Estúdios acusam a plataforma de IA de violar direitos autorais ao permitir a criação de imagens com personagens protegidos.
por
Lucca Andreoli
Henrique Baptista
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17/06/2025 - 12h
Logo da Midjourney
Logo do serviço de IA Midjourney. Reprodução

A Walt Disney Company e a Universal Corporation, dois dos maiores estúdios de Hollywood, abriram no dia 11 de junho um processo conjunto contra o Midjourney — um serviço de inteligência artificial criado e desenvolvido pelo laboratório de pesquisa independente, Midjourney, Inc. —  na U.S. District Court for the Central District of California. O serviço de inteligência artificial está sendo acusado de utilizar propriedade intelectual dos estúdios sem autorização.

Segundo a ação, o Midjourney usou de forma “intencional e calculada” obras protegidas — como personagens de Star Wars (Darth Vader, Yoda), Frozen (Elsa), The Simpsons, Marvel (Homem-Aranha, Homem de Ferro), Minions, Shrek e O Poderoso Chefinho — para treinar seus modelos e permitir a geração de imagens derivadas altamente similares.

 

Disney e Universal afirmam que já haviam solicitado que a plataforma bloqueasse ou filtrasse esse tipo de conteúdo, mas não foram atendidas. Para a vice-presidente jurídica da NBCUniversal, Kim Harris, “roubo é roubo, independentemente da tecnologia usada”.

A petição descreve o Midjourney como um “poço sem fundo de plágio”. Estima-se que a plataforma tenha gerado cerca de 300 milhões de dólares em receita em 2024, contando com mais de 21 milhões de usuários.

Os estúdios pedem uma liminar para impedir novas infrações e uma compensação financeira — que pode ultrapassar os 20 milhões de dólares. Horacio Gutierrez, diretor jurídico da Disney, declarou: “Pirataria é pirataria — o fato de ser feita por uma IA não a torna menos ilegal”.
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Além disso, a ação se insere em um cenário crescente de disputas semelhantes — como os casos envolvendo a Stability AI, a OpenAI e o New York Times. Também aponta para a criação de um serviço de vídeo de IA que em breve poderá criar clipes animados com materiais não autorizados, ampliando ainda mais os riscos à propriedade intelectual e ao controle de suas criações. O processo reforça a pressão por regulamentações mais claras que protejam a criatividade humana frente ao avanço da IA.

A preocupação no meio artístico a respeito das inteligências artificiais é um tema crescente que já gerou polêmicas anteriormente, como a questão das fotos “estilo estúdio Ghibli” no início deste ano. 

O processo representa um marco legal na relação entre Hollywood e a inteligência artificial. É o primeiro grande embate judicial do tipo envolvendo empresas de entretenimento, e pode abrir precedente para que outras companhias exijam licenciamento prévio ou filtros automáticos em ferramentas de geração de imagens.

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Banda faz uma pausa na carreira, suspende shows em novembro e apresentação na COP30
por
Lucca Andreoli
João Pedro Lindolfo
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26/05/2025 - 12h
Foto do show em Manchester, 3 de junho de 2023 Imagem: Raph_PH
Foto do show em Manchester, 3 de junho de 2023
Imagem: Raph_PH

A banda Coldplay cancelou a turnê que faria no Brasil em novembro deste ano, que incluiria cerca de dez apresentações. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o grupo decidiu fazer uma pausa na carreira e, por isso, suspendeu toda a agenda na América do Sul. 

No entanto, não houve pronunciamento ou qualquer confirmação oficial até agora. A banda era aguardada para uma apresentação na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA). 

Em 2022 a banda passou pelo festival Rock in Rio e em 2023 esteve no Brasil pela última vez para 11 shows. A apresentação na COP30 seria a primeira vez da banda no Pará, algo que Chris Martin, vocalista do grupo, já demonstrava interesse. 

No ano de 2021, em uma postagem no X (antigo twitter) sobre ações climáticas, o cantor mencionou o governador do Pará, Helder Barbalho, convidando-o para assistir ao show deles no Global Citizen.

Durante a passagem da banda no Brasil em 2023, os integrantes tiveram um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o convite para a COP30 foi feito.

Lula, Chris Martin e Janja reunidos em 2023— Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução
Lula, Chris Martin e Janja reunidos em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

De acordo com o colunista, a apresentação em Belém ainda deve acontecer, informação garantida pelo governo paraense. A dúvida que resta é se Chris Martin estará sozinho ou acompanhado pelo grupo.

Em sua quarta edição, ação reforça a importância da informação e do apoio às famílias
por
João Pedro Lindolfo
Lucca Andreoli
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04/06/2025 - 12h

 

Fotografia: Wellington Freitas  Reprodução/Instagram: @35elementos
Fotografia: Wellington Freitas 
Reprodução/Instagram: @35elementos

A caminhada de conscientização sobre a síndrome Cri Du Chat - ou Síndrome do Choro do Gato, uma alteração genética rara que afeta o desenvolvimento físico e intelectual - aconteceu no sábado (17), no Parque Villa Lobos, em São Paulo.

A doença, presente em uma a cada 50 mil pessoas, ocorre quando uma parte do cromossomo cinco é perdida, o que causa características como a face arredondada, olhos separados, mandíbula pequena, orelhas baixas e um choro agudo parecido com um miado de gato, de onde vem o apelido.

O diagnóstico é realizado através da genética clínica, com testes que avaliam os cromossomos, e o teste de FISH ou CGH-array, que detectam a deleção do cromossomo cinco.

A síndrome impacta diretamente a rotina das famílias, exigindo acompanhamento contínuo com diferentes especialistas. Por isso, a disseminação de informações confiáveis e o estímulo ao diagnóstico precoce são fundamentais para promover mais qualidade de vida às crianças e a quem cuida delas.

A importância do diagnóstico precoce vai além do aspecto clínico: ele abre caminhos para que as famílias se organizem emocionalmente e encontrem apoio em redes especializadas, fortalecendo a jornada de cuidado e inclusão. O conhecimento da síndrome, associado à troca de experiências entre famílias, é um passo decisivo para transformar desafios em conquistas diárias.

Em 2022 foi lançado o primeiro livro a respeito da síndrome no Brasil, intitulado de "Síndrome de Cri du Chat: mais amor, realidade e esperança” (EFeditores e Literare Books International, 264 págs., R$ 72), além de ser o ano da primeira edição da caminhada dedicada a pessoas que convivem com a síndrome.

A publicação veio a partir da vivência de famílias e do engajamento de profissionais que acompanham de perto os desafios do diagnóstico e do tratamento. O livro se tornou referência para quem busca compreender não só os aspectos clínicos da condição, mas também as realidades sociais, emocionais e educacionais enfrentadas por quem convive com ela.

Com entrevistas de profissionais médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, a obra de Sandra Doria Xavier, Fernando da Silva Xavier e Monica Levy Andersen traz também uma perspectiva que auxilia familiares e profissionais que trabalham com portadores da síndrome.

Capa do livro: Síndrome Cri Du Chat: mais amor, realidade e esperança  Instagram: @criduchatbrasil
Capa do livro: Síndrome Cri Du Chat: mais amor, realidade e esperança 
Instagram: @criduchatbrasil

A publicação do livro e a realização da caminhada refletem o compromisso com a visibilidade da condição. Ao longo dos últimos anos, a entidade tem promovido ações que unem acolhimento, informação e mobilização social, contribuindo para a construção de uma rede de apoio mais sólida e atuante.

Em meio a esse esforço coletivo, o aspecto emocional e comunitário da Caminhada se destaca. “Encontrar outras famílias na Caminhada Cri Du Chat é encontrar a sua tribo”, define Juliane Gehm, mãe do Martin. “É um momento onde todos podem ser livres para ser quem são!”

Agora em sua quarta edição, a “Caminhada Cri Du Chat 2025” apresentou uma programação com atividades inclusivas, como áreas sensoriais (massinha, slime, bolha de sabão), desenhos e pinturas, pinturas faciais e tatuagens de adesivo, além de recreação com palhaços e personagens infantis.

Através do ato de conscientização, familiares, profissionais e portadores trouxeram luz ao tema. 

Segundo a neuropsicóloga Bianca Balbueno, a estimulação precoce é a chave: “Nos primeiros anos de vida, o cérebro da criança está num pico de neuroplasticidade, ou seja, a capacidade de aprendizagem é mais potente neste período, sendo assim, a estimulação precoce aproveita essa fase para promover o desenvolvimento de áreas centrais, como motor, cognitivo e social.” 

“Intervenção precoce promove o desenvolvimento redirecionando e fortalecendo trilhas de aprendizagem que podem estar em risco, especialmente em casos de alterações do neurodesenvolvimento”, ela acrescenta. 

Essa também foi a percepção de Lilian Lima, engenheira de software e mãe do Heitor Monteiro Lima, de 7 anos. O diagnóstico veio aos 19 dias de vida e aos 30 dias ele já iniciou a fisioterapia. “Com 2 anos e 9 meses ele andou. Hoje ele corre, chuta bola, arremessa para a cesta, ensaia quicar e treina saques de vôlei”, conta Lilian. Ela lembra que, no início, havia muitos medos — do desconhecido, do futuro e de como seria criar um filho com um prognóstico tão incerto. Mas reforça que o acesso a terapias e os estímulos desde cedo fizeram toda a diferença. “A fisioterapia foi essencial nos primeiros anos de vida, e os estímulos fizeram toda a diferença.”

Ainda sobre o plano de tratamento, Bianca afirma que deve ser individualizado “pois cada criança terá uma necessidade diferente, mesmo tendo o mesmo diagnóstico. Leva-se em consideração não apenas características da síndrome, mas áreas gerais de desenvolvimento, comportamentos desafiadores, excessos e déficits comportamentais, bem como a rede de apoio da família e o suporte fornecido pela escola”.

Participantes exploram atividades sensoriais durante a Caminhada. Fotografia: Wellington Freitas Reprodução/Instagram: @35elementos
Participantes exploram atividades sensoriais durante a Caminhada.
Fotografia: Wellington Freitas
Reprodução/Instagram: @35elementos
Caminhada tem presença de personagens infantis e momentos de interação Imagem: Wellington Freitas  Reprodução/Instagram: @35elementos
Caminhada tem presença de personagens infantis e momentos de interação
Imagem: Wellington Freitas 
Reprodução/Instagram: @35elementos
Espaço de desenho e pintura incentiva a criatividade  Fotografia: Wellington Freitas  Instagram: @35elementos
Espaço de desenho e pintura incentiva a criatividade 
Fotografia: Wellington Freitas 
Instagram: @35elementos
Cabo de guerra e outras dinâmicas de grupo promovem inclusão  Fotografia: Wellington Freitas  Instagram: @35elementos
Cabo de guerra e outras dinâmicas de grupo promovem inclusão 
Fotografia: Wellington Freitas 
Instagram: @35elementos

 

Especialista alerta para a importância do apoio jurídico e psicológico diante de um cenário de aumento da violência contra as mulheres
por
Larissa Pereira José
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28/04/2025 - 12h

Durante o feriado da Páscoa de 2025, o Rio Grande do Sul registrou uma sequência de crimes que chocou o país: dez feminicídios em apenas quatro dias. Casos como o de uma mulher grávida assassinada em Parobé e o de uma jovem degolada pelo ex-companheiro em São Gabriel evidenciam uma triste realidade: a violência contra a mulher continua sendo parte do cotidiano brasileiro. 

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil contabilizou 1.450 feminicídios em 2024, o que equivale a cerca de quatro mulheres assassinadas por dia. O número é alarmante e revela que, apesar dos avanços legislativos, muitas mulheres ainda são vítimas fatais de parceiros ou ex-parceiros. Em meio a esse cenário, surgem dúvidas sobre como agir diante de situações de violência e quais caminhos seguir para tentar garantir a própria segurança. 

Para a advogada Bruna Santana, especialista em Direito da Mulher, em entrevista à AGEMT, "reconhecer os sinais e buscar ajuda o mais cedo possível são atitudes essenciais. Ela alerta que não é necessário esperar por uma agressão física para procurar apoio" e acrescenta: "a violência começa muito antes das agressões físicas. Controlar, ameaçar, isolar, humilhar — tudo isso já é violência doméstica. E precisa ser denunciado”, afirma Bruna. 

A orientação, segundo a especialista, é que a mulher que sofre qualquer tipo de agressão, seja física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial, registre um boletim de ocorrência, solicite medidas protetivas e, sempre que possível, documente as agressões. Prints de mensagens, gravações de áudios e relatos de testemunhas podem ser fundamentais para a comprovação dos fatos. Além do apoio jurídico, Bruna Santana reforça que o acompanhamento psicológico é parte crucial para que a mulher consiga sair do ciclo de abusos. “A violência doméstica fragiliza a autoestima da vítima. Muitas vezes, ela se sente culpada ou acredita que não conseguirá romper a relação. O apoio psicológico é essencial para fortalecer essa mulher emocionalmente e ajudá-la a construir uma nova trajetória”, explica a advogada. 

Centros de referência, como os CRAMs (Centros de Referência de Atendimento à Mulher), Defensorias Públicas e ONGs oferecem suporte gratuito ou de baixo custo para vítimas de violência. Em situações de ameaça iminente, a orientação é buscar ajuda imediata, acionando a polícia pelo número 190 ou procurando familiares e amigos de confiança. A Central de Atendimento à Mulher (disque 180) também está disponível 24 horas por dia, de forma gratuita e sigilosa. 

Bruna Santana reforça que a Lei Maria da Penha oferece diversos mecanismos de proteção, como o afastamento do agressor, proibição de contato e o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, muitas mulheres desconhecem esses direitos ou não sabem como acioná-los. "Saber que existem recursos legais, entender como eles funcionam e buscar ajuda imediatamente pode salvar vidas. Não é exagero, não é drama: é sobrevivência", conclui a especialista. 

Apesar de a responsabilidade pela proteção das mulheres ser do Estado, informação e rede de apoio são instrumentos fundamentais para fortalecer aquelas que, todos os dias, lutam para viver em liberdade e segurança.

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Artista também é terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy
por
Beatriz Alencar
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14/03/2025 - 12h

A cantora Doechii foi nomeada a Mulher do Ano de 2025 pela Billboard, com o anúncio feito nesta segunda-feira (10). Com o título, a artista norte-americana tornou-se a segunda rapper a ganhar a honraria no mundo da música, a primeira foi a Cardi B, premiada em 2020.

A revista da Billboard descreveu Doechii como uma das principais artistas da atualidade a “redefinir o que é ser uma precursora na indústria musical”. Ela será homenageada em um evento da Billboard no final deste mês.

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

A rapper, de apenas 26 anos, fortaleceu mais a carreira musical em 2024, com o lançamento do álbum “Alligator Bites Never Heal”, uma aposta de mistura entre os gêneros R & B e hip-hop. O mixtape foi indicado para três categorias do Grammy, entre eles o Melhor Álbum de Rap, marcando a primeira vez desse estilo de faixa feito por uma mulher a alcançar essa indicação.

Apesar disso, após a indicação de Melhor Álbum de Rap, Doechii foi convidada para fazer parte da faixa “Baloon” do álbum “Chromakopia”, do rapper Tyler, The Creator. A participação aumentou a visibilidade da artista que começou a fazer apresentações virais em festivais e em programas de rádio e televisão.

As composições de Doechii já viralizavam nas redes sociais desde 2020, com músicas como “What It Is” e "Yucky Blucky Fruitcake", mas as músicas não eram associadas com a imagem da artista. Foi somente após o espaço na mídia tradicional e o convite de Tyler que a rapper foi reconhecida.

Em fevereiro deste ano, Doechii se tornou a terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy ao sair vitoriosa na edição de 2025, novamente, seguindo a história de Cardi B.

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

A apresentação da artista norte-americana na premiação, ocorrida no dia 2 de fevereiro, também foi classificada pela Billboard, como a melhor da noite. A versatilidade, modernidade e o fato de ser uma mulher preta na indústria da música, aparecem tanto nas faixas de Doechii quanto nas roupas e shows, fixando essas características como um dos pontos principais da identidade da artista.

A rapper tem planos de lançar o próximo álbum ainda em 2025, e definiu os últimos meses como um "florescer de um trabalho longo", em declaração a jornalistas na saída do Grammy.

Conheça os prós e os contras, os maiores perrengues e as curiosidades de ser um correspondente internacional
por
Raphael Dafferner, Lucas Martins e Paulo Castro
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08/04/2021 - 12h

Para quem é ainda estudante de jornalismo ou não trabalha com a profissão, a vida de um comunicador parece perfeita. Quando se trata de exercê-la em outro país, enquanto conhece outros lugares e culturas, então, parece um sonho. Porém, na verdade, não é bem assim. Às vezes, é necessário que o jornalista faça plantões durante a madrugada, se coloque em situações de perigo e enfrente várias dificuldades da cultura e da língua, que muitas vezes são completamente diferentes.

Foto: Reprodução Twitter
Anita Efraim, repórter da Yahoo! no Chile (Foto: reprodução Twitter)

Esse choque cultural e essa convivência em ambientes com os quais os repórteres não conheciam, entretanto, trazem uma perspectiva diferente em comparação com a dos brasileiros. Foi o que ressaltou Anita Efraim, repórter do Yahoo! no Chile: “Acho que o mais legal de ser correspondente é você poder levar para o público no Brasil uma visão diferente sobre alguns temas”.

Anita contou ainda sobre a visibilidade que ganhou nesse período no Chile, em especial no caso do jogo entre Internacional e Universidad de Chile, no qual os torcedores chilenos, durante um protesto, atearam fogo no Estádio Nacional.

“Eu acabei conseguindo fazer entradas em vários canais televisivos. Depois do jogo também falei em rádios do Brasil e em programas de TV”, afirmou.

Foto: Reprodução Twitter
Tim Vickery, correspondente da BBC Sports na América do Sul (Foto: Reprodução Twitter)

A Agência Maurício Tragtenberg (AGEMT) conversou com mais alguns jornalistas que resolveram se aventurar em outro país: o também brasileiro Marcus Alves, que trabalha em Portugal por vários veículos de imprensa; e o inglês Tim Vickery, que está no Brasil desde 1994, sendo atualmente correspondente da BBC Sports na América Latina e comentarista do programa Redação SporTV.

Foto: Reprodução Twitter
Marcus Alves, jornalista brasileiro que trabalha em Portugal (Foto: Reprodução Twitter)

Se interessou pelo assunto e quer saber mais sobre? Escute o nosso podcast! Para ouvir o primeiro episódio de "Correspondentes Pelo Mundo" no Spotfy, clique aqui.

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Abrigo no interior de São Paulo vê abandonos crescerem e adoções diminuírem, gerando dificuldades de funcionamento
por
Beatriz Aguiar e Sara de Oliveira
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14/05/2021 - 12h

Por Sara de Oliveira e Beatriz Aguiar

 

Depois de um sábado gasto na tentativa de construir um gatil (espaço para gatos) sem muito sucesso para a gata que mora no canil ela não gostou Rita e Regina se preparam para a entrevista online. Com o celular na vertical, Rita segurava o aparelho e  o apontava para Regina. Iniciaram pedindo desculpas pelo atraso e por estarem descabeladas. No “corre” desde cedo, não tinham com o que se preocupar. “Nem almoçamos ainda. Só tomamos água e ‘tubaína'”; já se passavam das 17h do dia 27 de março. As protetoras de animais estão trabalhando como nunca na pandemia. Há uma alta nos abandonos e elas crêem que muitas famílias não queiram cuidar dos animais de parentes vitimados pela doença.

Rita de Cássia e Regina Cardoso são duas ativistas da causa animal. Ambas trabalham na área da saúde. Rita é professora de enfermagem na UNIFACAMP - Universidade Faculdade de Campo Limpo Paulista e enfermeira. Regina é técnica de enfermagem da Prefeitura. Ambas trabalham em Campo Limpo Paulista, a 62 km da capital. A cidade tem 85.541 habitantes espalhados nos mais de 80 quilômetros quadrados, segundo o IBGE 2020. Uma cidade relativamente pequena. Não tem grandes comércios, não tem shopping, não tem McDonalds, mas tem a Krupp, a metalurgia responsável por trazer um grande movimento econômico na cidade desde os anos 1960, quando se instalou na cidade.

Alaska
Conheça Alaska

 Rita e Regina estão resgatando animais há mais de vinte anos. São inúmeras histórias, em sua maioria tristes. O “Abrigo Amigo Fiel” (não se confunda: é o amarelo e marrom nas redes sociais) tem uma capacidade para 120 cães, mas, no momento, estão com 200. Elas fazem os resgates pelas ruas da cidade. Os animais são em sua maioria idosos e vira-latas. “Você deixa uma cachorra cega no meio da pista pra que? Outro dia eu parei meu carro no acostamento, liguei o pisca alerta, desci e resgatei a cachorra”, disse Regina totalmente indignada com a falta de amor do ser humano para com os animais.

Desde o começo da pandemia foram resgatados mais de quarenta cães, com uma média de dois a três por semana. Na maior parte dos casos, os cães chegam doentes e machucados por maus tratos. Durante a semana do dia 22 de março de 2021, foram resgatados cinco cachorros, um com priapismo, uma ereção persistente do pênis, frequentemente dolorosa que dura mais de quatro horas, na ausência de estímulo ou desejo sexual. É uma patologia pouco frequente em cães, segundo o artigo científico do Pubvet. Outro com tumor nas costas está internado. Além de mais três abandonados, todos machucados e desnutridos.

Em áudio, as protetoras contam as histórias de alguns animais que as marcaram, sejam pelos maus tratos que sofreram, sejam pela doçura para enfrentar seus obstáculos:

 

Segundo a Ampara Animal, uma associação de mulheres que ajuda abrigos e protetores independentes, aumentou em 70% o abandono de animais no Brasil durante a pandemia. Embora Rita e Regina não tenham dados específicos para comparar o número de cães acolhidos antes e depois da pandemia, seus relatos dão uma ideia. “Se nós pegarmos as ninhadas do ano passado [2020], eu posso te falar que resgatamos pelo menos uns 50, 60 cachorros e doamos uma média de 20 cães. O resto ficou”.

Para Júlia Fink, psicóloga clínica e professora de Psicologia da UNIP, houve um aumento da ansiedade relacionado às circunstâncias incontroláveis da pandemia. Esse aumento combinado à visão social de animais como objetos para o prazer humano, ao invés de seres vivos com sentimentos, pode estar culminando na expansão do abandono. “É uma experiência nova [a pandemia], é um estado de exceção. As pessoas estão num senso de urgência para tomar decisões que subtraiam de suas vidas tudo que possa estar gerando um peso. Seja um peso financeiro, emocional…”. Maus-tratos também podem estar relacionados ao aumento dos transtornos mentais durante o período. Algumas condições, como a depressão, podem levar a quadros limitantes, quando a pessoa não consegue cuidar de si nem dos outros, como animais domésticos. “Se a pessoa está num episódio desses de depressão, o ideal seria que houvesse uma rede de apoio que pudesse cuidar da pessoa e do animal (...) Agora, existem pessoas que sentem prazer em infligir dor a animais. Nesses casos, não sei se a pandemia faz tanta diferença”. 

Regina e Nescau
Regina e Nescau

Como o acolhimento dos cães é feito a partir do resgate nas ruas, Rita e Regina não sabem ao certo o histórico do animal. Porém, Rita acredita que esses animais estão sendo abandonados pelos parentes dos donos que faleceram por conta da COVID-19: “Eles têm hábitos domiciliares. Não são cachorros que foram criados na rua. A gente percebe que quando o animal é criado na rua ele tem um outro comportamento”. Cachorros criados em lares gostam de ficar perto das pessoas, obedecer, são aparentemente calmos e não têm medo de contato humano; ou, pelo contrário, estão completamente assustados com a situação. A maioria dos cães abandonados são vira latas ou das raças poodles, lhasas e chitsons. Cachorros de raça são abandonados com mais frequência quando envelhecem.

Rita com Nescau e Sherá
Rita, Nescau e Sherá

A dupla está junta há mais de 11 anos. Antes de se encontrarem, já trabalhavam no resgate de animais. Elas reuniram os cães resgatados de cada e montaram o “Abrigo Amigo Fiel”. A rotina é dura: Rita trabalha das 7h às 22h como professora e Regina das 7h às 16h na UBS. Os finais de semana são exclusivos para resolver questões do abrigo. 

A pandemia afetou muito também as adoções. Tiveram um começo promissor, com muitas pessoas adotando por se sentirem sozinhas em suas casas nos primeiros meses da pandemia. Cachorros idosos, que não costumam ser a preferência, estavam sendo selecionados. Uma pesquisa de julho de 2020 da ONG União Internacional Protetora dos Animais corrobora sua fala: a procura por cães e gatos cresceu 400% durante a quarentena em São Paulo. 

Houve um estímulo da mídia para a adoção de animais durante esse último ano, através de matérias que mostravam os efeitos positivos na saúde mental. Fink concorda que a adoção pode ser boa, desde que seja feita de forma responsável. “A interação com animais pode ser positiva [para a saúde mental], mas ela tenderá a ser positiva quanto mais responsável ela for. Adotar um animal é maravilhoso, adotar um animal de forma irresponsável é complicado. Ele é um ser vivo e merece carinho e condições dignas de existência”. A adoção, como ela mesmo frisa, é uma escolha de médio a longo prazo, uma vez que animais domésticos vivem anos, até mais de uma década. Não pode ser pautada por um desejo imediato produzido durante esse período de confinamento. A imprudência de quem adota, aliada a alguns processos de adoção igualmente descuidados, pode estar levando a um fenômeno observado no Abrigo Amigo Fiel: a devolução de cães por adotantes.

"Ninguém nos procura mais e quem procura devolve”, lamenta Rita. “Devolve porque faz xixi, devolve porque faz cocô; ainda bem né”, ironiza Regina. “Se não tem vaga no coração [para o cachorro], não aguenta mesmo e devolve”.

Zeus
Zeus, Pitbull

As duas protetoras de animais são cuidadosas na adoção. É feita uma entrevista com o interessado, que, caso aprovado diante dos requisitos estipulados, pode adotar. Alguns dos requisitos são: a casa ser fechada ou murada; o cão possuir um espaço próprio, seja dentro ou fora de casa; os interessados possuírem condições materiais de manterem o cachorro. Ambas ainda se interessam pela profissão dos requerentes e por animais de estimação que tenham ou tiveram. Afirmam que se o interessado deseja o cão para presente, rejeitam. Os aprovados são acompanhados semanalmente durante o primeiro mês; na primeira semana o contato é diário. Quando ambas sentem que o animal está seguro em seu novo lar, as visitas são espaçadas. 

Por conta da superlotação, as amigas pedem ajuda. O abrigo funciona a partir de doações. Felizmente, possuem amigos que ajudam fielmente o projeto, mas na atual situação, não está sendo o suficiente. Além disso, como os animais chegam doentes, alguns com câncer, machucados, desnutridos, cada um tem uma demanda diferente. Como não são veterinárias, precisam pagar pelo serviço. Já chegaram a gastar R$31.000 reais, fora a medicação, num único ano. Se tudo está bem, elas gastam em média R$8.900 por mês, já contando com as doações. 

 

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Quem quiser ajudar o abrigo pode entrar em contato: 

Facebook: Abrigo Amigo Fiel

Instagram: @AbrigoAmigoFiel

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"Esses modelos são muito radicais, não acredito que seja necessário" diz professora e jornalista Marlivan de Alencar
por
Anna da Matta, Beatriz Loss, Vanessa Orcioli
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06/04/2021 - 12h

 

 

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Paywall: modelo de cobrança de assinaturas por conteúdo. (Foto: Reprodução/Dooder do Freepik)

 

“Exclusivo para assinantes” ou “Você já ultrapassou o limite de notícias gratuitas do nosso jornal” são expressões cada vez mais comuns quando se clica em um link de sites noticiosos. O paywall, traduzido do inglês, muro de pagamento, surgiu com o intuito de auxiliar os veículos de comunicação a monetizar suas atividades na internet devido ao declínio de leitores - e consequentemente, de renda - que houve nos últimos anos com o crescimento da web. Esse sistema de cobrança de assinatura por conteúdos digitais foi implementado de forma lenta, mas nos dias atuais, domina uma boa parcela da imprensa - tanto das grandes mídias, como das pequenas.

 

Durante muito tempo, o jornal impresso fazia parte da vida cotidiana dos brasileiros, mas com a chegada da internet, a maneira com que as pessoas se informam foi se modificando. Para acompanhar as mudanças constantes que acontecem no jornalismo, e para resgatar esse serviço financeiramente, os veículos de comunicação foram se adaptando e implementando o sistema do paywall. “Acredito que [o paywall] seja um método de salvar o jornalismo de uma decadência financeira, mas não concordo que seja o único” relata a estudante de jornalismo, Julia Rugai. Assinante de alguns jornais, ela declara que a crise pela qual o jornalismo está passando vai muito além da financeira, mas crê que esse sistema de assinaturas de cobrança possa aproximar o leitor das matérias que mais lhe interessam, e consequentemente dos jornais. 

A professora e jornalista, Marlivan de Alencar, também relata que o paywall é uma maneira de manter o jornalismo, mas discorda da privatização total de alguns paywalls de jornais: "Esses modelos são muito radicais, não acredito que seja necessário”. Por outro lado, ela elogia os modelos híbridos desse sistema, e dá o exemplo do jornal El País. O modelo se caracteriza pelo nome de freemium, metade pago e metade grátis. Isso permite com que o público possa ler e checar se gosta das informações que estão atrás do muro, para assim, poderem assinar. 

Interface gráfica do usuário, Aplicativo

Descrição gerada automaticamente

Print do paywall barrando uma matéria no site do jornal Estadão. (Foto: Reprodução/ Internet)

 

            A busca pela notícia verdadeira tem sido cada vez mais urgente e necessária nessa nova era da desinformação. Segundo a pesquisa feita pela Câmara dos Deputados, no final de 2020 revelou que 79% dos brasileiros se informam principalmente pelo WhatsApp,  já através  do  Youtube e Facebook aparecem com 49% e 44% respectivamente, deixando os sites oficiais de notícias com apenas 38% de buscas.   

Queda durante a pandemia 

No ano de 2018, ocorriam as eleições presidenciais e as disseminações de notícias falsas aumentavam regularmente através de correntes, post e tweets. A queda do paywall se deu durante a pandemia, uma decisão necessária e  adepta por diversos veículos, com o intuito de que as notícias sobre a Covid-19 apuradas e embasadas proliferam mais que mentiras e boatos. A necessidade de  informações verídicas sobre o assunto, incluindo os sintomas e as formas de prevenção, passaram a ser urgentes devido ao crescimento das  fake news sobre o vírus,  para assim ser possível combater injúrias sobre a doença ainda pouco conhecida .

Apesar de o jornalismo online ter se transformado em um grande negócio, ainda é possível se informar de graça. “Embora o paywall tenha problemas, eu realmente acredito que é possível estar bem-informado com informações gratuitas, porque hoje, nós temos uma quantidade maior de informações disponíveis que antes, que não estavam disponíveis para o grande público”, afirma Tai Nalon, cofundadora e diretora executiva do Aos Fatos, para o podcast Braincast.

Hoje em dia, com um celular na mão é possível acessar muitas plataformas online e se informar através delas. No ano passado, devido ao aumento de desinformação sobre a pandemia do Covid-19, o Twitter verificou a conta de muitos jornalistas, mostrando que os conteúdos compartilhados por essas pessoas são confiáveis, além disso colocou avisos embaixo de posts que poderiam conter informações falsas, com um redirecionamento para notícias verdadeiras.

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Alunos respondem aos atos de interferência na Universidade Federal de Pelotas
por
Julia Roperto
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06/04/2021 - 12h

Localizado no estado do Rio Grande do Sul, o campus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) soma-se aos alvos de interferências do governo Bolsonaro. Ao final do mês de fevereiro, Pedro Hallal - até então, reitor da UFPel -  foi notificado através da Controladoria Geral da União, que estaria sofrendo um processo movido pelo órgão em razão de uma denúncia feita por um deputado bolsonarista. Tal investigação, aberta contra Hallal e o professor Eraldo dos Santos Pinheiro, nasceu a partir de críticas ao governo proferidas em uma transmissão ao vivo feita para os alunos no dia 7 de fevereiro. 

          Ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas e epidemiologista, Pedro Hall.  (Foto: Charles Guerra/Divulgação)


 

Reitor da Universidade Federal de Pelotas até o ano de 2020, Pedro Hallal tornou-se referência no mapeamento do avanço da pandemia no território brasileiro, coordenando a pesquisa Epicovid. Agora, atuando como colunista na Folha de S. Paulo abordando ciência e saúde pública, Hallal não é visto com bons olhos por apoiadores do governo atual devido a sua postura ativa de críticas à conduta de enfrentamento da covid-19, adotada pela presidência do país. 

 

A denúncia feita em decorrência de um posicionamento oposto ao governo em uma live para estudantes da universidade, foi mais um dos atos de perseguição contra o epidemiologista. Acusado por “manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionado ao presidente da República”, o professor enxergou como desfecho para o caso, assinar um termo de ajustamento de conduta que o proíbe de fazer qualquer tipo de manifestação política dentro de ambientes universitários além de ter que atender a um curso de ética no serviço público. 

 

Como defesa aos ataques dirigidos à universidade e aos professores mencionados, cientistas e acadêmicos, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), mobilizaram-se através de manifestos.

 

“Acho que foi um choque pra todo mundo ver dois professores da UFPel tendo que assinar um termo de ajustamento de conduta” diz Fabiana Cândido, estudante de direito da universidade. Fabiana complementa que, o caso demonstra como o governo segue à espreita, observando os movimentos dos docentes e discentes, pronto para intervir da forma que preferir. “Sinto, especialmente por parte dos docentes da universidade, que há no momento um clima de "medo", um receio de conseguir de fato exprimir suas opiniões.”comenta a estudante. 

 

Fabiana aponta que desde 2019, a UFPel sofre por consequências do governo Bolsonaro. Segundo a mesma, quando houveram cortes nos repasses financeiros, os alunos, por vezes, tiveram que ter aulas no escuro como forma de economia além de terem ocorrido turbulências no momento em que o projeto Future-se - desenvolvido pelo MEC - esteve em discussão.

 

Um pouco antes do processo contra os docentes acontecer, a universidade preparava-se para a recepção de uma nova reitoria, escolhida através de uma eleição democrática. Em meados de novembro de 2020, todos já tinham conhecimento da chapa vencedora. No entanto, em janeiro deste ano, o corpo estudantil foi surpreendido com a notícia de que o reitor eleito através dos alunos, Paulo Ferreira Júnior, não seria acatado pelo governo. 

 

Ao invés do primeiro nome colocado na lista tríplice, o presidente escolheu para se encarregar da reitoria, a professora Isabela Fernandes Andrade. 

 

Universidade Federal de Pelotas, Imagem: UFPel Portal.

 

“Como estudante da UFPel, fiquei muito desconfortável com essa notícia, porque acredito que todas as universidades devem ter sua autonomia, principalmente as federais.” diz Regina Vieira, estudante de direito da universidade.  “Se um governo está interferindo na democracia de uma universidade, até que ponto ele poderá interferir na democracia do país? São pequenos atos que nos levam a temer outras coisas” complementa. 

 

Patrocinadas pelo presidente, duas medidas provisórias foram criadas para tentar modificar o formato de escolha dos reitores em uma tentativa de reduzir a autonomia das instituições. A primeira, em 2019, não agradou parlamentares e a segunda, em 2020, procurava autorizar nomeações sem a realização de consulta à comunidade. Ambas propostas não tramitaram. 

 

Diante das tentativas de intimidação contra professores e reitores federais, há de se observar o reflexo desses atos nos alunos. “Não temos como estabelecer um termômetro para todos os estudantes, mas acho que quanto mais informado e engajado ao movimento estudantil, aos professores e a universidade em si, mais preocupadas essas pessoas estão.” avalia Fabiana Cândido. A estudante comenta que, assim como outros colegas, segue preocupada. “Não tanto com a troca da reitoria” pois, segundo ela, a universidade apresentou uma boa desenvoltura ao lidar com o caso, “mas com a incerteza política que nosso país está vivendo e como o governo Bolsonaro pode continuar afetando o funcionamento das universidades públicas federais.”




 

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Anonimato da internet; senso de justiça; busca por superioridade e efeito manada são alguns dos motivos que encorajam o linchamento virtual
por
Giovana Yamaki e Fernanda Fernandes
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06/04/2021 - 12h

       

A propagação da cultura do cancelamento
A propagação da cultura do cancelamento. - Reprodução Pinterest

       

        Cancelamento: o termo eleito, em 2019, pelo dicionário Macquarie, continua sendo pauta ainda nos dias de hoje, principalmente agora com a 21ª edição de Big Brother Brasil no ar. Essa cultura que vem crescendo nas redes sociais, sempre esteve presente na sociedade e gera diversos impactos psicológicos e grandes consequências aos afetados. 

       Apesar desse problema já estar escancarado, a hipocrisia das pessoas faz o cancelamento se intensificar e nos leva a cada vez mais longe de uma solução. Mas afinal, quem é o cancelador e o que o influencia a cometer atitudes extremamente agressivas? 

       Pensando em entender mais sobre essa figura e os impactos causados pelo cancelamento virtual, foi feita uma entrevista com a psicóloga Beatriz Pinto Bandeira Campos e uma pesquisa no Instagram.

       Além disso, foram listados alguns tópicos que influenciam no cancelamento e encorajam o cancelador. Entre eles estão: o anonimato da internet; o senso de justiça; a busca por superioridade e o efeito manada.

Confira o vídeo aqui

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