00, e não vamos poder assistir ao jogo porque o Clube do Remo fechou o estádio e ninguém entra mais. Meu filho, que tem Autismo, não vai poder ver o jogo do Corinthians, não vai poder ver o time dele. Ele passou a semana inteira falando que ia ver o Corinthians, mas não vai poder por determinação do Clube do Remo, é isso que está acontecendo hoje no Mangueirão", desabafou Amário.

 

O autismo:

 

Na ocasião relatada, mais pessoas tiveram suas entradas barradas no estádio, porém, os prejuízos e consequências que isso pode trazer para uma criança autista podem ser muito maiores devido à alguns fatores relacionados ao transtorno.

 

O Transtorno do Espectro Autista é uma condição neurológica que afeta a comunicação, o comportamento social, a percepção dos sentidos e pode resultar em interesses restritos e repetitivos. Para crianças autistas, a rotina e a previsibilidade são fundamentais e desempenham um papel significativo em suas vidas, como se fossem uma fonte de conforto e estímulo.

 

Dentro dessa condição, existem diferentes níveis de suporte. Significa dizer que um autista nunca será igual ao outro e sempre terá habilidades, dificuldades e características únicas. Mesmo assim, é muito comum que eventos onde ocorra quebra de expectativas sejam muito estressantes.

 

É o caso de Daniel, que esperava ansiosamente para ver seu time de coração em campo e teve um profundo impacto ao ser barrado. Nesses casos, a carga emocional pode ser tão grande a ponto de gerar crises de agressividade e desligamento.

 

A sala sensorial:

 

O Mangueirão, palco da polêmica, possui em seu interior uma sala destinada ao uso exclusivo de pessoas que estão no espectro autista. O local, denominado “espaço TEA” e mantido pela Cepa (Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo do Pará), tem como objetivo ser um lugar onde crianças, jovens e adultos possam se sentir confortáveis e se regular sensorial e emocionalmente, já que o ambiente da arquibancada e da torcida é muito estimulante e pessoas dentro do espectro podem ser mais sensíveis a esses estímulos.

 

Ao passo que algumas pessoas nas redes sociais começaram a apontar uma suposta incoerência no ocorrido e cobrar uma posição do órgão, Nay Barbalho, coordenadora de Políticas Públicas Para o Autismo, fez um posicionamento sugerindo que o governo não tem responsabilidade sobre o caso, uma vez que é responsável apenas pelo funcionamento do 'espaço TEA', do lado interno do Mangueirão.

 

"É importante que a gente coloque as responsabilidades de cada um nessa problemática. A Secretaria de Saúde, por meio da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, é responsável pelo 'espaço TEA', tanto do lado A, quanto do lado B. Lá, vão ter acesso pessoas que já estão dentro do estádio. O ingresso que elas comprarem, onde elas comprarem, do time que elas comprarem - isso não nos cabe. Nos cabe receber as pessoas lá dentro e dar todo o atendimento, acolhimento, tecnologias assistivas para que pessoas autistas possam estar dentro daquele espaço".

 

As problemáticas:

 

Deixando de lado a responsabilidade pelo acontecido, temos um fato: Daniel, um menino autista de 12 anos, foi afetado e prejudicado pelo que ocorreu. Alegações dos pais e dos que saíram em defesa do menino afirmam que era de se esperar que os funcionários de um local que conta com um espaço destinado especificamente ao TEA tivessem o mínimo conhecimento sobre a condição e, dessa forma, proporcionassem um tratamento diferenciado a ele.

 

Quando se fala de inclusão, é necessário que os envolvidos conheçam as características daqueles que pretendem incluir.

 

As individualidades:

 

O autismo se manifesta de maneira singular em cada indivíduo!

 

 

Já para Douglas, pai de Dudu e frequentador assíduo das quadras de futsal com seu filho, a condição dele não afeta a ida aos jogos.

 

 

 

Foto: Dudu em partida do seu time do coração, o Magnus. / Arquivo Pessoal
Foto: Dudu em partida do seu time do coração, o Magnus. / Arquivo Pessoal

 

“O Dudu ama ir aos jogos comigo. Hoje em dia, ele até pede. Grita, vibra, comemora os gols e não liga para o barulho da torcida. Quando eu o levei pela primeira vez, estava apreensivo, mas a experiência foi ótima e o esporte se tornou um grande interesse para ele”.

 

A experiência de Daniel e seus pais no estádio do Mangueirão ressalta a importância da sociedade estudar e entender o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A negação de entrada ao garoto de 12 anos, mesmo diante da existência de um espaço dedicado ao TEA no estádio, evidencia lacunas na compreensão e implementação de práticas inclusivas.

 

É importante que a conscientização e o treinamento se estendam não apenas aos profissionais diretamente ligados ao "espaço TEA", mas também aos funcionários que operam nos diferentes setores do estádio. A singularidade do autismo requer uma abordagem sensível e personalizada, e a falta de entendimento sobre ele pode resultar em situações muito prejudiciais, como demonstrado no caso de Daniel.

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Uma realidade socioambiental que luta contra o descuido de alimentos
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
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20/11/2023 - 12h

Por Laís Romagnoli e Khadijah Calil

 

Apontado como um dos principais produtores mundiais de alimentos e colocado em décimo lugar no ranking de países que mais desperdiçam comida, o Brasil  tem a fome como um de seus maiores desafios. Hoje, milhões de brasileiros sofrem algum grau de insegurança alimentar ou passam fome diariamente e, enquanto isso, 46 milhões de toneladas de alimentos  são perdidas por ano no país. Isso significa que é desperdiçada 8 vezes a quantidade necessária de comida para alimentar 33 milhões de pessoas.  Somado à desigualdade, pobreza, negligência e falta de políticas públicas, o descuido alimentício causa a fome avassaladora no Brasil e no mundo, agonizando famílias diariamente.

Na linha de frente dessa luta contra a fome, está José Luiz Santos, de 56 anos. É em toda feira livre de terça-feira, na rua Ministro de Godói, que encontra-se  José. Esse homem, que tem mais rugas na pele do que anos de idade, vive com a preocupação de um pai que tem  quatro filhos para criar. Desempregado, José conta que perdeu seu emprego na época da pandemia e, desde então, sobrevive de “bicos”, contentando-se com um dinheiro apertado para sustentar sua família. José adquiriu assim a tática de chegar  perto do fim das feiras livres  dos bairros próximos a sua casa, para conseguir um preço mais baixo. Ele  fica até a chamada “xepa” da feira e salva as verduras e frutas que seriam jogadas fora. É com alívio que José conta os resultados de sua prática semanal, a qual ajuda na alimentação de sua família. Assim como ele, muitas pessoas são vistas pedindo para os feirantes  os alimentos que seriam descartados, ou também, já vão logo recolhendo do chão aquilo que se perdeu, que não é pouco, visto que a problemática do desperdício acontece  principalmente na fase de produção e colheita, e na indústria, ceasas e Ceagesp. 

Com o propósito de combater  esse descuido com os alimentos, a ONG Banco de Alimentos (OBA) nasceu. Fundada em 1998, pela economista Luciana Chinaglia Quintão, a ONG trabalha para distribuir  alimentos que perderam o valor de prateleira, mas que ainda são adequados para o consumo e extremamente valiosos para todos  aqueles que  necessitam. O que é coletado  em supermercados, indústrias e produtores rurais é enviado, cuidadosamente, às entidades cadastradas no projeto social. Por trás desses processos, Diana Jalonetsky, da área de sustentabilidade da ONG e atuante  no Projeto Inteligência Social, afirma  que todo o esforço do OBA possui um bom retorno, já que em  25 anos, a instituição distribuiu mais de 10 milhões de quilos de alimentos, alcançando mais de 1,45 milhão de pessoas em situação de vulnerabilidade. Apenas o processo de Colheita Urbana, fez com que a comida  coletada chegasse ao prato de 25 mil pessoas, atendidas por 57 entidades mobilizadas. Com orgulho, Diana diz que vale a pena todo tempo dedicado a atrair colaboradores sociais, utilizando assim, a comunicação e o marketing digital para expandir o propósito da ONG. 

Entretanto, a popularidade da causa mostra os verdadeiros inimigos da missão fundamental do OBA. Indagada sobre os obstáculos em seu trabalho, Diana destaca com ênfase a falta de senso sobre a sustentabilidade. Além  da  fome avassaladora, cada 1 kg de alimento jogado no lixo, 400 gramas de gás metano é gerado, mostra Diana, ao apontar  o impacto ambiental do desperdício de alimento. Para o começo de uma consciência social sustentável,  o aproveitamento integral dos alimentos é incentivado ao  invés do descarte  de partes nutritivas dos alimentos como talos, sementes e cascas, pois é possível transformá-las em receitas  nutritivas, balanceadas e saborosas. Diana ainda enfatiza com seriedade o papel de restaurantes e serviços alimentícios, que devem  garantir um planejamento eficaz das compras, para evitar perdas.  No caso de sobra de alimentos em condições adequadas para o consumo, é importante que os estabelecimentos tenham um processo regular de doação.  Por isso, a ONG Banco de Alimentos  fornece também educação nutricional às entidades sociais assistidas, por meio de atividades de nutrição totalmente personalizadas, disseminando boas práticas de manipulação e armazenamento. A colaboradora da OBA comenta ainda sobre os convênios com faculdades de nutrição, em que mais de 500 estagiários já passaram pela ONG  entregando resultados extremamente positivos.

Outro exemplo de ferramenta  é o Food To Save, criado na luta contra o desperdício de alimentos no Brasil e na América Latina. O App funciona  com estabelecimentos que selecionam  itens excedentes para montagem da Sacola Surpresa, disponibilizando para resgate na plataforma, com até 70% de desconto. Os preços são variados e você escolhe salvar uma Sacola Surpresa Doce, Salgada ou Mista. Na retirada, tem a opção de receber seu pedido via delivery, ou retirar a sua Sacola Surpresa no próprio estabelecimento onde realizou a compra. O ideal do app gera uma reflexão da forma como consumimos alimentos hoje, já que esses estabelecimentos participam com produtos perto da validade e repensam hábitos que contribuam para um futuro mais sustentável e humano.

Com isso, é inegável que nos deparamos  com um atraso socioambiental: a mudança climática, a perda da natureza, a poluição e principalmente, os milhões de pessoas em situação delicada com a fome. Essa realidade exige, desesperadamente, que empresas, governos e cidadãos de todo o mundo reduzam o desperdício de alimentos e desenvolvam uma cultura sustentável.

 

 

 

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Análise da corrida presidencial e estadual, resultados do primeiro turno pelo Brasil e mais
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
Luan Leão
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03/10/2022 - 12h

Segunda-feira, 3 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT Especial Eleições:

  • Lula e Bolsonaro avançam para o 2º turno, veja os números da disputa;

  • Análise: O que não está dito nos resultados da corrida presidencial no 1º turno;

  • Tarcísio surpreende e enfrentará Haddad no 2º turno, PSDB deixará governo de SP depois de 28 anos, veja os resultados;

  • Análise: Banho de gelo na campanha faz PT recalcular rota em SP;

  • Veja como foi o 1º turno pelo país.

 

Foto: EPA
Foto: EPA

Presidenciáveis

De acordo com a votação deste domingo (2), os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no próximo dia 30, daqui a quatro semanas. O petista abarcou 57.257.473 votos, o equivalente a 48,43% dos votos válidos. Para garantir a vitória já no primeiro turno, era necessário pelo menos metade.

O atual presidente Bolsonaro alcançou 51.071.106 votos (43,20%).

Foram registrados 1.964.761 votos em branco (1,59%) e 3.487.835 votos nulos (2,82%). Mais de 120 milhões foram às urnas votar, porém 20,95% dos eleitores se abstiveram. 

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão recomeçará no dia 7 e seguirá até dia 28.

Em terceiro lugar, esteve Simone Tebet (MDB), que conquistou 4,16% dos votos, seguida por Ciro Gomes (PDT), que obteve 3,04%. Já a candidata Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe d'Ávila (Novo), Padre Kelmon (PTB), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU) e Constituinte Eymael (DC) pontuaram menos que 1%.

 

Lula X Bolsonaro 

Na disputa de 1º turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou a força do movimento que ficou conhecido em 2018 como “bolsonarismo”. Mas é preciso localizar do que e de quem estamos falando. Desde que venceu as eleições de 2018, quando todos olhavam com espanto as vitórias de governadores e deputados aliados a Bolsonaro, o presidente não desceu do palanque.

Com a máquina do estado, Bolsonaro não apenas fez campanha como utilizou aparatos do estado para ações de governo. A proposta desde que assumiu era simples, tensionar o cenário político e manter o discurso que o elegeu. A aliança com o dito “centrão”, foi a cartada que bastou para Bolsonaro sentir-se livre de amarras para colecionar absurdos durante o primeiro mandato.

Mas isso apenas não justifica o resultado visto nas urnas no último domingo (02). O ex-presidente Lula (PT) mostrou sua força política, mas o partido e o bloco político que integra mostraram dificuldades para compreender a insatisfação do eleitorado e a resistência com o campo progressista. É falso colocar os candidatos como iguais, mas longe dos caracteres do Twitter, o eleitorado tem questões ainda incompreendidas pelo campo político liderado por Lula.

O resultado das urnas mostrou que os brasileiros compareceram e em números expressivos. E o principal, votaram em um dos candidatos, já que o número de brancos e nulos diminuiu em relação a 2018. Apesar de se aproximar dos 51% necessários para a vitória, Lula terá o desafio de dialogar com um país mais à direita, confirmado nos resultados para o legislativo neste ano. Já Bolsonaro, aposta todas as suas fichas na mobilização e potência do movimento que já passa ser um grupo político, o “bolsonarismo”. 

 

Foto: Suamy Beydoun
Foto: Suamy Beydoun

Tarcísio e Haddad no segundo turno

No estado de São Paulo, o segundo turno será disputado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). O candidato carioca obteve 42,59 dos votos válidos, o equivalente a 9.178.828 votos, enquanto o petista recebeu dos 35,46%, ocupando a segunda colocação.

O resultado foi para muitos, inesperado, já que de acordo com as pesquisas do Datafolha e Ipec, realizadas antes da eleição deste domingo (2), o candidato do PT liderava com 39%, seguido pelo republicano, que pontuava 31%.

Nessa unidade da Federação, a abstenção foi de aproximadamente 21,6%. O total de votos em branco foi de 529.977 (2,08%), e os votos nulos totalizaram 897.282 (3,54%).

 

Equação Paulista

O tom na voz dos candidatos entregou um pouco do estado anímico dos candidatos ao governo de São Paulo que avançaram ao segundo turno. Enquanto Haddad parecia abatido, Tarcísio falou à imprensa com firmeza, e até com um certo ar de surpresa pelo que acabava de presenciar ao término da apuração.

Com o PSDB fora da disputa ao Palácio dos Bandeirantes, algo inédito depois de quase 30 anos, os dois candidatos tentaram acenar rapidamente ao governador, e candidato derrotado, Rodrigo Garcia (PSDB). Isso porque passará pelo apoio ou não de Garcia o resultado do 2º turno no final de outubro. 

Apesar de não avançar para a reta final, o atual governador conquistou quase 20% dos votos válidos neste primeiro turno, porcentagem que, se transferida a um dos dois candidatos que avançaram ao 2º turno, garante uma vitória com certa tranquilidade. A questão é que 1 + 1 não é igual a 2 na equação do governo de São Paulo.

A campanha petista se frustrou ao passar em desvantagem no 2º turno, mas precisará correr atrás dos votos de Garcia. A carta na manga é o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin, que já governou São Paulo por 16 anos. No entanto, para atrair e fisgar o eleitorado que optou pelo PSDB no 1º turno, Alckmin precisará se desdobrar em uma região onde o PT não tem a simpatia do eleitorado: o interior do estado. 

Para transformar 1 + 1 em 2, a candidatura de Haddad vai precisar manter as gargantas de Geraldo e Lu Alckmin muito bem hidratadas, porque precisarão gastar saliva. No lado de Tarcísio, é momento de trocar as luvas de boxe do confronto travado contra Garcia no 1° turno, pelo apertos de mão cordiais. O problema é que quem bate pode até esquecer, mas dizem que quem apanha… Não esquece. 

 

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Confira o resultado do 1º turno pelo país:

Norte

Acre (AC):

Gladson Cameli (PP) foi reeleito para o governo com 56,75% dos votos.

Alan Rick (União Brasil), deputado federal, foi eleito senador com 37,11% dos votos.

Alagoas (AL):

Para o governo do estado, disputarão Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União Brasil) no segundo turno. Tiveram 46,64% e 26,79%, respectivamente.

O ex-governador Renan Filho (MDB) foi eleito senador com 56,92%.

Amapá (AP):

Clécio (Solidariedade) foi reeleito governador com 53,68% dos votos válidos.

Davi Alcolumbre (União Brasil), ex-presidente do Senado, está reeleito com 47,73% dos votos.

Amazonas (AM):

Haverá segundo turno entre Wilson Lima (União Brasil) e Eduardo Braga (MDB) para governador. Lima obteve 42,82% dos votos válidos, enquanto o emedebista conseguiu 20,99%

Omar Aziz (PSD) foi reeleito senador pelo Amazonas com 40,99% dos votos.

Maranhão (MA):

Carlos Brandão (PSB) foi reeleito governador, com 51,19% dos votos válidos.

Para o Senado, o ex-governador Flávio Dino (PSB) foi eleito com 62,22%.

Pará (PA):

Helder Barbalho foi reeleito no 1º turno com 70,41% dos votos válidos.

O deputado federal Beto Faro (PT) conquistou a vaga no Senado com 42,50% dos votos.

Rondônia (RO):

Nesse estado, o segundo turno da eleição para governador será disputado por Marcos Rocha (União Brasil), que pontuou 38,88%, e Marcos Rogério (PL), com 37,05%.

Para o Senado, Jaime Begattoli (PL) foi eleito com 35,81% dos votos.

Roraima (RR):

O candidato Antonio Denarium (PP) foi reeleito para o governo de Roraima com 56,47% dos votos válidos.

Dr Hiran (PP) venceu a disputa para o Senado com 46,43% dos votos.

Tocantins (TO):

Wanderlei Barbosa (Republicanos) venceu a disputa ao governo do Tocantins com 58,14% dos votos válidos.

A vaga no Senado foi conquistada por Professora Dorinha (União), com 50,42% dos votos.

 

Nordeste

Bahia (BA):

Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil) disputarão o segundo turno para o cargo de governador. O petista conseguiu 49,33% dos votos válidos, e ACM, 40,88.

O senador Otto Alencar foi reeleito com 58,25% dos votos.

Ceará (CE):

Elmano de Freitas (PT) é o novo governador do Ceará, eleito com 53,69%.

Camilo Santana (PT), foi eleito senador pelo Ceará com 69,73% dos votos.

Paraíba (PB):

O segundo turno será disputado por João Azevêdo (PSB) e pelo deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Eles pontuaram 39,65% dos votos válidos e teve 23,9%, respectivamente.

Efraim Filho (União) foi eleito senador com 30,82% dos votos.

Piauí (PI):

Rafael Fonteles (PT) venceu a disputa pelo governo do Piauí com 57,17%.

Para o Senado, foi eleito o ex-governador Wellington Dias (PT) com 51,32% dos votos.

Pernambuco (PE):

O segundo turno do governo do estado será disputado por Marília Arraes (Solidariedade), que recebeu 23,97% dos votos, e Raquel Lyra (PSDB), com 20,58%.

Teresa Leitão (PT) foi eleita como a primeira senadora da história do estado, com 46,12%.

Rio Grande do Norte (RN):

Para governo do estado, foi eleita Fatima Bezerra (PT), com 58,3% dos votos válidos.

O ex-ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil Rogério Marinho foi eleito senador com 41,85% dos votos.

Sergipe (SE):

O segundo turno será disputado por Rogério Carvalho (PT) e Fábio (PSD), que conquistaram 44,70% e teve 38,91%, respectivamente.

Laércio Oliveira (PP) foi eleito senador com 28,57% dos votos.

 

Centro-Oeste

Distrito Federal(DF):

Ibaneis do MDB foi reeleito com 50,3% dos votos para governador

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves foi eleita senadora com 44,98% dos votos válidos, esse é seu primeiro mandato eletivo.

Goiás (GO):

 Ronaldo Caiado do União foi reeleito governador com 51,8% dos votos válidos

Wilder Morais do PL foi eleito senador com 25,37% dos votos válidos, esse é seu segundo mandato eletivo, Morais foi senador entre julho de 2012 e janeiro de 2019. 

Mato Grosso do Sul (MT):

Os candidatos Capitão Contar do PRTB e Eduardo Riedel do PSDB vão disputar o segundo turno para governador. 

Capitão Contar obteve 26,71% dos votos e Eduardo Riedel 25,16%

A deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina do PP foi eleita senadora com 60,99% dos votos válidos. 

Mato Grosso (MS):

Mauro Mendes do União conquistou a reeleição para governador com 68,5% dos votos.

Wellington Fagundes do PL foi o escolhido para representar o estado no Senado com 63,53% dos votos válidos.

 

Sul

Paraná (PR):

Carlos Roberto Massa Júnior, conhecido como Ratinho Júnior do PSD, foi reeleito governador do Paraná com mais de 69% dos votos. 

Sergio Moro do União foi eleito senador com 33,5% dos votos válidos. 

Rio Grande do Sul (RS):

A disputa pelo governo do estado terá segundo turno com Onyx Lorenzoni do PL e Eduardo Leite do PSDB. Eles registraram 37,5% e 26,81% dos votos, respectivamente.

Hamilton Mourão do Republicanos foi eleito para o Senado com 44,11% dos votos.

Santa Catarina (SC):

O senador Jorginho Mello e o ex-prefeito de Blumenau, Décio Lima disputam o segundo turno para governador do estado. Mello obteve 38,61% dos votos no primeiro turno e Lima, 17,42%.

Jorge Seif Junior do PL foi eleito senador com 39,79% dos votos válidos.

 

Sudeste

Espírito Santo (ES):

A disputa pelo governo do estado será entre Renato Casagrande do PSB, que recebeu 46,94% dos votos válidos, contra 38,48% de Manato do PL.

Magno Malta do PL foi eleito senador com 41,95% dos votos válidos.

Minas Gerais (MG):

Romeu Zema do Novo foi reeleito para governador com pouco mais de 56% dos votos no primeiro turno. 

Cleitinho Azevedo do PSC foi eleito para o Senado com 41,52% dos votos válidos.

Rio de Janeiro (RJ):

Cláudio Castro do PL foi reeleito para governador com 58,6% dos votos.

O ex-jogador Romário do PL foi reeleito para representar o Rio de Janeiro no Senado por mais oito anos com 29,19% dos votos válidos.

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Furacão deixa mortos em Cuba, rodada do Brasileirão e mais
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
Luan Leão
|
28/09/2022 - 12h

 

Quarta-feira, 28 de setembro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Eleições: Presidente do TSE mostra sala de totalização dos votos para ministro da Defesa e entidades.
  • Análise do último debate de candidato aos governos estaduais. 
  • Furacão Ian deixa mortos em Cuba e segue para os EUA; furacão deve atingir costa oeste da Flórida nesta quarta-feira (28).
  • Média móvel de óbitos por covid nos últimos 7 dias cai para 52;

  • Rodada do Brasileirão.

 

Imagem: Paulo Roberto Netto/UOL
Imagem: Paulo Roberto Netto/UOL

Sistema eleitoral transparente

Nesta quarta-feira (28), diversas autoridades foram apresentadas à sala de totalização de votos. Os visitantes foram recebidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes, que salientou no fim, em entrevista a jornalistas, a importância desse ato para mostrar a transparência e confiança no processo eleitoral brasileiro.

“Essa visitação mostra que o TSE é absolutamente aberto, transparente a todas as instituições fiscalizadoras”, enfatizou.

Estavam presentes o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira; o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti; o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto; e representantes dos partidos União Brasil (União), da coligação Brasil da Esperança, entre outros. Além deles, participaram da visita o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet; representantes da Controladoria Geral da União (CGU); e integrantes de comitivas de Missões de Observação Eleitorais (MOEs).



Nota do editor

O último debate de governadores, ocorrido na noite da terça-feira (27), como todo debate, foi fundamental. Fundamental e elitizado. A escolha do dia da semana e do horário do enfrentamento entre os candidatos ignorou a maior parcela da população: os trabalhadores. Durante os enfrentamentos nos 26 estados mais o Distrito Federal, realizado pela TV Globo e afiliadas, os eleitores de toda a federação puderam ter uma última chance de ver confronto de ideias.

Em alguns estados faltaram ideias. Em outros faltaram candidatos, alguns dos faltosos lideram as pesquisas de intenção de voto. Teve estados em que os candidatos partiram para ataques pessoais. Há também estados que apostam na nacionalização do confronto, com citações constantes aos líderes de intenção de voto na pesquisa presidencial. 

De ponta a ponta, a ausência mais sentida foi o respeito com o eleitor.  É necessário muita calma e um processo criterioso de escuta para a escolha dos governadores. O seu voto é importante, no domingo (2), vote consciente


 

Foto: Yamil Lage/AFP
Foto: Yamil Lage/AFP)

Furacão em Cuba

Na tarde de terça-feira (27) o furacão Ian chegou ao nível 3 e atingiu a região oeste de Cuba, deixando um morto e todo o país sem energia elétrica. A vítima fatal é uma mulher de 43 anos, que foi atingida pelo desabamento de sua casa.

A Defesa Civil Nacional emitiu alerta de "alarme de ciclone" para a área ocidental do país e colocou outras três províncias em fase de "alerta". Escolas e outros serviços públicos foram suspensos, como a grande maioria dos transportes terrestres e marítimos.

Nesta quarta-feira (28), o furacão segue em direção à costa oeste da Flórida, e já foi reclassificado para a categoria 4, com ventos de 250 km/h. 

Tempestades “históricas” de até 2 metros estão previstas e podem engolir casas costeiras, a chuva pode causar inundações em grande parte do estado e ventos devastadores podem arrasar casas e interromper o serviço de eletricidade por dias ou semanas.

"Fique dentro de casa. Fique longe das janelas. A tempestade está aqui", afirmou o diretor da Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida, Kevin Guthrie em entrevista coletiva no início da manhã.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, alertou que os moradores dos condados de Collier, Lee, Charlotte e Sarasota não estão mais seguros para evacuação e pediu às pessoas que saiam das estradas e fiquem dentro de casa.

 

Pandemia 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) o Brasil registrou  7.613 novos casos de COVID-19, e 46 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias é de 46. No total, o país acumula 34.654.190 casos confirmados, e 685.927 óbitos por COVID-19.

 

Ivan Storti / Santos FC
Foto: Ivan Storti / Santos FC

Brasileirão

O Campeonato Brasileiro da série A está de volta neste meio de semana. Após parada para a data FIFA, os times da série retornam para a 28ª rodada da competição. A rodada começou no domingo (25), com a goleada do São Paulo para cima do Avaí por 4 a 0. Na terça-feira (27), o Santos jogou contra o Athletico-PR, na Vila Belmiro, e venceu por 2 a 0.

Nesta quarta-feira (28), o Coritiba recebe o Ceará, no estádio Couto Pereira, às 19h. No mesmo horário a bola vai rolar na Arena NeoQuímica para Corinthians e Atlético-GO. Também às 19h, o Fluminense recebe o Juventude, no Maracanã, e o Fortaleza enfrenta o Flamengo, no Castelão. Mais tarde, às 21h, o Cuiabá joga contra o América-MG, na Arena Pantanal.

Às 21h45, o líder Palmeiras joga contra o Atlético-MG, no Mineirão. No mesmo horário, o vice-líder Internacional recebe o RB Bragantino, no Beira-Rio. Fechando a rodada, o Botafogo visita o Goiás, no estádio da Serrinha. 

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Seleção Brasileira vence Tunísia por 5 a 1, “Ato em Defesa do Jornalismo e da Democracia” na PUC-SP, início da imunidade eleitoral e mais.
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
Luan Leão
|
27/09/2022 - 12h

Terça-feira, 27 de setembro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Começa a valer restrição à prisão sem flagrante durante período eleitoral;
  • Ato em defesa do jornalismo e da democracia na PUC-SP;
  • Itália: coalizão de Meloni conquista mais de 50% na câmara e no senado;
  • Funeral de Estado de Shinzo Abe no Japão reúne líderes de governos do mundo;
  • IBGE divulga prévia da inflação de setembro;
  • Média móvel de óbitos por covid nos últimos 7 dias cai para 52;

  • Brasil realiza o último amistoso antes da Copa do Mundo. 

 

Foto: TSE
Foto: TSE

Imunidade eleitoral 

Começou a valer nesta terça-feira (27) a regra do artigo 236 do Código Eleitoral, que garante o direito ao voto e o pleno exercício da democracia tanto para os candidatos quanto para os eleitores. A regra existe para que ninguém impeça o eleitor de votar e evitar que grupos políticos cometam abusos com eleitores.

Segundo a legislação, a proibição deve começar a valer cinco dias antes da eleição e terminar 48 horas depois da votação.

Devido a isso, os eleitores não poderão ser presos ou detidos, exceto em flagrantes. No caso dos candidatos, a imunidade começou no último dia 17. A condição termina no dia 4 de outubro.

 

Jornalismo e democracia

Nesta segunda-feira (27), entidades relacionadas à comunicação se reuniram às 19h no auditório 239 da PUC-SP no “Ato em Defesa do Jornalismo e da Democracia”.

Para compartilhar suas histórias, estavam presentes as jornalistas Patrícia Campos Mello e Bianca Santana, que já sofreram agressões do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

“Diante da escalada de ameaças, agressões, ataques físicos e virtuais e tentativas de censura e intimidação contra as e os jornalistas, especialmente durante o período eleitoral, as entidades jornalísticas e organizações que defendem a liberdade de imprensa e os direitos humanos convocam ato unificado em defesa das e dos profissionais de imprensa e da Democracia”, afirmam os organizadores do evento.

A realização foi convocada por:

  • Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP); 

  • Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); 

  • Associação Brasileira de Imprensa (ABI); 

  • Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); 

  • Associação de Jornalismo Digital (Ajor); 

  • Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); 

  • Repórteres sem Fronteiras (RSF); 

  • Instituto Vladimir Herzog; 

  • Associação Profissão Jornalista (ApJor); 

  • Barão de Itararé; 

  • Intervozes;

  • Centro Acadêmico Vladimir Herzog;

  • Centro Acadêmico Benevides Paixão.

 

Reprodução/Twitter @GiorgiaMeloni
Reprodução/Twitter @GiorgiaMeloni

Reascensão da extrema-direita italiana

O partido de extrema-direita de Giorgia Meloni, Irmãos da Itália, conquistou 26% dos votos nas eleições de domingo, o que significa que a coalizão da direita italiana terá maioria folgada no Parlamento, segundo os resultados finais publicados nesta terça-feira (27). 

A coalizão, que inclui a Liga (direita) de Matteo Salvini e o Força Itália (conservador) do magnata Silvio Berlusconi, terá 237 cadeiras na Câmara dos Deputados de um total de 400. Além disso, terão maioria também no Senado, com 115 cadeiras de 200.

O Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, recebeu 19% dos votos e se aliou com duas pequenas formações ambientalistas e esquerdistas. A coalizão terá 84 cadeiras na Câmara e 44 no Senado. O antissistema Movimento 5 Estrelas recebeu 15,4% dos votos e terá 52 deputados e 28 senadores e prometeu ser força de oposição ao governo de Meloni.

 

Funeral polêmico

O governo japonês realizou nesta terça-feira (27) o funeral de Estado do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em 8 de julho durante um comício de seu partido.  A cerimônia foi realizada no Budokan, arena histórica de Tóquio, que costuma sediar grandes eventos.

Cerca de cinco mil pessoas participaram da cerimônia, que durou aproximadamente duas horas e teve a presença de diversos representantes de diversos países, entre eles, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, o presidente da França, Emmanuel Macron, e líderes da Austrália, Índia, Vietnã, Camboja e Cingapura, entre outros.

O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida fez um discurso de condolências, seguido por demais integrantes do governo japonês. Um representante do imperador Naruhito também participou da homenagem em nome da família imperial (que não podem estar na cerimônia por serem considerados figuras neutras). 

O funeral gerou muitas críticas no Japão, já que os gastos com o evento foram estimados em quase US$ 12 milhões. Porém, de acordo com a imprensa japonesa, 60% da população se opôs à realização da cerimônia também por outros motivos que vão além dos custos. Alguns consideram que o funeral tende a glorificar um político que tomou decisões controversas, outros acham que a disposição do governo japonês em realizar a homenagem infringe a constituição por não levar em conta a opinião da população.

 

Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

Tendência de queda

Pelo segundo mês consecutivo, a prévia da inflação indicou uma tendência de queda. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (27) que a inflação no mês de setembro ficou em -0,37%. Em agosto o índice já havia ficado em -0,73%. No ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) tem alta acumulada de 4,63%. Nos últimos 12 meses a taxa caiu para 7,96%, ficando abaixo dos 9,60% registrados anteriormente. 

Apesar da aparente queda, apenas três dos nove grupos pesquisados tiveram queda em setembro. Influenciado pelo preço dos combustíveis, o grupo de transportes apresentou queda de 2,35% e foi o que mais contribuiu para o recuo do índice geral em pontos percentuais (-0,49 p.p.).

Entre os combustíveis, etanol (-10,10%), gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,40) e gás veicular (-0,30%) apresentaram recuo nos preços nesse período. O destaque vai para a gasolina, que contribuiu com o impacto negativo mais intenso (-0,52 p.p.). 

O grupo de alimentos e bebidas também apresentou desaceleração de -0,47%. O índice foi puxado pela alimentação em domicílio, que recuou -0,86%. Itens como o óleo de soja (-6,50%), o tomate (-8,04%) e o leite longa vida (-12,01%), são os destaques de queda neste grupo. Por outro lado, a cebola (11,39%), o frango em pedaços (1,64%) e frutas (1,33%) tiveram alta registrada.

 

Pandemia 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) o Brasil registrou 8.289 novos casos de COVID-19, e 46 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias é de 52. No total, o país acumula 34.656.577 casos confirmados, e 685.881 óbitos por COVID-19.


 

Foto:Lucas Figueiredo/CBF
Foto:Lucas Figueiredo/CBF

Já é Copa!

A seleção brasileira goleou a Tunísia por 5 a 1 nesta terça-feira (27). O jogo aconteceu na França, e foi o último compromisso da nossa seleção antes da Copa do Mundo no Catar, em novembro. Antes, na semana passada, a seleção já havia vencido a seleção de Gana por 3 a 0. 

Com um futebol convincente e alguns testes por parte do técnico Tite, a seleção não encontrou dificuldade nos amistosos enfrentados nesta data FIFA. O placar elástico contra a Tunísia foi construído com gols de Raphinha, duas vezes; Neymar, Richarlison e Pedro. Este último mostrou serviço no pouco tempo que teve nos amistosos e coloca ainda mais pressão para estar presente na lista oficial para o mundial. O gol da Tunísia foi marcado pelo zagueiro Talbi. 

Este foi o último compromisso da seleção canarinha antes da Copa. Agora faltam 58 dias para a estreia brasileira no Catar, contra a seleção da Sérvia, no dia 24 de novembro. A convocação oficial sai no dia 07 de novembro. Já estamos em ritmo de Copa! 
 

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Pesquisa IPEC: Lula avança 1%, Bolsonaro estável; Georgia Meloni têm maioria em eleições na Itália; Média de óbitos por COVID cai para 63, e mais.
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
Sônia Xavier
|
26/09/2022 - 12h

Segunda-feira, 26 de setembro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Pesquisa IPEC: Lula avança um ponto percentual, alcançando 48%, enquanto Bolsonaro se mantém estável, com 31%;

  • Giorgia Meloni tem maioria dos votos nas eleições da Itália; Congresso se reunirá em 13 de outubro apenas;

  • Embaixada americana no Brasil diz que os EUA reconhecerá a candidatura do vencedor da eleição apenas;

  • Shows de Roger Waters na Polônia são cancelados após crítica à Ucrânia

  • Média móvel de óbitos por covid nos últimos 7 dias cai para 63;

 

Foto: Reprodução/Twitter @lula
Foto: Reprodução/Twitter @lula

Aumentam chances de vitória no primeiro turno

Nesta sexta-feira (26) foi divulgado o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo Ipec, no qual o ex-presidente Lula (PT) tem 48% das intenções de votos, oscilando um ponto para cima em relação ao levantamento feito em 19 de setembro pelo instituto. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve com 31%, o que o deixa com apenas 14 pontos percentuais de diferença entre ele e o petista. Com o resultado desse novo levantamento, aumenta a chance de Lula vencer no primeiro turno, já que tem 52% dos votos válidos.

Em terceiro lugar está o cearense Ciro Gomes (PDT), que diminuiu de 7% para 6%, seguido por Simone Tebet (PMDB), que continua com 5%. 

Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d'Avila (Novo) pontuaram 1%. Vera (PSTU), Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Padre Kelmon (PTB) e Sofia Manzano (PCB) não pontuaram.

4% dos eleitores não souberam responder, já votos brancos e nulos diminuíram um ponto percentual, somando 4%.

As entrevistas foram feitas nos dias 25 e 26 de setembro, e contou com 3.008 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.  A pesquisa, que foi encomendada pela TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01640/2022.

Segundo a pesquisa, Lula tem melhor desempenho entre católicos, pretos e pardos, cidadãos com baixa renda, pessoas com ensino fundamental e que moram no Nordeste. Enquanto isso, Bolsonaro tem vantagem entre evangélicos, homens, pessoas com ensino superior, não beneficiários de auxílios do governo federal e residentes do Sul e Centro-Oeste.

 

Matteo Salvini, Silvio Berlusconi e Giorgia Meloni em evento em Roma - Foto: ALBERTO PIZZOLI / AFP
Matteo Salvini, Silvio Berlusconi e Giorgia Meloni em evento em Roma - Foto:ALBERTO PIZZOLI / AFP

Extrema-direita na Itália

A deputada italiana Giorgia Meloni é a favorita para assumir o cargo de primeira-ministra da Itália, após a coalizão de extrema-direita liderada por seu partido vencer as eleições no último domingo (25). No país, os eleitores votam em um partido, e a sigla que conquistar maioria no Parlamento é quem escolhe o primeiro-ministro - que é tradicionalmente, o presidente do partido vencedor.

Meloni é conhecida por seus discursos conservadores e pós-fascistas, inclusive já afirmou que Mussolini foi um bom político. Juntamente com seus aliados, ela promete cortes de impostos e o bloqueio dos imigrantes que cruzam o Mediterrâneo. Além disso, promete luta contra os grupos de luta LGBT. Desde 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Itália não tem um governo tão conservador. O Partido de Meloni, Irmãos da Itália, por exemplo, tem raízes neofascistas. 

O parlamento italiano está programado para se reunir em 13 de outubro, quando o chefe de Estado convocará os líderes do partido para decidir sobre a forma do novo governo.

 

Reconhecimento ao candidato vencedor

No sábado (24), a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou que os EUA irão reconhecer o resultado das eleições brasileiras, independentemente do candidato que vencer o pleito.

"O eventual reconhecimento dos EUA virá ao candidato que vencer a eleição presidencial como resultado da nossa determinação sobre a integridade do processo eleitoral liderado pelo Tribunal Superior Eleitoral, e não de uma negociação com qualquer candidato ou partido político", escreveu no Twitter a embaixada americana. 

A nota foi divulgada três dias após o chefe da embaixada dos EUA no Brasil, Douglas Koneff, se reunir com o candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes, Koneff já havia se reunido com os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

 

Foto: AP
Foto: Rob Grabowlski/Invision/AP

Shows cancelados

Conforme anunciado neste domingo (25), duas apresentações do cantor, que seriam em abril de 2023, foram canceladas em Cracóvia depois que comentários sobre as intervenções do Ocidente na guerra da Ucrânia geraram uma série de críticas. 

Reportagens sobre uma carta aberta de Waters endereçados à primeira dama ucraniana Olena Zelenska começaram a sair no início do mês. Na Carta, Roger acusou o presidente Volodimir Zelenski de permitir “nacionalismo extremo” na Ucrânia e dizia que o Ocidente deveria parar de fornecer armas a Kiev, o artista ainda solicitou veementemente para Olena que

pedisse ao marido para escolher “uma rota diferente”, “colocar fim a essa guerra letal”. O artista também acusou a Otan de provocar a Rússia. 

Apesar disso, o motivo do cancelamento não foi revelado.
 

Pandemia 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) o Brasil registrou 6.068 novos casos de COVID-19, e 30 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias é de 58. No total, o país acumula 34.638.288 casos confirmados, e 685.835 óbitos por COVID-19. 

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11% dos eleitores dispostos a fazer o "voto útil" segundo Datafolha, naufrágio na Síria e mais
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
|
24/09/2022 - 12h

Sexta-feira, 23 de setembro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Pesquisa Datafolha: Lula abre 14 pontos de diferença com Bolsonaro; 11% do eleitorado está disposto a exercer o “voto útil” incentivado pela campanha do ex-presidente;

  • Naufrágio de barco de migrantes na Síria;

  • Ucrânia reconquista territórios no leste;

  • Média móvel de óbitos por covid nos últimos 7 dias cai para 63;

 

Foto: Sergio Lima/Poder360
Foto: Sergio Lima/Poder360

Maior chance de vitória no primeiro turno

Nesta sexta-feira (23) foi divulgado o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Datafolha, no qual o ex-presidente Lula (PT) tem 47% das intenções de votos, oscilando dois pontos para cima em relação ao levantamento feito em 12 de setembro pelo instituto. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve com 33%, o que o deixa com apenas 14 pontos percentuais de diferença entre ele e o petista. 

Com o resultado desse novo levantamento, aumenta a chance de Lula vencer no primeiro turno, já que tem pelo menos 50% dos votos válidos. Agora, a nove dias do primeiro turno, a campanha do ex-presidente Lula pretende incentivar o chamado “voto útil”, que é uma maneira do eleitor votar a fim de encerrar a disputa já no primeiro turno. Segundo a pesquisa, cerca de 11% dos eleitores dizem que podem mudar o voto para presidente para que o candidato que estiver liderando as pesquisas vença logo. 86% afirmaram que não o fariam e 2% se mostraram indecisos a respeito.

Em terceiro lugar está o cearense Ciro Gomes (PDT), que diminuiu de 8% para 7%, seguido por Simone Tebet (PMDB), que continua com 5%. Na margem de erro ambos estão empatados. 

Soraya Thronicke (União Brasil) diminiuiu para 1%. Felipe d'Avila (Novo), Vera (PSTU), Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Padre Kelmon (PTB) e Sofia Manzano (PCB) pontuaram menos de 1%.

4% dos eleitores não souberam responder, já votos brancos e nulos somam 5%.

As entrevistas foram feitas entre os dias 20 e 22 de setembro, em 343 municípios e contou com 6.754 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.  A pesquisa, que foi encomendada pela Folha e pela TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-04180/2022.

 

Foto: Syrian Red Crescent/Reuters
Foto: Syrian Red Crescent/Reuters

Naufrágio

Segundo o Ministro da Saúde da Síria, ao menos 77 migrantes morreram em um naufrágio na costa síria. O barco, que saía do Líbano (país que está se tornando cada vez mais um ponto de partida para embarcações ilegais, por conta de uma crise econômica), naufragou no Mediterrâneo na quinta-feira na costa da cidade de Tartus. 

Os refugiados tentam cruzar o Mediterrâneo em embarcações improvisadas rumo aos países europeus. De acordo com a ONU, pelo menos 38 embarcações com mais de 1.500 pessoas saíram ou tentaram sair ilegalmente do Líbano pelo mar desde de 2020.

Nesta sexta-feira (23), a televisão síria afirmou que cerca de 150 pessoas estavam a bordo do barco. 20 sobreviventes estão internados, disse o ministro da Saúde, Hassan Al Ghubach.

Refugiados palestinos do acampamento de Nahr el-bared, no norte do Líbano, também estão entre as vítimas, segundo responsáveis das instalações. "Estamos conduzindo uma de nossas maiores operações de resgate. Cobrimos uma ampla área que se estende por toda a costa síria", declarou à AFP Sleiman Khalil, funcionário do Ministério dos Transportes da Síria.

 

Retomada pela Ucrânia

Nesta sexta-feira (23), o exército da Ucrânia afirmou que retomou uma das cidades tomadas pelos russos, na região de Donetsk, no leste do país. "O exército ucraniano recuperou Yatskivka", anunciou na televisão Oleksii Gromov, chefe do Estado-Maior militar ucraniano. "Os ucranianos também restabeleceram seu controle sobre as posições ao sul de Bakhmut", uma cidade importante na região de Donetsk que foi bombardeada pelos russos nas últimas semanas, acrescentou Gromov. 

Contudo, a Rússia também iniciou nesta sexta-feira referendos a fim de anexar quatro regiões ocupadas da Ucrânia.

As votações que decidirão se esses territórios deveriam se tornar parte da Rússia começaram depois de uma contra ofensiva ucraniana no início deste mês. O referendo nas províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, que representam cerca de 15% do território ucraniano, deve ocorrer até a terça-feira (27).

 

 

Pandemia 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) o Brasil registrou 7.772 novos casos de COVID-19, e 73 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. A média móvel de óbitos nos últimos sete dias é de 64. No total, o país acumula 34.624.427 casos confirmados, e 685.750 óbitos por COVID-19. 

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