A nova rodada da pesquisa IPEC divulgada nesta segunda-feira (20), mostra um cenário de estabilidade para a disputa eleitoral pelo Palácio do Planalto. O ex-presidente Lula (PT) segue na liderança isolada com 47%, subindo um ponto em comparação com a última pesquisa do dia 12 de setembro. Já o atual presidente Jair Bolsonaro, manteve o mesmo patamar da semana passada e tem 31%, segundo o instituto.
A nova pesquisa indica um cenário favorável para o ex-presidente Lula. Há 12 dias das eleições, o petista segue com uma quantidade alta de intenções de votos e tem a possibilidade de capturar votos uteis para confirmar a vitória no primeiro turno.
Já para Bolsonaro, o resultado na nova rodada péssimo, pois a cada dia que passa, menos tempo o presidente tem para diminuir a sua rejeição. Já gastou bilhões de reais com benefícios sociais para tentar aumentar seu percentual de votos com a população de classes mais baixas, entretanto, não colheu frutos suficientes para crescer. Situação preocupante para o presidente, que mantém o seu nível de desaprovação alto - 59% do eleitorado desaprova o governo Bolsonaro.
• Lula (PT): 47% (46% na pesquisa anterior, em 12 de setembro)
• Jair Bolsonaro (PL): 31% (31% na pesquisa anterior)
• Ciro Gomes (PDT): 7% (7% na pesquisa anterior)
• Simone Tebet (MDB): 5% (4% na pesquisa anterior)
VOTOS VÁLIDOS
No cenário apresentado pelo IPEC, subiu a possibilidade de Lula vencer o pleito no primeiro turno, mas está dentro da margem de erro. Segundo o Instituto, o petista tem 52% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos. Na pesquisa anterior, a chance de vencer a disputa já no dia 02 de outubro tinha voltado timidamente, mas nesta a possibilidade voltou com mais força.
• Lula (PT): 52% (51% na pesquisa anterior, de 12 de setembro)
• Bolsonaro (PL): 34% (35% na pesquisa anterior)
• Ciro (PDT): 7% (8% na pesquisa anterior)
• Tebet (MDB): 5% (4% na pesquisa anterior)
TERCEIRA VIA: RISCO DE ESVAZIAMENTO
Figurinha carimbada na terceira colocação, Ciro Gomes (PDT) manteve o mesmo patamar da última pesquisa, com 7%. A estabilidade do ex-ministro pode ser presságio de um esvaziamento de suas intenções de votos. Isso porque o ex-presidente Lula vai tentar com força total a busca dos votos úteis nos dias que antecedem a eleição para conquistar a vitória no primeiro turno.
Simone Tebet (MDB) subiu um ponto e agora tem 5%. A candidata segue correndo atrás para passar de Ciro Gomes. Se acontecer isso, vai ser uma vitória para o MDB, pois o partido nunca chegou em 3° colocado em uma disputa para presidente.
2º TURNO
Em um cenário de 2° turno, Luiz Inácio Lula da Silva segue na dianteira com 54% das intenções de votos contra 35% de Jair Bolsonaro. Em relação à pesquisa anterior, Lula oscilou um ponto para cima, enquanto Jair Bolsonaro diminuiu um ponto.
• Lula (PT): 54% (53% na pesquisa anterior, de 12 de setembro)
• Bolsonaro (PL): 35% (36% na pesquisa anterior)
A pesquisa ouviu 3.008 pessoas entre os dias 17 e 18 de setembro em 181 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00073/2022.
Há 13 dias do primeiro turno das eleições de 2022, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu, nesta segunda-feira (19), oito ex-candidatos a presidência da República em evento em São Paulo. As presenças de Guilherme Boulos (PSOL), Luciana Genro (PSOL), Cristovam Buarque (Cidadania), Marina (Rede), Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (União Brasil) e João Goulart Filho (PCdoB) mostra o objetivo da chapa de Lula de encerrar as eleições para presidente já na primeira etapa, em 02 de outubro.
A reunião dos ex-presidenciáveis coloca em prática o que Lula vem dizendo há meses, de que para derrotar Jair Bolsonaro, é necessário a formação de uma Frente Ampla pela Democracia. Um vislumbre dessa movimentação já tinha sido feito com a incorporação de Geraldo Alckmin (PSB) para vice de sua chapa. Rivais históricos, hoje ambos se uniram na chapa petista. Porém, a iniciativa por uma Frente Ampla ganhou força com o apoio de Henrique Meirelles (MDB), político de centro-direita, e de Marina Silva (Rede), que tinha fortes divergências com Lula desde a época que saiu do governo do petista, em 2008.
Com 48% dos votos válidos, segundo a pesquisa Datafolha de 16 de setembro, o candidato do PT tem margem para vencer o pleito no primeiro final de semana de outubro. A busca pelo voto útil, principalmente de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), torna ainda mais imprescindível a reunião dos ex-presidenciáveis para eleição do petista.
Durante o evento, Lula bateu na tecla que o gesto dos ex-presidenciáveis é um apoio à democracia, que vem sendo atacada pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
"O que vocês estão fazendo com o gesto de hoje é assumindo um compromisso, mas não é um compromisso com o Lula - é um compromisso que esse país vai voltar a viver democraticamente. As pessoas vão voltar a conviver democraticamente nesse país. Não é o Presidente da República e sua assessoria que diz o que é bom para a sociedade."
A proposta da Frente Ampla fica ainda mais clara pela fala do candidato a vice-presidência, Geraldo Alckmin (PSB). Segundo o ex-governador de São Paulo, é necessário deixar as diferenças de lado e pensar no Brasil.
"(Antes) tínhamos projetos diferentes para o Brasil, mas sempre tivemos como único projeto, uma pedra basilar, a democracia"
Os candidatos ao governo do estado de São Paulo Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo) compareceram ao debate organizado pela TV Cultura, Folha de S. Paulo e UOL no Memorial da América Latina. Os mediadores foram os jornalistas Leão Serva e Fabíola Cidral.
Ao contrário de seus respectivos candidatos à presidência, Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, que atuaram juntos no governo de Dilma Rousseff (PT), não protagonizaram grandes confrontos entre si. Os dois candidatos, que representam primeiro e segundo lugares nas pesquisas eleitorais para o governo do estado, destinaram as perguntas mais quentes ao terceiro colocado, Rodrigo Garcia.
O atual governador de São Paulo recebeu, durante o primeiro bloco, duras críticas sobre temas referentes ao governo de João Doria (PSDB), como os aumentos dos impostos, os mais de 1 milhão de procedimentos aguardando agendamento na área da saúde e obras inacabadas. Demonstrando ter sentido a pressão dos oponentes, Garcia comentou durante o segundo bloco "eu sou governador, é natural que o governo seja vidraça dos adversários, mas eles só falam mal de São Paulo. Aqui ninguém reconhece absolutamente nada". Em seguida, citou feitos como o valor do Poupatempo e os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs).
Em tentativa de se desvincular da imagem negativa do governo Doria, Garcia afirma: "Eu não falo de Bolsonaro, não falo de João Doria, não falo de candidatos porque eu não tenho padrinho político".
Haddad rebateu o tucano, afirmando que "todo mundo tem padrinho". "O Rodrigo se esquece de que o Kassab foi padrinho dele, fez dobrada com ele. Ele serviu ao governo Kassab aqui na Prefeitura. Foi também do governo Pitta, foi secretário do Pitta. Rompeu com o Covas, brigou com o Covas, foi demitido, fez campanha para o Pitta e foi secretário do Pitta, foi secretário do Doria. Não é justo ele falar "sou vice, assumi há cinco meses". Ele foi secretário do Doria. A maior parte dessas maldades aconteceu na secretaria dele", comentou o petista.
No terceiro bloco, Garcia foi questionado pelo jornalista Thiago Herdy sobre os esquemas de corrupção de seu irmão, Marco Aurélio Garcia, condenado à prisão após ser apontado como operador de lavagem de dinheiro para integrantes da "máfia do ISS" na Prefeitura de São Paulo. O grupo teria desviado cerca de R$500 milhões de reais. Ainda buscando se desassociar das imagens negativas, Rodrigo comentou que "ninguém é responsável por irmão, ninguém é responsável por ninguém. Nós somos responsáveis pelos nossos atos. Se ele fez algo de errado, ele que pague. Eu respondo pelos meus atos".
Haddad comentou a fala de Garcia, alegando que "você responde pelo que você comete [...]. Mas o que o jornalista perguntou é que você estava a poucos metros da sala onde o seu irmão agia criminosamente [...]. São poucos metros, você atravessava uma rua, e o teu irmão já estava lá fazendo as maracutaias com uma máfia de uma dúzia de fiscais que desviou meio bilhão de reais".
Garcia aproveitou o comentário do ex-prefeito de São Paulo para tecer críticas ao governo do PT. "Haddad, é a mesma coisa de eu dizer para você que você tinha que ter cuidado do erário público quando você foi ministro do Lula. O Mensalão começou no governo que você participou", pontuou o tucano.
Já Tarcísio de Freitas levantou a questão das obras paralisadas no governo do PSDB, convidando o eleitor a checar as 845 construções paradas no site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. "21 bilhões já foram gastos nessas obras. Tem de tudo lá: creche, obras de infraestrutura, ponte, hospital. Tem obras icônicas, como a famosa Linha 17, a eterna obra do ano que vem, e o Rodoanel de São Paulo", comentou o candidato do Republicanos.
Mesmo estando na mira dos dois candidatos com mais intenções de voto, os efeitos do debate não se mostraram de todo negativos para Garcia. Segundo o último Datafolha, o atual governador voltou a empatar tecnicamente com Tarcísio de Freitas, com 19% e 22%, respectivamente. No último levantamento, Rodrigo Garcia aparecia com 15% das intenções de voto, enquanto o apoiado por Jair Bolsonaro tinha 21%.
Soldado do capitão
Apesar de Rodrigo Garcia ter sido o alvo da noite, Tarcísio de Freitas também marcou a mesma por deslizes. Além de um integrante de sua comitiva atacar a jornalista Vera Magalhães, o candidato respondeu de maneira equivocada à pergunta de Fernando Haddad sobre a conduta do governo federal em relação às vacinas na pandemia.
Segundo Freitas, "o Governo Federal assinou o primeiro contrato para a compra das vacinas para o Covid em agosto de 2020, quando a vacina ainda não era uma realidade. A gente ainda não sabia se ela ia ser desenvolvida, se ela ia ter eficácia [...]. O brasileiro podia escolher que vacina ia tomar, porque houve uma estratégia de diversificação de imunizantes [...]. Nosso case de vacinação foi um sucesso ao redor do mundo".
No entanto, segundo o relatório final da CPI da Covid, apesar das negociações com Astrazeneca e a Universidade de Oxford, o governo federal rejeitou por três vezes ofertas de 70 milhões de doses de Pfizer que poderiam ter sido entregues em dezembro de 2020. O contrato com a empresa foi fechado apenas em março de 2021, sete meses após a primeira oferta, que demandava prazo de resposta no período de 15 dias e foi ignorada pelo governo.
Ainda no tema dos imunizantes, o aliado de Jair Bolsonaro (PL) defendeu a não obrigatoriedade da vacinação em território brasileiro: "a vacina nunca foi obrigatória, ninguém tirou uma pessoa de casa para se vacinar, mas graças a essas campanhas nós atingimos mais de 90% de cobertura vacinal, servindo de exemplo para o mundo".
Assim como Garcia, Tarcísio buscou se distanciar da imagem do seu representante à presidência. Vinicius Poit alfinetou Freitas sobre sua relação com Bolsonaro: "Tarcísio, São Paulo não pode ser palanque eleitoral para nenhuma outra eleição. Como você acabou de responder, você foi conduzido e é conduzido pelo presidente Bolsonaro, foi conduzido para chegar aqui. São Paulo não pode ser conduzido", afirmou o candidato do partido Novo.
Em resposta, Tarcísio afirmou que seu governo será feito a partir de São Paulo, não de Brasília. "São Paulo não vai ser conduzido, vai conduzir, como é o seu lema, como sempre foi [...]. É bom ter o alinhamento com o Governo Federal, mas, no final das contas, quem vai conduzir o estado de São Paulo será o novo governador, e o novo governador serei eu", retrucou.
E as UPAs?
Rodrigo Garcia não foi o único cobrado por suas ações no governo. Reagindo aos ataques, o governador do estado questionou Fernando Haddad sobre seus feitos enquanto prefeito do município, de 2013 a 2016. "Você prometeu 25 UPAs, entregou apenas três, prometeu hospital, acabou não entregando, deixou um esqueleto de obras na saúde, e a maior fila da saúde de São Paulo. Tiveram até que fazer o corujão da saúde para fazer exame em mais de 700 mil pessoas aqui na cidade", apontou Garcia.
Haddad não contrariou as acusações de Rodrigo Garcia, mas mencionou em sua tréplica os Corujões: "esse Corujão da Saúde foi uma farsa, que nem existe mais. Ninguém mais nem fala. Mas os meus hospitais-dia estão aí, firmes e fortes, atendendo a população; e vou levar 70 para o interior para fazer o trabalho que você não fez".
Em 2013, quando assumiu a Prefeitura de São Paulo, Haddad prometeu a reforma de 20 prontos-socorros utilizando o modelo conceitual da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 5 novas UPAs. Destas, foram entregues 3 e 12 foram reformadas.
"Governo só no nosso?"
O candidato Elvis Cezar arrancou risadas da plateia com uma pergunta dirigida a Rodrigo Garcia. O PDTista questionou o papel do Estado em um cenário como o pós-covid e a conduta da gestão João Dória (PSDB) em São Paulo, da qual Garcia era vice. Levantando o aumento de impostos e o valor de 54 bilhões no caixa, Cezar debochou questionando o atual governador: "qual modelo do seu governo? É só no nosso?", tirando risadas até mesmo do candidato tucano.
Bastidores
Apesar do clima amigável entre os candidatos, a platéia presente não seguiu pelo mesmo caminho. Ao subir no púlpito, Rodrigo Garcia foi recebido com vaias pelo comitê do candidato Elvis Cezar. A equipe do PDTista também gritou que "vice é sempre vice" e chamou o atual governador de São Paulo de filhote de Dória.
A bagunça na plateia não foi composta apenas por ofensas. Os comitês de Elvis Cezar, Vinicius Poit e Rodrigo Garcia ovacionaram continuamente seus respectivos candidatos a cada resposta. O apresentador do debate e diretor de jornalismo da TV Cultura Leão Serva pediu inúmeras vezes antes do início da transmissão que as equipes dos candidatos evitassem barulhos e aplausos para seus candidatos. Serva foi ignorado pelos comitês, que continuaram com os aplausos mesmo durante o debate, obrigando o apresentador a chamar a atenção ao vivo.
Em dado momento, houve um embate direto entre Rodrigo Garcia e Fernando Haddad sobre o caso de corrupção envolvendo o irmão do tucano, Marco Aurélio Garcia. Ao mencionar os escândalos de corrupção no período do governo Lula, a equipe do governador paulista aplaudiu energeticamente. Os petistas presentes pediram silêncio e, em meio a algazarra, ouviram como resposta um "vai tomar no c*, para de pedir silêncio" vindo do fundo da platéia.
O Instituto Datafolha divulgou nesta quinta feira (15) mais uma pesquisa eleitoral para o governo de São Paulo. Fernando Haddad (PT) segue na liderança das intenções de votos com 36%, um aumento de 1% em relação a pesquisa de 01 de setembro. O candidato do PT também viu seus adversários crescerem na nova pesquisa. Tarcísio de Freitas (Republicanos) também subiu um ponto e agora tem 22%, já Rodrigo Garcia (PSDB), teve um acréscimo além da margem de erro e agora tem 19%, encostando no candidato de Bolsonaro.
- Fernando Haddad (PT): 36% (na pesquisa anterior, de 01/9, estava com 35%)
- Tarcísio de Freitas (Republicanos): 22% (21% na pesquisa anterior)
- Rodrigo Garcia(PSDB): 19% (15% na pesquisa anterior)
RODRIGO GARCIA: UM SOPRO DE ESPERANÇA
O novo cenário apresentado pela pesquisa mostra um empate técnico entre Tarcísio e Rodrigo Garcia. O candidato do PSDB vem colhendo os frutos de sua maior exposição no horário eleitoral e o conhecimento dos paulistas sobre o seu trabalho. Garcia vem investindo fortemente na estratégia de se apresentar como atual governador do estado e afirmar que é um candidato de centro, que tenta fugir da polarização que acontece nacionalmente. A subida além da margem de erro mostra que o trabalho do peessedebista e a utilização da máquina do estado vem rendendo frutos.
TARCÍSIO GARCIA: PERIGO À VISTA
Para Tarcísio de Freitas, a nova pesquisa não é uma boa notícia. Isso porque o candidato de Jair Bolsonaro vê Garcia encostar na sua porcentagem de votos e ameaçar a sua ida para o segundo turno contra Fernando Haddad. O candidato do Republicanos, que teve um bom desempenho no debate da TV Cultura na última terça-feira, sofreu com um dos seus aliados, o deputado estadual Douglas Garcia, atacar covardemente a jornalista Vera Magalhães no final do evento e ter a repercussão negativa respingar no seu desempenho. Com a máquina do estado nas mãos de Rodrigo Garcia e a herança maldita da rejeição de seu tutor Jair Bolsonaro e sua trupe truculenta, a nova pesquisa mostra uma ameaça iminente de Tarcísio não ir ao segundo turno.
SEGUNDO TURNO
A pesquisa Datafolha também mostrou cenários de 2° turno para o governo de São Paulo. Em uma eventual disputa entre Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, o petista aparece com 53% das intenções de votos, contra 36% do candidato de Republicanos. A diferença entre os candidatos aumentou para 18% por conta da subida acima da margem de erro de Fernando Haddad.
- Fernando Haddad (PT): 54% (na pesquisa anterior, de 01/9, estava com 51%)
- Tarcísio de Freitas (Republicanos): 36% (36% na pesquisa anterior)
- Brancos e nulos: 8% (9% na pesquisa anterior)
- Não sabe: 2% (3% na pesquisa anterior)
Já em um cenário de 2° turno entre Fernando Haddad e Rodrigo Garcia, o candidato do PT segue na dianteira com 47% das intenções de votos, mas vê sua vantagem diminuir. O atual governador agora tem 41%, uma diferença de 6 pontos percentuais.
- Fernando Haddad (PT): 47% (na pesquisa anterior de 01/9, estava com 48%)
- Rodrigo Garcia(PSDB): 41% (38% na pesquisa anterior)
- Brancos e nulos: 11% (14% na pesquisa anterior)
- Não sabe: 3% (4% na pesquisa anterior)
O Datafolha ouviu 1.808 pessoas entre os dias 13 de agosto e 15 de setembro em 74 municípios paulistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-06078/2022.
O final do debate para o governo de São Paulo realizado pela TV Cultura, Folha de S. Paulo e UOL foi marcado por mais um ataque contra a imprensa. A vítima mais uma vez foi a jornalista Vera Magalhães que sofreu insultos desrespeitosos do deputado estadual Douglas Garcia (Republicano), convidado do candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ao fim do debate, a jornalista se encontrava na primeira fileira destinada à imprensa quando Garcia se retirou de seu assento, ao lado direito da plateia. O deputado começou a filmar Magalhães, emitindo ofensas como "vergonha para o jornalismo brasileiro" e comentando sobre o valor do contrato da jornalista com a TV Cultura.
Com o clima acalorado, Leão Serva, diretor de jornalismo da TV Cultura e chefe de Vera, tomou o celular da mão do deputado e o arremessou. Garcia foi escoltado para fora do evento pela segurança.
📽️ Em outro ângulo postado por @veramagalhaes, dá para ver o momento em que o apresentador Leão Serva surge do meio da multidão, arranca o celular da mão do deputado estadual Douglas Garcia e joga longe#DebateNoUOL #DebateNaCultura pic.twitter.com/3U4C21v8EG
— UOL Notícias (@UOLNoticias) September 14, 2022
Pedido de desculpas… a Tarcísio de Freitas
Douglas Garcia comentou o caso no Instagram na manhã desta quarta-feira (14). Em um vídeo curto, o parlamentar conta: "não me arrependo de absolutamente nada que eu fiz hoje. Se é pra eu pedir desculpas pra alguém, não é pra jornalista nenhum não. Tenho que pedir desculpas pro Tarcísio".
Desabafo
Em suas redes sociais, Vera Magalhães postou um vídeo sobre o ocorrido. Na postagem, a jornalista relata que precisou sair escoltada do Memorial da América Latina, onde aconteceu o debate. Além disso, desmentiu as acusações sobre seu contrato expressas por Garcia, que afirmou que Vera recebia 500 mil reais anuais pela TV Cultura. Acrescentou, ainda, um apelo pela liberdade de imprensa: “O brasil é uma democracia. uma democracia pressupõe imprensa livre”.
Vera afirma que prestou boletim de ocorrência contra o parlamentar.
Histórico de ataques a jornalistas mulheres
Esta não é a primeira vez que a base bolsonarista hostiliza jornalistas. No debate presidencial da TV Bandeirantes, ocorrido em 28 de agosto, Jair Bolsonaro também se referiu à Vera Magalhães como "vergonha para o jornalismo", frase reproduzida pelo seu apoiador Douglas Garcia.
Magalhães não foi a única vítima dos ataques à imprensa por parte do Presidente da República. Em 2021, Bolsonaro foi condenado pela justiça por usar o jargão jornalístico "furo" com conotação sexual ao mencionar Patrícia Campos Melo. "Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim", afirmou o presidente em meio a risos. Na ocasião, Bolsonaro foi multado em R$35 mil pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Em abril deste ano, Eduardo Bolsonaro (PL) debochou da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão ditadura militar. Pelo Twitter, o deputado federal respondeu a uma publicação da jornalista dizendo "Ainda com pena da (emoji de cobra)...". Leitão já relatou que, quando foi presa durante a ditadura, foi torturada e presa junto a uma jiboia em uma sala escura.
Ainda com pena da 🐍 … pic.twitter.com/4DLVBtIPZI
— Eduardo Bolsonaro 22.22🇧🇷 (@BolsonaroSP) April 3, 2022
Candidatos repudiam desacato nas redes
Perante a hostilização do deputado do Republicanos, os candidatos ao governo de São Paulo, incluindo Tarcísio de Freitas, repudiaram a atitude nas redes sociais.
Lamento profundamente e repudio veementemente a agressão sofrida pela jornalista @veramagalhaes enquanto exercia sua função de jornalista durante o debate de hoje. Essa é uma atitude incompatível c/ a democracia e não condiz c/ o que defendemos em relação ao trabalho da imprensa.
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) September 14, 2022
Deputado que agride ou assedia jornalista deve ser cassado por falta de decoro. Vamos transformar a Assembleia Legislativa de SP em território livre da misoginia. Solidariedade a @veramagalhaes.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) September 14, 2022
É estarrecedor o ódio q essa gente q atacou a @veramagalhaes sente das mulheres. O método se repete há anos. São traumas muito mal resolvidos. Hj, meu PGM eleitoral será dedicado às mulheres de SP. Fortes, donas do próprio destino e corajosas. Covardes e agressores não passarão.
— Rodrigo Garcia (@rodrigogarcia_) September 14, 2022