Como um autodidata ousado desafiou a lógica e transformou a cidade de pedra
por
Catharina Morais
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06/12/2024 - 12h

A Rua Maranhão, em Higienópolis, é como um refúgio dentro de São Paulo, cheia de histórias para contar em cada esquina. Com suas árvores sombrias e prédios de tirar o fôlego, como o icônico Vila Penteado da FAU-USP, a rua já foi endereço de gente famosa, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É  só chegar na esquina com a Rua Sabará que tudo muda: o Edifício Cinderela simplesmente rouba a cena.

 

Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais
Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais

 

De longe, ele parece uma obra única, e é. Em uma São Paulo historicamente cinzenta e funcional, o Cinderela é uma explosão de cores, criatividade e formas. Não é um simples prédio construído para abrigar pessoas - só a beleza de sua arquitetura que chama atenção; há algo mais ali - características visionárias que antecipavam o futuro da vida urbana. Era um sonho do "American way of life", ajustado à realidade brasileira.

Mas quem ousaria conceber um prédio tão peculiar? Conhecido como o "arquiteto maldito", João Artacho Jurado era uma figura à margem da elite arquitetônica. Nascido em 1907, no bairro do Brás, filho de imigrantes espanhois, ele começou a carreira como letrista, desenhando cartazes e estandes para feiras industriais. Apesar de nunca ter cursado arquitetura, Jurado demonstrava um talento inato para transformar ideias em construções. 

 

Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais
Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais

 

Na São Paulo das décadas de 1940 e 1950, dominada pelo rigor do modernismo — com suas linhas retas, geometrias simples e desprezo por adornos —, Artacho parecia um transgressor. Seus prédios eram uma celebração do que se recusava a ser discreto. Inspirados pelo glamour de Hollywood e pela opulência europeia, eles misturavam o clássico e o kitsch, sem medo de causar estranhamento.

 

Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais
Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais

 

Edifícios como o Bretagne, o Viadutos, o Louvre, o Planalto e, claro, o Cinderela se tornaram símbolos dessa visão. Vibrantes, ornamentados e quase teatrais, eles destoavam do rigor técnico da arquitetura predominante. Não à toa, sua obra era amada pelo público, mas odiada por muitos arquitetos da época.  

A controvérsia em torno de Artacho ia além do estilo. Por ser autodidata, ele não tinha licença para assinar seus projetos, dependendo de engenheiros formados para legitimar suas obras. Esse fato era visto como uma afronta pela elite acadêmica, que o apelidou de "arquiteto maldito".  

 

Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais
Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais

 

Além disso, seus prédios eram frequentemente criticados como "bregas" e "excessivos". Contudo, essas críticas pouco afetaram Artacho, que usava sua visão como combustível para inovar. Ele fazia de suas inaugurações verdadeiros espetáculos, com bandas, celebridades e políticos. Eram eventos tão grandiosos quanto os edifícios que celebravam.  

Artacho não só projetava prédios; ele os desenhava por completo, dos cobogós aos gradis, dos lustres à tipografia das fachadas. Cada detalhe era pensado para oferecer uma experiência que ia além da funcionalidade. Ele também foi pioneiro em incluir áreas comuns de lazer, como piscinas e salões de festa, em uma época em que essas comodidades eram raras.  Seu público-alvo, a classe média emergente, via nos edifícios de Artacho um sonho acessível. Eram mais que lares; eram convites para uma vida moderna e comunitária.  

 

Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais
Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais

 

Apesar das críticas em vida, o trabalho de Artacho foi reavaliado nas décadas seguintes, sendo hoje considerado um marco do modernismo tropical. Seus edifícios, antes tidos como aberrações, tornaram-se símbolos de uma São Paulo mais vibrante e humanizada.  

O Edifício Cinderela, com sua paleta de cores e seu charme cinematográfico, continua a ser um lembrete do que Artacho buscava: romper padrões, acolher o inesperado e dar à cidade algo que ela não sabia que precisava. 

Mais do que o “arquiteto maldito”, Artacho Jurado foi um visionário que se recusou a ser limitado pela lógica ou pelas convenções. Sua obra é um testemunho da coragem de colorir o cinza e de transformar o banal em extraordinário.

 

Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais
Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais

 

Importante área de preservação e pesquisa ambiental é também um lugar a se visitar e descobrir em São Paulo
por
Pedro Bairon
João Pedro Stracieri
Vítor Nhoatto
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28/11/2024 - 12h

Localizado na zona sul da capital paulista, entre os portões 6 e 7 do Parque Ibirapuera, eis um berço da vida. Criado formalmente em 1928 após a transferência do bairro Água Branca para onde está até hoje, o Viveiro Manequinho Lopes é um dos três administrados pela cidade e o maior deles. São ali produzidas milhares de espécies para a cidade e também a todos os interessados em arborizar suas propriedades. 

Seu nome faz alusão ao diretor da então recém-criada Divisão de Matas, Parques e Jardins, Manoel Lopes de Oliveira Filho, conhecido como Manequinho Lopes. A homenagem foi dada após ele plantar eucaliptos na região até então pantanosa e aos seus esforços contínuos para manter o viveiro de pé após o pedido de remoção em 1933 para a construção do parque. 

A reivindicação da prefeitura na época não foi para frente também pela necessidade cada vez maior de produção de mudas para a cidade, e foi Manequinho um dos responsáveis por essa mudança de perspectiva. Após a sua morte em 1938 o viveiro municipal enfim recebeu o seu nome atual, e segue hoje sendo de extrema importância para a cidade e meio ambiente, apesar de pouco conhecido e divulgado.

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Com uma área de 4,8 hectares e uma imensidão de plantas o Viveiro Manequinho Lopes pertence ao Parque do Ibirapuera, e seu acesso pode ser feito direto do parque pelo portão 7, ou pelo portão 6 - Foto: Vítor Nhoatto
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Adentrando no complexo com certeza muitas espécies serão familiares, afinal, o local é responsável por fornecer as mudas que são plantadas pela cidade como esta, conhecida popularmente como Coração Magoado - Foto: Vítor Nhoatto
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São ao todo 10 estufas (casas de vegetação), 97 estufins (canteiros suspensos), 3 telados como o da foto (estruturas cobertas com tela de sombreamento) e 39 quadras (mudas envasadas) - Foto: Vítor Nhoatto
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O Viveiro ainda é um laboratório da flora, onde são feitas pesquisas para o aprimoramento e desenvolvimento de novas variações de plantas como na estufa 5 na imagem - Foto: Vítor Nhoatto
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Cada lote de plantas possui a sua identificação científica, quantidade, data de cultivo e um técnico responsável, que rega e anota diariamente a temperatura máxima e mínima atingida em cada estufa - Foto: Vítor Nhoatto
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A instituição também é um importante centro de preservação de espécies nativas, pela reprodução e manutenção de exemplares como este no meio do Viveiro - Foto: João Pedro Stracieri
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Para além de todas as descobertas sobre a flora, muitos pássaros frequentam o viveiro, tal qual esse Sabiá Laranjeira, a ave símbolo do Brasil - Foto: João Pedro Stracieri
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Espécies que requerem mais cuidados como as orquídeas, exóticas como as suculentas e variações menos comuns como esta da foto também são produzidas no Viveiro - Foto: Vítor Nhoatto
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Tal qual um parque, o Viveiro possui áreas de convivência, bebedouros e lixeiras para os seus visitantes, sempre com entrada gratuita, apenas pets nao sao permitidos devido ao cuidado exigido com as mudas - Foto: Vítor Nhoatto
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São disponibilizados ao longo do caminho mapas, avisos sobre os cuidados exigidos e placas informativas sobre a função e funcionamento das estruturas - Foto: Vítor Nhoatto
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Apesar de ficarem na maior parte do tempo fechadas para visitação, pelo menos duas vezes ao dia os técnicos abrem para rega e checagem, possibilitando a apreciação dos visitantes sortudos - Foto: Vítor Nhoatto
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E para os que quiserem é possível agendar visitas guiadas pelo número do Viveiro entre às 7h e 16h de segunda a sexta e até mesmo adquirir mudas mediante solicitação no portal 156 da prefeitura - Foto: Vítor Nhoatto

 

Situado no histórico bairro de Higienópolis, o lugar é testemunho vivo da evolução da cidade
por
Leticia Alcântara
Sophia Razel
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28/11/2024 - 12h

Localizado no coração do bairro de Higienópolis, o Parque Buenos Aires é um refúgio no meio da rotina agitada de São Paulo. Construído em 1913, com a finalidade de ser um espaço de lazer para elite paulistana, o local foi inspirado nos parques europeus. O terreno, que inicialmente foi projetado para ser um loteamento residencial de casas de alto padrão, hoje é símbolo de tranquilidade e calmaria para os moradores da região.  

Antigo mirante do parque
Mirante da Praça Buenos Ayres, com a vista do Vale do Pacaembu - Reprodução / Acervo /  Estadão Conteúdo / Laboratório Buenos Ayres 

 

Pessoas passeando no parque
Família caminhando em pequena trilha do Parque Buenos Aires - Foto: Letícia Alcântara
Pessoas a anos atrás tirando fotos no parque
1919, pessoas diante da obra Anfritite e Tritão. Foto: Reprodução / Facebook/ São Paulo Antiga
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara

Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo em 1992, o Parque Buenos Aires foi projetado pelo arquiteto paisagista francês Bouvard. Com o passar do tempo, o local foi se transformando e modernizando. Atualmente o parque possui cerca de 22 mil metros quadrados, repletos de muita vegetação e áreas de lazer, com espaço para pets e parquinho para as crianças. 

Área para animais de estimação
Cercado para cães próximo a entrada do Parque, localizado na Av. Angélica - Foto: Letícia Alcântara
Área para crianças
Crianças brincando no playground, cercado pela vegetação do Parque Buenos Aires - Foto: Sophia Razel
Crianças brincando na fonte no passado
Vista da Praça Buenos Aires, no bairro de Higienópolis em 1958 - Reprodução / Folhapress / Gazeta SP 

O local também dialoga com a arte e possui algumas esculturas emblemáticas, como “O Tango”, de Roberto Vivas, em bronze e granito, 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, esculpida num só bloco de mármore, além de uma cópia em bronze da escultura “Emigrantes”, de Lasar Segall. 

Monumento do parque
Escultura, em bronze, “Emigrantes”, de Lasar Segall - Foto: Sophia Razel  

Mesmo com as inegáveis raízes alicerçadas em um contexto de elitização, a importância cultural e histórica do local é inegável. Sua existência é um símbolo da memória urbana que deve ser preservada, entretanto, tendo em vista a necessidade da democratização do espaço, que permanece cheio de memórias e significado ao longo das décadas. 

Estatua do parque
Estátua 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, localizada no Parque Buenos Aires, simboliza proteção e acolhimento, homenageando a maternidade - Foto: Letícia Alcântara

Com sua localização privilegiada e ambiente sereno, o Parque Buenos Aires é um dos grandes patrimônios verdes da cidade, oferecendo aos paulistanos uma verdadeira pausa no cotidiano urbano.

 

Com 70 anos de carreira, se consagra como o maior fotojornalista do país
por
Majoí Costa
Nicole Conchon
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21/11/2024 - 12h

Neste mês de novembro, o Brasil perdeu um grande fotógrafo. Ao longo de sete décadas, o fotojornalista Evandro Teixeira se tornou uma referência na fotografia documental brasileira, capturando momentos cruciais do país e imortalizando, com suas imagens, as transformações sociais, políticas e culturais.

Teixeira não foi apenas um fotógrafo, mas um contador de histórias. Durante 70 anos de carreira, seu trabalho transcendeu a simples captura de imagens, tornando-se uma ferramenta essencial na compreensão de momentos decisivos para o Brasil.

 

A lente do compromisso

         O fotojornalismo, como área profissional, exige mais do que a técnica fotográfica; exige comprometimento com a verdade e com a representação fiel dos fatos. Teixeira deixou isso bem claro durante toda a sua vida, ao se dedicar nesse trabalho durante um período de grandes transformações políticas e sociais, desde a ditadura militar até hoje.

         Suas fotos não apenas documentam, mas também provocam reflexões sobre o papel da imagem no campo jornalístico e no impacto de uma fotografia na construção da memória coletiva.

 

Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968
Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O início da jornada

         Natural da Bahia, de Irajuba, um povoado a 307 quilômetros de Salvador, saiu de sua terra para fotografar o Brasil. Em quase 70 anos de atividade, 47 deles no Jornal do Brasil, registrou o golpe de 1964 e as manifestações estudantis de 1968.

Ao longo da década de 1970, ele se tornou um dos principais fotógrafos da revista Realidade, uma das publicações mais inovadoras do período. Foi nesse momento que Evandro fotografou suas fotos mais conhecidas, em que aprendeu a trabalhar sob pressão, capturando a tensão e os conflitos da ditadura militar.

         Além de sua atuação no Brasil, Teixeira teve uma carreira internacional, cobrindo grandes eventos como a Revolução Nicaraguense (1979) e a guerra civil em El Salvador. Fotografou a Rainha Elizabeth e eternizou imagens icônicas de Ayrton Senna e Pelé. É difícil dissociar seu trabalho de qualquer evento no país que ocorreu durante a segunda metade do século XX.

Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968
Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O fotógrafo foi alvo de perseguição, sendo várias vezes ameaçado e perseguido pelos militares. Mesmo com os riscos, ele continuou a registrar a realidade do regime, contribuindo de maneira significativa para a memória histórica do período.

 

Legado e reconhecimento

O trabalho de Evandro Teixeira foi amplamente reconhecido, com exposições em museus e galerias ao redor do mundo. Ele também foi premiado diversas vezes por sua contribuição ao fotojornalismo, consolidando seu nome como um dos mais importantes do Brasil.

Em um dos seus maiores feitos, em 2013, Teixeira foi agraciado com o Prêmio Vladimir Herzog, uma das maiores honrarias da área, por sua contribuição ao jornalismo e ao combate à censura e à opressão.

Seu legado vai além das inúmeras fotos que tirou, mas uma documentação completa dos principais momentos do Brasil. Retratou lutas e vitórias de um povo em busca de liberdade e justiça Suas imagens retratam isso, não apenas registrar a realidade, mas também as emoções que a história carrega consigo. 

 

Novos dados do IBGE revelam como o êxodo rural transforma as paisagens do Brasil
por
Catharina Morais
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21/11/2024 - 12h

A manhã no Sítio São João - também conhecido como “a roça”-, em Muzambinho, Sul de Minas Gerais, começou lenta. O céu carregava nuvens espessas, como um teto cinza sobre a paisagem. A chuva fina deixava pequenas trilhas na terra vermelha, enquanto o aroma das folhas de café se misturava com o perfume de terra molhada. O mundo parecia suspenso num silêncio, quebrado apenas pelo sopro do vento e o canto tímido dos pássaros.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Paisagem de Muzambinho, inteiror do Sul de Minas Gerais - por Catharina Morais


No horizonte, o verde dos cafeeiros se estendia como um tapete irregular. Urubus, com suas asas abertas, ficavam como vigilantes sobre aquele espaço amplo e quase intocado. Ali, a vida segue em um ritmo que parece imutável, mas, na realidade, carrega as marcas de profundas transformações. Dados recentes do Censo Demográfico do IBGE escancaram uma realidade em que o Brasil se afasta das zonas rurais, cada vez mais engolido pelas grandes cidades.
 

Sítio São João- por Catharina Morais
                     Urubus pousados na cerca do Sítio - por Catharina Morais

 

Divulgado em novembro de 2024, o Censo Demográfico 2022 aponta que, do total de 203,1 milhões de brasileiros, 177,5 milhões (87,4%) vivem em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões (12,6%) permanecem em áreas rurais. A nova metodologia do IBGE, que classifica as áreas de acordo com sua morfologia e funcionalidade, expõe um êxodo silencioso que esvazia espaços como o Sítio São João.  

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Vista do interior do cafezal no Sítio São João - por Catharina Morais 

 

Mas, ali, o tempo parece ter sua própria lógica, um compasso que desafia as pressões urbanas. O pé de café, despido após a colheita, parecia revigorado pela água que escorria lenta pelas folhas. Na simplicidade daquele lugar, o Brasil profundo ainda respirava, resistindo ao avanço do tempo. Cada cheiro, cada som, cada sombra projetada na terra carregava memórias de um passado que se recusa a desaparecer.  

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
             Plantação de café do Sítio São João - por Catharina Morais

Naquela região, a "mineirice" se revela em cada gesto, em cada palavra arrastada, no cuidado com a terra e nas memórias que ela preserva. A simplicidade do lugar ganha força na conexão íntima com a natureza. Ali, não se vê o vazio de um latifúndio sem alma, mas uma roça onde há harmonia de um espaço onde o trabalhador, dono da terra, é parte de sua essência.  
Mas o que é viver numa roça? No caso do Sítio São João, é a história de Carlinho Tuka e sua esposa, Terezinha, que respiram essa realidade desde que nasceram. Ela, natural de Monte Belo, cidade vizinha, nasceu na fazenda e cresceu trabalhando para a terra e cuidando da vida que ali florescia. Hoje, cultiva sua horta e cuida dos animais com carinho, como aprendeu desde a infância. Eles vivem com uma autonomia que mais de 170 milhões de brasileiros sequer imaginam.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
Casa Principal do Sítio São João - por Catharina Morais


Enquanto muitos , moradores da “cidade grande”, temem as transformações do tempo e as exigências de um mundo moderno, ali, o silêncio esconde um outro tipo de vida. A conexão com a natureza e a noção do tempo, ditado pelo sol de cada dia, revelam uma existência que transcende o capitalismo voraz que domina as cidades e devastam os solos do Brasil.
Este agro não é Pop. Ele é Minas, é orgânico. Carlinho, com a pele marcada pelo sol e pelo trabalho árduo que faz desde os 13 anos, caminha entre os cafezais, mostrando suas conquistas. Plantas com 30, 40, até 50 anos de idade. Tradição que é herança de seu pai João, que antes vendia leite, mas se dedicou à colheita de café, transmitindo a cultura ao filho. 
 

Sítio São João- por Catharina Morais
    Paisagem e uma das casas do Sítio São João - por Catharina Morais

 

Hoje, com mais de 60 anos, Carlinho sente o peso do cansaço, mas seu amor pela roça permanece inabalável. A música 'Canção do Sal', de Milton Nascimento, preenche o ambiente de forma metafórica, marcando o ritmo de um trabalho que combina esforço físico e uma profunda entrega emocional: 'Trabalho o dia inteiro, pra vida de gente leve; Trabalhando o sal, é o amor, o suor que me sai'.
No Sítio São João, há silêncio, há céu preenchido por vida, há cheiro de mato e terra vermelha, há um mar verde que se estende à vista. A vida na roça segue como uma coreografia silenciosa: bois pedindo carinho enquanto ruminam sob o açude. Cada árvore de café, cada passo sobre a terra batida, carrega histórias que teimam em não ser esquecidas.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
               Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais

 

O Brasil urbano cresce em números, mas o Brasil rural, com suas chuvas, seus silêncios e seus personagens, continua vivo. Mesmo em meio à industrialização e à degradação do agro, o Sítio São João mantém sua resistência silenciosa. Ele é um microuniverso mineiro, onde a simplicidade das paisagens e a profundidade dos silêncios escondem uma complexidade que o tempo não pode apagar. Afinal, enquanto houver chuva que cai, haverá vida. E enquanto houver vida, o Sítio São João continuará a ser o lar das histórias que persistem na memória da roça.

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
                Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais


 

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e o contraste de antigamente com atualmente.
por
Carolina Hernandez
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18/06/2024 - 12h

A Pontifícia Universidade Católica (PUC) tem uma rica história que remonta à sua fundação, quando se destacava por seu papel pioneiro na educação superior no Brasil. Antigamente, a PUC era reconhecida por um ensino tradicional, com forte ênfase nas áreas de humanidades e teologia, refletindo suas raízes católicas.

Com o passar dos anos, a universidade expandiu seu leque de cursos e áreas de pesquisa, adaptando-se às mudanças sociais e tecnológicas. Atualmente, a PUC é uma instituição moderna, conhecida pela excelência acadêmica e infraestrutura avançada, oferecendo cursos em diversas áreas do conhecimento. 

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Entrada da rua Monte Alegre antigamente.
Fonte: Jornal PUC-SP
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Entrada da rua Monte Alegre em 2024. Foto: Carolina Masuda
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Dentro da Paróquia Imaculado Coração de Maria- PUC antigamente.
Fonte: Jornal PUC-SP 
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Paróquia Imaculado Coração de Maria- PUC atualmente.Foto: Carolina Masuda
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Pátio da Cruz da época que era um mosteiro.
Fonte: Jornal PUC-SP
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Pátio da Cruz hoje em dia.Foto: Carolina Masuda
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Corredores do segundo andar do Edifício Cardeal Mota, também conhecido como "Prédio Velho".
Fonte: Jornal PUC-SP
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Corredor do segundo andar do "Prédio Velho" em 2024.Foto: Carolina Masuda
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Rua Monte Alegre no começo dos anos 20, quando era abrigo das freiras.
Fonte: Jornal PUC-SP
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Rua Monte Alegre em 2024, com vista para o campus da PUC e pôsters de peças em exposição no TUCA.Foto: Carolina Masuda

 

Dia a dia dos trabalhadores de rua que garantem o seu sustento ao ar livre
por
Ana Clara Farias
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18/06/2024 - 12h

Todos os dias, seja em estações de trem e metrô, praças, ruas, etc, passamos pelas pessoas que estão buscando garantir seu alimento e suprimento de necessidades e desejos igual a todos os cidadãos. Esse projeto audiovisual busca aproximar as pessoas daqueles por quem passam diariamente e trazer uma visão para além de seu trabalho: suas individualidades.

 

De direita a esquerda a Avenida Paulista vira palco para manifestações
por
Mayara Pereira
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18/06/2024 - 12h

A Avenida Paulista, em São Paulo, é movimentada todos os dias, tanto por automóveis quanto pessoas, mas é em dias de manifestações que o lugar brilha e ganha palco da democracia brasileira. Inaugurada em 8 de dezembro de 1891, pela iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima e do dr. Clementino de Sousa e Castro (na época Presidente do conselho de intendências da cidade de São Paulo) a partir do desejo de expandir ainda mais a cidade. Ao longo da história, o local ganhou grande investimento de empresas e do poder público, que investiu em diversos centros culturais. Hoje o lugar é referência de diversificação cultural, pois existe uma grande circulação de pessoas de todos os lugares do Brasil e de São Paulo. 

Além disso, a Avenida possuí fácil acesso, contando com 2 linhas de metrô, linha 2 verde e linha 4 amarela e algumas linhas de ônibus, as ruas estreitas e a forte presença midiática também influenciam na escolha do local. A primeira manifestação ocorreu em 1992, quando a UNE ( União Nacional dos Estudante) organizou uma passeata pedindo o impeachment do então presidente Fernando Collor. Desde lá a Paulista recebe manifestantes, sindicatos, a comunidade LGBTQIAPN+ entre outros... De direita a esquerda, se tornou o local da democracia e da liberdade de expressão. 

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Deputada do psol(partido político) discursando sobre a Lei (PL) 1904/2024. Foto: Mayara Pereira 
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Vista de cima da grade para a manifestação em frente ao Masp. Foto: Mayara Pereira 
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Passeata de mulheres pedindo por seus direitos. Manifestação feminista na Avenida Paulista. Foto: Mayara Pereira 
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Passeata sobre os direitos das mulheres. Foto: Mayara Pereira 
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A deputada Sâmia Bomfim(PSOL) e uma mulher grávida que apoia a legalização do aborto seguro e gratuito. Foto: Mayara Pereira 
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Mulheres militantes vestidas da série o conto de Aia. O lema é nem presa nem morta, sobre a Lei (PL) 1904/2024. Nome:  Mayara Pereira 
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Bonecos gigantes com as figuras do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff são vistos nos protestos contra o governo na Avenida Paulista, em São Paulo. 13/03/2016. REUTERS/Nacho Doce Purchase Licensing Rights
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Manifestação contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, com concentração no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), segue pela Avenida Paulista, na tarde deste sábado (29). 29/11/2014 - Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

 

A Vila Helio, antes conhecida como uma área residencial, agora esta reformada para todos que precisam de um lugar para ir
por
Nicole Domingos
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17/06/2024 - 12h

A Vila Helio fica localizada em Mogi das Cruzes, foi construída em 1951 por Helio Borenstein. Ali haviam 56 sobrados residenciais, na época era um ambiente muito conhecido por sua ótima localização, e por conta disso, moravam  importantes personalidades para a cidade, como juízes e políticos. Hoje em dia além de se manter como um espaço muito agradável, também é conhecido por sua história. 

Alguns anos depois, por conta da migração de muitas famílias para os bairros residenciais que eram fora do centro, algumas daquelas casas viraram lojas comerciais, dando início ao que conhecemos hoje como a Vila Hélio sendo um centro comercial. Além disso o Grupo Marbor, fundado por Marcos Borenstein, um dos filhos de Helio, construiu na região também outros dois edifícios de escritórios e um hotel.

Em 2021, a Vila reabriu sendo um espaço que além de proporcionar eventos culturais e de artesanato, conta com bares, restaurantes, lanchonetes, cafés e até livrarias. Um lugar caloroso e familiar que agrada a todos que estão dispostos a conhecer um pouco mais de Mogi das Cruzes.

 

Vila Helio em 1951, no mesmo ano em que foi construída por Helio Borenstein. Foto: retirada do site "vilahelio.com.br"
Vila Helio em 1951, no mesmo em que foi construída por Helio Borenstein. Foto: retirada do site "vilahelio.com.br"

 

 Atualmente a vila está aberta para o público aproveitar um ambiente tranquilo. Foto: Nicole Domingos
Atualmente a vila está aberta para o público aproveitar um ambiente com variações de comidas e com muita tranquilidade. Foto: Nicole Domingos​

 

Cada restaurante carrega o próprio estilo, fazendo com que a proposta da vila de agradar todo o seu público permaneça. Foto: Nicole Domingos
Cada restaurante carrega o próprio estilo, fazendo com que a proposta da vila de agradar todo o seu público permaneça. Foto: Nicole Domingos

 

Apesar dos comércios não ficarem abertos a noite toda, a vila tem uma segurança 24 horas, permanecendo bem iluminada. Foto: Nicole Domingos
Apesar dos comércios não ficarem abertos a noite toda, a vila tem uma segurança 24 horas, permanecendo bem iluminada. Foto: Nicole Domingos

 

Como a vila é um ambiente histórico em Mogi das Cruzes, acaba recebendo muitas visitas não se moradores como também de turistas. Foto: Nicole Domingos
Como a vila é um ambiente histórico em Mogi das Cruzes, acaba recebendo muitas visitas não se moradores como também de turistas. Foto: Nicole Domingos

 

Ainda que seja um espaço comercial, a vila conta com uma hotelaria para quem se apaixona pelo lugar e não quer sair tão cedo. Foto: Nicole Domingos
Ainda que seja um espaço comercial, a vila conta com uma hotelaria para quem se apaixona pelo lugar e não quer sair tão cedo. Foto: Nicole Domingos

 

As residências da época não foram derrubadas, assim como foi na época, as pessoas apenas alugavam e mantinham a história visual do lugar. Foto: Nicole Domingos
As residências da época não foram derrubadas, assim como foi na época, as pessoas apenas alugavam e mantinham a história visual do lugar. Foto: Nicole Domingos

 

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A vila também conta com suas decorações e espaços verdes, que conseguem deixar o lugar mais bonito e harmonioso por conta de suas cores. Foto: Nicole Domingos

 

Conheça a história de um dos bairros mais tradicionais da capital paulista
por
Khauan Wood
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17/06/2024 - 12h

O bairro da Liberdade é um dos mais tradicionais da cidade de São Paulo, mas você sabe como nasceu o local que leva em seu nome uma palavra tão importante para as pessoas? 

Antigamente conhecido como “Bairro da Pólvora” o bairro era habitado pela população negra por volta dos anos de 1700 e 1800, a famosa Praça da Liberdade era chamada de “Largo da Forca”, já que era lá o local em que escravizados eram levados para serem mortos em céu aberto e posteriormente levados ao Cemitério dos Aflitos, localizado na Rua da Glória.

Já no século XX, a imigração da comunidade japonesa aumentou com o avanço das duas grandes guerras. Com isso, parte da população encontrou na Liberdade, um local de refúgio, fazendo com que o bairro se tornasse a maior comunidade nipônica do mundo fora do Japão.

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Inaugurada em 2022, a estátua de Deolinda Madre, conhecida como Madrinha Eunice, busca preservar as raízes negras do bairro. Ela foi a fundadora da Lavapés Pirata Negro, mais antiga escola de samba em atividade na capital paulista, atualmente a agremiação é presidida pelo ator Ailton Graça - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Reprodução
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Atualmente o bairro é muito conhecido pela sua forte presença comercial e turística - Foto: Khauan Wood
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A cultura asiática continua muito presente no dia a dia local, sobretudo com a infuência da comunidade japonesa - Foto: Khauan Wood
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Muito democrático, é possível observar uma diversidade de pessoas muito grande nas ruas da Liberdade - Foto: Khauan Wood
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No meio do concreto, o Jardim Oriental, localizado na Rua Galvão Bueno, possibilita momentos de calmaria aos seus visitantes. O local é aberto para visitação gratuita todos os dias, das 10:00 às 16:00 - Foto: Khauan Wood
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Com um alto movimento de pessoas, o bairro também é famoso por sua feira gastronômica, com forte presença da culinária oriental e brasileira, como: temakis, takoyakis, pastéis, acarajés etc. - Foto: Khauan Wood
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Todo o bairro é de fácil acesso, mas aos fins de semana o mais recomendado é o transporte público. A estação Japão-Liberdade da linha 1-Azul do Metrô fica localizada na Praça da Liberdade África-Japão e é aberta todos os dias das 04:00 à 00:00 - Foto: Khauan Wood
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A Capela dos Aflitos tem sua construção documentada no ano de 1779. Sendo feita próximo ao antigo Cemitério dos Aflitos, que perdeu sua “utilidade” após a criação do Cemitério da Consolação - Foto: Moyarte/Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos/Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo/Secretaria Municipal de Planejamento/Reprodução
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Atualmente a capela é dedicada à devoção ao santo popular Francisco José das Chagas, o Chaguinhas. Nunca canonizado pela Igreja Católica mas que é cultuado por supostos milagres realizados. Narrativas populares contam que o atual nome do bairro está diretamente ligado ao episódio de sua morte - Foto: Khauan Wood