Como um autodidata ousado desafiou a lógica e transformou a cidade de pedra
por
Catharina Morais
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06/12/2024 - 12h

A Rua Maranhão, em Higienópolis, é como um refúgio dentro de São Paulo, cheia de histórias para contar em cada esquina. Com suas árvores sombrias e prédios de tirar o fôlego, como o icônico Vila Penteado da FAU-USP, a rua já foi endereço de gente famosa, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É  só chegar na esquina com a Rua Sabará que tudo muda: o Edifício Cinderela simplesmente rouba a cena.

 

Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais
Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais

 

De longe, ele parece uma obra única, e é. Em uma São Paulo historicamente cinzenta e funcional, o Cinderela é uma explosão de cores, criatividade e formas. Não é um simples prédio construído para abrigar pessoas - só a beleza de sua arquitetura que chama atenção; há algo mais ali - características visionárias que antecipavam o futuro da vida urbana. Era um sonho do "American way of life", ajustado à realidade brasileira.

Mas quem ousaria conceber um prédio tão peculiar? Conhecido como o "arquiteto maldito", João Artacho Jurado era uma figura à margem da elite arquitetônica. Nascido em 1907, no bairro do Brás, filho de imigrantes espanhois, ele começou a carreira como letrista, desenhando cartazes e estandes para feiras industriais. Apesar de nunca ter cursado arquitetura, Jurado demonstrava um talento inato para transformar ideias em construções. 

 

Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais
Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais

 

Na São Paulo das décadas de 1940 e 1950, dominada pelo rigor do modernismo — com suas linhas retas, geometrias simples e desprezo por adornos —, Artacho parecia um transgressor. Seus prédios eram uma celebração do que se recusava a ser discreto. Inspirados pelo glamour de Hollywood e pela opulência europeia, eles misturavam o clássico e o kitsch, sem medo de causar estranhamento.

 

Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais
Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais

 

Edifícios como o Bretagne, o Viadutos, o Louvre, o Planalto e, claro, o Cinderela se tornaram símbolos dessa visão. Vibrantes, ornamentados e quase teatrais, eles destoavam do rigor técnico da arquitetura predominante. Não à toa, sua obra era amada pelo público, mas odiada por muitos arquitetos da época.  

A controvérsia em torno de Artacho ia além do estilo. Por ser autodidata, ele não tinha licença para assinar seus projetos, dependendo de engenheiros formados para legitimar suas obras. Esse fato era visto como uma afronta pela elite acadêmica, que o apelidou de "arquiteto maldito".  

 

Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais
Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais

 

Além disso, seus prédios eram frequentemente criticados como "bregas" e "excessivos". Contudo, essas críticas pouco afetaram Artacho, que usava sua visão como combustível para inovar. Ele fazia de suas inaugurações verdadeiros espetáculos, com bandas, celebridades e políticos. Eram eventos tão grandiosos quanto os edifícios que celebravam.  

Artacho não só projetava prédios; ele os desenhava por completo, dos cobogós aos gradis, dos lustres à tipografia das fachadas. Cada detalhe era pensado para oferecer uma experiência que ia além da funcionalidade. Ele também foi pioneiro em incluir áreas comuns de lazer, como piscinas e salões de festa, em uma época em que essas comodidades eram raras.  Seu público-alvo, a classe média emergente, via nos edifícios de Artacho um sonho acessível. Eram mais que lares; eram convites para uma vida moderna e comunitária.  

 

Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais
Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais

 

Apesar das críticas em vida, o trabalho de Artacho foi reavaliado nas décadas seguintes, sendo hoje considerado um marco do modernismo tropical. Seus edifícios, antes tidos como aberrações, tornaram-se símbolos de uma São Paulo mais vibrante e humanizada.  

O Edifício Cinderela, com sua paleta de cores e seu charme cinematográfico, continua a ser um lembrete do que Artacho buscava: romper padrões, acolher o inesperado e dar à cidade algo que ela não sabia que precisava. 

Mais do que o “arquiteto maldito”, Artacho Jurado foi um visionário que se recusou a ser limitado pela lógica ou pelas convenções. Sua obra é um testemunho da coragem de colorir o cinza e de transformar o banal em extraordinário.

 

Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais
Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais

 

Importante área de preservação e pesquisa ambiental é também um lugar a se visitar e descobrir em São Paulo
por
Pedro Bairon
João Pedro Stracieri
Vítor Nhoatto
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28/11/2024 - 12h

Localizado na zona sul da capital paulista, entre os portões 6 e 7 do Parque Ibirapuera, eis um berço da vida. Criado formalmente em 1928 após a transferência do bairro Água Branca para onde está até hoje, o Viveiro Manequinho Lopes é um dos três administrados pela cidade e o maior deles. São ali produzidas milhares de espécies para a cidade e também a todos os interessados em arborizar suas propriedades. 

Seu nome faz alusão ao diretor da então recém-criada Divisão de Matas, Parques e Jardins, Manoel Lopes de Oliveira Filho, conhecido como Manequinho Lopes. A homenagem foi dada após ele plantar eucaliptos na região até então pantanosa e aos seus esforços contínuos para manter o viveiro de pé após o pedido de remoção em 1933 para a construção do parque. 

A reivindicação da prefeitura na época não foi para frente também pela necessidade cada vez maior de produção de mudas para a cidade, e foi Manequinho um dos responsáveis por essa mudança de perspectiva. Após a sua morte em 1938 o viveiro municipal enfim recebeu o seu nome atual, e segue hoje sendo de extrema importância para a cidade e meio ambiente, apesar de pouco conhecido e divulgado.

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Com uma área de 4,8 hectares e uma imensidão de plantas o Viveiro Manequinho Lopes pertence ao Parque do Ibirapuera, e seu acesso pode ser feito direto do parque pelo portão 7, ou pelo portão 6 - Foto: Vítor Nhoatto
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Adentrando no complexo com certeza muitas espécies serão familiares, afinal, o local é responsável por fornecer as mudas que são plantadas pela cidade como esta, conhecida popularmente como Coração Magoado - Foto: Vítor Nhoatto
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São ao todo 10 estufas (casas de vegetação), 97 estufins (canteiros suspensos), 3 telados como o da foto (estruturas cobertas com tela de sombreamento) e 39 quadras (mudas envasadas) - Foto: Vítor Nhoatto
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O Viveiro ainda é um laboratório da flora, onde são feitas pesquisas para o aprimoramento e desenvolvimento de novas variações de plantas como na estufa 5 na imagem - Foto: Vítor Nhoatto
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Cada lote de plantas possui a sua identificação científica, quantidade, data de cultivo e um técnico responsável, que rega e anota diariamente a temperatura máxima e mínima atingida em cada estufa - Foto: Vítor Nhoatto
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A instituição também é um importante centro de preservação de espécies nativas, pela reprodução e manutenção de exemplares como este no meio do Viveiro - Foto: João Pedro Stracieri
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Para além de todas as descobertas sobre a flora, muitos pássaros frequentam o viveiro, tal qual esse Sabiá Laranjeira, a ave símbolo do Brasil - Foto: João Pedro Stracieri
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Espécies que requerem mais cuidados como as orquídeas, exóticas como as suculentas e variações menos comuns como esta da foto também são produzidas no Viveiro - Foto: Vítor Nhoatto
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Tal qual um parque, o Viveiro possui áreas de convivência, bebedouros e lixeiras para os seus visitantes, sempre com entrada gratuita, apenas pets nao sao permitidos devido ao cuidado exigido com as mudas - Foto: Vítor Nhoatto
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São disponibilizados ao longo do caminho mapas, avisos sobre os cuidados exigidos e placas informativas sobre a função e funcionamento das estruturas - Foto: Vítor Nhoatto
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Apesar de ficarem na maior parte do tempo fechadas para visitação, pelo menos duas vezes ao dia os técnicos abrem para rega e checagem, possibilitando a apreciação dos visitantes sortudos - Foto: Vítor Nhoatto
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E para os que quiserem é possível agendar visitas guiadas pelo número do Viveiro entre às 7h e 16h de segunda a sexta e até mesmo adquirir mudas mediante solicitação no portal 156 da prefeitura - Foto: Vítor Nhoatto

 

Situado no histórico bairro de Higienópolis, o lugar é testemunho vivo da evolução da cidade
por
Leticia Alcântara
Sophia Razel
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28/11/2024 - 12h

Localizado no coração do bairro de Higienópolis, o Parque Buenos Aires é um refúgio no meio da rotina agitada de São Paulo. Construído em 1913, com a finalidade de ser um espaço de lazer para elite paulistana, o local foi inspirado nos parques europeus. O terreno, que inicialmente foi projetado para ser um loteamento residencial de casas de alto padrão, hoje é símbolo de tranquilidade e calmaria para os moradores da região.  

Antigo mirante do parque
Mirante da Praça Buenos Ayres, com a vista do Vale do Pacaembu - Reprodução / Acervo /  Estadão Conteúdo / Laboratório Buenos Ayres 

 

Pessoas passeando no parque
Família caminhando em pequena trilha do Parque Buenos Aires - Foto: Letícia Alcântara
Pessoas a anos atrás tirando fotos no parque
1919, pessoas diante da obra Anfritite e Tritão. Foto: Reprodução / Facebook/ São Paulo Antiga
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara

Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo em 1992, o Parque Buenos Aires foi projetado pelo arquiteto paisagista francês Bouvard. Com o passar do tempo, o local foi se transformando e modernizando. Atualmente o parque possui cerca de 22 mil metros quadrados, repletos de muita vegetação e áreas de lazer, com espaço para pets e parquinho para as crianças. 

Área para animais de estimação
Cercado para cães próximo a entrada do Parque, localizado na Av. Angélica - Foto: Letícia Alcântara
Área para crianças
Crianças brincando no playground, cercado pela vegetação do Parque Buenos Aires - Foto: Sophia Razel
Crianças brincando na fonte no passado
Vista da Praça Buenos Aires, no bairro de Higienópolis em 1958 - Reprodução / Folhapress / Gazeta SP 

O local também dialoga com a arte e possui algumas esculturas emblemáticas, como “O Tango”, de Roberto Vivas, em bronze e granito, 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, esculpida num só bloco de mármore, além de uma cópia em bronze da escultura “Emigrantes”, de Lasar Segall. 

Monumento do parque
Escultura, em bronze, “Emigrantes”, de Lasar Segall - Foto: Sophia Razel  

Mesmo com as inegáveis raízes alicerçadas em um contexto de elitização, a importância cultural e histórica do local é inegável. Sua existência é um símbolo da memória urbana que deve ser preservada, entretanto, tendo em vista a necessidade da democratização do espaço, que permanece cheio de memórias e significado ao longo das décadas. 

Estatua do parque
Estátua 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, localizada no Parque Buenos Aires, simboliza proteção e acolhimento, homenageando a maternidade - Foto: Letícia Alcântara

Com sua localização privilegiada e ambiente sereno, o Parque Buenos Aires é um dos grandes patrimônios verdes da cidade, oferecendo aos paulistanos uma verdadeira pausa no cotidiano urbano.

 

Com 70 anos de carreira, se consagra como o maior fotojornalista do país
por
Majoí Costa
Nicole Conchon
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21/11/2024 - 12h

Neste mês de novembro, o Brasil perdeu um grande fotógrafo. Ao longo de sete décadas, o fotojornalista Evandro Teixeira se tornou uma referência na fotografia documental brasileira, capturando momentos cruciais do país e imortalizando, com suas imagens, as transformações sociais, políticas e culturais.

Teixeira não foi apenas um fotógrafo, mas um contador de histórias. Durante 70 anos de carreira, seu trabalho transcendeu a simples captura de imagens, tornando-se uma ferramenta essencial na compreensão de momentos decisivos para o Brasil.

 

A lente do compromisso

         O fotojornalismo, como área profissional, exige mais do que a técnica fotográfica; exige comprometimento com a verdade e com a representação fiel dos fatos. Teixeira deixou isso bem claro durante toda a sua vida, ao se dedicar nesse trabalho durante um período de grandes transformações políticas e sociais, desde a ditadura militar até hoje.

         Suas fotos não apenas documentam, mas também provocam reflexões sobre o papel da imagem no campo jornalístico e no impacto de uma fotografia na construção da memória coletiva.

 

Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968
Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O início da jornada

         Natural da Bahia, de Irajuba, um povoado a 307 quilômetros de Salvador, saiu de sua terra para fotografar o Brasil. Em quase 70 anos de atividade, 47 deles no Jornal do Brasil, registrou o golpe de 1964 e as manifestações estudantis de 1968.

Ao longo da década de 1970, ele se tornou um dos principais fotógrafos da revista Realidade, uma das publicações mais inovadoras do período. Foi nesse momento que Evandro fotografou suas fotos mais conhecidas, em que aprendeu a trabalhar sob pressão, capturando a tensão e os conflitos da ditadura militar.

         Além de sua atuação no Brasil, Teixeira teve uma carreira internacional, cobrindo grandes eventos como a Revolução Nicaraguense (1979) e a guerra civil em El Salvador. Fotografou a Rainha Elizabeth e eternizou imagens icônicas de Ayrton Senna e Pelé. É difícil dissociar seu trabalho de qualquer evento no país que ocorreu durante a segunda metade do século XX.

Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968
Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O fotógrafo foi alvo de perseguição, sendo várias vezes ameaçado e perseguido pelos militares. Mesmo com os riscos, ele continuou a registrar a realidade do regime, contribuindo de maneira significativa para a memória histórica do período.

 

Legado e reconhecimento

O trabalho de Evandro Teixeira foi amplamente reconhecido, com exposições em museus e galerias ao redor do mundo. Ele também foi premiado diversas vezes por sua contribuição ao fotojornalismo, consolidando seu nome como um dos mais importantes do Brasil.

Em um dos seus maiores feitos, em 2013, Teixeira foi agraciado com o Prêmio Vladimir Herzog, uma das maiores honrarias da área, por sua contribuição ao jornalismo e ao combate à censura e à opressão.

Seu legado vai além das inúmeras fotos que tirou, mas uma documentação completa dos principais momentos do Brasil. Retratou lutas e vitórias de um povo em busca de liberdade e justiça Suas imagens retratam isso, não apenas registrar a realidade, mas também as emoções que a história carrega consigo. 

 

Novos dados do IBGE revelam como o êxodo rural transforma as paisagens do Brasil
por
Catharina Morais
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21/11/2024 - 12h

A manhã no Sítio São João - também conhecido como “a roça”-, em Muzambinho, Sul de Minas Gerais, começou lenta. O céu carregava nuvens espessas, como um teto cinza sobre a paisagem. A chuva fina deixava pequenas trilhas na terra vermelha, enquanto o aroma das folhas de café se misturava com o perfume de terra molhada. O mundo parecia suspenso num silêncio, quebrado apenas pelo sopro do vento e o canto tímido dos pássaros.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Paisagem de Muzambinho, inteiror do Sul de Minas Gerais - por Catharina Morais


No horizonte, o verde dos cafeeiros se estendia como um tapete irregular. Urubus, com suas asas abertas, ficavam como vigilantes sobre aquele espaço amplo e quase intocado. Ali, a vida segue em um ritmo que parece imutável, mas, na realidade, carrega as marcas de profundas transformações. Dados recentes do Censo Demográfico do IBGE escancaram uma realidade em que o Brasil se afasta das zonas rurais, cada vez mais engolido pelas grandes cidades.
 

Sítio São João- por Catharina Morais
                     Urubus pousados na cerca do Sítio - por Catharina Morais

 

Divulgado em novembro de 2024, o Censo Demográfico 2022 aponta que, do total de 203,1 milhões de brasileiros, 177,5 milhões (87,4%) vivem em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões (12,6%) permanecem em áreas rurais. A nova metodologia do IBGE, que classifica as áreas de acordo com sua morfologia e funcionalidade, expõe um êxodo silencioso que esvazia espaços como o Sítio São João.  

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Vista do interior do cafezal no Sítio São João - por Catharina Morais 

 

Mas, ali, o tempo parece ter sua própria lógica, um compasso que desafia as pressões urbanas. O pé de café, despido após a colheita, parecia revigorado pela água que escorria lenta pelas folhas. Na simplicidade daquele lugar, o Brasil profundo ainda respirava, resistindo ao avanço do tempo. Cada cheiro, cada som, cada sombra projetada na terra carregava memórias de um passado que se recusa a desaparecer.  

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
             Plantação de café do Sítio São João - por Catharina Morais

Naquela região, a "mineirice" se revela em cada gesto, em cada palavra arrastada, no cuidado com a terra e nas memórias que ela preserva. A simplicidade do lugar ganha força na conexão íntima com a natureza. Ali, não se vê o vazio de um latifúndio sem alma, mas uma roça onde há harmonia de um espaço onde o trabalhador, dono da terra, é parte de sua essência.  
Mas o que é viver numa roça? No caso do Sítio São João, é a história de Carlinho Tuka e sua esposa, Terezinha, que respiram essa realidade desde que nasceram. Ela, natural de Monte Belo, cidade vizinha, nasceu na fazenda e cresceu trabalhando para a terra e cuidando da vida que ali florescia. Hoje, cultiva sua horta e cuida dos animais com carinho, como aprendeu desde a infância. Eles vivem com uma autonomia que mais de 170 milhões de brasileiros sequer imaginam.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
Casa Principal do Sítio São João - por Catharina Morais


Enquanto muitos , moradores da “cidade grande”, temem as transformações do tempo e as exigências de um mundo moderno, ali, o silêncio esconde um outro tipo de vida. A conexão com a natureza e a noção do tempo, ditado pelo sol de cada dia, revelam uma existência que transcende o capitalismo voraz que domina as cidades e devastam os solos do Brasil.
Este agro não é Pop. Ele é Minas, é orgânico. Carlinho, com a pele marcada pelo sol e pelo trabalho árduo que faz desde os 13 anos, caminha entre os cafezais, mostrando suas conquistas. Plantas com 30, 40, até 50 anos de idade. Tradição que é herança de seu pai João, que antes vendia leite, mas se dedicou à colheita de café, transmitindo a cultura ao filho. 
 

Sítio São João- por Catharina Morais
    Paisagem e uma das casas do Sítio São João - por Catharina Morais

 

Hoje, com mais de 60 anos, Carlinho sente o peso do cansaço, mas seu amor pela roça permanece inabalável. A música 'Canção do Sal', de Milton Nascimento, preenche o ambiente de forma metafórica, marcando o ritmo de um trabalho que combina esforço físico e uma profunda entrega emocional: 'Trabalho o dia inteiro, pra vida de gente leve; Trabalhando o sal, é o amor, o suor que me sai'.
No Sítio São João, há silêncio, há céu preenchido por vida, há cheiro de mato e terra vermelha, há um mar verde que se estende à vista. A vida na roça segue como uma coreografia silenciosa: bois pedindo carinho enquanto ruminam sob o açude. Cada árvore de café, cada passo sobre a terra batida, carrega histórias que teimam em não ser esquecidas.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
               Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais

 

O Brasil urbano cresce em números, mas o Brasil rural, com suas chuvas, seus silêncios e seus personagens, continua vivo. Mesmo em meio à industrialização e à degradação do agro, o Sítio São João mantém sua resistência silenciosa. Ele é um microuniverso mineiro, onde a simplicidade das paisagens e a profundidade dos silêncios escondem uma complexidade que o tempo não pode apagar. Afinal, enquanto houver chuva que cai, haverá vida. E enquanto houver vida, o Sítio São João continuará a ser o lar das histórias que persistem na memória da roça.

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
                Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais


 

Pinturas, Esculturas, Cerâmica e outros segmentos artísticos compõem Feira que acontece aos domingos em frente ao Parque Trianon
por
Ana Julia Bertolaccini
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26/04/2024 - 12h

A Feira de Arte, Artesanato e Cultura acontece todo domingo das 09:00 às 17:00 na Avenida Paulista, em frente ao Parque Siqueira Campos, conhecido como Parque Trianon. Cerca de 126 expositores se dividem entre as Artes Plásticas, o Artesanato, a Gastronomia e a Floricultura.

 

Os artistas e artesãos que apresentam, vendem e produzem seus trabalhos não se limitam ao local da feira. Composições feitas de crochê, acrílico, material reciclável e muitos outros elementos podem ser encontradas ao longo da Avenida, nas calçadas e na rua, que é restrita para a circulação de automóveis aos domingos das 09:00 às 16:00.

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(Santinhos de cerâmica sendo esculpidos pelas mãos de uma artesã/foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Esculturas de cerâmica finalizadas e expostas na Avenida Paulista/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Neide e suas esculturas e itens feitos em acrílico, expostos na feira do Trianon/ Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Cláudia e sua barraca de artesanato sustentável, feito com garrafas pet, cápsulas de café e latas de alumínio/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Item de decoração feito de garrafa pet e lacre de latinha/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Everson na produção de suas esculturas feitas com Fibra de Vidro/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Esculturas de Girafas feitas com fibra de vidro/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Pinturas sobre tela expostas na Avenida/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Xohã, Artista Indígena Pataxó/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Arte indígena exposta na Avenida Paulista/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Feira de antiguidades do Masp/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Zilda e seus bonecos feitos de crochê/Foto: Ana Julia Bertolaccini)

 

Conheça a Catedral da Sé, sede da Igreja Católica em São Paulo que atravessa gerações da metrópole
por
Khauan Wood
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26/04/2024 - 12h

Tendo a sua construção iniciada em 1598 e finalizada em uma 1612, a igreja do estilo gótico francês nasceu ainda na Vila de São Paulo do Campo. Em 1740, mais de 100 anos depois da sua criação, a pequena vila tornou-se uma cidade, com isso a então Igreja Matriz tornou-se sede Episcopal.

Por conta de sua deterioração ao longo do tempo, a antiga igreja foi demolida em 1912 e reconstruída pelo então Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva. O projeto realizado por Maximilian Hehl teve suas obras finalizadas apenas no ano de 1954, mais de 30 anos depois; o atraso ocorreu pela falta de verba e a dificuldade de importação de materiais devido as duas grandes guerras ocorridas nesse período. 

Já nos anos 2000, a igreja foi revitalizada e modernizada, ganhando elevadores, mais acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PCDs), novos banheiros e sistemas de som e luzes, restauração do sistema elétrico e de encanamento, além de um sistema de prevenção de combate a incêndios. A catedral está localizada em frente ao Marco Zero da capital paulista e tem fácil acesso através da estação Sé do Metrô.

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Fachada da Catedral da Sé, construída com arquitetura gótica - Foto: Khauan Wood
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Entrada da Catedral da Sé, com representação de Jesus Cristo na cruz - Foto: Khauan Wood
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O seu exterior possui diversas estátuas com representação de Santos da Igreja Católica - Foto: Khauan Wood
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A igreja é rodeada por vitrais com representações bíblicas, alguns nacionais produzidos pela Casa Conrado e outros europeus - Foto: Khauan Wood
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São Paulo é Patrono da Arquidiocese e Padroeiro da Catedral -  Foto: Khauan Wood
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As missas são realizadas de segunda a sábado 12h e aos domingos em três horários: 09h, 11h e 16h - Foto: Khauan Wood
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A sua iluminação é baixa, dando conforto para os fiéis estarem em conexão com sua fé - Foto: Khauan Wood
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Os mosaicos da Catedral foram confeccionados com matérias-primas vindas da Itália - Foto: Khauan Wood
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O espaço é aberto para a visitação do público todos os dias das 08h às 18h - Foto: Khauan Wood

 

Templo Zu Lai, em Cotia, é um destino para quem quer conhecer budismo na região metropolitana de São Paulo
por
Henrique Silva Rodrigues
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26/04/2024 - 12h

Sendo o maior templo budista da América Latina, o templo Zu Lai é um dos poucos lugares no qual podemos entrar em contato com essa religião, que, apesar de ser muito presente na Ásia, é muito pouco aderida em nossa região.

O templo é aberto de 3ª a 6ª feira das 12h às 17h e aos sábados, domingos e feriados das 9h30 às 17h. Aos sábados acontecem meditações às 11h e minipalestras às 14h, nos domingos acontecem cerimônias às 10h. A entrada e o estacionamento são sempre gratuitos.

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Sendo o pilar principal da religião, Buda é representado em todo o espaço através de, principalmente, estátuas.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Sua cultura rica e milenar está presente em cada canto do recinto.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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A estética oriental está presente em qualquer direção para a qual você olhe.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Paz e tranquilidade reinam soberanos nos limites do templo.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Diversos eventos ocorrem ao longo do ano e, por vezes, são realizadas em seu espaçoso pátio.
​​​​Autor: ​​​Henrique Silva Rodrigues
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Mesmo que completamente imóveis, as estátuas trazem vida ao local.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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O templo foi fundado pelo Venerável Mestre Hsing Yün após sua visita ao Brasil em 1992.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Algumas atividades, como ascender um incenso para colocar no grande incensário ou escrever seus desejos e pendurar em uma árvore de bambu, podem ser realizadas próximas ao salão principal.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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O lago Zu Lai permite-nos observar carpas e algumas tartarugas enquanto se respira ar puro e leve.
Autor: Henrique Silva Rodrigues
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Além da arquitetura oriental, o enorme jardim proporciona um passeio com abundância de natureza.
Autor: Henrique Silva Rodrigues

 

Conjunto de ruas fechadas é cheio de histórias e resiste ao entorno de prédios modernos
por
Vitor Nhoatto
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26/04/2024 - 12h

Em uma estreita viela de paralelepípedo, um portão verde de pouco mais de dois metros de altura anuncia: Vizinhança Solidária. As grades podem intimidar, mas ao se aproximar, uma simplicidade colorida irradia.  No centro do bairro de Perdizes em São Paulo, o meio quarteirão formado por duas ruas resiste a verticalização e encanta com sua calmaria, destoante da ideia de cidade grande.

Com nome de antropólogo, Curt Nimuendaju é a porta de entrada para a dezena de sobrados do local. Maria Dolores, moradora há 50 anos na rua é um exemplo do alegre ambiente, marcado por cores e vegetação. Mais adiante temos a rua Manuel Gonçalves Foz, onde a jornada histórica continua. De dentro das grades a atmosfera é outra, confirmando que a organização do local não é uma forma de exclusão ou intimidação, mas de proteção do delicado ecossistema construído, ameaçado pelos empreendimentos ao seu redor.

Segundo levantamento realizado pelo instituto de pesquisas e inovação da Lello Condomínios, Data Lello, São Paulo entregará em 2024 cerca de 150 mil novos apartamentos, e Perdizes está entre as regiões com maior concentração deles. De dentro do subterfúgio mesmo, o olhar cruza com as entranhas de torres que tiram um pouco da luz natural do local, mas sem apagar o seu brilho. Ali se preserva a memória afetiva de pessoas e as várias histórias das distintas paredes, longe dos olhos daqueles que não conseguem ver além da jaula.

 

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A cada passo dado rua abaixo, novos detalhes se revelam, entregando a energia calorosa do ambiente - Foto: Vitor Nhoatto

 

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Todas cuidadas pelos moradores, áreas verdes cercam as duas ruas - Foto: Vitor Nhoatto

 

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Além das cores vibrantes das moradias e aparatos, elementos culturais chamam a atenção na Rua Manuel Gonçalves Foz - Foto: Vitor Nhoatto

 

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Mais adiante, vegetação e construcões proporcionam uma pausa dos barulhos da cidade, e abraçam quem ali passar ao passo que amenizam o clima na região - Foto: Vitor Nhoatto

 

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Ambiente é delicadamente decorado em todo o percurso, fazendo de seus muros, telas -  Foto: Vitor Nhoatto

 

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Fachadas dos sobrados remontam um estilo de vida em desuso, com portões baixos e arquitetura característica - Foto: Vitor Nhoatto

 

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Lar de histórias para além de pessoas e animais, ruas no centro de Perdizes parecem se encolher em meio aos prédios construídos, e os que estão por vir - Foto: Vitor Nhoatto

 

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De acesso restrito, Rua Curt Nimuendaju é frequentada apenas por veículos de seus moradores, mas aberta a quem quiser entrar a pé - Foto: Vitor Nhoatto

 

Localizada na região metropolitana, Paranapiacaba é inspirada na arquitetura da Inglaterra do século XIX
por
Mayara Pereira
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26/04/2024 - 12h

Paranapiacaba foi construída no século XIX, inicialmente para moradia de funcionários que trabalhavam na ferrovia de Santos, hoje cidade turística com muita cultura, gastronomia, eventos e muito mais. 

Rodeada pela mata atlântica, a vila permite experiência direta com a natureza. Localizada no Alto da Serra do Mar, a cidade possui arquitetura histórica preservada e é coberta por neblina na maior parte do ano, deixando o aspecto sombrio e alimentando lendas sobre sua aparição. 

 

Patrimônio preservado 

A ponte que conecta a cidade alta e a baixa, o relógio inspirado no big ben, e a ferroviária são patrimônios culturais do lugar. Criada em pontos estratégicos, foi utilizada para o transporte de café, na época maior atividade econômica do Brasil. É a primeira ferrovia de São Paulo. Hoje é o maior museu funicular do país. 

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Placa em madeira no fim da rua de Paranapiacaba. Distância de lugares em km. Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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Casa comum com arquitetura Inglesa do século XIX Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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atelier arte pau d'arco no fim da rua- Artesanatos e projetos sustentáveis. Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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Antiga estação ferroviária da cidade Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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Vista esquerda do galpão- Neblina densa. Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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Trilho do trem desativado Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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Vista direita do galpão. Foto: Mayara Pereira/AGEMT
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Túnel - linha de trem desativada - Foto: Mayara Pereira/AGEMT