Professora de Ciências Sociais aponta a polarização intensificada como motivo da última eleição brasileira ter sido a mais acirrada da história
por
Pedro Rossetti
Gabriel Ferro
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18/09/2023 - 12h

As eleições no Brasil são, muitas vezes, um espetáculo de intensidade política e competição acirrada. Em 2022, a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro pela Presidência da República se tornou a mais parelha e toda história democrática brasileira, com menos de dois pontos percentuais de votos, onde o candidato do PT foi eleito com 50,90% contra 49,10% do então presidente, com 99,96% das urnas apuradas em todo o país.

Desde a redemocratização em 1988, apenas 6 eleições haviam chegado ao segundo turno, sendo a primeira de 1989 e as últimas cinco que vão de 2002 até 2018. Analisando a diferença entre os percentuais dos candidatos é possível ver que não há muita discrepância entre eles, porém, cada vez mais, o país passou a se dividir e formar disputas muito acirradas pelo cargo de poder mais alto do país.

Lula e Bolsonaro em debate durante as eleições de 2022. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Lula e Bolsonaro em debate durante as eleições de 2022. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entendermos como o Brasil passou a separar se em partidos políticos, Rose Segurado, Professora de Ciências Sociais da PUC-SP, compartilhou em entrevista com a Agemt, alguns insights valiosos sobre os fatores que alimentam essa disputa eleitoral apaixonante, destacando o peso do poder econômico, a influência das elites políticas e os desafios inerentes a um sistema político diversificado.

Conforme Segurado afirma, “A influência das eleições depende do contexto e da conjuntura política do momento, variando ao longo do período eleitoral. No entanto, um fator crucial que sempre se destaca é o poder econômico. Os interesses do capital e das elites políticas estão constantemente presentes e influenciam os resultados à medida que financiam e investem em candidatos alinhados com seus projetos políticos.”. É inegável que o poder econômico desempenha um papel significativo nas eleições, conferindo vantagens consideráveis a candidatos apoiados financeiramente pelas elites. Esta influência não apenas molda a agenda política, mas também exerce impacto nas escolhas dos eleitores.

Outro ponto de destaque feito pela especialista é a complexa paisagem partidária do Brasil: “Atualmente, contamos com uma miríade de partidos políticos, chegando a cerca de 35. Muitos destes partidos têm abordagens fisiológicas, priorizando a manutenção de determinados grupos no poder ou servindo como apoio, especialmente os chamados ‘partidos nanicos’,” A fragmentação do sistema político brasileiro pode tornar a escolha dos eleitores uma tarefa desafiadora, já que muitos partidos têm agendas pouco claras e frequentemente buscam alianças com as principais forças políticas em busca de poder e recursos. O resultado é uma falta de clareza sobre as opções disponíveis.

A professora enfatiza que embora haja evoluções ao longo do tempo, as raízes dos desafios eleitorais persistem. Ela destaca, com urgência, a necessidade de uma reforma política abrangente no Brasil para abordar essas questões estruturais, porém existe um empecilho: “Claro que nós temos mudanças ao longo do tempo, mas não muda substancialmente, a raiz das questões continua as mesmas. É muito difícil fazer uma reforma política radical, porque quem vota por essa reforma são os próprios parlamentares, então, evidentemente, como eles querem a perpetuação de um dado jogo político, eles não têm interesses em mudanças que sejam mais substanciais.”

            Por fim, uma questão que tem sido pauta em diversas áreas na atualidade é o avanço tecnológico e principalmente, as redes sociais. Não é apenas no Brasil que as eleições passaram a ter uma divisão muito grande de opinião popular, Estados Unidos, Angola e Israel, por exemplo, tiveram suas últimas eleições marcadas pelos detalhes nos números de votos, que se tornaram as mais acirradas de suas histórias democráticas.

Rose buscou destacar essa influência da internet na última eleição, especialmente destacando a propagação de Fake News, “Pela influência das redes sociais, as campanhas se tornam mais pulverizadas e com usos tecnológicos, algorítmicos e muito dinheiro, financiam algumas candidaturas ou distribuem fake news e desinformação pelas redes para afetar adversários políticos dessa tal candidatura. Isso vem contaminando muito o processo eleitoral, sobretudo nos últimos anos e as pessoas acabam escolhendo muitas vezes um candidato ou partido com base em um conjunto de mentiras e informações que não tem base nos fatos, então, esse é um problema muito grande para a democracia representativa na atualidade”. Além disso, completa com a questão da falsa sensação de ligação entre o candidato e seus eleitores, “A gente pensa que as redes podem garantir uma comunicação direta com o candidato, e essa é uma sensação falsa obviamente, candidatos têm uma equipe para promover essa interação e fazer com que o eleitor sinta que o candidato está falando diretamente com ele, sem nenhum tipo de mediação”.

Em resumo, as eleições no Brasil são constantemente disputadas devido a uma série de fatores complexos. A influência do poder econômico, a fragmentação do sistema político, a necessidade de reforma política e a crescente influência das redes sociais e da tecnologia são elementos que contribuem para a intensidade desse processo democrático. A compreensão desses desafios é essencial para fortalecer a democracia e buscar soluções que promovam eleições mais transparentes e representativas.

 

Esta reportagem foi produzida como atividade extensionista do curso de Jornalismo da PUC-SP.

 

Em seu próximo governo, "centrão" será peça fundamental
por
Antônio Bandeira de Melo
Gustavo Manfio
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18/11/2022 - 12h

No dia 30 de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, Partido dos Trabalhadores (PT), foi, pela terceira vez, eleito presidente do Brasil. Com 50,9% dos votos válidos, Lula derrotou Jair Bolsonaro, Partido Liberal (PL), no 2° turno mais apertado da história. Pouco mais de 2,1 milhões de votos separaram os dois candidatos. Lula já havia ocupado o cargo duas vezes, sendo a autoridade máxima do Poder Executivo entre 2003 e 2011. Mas, este seu terceiro mandato tem uma grande diferença para os anteriores: a base de apoio ao presidente parece enfraquecida. Nos últimos anos, com a polaridade da política brasileira o antipetismo se fez forte, o que levou ao crescimento da extrema direita no Brasil. Dessa vez Lula enfrentará maiores desafios para sua governabilidade.

Oswaldo Amaral, cientista político e professor da UNICAMP, explica que a pouca diferença entre os candidatos ocorreu por dois fatores. O primeiro é uma corrida eleitoral injusta. “Muitas das regras eleitorais foram violadas ou burladas, especialmente no que se toca a gastos. Foram mais de 50 bilhões de reais gastos em poucos meses, com clara finalidade eleitoral. Então isso fez com que, mesmo com a mal avaliação do governo Bolsonaro na maior parte do tempo, as eleições fossem equilibradas. A quantidade de recursos despejadas na economia fez o atual presidente ser mais competitivo.” O segundo era o antipetismo, e o fato de serem dois concorrentes com grande rejeição.

O Congresso Nacional é órgão constitucional que exerce as funções do poder legislativo. Ele é bicameral, então, é composto por duas casas: o Senado Federal, câmara alta, e a Câmara dos Deputados, câmara baixa. O Senado é integrado por 81 senadores que representam as 27 unidades federativas. Os mandatos são de 8 anos, então a cada 4 anos se renova um ou dois terços do Senado. Para exemplificar: em 2022, foram 27 senadores eleitos, um de cada unidade federativa, ou seja, um terço do Senado foi renovado. Nas próximas eleições serão dois terços. Ao todo, cada estado é representado por 3 senadores. Para 2023, os partidos políticos com mais eleitos são: PL (13), União (12), PSD (11), MDB (10) e PT (9).

Já na Câmara dos Deputados são 513 deputados federais que representam o povo. O número de deputados federais eleitos por estado leva em consideração o tamanho de sua população. Desse modo, o limite máximo por unidade federativa é de 70 deputados, caso de São Paulo, e o mínimo é 8, caso do Acre. Seus mandatos são de 4 anos, e em cada eleição se renova toda a Câmara Baixa. Se somarmos os partidos considerados de esquerda, que tendem a apoiar Lula, são 126 eleitos, sendo 68 do PT. Em contrapartida, o partido com maior número de representantes é o PL, de seu opositor, e atual presidente, Jair Bolsonaro, com 99 representantes. União Brasil (59), PP (47), PSD (42), MDB (42) e Republicanos (41) são os outros partidos com mais representantes. Os números mostram uma governabilidade difícil para o futuro chefe de poder.

Amaral cita algumas diferenças entre o futuro mandato de Luís Inácio e seu primeiro, em 2002. “A presidência da República está mais enfraquecida na sua relação com o Parlamento. Então, antes, o presidente tinha o poder de agenda maior, o que facilitava para ele a construção das coalisões para governar. Agora, com as mudanças que aconteceram durante o governo Bolsonaro, mudanças no regimento interno da Câmara, com alterações na forma de distribuição das emendas dos parlamentares, isso deu mais poder para o presidente da casa e os parlamentares. A construção das alianças e da coalisão pós-eleitoral, que torna possível a administração do governo fica mais difícil do que quando Lula assumiu pela primeira vez.”

Andréa Freitas, cientista política e professora da UNICAMP, aponta que os atores políticos mudaram significativamente do seu primeiro mandato para agora.  “Mudaram os partidos com as maiores bancadas, na época em que foi presidente pela primeira vez, as maiores bancadas eram do PT, PSDB, PFL e PMDB. E, agora vemos o surgimento de dois atores muito fortes o PL, mais a direita, e o União Brasil, antigo PFL, repaginado em uma fusão com o PSL. Tem também o PSD, do Kassab. Do ponto de vista dos partidos políticos a variável constante é o PT, à esquerda. Embora, o União Brasil venha do antigo PFL ele passou por muitas mudanças ao longo do tempo. Não dá para dizer que é a mesma coisa de 2003.”

Ela também explica que o Congresso não é muito diferente do qual o Lula governou pela primeira vez, quando se divide entre esquerda, direita e centro. “O PT tinha grande bancada, mas os partidos de esquerda não. Vale lembrar que em seu primeiro governo, o PSOL se separa do PT, então mesmo na esquerda tinha uma oposição. De forma geral, a divisão da casa se mantém, um quarto a direita, um quarto a esquerda e dois quartos para o centro.” A professora analisa que “a direita, o PL, e talvez outros pouco pequenos partidos fiquem a oposição. O resto dos partidos de centro, nessa ideia que se convencionou de ‘centrão’, já tem declarado apoio ao Lula e a intenção de fazer parte da coalisão. No primeiro governo ele tinha oposição muito forte no PSDB e no PFL que tinham duas grandes bancadas e faziam a oposição de forma sistemática. Hoje, o União Brasil, novo PFL, com as mudanças das características, já declarou a intensão de formar coalisão com o governo. E, o PSDB declarou que pode votar favoravelmente as medidas de Lula se isso se alinhar com as preferências do partido. Então existe uma coalisão pré-montada em termos de intenções, que, claro, vai depender das negociações da composição dos gabinetes dos ministérios. Como o Lula vai distribuir os ministérios entre esses partidos vai decidir se eles vão ‘jogar juntos’ ao longo do governo.”

Em termos de formação da coalisão Freitas explica que Lula deve negociar com o mesmo número de partidos. “Além dos partidos de esquerda e da federação que ele faz parte, alguma coisa entre 7 ou 8 partidos para formar a coalisão de governo”.

Diante do cenário conturbado e da grande polarização política, Lula deu início às estratégias muito antes de seu mandato começar. Participando das eleições desde 1989 e de volta à concorrência presidencial, o candidato do PT formou a maior coligação de sua carreira política e das eleições de 2022. A aliança juntou 9 partidos políticos: PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, Solidariedade, Avante, Agir e PSB, partido do vice Geraldo Alckimin, o adversário principal de Lula na eleição de 2006. Além disso, para o 2º turno teve o apoio oficial dos dois principais concorrentes que ficaram pelo caminho, Simone Tebet (MDB), terceiro lugar em votos, que participou de sua campanha, e Ciro Gomes (PDT), quarto lugar em votos, que acompanhou a decisão do seu partido.

Nas eleições do segundo turno, as 27 unidades federativas se dividiram em 13 vitorias para o candidato do PT, e 14 para Bolsonaro, mesmo Lula tendo ganhado em votos absolutos, sendo que o único local onde teve alteração no resultado do primeiro para o segundo turno foi o Amapá, onde na primeira disputa Lula venceu, mas na segunda Bolsonaro saiu vencedor. Dentro dos locais onde o eleito presidente ganhou, fica muito claro sua soberania no nordeste, mas também fica a insatisfação do centro-oeste, sul e sudeste, que mostraram a preferência pelo atual presidente. Algo já tradicional, segundo a professora.

Entretanto, para Freitas, o fato de ele não ter ido bem nessas regiões não implica em menos apoio no legislativo federal. Para ela, “a preocupação é com os governadores. Mas, como estados e municípios são muito dependentes do governo federal em recursos financeiros, não deve haver uma oposição muito forte. Não no sentido que eles vão se alinhar, ou defender as propostas encabeçadas pelo presidente, mas no sentido que eles não devem ser uma oposição quando o assunto não implicar em temas caros para os próprios estados. Os governos estaduais não devem implicar na redução nas taxas de sucesso ou na capacidade de governar do Lula, pensando na relação entre executivo e legislativo. A coalisão entre os líderes partidários é mais importante.”

“A luta pelas mudanças climáticas é indissociável da luta contra a pobreza”.
por
Francisco Barreto
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17/11/2022 - 12h

 

futuro presidente discursando
Lula faz pronunciamento na COP 27 (imagem reprodução)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silvia, nesta quarta-feira, (16) discursou na 27.ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (COP 27) em Sharm El Sheikh, Egito. As declarações do próximo líder brasileiro expressaram as intenções do futuro governo: em relação às mudanças climáticas; ao modelo de produção agropecuário do país; e ao desejo de mudança das posições diplomáticas brasileiras.

A conferência ocorrida na parte da tarde com Lula foi marcada por um enorme entusiasmo das alas favoráveis ao político, como por boa parcela dos estrangeiros aqui presentes e pela imprensa. Entrar na conferência foi um esforço homérico visto a enorme multidão que se aglomerava na entrada do pavilhão. O clima esquentou quando a maioria do público, não jornalista foi barrado de entrar. A organização precária dos dirigentes da conferência decidira realizar o evento em um salão pequeno com apenas uma entrada; desta maneira, jornalistas e curiosos disputaram palmo a palmo o estreito acesso ao salão.

Lula abriu seu discurso com agradecimentos ao convite do governo egípcio e, em seguida prometeu o retorno da participação efetiva do Brasil aos assuntos de preservação ecológica e controle climático. Teceu críticas a guerra na Ucrânia e afirmou que a fortuna investida no conflito seria melhor empregada a favor do combate ao aquecimento global.

tumulto entre a imprensa e curiosos na entrada do pavilhão onde Lula discursou
Insatisfação generalizada entre o publico impedido de entrar no saguão onde o pronunciamento ocorria (imagem autoral)

O ex-presidente salientou a situação alarmante de fome no mundo e pressionou os líderes presentes de países desenvolvidos a cumprirem suas promessas feitas no passado para que as nações menos favorecidas possam enfrentar as consequências das mudanças climáticas provocadas por suas ações.

O político também aproveitou os holofotes para alfinetar o governo atual taxando-os de negacionistas climáticos. E se comprometeu a abandonar a postura diplomática isolacionista adotada pelo o atual chefe de Estado.

“Entre 2004 e 2012 reduzimos a taxa de devastação amazônica em 83%, ao mesmo tempo, o PIB agropecuário cresceu 75%”, reforçando a disposição do estadista em apaziguar os setores do agronegócio.

Em seguida foi prometido reforçar os laços com países latino-americanos e caribenhos através da realização da cúpula dos países membros do Tratado de Integração e Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CALC), respeitando a soberania dos membros signatários. Também firmou que irá retomar o compartilhamento de tecnologia e de desenvolvimento com os países africanos aliados e combaterá a fome ao nível nacional e internacional.

“Ninguém está a salvo” disse o ex-presidente, explicitando a seca recorde no território nacional e os ciclones nos EUA. “Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde, entre 2030 e 2050 o aquecimento global poderá matar 250 mil pessoas por ano”.

Prosseguindo o discurso, Lula reafirmou a desigualdade climática que existe no planeta: “O 1% mais rico do mundo emite 70 mil toneladas per capita de CO₂ por ano, enquanto os 50% mais pobres emitem cerca de uma tonelada, segundo dados disponibilizados na COP 26.” Continuando no mesmo tema, Luís Inácio alega que: “A luta pelas mudanças climáticas é indissociável da luta contra a pobreza”.

Lula reafirma a importância da Amazônia e se compromete a lutar contra o desmatamento em seu governo: “A população Amazonense e os povos originários possuirão papel chave nesta empreitada”. O político demonstrou seu interesse em reativar o Fundo Amazônia sem abrir mão da soberania nacional. Fez questão de expressar seu desejo de que a COP 30, que ocorrerá em 2025, seja realizada em solo Amazonense.

O líder petista prometeu expandir as matrizes energéticas verdes. Além de afirmar que, em seu governo, pretende ampliar a produção agropecuária sustentável com sequestro de carbono, reafirmando que o setor do agronegócio é um importante aliado estratégico.

Foi endossada a continuidade do Acordo das Florestas entre os governos do Brasil, Indonésia e Congo firmados na primeira semana da COP 27.

Lula criticou, também, o atual funcionamento das Nações Unidas (ONU); e que a enfatizando que a organização reflete, de forma antiquada, o cenário político da Segunda Guerra Mundial, em que poucos Estados possuem relevância. Prosseguindo, redirecionou as críticas ao modo de funcionamento da Cúpula de segurança da ONU, especificamente para a política de veto, exigindo uma participação democrática e igualitária de todos os continentes nas Nações Unidas.

A manifestação foi convocada por grupos de extrema direita nas redes sociais, pede intervenção e nega resultado das urnas
por
Artur dos Santos
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02/11/2022 - 12h

Apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu as eleições no último domingo (30), convocaram manifestações em diversos quartéis militares no país para pedir intervenção militar, intervenção federal e a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal nesta quarta-feira (2). Em São Paulo, a maior concentração foi no região do Monumento dos Bandeirantes e do Quartel General do Exército.

Desde segunda-feira (31) mensagens circulavam em grupos do Telegram convocando a presença de apoiadores na frente dos quartéis de todos os estados para que pedissem Intervenção Militar. As manifestações ocorrem em cidades de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, entre outros estados. 

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Foto encaminhada em grupos do Telegram

As manifestações conversam diretamente com os bloqueios a estradas de diferentes estados do país - que nos últimos dias foram dispersados pela Polícia Federal e por torcidas organizadas - que também discordam dos resultados das eleições.

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"Eu, particularmente, peço Intervenção Federal", diz manifestante à AGEMT
Foto: Artur dos Santos

Em entrevista à AGEMT, um manifestante afirmou que “a grande maioria não concorda com o resultado das urnas”. Segundo ele, haveria urnas que apenas computaram 200 votos durante todo o período de votação, além de cidades com 30 mil habitantes que registraram 70 mil votos. Ambas as afirmações foram desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Placa com os dizeres:"Houve fraude nas urnas, queremos o exército art. 142 (sic)"
Foto: Artur dos Santos
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Foto: Artur dos Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para outro manifestante, esse vestido com roupas camufladas, o Brasil teria chegado em um limite: “chegamos em um limite do Brasil virar um país comunista”. Ainda diz, em meio a estouros de fogos de artifício, que “ninguém aceita um ladrão no poder, então a gente quer todo mundo na cadeia. Todo mundo que tem culpa no cartório que fosse preso”. 

Quanto ao pronunciamento de Jair Bolsonaro feito na terça-feira (1), disse ter sido perfeito: “ele falou o que tinha que falar, quem quiser entender que entendeu. Ele tem as cartas na manga”. Durante a manifestação, a reportagem presenciou uma manifestante perguntando para um policial militar se ele estaria “do nosso lado”; a isso, o policial em questão respondeu que sim. 

 

Presidente diz que manifestações pacíficas são bem vindas e que últimas movimentações são fruto de indignação e sentimento de injustiça
por
Artur dos Santos
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01/11/2022 - 12h

Jair Messias Bolsonaro (PL) realizou nesta terça feira (1) em Brasília seu primeiro pronunciamento após derrota no segundo turno para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seu breve discurso, o atual presidente menciona “manifestações populares” e as associa com “sentimento de indignação e injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Também defendeu que os métodos dessas manifestações, que desde domingo (30) bloqueiam as estradas de 25 estados do país impedindo a circulação de remédios, alimentos e pessoas e questionam os resultados das eleições, “não podem ser os métodos da esquerda”. Segundo Bolsonaro, esses métodos “sempre prejudicaram a população”. O atual presidente também mencionou o surgimento da direita no país com os resultados das eleições para o senado e para a câmara, além de afirmar que nunca foi antidemocrático durante seu mandato. 

 

Em parceria com uma série de organizações civis, Site de notícias focada no setor legislativo abre plataforma de transparência
por
Tomás Furtado dos Santos
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04/09/2022 - 12h

O Congresso em Foco, site de jornalismo independente focado nos detalhes do congresso nacional Brasileiro publicou uma matéria buscando revelar as dificuldades de encontrar candidatos que genuinamente tem um foco importante nas questões ambientalistas e causas sociais, tentando diferenciar quando essas bandeiras são levadas a série e quando são apenas uma coletânea de refrões para atrair eleitores.

Com o início da campanha legislativa dia 16 de Agosto e mais de 10 mil candidatos tendo que disputar os 45 dias antes da eleição resulta em um espaço muito competitivo, que dificulta a pesquisa para representativos de ideais mais progressivos.

O primeiro semestre de 2022 foi marcado pela apresentação de projetos de lei prejudiciais a às pautas de clima e sócio-ambientais, permitindo aberturas que favorecem a fragilização do licenciamento ambiental, a premiação de grileiros, a promoção do uso de agrotóxicos, a redução de áreas protegidas, a fragilização de normas de proteção das unidades de conservação e o Código Florestal.

No máximo, apenas 1/3 dos parlamentares podem ser considerados aliados ou simpatizantes das causas climáticas e sócio-ambientais por meio de sua participação na câmara e no senado por meio de seu histórico de votação.

Em uma tentativa de aumentar esse percentual, deram se início a um processo de coalizão na criação do painel farol verde, juntando 26 organizações e redes da sociedade civil com o intuito de facilitar a pesquisa do vereador baseado em sua colaboração para pautas de teor ambientalista.

Usando o índice de convergência ambiental como referência, uma coletânea de pautas que permitem ver o histórico de voto de todos os candidatos à reeleição no congresso nacional, também apresentando de projetos de Lei oferecidos por esses representantes, de pauta aderente aos princípios favoráveis à conservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável do Brasil e suas populações marginalizadas. 

O painel Farol verde também aceita o perfil de novos candidatos que desejam participar da corrida eleitoral, podendo se inscrever no projeto e inserir seus dados no banco de pesquisa após a participação de um questionário indicando o posicionamento do candidato em relação às pautas referentes ao índice de convergência ambiental.

Semana que antecede a comemoração do Bicentenário da Independência é marcada por reação de Chile a calúnias e novo resultado DataFolha
por
Artur dos Santos
Fernanda Querne
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03/09/2022 - 12h

A semana que antecedeu o ato do Bicentenário da Independência, utilizado pela campanha de Bolsonaro como manobra de marketing e de engajamento do eleitorado, assim como demonstração de mobilização de forças, foi marcada pelo novo escândalo imobiliário da família do presidente. 

 

Como explicita a reportagem publicada pelo UOL, a família do candidato à reeleição pelo Partido Liberal (PL) comprou, nos últimos 32 anos, 107 imóveis - dos quais 51 foram total ou parcialmente adquiridos em dinheiro vivo. Ao todo, foram investidos R$13,5 milhões em espécie.

 

Como resposta, Bolsonaro acabou alterando seu discurso em relação a compras de imóveis feita com dinheiro vivo e relativizou afirmando que vários destes haviam sido comprados pelo seu ex-cunhado (nome associado a apenas 8 das referidas compras).

 

O atual presidente da República também concedeu à rede Jovem Pan uma entrevista exclusiva na qual afirmou ter visitado as obras da ponte nas fronteira do Paraguai. Segundo o mandatário há a possibilidade dos dois países utilizarem em conjunto o Lago de Itaipu para a piscicultura.

 

Na entrevista, Bolsonaro também foi questionado quanto ao último levantamento das pesquisas feito pelo Paraná Pesquisas, a qual apresenta um empate técnico entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (respectivamente com 37,1% e 41,3%), e responde que o público apresenta uma “aceitação excepcional ao nosso mandato”. O presidente atribui essa aceitação com as diminuições no preço dos combustíveis e ao índice de desemprego: “só tem notícia boa”.

 

Embora o Brasil tenha voltado ao mapa da fome e venha passando por momentos de insegurança democrática com os recentes ataques e condutas golpistas do atual presidente, Bolsonaro afirma que “você tem que comparar o Brasil com o mundo; o Brasil tá muito melhor do que qualquer outro país do mundo”.

 

Menciona também a mentira sobre a criação do Pix - na qual alega ter criado esse meio de pagamento - e o como essa medida afetou o setor bancário, que já afirmou não ter sido abalado por ela.

 

Nesta segunda-feira (29), repercutiu a fala de Jair Bolsonaro contra a jornalista Vera Magalhães durante o debate da Band. O candidato do Partido Liberal (PL) alegou que a repórter era a “vergonha do jornalismo” por abordar as questões polêmicas das vacinas contra COVID-19 - esnobadas pelo presidente atual. 

 

Seguindo o seu dia no Palácio do Planalto, Bolsonaro convidou defensores da educação do homeschooling - educação domiciliar. Logo, encontrou oito embaixadores. 

 

Já na terça-feira (30), amedrontados com a grande rejeição de Bolsonaro, seguranças do candidato temem envenenamento por sanduíches em debates. Em Brasília, um grupo bolsonarista banca outdoors em prol de ato golpista na próxima semana - 7 de Setembro. 

 

Nesta quarta-feira (31), atacado no último debate pelo candidato do PL, o presidente do Chile - Gabriel Boric - insinuou como a América Latina deve se unir perante um suposto golpe na próxima quarta-feira do Bolsonarismo. 

 

Na quinta-feira (1), o último resultado da pesquisa DataFolha saiu. Lula perdeu a soberania do primeiro turno, logo abrindo um caminho para Bolsonaro participar do segundo.  Porém, Bolsonaro lidera como o candidato com a maior rejeição do eleitorado. 

 

Já na sexta-feira (2) , Bolsonaro reagiu à tentativa de homicídio do Fernando Andrés Sabag Montiel, 35, contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Com um tom de obrigação, mencionou que já mandou uma notinha e que lamenta o ocorrido. O candidato do PL relembrou a facada de 2018 e constatou como o agressor não sabia mexer com a arma.

 

Enquanto os dois ponteiros continuam no mesmo patamar, Simone Tebet e Ciro Gomes crescem na primeira pesquisa pós-debate
por
Henrique Alexandre
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02/09/2022 - 12h

A nova rodada da pesquisa Datafolha, contratada pela TV Globo, divulgada nesta quinta-feira (01), mostra que o ex-presidente Lula (PT) se mantém na liderança isolada para a disputa do Palácio do Planalto. O petista aparece com 45% das intenções de voto, ante 32% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma diferença de 13%.

Embora o candidato do PT siga na dianteira, a sua porcentagem de votos diminuiu 2% quando comparada a pesquisa anterior de 18 de agosto

No cenário atual, Lula não venceria o pleito no primeiro turno. Segundo o DataFolha, o petista tem 48% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos.

A descida de Lula já era esperada pela campanha do petista, pois o candidato vem sofrendo ataques de três adversários ao mesmo tempo e sobre o mesmo tema, que é a corrupção. Embora já fosse esperado, o sinal de alerta está ligado no Partido dos Trabalhadores.

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Não tão bom, nem tão ruim. Esse é sentimento de Lula com a nova pesquisa DataFolha


A pesquisa só não foi pior para Lula, pois Jair Bolsonaro não se movimentou. Ao que tudo indica, a margem de crescimento do atual presidente acabou. Bolsonaro tem 32% das intenções de votos no primeiro turno.

 

  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 45% (na pesquisa anterior, de 18/8, estava com 47%)
  • Jair Bolsonaro (PL): 32% (32% na pesquisa anterior)
  • Ciro Gomes (PDT): 9% (7% na pesquisa anterior)
  • Simone Tebet (MDB): 5% (2% na pesquisa anterior)


Para o candidato à reeleição, o cenário de estabilidade não é nada bom. Isso porque o presidente gastou bilhões de reais em benefícios sociais que colocam em xeque o futuro do país para nada. Essa estratégia para reeleição há tempos daria certo, porém o desastre governamental de Bolsonaro foi tão grande que nem isso pode salvá-lo.


TERCEIRA VIA

Se os dois dianteiros tem pontos a lamentar, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tem algo para comemorar. O ex-ministro subiu dois pontos percentuais e agora tem 9% e a candidata do MBD tem 5%, um acréscimo de 3 pontos percentuais em comparação com a última pesquisa.


Ciro comemora, mas de maneira comedida o seu avanço. O bom desempenho do candidato do PDT no debate promovido pela Band, TV Cultura, portal UOL e Folha de São Paulo o fez crescer dentro da margem de erro, que pode ser enxergado como nada demais. O ex-ministro ainda está muito longe do 2° turno e faltam 30 dias para as eleições. Ou seja, pouco tempo para uma subindo exponencial.

Se de um lado Ciro Gomes comemora timidamente, Tebet celebra com mais força. Embora a candidata do MBD siga com a porcentagem abaixo dos dois dígitos, ela foi a única a subir acima da margem de erro. Isso é notável, pois o ótimo desempenho no debate da semana passada colocou Tebet em evidência.

Se a senadora manter o desempenho nos próximos debates, há margem de crescimento. Talvez não para ir ao segundo turno deste ano, mas sim para ser conhecida pelo público para o próximo pleito.

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Ciro Gomes e Simone Tebet são os candidatos que mais comemoram a nova pesquisa - reprodução TV Band


O Datafolha ouviu 5.734 pessoas em 285 municípios de terça (30) a esta quinta (01). O levantamento foi registrado no TSE sob o número BR00433/2022.

A nova pesquisa DataFolha para o governo de São Paulo mostra Fernando Haddad com 35% das intenções de votos, Tarcísio de Freitas tem 21% e Rodrigo Garcia 15%
por
Henrique Alexandre
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01/09/2022 - 12h

O Instituto DataFolha divulgou nesta quinta feira (01) mais uma pesquisa eleitoral para o governo de São Paulo.  Fernando Haddad (PT) mantém a liderança das intenções de votos com 35%, mas viu sua vantagem aos demais candidato cair em relação a última pesquisa do dia 18 de agosto. Tarcísio de Freitas aparece com 21%, um aumento de 5%, e Rodrigo Garcia tem 15%, antes eram 11%. 

  • Fernando Haddad (PT): 35% (na pesquisa anterior, de 18/8, estava com 38%)
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 21% (16% na pesquisa anterior)
  • Rodrigo Garcia(PSDB): 15% (11% na pesquisa anterior)

O cenário é preocupante para Fernando Haddad, pois sua vantagem confortável para Tarcísio de Freitas caiu acentuadamente. Se na pesquisa anterior a diferença era de 22%, na mais recente, despencou para 14%. O petista perdeu espaço nos seguintes segmentos: 

  • Nas faixas etárias de 25 a 34 anos (de 42% para 30%) e de 35 a 44 anos (de 40% para 31%)
  • Entre eleitores com escolaridade média (de 38% para 32%),
  • Entre os mais ricos, com renda superior a dez salários (de 41% para 30%)
  • No eleitorado que se declara de cor preta (de 48% para 39%).

A queda de Hadadd mostra que ainda há falhas no diálogo da esquerda com a população média. 

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Embora siga na dianteira das intenções de votos, Haddad viu sua vantagem cair em relação aos seus adversários - (Foto : Karime Xavier/Folhapress)

Já Tarcísio de Freitas vem surfando em uma crescente acentuada. O candidato de Jair Bolsonaro avançou em quem tem entre 25 e 34 anos (de 15% para 24%), entre quem tem escolaridade superior (de 18% para 26%) e na faixa de renda de 5 a 10 salários (de 23% para 35%). Além disso, o eleitorado de centro, que é tendência no estado de São Paulo, vem comprando as ideias de Tarcísio.

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O candidato de Bolsonaro em São Paulo está cada vez mais próximo do 2° turno -  (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Outro que subiu foi Rodrigo Garcia. Mas, mesmo que tenha melhorado seus índices, a situação do atual governador é delicada. Com o aumento de Tarcísio, a possibilidade de Garcia ir para o 2° turno é cada vez menor. O candidato do PSDB tenta manter a hegemonia do partido no estado paulista, mas esbarra na polarização que é vista nacionalmente sendo refletida em São Paulo. Há uma grande chance da dinastia PSDB acabar neste pleito de 2022.

 

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Embora tenha crescido, nova pesquisa DataFolha não tão animadora para Rodrigo Garcia - (Foto: Willian Moreira/Estadão Conteúdo)

SEGUNDO TURNO

 

A pesquisa DataFolha também mostra cenários de 2° turno para o governo de São Paulo. Em uma eventual disputa entre Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, o petista aparece com 51% das intenções de votos, contra 36% do candidato de Republicanos. Vale levar em consideração que a diferença diminuiu entre os dois candidatos para o segundo turno. Haddad em 18/08 estava com 53%, enquanto Tarcísio estava com 31%.

 

  • Fernando Haddad (PT): 51% (na pesquisa anterior, de 18/8, estava com 53%)
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 36% (31% na pesquisa anterior)
  • Brancos e nulos: 9% (12% na pesquisa anterior)
  • Não sabe: 3% (4% na pesquisa anterior)

 

Já em um cenário de 2° turno entre Fernando Haddad e Rodrigo Garcia, o candidato do PT segue na dianteira com 48% das intenções de votos, contra 38% do atual governador. A diferença também diminuiu em relação a última pesquisa, visto que Haddad estava com 51% e Garcia estava com 32%.

 

  • Fernando Haddad (PT): 48% (na pesquisa anterior, de 18/8, estava com 51%)
  • Rodrigo Garcia(PSDB): 38% (32% na pesquisa anterior)
  • Brancos e nulos: 11% (14% na pesquisa anterior)
  • Não sabe: 3% (4% na pesquisa anterior)

O DataFolha ouviu 1.808 pessoas entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro em 74 municípios paulistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-04954/2022.

A nova pesquisa IPEC também mostra Ciro Gomes com 7% e Simone Tebet com 3%
por
Henrique Alexandre
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01/09/2022 - 12h

A nova rodada da pesquisa IPEC, encomendada pela TV Globo, divulgada nesta segunda-feira (29), mostra que o ex-presidente Lula (PT) segue na liderança isolada para a disputa do Palácio do Planalto. O petista aparece com 44% das intenções de voto, ante 32% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).  

Em relação a pesquisa feita em 15 de agosto, não houve nenhuma alteração na porcentagem de intenção de votos dos dois candidatos. A pesquisa tentou mensurar qual o impacto da sabatina realizada no Jornal Nacional na semana passada. Ao que tudo indica, o cenário das eleições se mantém em estabilidade, o que é bom para Lula e ruim para Jair Bolsonaro. 

No cenário apresentado pelo IPEC, ainda há a possibilidade de Lula vencer o pleito no primeiro turno, mas está dentro do limite. Segundo o Instituto, o petista tem 50% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos. até o pleito no dia 02 de outubro, é possível que a possibilidade de vitória no primeiro turno não se concretize.

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O ex-presidente Lula é o maior beneficiado no cenário de estabilidade - reprodução: YouTube
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A nova pesquisa para o lado de Bolsonaro é preocupante. Um cenário de estabilidade é ruim para o atual presidente, pois evidencia que Bolsonaro não tem mais margem de crescimento e que seu discurso contra Lula e as medidas econômicas não colaram na população. Em que pese o desempenho regular do candidato do PL na sabatina do Jornal Nacional, integrantes do QG bolsonarista acreditavam em uma subida do presidente na pesquisa. Cada dia que passa, fica mais difícil a vida do atual presidente. 

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A nova pesquisa IPEC não é nada animadora para Bolsonaro - SERGIO LIMA | Crédito: AFP

Depois dos dois dianteiros, aparece Ciro Gomes (PDT) com 7% das intenções de votos. o ex-ministro oscilou um ponto para cima em comparação com a ultima pesquisa IPEC. Embora tenha acontecido um aumento, o cenário do pedetista segue complicado há quase 30 dias do primeiro turno. 

Simone Tebet (MDB) também subiu, agora tem 3% - eram 2% na pesquisa de 15 de agosto. A senadora segue no mesmo cenário de Ciro Gomes: há um crescimento, mas tímido e dentro da margem de erro.

2º turno

 

Em um cenário de 2° turno, Luiz Inácio Lula da Silva segue na dianteira com 50% das intenções de votos, contra 37% de Jair Bolsonaro. Em relação a pesquisa anterior, Lula oscilou 1 ponto para baixo, enquanto Jair Bolsonaro teve um aumento de 2%. Ambos dentro da margem de erro. 

  • Lula (PT): 50% 
  • Bolsonaro (PL): 37% 

Pesquisa espontânea

Na resposta espontânea, onde não são mostrados os nomes dos candidatos, os números de Lula e Bolsonaro estão próximos da estimulada. Lula tem 40%, enquanto Bolsonaro tem 31%, o que mostra uma forte certeza  de votos dos eleitores de ambos os candidatos. 

 

  • Lula (PT): 40% (41% na pesquisa anterior, em 15 de agosto)
  • Jair Bolsonaro (PL): 31% (30% na pesquisa anterior)
  • Ciro Gomes (PDT): 4% (3% na pesquisa anterior)
  • Simone Tebet (MDB): 2% (0% na pesquisa anterior)