Artista também é terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy
por
Beatriz Alencar
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14/03/2025 - 12h

A cantora Doechii foi nomeada a Mulher do Ano de 2025 pela Billboard, com o anúncio feito nesta segunda-feira (10). Com o título, a artista norte-americana tornou-se a segunda rapper a ganhar a honraria no mundo da música, a primeira foi a Cardi B, premiada em 2020.

A revista da Billboard descreveu Doechii como uma das principais artistas da atualidade a “redefinir o que é ser uma precursora na indústria musical”. Ela será homenageada em um evento da Billboard no final deste mês.

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

A rapper, de apenas 26 anos, fortaleceu mais a carreira musical em 2024, com o lançamento do álbum “Alligator Bites Never Heal”, uma aposta de mistura entre os gêneros R & B e hip-hop. O mixtape foi indicado para três categorias do Grammy, entre eles o Melhor Álbum de Rap, marcando a primeira vez desse estilo de faixa feito por uma mulher a alcançar essa indicação.

Apesar disso, após a indicação de Melhor Álbum de Rap, Doechii foi convidada para fazer parte da faixa “Baloon” do álbum “Chromakopia”, do rapper Tyler, The Creator. A participação aumentou a visibilidade da artista que começou a fazer apresentações virais em festivais e em programas de rádio e televisão.

As composições de Doechii já viralizavam nas redes sociais desde 2020, com músicas como “What It Is” e "Yucky Blucky Fruitcake", mas as músicas não eram associadas com a imagem da artista. Foi somente após o espaço na mídia tradicional e o convite de Tyler que a rapper foi reconhecida.

Em fevereiro deste ano, Doechii se tornou a terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy ao sair vitoriosa na edição de 2025, novamente, seguindo a história de Cardi B.

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

A apresentação da artista norte-americana na premiação, ocorrida no dia 2 de fevereiro, também foi classificada pela Billboard, como a melhor da noite. A versatilidade, modernidade e o fato de ser uma mulher preta na indústria da música, aparecem tanto nas faixas de Doechii quanto nas roupas e shows, fixando essas características como um dos pontos principais da identidade da artista.

A rapper tem planos de lançar o próximo álbum ainda em 2025, e definiu os últimos meses como um "florescer de um trabalho longo", em declaração a jornalistas na saída do Grammy.

"Meu filho se sentia bem justamente por não ser mais uma clínica ou terapia, e sim, um estúdio onde faria música", diz mãe de ex-aluno do Alma de Batera
por
Vitória Nunes de Jesus
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22/11/2024 - 12h

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), 1 em cada 700 pessoas no Brasil nascem com Síndrome de Down. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 2 milhões de brasileiros tenham autismo, o que equivale a 1% da população brasileira. No Brasil, estima-se que surjam pelo menos 30 mil novos casos de paralisia cerebral por ano. 

Para ajudar no processo de inclusão dessas pessoas, Paul Lafontaine criou o Instituto Alma de Batera em 2008, com o propósito de ensinar bateria para pessoas com deficiência. Os alunos acolhidos vão desde crianças até adultos.

Segundo Paul, a ideia de formar o Alma de Batera surgiu após trabalhos voluntários. “Depois de alguns trabalhos voluntários em instituições para pessoas com deficiência, eu fiquei com vontade de trabalhar na área. Decidi fazer faculdade de pedagogia e imaginava que fosse trabalhar em algum setor de alguma instituição para esse público. Mas nenhuma instituição me respondia aos e-mails que enviava para ser estagiário, e então, meu professor me ligou e me indicou para dar aulas de bateria para quatro alunos, todos eles com alguma deficiência. Foi aí que surgiu a ideia de montar minha própria instituição”.

“Escolas de música especificamente para esse público, eu não conheço e nunca soube algo voltado só para PCDs”, diz o fundador do Instituto, mesmo com tantas pessoas que podem desfrutar de projetos como este.

Raquel Chicarelli, mãe do Gian, 13, que tem paralisia cerebral, ex-aluno do Instituto, conta um pouco da experiência que tiveram no Alma de Batera. “Gian gostou muito, aprendeu a segurar a baqueta e assim a melhora na motricidade, sempre quis ir às aulas, mas por conta da rotina de terapias ficava cansado”.

Paul diz que se sente realizado em seu trabalho. “Sensação de dever cumprido. Independentemente se os alunos têm alguma deficiência ou não, para um professor é ótimo saber e ver que o trabalho feito gera um impacto positivo na vida de cada um deles”.

Imagem: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

A mãe do Gian diz que o Instituto é um lugar que seu filho gostava e é o espaço ideal para PCDs aprenderem bateria. “Se sentia bem justamente por não ser mais uma clínica ou terapia e sim, um estúdio onde faria música com um instrumento possível para ele e sempre recebidos com carinho e alegria. Com certeza deve ser ampliado para se multiplicar pelo país”.

Paul conta as dificuldades enfrentadas na sua profissão, mas que não anulam as alegrias. “No processo de aprendizagem, a conexão entre o professor e o aluno é a parte mais difícil e primordial para trazer algum resultado prático. Sem criar conexão, não gera empatia entre ambas as partes, e assim, o conteúdo se torna irrelevante”.

Raquel conta as principais dificuldades que seu filho Gian tem para aprender e diz que a bateria é algo divertido para ele. “Gian por conta da paralisia cerebral tem muita dificuldade em manter a atenção e isso faz qualquer aprendizado ficar mais difícil, não só a bateria, mas por ser instrumento e ele gostar, tornou-se algo prazeroso para ele”.

“Todos os alunos, de alguma forma, nos mostram algum retorno positivo, seja na felicidade de querer tocar, ou na melhoria na hora da execução do instrumento, que traz uma satisfação enorme e um sentimento de pertencimento”, diz o fundador do Instituto sobre a alegria de observar a devolutiva dos alunos.

Raquel conta um pouco sobre seu filho e sua rotina. Fala sobre a falta de inclusão e diz que o convívio com as pessoas o ajuda. “Gian nasceu prematuro, teve muitas intercorrências que causaram a paralisia cerebral, afetando o cognitivo, fala e mobilidade. Cada dia é um ganho, a evolução vem dos esforços contínuos nas terapias, estimular sempre na escola, convívio com a sociedade que melhorou, mas ainda falta mais inclusão, acessibilidade.
E, persistir a evoluir nesses campos, manter os desafios diários para que ele seja o mais independente possível, proporcionando tudo que estiver ao nosso alcance”.

Imagem: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Por fim, Paul conta uma situação, no início do projeto, que o marcou. “Bem no começo, quando ainda nem tínhamos um espaço próprio, eu alugava um estúdio e estava atendendo apenas 1 aluno na época. Era um aluno com Síndrome de Down. E eu, pensativo antes da aula começar, com a cabeça longe e acreditando que esse trabalho não iria para frente, bem desanimado, recebi esse único aluno. Não sei se ele percebeu que eu estava meio triste e desanimado, mas ele veio, me deu um abraço e me disse uma frase que nunca esqueci: “Paul, você é o melhor professor do mundo!”. Aquela frase dele me fez continuar e acreditar que, enquanto eu estiver fazendo a diferença na vida de um aluno, eu iria continuar com as aulas. Hoje temos cerca de 40 alunos, todos com alguma deficiência”.

Diante desses apontamentos, é possível concluir o quão bem faz o trabalho do Instituto Alma de Batera, e não só para os alunos, mas também para os envolvidos no projeto, pais e professores. Deveriam existir mais institutos como este, pensados em PCDs e na inclusão.

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Produzir orgânicos é um desafio que envolve altos custos, manejo artesanal e um compromisso com a sustentabilidade.
por
NINA JANUZZI DA GLORIA
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12/11/2024 - 12h

Por Nina J. da Glória

 

No coração de uma pequena fazenda nos arredores de São Paulo, a paisagem exibe fileiras simétricas de verduras, um campo verde que mais parece um quadro pintado com paciência e precisão. Cada folha simboliza uma promessa livre de químicos, cultivada à mão, mas também testemunha de um trabalho árduo, invisível ao consumidor final. Esse é o cotidiano de Mariana Silva, uma agricultora que decidiu, há quase uma década, abandonar a produção convencional para dedicar-se ao orgânico. No início, acreditava que seria um retorno ao básico, uma reconexão com a natureza. Mas a realidade mostrou-se mais densa e complexa do que o imaginado. O solo, como um organismo vivo, exigia constantes cuidados e uma compreensão que ia além dos métodos tradicionais. Cada semente carregava uma incerteza, e cada colheita trazia consigo os riscos de uma produtividade menor, vulnerável a pragas e intempéries. "O solo não aceita pressa", sua frase parece pairar na atmosfera ao redor das hortas, impregnada de paciência e resignação.

Nas redondezas, em outra propriedade de São Roque, Paulo Mendes compartilha a mesma visão, mas com uma trajetória que o levou ao orgânico por caminhos distintos. Ao contrário de Mariana, ele vem de uma família que cultivava com agroquímicos, mas sempre sentiu a necessidade de transformar as práticas de cultivo. Para ele, o orgânico é como um resgate da essência da terra, uma escolha que exige mais do que habilidades tradicionais. É um compromisso com o solo, com o ciclo de nutrientes e com o futuro. Paulo vê o campo como um delicado organismo, onde a compostagem e a rotação de culturas são essenciais, mas também um desafio financeiro. Cada safra se transforma em uma experiência quase artesanal, onde a eficácia do manejo natural precisa competir com a tentação das facilidades químicas. Esse processo, para ele, é como uma dança cuidadosa com a natureza, em que observar e respeitar o ritmo das estações torna-se tão vital quanto qualquer técnica de plantio.

                                                            Comunidade de pessoas que trabalham juntas na agricultura para cultivar alimentos

Para Mariana e Paulo, a colheita orgânica traz consigo um custo invisível ao olhar do consumidor. A vulnerabilidade às pragas, por exemplo, é uma preocupação constante. Sem pesticidas convencionais cada infestação é uma batalha natural que, muitas vezes, se perde. A introdução de insetos benéficos para conter pragas ou o uso de biofertilizantes representa um custo adicional, tornando a logística do manejo um quebra-cabeça financeiro. Além disso, há as certificações rigorosas exigidas para que o produto receba o selo de orgânico, que Mariana descreve como "um segundo trabalho", com visitas e inspeções que, embora necessárias, absorvem ainda mais recursos.

No centro dessa cadeia está Cláudia Ramos, proprietária de uma loja de produtos orgânicos em São Paulo. De seu ponto de vista privilegiado, ela percebe o esforço e as dificuldades de seus fornecedores, mas também o descompasso entre o preço desses produtos e a percepção dos consumidores. Em cada item das prateleiras, Cláudia vê um microcosmo de esforço e idealismo, mas, ao explicar as diferenças entre orgânico e convencional, enfrenta um público que ainda considera o orgânico um luxo. Ela afirma que cada produto é uma história de sacrifício, e explica que o custo mais alto representa a vulnerabilidade da produção orgânica, que exige cuidados permanentes e colheitas menos previsíveis.

                                                                                           Close-up de plantas verdes na estufa

A produção orgânica, então, emerge como uma complexa equação de valores, sacrifícios e riscos. Cada um dos envolvidos—do campo à prateleira—carrega uma parte dessa carga, como se fosse um ciclo contínuo de compromissos, onde o ideal e o real se encontram e se confrontam. A busca pela pureza e pelo cuidado no cultivo se mescla a um cotidiano cheio de dificuldades, e o produto final se transforma numa espécie de narrativa silenciosa sobre perseverança e dedicação ao que se acredita ser o melhor para o futuro do planeta e do ser humano.

Os impactos das mudanças no dia-a-dia dos pacientes e profissionais de saúde
por
Bianca Novais
Maria Eduarda Camargo
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20/11/2023 - 12h

Por Bianca Novais (texto) e Maria Eduarda Camargo (audiovisual)

 

Em um mundo pós-pandemia de Covid-19, os cuidados com a saúde deixaram de fazer parte de uma seção especial dos jornais e passaram a figurar entre os assuntos principais do cotidiano. Com a popularização dos nomes e marcas das indústrias farmacêuticas que desenvolveram e comercializam vacinas contra o coronavírus, a população passou a ficar mais atenta a outras informações sobre os produtos de saúde que consomem, em especial, medicamentos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou em 12 de dezembro de 2022 a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 768, que estabelece novas regras para rotulagem de remédios. Kim Gonçalves, coordenador de Assuntos Regulatório de uma multinacional farmacêutica, nos conta como tem sido o processo de atualização.

 

 

Apesar da Covid-19 ter trazido mais foco para a indústria da saúde e sua regulamentação, a atualização da rotulagem era uma pauta da ANVISA há muitos anos e foi justamente a pandemia que atrasou esse processo.

 

 

 

Uma das novidades que pode ser mais perceptível ao consumidor é a "substituição" da bula de papel pelo código bidimensional: um tipo de código de barras que possui capacidade melhor de armazenar dados, inclusive dados maiores, do que códigos lineares - algo como o CPF de cada unidade do medicamento, um número de identificação próprio -, que poderá ser acessado pelo paciente através da internet.

Este é um ponto de atenção para Kim, uma vez que o acesso às tecnologias digitais no Brasil está longe do ideal. Apesar disso, a substituição é viável para a estrutura informacional que temos no país hoje:

 

 

Outro legado da pandemia, infelizmente, é o uso incorreto de medicamentos e a automedicação. Para além dos conflitos políticos e ideológicos travados durante o período da doença, que vitimou mais de 700 mil brasileiros até a redação desta reportagem, segundo o DataSUS, o perigo do mal uso de remédios não se limita ao indivíduo, mas a toda sua comunidade. A atualização das rotulagens de medicamentos também ajuda pacientes e profissionais da saúde - médicos, farmacêuticos, enfermeiros, cuidadores, psicólogos e muitos outros - a combaterem os efeitos desta outra pandemia - a de desinformação.

 

 

 

 

Na rotina do Instituto para Cegos cada som, toque e aroma ganham vida como conexões sensoriais
por
Sophia Dolores
Mariana Melo Castilho
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20/11/2023 - 12h

Ser capaz de reconhecer o som de cada carro estacionando e já esperar a visita no portão de braços abertos. O Seu Chizu e o Zé Carlos fazem isso diariamente. O Tunico e o Mathias sabem qual é, exatamente, sem errar nenhum ingrediente, o almoço que será servido no dia, antes mesmo de ser servido. A Ana e o Olavo acertam o nome da pessoa para quem dá a mão sem antes vê-la. Esses são os seis moradores do Instituto para Cegos Santa Luzia.

Instituto
Seu Zé Carlos (Foto: Mariana Melo Castilho)

Eles acordam entre 6h30min e 7h00min da manhã, tomam um café coado com bolinho de fubá, e partem para ginástica, localizada no pátio central, que fica entre a “casa dos quartos” e a “casa geral". Durante a prática da atividade física, cada um obedece seu próprio ritmo, com uma música de fundo e muita animação, a professora Dayane, fala o nome de cada exercício e descreve como executar, apesar de todos já conhecerem de cabo a rabo a sequência passada todas as segundas, quartas e sextas.

Após a prática dentro dos muros, chega a hora de caminhar pelas ruas da cidade de Araçatuba. Tonico diz que não vai sair "nesse sol". Ele afirma que está cego mas não está doido. O restante segue rumo à Avenida Pompeu de Toledo. Ao longo do trajeto, as mãos esquerdas vão apoiadas na parede, guiados pela voz da instrutora e por seus conhecimentos da área, prestam atenção a cada som, e percebendo cada desnível da calçada, o silêncio só é interrompido pela falação eterna do Zé Carlos, sempre com alguma piada pronta ou comentário pensado.

Voltando para a habitação é chegado o momento do almoço. A essa hora, todos já conseguiram sentir o cheiro do que foi preparado e sabem o menu, cada um pega seu prato de plástico para serem servidos pela Patrícia, cozinheira do Instituto. As mesas de madeira são compridas com espaço para todos sentarem juntos.

Instituto
Seu Chizu (Foto: Mariana Melo Castilho)

Um por um eles se levam e seguem para o quarto, saindo da “casa geral”, a qual abriga a cozinha, o refeitório, a sala de visitas e uma segunda sala para a parte administrativa, com computador e telefone, passam pelo pátio e vão a caminho da “casa dos quartos”, com oito quartos individuais. Para a organização do tráfego, a direita é ida e a esquerda é a volta, assim evitam acidentes de colisão na via de duas mão que é o longo e largo corredor no centro da morada.

            O descanso sagrado tem fim quando a professora de braille aparece para a aula. Como rotina, todas as terça e quintas-feiras, acontecem as classes pela parte da tarde, algumas vezes, outros deficientes visuais vão ao a entidade aprender também. Os que fazem as leituras com maestria utilizam o tempo para ajudar os outros e conhecer novos livros e histórias.

Terminando a lição, depois de um dia todo juntos, Seu Chizu conta do seu tempo como ajudante de seus pais na feira, como ia para chacará ajudar seu pai a colher o que seria vendido no dia seguinte e como não teve a escolaridade completa por não terem a assistência de que ele precisava quando criança, hoje em dia sua irmã insiste para o levar para morarem juntos em outra cidade, “com tudo do bom e do melhor” mas ele nega por já ter uma casa com tudo que precisa.

Zé Carlos relata seu acidente de moto que aconteceu depois de um dia de trabalho no escritório de contabilidade, e fala das várias cirurgias falhas para tentar recuperar sua visão, com 26 anos, preferiu ir viver no Instituto de Cegos, longe de sua família, para ter uma vida ajustada a suas necessidades “sem atrapalhar ninguém" . Seu Olavo ensina que a diabetes é uma das causas para a cegueira, e sobre como isso é comum, Ana, sua esposa, também passou pela mesma situação e hoje tem lar na fundação.

Instituto
Instituto para Cegos Santa Luzia (Foto: Mariana Melo Castilho)

Nesse momento o lanche da tarde fica pronto e eles vão comer, provavelmente depois da comida tem mais tempo livre até o jantar e antes das 19h00min estão deitados para dormir e assim, no dia seguinte, a rotina continua como na semana anterior, e a próxima será como esta, e assim, passei quase um dia todo observando com os olhos e sendo observada pela voz, pelo toque, pela força das passas, me encantei pela calma da vida levada com tempo para estar presente e, pela primeira vez, passei horas sem escutar nenhuma reclamação, tirando a parte do sol, estava muito quente mesmo.

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Resumo Especial sobre sobre combate à desinformação, Ministro Alexandre de Moraes nega pedido da campanha de Bolsonaro sobre inserções em rádios e papa Francisco pede que o povo brasileiro se livre do ódio, intolerância e violência
por
Letícia Coimbra
Luan Leão
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27/10/2022 - 12h

Quarta-feira, 26 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Resumo Especial Eleições: combate a fake news;

  • Moraes nega pedido da campanha de Bolsonaro sobre inserções em rádios;

  • Papa Francisco diz que pede à Nossa Senhora que livre o povo brasileiro “do ódio, da intolerância e da violência”.

 

Neste mês o Resumo AGEMT completou 1 ano no ar, sempre com muita informação, análise e os fatos importantes do Brasil e do mundo para você. Em comemoração ao nosso primeiro ano, estreamos hoje uma série de entrevistas para pensar o futuro do Brasil ao final da nona eleição para a presidência depois da redemocratização.

Para falar sobre os desafios no combate a fake news, convidamos Vilson Junior Santi, professor da Universidade Federal de Roraima, formado em ciência da comunicação.

 

Quais serão os desafios do próximo presidente no combate a fake news ?

Os desafios do próximo presidente em relação ao fenômeno da fake news devem passar necessariamente por uma palavra-chave que se chama “regulamentação”. Não há mais condições de sobrevivermos nesse ecossistema de mídia e comunicação contaminado do jeito que está e de uma forma  tão abrangente, tão contundente, por desinformação e fake news. (…) O desafio de qualquer um dos pretendentes ao próximo mandato enquanto presidente passa pela regulamentação do setor, pela regulamentação da circulação de informações, principalmente nas plataformas digitais de mídia digital que é praticamente inexistente ainda no contexto brasileiro

 

Como o senhor avalia a atuação das notícias falsas nesta eleição ? 

Nós temos percebido ao longo dos últimos tempos que a disseminação, a produção e disseminação intencional de notícias falsas, de desinformação. Tem sido parte constitutiva das estratégias eleitorais de algumas plataformas, de alguns partidos políticos e de alguns políticos. Essa é uma escolha consciente, feita por esses dirigentes, por esses representantes. Se optou já - isso não é um fenômeno novo - de incorporar a produção e disseminação de desinformação como parte da estratégia eleitoral. Nessas eleições no Brasil, de novo a gente vê se repetir essa estratégia, principalmente por uma das candidaturas: a do atual presidente, que a todo custo tenta se manter no mandato que foi construído a partir da mentira.

(...) A gente não pode negar que, inclusive nesse pleito, as notícias falsas têm produzido um efeito colateral e ajudado as pessoas a decidir o seu voto. Quando a gente decide qualquer coisa da nossa vida baseada em pressupostos mentirosos e equivocados, a gente corre um risco muito grande de fazer bobagem. 

(...) É óbvio que das candidaturas que estamos no segundo turno, existe uma mais próxima, intrinsecamente ligada a essa estratégia de produção, de falsos fatos  e de falsas narrativas e outra um pouco menos, talvez, mas também não inocente.

 

De que forma os jornalistas e a sociedade como um todo podem colaborar para uma diminuição desse tipo de conteúdo ? 

Eu tenho ponderado nos últimos tempos que não adianta ao jornalismo, e consequentemente a sociedade, se preocupar apenas em combater a desinformação, em checar a informação falsa.  (...)  Dá muito trabalho  e custa muito caro fazer checagem de informação e fazer combate à desinformação depois que a informação falsa está circulando. Então  a nossa estratégia e a convocação que eu faço para os jornalistas, para os cursos de jornalismo, para os profissionais da informação e para a sociedade, é a gente qualificar o processo primário de produção da informação jornalística. 

(...) Essa estratégia implica então na gente não tratar a doença - desinformação e fake news são a doença - e sim atuar na prevenção, ou seja, trabalhar na saúde do sistema ou para a saúde do sistema.  (...) A estratégia de ficar focado apenas no combate daquilo que já foi feito é uma estratégia falha, custosa e que não tem produzido um resultado tão transformador quanto a gente gostaria.

 

Carlos Moura/SCO/STF
Carlos Moura/SCO/STF

Sem base documental crível

Na noite desta quarta-feira (26), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, negou o pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para investigar relatos de irregularidades em inserções eleitorais por emissoras de rádios.

Segundo o magistrado, os dados apresentados pela campanha são inconsistentes e, na mesma decisão, afirma que ela esteja cometendo possível “crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito”, acionando assim o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para apurar. Além disso, enviou o caso para o Supremo Tribunal Federal, para compor investigação sobre atuação de uma milícia digital que fere a democracia.

Na segunda-feira (24), a campanha do presidente havia alegado que algumas inserções de sua propaganda haviam deixado de serem exibidas nas rádios. Em seguida, pediu investigação e que, para equivaler, propagandas do adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não fossem exibidas.

"Não restam dúvidas de que os autores -- que deveriam ter realizado sua atribuição de fiscalizar as inserções de rádio e televisão de sua campanha -- apontaram uma suposta fraude eleitoral às vésperas do segundo turno do pleito sem base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova", escreveu Moraes.

 

Livres do ódio, intolerância e violência

Nesta quarta-feira (26), durante a tradicional audiência geral que acontece na Praça São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco mencionou o Brasil e afirmou que pede à Nossa Senhora Aparecida que cuide e proteja o povo brasileiro, o livrando “do ódio, da intolerância e da violência”.

“Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência”, afirmou Francisco.

Apesar de não ter falado diretamente das eleições brasileiras, a mensagem foi vista como uma referência à crescente violência neste período. No último dia 12, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram cenas de agressão a jornalistas e fiéis, interromperam missa com gritos de apoio ao presidente e vaiaram o arcebispo da diocese, Dom Orlando Brandes, quando este falou sobre a necessidade do Brasil combater a fome. No dia anterior a isso, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já havia divulgado uma nota criticando o que chamou de "intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno".

 

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Morre a jornalista Susana Naspolini; IPEC em SP mostra Haddad e Tarcísio tecnicamente empatados; Mendonça nega investigação de Bolsonaro por fala sobre meninas venezuelanas.
por
Letícia Coimbra
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26/10/2022 - 12h

Terça-feira, 25 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Morre a jornalista Susana Naspolini;

  • Ipec para governador em SP: Haddad e Tarcísio tecnicamente empatados;

  • Mendonça nega pedido de investigação de Bolsonaro por fala sobre meninas venezuelanas.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Jornalismo em luto

Morreu nesta terça-feira (25) a jornalista Susana Naspolini, da TV Globo, aos 49 anos, em São Paulo. Ela estava em tratamento contra o câncer, internada há mais de uma semana. A jornalista foi diagnosticada com um câncer em fase de metástase no osso da bacia. Desde 2001 havia tratado outros quatro tipos de câncer.

A informação do falecimento foi confirmada no seu perfil no Instagram pela sua filha, Julia Naspolini, de 16 anos. 

"Oi, amigos, Julia aqui. É com o coração doendo que venho contar pra vocês que a mamãe não está mais com a gente. Ela lutou muito, nossa guerreira! Agradeço muito pelas orações, muito mesmo, muito obrigada, mas infelizmente não deu", escreveu a jovem.


 

Renato Pizzutto/Band/Divulgação
Foto:Renato Pizzutto/Band/Divulgação

Empate técnico em São Paulo

Nesta terça-feira (25) foi divulgado o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo Ipec, no qual o professor Fernando Haddad (PT) oscilou para 43% das intenções de votos, oscilando dois pontos para cima. Já o carioca Tarcísio de Freitas (Republicanos) pontuou 46%, mesmo número da última pesquisa realizada no dia 11 de outubro.  De acordo com o levantamento, os dois estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais. 

Os indecisos são 4%, e brancos e nulos somam 7%. Quando feita a contagem dos votos válidos, o republicano tem 52% e o petista 48%. Nesta modalidade, são excluídos os nulos e brancos na urna eletrônica, e os indecisos na pesquisa, mesmo procedimento usado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

Na pesquisa espontânea, quando os entrevistadores não apresentam previamente o nome dos candidatos, Tarcísio pontuou 35% e Haddad 32%. Os indecisos são 21%, e brancos e nulos somam 10%.

As entrevistas foram feitas nos dias 23 e 25 de outubro e contaram com 2.000 entrevistados, em 83 municípios paulistas. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-06977/2022.
 

- Alan Santos - 2.dez.21/Divulgação Presidência
Foto: Alan Santos /Divulgação Presidência

Pedido de investigação negado

Nesta terça-feira (25), o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou cinco pedidos para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por falas sobre adolescentes venezuelanas. Mendonça, que foi indicado ao cargo pelo atual chefe do Executivo, afirmou não ver "elementos mínimos" para iniciar uma apuração, não havendo crime na conduta de Bolsonaro.

Em vídeo que circulou pelas redes sociais, o presidente falou que as jovens de 14 e 15 anos se arrumavam para fazer programa, chegando a afirmar que passou por uma casa onde estavam e  sentiu que “pintou um clima” e devido a isso entrou nela. Devido a isso, parlamentares e juristas acionaram o Supremo, pedindo investigações do caso. 

Em sua justificativa, o magistrado afirmou que “não pode ser instrumentalizado pelas disputas político-partidárias” ou “ideológicas”. 

"Mais uma vez, observo que o Poder Judiciário não pode ser instrumentalizado pelas disputas político-partidárias ou mesmo ideológicas, dando revestimento jurídico-processual ao que é puramente especulativo e destituído de bases mínimas de elementos aptos a configurar a necessária justa causa para a persecução penal", afirmou.

 

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Lula e Haddad no TUCA; Roberto Jefferson indiciado por homicídio; TSE monitora redes sociais de Carlos Bolsonaro e Janones; e mais.
por
Letícia Coimbra
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25/10/2022 - 12h

Segunda-feira, 24 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Lula e Haddad participam de evento no Tuca;

  • TSE decide monitorar contas de Carlos Bolsonaro e Janones nas redes sociais;

  • Roberto Jefferson é indiciado por 4 tentativas de homicídio;

  • Rishi Sunak é o novo primeiro-ministro no Reino Unido;

 

Foto: Tomzé Fonseca/Futura Press
Foto: Tomzé Fonseca/Futura Press

“Ato em defesa da democracia e do Brasil”

Nesta segunda-feira (24), o ex-presidente e candidato do PT à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva participou de um evento, intitulado “Ato em defesa da democracia e do Brasil”, com lideranças religiosas, artistas e intelectuais no Teatro da Universidade Católica (Tuca). 

Entre outros, participaram também o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, a deputada federal eleita Marina Silva (Rede), e o candidato a vice-presidente na chapa, Geraldo Alckmin.

Em discurso no teatro, Lula mencionou fala de Bolsonaro sobre jovens venezuelanas, o ataque de Roberto Jefferson (PTB) a agentes da Polícia Federal e contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou episódios de racismo contra o cantor Seu Jorge em Porto Alegre e contra o humorista Eddy Jr em São Paulo.

Perto do fim do evento, Simone Tebet (MDB), atual apoiadora de Lula, afirmou: “Agora não é hora de omissão, a omissão é um pecado capital contra o povo brasileiro”.

Depois do evento dentro do teatro, Lula e Haddad discursaram também na àrea externa, para a multidão que assistia das ruas e calçadas pelo telão.
 

TSE monitorando contas de Carlos Bolsonaro e Janones nas redes

Nesta segunda-feira (24), o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral decidiu diariamente, até 29 de outubro, as publicações de Carlos Bolsonaro (Republicanos) e André Janones (Avante) nas redes sociais. 

Segundo Gonçalves, o propósito é avaliar se os dois utilizam o mesmo padrão de disseminação de falsas informações.

“No atual estágio processual, prepondera a percepção de que o comportamento de André Janones e de Carlos Bolsonaro nas redes possuem muitos aspectos similares, seja no que diz respeito à legítima atividade de organização da militância, seja, por outro lado, na difusão de conteúdos falsos ou gravemente descontextualizados”, salienta.

 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Indiciado por tentativa de homicídio

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta segunda-feira (24), o ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson (PTB) por quatro tentativas de homicídio. Na tarde de domingo, ele havia lançado granadas e atirado em direção a agentes da corporação que foram à sua casa cumprir mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O indiciamento leva em consideração os dois agentes que foram feridos com estilhaços e outros dois que participaram da abordagem. 

Em sua casa, em Comendador Levy Gasparian (RJ), Jefferson gravou vídeos afirmando ter atirado contra os agentes. “Chegou a Polícia Federal aqui para me prender agora. As violências do Xandão. A minha raiz está plantada. […] Eu não vou me entregar, é um absurdo. Chega, me cansei”, alegou.

Mais tarde, porém, o ex-congressista negou ter reagido.  

Além de Jefferson, nas imagens aparecem o Padre Kelmon, candidato derrotado do PTB à Presidência. Foi ele quem entregou as armas do ex-deputado para a PF. Segundo o advogado do ex-deputado, Jefferson utilizou granadas de efeito moral.

Ainda no domingo, durante uma transmissão ao vivo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer vínculo com seu apoiador declarado e afirmou não haver “uma foto” dos dois juntos. No entanto, pouco depois dessa afirmação, começaram a ser compartilhadas na internet diversas imagens dos dois juntos.


 

Foto: Twitter
Foto: Twitter

Novo primeiro-ministro no Reino Unido

Nesta segunda-feira (24), Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças, foi o escolhido pelo Partido Conservador para suceder Liz Truss, que renunciou ao cargo de primeira-ministra no dia 20.

Sua adversária, Penny Mordaunt, desistiu da disputa, deixando Sunak assumir automaticamente. De acordo com The Guardian, já havia sido declarado o apoio de 182 deputados a ele, enquanto Mordaunt tinha apenas 27.

Antes de assumir de fato, Sunak precisará se encontrar com o rei Charles III, porém ainda não há previsão oficial para o encontro

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Encontro de Bolsonaro com cantores sertanejos e levantamento realizado pelo IPED
por
Letícia Coimbra
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18/10/2022 - 12h

 

Lula e Bolsonaro no debate
Foto: Nelson Almeida/AFP

Distância entre Lula e Bolsonaro diminui

Nesta segunda-feira (17) foi divulgado o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo Ipec, no qual o ex-presidente Lula (PT) tem 50% das intenções de votos, oscilando um ponto para baixo. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) pontuou 43%, diminuindo para sete pontos percentuais a diferença entre ele e o petista. 

Os indecisos são 2%, e brancos e nulos somam 5%. Quando feita a contagem dos votos válidos, o petista tem 54% e Bolsonaro 46%. Nesta modalidade, são excluídos os nulos e brancos na urna eletrônica, e os indecisos na pesquisa, mesmo procedimento usado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

Na pesquisa espontânea, quando os entrevistadores não apresentam previamente o nome dos candidatos, Lula pontuou 48% e Bolsonaro, 42%. Os indecisos são 4%, e brancos e nulos somam 6%.

Ainda de acordo com a pesquisa, 46% dos eleitores brasileiros não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, e 41% não votariam de jeito nenhum em Lula.

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

As entrevistas foram feitas nos dias 15 e 17 de outubro e contaram com 3.008 entrevistados, em 184 municípios. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-02707/2022.

 

Bolsonaro cercado por cantores sertanejos que declaram apoio a ele
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Apoio de cantores sertanejos

Nesta segunda-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alguns artistas sertanejos, que declararam apoio à sua candidatura, no Palácio da Alvorada. Durante passagem pelo local, todos falaram sobre família, religião e contra o socialismo.

Entre os 18 cantores que compareceram, estavam Leonardo, Chitãozinho, Marrone, Zezé Di Camargo, Fernando (da dupla com Sorocaba), Sula Miranda, Gusttavo Lima entre outros. Também estiveram presentes o apresentador Ratinho e o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

Como de costume em seu discurso, o presidente criticou países como Venezuela, Chile e Argentina, os quais ele vê como socialistas. Além disso, agradeceu ao apoio dos artistas, dizendo ser essencial para mudar o voto dos jovens, parcela do eleitorado que tem maior tendência a votar no seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, o encontro com seus apoiadores deu a ele a certeza de que haverá uma “virada” nas eleições e que vencerá.

 

"Não é mais corrupção", mas sobre direito à oposição

No sábado (15), o fundador do partido Novo, João Amoêdo, revelou a decisão de votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste segundo turno. 

"Chegamos a um momento em que a discussão nem é mais corrupção, mas sobre você ter o direito de ser oposição, de estar em um Estado Democrático de fato”, disse, em entrevista à GloboNews.

"Isso foi o que me levou a dizer 'bom, é um sacrifício enorme, serei oposição no dia seguinte, mas hoje terei que votar no número 13", afirmou”.

Segundo o político, atitudes autocráticas de Bolsonaro, que seguem na mesma linha do que já foi feito por Hugo Chávez, na Venezuela, e Viktor Orbán, na Hungria, o fizeram desistir de votar nulo.

“Mas vou me lembrar do presidente que debochava das vítimas na pandemia, enquanto milhares de famílias choravam a perda de seus entes queridos“, disse ao jornal Folha de SP. Além disso, afirmou que nunca esperou digitar 13 na urna e “será uma tarefa dificílima”.

Como Amoêdo afirmou esperar, o presidente do partido Novo criticou sua decisão: "Vergonhosa, constrangedora e incoerente”. No perfil da sigla também foi públicado uma nota a respeito.

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Irmãos presos no Maranhão por suspeita de desvios de verba da saúde; protesto em obra de Van Gogh em Londres e mais
por
Letícia Coimbra
Luan Leão
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14/10/2022 - 12h

Sexta-feira, 14 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT:

  • Orçamento secreto: irmãos são presos no Maranhão por suspeita de desvios de verba da saúde;

  • Datafolha: Lula registra 49% das intenções de voto; Bolsonaro pontua 43%;

  • Obra de Van Gogh é palco de protesto em Londres;

  • Setor de serviços acumula quarto mês em alta em agosto.

 

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Fraude milionária

Nesta sexta-feira (24), a Polícia Federal prendeu dois homens acusados de inserir dados falsos no Sistema Único de Saúde (SUS) para desviar dinheiro do orçamento secreto, participando de uma rede criminosa envolvendo o SUS em municípios do Maranhão. 

As prisões fazem parte da Operação Quebra Ossos, que começou no Centro-Oeste, investigando denúncias de fraudes para aumentar de forma irregular repasses do Fundo Municipal de Saúde a municípios. A operação cumpre mandados de busca e apreensão também no Piauí.  

De acordo com a apuração de auditores da Controladoria Geral da União (CGU), houveram inserções de solicitações no sistema do SUS por municípios do Maranhão, com destinação de emendas parlamentares de até R$ 69 milhões. 

De acordo com a PF, a cidade de Igarapé Grande, no Maranhão, havia informado ter feito mais de 12,7 mil radiografias no dedo, número maior que o total da população, que equivale a 11,5 mil pessoas.

"A CGU constatou que a produção informada pelos profissionais de saúde era demasiadamente inferior à inserida nos sistemas de registros do SUS. Os próprios relatórios de produção do Hospital Municipal Expedito Lopes Galvão, extraídos do sistema interno do hospital, apontam quantidades inferiores dos quantitativos informados no SIA/SUS", informou a CGU em nota.

A decisão que deflagrou a operação determinou o afastamento de servidores investigados de suas funções públicas, suspensão do direito de participar em licitações e suspensão de pagamentos.

 

Estabilidade na corrida eleitoral

Nesta sexta-feira (14) foi divulgado o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo Datafolha, no qual o ex-presidente Lula (PT) tem 49% das intenções de votos. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) pontuou 44%, com apenas cinco pontos percentuais de diferença entre ele e o petista. 

Os indecisos são 1%, e brancos e nulos somam 5%. Quando feita a contagem dos votos válidos, o petista tem 53% e Bolsonaro 47%. Nesta modalidade, são excluídos os nulos e brancos na urna eletrônica, e os indecisos na pesquisa, mesmo procedimento usado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.

Na pesquisa espontânea, quando os entrevistadores não apresentam previamente o nome dos candidatos, Lula pontuou 46% e Bolsonaro, 41%. Os indecisos são 3%, e brancos e nulos somam 6%.

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O novo levantamento mostra estabilidade na corrida eleitoral, já que os números são os mesmos que os revelados pela pesquisa anterior realizada pelo mesmo instituto.

As entrevistas foram feitas nos dias 13 e 14 de outubro e contaram com 2.898 entrevistados, em 180 municípios. A pesquisa, que foi encomendada pela Folha de SP e TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01682/2022.

 

Foto: Reprodução/Instagram/@just.stopoil
Foto: Reprodução/Instagram/@just.stopoil

Protesto climático 

Duas ativistas do movimentos "Just Stop Oil" jogaram latas de sopa de tomate no quadro "Girassóis" de Vincent Van Gogh, que fica em exposição na National Portrait Gallery, em Londres. O protesto ocorrido nesta sexta-feira (14) é contra a queima de combustíveis fósseis. 

Segundo a galeria, a obra é protegida por um vidro e não foi danificada. "Há alguns pequenos danos no quadro, mas a pintura está ilesa. Duas pessoas foram presas", disse a galeria. O local é patrocinado pela empresa BP Oil, uma empresa multinacional britânica de gás e petróleo. O contrato se encerra em dezembro de 2022. 

Na legenda do vídeo publicado nas redes sociais, as ativistas explicam as motivações. "Por que estamos protegendo essas pinturas quando não estamos protegendo a milhões de vidas que serão perdidas por causa do colapso climático e social ?", escreveram.

O protesto faz parte da segunda semana de ações de grupos ambientalistas contra as novas licenças de gás e petróleo concedidas pelo governo britânico para tentar solucionar a crise energética que atinge o continente europeu. O grupo Just Stop Oil é conhecido por outros atos polêmicos envolvendo obras de arte. Em julho deste ano, na mesma galeria, o grupo já havia se colado a obra The Hay Wain, do pintor John Constable. 

 

Em alta 

O setor de serviços registrou um aumento de 0,7% na passagem de julho para agosto. O resultado vem depois de uma alta de 1,3% em julho, e já se soma a quarta alta consecutiva no setor, acumulando um avanço de 3,3% no período. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (14).

Com o desempenho registrado, o setor está operando 10,1% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Se comparado com agosto de 2021, houve alta de 8%, sendo a 17ª taxa positiva seguida do indicador, sem ajuste sazonal. Os números, integrantes da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), mostram que o resultado ficou 0,9% abaixo do maior patamar da série histórica, registrado em novembro de 2014. 

O acumulado no chegou a 8,4% e o acumulado nos últimos 12 meses passou de 9,6% em julho para 8,9%. Os destaques que puxaram as altas dentro do setor foram outros serviços, com alta de 6,5% e atividades de informação e comunicação (0,6%). No último mês, outros serviços haviam registrado queda de 5% no volume. 

O índice de atividades turísticas também subiu 1,2% em agosto, operando 0,1% acima do patamar pré-pandemia. Do outro lado da balança, após acumular 4% de crescimento entre maio e julho, os transportes tiveram desaceleração de 0,2%. O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável e não variou, após queda de 1,1% em julho. 




 

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